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Aula 6
Veja a notícia abaixo: 
(Notícias STF : Pena pode ser cumprida após decisão de segunda instância, decide STF ( Fonte: Noticias STF. Disponível em : http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=310153
Ao negar o Habeas Corpus (HC) 126292 na sessão desta quarta-feira (17), por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que a possibilidade de início da execução da pena condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau não ofende o princípio constitucional da presunção da inocência. 
Na mesma linha, com base no Julgamento das ADCs 29 e 30 e da ADI 4578 ( no STF). O julgamento em tela trata da adequação da Lei Complementar 115/2010 (chamada lei da “Ficha Limpa”) veja o voto do Ministro Fux: 
“A presunção de inocência consagrada no artigo 5º, LVII da Constituição deve ser reconhecida, segundo lição de Humberto Ávila, como uma regra, ou seja, como uma norma de previsão de conduta, em especial de proibir a imposição de penalidade ou de efeitos da condenação penal até que transitada em julgado decisão penal condenatória. Concessa venia, não se vislumbra a existência de um conteúdo principiológico no indigitado enunciado normativo”.
Analise criticamente o voto do Sr. Ministro Fux tendo em vista a distinção de Regras e Princípios estudada na aula. 
Apesar de estar fora do contexto específico em que foi proferido, o voto do Ministro Fux repercute na Teoria do Direito com grande impacto. Independente das posições pessoais algumas críticas ao voto podem ser elencadas: se a presunção de inocência não é um princípio, o devido processo legal, ampla defesa e contraditório também não o seriam ? ; Neste sentido , O princípio da igualdade, deveria passar a ser considerado uma regra; Uma outra regra poderia vir a “derrubar” a presunção da inocência?; A presunção da inocência é uma conquista da democracia que não deve ser relativizada?
1.     Julgue os itens a seguir, relativos ao poder constituinte.
I Historicamente, o poder constituinte originário representa a ocorrência de fato anormal no funcionamento das instituições estatais, geralmente associado a um processo violento, de natureza revolucionária, ou a um golpe de estado. 
II O poder constituinte originário é inicial, autônomo e incondicionado. 
III O poder constituinte originário retira o seu fundamento de validade de um diploma jurídico que lhe é superior e prévio. 
IV O poder de reforma é criado pelo poder constituinte originário, que lhe estabelece o procedimento a ser seguido e as limitações a serem observadas. 
V Quem tenta romper a ordem constitucional para instaurar outra e não obtém adesão ou sucesso na empreitada não exerce poder constituinte originário e pode vir a se submeter a processo criminal pela prática de crime.
A quantidade de itens certos é igual a 
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.
A quantidade de itens certos é igual a  4 (itens I, II, IV e V).
2.     Em sua Teoria Pura do Direito, Hans Kelsen concebe o Direito como uma "técnica social específica". Segundo o filósofo, na obra O que é justiça?, "esta técnica é caracterizada pelo fato de que a ordem social designada como 'Direito' tenta ocasionar certa conduta dos homens, considerada pelo legislador como desejável, provendo atos coercitivos como sanções no caso da conduta oposta". 
Tal concepção corresponde à definição kelseniana do Direito como
a) uma ordem estatal facultativa.
b) uma ordem axiológica que vincula a interioridade.
c) um veículo de transformação social.
d) uma ordem coercitiva.
e) uma positivação da justiça natural.
Aula 7
O trecho abaixo é uma conversa fictícia entre Sócrates, Glauco e Adimanto, escrito pelo filósofo Platão em seu livro “A República”. Neste livro que é na verdade um tratado de Teoria Geral do estado e de Direito,  Platão descreve como deve ser o Estado ideal, sua forma de governo e como devem ser as suas leis.  ( Fonte dos trechos : Tradução de Enrico Corvisieri Fundador VICTOR CIVITA (1907 - 1990) Editora Nova Cultural Ltda., uma divisão do Círculo do Livro Ltda. Edição Integral. Direitos exclusivos sobre a tradução deste volume, Editora Nova Cultural Ltda., São Paulo. Disponível em : http://www.portalfil.ufsc.br/republica.pdf ) 
(Trecho 1) “ Sócrates — Mas nós negamos ao sapateiro o direito de exercer ao mesmo tempo o oficio de lavrador, tecelão ou pedreiro;  obrigamo-lo a ser apenas sapateiro, para que os trabalhos de sapataria sejam bem executados; da mesma forma, atribuímos a cada um dos outros artesãos um único ofício, aquele para o qual está habilitado por natureza, se quer tirar proveito das oportunidades a desempenhar bem a sua tarefa. Mas não é importante que o oficio da guerra seja bem executado? Ou é fácil que um lavrador, um sapateiro ou qualquer outro artesão possa, ao mesmo tempo, ser guerreiro, quando não se pode ser bom jogador de gamão ou de dados, se não se praticarem estes jogos desde a infância, e não apenas nas horas livres? Bastará prover-se de um escudo ou de qualquer outra arma para se tornar, de um dia para o outro, bom guerreiro, ao passo que os instrumentos das outras artes, tomados nas mãos, nunca darão origem a um artesão nem a um atleta e serão inúteis a quem não tiver adquirido o seu conhecimento e não se tiver treinado suficientemente?
Glauco — Se assim fosse os instrumentos teriam um enorme valor!
(...)
(...)
(Trecho 2) Sócrates — Sendo assim, vamos permitir, por negligência, que as crianças ouçam as primeiras fábulas que lhes apareçam, criadas por indivíduos quaisquer, e recebam em seus espíritos entender, quando forem adultos?
 Adimanto — De forma alguma permitiremos.
 Sócrates — Portanto, parece-me que precisamos começar por vigiar os criadores de fábulas, separar as suas composições boas das más. Em seguida, convenceremos as amas e as mães a contarem aos filhos as que tivermos escolhido e a modelarem-lhes a alma com as suas fábulas muito mais do que o corpo com as suas mãos(1). Mas a maior parte das que elas contam atualmente devem ser condenadas.
 Adimanto — Quais?
 Sócrates — Julgaremos as pequenas pelas grandes, porquanto umas e outras devem ser calcadas nos mesmos moldes e produzir o mesmo efeito; concordas?
 Adimanto — Concordo. Mas não sei quais são essas grandes fábulas de que falas.
 Sócrates — São as de Hesíodo, Homero e de outros poetas. Eles compuseram fábulas mentirosas que foram e continuam sendo contadas aos homens
Nota: (1) Fazia parte da cultura da época massagear as crianças, acreditando que com isto poder-se-ia “moldar” um belo corpo. 
Como você pensa que seriam as leis e as relações jurídicas que regulamentariam a publicação de livros infantis e o exercício profissional como, por exemplo, o ofício de sapateiro, numa sociedade como a imaginada por Platão ? 
Analisando as normas jurídicas de acordo com suas fontes, podemos perceber que estas derivam das relações sociais e das relações jurídicas. Não há unanimidade com relação à suas fontes. A Lei, que pode ser conceituada como a forma de produzir o Direito Positivo, é estruturada de acordo com a realidade social onde está inserida. A vontade coletiva representada pelo Estado é a expressão da vontade da maioria política que comanda as engrenagens estatais. Assim, as relações jurídicas no Estado são influenciadas, ao mesmo tempo,  tanto pelas normas jurídicas já existentes, quanto pelas relações sociais. As relações jurídicas são também provenientes de fontes formais mediatas, como costumes e jurisprudências, que têm sua origem nas relações sociais e dependem da vontade da sociedade em que estão inseridas.
As relações jurídicas são aquelas relações sociais que possuem uma previsão legal, mas nem todas as relações sociais são jurídicas.As relações jurídicas nos levam a determinados atos jurídicos com previsão nas normas jurídicas. Assim, são normas jurídicas e normas do trato social, respectivamente: 
a. ( ) Proibição de chegar atrasado à escola e proibição de dar gargalhadas em um velório.b. ( ) Proibição de dar gargalhadas em um velório e limite de velocidade em rodovias. 
c. ( ) Obrigação de pagar IPVA e proibição de dar gargalhadas em um velório. 
d. ( ) Proibição de chegar atrasado à escola e Obrigação de pagar IPVA.
Aula 8
Laísa, funcionária da Lojas Marbex S/A, trabalha durante 28 anos, sendo empregada exemplar. Quando está prestes a se aposentar, é chamada no departamento de RH e demitida. No ato da demissão, o patrão alega que a empresa está passando por dificuldades sendo necessário fazer alguns cortes e, portanto, seus serviços não são mais necessários. Chateada e indignada, ela tenta argumentar que esta demissão é injusta logo faltando cerca de 2 anos apenas para sua aposentadoria. Ele retruca afirmando tratar-se de um direito potestativo do empregador.
Laísa procura você como seu advogado(a). Como você encaminharia o caso? 
Uma professora demitida na fase pré-aposentadoria receberá R$ 150 mil de indenização por dano moral após comprovar que a dispensa foi discriminatória. A 2ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu do recurso do colégio contra a decisão condenatória, que, com base na prova testemunhal, concluiu que a demissão ocorreu, única e exclusivamente, porque a professora estava prestes a se aposentar.
Na reclamação trabalhista, a professora afirmou que, depois de 25 anos de dedicação à instituição, foi demitida quando faltavam dois anos para se aposentar. A dispensa foi informada verbalmente no Natal de 2011, e oficializada em fevereiro de 2012. Reputando o ato discriminatório, pediu indenização por dano moral de 50 vezes o último salário.  
Em primeira instância, a sentença reconheceu que a demissão foi discriminatória e condenou a escola ao pagamento de indenização de 25 salários da professora, equivalentes a um salário por ano de serviço ou fração mais o ano que faltava para aposentar. Em recurso ao Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC), a instituição de ensino disse que pagou corretamente as verbas rescisórias e apenas utilizou seu poder diretivo, sem praticar qualquer ilicitude. Segundo a escola, a dispensa não teve relação com a proximidade da aposentadoria, pois tem empregados aposentados que permanecem trabalhando.
O TRT, porém, manteve a condenação, assinalando que o direito potestativo não pode ser exercido de forma arbitrária nem discriminatória — e, no caso, os depoimentos confirmaram a ilicitude do ato.
RR-2112-83.2012.5.12.0026(http://www.conjur.com.br/2016-set-07/professora-demitida-fase-pre-aposentadoria-indenizada
QUESTÃO OBJETIVA
1- O Direito subjetivo pode ser considerado como:
(a) O poder reservado aos magistrados de exigir de outrem determinado comportamento.
(b) Um conceito originário do ?socialismo jurídico?.
(c) Um poder conferido pela norma jurídica para a ação de um sujeito e de exigir de outrem determinado comportamento..
(d) Um interesse individual objetivo e determinado pela moral de exigir de outrem determinado comportamento..
(e) Uma ficção jurídica.
2 - São exemplos de direitos subjetivos, EXCETO:
(a) O direito de você gozar as férias.
(b) O direito de se propor uma ação.
(c) O direito de alguém manifestar o seu pensamento.
(d) O direito que protege a relação de consumo.
(e) O direito de se contrair núpcias.
Aula 9
Certo estudante de direito em estudando Direito Penal, deparou-se com o seguinte crime: 
Código Penal:
Crime de Curandeirismo
        Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
        I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
        II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
        III - fazendo diagnósticos:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
        Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa.
Imediatamente lembrou-se das inúmeras vezes que sua mãe e sua avó lhe ministraram  diversos chás e simpatias para curar dor de cabeça, mau-olhado  e emagrecimento. Além disto, lembrou-se das diversas vezes em que frequentou missas, cultos e outras sessões religiosas, nas quais algum membro lhe oferecia água para curar seus diversos males. Ora, indagou:  sua mãe, sua avó, e todos estes membros de confissões religiosas podem ser processados e presos por este crime então? 
Em que pese a questão trazer artigo do Código Penal ( teoria do crime, crime habitual, por exemplo, etc) e a possibilidade do debate sobre liberdade religiosa, o objetivo aqui é refletir sobre o uso do costume no Direito, em especial costume CONTRA LEGEM. 
Observe trecho de matéria da revista VEJA: (Disponível em : http://veja.abril.com.br/ciencia/acredita-em-simpatias-a-ciencia-explica-o-porque/)
“ As simpatias fazem parte da vida da maioria dos brasileiros. Vestir-se de branco na noite de Réveillon, colocar um vaso de sete ervas em casa, tomar banho de sal grosso e amarrar fitinhas no braço são alguns dos exemplos mais conhecidos. Segundo André Souza, pós-doutorando em psicologia na Universidade do Texas, nos Estados Unidos, a principal contribuição dos estudos é mostrar que o processo cognitivo usado em rituais é algo geral da natureza humana. “O que leva uma pessoa no Brasil a fazer uma simpatia e uma nos Estados Unidos e não fazer é um processo cultural. Mas a partir do momento em que alguém faz uma simpatia ou outro ritual, o que a leva a acreditar naquilo ou não é universal”, afirma. O segundo estudo foi publicado em agosto da revista Cognitive Science, e será apresentado em fevereiro do próximo ano, durante a 15.ª reunião anual da Sociedade de Personalidade e Psicologia Social, em Austin, nos Estados Unidos.”
O costume desempenha três funções ao direito: a de inspirar o legislador a normatizar condutas, a de suprir as lacunas da lei e a servir de parâmetro para a interpretação da lei. Os partidários da Escola Histórica do Direito, a exceção de Savigny, admitem o costume contra legem, a ponto de exclamarem "a revolta dos fatos contra os códigos". Em sua obra Pluralismo Jurídico, Antônio Carlos Wolkmer, afirma que quanto mais tensos, politicamente fragmentados são os espaços sociais, mais o direito necessita de novos procedimentos novas formas do agir comunicativo e do entendimento. É desta forma  que aparecem novas situações capazes de introjetar direitos que não passam nem pela positivação estatal nem pelas instituições representativas convencionais. Claro que a desordem e a insegurança jurídica não ficam autorizadas.
QUESTÃO OBJETIVA
1. A respeito do processo legislativo na Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas a seguir: 
I. O Presidente vetará projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, se considerá-lo, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público. O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea. 
II. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei. As medidas provisórias vigoram imediatamente, mas perderão sua eficácia desde sua edição, se não forem convertidas em lei pelo Congresso Nacional, no prazo previsto na Constituição. 
III. O processo legislativo compreende a elaboração de emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. 
Assinale: 
(a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
(b) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(c) se apenas a afirmativa III estiver correta.
(d) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
(e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
2    I- No plano jurídico, fontes do Direito expressam a origem das normas jurídicas, podendo-se classificar as fontes em dois grandes blocos, designados de fontes materiais e fontes formais.
II - As fontes materiais enfocam o momento pré jurídico, constituindo-se nos fatores que conduzem à emergência e construção da regra de Direito.
III - As fontes formais enfocam o momentotipicamente jurídico, considerando a regra já plenamente construída, os mecanismos exteriores e estilizados pelos quais essas regras se revelam para o mundo exterior, ou seja, os meios pelos quais se estabelece a norma jurídica.
IV - Os costumes são fontes do direito.
Assinale: 
(a) todas as proposições estão corretas
(b) apenas quatro proposições estão corretas
(c) apenas três proposições estão corretas
(d) apenas duas proposições estão corretas.
(e) apensas uma proposição está correta.
Aula 10
Mathias sempre sonhou em ser soldado. No ano em que completava 18 alistou-se e foi selecionado para o serviço militar. Muito feliz foi apresentar-se a Unidade militar onde deveria servir. Após um mês de trabalho está prestes a receber seu primeiro soldo.  Mas que grande decepção! Sua remuneração seria um valor abaixo do salário mínimo nacional. Rapidamente ele consultou a Constituição Federal e leu : 
i) “CF, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender as suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;”
Ele efetivamente era um trabalhador. Havia trabalhado duro durante aquele primeiro mês no Exército. Foi então falar com seu superior no Centro de Pagamentos que lhe informou sobre a seguinte súmula: 
ii) Súmula Vinculante n.º 06 : “Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças”
Inconformado, Mathias sabendo que você é estudante de Direito, lhe procura perguntando:
a)         A referida remuneração que vai receber é constitucional? Explique com o que foi abordado na aula.
b)         Caso deseje ajuizar uma Ação Judicial , há alguma chance de vitória para Mathias?
Neste caso há uma antinomia aparente. 
a) a referida remuneração apesar de aparentemente inconstitucional, não o é realmente pois a súmula especifica uma categoria em particular;
b) não há chances de vitória uma vez que a sumula com efeito vinculante é obrigatória para todos os órgãos do Poder Judiciário. 
1 Leia as afirmações abaixo:
I - Por analogia estende-se a um caso não previsto aquilo que o legislador previu para um caso semelhante, em igualdade de razões, preenchendo uma lacuna na lei.
II - Na interpretação extensiva supõe-se que a norma existe, sendo passível de aplicação ao caso concreto, desde que sua abrangência seja estendida além do que usualmente se faz. 
III - Quando se afirma a existência de uma lacuna legal e se nega a aplicação de norma por analogia ao caso concreto, o operador jurídico ainda pode utilizar os princípios gerais de direito para a solução do conflito.
a) todas as proposições estão corretas
b) somente as proposições  I e II estão corretas
c) somente as proposições II  e III estão corretas
d) somente a proposição I está correta.
e) somente a proposição II está correta.
2- Correlacione as fontes do Direito abaixo apontadas e as afirmativas a elas referentes:
I - Doutrina 
II - Jurisprudência 
III - Costume
IV - Lei
X - Influencia fortemente o Direito por traduzir reiteração de decisões contenciosas.
Y - Tem tido utilização crescente nos demais ramos do direito, sendo importante para o Direito em razão da deficiência da legislação.
Z - Distingue as regras que convêm a cada um dos sub-ramos do saber jurídico e influi tanto na elaboração da Lei quanto nas decisões contenciosas ou não contenciosas.
A relação correta é:
a) I - X; II - Z; III - Y
b) I - Y; II - X; IV - Z
c) I - Y; III - Z; IV - X
d) I - Z; II - X; III - Y
e) II - Z; III - Y; IV - X
Aula 11
Veja a notícia abaixo: (Disponível em : http://www.conjur.com.br/2012-abr-12/supremo-permite-interrupcao-gravidez-feto-anencefalo)
Decisão histórica
INTERRUPÇÃO DE GRAVIDEZ DE ANENCÉFALO
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PUBLICOU O ACÓRDÃO DA DECISÃO QUE PERMITIU A INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ DE FETO ANENCÉFALO ADPF 54 / DF
No julgamento, os ministros decidiram que médicos que fazem a cirurgia e as gestantes que decidem interromper a gravidez não cometem qualquer espécie de crime. Com a decisão, para interromper a gravidez de feto anencéfalo, as mulheres não precisam de decisão judicial que as autorize. Basta o diagnóstico de anencefalia.
Agora veja os seguintes artigos do Código Penal que tratam do tema:
Código Penal: 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:  
        Aborto necessário
        I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
        Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
        II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
 Considerando que a gravidez não seja resultante de estupro, nem que o feto anencefálico coloque em risco a vida da gestante. Como explicar hermeneuticamente a polêmica decisão do STF ?
Em que pese as divergências de opiniões entre alunos, o objetivo do exercício é demonstrar a aplicação prática dos conceitos teóricos da hermenêutica diferenciando-os da chamada “opinão” de quem não é do campo do Direito.
(Fonte : CONJUR . Disponível em : http://www.conjur.com.br/2013-mai-13/leia-acordao-stf-autoriza-interrupcao-gravidez-anencefalo)
Em seu voto, o ministro Marco Aurélio afirmou que “anencefalia e vida são termos antitéticos”. O ministro afirmou que existe, no caso, um conflito apenas aparente entre direitos fundamentais, já que não há qualquer possibilidade de o feto sem cérebro sobreviver fora do útero da mãe. O que estava em jogo, disse Marco Aurélio, é saber se a mulher que interrompe a gravidez de feto em caso de anencefalia tem de ser presa. Os ministros decidiram que não.
O ministro Gilmar Mendes votou pela descriminalização da prática, mas considerou, sim, que se trata de aborto. Para o ministro, o aborto de feto anencéfalo pode se encaixar nas hipóteses de exceção previstas no Código Penal em que o aborto não é considerado crime — em caso de risco à saúde da mãe e no de estupro.
“O aborto de fetos anencéfalos está certamente compreendido entre as duas causas excludentes de ilicitude, já previstas no Código Penal, todavia, era inimaginável para o legislador de 1940. Com o avanço das técnicas de diagnóstico, tornou-se comum e relativamente simples descobrir a anencefalia fetal, de modo que a não inclusão na legislação penal dessa hipótese excludente de ilicitude pode ser considerada uma omissão legislativa não condizente com o espírito do próprio Código Penal e também não compatível com a Constituição”, afirmou Gilmar Mendes.
Os ministros Ricardo Lewandowski: e Cezar Peluso votaram contra a ação. Lewandowski argumentou que o tema é assunto para o Legislativo, não para o Supremo Tribunal Federal. Já o ministro Cezar Peluso considerou que não se pode admitir que o feto anencéfalo não tenha vida. “Nessa postura dogmática, ao feto, reduzido, no fim das contas, à condição de lixo ou de outra coisa imprestável e incômoda, não é dispensada, de nenhum ângulo, a menor consideração ética ou jurídica, nem reconhecido grau algum da dignidade jurídica e ética que lhe vem da incontestável ascendência e natureza humanas”, disse Peluso, que presidiu o julgamento.
( Trechos do Voto do Relator – Ministro Marco Aurélio de Mello ) 
(http://s.conjur.com.br/dl/acordao-interrupcao-gravidez-anencefalo.pdf)
O tema é de uma delicadeza ímpar. E o é porque perpassa pelas nossas convicções e crenças - ou descrenças - mais profundas, e nos remete de alguma forma à questão básica existencial que nos angustia e acompanha neste voo no tempo que somos desde que nascemos (Menotti del Picchia), efêmeros e precários, poeira das estrelas, na imagem do físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser.
O pedidodeduzido, nesta ação de controle concentrado, é de interpretação conforme a Constituição, sem redução de texto, dos arts. 124, 126, caput, e 128, incisos I e II, do Código Penal – Decreto-lei 2848, de 1940 -, à compreensão de que inconstitucional a exegese que enquadra no crime de aborto a interrupção da gravidez de feto anencéfalo.
(...)
Para a clareza da exposição, é possível enfrentar o tema por três enfoques: (i) atipicidade da antecipação terapêutica do parto, em caso de anencefalia, quanto ao crime de aborto; (ii) vontade do legislador na retirada da anencefalia do rol das excludentes de ilicitude; e (iii) ponderação de valores entre liberdade, dignidade e saúde da mulher e a vida do feto anencefálico. A sopesar, ainda, à luz da causa de pedir aberta própria dos processos objetivos, o fundamento adicional trazido da tribuna, qual seja, o de que a criminalização da interrupção da gestação de feto anencéfalo, ou de feto sem viabilidade de vida extrauterina, implica violação de direito fundamental da mulher no tocante aos chamados direitos reprodutivos.
(...)
Para concluir, ao enfoque da teoria da proporcionalidade, o quociente da divisão das razões em favor da liberdade da mulher em cotejo com a proteção do feto anencefálico por meio da omissão do Estado e da declaração de inconstitucionalidade da leitura que inclui a interrupção, ou a antecipação terapêutica do parto, em caso de comprovada anencefalia, presentes as certezas empíricas sobre a afetação da esfera de atuação de cada um dos princípios em jogo, é maior que um. Há, portanto, de ser preservada a liberdade da grávida, quando se vê diante de tão doloroso dilema, de optar sobre o futuro da sua gestação de feto anencéfalo. Enfim, seja do ponto de vista epistemológico, seja por meio de análise histórica, seja a partir da hermenêutica jurídica, e forte ainda nos direitos reprodutivos da mulher, todos os caminhos levam ao reconhecimento da autonomia da gestante para a escolha, em caso de comprovada anencefalia, entre manter a gestação ou interrompê-la. A postura contrária não se mostra, data venia, sustentável em qualquer dessas perspectivas, o que enseja a procedência da presente ação de descumprimento de preceito fundamental para dar interpretação conforme aos artigos 124 e 126 do Código Penal, excluindo, por incompatível com a Lei Maior, a interpretação que enquadra a interrupção da gravidez, ou antecipação terapêutica do parto, em caso de comprovada anencefalia, como crime de aborto. É como voto.
QUESTÕES OBJETIVAS
1 - Com freqüência o termo hermenêutica jurídica é usado como sinônimo de interpretação da norma jurídica. MIGUEL REALE, por exemplo, fala em "hermenêutica ou interpretação do Direito", em suas Lições Preliminares de Direito. CARLOS MAXIMILIANO, por sua vez, distingue "hermenêutica" e "interpretação"; aquela seria a teoria científica da arte de interpretar; esta seria a aplicação da hermenêutica; em suma, a hermenêutica seria teórica e a interpretação seria de cunho prático, aplicando os ensinamentos da hermenêutica. Outros autores dão ao vocábulo um sentido mais amplo, que abrange a interpretação, a aplicação e a integração do Direito.  Com base nessas informações, conclui-se que:
(A) Não há necessidade de interpretação quando a norma é "clara, ou seja, "in claris cessat interpretatio" (dispensa-se a interpretação quanto o texto é claro).
(B) Um dos elementos que encerra o conceito de interpretação da norma é fixar o seu alcance: significa delimitar o seu campo de incidência; é conhecer sobre que fatos sociais e em que circunstâncias a norma jurídica tem aplicação.
(C) Quando se fala em interpretação da norma está-se referindo tão somente às leis, na medida em que somente as leis são utilizadas como fundamentos das decisões judiciais que precisam dessa interpretação jurídica.
(D) O trabalho do intérprete apenas é necessário quando as leis são obscuras. A interpretação nem sempre é necessária, a não ser que sejam obscuras ou pouco claras as palavras da lei ou de qualquer outra norma jurídica.
(E) A hermenêutica jurídica leva em conta o estado de espírito do intérprete da norma que pode influir nesta interpretação, razão pela qual a hermenêutica não pode ser considerada uma ciência.
Aula 12
STF reconhece união homoafetiva
Ao julgarem a ADIn 4277 e a ADPF 132, ministros reconheceram a união estável para casais do mesmo sexo. Ações foram ajuizadas, respectivamente, pela PGR e pelo governo do RJ. Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADIN nº. 4277/DF e da ADPF nº. 132/RJ, propostas pela Procuradoria Geral da República e pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro, respectivamente. Os acionantes pediam, em relação à ADIN nº. 4277/DF, a declaração de inconstitucionalidade do art. 1723 do Código Civil Brasileiro e a extensão, em relação à ADPF nº. 132/RJ, aos servidores públicos homossexuais do Estado do Rio de Janeiros dos direitos até então reservados aos servidores heterossexuais.
O ministro Ayres Britto argumentou que o artigo 3º, inciso IV, da CF/88 veda qualquer discriminação em virtude de sexo, raça, cor e que, nesse sentido, ninguém pode ser diminuído ou discriminado em função de sua preferência sexual. "O sexo das pessoas, salvo disposição contrária, não se presta para desigualação jurídica", observou o ministro, para concluir que qualquer depreciação da união estável homoafetiva colide, portanto, com o inciso IV do artigo 3º da CF.
Os ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso, bem como as ministras Cármen Lúcia Antunes Rocha e Ellen Gracie acompanharam o entendimento do ministro Ayres Britto, pela procedência das ações e com efeito vinculante, no sentido de dar interpretação conforme a CF para excluir qualquer significado do artigo 1.723, do CC, que impeça o reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar.
Veja os dispositivos legais elencados: 
Art. 226, §3º da Constituição da República, in verbis: “Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. (...) § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”.
A chamada “Lei da União Estável”, Lei  nº. 9278/ 1996 regulamentou este dispositivo constitucional, seu art. 1º traz o seguinte texto: “Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família”. Ou seja, apenas repetiu o que consta na regra da norma constitucional supracitada.
CÓDIGO CIVIL 
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
Considerando a interpretação gramatical das normas, seria impossível esta decisão do STF. Então, como hermeneuticamente pode ser fundamentada a decisão do STF ? Podemos afirmar tratar-se de uma questão de “opinião” da maioria dos Ministros? 
Em que pese as posições pessoais diversas , o objetivo deste exercício é levar o aluno (a) a refletir que as decisões judiciais , ainda mais considerando-se o grande impacto social das decisões do STF, não (devem estar) se baseiam em opiniões pessoais, mas em teorias jurídicas ( ou teorias jurídico-científicas) elaboradas por pensadores e não apenas construídas para aquela situação específica. 
Voto Ministro Ricardo Lewandovky ( grifos e legendas incluídos para fins didáticos )
Disponível em: http://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20110506-01.pdf
(...) Para conceituar-se, juridicamente, a relação duradoura e ostensiva entre pessoas do mesmo sexo, já que não há previsão normativa expressa a ampará-la, seja na Constituição, seja na legislação ordinária, cumpre que se lance mão da integração analógica. Como se sabe, ante a ausência de regramento legal específico, podeo intérprete empregar a técnica da integração, mediante o emprego da analogia, com o fim de colmatar as lacunas porventura existentes no ordenamento legal, aplicando, no que couber, a disciplina normativa mais próxima à espécie que lhe cabe examinar, mesmo porque o Direito, como é curial, não convive com a anomia.
(...)Não há, ademais, penso eu, como escapar da evidência de que a união homossexual, em nossos dias, é uma realidade de elementar constatação empírica, a qual está a exigir o devido enquadramento jurídico, visto que dela resultam direitos e obrigações que não podem colocar-se à margem da proteção do Estado, ainda que não haja norma específica a assegurá-los. Assim, muito embora o texto constitucional tenha sido taxativo ao dispor que a união estável é aquela formada por pessoas de sexos diversos, tal ressalva não significa que a união homoafetiva pública, continuada e duradoura não possa ser identificada como entidade familiar apta a merecer proteção estatal, diante do rol meramente exemplificativo do art. 226, quando mais não seja em homenagem aos valores e princípios basilares do texto constitucional.
(...) O que se pretende, ao empregar-se o instrumento metodológico da integração, não é, à evidência, substituir a vontade do constituinte por outra arbitrariamente escolhida, mas apenas, tendo em conta a existência de um vácuo normativo, procurar reger uma realidade social superveniente a essa vontade, ainda que de forma provisória, ou seja, até que o Parlamento lhe dê o adequado tratamento legislativo. Cuida-se, em outras palavras, de retirar tais relações, que ocorrem no plano fático, da clandestinidade jurídica em que se encontram, reconhecendo-lhes a existência no plano legal, mediante seu enquadramento no conceito abrangente de entidade familiar. Esse proceder metodológico encontra apoio no abalizado entendimento de Konrad Hesse, segundo o qual “o que não aparece de forma clara como conteúdo da Constituição é o que deve ser determinado mediante a incorporação da ‘realidade’ de cuja ordenação se trata”. 7 Dito de outro modo, não é dado ao intérprete constitucional, a pretexto de ausência de previsão normativa, deixar de dar solução aos problemas que emergem da realidade fenomênica, sob pena, inclusive, em nosso caso, de negar vigência ao disposto no art. 5º, XXXV, da Lei Maior.(...) 
(...) Em suma, reconhecida a união homoafetiva como entidade familiar aplicam-se a ela as regras do instituto que lhe é mais próximo, qual seja, a união estável heterossexual, mas apenas nos aspectos em que são assemelhados, descartando-se aqueles que são próprios da relação entre pessoas de sexo distinto, segundo a vetusta máxima ubi eadem ratio ibi idem jus(1), que fundamenta o emprego da analogia no âmbito jurídico. Isso posto, pelo meu voto, julgo procedente as presentes ações diretas de inconstitucionalidade para que sejam aplicadas às uniões homoafetivas, caracterizadas como entidades familiares, as prescrições legais relativas às uniões estáveis heterossexuais, excluídas aquelas que exijam a diversidade de sexo para o seu exercício, até que sobrevenham disposições normativas específicas que regulem tais relações. (Disponível em : http://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20110506-01.pdf)
(1) expressão em latim: onde há a mesma razão há (deve haver ) o mesmo direito. (Onde existe a mesma razão, aí se aplica o mesmo dispositivo legal.) 
QUESTÕES OBJETIVAS
1 - O método de interpretação das normas constitucionais segundo o qual se procura identificar a finalidade da norma, levando-se em consideração o seu fundamento racional, é o método
a) literal.
b) gramatical.
c) histórico.
d) sistemático.
e) teleológico.
Anulada
2 - A respeito da Hermenêutica do Direito, analise as proposições:
I- Hermenêutica e Interpretação não se confundem, enquanto a hermenêutica é teórica e visa a estabelecer princípios, a interpretação é de cunho prático, aplicando os ensinamentos da hermenêutica.
II- Com a interpretação extensiva, o intérprete constata que o legislador não usou propriamente os termos e disse menos do que queria afirmar.
III- Na analogia juris, amplia-se a significação das palavras até fazê-las coincidir com o espírito da lei.
IV- Quanto ao resultado, diz-se ser a interpretação autêntica quando emana do próprio órgão competente para a edição do ato interpretado.
A alternativa que corretamente julga as assertivas é:
a) as proposições I, II, III e IV estão corretas.
b) as proposições I, II e III estão corretas.
c) as proposições I e II estão corretas.
d) as proposições III e IV estão corretas.
Aula 13
Sr. Lindolfo, vem de uma família onde todos os homens são militares. Ao encerrar sua gloriosa carreira e passar para a reserva Sr Lindolfo notou que seu contra-cheque apresentava um valor inferior do que ele esperava. Chegando na sessão de pagamentos de inativos questionou a falta uma verba chamada “adicional de inatividade”. O funcionário do setor afirmou que a referida verba fora extinta já há muitos anos e que ele não fazia jus a tal remuneração. Sr. Lindolfo então argumentou que tal verba remuneratória era paga desde os tempo de seu avó e que quando ele entrou nas forças armadas a dita remuneração ainda existia, logo ele tinha direito adquirido à mesma. Irredutível, o funcionário do setor não retrocedeu. 
Inconformado, Sr. Lindolfo lhe procura como advogado(a) para uma consulta.
Responda: Sr. Lindolfo tem direito adquirido ao “adicional de inatividade” ? 
Informativo STF - Nº 481.Brasília, 24 a 28 de setembro de 2007 
PLENÁRIO
EC 41/2003: Critérios de Aposentadoria e Direito Adquirido
O Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta ajuizada pela Associação Nacional dos Membros do Ministério Público - CONAMP contra o art. 2º e a expressão "8º", contida no art. 10, ambos da Emenda Constitucional 41/2003, que tratam dos critérios para a aposentadoria e revogam o art. 8º da Emenda Constitucional 20/98. Salientando a consolidada jurisprudência da Corte no sentido da inexistência de direito adquirido a regime jurídico previdenciário e da aplicação do princípio tempus regit actum nas relações previdenciárias, entendeu-se não haver, no caso, direito que pudesse se mostrar como adquirido antes de se cumprirem os requisitos imprescindíveis à aposentadoria, cujo regime constitucional poderia vir a ser modificado. Asseverou-se que apenas os servidores públicos que haviam preenchido os requisitos previstos na EC 20/98, antes do advento da EC 41/2003, adquiriram o direito de aposentar-se de acordo com as normas naquela previstas, conforme assegurado pelo art. 3º da EC 41/2003 ("Art. 3º É assegurada a concessão, a qualquer tempo, de aposentadoria aos servidores públicos, bem como pensão aos seus dependentes, que, até a data de publicação desta Emenda, tenham cumprido todos os requisitos para obtenção desses benefícios, com base nos critérios da legislação então vigente."). Esclareceu-se que só se adquire o direito quando o seu titular preenche todas as exigências previstas no ordenamento jurídico vigente, de modo a habilitá-lo ao seu exercício, e que as normas previstas na EC 20/98 configurariam uma possibilidade de virem os servidores a ter direito, se ainda não preenchidos os requisitos nela exigidos antes do advento da EC 41/2003. Assim, considerou-se não haver óbice ao constituinte reformador para alterar os critérios que ensejam o direito à aposentadoria por meio de nova elaboração constitucional ou de fazê-las aplicar aos que ainda não atenderam aos requisitos fixados pela norma constitucional. Vencidos os Ministros Carlos Britto, Marco Aurélio e Celso de Mello, que julgavam o pleito procedente. 
Precedentes citados: ADI 3105/DF e ADI 3128/DF (DJU de 18.2.2005); RE 269407 AgR/RS (DJU de 2.8.2002); RE 258570/RS (DJU de19.4.2002); RE 382631 AgR/RS (DJU de 11.11.2005).
ADI 3104/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 26.9.2007. (ADI-3104)
 
Ainda no mesmo sentido ( NOTÍCIA – CONJUR ):
(Disponível em : http://www.conjur.com.br/2014-mar-14/servidor-publico-nao-direito-adquirido-beneficio-foi-extinto)
SERVIDOR NÃO TEM DIREITO ADQUIRIDO A BENEFÍCIO EXTINTO
Benefícios que integram remuneração de servidor público podem ser extintos e modificados sem gerar direito adquirido, desde que não resultem na redução do valor nominal total do salário. Com esse entendimento, a Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais, reunida em Brasília na última quarta-feira (12/3), negou pedido apresentado por militar de Sergipe que cobrava uma parcela denominada “adicional de inatividade”.
O pagamento desse adicional foi abolido dos proventos dos militares da reserva, por força da Medida Provisória 2.131/2000, que observou o prazo de cinco anos para prescrição. O autor do pedido alegava que possuía direito adquirido a regime jurídico, argumento que havia sido aceito pela Turma Recursal de Sergipe.
A União, no entanto, disse que o acórdão diverge do entendimento do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, que reconhecem a liberdade do legislador para estabelecer nova fórmula de composição remuneratória, uma vez que não haveria direito adquirido a regime jurídico.
Segundo o juiz federal Paulo Ernane Moreira Barros, relator do processo na TNU, a jurisprudência das Cortes Superiores é pacífica no sentido de verificar problema apenas na mudança que diminua o valor nominal. “Não evidenciado que a parte autora sofreu decréscimo nominal em seus proventos (...), não há se falar em ilegalidade do ato de supressão do chamado ‘adicional de inatividade’”. Com informações da Assessoria de Comunicação Social do Conselho da Justiça Federal .
Processo 0504647-64.2010.4.05.8500
1.    No que concerne à vigência e aplicação das leis, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasieliro, é correto afirmar que
a) salvo disposição em contrário, a lei revogada se restaura por ter a lei revogadora  perdido a vigência.
b) não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
c) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes modifica a lei anterior.
d) a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida nos Estados estrangeiros se inicia dois meses depois de oficialmente publicada.
e) as correções a texto de lei já em vigor não consideram-se lei nova.
2 - A propósito da Lei de Introdução às Normas doDireito Brasileiro, salvo disposição em contrário, a lei, depois de oficialmente publicada, começa a vigorar em todo o país em:
a) 30 dias
b) 40 dias
c) 45 dias.
d) 60 dias
e) 90 dias.
3 - No que se refere à revogação da Norma Jurídica, há as seguintes possibilidades: 
I. Total, também chamada de ab-rogação e tácita, também chamada de Aberratio. 
II. Total, também chamada de ab-rogação e Parcial, chamada de derrogação. 
III. Expressa ou tácita. 
IV. Expressa, chamada de ab-rogação e tácita, chamada de derrogação. 
(a) Apenas opções I e II estão corretas. 
(b) Apenas opções II e IV estão corretas. 
(c) Apenas opções II e III estão corretas. 
(d) Apenas opções I e IV estão corretas.
Aula 14
A Sra. M.A.S. , representando seu filho recém-nascido, ajuizou em 1989 uma Ação Investigatória de Paternidade contra o Sr. C.F.G. para provar que ele era o pai da criança. Para tanto juntou apenas algumas testemunhas e documentos e deixou de realizar o Exame de Código Genético ( Exame de DNA), pois era muito custoso à época e ela não possuía recursos financeiros para tanto.  A defesa do sr. C.F.G, contestou as testemunha e conseguiu colocar em dúvida a maioria dos documentos apresentados. O juiz do caso então, julgou a demanda improcedente por falta de provas. Em 2008, P.R.M. , filho da sra. M.A.S., solicitou que sua mãe ajuizasse outra Ação novamente em face  C.F.G. a fim obter o reconhecimento de paternidade deste, pois agora, uma lei do Estado em que moravam garantia a realização gratuita do Exame de DNA para pessoas hipossuficientes. Pedia ainda na Ação retificação do seu registro de nascimento e seus documentos pessoais, cujo campo “nome do pai” constava “não declarado”. O sr. C.F.G alegou que este caso já fora julgado pelo Poder Judiciário, havendo , portanto, coisa julgada sobre este assunto. 
Você, como juiz da causa, o que decidiria nesta situação ?
(NOTÍCIAS – STF ) 
Ação de investigação de paternidade e superação da coisa julgada material
( Disponível em :  http://www2.stf.jus.br/portalStfInternacional/cms/destaquesNewsletter.php?sigla=newsletterPortalInternacionalJurisprudencia&idConteudo=195011)
 
O Tribunal, em votação majoritária, deu provimento a recurso extraordinário para afastar o óbice da coisa julgada e permitir o prosseguimento de nova ação de investigação de paternidade. Na espécie, a primeira ação investigatória fora ajuizada em 1989, porém, em razão das escassas condições financeiras da mãe do autor, não se realizara o exame de código genético - DNA, tendo sido a demanda julgada improcedente por ausência de provas. Com a edição da Lei Distrital nº 1.097/1996, que assegurou a realização gratuita desse exame às pessoas reconhecidamente necessitadas, a referida genitora ajuizara a demanda atual, mas o processo fora extinto sem julgamento de mérito em respeito à coisa julgada material. Prevaleceu o voto do Ministro Dias Toffoli, relator, que entendeu que, no caso, a coisa julgada deveria ser relativizada em face do direito personalíssimo de todo o ser humano ao conhecimento da verdade sobre sua origem biológica. Asseverou tratar-se simplesmente de reconhecer que houve evolução nos meios de prova para a aferição da paternidade e que a defesa do acesso à “informação sobre a paternidade” deveria ser protegida porque se insere no conceito de direito da personalidade. O relator considerou que, na situação dos autos, esse direito fora obstaculizado pelo fato de o Estado haver faltado com seu dever de assistência jurídica (Constituição Federal, artigo 5º, inciso LXXIV), uma vez que não custeara o exame à época da ação anterior. Os demais Ministros que deram provimento ao recurso ressaltaram que a espécie envolveria o cotejo entre a coisa julgada e o princípio da dignidade da pessoa humana, consubstanciado no direito à informação genética.
Processo/Proceso: RE 363889/DF.
 
Decisão: O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a presença de repercussão geral na discussão acerca da incidência dos artigos 5º, incisos XXXVI e LXXIV e 227, § 6º, ambos da Constituição Federal, aos casos de ação de paternidade julgada improcedente por falta de condições materiais para a realização da prova. Votou o Presidente. Em seguida, após o voto do Senhor Ministro Dias Toffoli (Relator), que conhecia dos recursos e lhes dava provimento para cassar o acórdão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal que extinguiu o processo sem julgamento de mérito, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Luiz Fux. Falou, pelo recorrente, o Dr. Marcus Aurélio Dias de Paiva e, pelo Ministério Público Federal, o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos. Presidência do Senhor Ministro Ayres Britto (Vice-Presidente).
Aula 15
Um estudante de direito assistindo a um filme policial de hollywood, observou que quando um personagem, que representava o vilão do filme, foi preso pelo policial, o agente do Estado leu os seus direitos : Sou o Sargento Smith da Polícia de Los Angeles. Você está preso. Você tem o direito de permanecer em silêncio; tudo o que você disser poderá e será usado contra você no tribunal. Você tem o direito a um advogado. Se você não puder pagar um advogado, o Estado lhe indicará um. Você entendeu os seus direitos?" ( Fonte: http://www.mirandarights.org)
O estudante então pensou: se fosse no Brasil?
a) O Estado iria custear qualquer valor de honorários cobrados pelo advogado? 
b) Qual a função do Poder Judiciário, afinal? Ele sempre  cumpre o seu papel ?
c) Quais são as Funções Essenciais à Justiça?
a) Não. Atualmente há Defensoria Pública instalada em todos os Estado brasileiros. Ocorre que A Defensoria pode não estar estruturada em todasas localidades. Nestes casos, haverá a nomeação de um advogado dativo pela OAB local ou pelo Tribunal, a fim de que possa o Réu ter a sua defesa técnica. Dependendo da localidade, este advogado dativo ( defensor dativo ) poderá vir a receber um valor a título de “pro labore”, mas que será um valor módico, dado a sua indispensabilidade e a função social que exerce ( art. 133, CF c/c art. 2.ª Lei nº 8.906/94 – Estatuto da Advocacia e da OAB ) 
b) A função do Poder Judiciário é garantir os direitos individuais, coletivos e sociais e resolver conflitos entre cidadãos, entidades e Estado. Para isso, tem autonomia administrativa e financeira garantidas pela Constituição Federal. No entanto, podemos analisar criticamente há três fatores que devem ser levados em consideração por quem pretenda valer-se do trabalho dos instrumentos estatais da justiça: a incerteza do direito, a lentidão da máquina estatal e o alto custo do funcionamento do aparato judiciário. Esses fatores podem levar a algumas consequências como: a falta de realização ou a realização tardia, muitas vezes ineficaz, dos ideais da justiça; um sentimento de desconfiança da opinião pública em relação à efetividade da tutela jurisdicional.
c)     Quais são as Funções Essenciais à Justiça?
Ministério Público, Advocacia Pública, Advocacia e Defensoria Pública. 
1. João é advogado, Marcos é preposto do sindicato patronal,  Mariângela é membro do Ministério Público, Anita é defensora pública, Flávio é juiz do tribunal de justiça desportiva e Raquel é procuradora federal. Indique a opção que aponta os amigos que desempenham funções essenciais à Justiça:
a) João, Marcos e Mariângela
b) Marcos, Mariângela e Anita
c) Anita, Flávio e Raquel
d) João, Raquel e Marcos
e) Anita, Mariângela e Raquel
2. A jurisdição não pode ser delegada, ou seja, não se pode delegar a terceiros o poder de solucionar conflitos. Esta afirmação se refere ao princípio da:
a)  investidura
b)  aderência
c)  indelegalibilidade
d) inevitabilidade
e) proporcionalidade

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