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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
2005
1º Semestre
EXPEDIENTE
CURSO DE DIREITO – CADERNOS DE EXERCÍCIOS
Coordenação Geral do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá
Prof. Sérgio Cavalieri Filho
Prof. André Cleofas Uchôa Cavalcanti
Coordenação Executiva: Márcia Sleiman
COORDENAÇÃO DO PROJETO
Comissão de Qualificação e Apoio Didático-pedagógico
Presidência: Prof. Laerson Mauro
Coordenação: Prof.ª Tereza Moura
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
Prof. André Cleofas Uchôa Cavalcanti
Prof.ª Patrícia Cardoso
APRESENTAÇÃO
A metodologia de ensino aplicada no Curso de Direito da Universidade
Estácio de Sá é centrada na articulação entre a teoria e a prática, com
vistas a desenvolver o raciocínio jurídico do aluno. Essa metodologia
abarca o estudo interdisciplinar dos vários ramos do Direito, permitindo
o exercício constante da pesquisa, bem como a análise de conceitos e a
discussão de suas aplicações. Nesta perspectiva, foi criada a Coleção
Cadernos de Exercícios, que contempla uma série de casos práticos e
interdisciplinares para serem desenvolvidos em aula, simulando casos
concretos de provável ocorrência na vida profissional. O objetivo desta
coleção é possibilitar aos alunos o acesso ao material didático que propi-
cie um aprender fazendo.
Os pontos relevantes para o estudo dos casos devem ser objeto de
pesquisa prévia pelos alunos, envolvendo a legislação pertinente, a dou-
trina e a jurisprudência, de forma a prepará-los para as discussões reali-
zadas em aula.
Esperamos, com estes cadernos, criar condições para a realização de
aulas mais interativas e propiciar a melhoria constante da qualidade do
ensino do nosso Curso de Direito.
Coordenação Geral do Curso de Direito
PROCEDIMENTOS
1. Ler, antecipadamente, os casos concretos e as questões de múltipla
escolha que serão objeto da aula seguinte, pesquisando a base
conceitual necessária.
2. Levar para a aula os apontamentos e o material de consulta necessári-
os à solução dos exercícios (código, doutrina e jurisprudência), assim
como, em folha avulsa, a resolução das questões.
3. Acompanhar o desenvolvimento da aula, participar ativamente de de-
bates mediados pelo professor e construir, em conjunto com os de-
mais alunos, as respostas para os exercícios.
4. Arquivar as respostas das questões debatidas e solucionadas, em
pasta própria, identificada com nome, turma, turno e unidade, devida-
mente rubricadas pelo professor no dia da respectiva aula.
5. Manter o arquivo atualizado, aprimorando a fundamentação de cada
resposta com doutrina e jurisprudência, se houver.
ATENÇÃO
A participação do aluno na discussão das questões e a apresentação das
pastas devidamente organizadas, com todos os exercícios resolvidos e
fundamentados com doutrina e jurisprudência, serão objeto de avaliação
subjetiva do professor, que poderá atribuir até dois pontos em cada uma
das PRs (PR1/PR2, mesmo em 2ª chamada), não valendo essa avaliação
para a PROVA FINAL.
Estrutura das provas (PR1, PR2, mesmo em 2ª chamada)
Cada uma das provas valerá 8,0 pontos, da seguinte forma:
• duas questões de múltipla escolha, com respostas justificadas, va-
lendo 1,0 ponto cada;
• dois casos concretos, valendo 2,5 pontos cada;
• uma questão conceitual (aquela que exige a compreensão dos con-
ceitos por meio da síntese), valendo 1,0 ponto.
SUMÁRIO
AULA 1
Apresentação da disciplina. Indicação bibliográfica (15 minutos
iniciais da aula). O direito. O mundo natural e o mundo cultural. O ser
humano como produtor de cultura. Juízo de valor e juízo de realidade.
Concepção introdutória da palavra “direito” (com enfoque no direito
positivo). O direito e sua função social. Finalidade do direito: controle
social, prevenção e composição de conflitos de interesses, promoção
de ordem, segurança e justiça .................................................... 11
AULA 2
Debate sobre a qualificação do direito como ciência (histórica,
cultural, social e normativa). Noções sobre a Teoria tridimensional
do direito de Miguel Reale. Mecanismos de controle social (religião,
moral, normas de trato social e o direito). Relação entre o direito e a
moral (Teorias dos círculos) ....................................................... 13
AULA 3
Divisões do direito. O direito natural. O direito positivo, o direito
objetivo e o direito subjetivo. Diferenças entre direito público interno
e externo e o direito privado interno e externo. Principais ramos do
direito público interno: constitucional, administrativo, tributário,
penal, processual civil e penal. A questão do direito do trabalho.
Ramos do direito privado interno: civil e comercial. A unificação do
direito privado. A questão da superação da dicotomia do direito
público e do direito privado ....................................................... 16
AULA 4
Fontes do direito positivo. Conceito de fontes do direito e classi-
ficação. Distinção entre fontes materiais (substanciais) e formais
(de conhecimento ou de cognição) do direito. A lei. Os costumes.
O papel da doutrina e da jurisprudência no sistema jurídico
brasileiro .................................................................................... 20
AULA 5
A norma jurídica. Conceito. Estrutura da norma jurídica. Principais
características: abstração, generalidade ou universalidade, impe-
ratividade, heteronomia, alteridade, coercibilidade, bilateralidade
atribuitiva ................................................................................... 24
AULA 6
A norma jurídica (continuação). Os diversos critérios de classificação
das normas jurídicas: critério da destinação; critério da existência;
critério da extensão territorial; critério do conteúdo; critério da
imperatividade e critério da sanção ........................................... 25
AULA 7
A lei e o ordenamento jurídico. O processo de elaboração legislativa.
Espécies legislativas .................................................................. 27
AULA 8
Validade das normas (técnico-formal ou vigência, social e ética). O
início da vigência da lei. A vacância da lei: conceito e cômputo.
O princípio da obrigatoriedade das leis. Término da vigência das leis:
ab-rogação e derrogação; revogação expressa e tácita. A questão da
repristinação ............................................................................... 30
AULA 9
Conflitos de lei no tempo. Direito intertemporal. A questão da
retroatividade e da irretroatividade das leis. O direito adquirido
(Doutrina de Gabba, Roubier e Lasalle), o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada no contexto da Lei de Introdução ao Código Civil, da
Constituição Federal e do Novo Código Civil (art. 2.035) .......... 32
AULA 10
Hermenêutica jurídica e interpretação do direito. Tipos de inter-
pretação: autêntica, judicial, administrativa, doutrinária, literal,
racional, lógico-sistemática, sociológica, histórica, teleológica,
declarativa, extensiva e restritiva. A leitura do ordenamento jurídico
à luz dos princípios constitucionais ........................................... 35
AULA 11
Aplicação e integração das leis. Elementos de integração do direito:
analogia, costumes, princípios gerais do direito e eqüidade. O
problema das lacunas e recursos às fontes secundárias do direito.
Visão sistemática do ordenamento jurídico: antinomia e critérios de
solução ...................................................................................... 37
11
AULA 1
Apresentação da disciplina. Indicação bibliográfica (15 minutos iniciais
da aula). O direito. O mundo natural e o mundo cultural. O ser humano
como produtor de cultura. Juízo de valor e juízo de realidade. Concepção
introdutória da palavra “direito” (com enfoque no direito positivo). O
direito e sua função social. Finalidade do direito: controle social, preven-
ção e composição de conflitos de interesses, promoção de ordem, segu-
rança e justiça.
CASO 1
Tema: Os diversos significados da palavra “direito”.
O direito (1) à vida e à saúde é tutelado no direito (2) brasileiro e cabe ao
Estado cuidar da saúde e da assistência pública.Com base nestes argu-
mentos, José teve reconhecido o direito (3) a receber medicamentos do
Estado para o tratamento de uma doença que contraíra. Realmente, não
parece direito (4) deixar um cidadão direito (5) desassistido. Mas nem
sempre foi assim: apenas com o passar do tempo, o estudo do direito (6)
reconheceu esses direitos (7) sociais, transformando-os em direito (8).
a) Identifique as diversas acepções da palavra direito no texto acima, esta-
belecendo correspondência com os seguintes significados: direito subje-
tivo, direto objetivo, direito positivo, justo, correto e ciência jurídica.
b) Diferencie direito positivo de direito objetivo.
c) Quando nos referimos ao direito de uma pessoa ou de muitas, estamos
nos referindo a que tipo de direito? Conceitue este direito.
d) Qual a distinção entre direito e justiça?
CASO 2
Tema: A finalidade do direito: controle social, prevenção e composição
de conflitos, promoção da ordem, segurança e justiça.
Eleita a Assembléia Nacional Constituinte, senadores e deputados fica-
ram encarregados de redigir uma nova Constituição para a República
12
Federativa do Brasil. Concluídos os trabalhos, foi elaborado o seguinte
preâmbulo com intuito de demonstrar os propósitos das normas conti-
das no documento:
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Naci-
onal Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a as-
segurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segu-
rança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconcei-
tos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos,
sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL.”
a) A partir do Preâmbulo da CF/1988, identifique as finalidades do
ordenamento jurídico brasileiro (direito positivo brasileiro).
b) Podemos dizer que o direito que regia o estado nazista de Hitler (direi-
to positivo alemão de 1940) tinha a mesma finalidade que o nosso
ordenamento jurídico? Justifique. O que há de comum entre ambos?
c) Quais as finalidades do direito como conjunto sistemático de regras
(direito objetivo)?
Questões objetivas (Respostas justificadas)
1) As normas éticas se estruturam lingüisticamente por meio de:
a) juízos de valor. d) questionamentos.
b) juízos de realidade. e) ser.
c) dever-ser.
2) É considerada instituição fundamental da sociedade:
a) a igreja. d) a família.
b) o contrato. e) as associações de bairro.
c) a escola.
13
AULA 2
A qualificação do direito como ciência (histórica, cultural, social e
normativa). Noções sobre a Teoria tridimensional do direito de Miguel
Reale. Mecanismos de controle social (religião, moral, normas de trato
social e o direito). Relação entre o direito e a moral (Teorias dos círculos).
CASO 1
Tema: Mecanismos de controle social – moral e direito.
Y é garota de programa e costuma “fazer ponto” na rua Eliseu de Brito,
em frente ao edifício de número 10. Marcos, residente do nesse edifício,
acredita ser imoral o que ali se passa, pois a moça, embora vestida nor-
malmente, desempenha atividade contrária aos bons costumes da vizi-
nhança. Comunicada a delegacia policial mais próxima, determinou o de-
legado que a moça fosse retirada imediatamente do local, mantendo-a
presa, em seguida, por 48 horas. Liberada, Y noticiou ao Ministério Púbico
o cometimento de crime de abuso de poder por parte do delegado. Ale-
gou que a atividade por ela desempenhada, embora imoral para alguns,
não é ilegal, por inexistir qualquer regra jurídica neste sentido.
a) Dentro dos padrões médios de moralidade, a atividade desempenhada
por Y é reprovável? Em caso positivo, há sanção moral que se possa
impor a Y por sua conduta? Juridicamente, a atividade de Y é reprová-
vel? Há sanção no plano jurídico para Y em razão de sua conduta? Há, no
caso, identidade entre a regra jurídica e a regra moral? Justifique todas as
respostas.
b) A atitude do delegado é juridicamente reprovável? Em caso positivo,
qual a sanção a que ele deve se submeter? É moralmente aceitável que
uma autoridade prive alguém de sua liberdade sem motivo para tanto? Em
caso negativo, qual a sanção moral para o delegado? Nesta hipótese, há
identidade entre a regra jurídica e a regra moral? Justifique as respostas.
c) O direito pode ser inspirado na moral?
d) Diferencie direito de moral.
14
CASO 2
Tema: Mecanismos de controle social: religião e direito.
Mário, acometido de grave doença, foi internado num hospital público.
Já inconsciente, necessitou de uma transfusão de sangue. Seus familia-
res, embora alertados sobre a gravidade da doença, proibiram terminan-
temente que o médico procedesse à transfusão, uma vez que tanto o
paciente como seus familiares pertencem a uma religião que condena tal
procedimento. O médico, ciente de sua missão – salvar vidas – presente
em seu juramento e no Código de Ética da profissão, considerou inacei-
tável a decisão da família. Diante do impasse e temendo ser acusado de
crime de omissão de socorro, em caso de morte do paciente, o médico
ingressou em juízo pedindo autorização para proceder à transfusão.
a) No caso em exame, a norma religiosa – que impede a transfusão de
sangue – e a norma jurídica – que impõe pena para omissão de socorro –
são normas de conduta? Justifique. Em que consiste a distinção entre
ambas?
b) Se Mário estivesse consciente e desejasse descumprir a norma religi-
osa para salvar-se, haveria alguma sanção a que necessariamente se
devesse submeter? Justifique.
c) Se o paciente viesse a falecer, por não ter havido a transfusão de
sangue, e o médico, acusado de omissão de socorro, fosse condenado,
haveria alguma sanção a que este último necessariamente se devesse
submeter? Justifique.
d) A norma jurídica depende da concordância do indivíduo para se fazer
valer? E a norma religiosa? Por quê?
CASO 3
Tema: Teoria tridimensional do direito.
José contrata com João a locação de um imóvel por determinado preço.
João, locatário, deixa de pagar os valores acordados. José, respaldado na
Lei de Locação, entra com ação de despejo cumulada com cobrança dos
15
aluguéis em atraso, recuperando, após a decisão do juiz, a posse direta
de seu imóvel.
a) Qual o fato determinante do despejo de João?
b) A Lei de Locação, quando determina o despejo do mau pagador, visa
a quê? Justifique.
c) Podemos dizer que esta norma contida na Lei de Locação descreve um
fato para preservar um valor? Justifique.
CASO 4
Tema: Teoria tridimensional do direito.
Maria, ao preencher o formulário de adesão ao plano de saúde da empre-
sa Y, omite o fato de ser portadora de hipertensão arterial, com o intuito
de obter redução nas prestações a ele relativas. Internada às pressas em
razão da doença, Maria foi obrigada a passar três dias na Unidade de
Terapia Intensiva, o que lhe acarretou elevada despesa. Descoberta a
omissão na oportunidade, a empresa Y se negou a ressarcir Maria dos
gastos decorrentes da internação, alegando que ela faltou com a lealda-
de contratual, exigida por lei. Maria ingressou em juízo pedindo o ressar-
cimento, mas não logrou êxito com a ação, uma vez que o magistrado
acatou os argumentos da empresa.
a) Que fato retirou de Maria a possibilidade de se ver ressarcida das
despesas médicas?
b) A que visam preservar os artigos 765 e 766 do Código Civil ao determi-
nar a perda do direito à garantia do segurado, no caso de declarações
inexatas que possam influir no preço ou na aceitação da proposta?
c) É possível afirmar que esta norma descreve um fato para preservar um
valor? Justifique.
16
Questões objetivas (Respostas justificadas)
1) Para que haja um fenômeno jurídico é necessário existir fato, valor e
norma. Com a criação da norma, o fato e o valor ficam interligados e entram
no mundo jurídico como única coisa. O direito ilumina o fato relevante.
O acima disposto consagra o (a):
a) Jusnaturalismo.
b) Juspositivismo.c) Teoria tridimensional do direito.
d) Teoria dos círculos independentes.
e) Teoria dos círculos concêntricos.
2) Marque falso (F) ou verdadeiro (V) para as afirmativas seguintes.
Justifique as falsas.
a) ( ) Possui direito subjetivo todo aquele que pode utilizar a garan-
tia do direito objetivo para a realização de um interesse próprio.
b) ( ) O direito natural é espontâneo, não escrito e informal.
c) ( ) Direito positivo é o direito que independe da vontade humana,
pois sempre é escrito.
d) ( ) O direito consuetudinário faz parte do direito positivo.
e) ( ) Direito subjetivo é o conjunto de normas jurídicas impostas
ao homem com o fim de satisfazer aos seus interesses.
AULA 3
Divisões do direito. O direito natural. O direito positivo, o direito objetivo
e o direito subjetivo. Diferenças entre direito público interno e externo e o
direito privado interno e externo. Principais ramos do direito público inter-
no: constitucional, administrativo, tributário, penal, processual civil e pe-
nal. A questão do direito do trabalho. Ramos do direito privado interno:
civil e comercial. A unificação do direito privado. A questão da superação
da dicotomia do direito público e do direito privado.
17
CASO 1
Tema: Direito natural.
Em 2004, jornais de grande circulação noticiaram que a dona de casa
Maria das Graças sofreu um derrame. O lado direito de seu corpo ficou
paralisado, não falava e tinha grande dificuldade de compreensão. O
médico comunicou à família de Maria das Graças que as seqüelas eram
permanentes, mas que poderia haver uma esperança: para esses casos,
havia em andamento, no Hospital Pró-Cardíaco e na UFRJ, um estudo
que envolvia a aplicação de células-tronco. A família aceitou que a paci-
ente fosse submetida a essa experiência. Cinco dias após ter sofrido o
derrame, Maria das Graças recebeu o implante de células-troco adultas
retiradas da sua própria medula óssea. Em pouco mais de duas semanas,
já caminhava, conseguia falar algumas palavras e apresentava bem me-
nos dificuldades de compreensão.
No direito brasileiro, não existe norma regulamentadora da hipótese acima,
nem tampouco da utilização de células-tronco embrionárias, estando a lei
de biossegurança, que regulamenta tais pesquisas, tramitando lentamente
no Congresso Nacional. A demora se deve principalmente à oposição da
bancada formada por parlamentares católicos e evangélicos. O projeto
prevê que poderão ser usadas em pesquisas células de embriões descarta-
dos por clínicas de fertilização in vitro, desde que tenham autorização do
casal que gerou os embriões. Para a pesquisa com células-tronco ser libe-
rada, o projeto precisa passar pelo plenário da Câmara. Depois, irá à sanção
do presidente da República. Não há previsão de votação.
a) Conforme podemos verificar, o direito positivo não regulamenta a ques-
tão. Seria possível legitimar as experiências com células-tronco embrio-
nárias com base no direito natural? Justifique.
CASO 2
Tema: Diferenças entre direito público e direito privado.
O Estado do Rio de Janeiro locou um imóvel para instalar um órgão
administrativo do governo. No entanto, não vem pagando os aluguéis
em dia. O dono do imóvel pretende ajuizar ação de despejo por falta de
18
pagamento em face do Estado do Rio de Janeiro. O ente da federação se
nega a pagar o aluguel e pretende continuar no imóvel sob o fundamento
do interesse público de que ali está instalada “uma farmácia popular”
que vende remédios a R$ 1,00.
a) O Estado do Rio de Janeiro, nesta relação locatícia, está atuando na
qualidade de Estado (quando seus poderes são utilizados tendo em vista
o interesse público) ou na qualidade de um particular? Por quê?
b) Esta relação jurídica está no campo do direito público ou privado? Por
quê?
c) O que objetivam as regras de direito público? E as de direito privado?
CASO 3
Tema: Diferenças entre direito público e direito privado.
O Município de Macaé, tendo em vista a realização de obras para a
construção de uma estrada para viabilizar o escoamento da produção de
petróleo, editou um decreto expropriatório visando a desapropriação do
imóvel onde se localiza a Fazenda São Pedro, de propriedade de Antônio
Ferreira. Descontente com o ocorrido, Antônio ingressa com ação na
justiça estadual na tentativa de preservar seu direito de propriedade. Na
petição inicial, Antônio alega que a Fazenda São Pedro está em poder de
sua família há quase 100 anos e, além disso, que possui considerável
número de cabeças de gado leiteiro e de corte, não se tratando, portanto,
de terra improdutiva. Não obstante a ação intentada, Antônio teve suas
terras desapropriadas.
a) O Estado do Rio de Janeiro, nesta relação desapropriatória, está atuan-
do na qualidade de Estado (quando seus poderes são utilizados tendo
em vista o interesse público) ou na qualidade equivalente a de um parti-
cular? Por quê?
b) Esta relação jurídica está no campo do direito público ou privado?
Justifique.
19
CASO 4
Tema: Dicotomia entre direito público e direito privado.
Recentemente, integrantes do movimento dos “sem-teto” invadiram um
prédio na Barra da Tijuca – Rio de Janeiro. Alegaram não possuir moradia
e, tendo em vista estar o imóvel abandonado há muitos anos, levando-se
em conta a função social da propriedade, direito reconhecido constitucio-
nalmente, acreditaram ser possível tomar posse das unidades habitacionais
para nelas residirem. O proprietário, por seu turno, ajuizou ação de reinte-
gração de posse em face dos ocupantes, alegando que a propriedade
privada também tem proteção constitucional, devendo este direito preva-
lecer, em razão da garantia da segurança das relações sociais.
a) O direito de propriedade representa um interesse pessoal ou social?
Justifique.
b) Ele encontra proteção no direito público ou no direito privado? Por quê?
Questões objetivas (Respostas justificadas)
1) Júlio, defensor público aposentado, requer em juízo o pagamento de
uma determinada verba que está sendo paga aos defensores públicos
que estão na ativa, mas não aos que já se aposentaram. Fundamenta o
seu pedido na regra da paridade entre servidores em atividade e aposen-
tados, disposta no artigo 40, § 8º, da Constituição da República Federa-
tiva do Brasil, de acordo com o qual:
“(...) os proventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na
mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remunera-
ção dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos aposen-
tados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posterior-
mente concedidos aos servidores em atividade (...)”
O pedido formulado por Júlio está fundamentado com apoio no:
a) direito positivo. d) direito autoral.
b) direito natural. e) costume.
c) direito processual.
20
2) Em relação à divisão do direito, assinale a afirmativa correta.
a) São considerados sub-ramos do direito público interno, o direito
constitucional, o direito penal, o direito administrativo e o direi-
to comercial.
b) O direito público é o ramo do direito em que o Estado, pelo inte-
resse social, coordena a vontade das pessoas da sociedade.
c) O grande mestre Miguel Reale entende que o direito do trabalho
é sub-ramo do direito privado, uma vez que regula as relações tra-
balhistas, cujo interesse é individual e particular das pessoas que
a compõem, que são o empregado e o empregador.
d) O direito penal, como sub-ramo do direito público, é o conjunto
de regras e princípios pelos quais se tipificam formas de conduta
consideradas criminosas, e para os quais são cominadas penas.
e) O sistema jurídico common law tem como fonte principal os usos
e costumes.
AULA 4
Fontes do direito positivo. Conceito de fontes do direito e classificação.
Distinção entre fontes materiais (substanciais) e formais (de conheci-
mento ou de cognição) do direito. A lei. Os costumes. O papel da doutri-
na e da jurisprudência no sistema jurídico brasileiro.
CASO 1
Tema: Fontes materiais e fontes formais do direito.
Em razão da massificação da produção e do consumo, as grandes empre-
sasperderam, com o passar dos anos, a capacidade de negociar com
seus clientes de forma personalizada. A partir deste momento, surgiu o
que hoje denominamos “contrato de adesão”, instrumento cujas cláu-
sulas são pré-definidas: o cliente, simplesmente, adere ao negócio que
lhe é proposto. São os contratos referentes a cartões de crédito, planos
de saúde e tantos outros itens. A sociedade brasileira vinha notando o
abuso das empresas ao incluírem cláusulas em seus contratos que preju-
21
dicavam os consumidores. Foi a partir de então que a Assembléia Nacio-
nal Constituinte incluiu, na Constituição de 1988, um dispositivo que
determinava ao Estado promover a proteção do consumidor, do que re-
sultou, posteriormente, o Código de Proteção e Defesa do Consumidor.
a) Com base no acima descrito, indique, justificadamente, a fonte formal
e a fonte material do direito do consumidor vigentes hoje no Brasil.
 CASO 2
Tema: Jurisprudência como fonte do direito.
Ônibus da companhia X bateu de frente com o caminhão da empresa de
transporte Y, que invadiu a contramão de direção. Vários passageiros do
ônibus ficaram gravemente feridos, pelo que ajuizaram ação de indeniza-
ção em face da companhia X. Em defesa, esta alegou culpa exclusiva do
motorista do caminhão, que invadiu a contramão de direção. A sentença
julgou procedentes os pedidos com base na Súmula 187 do Supremo
Tribunal Federal, que diz: “A responsabilidade contratual do transporta-
dor, pelo acidente com passageiro, não é elidida por culpa de terceiro,
contra o qual tem ação regressiva.” Argumentou ainda que esta súmula
foi transformada em texto legal no artigo 735 do novo Código Civil.
a) O que é uma súmula?
b) A jurisprudência do STF pode ser considerada fonte formal do direito?
Justifique.
c) Podemos afirmar que a jurisprudência se constitui em fonte do direito no
momento em que o juiz a levou em conta para decidir a questão? Por quê?
d) As interpretações feitas pelos tribunais dos artigos de lei são fontes
do direito (inspiram a criação de normas jurídicas) ou representam meios
de integração do direito (ajustam normas existentes às situações concre-
tas postas em juízo)?
22
 CASO 3
Tema: Costume como fonte do direito.
O Globo – Sábado, 4 de dezembro de 2004, 1ª página.
Fiscalização de insulfim não reprovará veículos
Os motoristas do Rio não precisarão mais correr para retirar o
insulfilm irregular de seus veículos. O presidente do Detran, Hugo
Leal, decidiu ontem estender por tempo indeterminado o caráter ape-
nas educativo da verificação da transparência das películas. Com
isso, mesmo os veículos que estiverem fora dos índices de transpa-
rência estabelecidos pela norma do Conselho Nacional de Trânsito
não serão reprovados na vistoria de 2005. Pelo menos, por enquanto,
os motoristas estarão livres da multa de R$ 127,90.
A decisão foi tomada depois da reunião, anteontem, no Departa-
mento Nacional de Trânsito, em Brasília, da qual participaram presi-
dentes de todos os Detrans do país e autoridades municipais de
trânsito. Segundo Hugo Leal, ainda não houve consenso sobre a
aplicação da norma. O presidente do Detran do Rio decidiu que só
aplicará a multa ao final das discussões nacionais (...).
A movimentação da sociedade no sentido de instalar película insulfilm
nos veículos, com o fim de garantir sua segurança, é um fato social de
prática reiterada, de aceitação comum e de conhecimento de todos, porém
contrário à lei. Diante do noticiado na matéria jornalística acima, é correto
dizer que os costumes contra legem podem revogar a lei?
CASO 4
Tema: Costume como fonte do direito.
João foi multado por estar dirigindo seu veículo sem fazer uso do cinto
de segurança. Para evitar “ganhar pontos na carteira”, interpõe recurso
administrativo, alegando que é costume da população a não utilização
do cinto de segurança. Acredita, assim, que tal costume teria revogado a
lei, uma vez que esta não conta com a aceitação da sociedade.
Decida a questão, levando em conta os costumes como fonte do direito.
23
Questões objetivas (Respostas justificadas)
1) Avalie as seguintes afirmativas:
I – A norma jurídica é abstrata, porque procura atingir o maior número
possível de pessoas que se encontram na mesma situação jurídica, daí
decorrendo o princípio da isonomia.
II – O direito e a moral, além de se relacionarem em alguns fatos da
sociedade, conforme explica a Teoria do Círculos Secantes, de Du Pasquier,
têm como característica a heteronomia.
III – Quanto às fontes do direito, na visão do ilustre mestre Paulo Doura-
do de Gusmão, o Tratado Internacional é fonte infra-estatal.
IV – Fontes estatais são aquelas constituídas por normas escritas, vi-
gentes no território do estado, por ele promulgadas.
Feita a avaliação, pode-se afirmar que:
a) as afirmativas I e III estão corretas.
b) somente a afirmativa II está correta.
c) as afirmativas III e IV estão corretas.
d) somente a afirmativa IV está correta.
e) somente as afirmativas I e III estão incorretas.
2) Marque falso (F) ou verdadeiro (V) para as seguintes afirmativas.
Justifique as falsas.
a) ( ) Direito objetivo é a faculdade ou poder reconhecido ao ti-
tular do direito. É o poder ou faculdade de exigir de uma pessoa
uma prestação capaz de satisfazer ao interesse legítimo.
b) ( ) Direito natural é o conjunto de princípios que, atribuídos a
Deus, à razão, ou havidos como decorrentes da natureza das coi-
sas, independem de convenção ou legislação e seriam determinan-
tes, informativos ou condicionantes das leis positivas.
c) ( ) Direito positivo é institucionalizado pelo Estado. É a ordem
jurídica em determinado lugar e tempo.
24
d) ( ) A doutrina pode ser compreendida como um conjunto de idéias
enunciadas nas obras dos jurisconsultos sobre determinadas ma-
térias jurídicas. Isto significa dizer que, sendo o direito científico,
a doutrina cria direitos e deveres para todos os cidadãos.
AULA 5
A norma jurídica. Conceito. Estrutura da norma jurídica. Principais carac-
terísticas: abstração, generalidade ou universalidade, imperatividade,
heteronomia, alteridade, coercibilidade, bilateralidade atribuitiva.
CASO 1
Tema: Características da norma.
Mário, dirigindo seu automóvel BMW/2005 em alta velocidade, atropela
Carla. Hospitalizada, Carla submeteu-se a duas cirurgias, ficando impos-
sibilitada de exercer suas atividades laborativas pelo prazo de três me-
ses. Tendo em vista os prejuízos que lhe foram causados, a vítima ajuizou
ação de ressarcimento por danos morais e materiais sofridos, com pedido
julgado procedente para condenar Mário ao pagamento de R$ 50.000,00.
Mário deixou de cumprir a decisão, razão pela qual teve seu carro penho-
rado e alienado judicialmente para suportar a dívida.
O juiz para fundamentar sua decisão baseou-se nos artigos 186 e 927 do
Código Civil, que determinam o seguinte:
Artigo 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que ex-
clusivamente moral, comete ato ilícito.
Artigo 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Identifique, no caso, a partir da análise dos artigos de lei acima, as se-
guintes características da norma jurídica: abstração, generalidade,
imperatividade, heteronomia, alteridade, coercibilidade e bilateralidade
atributiva.
25
CASO 2
Tema: Características da norma.
Antônia, portadora de uma grave doença, encontra-se internada em es-
tado terminal. Como está “desenganada”, sofrendo muito, a paciente
solicita à equipe médica que abrevie sua dor, tirando-lhe a vida mediante
o desligamento dos aparelhos que a mantêm viva.
a) Sob a ótica das características da norma moral e da norma de direito,
tomando como parâmetros a idéia da morte digna, sem sofrimento, e o
dispositivo penal que prevê tal conduta médica como crime de homicí-
dio, decida a questão:
Quais as principais características das normas morais e das normas jurí-
dicas? Justifique.
Questão objetiva (Resposta justificada)1) A norma jurídica compreende um instrumento de controle de conduta
social.
Qual das características abaixo não diz respeito a ela?
a) Espontaneidade.
b) Coercibilidade.
c) Bilateralidade atributiva.
d) Alteridade.
e) Heteronomia.
AULA 6
A norma jurídica (continuação). Os diversos critérios de classificação
das normas jurídicas: critério da destinação; critério da existência; crité-
rio da extensão territorial; critério do conteúdo; critério da imperatividade
e critério da sanção.
26
CASO 1
Tema: Classificação das normas jurídicas.
Estabelece o artigo 9o da Consolidação das Leis do Trabalho: “Serão nulos
de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir
ou fraudar a aplicação de preceitos contidos na presente consolidação.”
a) A referida norma jurídica, de acordo com a espécie de sanção que a
acompanha, há que ser classificada como?
 CASO 2
Tema: Classificação das normas jurídicas.
O chefe do poder executivo de certo estado da federação promove licita-
ção para construir hospital público visando atender a uma comunidade
onde tal serviço de saúde não existe.
a) As normas que regulam a conduta desta autoridade pertencem a que
ramo do direito?
b) Qual a natureza dessas normas?
c) Que espécie de relação há entre o particular e o Estado neste caso?
Questão objetiva (Resposta justificada)
1) A classificação das normas em implícitas e explícitas decorre do crité-
rio quanto à (ao):
a) destinação.
b) natureza.
c) existência.
d) hierarquia.
e) extensão territorial.
27
AULA 7
A lei e o ordenamento jurídico. O processo de elaboração legislativa.
Espécies legislativas.
CASO 1
Tema: Processo legislativo e espécies legislativas.
Uma emenda à Constituição foi proposta por todos os estados da fede-
ração, manifestando-se cada um deles pela respectiva Assembléia
Legislativa. O conteúdo da emenda era o seguinte: “A partir de 5 de
outubro de 2002, o crime de tráfico ilícito de entorpecentes poderá, nos
termos da lei, ser punido com pena de morte, ou prisão perpétua.” Votada
em dois turnos e aprovada por dois terços dos respectivos membros de
cada Casa do Congresso Nacional, a emenda foi promulgada pelo presi-
dente da República e entrou em vigor na data de sua publicação.
a) À vista disso, diga se há, na hipótese acima traçada, violação ao devido
processo legislativo ditado pela Constituição da República.
b) Quais são as diferenças entre a espécie legislativa acima, o ordenamento
jurídico e o direito?
CASO 2
Tema: Elaboração de projeto de lei e devido processo legislativo.
Um dos temas que mais têm motivado discussões no Congresso Nacional
é o da reforma do Poder Judiciário. Alguns pontos em discussão ainda
carecem de melhor regulamentação por lei, como, por exemplo, o acesso à
justiça pelos hipossuficientes. Cabe ressaltar que alguns estados da Fede-
ração ainda não contam com a Defensoria Pública, fato que inviabiliza o
cumprimento integral do disposto no artigo 5o, inciso LXXIV, c/c artigo
134, ambos da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
O presidente da República, sensível à questão, o consulta sobre a viabi-
lidade de se elaborar um projeto de lei que vise assegurar maior acesso
ao Poder Judiciário pela população carente.
28
Você deverá elaborar o projeto seguindo as instruções abaixo:
a) O projeto deverá ter, no mínimo, cinco artigos;
b) Todas as fases procedimentais necessárias à validade da lei deverão
ser informadas.
CASO 3
Tema: Processo legislativo e competência da união.
Com o objetivo de contribuir de forma efetiva para a campanha nacional
do desarmamento, determinado prefeito pretende apresentar projeto de
lei visando proibir, no âmbito do município, a comercialização de armas
de pequeno e grande porte. O projeto ainda prevê que a fiscalização
sobre o cumprimento da medida será exercida por funcionários da prefei-
tura, que poderão multar os estabelecimentos comerciais no caso de
descumprimento da proibição. Contudo, antes de apresentar o projeto
de lei, o prefeito lhe faz uma consulta a respeito de sua viabilidade.
a) À luz do devido processo legislativo e da repartição de competências
entre os entes federativos, qual seria o seu parecer acerca da viabilidade
deste projeto de lei?
CASO 4
Tema: Elaboração de projeto de lei e devido processo legislativo.
O Globo, sexta-feira, 22 de outubro de 2004, p. 4.
Decisão sobre aborto de fetos divide ministros do STF
Quatro já se manifestaram favoráveis à interrupção da gravidez e
três, contra
BRASÍLIA. Apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter derru-
bado anteontem a liminar que dava permissão para o aborto de fetos
anencéfalos (sem cérebro), acadêmicos e um advogado que defen-
de o direito das gestantes ainda têm esperança de que, no julgamen-
to do mérito do processo, a corte autoriza a interrupção da gravidez
nessas condições.
29
Volnei Garrafa, professor de bioética da Universidade de Brasília (UnB),
defendeu ontem o direito de as mulheres decidirem, em casos de má-
formação do feto, se querem ou não interromper a gestação: “O feto
anencéfalo é um feto inviável. A discussão sobre o aborto, de um
modo geral, está atrasada pelo menos 30 anos no Brasil, devido ao
cristianismo arraigado na América Latina. Os votos dos ministros do
Supremo foram religiosos. Duvido que se a igreja não tivesse pressi-
onado os votos teriam sido assim”, disse ele.
 O Globo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2004, p. 10.
Fonteles reafirma ser contrário ao aborto
Procurador discorda da interrupção da gravidez até em casos de
estupro
BRASÍLIA. Embora julgue ser democrática a decisão de o governo
rediscutir a lei do aborto, o procurador-geral da República, Cláudio
Fonteles, reforçou ontem sua posição de católico contrário à inter-
rupção da gravidez. Ele disse ser contra até mesmo nos casos de
estupro, permitido desde 1940, quando começou a vigorar o Código
Penal.
a) Sabendo-se que, na atual legislação brasileira, o aborto é permitido
nas hipóteses de risco de morte para a gestante ou de a gravidez ter
acontecido em razão de estupro (art. 128 do CP), elabore dois projetos de
lei, com as respectivas exposições de motivos, sendo o primeiro restrin-
gindo as hipóteses atualmente permissivas da realização do aborto e o
segundo alargando-as.
Questão objetiva (Resposta justificada)
1) Numere, em ordem decrescente, os atos que envolvem o processo
legislativo:
( ) emenda; ( ) publicação;
( ) promulgação; ( ) votação;
( ) iniciativa legislativa;
( ) sanção e veto;
30
AULA 8
Validade das normas (técnico-formal ou vigência, social e ética). O início da
vigência da lei. A vacância da lei: conceito e cômputo. O princípio da
obrigatoriedade das leis. Término da vigência das leis: ab-rogação e
derrogação; revogação expressa e tácita. A questão da repristinação.
CASO 1
Tema: Validade das normas – técnico-formal ou vigência, social e
ética.
João da Silva, casado com Maria da Silva, vinha desconfiando de que
sua mulher mantinha um relacionamento extraconjugal com Antônio, amigo
do casal. Certo dia, voltando mais cedo do trabalho, encontrou sua mu-
lher trocando carícias com o suposto amigo. Indignado, João da Silva
abandona o lar conjugal e ingressa imediatamente com a separação judi-
cial, bem como com a queixa-crime em face de sua mulher e de Antônio
para ver apurado o cometimento do delito de adultério, cuja pena é de
detenção de 15 dias a seis meses. O juiz criminal condenou os réus ao
mínimo da pena, em razão da evidência do conjunto probatório.
a) Analise a decisão do magistrado sob o ângulo da eficácia da lei (técni-
co-formal e social) e do costume contra legem como fonte do direito.
CASO 2
Tema: Validade das normas – técnico-formal ou vigência, social e
ética.
Folha de São Paulo, 15 de junho de 2003, C-7.
Lei anula carteira de identidade
(...) Sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso
em 1997, a Lei 9.454 instituiu um só registro de identidade civil para
os brasileiros e limitou a validade dos atuais documentos civis por
cinco anos. O prazo venceu em abrilde 2002 sem que a lei fosse
regulamentada. O governo não tirou a lei do papel nem para definir
o órgão que centralizaria a criação do cadastro nacional único, mas
a lei está em vigor. (...)
31
Assim, a referida lei foi assinada em 8 de abril de 1997 e publicada no dia
seguinte no DO da União, mas não foram fornecidas à população condi-
ções para a substituição dos documentos.
a) Os requisitos formais da vigência da lei foram atendidos? Neste caso,
quais os requisitos? Justifique sua resposta.
b) Afinal, a lei entrou em vigor? Justifique.
c) A referida lei tem eficácia jurídica e/ou social? Justifique.
Questões objetivas (Respostas justificadas)
1) É publicada no Diário Oficial Federal lei dispondo sobre a proteção
ambiental. Quanto à vigência, validade e eficácia social desta lei, pode-se
afirmar que sua vigência:
a) não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar,
sendo válida e eficaz se efetivamente obedecida e aplicada.
b) se inicia necessariamente 45 dias após a publicação, sendo válida
se compatível com a Constituição, observado o procedimento
legislativo estabelecido para a sua produção e eficaz se efetiva-
mente obedecida e aplicada.
c) não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar,
sendo válida se compatível com a Constituição, observado o pro-
cedimento legislativo estabelecido para a sua produção e eficaz se
efetivamente obedecida e aplicada.
d) não se inicia no dia da publicação, salvo se ela assim o determinar,
sendo válida e eficaz se produzida por órgão competente, observado
o procedimento legislativo estabelecido para a sua produção.
e) se inicia necessariamente no dia da publicação, sendo válida se
efetivamente obedecida e aplicada e eficaz se produzida por órgão
competente, observado o procedimento legislativo estabelecido
para a sua produção.
32
2) A Lei 9.307, de 23 de setembro de 1996, que dispõe sobre arbitragem,
em seu artigo 44, estabeleceu: “Ficam revogados os artigos 1.037 a 1.048
da Lei 3.071, de 1º de janeiro de 1916, Código Civil Brasileiro; os artigos
101 e 1.072 a 1.102 da Lei 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de
Processo Civil.”
Neste caso, é possível dizer então que ocorreu:
a) revogação tácita.
b) ab-rogação expressa.
c) derrogação expressa.
d) repristinação.
AULA 9
Conflitos de lei no tempo. Direito intertemporal. A questão da
retroatividade e da irretroatividade das leis. O direito adquirido (Doutrina
de Gabba, Roubier e Lasalle), o ato jurídico perfeito e a coisa julgada no
contexto da Lei de Introdução ao Código Civil, da Constituição Federal e
do Novo Código Civil (art. 2.035).
CASO 1
Tema: Irretroatividade da lei.
A Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro celebrou, em 1987,
com Mário dos Santos, contrato de promessa de compra e venda de um
imóvel, pagável em 240 prestações mensais e reajustáveis. Faltando 85
parcelas, Mário, sem condições financeiras, interrompe os pagamentos, o
que acaba por figurar descumprimento contratual por infração da cláusula
“h” do compromisso de compra e venda. Tendo regularmente notificado
Mário, a Companhia ajuíza ação visando à resolução do contrato, desta-
cando a cláusula que prevê a rescisão de pleno direito, no caso de atraso
de mais de três prestações (o que de fato ocorreu), assim como a perda de
todas as parcelas pagas. Em sua defesa, Mário alega ser injusta e abusiva
a cláusula que impõe a perda das parcelas pagas, inclusive porque repre-
sentam muito mais da metade do total contratado. Afirma que o Código de
33
Proteção e Defesa do Consumidor, vigente a partir de 1990, impõe pena de
nulidade das cláusulas abusivas. Assim, requer que o juiz declare a nulida-
de daquele dispositivo do contrato, determinando a devolução das impor-
tâncias pagas.
a) O juiz deve reconhecer a incidência das regras do Código de Proteção
e Defesa do Consumidor no caso acima, apesar de só ter entrado em
vigor três anos após a realização do contrato?
b) O que significa ato jurídico perfeito? Podemos dizer que o contrato
existente entre Mário e a Companhia Estadual de Habitação é um ato
jurídico perfeito? Justifique.
c) O que significa o fenômeno da ultratividade da lei? Seria este um caso
de ultratividade ou de retroatividade da lei? Justifique.
CASO 2
Tema: Coisa julgada.
Margareth Nogueira teve uma discussão com sua vizinha, Manoela San-
tos, na reunião de condomínio. Margareth narra que, de forma impensa-
da, falou que Manoela, síndica, estava desviando verbas da arrecadação
mensal do prédio em favorecimento próprio. Deste fato, originou-se quei-
xa-crime de calúnia de Manoela em face de Margareth. Neste processo,
que correu junto ao Juizado Criminal, as partes envolvidas celebraram
acordo nos seguintes termos: Margareth se comprometeu a mandar carta
para todos os condôminos retratando-se do que falara e, ainda, teria que
colocar no quadro de avisos do prédio esta mesma carta. O acordo foi
cumprido integralmente por Margareth. No entanto, esta recebeu uma
convocação para comparecer ao Juizado Especial Cível para responder a
outro processo ajuizado por Manoela em razão do mesmo fato acima
narrado. Neste último feito, Manoela requer a condenação de Margareth
ao pagamento de R$ 10.000,00 pelos supostos danos morais sofridos.
a) Você, advogado de Margareth, sustentaria a tese da coisa julgada?
Justifique.
34
CASO 3
Tema: Coisa julgada.
Paulina da Silva, menor impúbere, representada por sua mãe, ajuíza ação
em face de Paulo, seu pai, visando ao reajuste de sua pensão alimentícia,
tendo em vista que este obteve melhora substancial em seu padrão de
vida há cerca de seis meses, fruto da herança de uma bem-sucedida
empresa de transporte coletivo. Paulo, em contestação, afirma que os
alimentos relativos à sua filha Paula foram decididos na ação de divórcio
consensual, julgada definitivamente um ano e meio antes da propositura
da ação de alimentos. Assim, como há coisa julgada, Paulo alega não ser
mais cabível a revisão pelo Poder Judiciário.
a) Incidem os efeitos da coisa julgada nas ações de alimentos? Justifi-
que.
b) Quais os pré-requisitos para que alguém possa pleitear a revisão dos
alimentos já decididos em processo anterior?
Questões objetivas (Respostas justificadas)
1) Assinale a alternativa correta. Justifique sua escolha:
Em 1957, Pedro comprou um imóvel de João, cumprindo todas as formali-
dades legais que previa a lei vigente, à época, para a aquisição do imóvel.
Ocorre que, em janeiro de 2000, esta lei foi derrogada pela Lei 4.200/2000,
prevendo alguns requisitos a mais para a aquisição do imóvel.
Na hipótese acima mencionada, podemos afirmar que, com relação ao
tema “conflitos de leis no tempo”, estamos diante de:
a) expectativa de direito.
b) coisa julgada.
c) direito adquirido.
d) ato jurídico perfeito.
e) direito natural.
35
2) Assinale a alternativa correta. Justifique sua escolha:
Antes de 1977, o regime legal de bens no casamento, no Brasil, era o da
comunhão universal. Quem casou até então, sem qualquer ressalva ex-
pressa em pacto antenupcial, o fez no regime legal de comunhão univer-
sal. Após 1977, com a mudança da lei, o regime legal passou a ser o da
comunhão parcial. Quem casou antes de 1977 não foi atingido pela nova
lei que cuidou desta matéria. Assim sendo, é possível afirmar que a situa-
ção jurídica em questão corresponde à hipótese de:
a) coisa julgada.
b) direito adquirido.
c) ato jurídico perfeito.
d) expectativa de direito.
e) direito natural.
AULA 10
Hermenêutica jurídica e interpretação do direito. Tipos de interpreta-
ção: autêntica, judicial, administrativa, doutrinária, literal, racional, ló-
gico-sistemática, sociológica, histórica, teleológica, declarativa, exten-
siva e restritiva. A leitura do ordenamento jurídico à luz dos princípios
constitucionais.
CASO 1
Tema: A leitura do ordenamento jurídico à luz dos princípios constitu-
cionais.
Revista Época, 6 de dezembro de 2004, p. 38.
Justiça – Pelo direito de ser filho
No Brasil já são três os casos de pais que foram processados pelos
próprios filhospor abandono, rejeição e falta de afeto.
Pagar pensão alimentícia e cumprir as ordens de um juiz já não faz
de um pai uma pessoa responsável aos olhos da lei. Quem não dá
carinho, atenção e não cuida da educação do filho agora pode parar
36
no banco dos réus. Desde que um rapaz de Belo Horizonte, Alexandre
Batista Fortes, de 23 anos, entrou com um processo contra o próprio
pai por abandono, em 2000, a justiça brasileira se vê às voltas com um
tema delicado, complexo e difícil de quantificar uma indenização.
Hoje já são três os casos no país. Em comum os filhos tiveram seu
apelo reconhecido pelos juízes.(...) Se ganhar, Alexandre receberá R$
52 mil, valor estabelecido pela Justiça. As três ações tiveram como
argumento os danos morais. (...)
Para Águida Arruda Barbosa, advogada e diretora do Instituto
Brasileiro de direito de Família (Ibdfam), as ações são um marco na
história jurídica brasileira porque, pela primeira vez, o afeto foi reco-
nhecido em um tribunal: “Um pai responsável que paga pensão não
significa que seja disponível. Pai é aquele que cuida, protege, briga
pelo filho”, afirma a advogada. Para ela, não há perigo de que as
sentenças se propaguem, dando início a uma febre de indenizações
semelhantes.Os casos servem, segundo Águida, para que os outros
pais reflitam sobre a relação que levam com os filhos. “Já existe o
direito de pai, daquele que luta para existir para seu filho. Agora com
esses três casos, nasce o direito de filho, que briga para ser alguém
diante de seu pai por meio da Justiça”, diz.
No ordenamento jurídico pátrio, existem normas que regulamen-
tam a relação jurídica entre pais e filhos. O poder familiar consiste no
dever de dar educação, cuidar, prestar assistência material etc. Os
ramos do direito a que pertencem essas normas são o direito de famí-
lia e o direito da criança e do adolescente.
Na hipótese noticiada na matéria acima, os pais deixaram de prestar afeto,
amor e carinho aos filhos. Uma interpretação literal das leis pode não
solucionar a questão, portanto deverá o juiz buscar auxílio em outras
formas de interpretação da norma, em especial, seguindo o critério da
hermenêutica jurídica constitucional para decidir.
a) Quais os princípios constitucionais que amparam a tese sustentada
pelo filho? Justifique.
b) Quais os princípios constitucionais que poderiam ser invocados pelo
pai em sua defesa?
37
c) Havendo colisão de princípios constitucionais, como deveria o juiz
melhor resolver a questão?
CASO 2
Tema: Hermenêutica e interpretação.
Determinado indivíduo costumava utilizar-se da internet para a prática
da pedofilia. Utilizando a sala de bate-papo, trocava, com outro pedófilo,
material pornográfico, envolvendo crianças e adolescentes. Descoberta
a ação, o pedófilo foi preso em flagrante. A conduta e prisão se deram na
vigência da antiga redação do art. 241 do Estatuto da Criança e do Ado-
lescente: “Fotografar ou publicar cena de sexo explícito ou pornográfica
envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão de 1(um) a 4 (qua-
tro) anos.”
A defesa do internauta sustentou que o cliente, ao trocar arquivos na
internet, o fez em uma sala de bate-papo reservadíssima, com acesso
restrito e com apenas uma pessoa, o que não corresponderia ao verbo
“publicar” exigido pelo tipo penal.
Obs.: O caput do art. 241 do ECA (Lei 8.069/1990) possui hoje a seguinte
redação: “Apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar, ou publicar,
por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computa-
dores, ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de
sexo explícito envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão de 2
(dois) a 6 (seis) anos, e multa.”
a) Você, na qualidade de juiz da causa, utilizando-se dos princípios
hermenêuticos que norteiam a interpretação das leis, como decidiria esta
questão?
AULA 11
Aplicação e integração das leis. Elementos de integração do direito: ana-
logia, costumes, princípios gerais do direito e eqüidade. O problema das
lacunas e recursos às fontes secundárias do direito. Visão sistemática do
ordenamento jurídico: antinomia e critérios de solução.
38
CASO 1
Tema: Elementos de integração do direito.
X, solteira, conviveu em união homossexual com Y durante 10 anos,
vindo, porém, a se separar. Durante a vigência da união, foi adquirido um
imóvel com o esforço comum de ambas. No entanto, no Registro Geral de
Imóveis, o bem somente ficou no nome de Y. X ingressa com ação com o
objetivo de partilhar o bem comum. Entretanto, quando o juiz vai decidir
o caso, verifica que inexiste norma jurídica que regule a forma de partilha
de bens adquiridos em tal situação.
a) Pode o juiz se eximir de decidir a questão? Justifique sua resposta.
b) Um juiz, decidindo a questão, utilizou princípios constitucionais da
dignidade da pessoa humana, da isonomia e das leis que regulam a união
estável entre heterossexuais para determinar a partilha igualitária dos
bens adquiridos na constância da vida em comum. Pergunta-se: que
critério(s) de integração do direito utilizou o juiz na solução do caso
concreto? Fundamente sua resposta.
CASO 2
Tema: Elementos de integração do direito.
Revista Época, 7 de junho de 2004, p. 17.
Confusão no cartório
Bianca nasceu na semana passada, mas já tem uma história digna
de novela. A pequena foi fecundada em laboratório, gerada no útero da
avó paterna e, assim que nasceu, mamou na mãe biológica. Veridiana
do Vale Menezes, de 30 anos, a mãe, nasceu sem útero. Sua sogra,
Elisabeth, de 53, ofereceu o dela para abrigar o embrião. Durante a
gravidez, Veridiana fez tratamento para estimular a lactação. O parto foi
tranqüilo, apesar da idade avançada da avó. O problema ocorreu na
hora de registrar o nome. O cartório de Nova Lima, Minas Gerais, cida-
de onde Bianca nasceu, não aceitou registrar o nome da mãe biológica.
39
a) A partir do caso concreto acima relatado, suponha que, em função do
problema do registro da criança, tenha sido ajuizada ação e você seja o
juiz a solucioná-la. Pergunta-se:
Com base em que critério de integração da norma você julgaria o caso
concreto e como decidiria a questão? Justifique suas respostas.

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