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66 EXAME FÍSICO DO APARELHO LOCOMOTOR Profª: Giselle Cristina Avaliação do Sistema Locomotor Avaliação do Sistema locomotor, junto com achados laboratoriais e radiológicos, identifica comprometimentos que muitas vezes não representam gravidade, mas repercutem diretamente na qualidade de vida do paciente. Sistema Musculoesquelético O Esqueleto dá sustentação ao corpo, protege os órgãos internos e fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos. Ele constitui-se de peças ósseas e cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de alavancas movimentadas pelos músculos. O Sistema esquelético possui mais de 200 ossos. 67 Funções dos ossos: Protegem tecidos e órgãos internos; Proporcionam superfícies para a inserção de músculos, ligamentos e tendões; Movimentam- se por meio da ação de ‘’alavanca’’ quando contraído; Estabilizam e sustentam o corpo; Produzem hemácias na medula ósseas; Armazenam sais minerais; Fatos sobre os Músculos: Existem três tipos de músculos: Viscerais (involuntários e lisos); Esqueléticos (voluntários, estriados) Cardíaco; O músculo se desenvolve quando as fibras musculares existentes sofrem hipertrofia. Fatos sobre os tendões: Fixam os músculos ao periósteo; Possibilitam que os ossos se movimentem. 68 Fatos sobre os ligamentos: Unem os ossos; Consistem em faixas densas, fortes e flexíveis de tecido conjuntivo fibroso que unem as articulações. Anamnese: Alguns dados importantes já podem colhidas ainda na identificação: Idade: Algumas doenças reumáticas (inflamações, crônicas ou não, em um ou mais componentes de uma articulação) são mais específicas em determinadas faixa etárias: Febre reumática (estreptococo do grupo de A): 5 a 15anos Doença reumatóide: dos 20 aos 40 anos Lúpus eritematoso disseminado: dos 20 aos 40 anos Gota: após a 5º década. Osteoporose: Climatério e menopausa quando não há reposição de estrogênio. - Sexo: Feminino: Lúpus eritematoso, doença reumatóide, osteoporose Masculino: Espondilite anquilosante (inflamação das articulações da coluna e grandes articulações), gota; - Ocupação: Lavadeiras: Síndrome do túnel do carpo; Digitadores: Tendinite de ombro Tenistas: epicondilite (degeneração dos tendões que se originam no cotovelo) Profissionais que ficam muitos tempos sentados: Lombalgia 69 Dados subjetivos e objetivos: Alguns sinais e sintomas devem ser investigados no cliente relacionados às articulações: Algum problema com articulações? Dor? Como a dor aparece: queimação constante, aguda (gota) ou surda (artros) e, permanente? Qual a intensidade? Quando a dor começa? Percebe a influência de algum fator ambiental? Alguma rigidez articular? Alguma limitação de movimento? Presença de edema, calor, eritema? Dados subjetivos e objetivos: Toma banho sozinho? Realiza atividades relacionadas às necessidades fisiológicas? Veste-se sozinho? Dificuldade para arrumar- se? Alimenta-se sem auxílio? Apresenta alteração na mobilidade? Comunica-se sem dificuldade? Inspeção: Fornece dados importantes para avaliação e planejamento da assistência, revelando informações acerca da capacidade de se locomover, de se auto-cuidar, presença de desconforto e movimentos involuntários. Pode ser: estática e dinâmica 70 Observar: Anatomia da superfície (comparação bilateral); Postura adotada; Função do membro (uniformidade, simetria e ritmo dos movimentos); Observar o tamanho e contorno da articulação; Deformidades de membros inferiores, da coluna vertebral e movimentos involuntários). Inspecionar a pele e os tecidos sobre as articulações quanto à cor, tumefação, lesões e quaisquer massas ou deformidade; Capacidade do paciente em mudar de posição, força e coordenação motora; Inspeção: Palpação: Palpar cada articulação, verificando temperatura, musculatura próxima, edema ou massas; Atentar para calor e hipersensibilidade ao toque; Questionar sobre amplitude dos movimentos; Avaliar e identificar limitações; 71 Realizar movimentação passiva, ancorando a articulação com uma das mãos; Extremidade Superior: Articulação temporomandibular Cliente sentado inspecionar área imediatamente adiante da orelha; Coloque os dedos médios e indicador à frente de cada orelha e peça à pessoa que abra e feche a boca. Transfira os dedos para a área deprimida, existente sobre a articulação e observe o movimento uniforme da mandíbula; Palpar músculo temporal e masseter contraídos; Comparar os lados D e E para tamanho, firmeza e força. Extremidade Superior: Ombros Inspecionar e comparar ambos os ombros posterior e anteriormente, verificando tamanho e contorno da articulação. Observar alinhamento do nível do ombro; Rotação externa e abdução: Tentar alcançar, com o braço por trás da cabeça, a borda superior da escápula contralateral; Rotação interna e adução: Alcançar o acrômio contralateral com o braço por trás das costas, tocar o ângulo inferior da escápula contralateral; Extensão: com braços abduzidos a 90 graus, cotovelos em linha reta, até que as mãos se encontrem por cima da cabeça. OMBROS 72 Extremidade Superior: Cotovelo Inspecionar tamanho e contorno, nas posições flexionadas e estendidas. Flexão: Alcançar a face anterior do ombro com a mão. Extensão: ponto que o olécrano encontra a fossa olecraniana; Supinação: flexão do cotovelo a 90 graus, no nível da cintura, com punho cerrado à frente e com a palma da mão para baixo, solicite que a mão volte para cima; Pronação: cotovelos fletidos no nível da cintura. A palma da mão deve estar voltada para cima até atingir posição completa e então virada completamente em direção ao solo. Cotovelos: Extremidade Superior: Punhos e Mãos 73 Inspecionar as mãos e punhos pela face dorsal e palmar, quanto a posição, contorno e forma. Palpar cada articulação, utilizando pressão delicada, Porém firme. Testar amplitude dos movimentos (ADM): Dobrar a mão para cima e para baixo do nível do punho. Dobrar os dedos para cima e para baixo. Com as palmas planas sobre a mesa, rodá-las para fora e para dentro. Abrir e separar os dedos, fechar a mão. Tocar o polegar na base de cada dedo. Punhos:Mãos: 74 Extremidade Inferior: Quadril Inspecionar a articulação do quadril juntamente com a coluna vertebral, com o paciente de pé; Observar simetria das cristas ilíacas; Avaliar marcha quanto a regularidade e uniformidade; Com o paciente na posição dorsal, palpar articulações do quadril, observar hipersensibilidades ou creptação. Realizar, em decúbito dorsal, movimentos de abdução, adução, flexão, extensão e rotação. Quadril e Joelhos Tornozelos e Pés: Protege m tecidos e órgãos inter Músculos: Dados subjetivos e objetivos: Dor? Cãibra? Tem relação com deambulação? Cessa ao repouso? Fraqueza muscular, onde e por quanto tempo? Inspeção e Palpação: Avaliar tonicidade (Flácido, espástico, atônico) e força muscular (preservada, diminuída), Tamanho (hipertrofia, hipotrofia e atrofia. 75 O cliente deve flexionar o membro e manter a posição por alguns segundos, enquanto o examinador aplica uma força oponente. Coluna Vertebral: Visualize todo o dorso, observando alinhamento da coluna, traçando linha vertical imaginária desde a cabeça, descendo através da fenda glútea. Observar simetria na altura dos ombros, escápulas, cristas ilíacas anteriores; Palpar os processos espinhosos; Flexão: curvar-se para frente ao máximo; Extensão: curvar-se para trás. Inclinação lateral: fixando a crista ilíaca, inclinar para a direita e esquerda. Rotação lateral: examinador atrás do paciente, fixa a sua pelve com uma das mãos e coloca a outra sobre o ombro oposto. Gire a pelve e o ombro posteriormente. Cervical: Flexão Extensão Rotação esquerda e direita Lateralidade esquerda e direita. 76 Torácica e lombar Rotação direita e esquerda Flexão e extensão Lateralidade esquerda e direita Marcha Inspeção dinâmica: o profissional observa, durante a marcha, se o paciente mantém o calcanhar no solo e apoia, progressivamente, toda borda lateral, antepé e dedos, enquanto a parte anterior do outro pé permanece no solo. Alterações na marcha podem ser identificadas e demonstrar alterações musculoesqueléticas ou neurológicas. Tipos de marcha Parkinsoniana Marcha atáxica ou vestibular: Lesão vestibular (labirinto) MARCHA PARÉTICA: afecções do neurônio motor periférico MARCHA HEMIPLÉGICA: MARCHA CLAUDICANTE: 77 Alterações: S. Marfan Reumatismo Alterações: Gota Hálux valgus. Pé plano Pé torto congênito. 78 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM E PLANO DE CUIDADOS Risco da integridade da pele relacionado à imobilidade. NOC: Manterá a pele integra até o fim da internação. NIC: Manter ingesta suficiente de líquidos para hidratação (se não for contra indicado) Mudar de decúbito de 2/2 horas Observar o eritema e a despigmentação e palpar a área quanto ao calor a cada troca de posição. Estimular a ingesta de dieta hipercalórica e hiperproteica (se não for contra indicado) Ensinar a pessoa e a família sobre as técnicas específicas para a prevenção de úlceras de pressão a serem usadas em casa. Risco de queda relacionado com incapacidade física, comprometimento neuromuscular e comprometimento perceptual e cognitivo. NOC: Não sofrerá nenhuma queda enquanto estiver internado. NIC: Manter as luzes sempre acesa à noite. Incentivar a pessoa a solicitar auxílio Manter a cama no nível mais baixo à noite Ensinar o uso apropriado das muletas, bengalas, andadores e próteses. Instruir as precauções de segurança para os clientes confusos. Colocar o cliente próximo ao posto de enfermagem (se possível). 79 Mobilidade física prejudicada relacionado à força e a resistência insuficientes para a deambulação com prótese, muletas ou andador caracterizado por limitação na amplitude de movimentos. NOC: Demonstrará o uso dos equipamentos adaptativos para aumentar a mobilidade até o final da internação. NIC: Avaliar a dor junto ao paciente pedindo que descreva-a; Ensinar a realizar sequencia de movimentos ativos nos membros não afetado, no mínimo 4 vezes ao dia; Posicionar o alinhamento para prevenir complicações; Providenciar a mobilização progressiva; Dor aguda relacionada com o distúrbio musculoesquelético caracterizado por relato verbal NOC: Relatará melhora da dor após às intervenções necessárias. NIC: Avaliar a dor junto ao paciente pedindo que descreva-a; Administrar analgésicos conforme a prescrição médica; Orientando o paciente para comunicar a presença de dor e realizar manobras que aliviem a dor Aplicar modalidades de calor ou frio conforme a prescrição.
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