Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TEORIA AMBIENTALISTA - FLORENCE NIGHTINGALE Profª Érica Baggio Diamantino 2017 O que é uma Teoria? Pra que serve? • Teorias compreendem um conjunto de conceitos e pressupostos, relacionados entre si, no campo da prática, do ensino e da pesquisa. As teorias de enfermagem trazem conceitos e proposições relacionados à enfermagem e atrelados a uma visão de mundo. • Elas proporcionam o referencial teórico que norteia a implantação do Processo de Enfermagem (PE), sob uma perspectiva de assistência sistematizada. • Trata-se da conceituação de alguns aspectos da enfermagem comunicados com o objetivo de descrever, explicar, prever e/ou prescrever cuidados de enfermagem. • Ciência do cuidado executada através de uma metodologia de trabalho. Enfermagem • Aquele que recebe o cuidado. Pessoa • Finalidade da assistência de enfermagem. Saúde • Entorno imediato onde se encontra aquele que recebe o cuidado de enfermagem. Ambiente METAPARADIGMAS DE ENFERMAGEM • Florence Nightingale nasceu em Florença, na Itália, no dia 12 de maio de 1820, na época em que seus pais residiam na Itália. Filha de milionário foi aluna do King’s College de Londres. • Em uma viagem ao Egito, visitando hospitais, despertou sua vocação para a enfermagem, apesar de na época não ser uma atividade digna. • Na Inglaterra, iniciou seu aprendizado, repartindo o tempo entre aulas de anatomia e visitas ao hospital do distrito. • Em 1851, aventurou-se na Alemanha, para frequentar a Escola de Enfermagem Fliedner, onde viveu sua primeira experiência como profissional entre as religiosas protestantes de Kaiserswerth. • Em 1856, Florence Nightingale retornou à preconceituosa Londres. Foi então indicada para a superintendência de um hospital de caridade. • Em 1854, surgiu a oportunidade para Florence seguir para o hospital militar inglês em Scutari, que atendia os feridos na Guerra da Criméia, onde os soldados morriam vítima da cólera e do frio. • Com uma pequena equipe, com os equipamentos necessários e com um trabalho árduo, o ambiente tornou-se propício para atender aos enfermos. A dedicação que devotava aos doentes reduziu drasticamente as mortes no hospital militar. • Florence Nightingale foi uma destacada enfermeira inglesa. Criou a primeira Escola de Enfermagem da Inglaterra no Hospital Saint Thomas, em Londres. Recebeu a Ordem do Mérito, em 1901, durante a era Vitoriana. Faleceu em 13 de agosto de 1910. • Dos escritos de Florence Nightingale, o meio ambiente emerge como conceito principal, sendo considerado como todas as condições e influências externas que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo, capazes de prevenir, suprimir ou contribuir para a doença e a morte. • Nightingale tende a dedicar maior ênfase ao ambiente físico do que aos ambientes psicológico e social (embora estes aspectos sejam englobados pelo primeiro). • O Dia do Enfermeiro é comemorado em 12 de Maio (data de seu nascimento) em sua homenagem. • Esta tendência pode ser melhor compreendida ao considerar-se o contexto no qual Florence deu início à sua atuação como enfermeira, que envolvia o período inicial da industrialização na Inglaterra e os campos de Guerra da Criméia onde as péssimas condições de saneamento ambiental e a promiscuidade em que se encontravam os pacientes nos hospitais resultavam em altas taxas de mortalidade, exigindo atenção imediata e constante. • O meio ambiente engloba os elementos externos ao paciente que afetam a saúde do mesmo e o processo de cura. Dentre estes elementos, segundo Florence, destacam- se os que se seguem: 1. Ventilação: provisão de ar fresco, sem correntes de ar. Florence dizia que conservar o ar que o paciente respira tão puro quanto o ar exterior, sem deixá-lo sentir frio é o primeiro e último princípio sobre o qual a atenção da enfermeira deve fixar-se. 2. Iluminação: os doentes têm, depois do ar puro, a necessidade de iluminação, e não é apenas a claridade que desejam, mas a luz solar direta. 3. Calor: a enfermeira deve observar atentamente o paciente a fim de evitar que ele se resfrie, prevenindo a perda de calor vital, essencial à recuperação. 4. Limpeza: refere-se ao ambiente, pois, um quarto sujo é fonte certa de infecções, ao paciente, de quem a higiene cuidadosa remove matérias nocivas do sistema. Além de proporcionar alívio e conforto, à enfermeira, que deve estar sempre limpa e deve ter o cuidado de lavar as mãos frequentemente durante o dia. 5. Ruídos: elemento ambiental para o qual a enfermeira deve estar atenta e qualquer sacrifício é válido para assegurar o silêncio, pois nem um bom arejamento, nem uma boa assistência serão benéficos para o doente, sem o necessário silêncio. 6. Odores: o odor resultante da doença deve ser removido do corpo. Ao ventilar-se o quarto do doente, deve-se evitar o ar proveniente de esgoto; os utensílios de quarto devem ser mantidos limpos, livres de odores e guardados em local apropriado. 7. Alimentação: essencial ao processo de cura, deve ser minuciosamente observada pela enfermeira. • Assim, o conceito de meio ambiente engloba diversos elementos que, quando garantidos contribuem para que o processo reparador seja instituído. Esses elementos referem-se ao ambiente físico, pois, para Nightingale, quando este está adequado, pode-se dispensar maior atenção às necessidades emocionais do doente e à prevenção de doenças. • No que se refere ao ambiente psicológico, Florence reconhece que um ambiente negativo pode resultar em estresse físico, afetando emocionalmente o paciente. • Para evita-lo, recomenda que se ofereça ao paciente uma variedade de atividades para manter sua mente estimulada, enfatizando a necessidade de comunicar-se com ele, dispensando-lhe atenção, evitando interrupções e tratando de assuntos agradáveis, evitando encorajar falsas esperanças. • O ambiente social é visto como essencial na prevenção de doenças e refere-se especialmente à coleta de dados relativos a elas, na qual a enfermeira deve empregar todo seu poder de observação. Isto significa que a doença assume características diferentes para cada paciente e a enfermeira deve estar atenta às mesmas. • Neste contexto, para Florence, a Enfermagem focaliza sua atenção no uso apropriado de ar puro, iluminação, aquecimento, limpeza, silêncio e seleção adequada tanto da dieta quanto da maneira de servi-la, tudo com um mínimo de dispêndio da capacidade vital do paciente. • Florence descreve dois tipos de enfermagem: 1. Enfermagem da saúde: requer algum ensino prático e tem por objetivo a prevenção de doenças e pode ser praticada por todas as mulheres. 2. Enfermagem da doença: arte e ciência que requer uma educação formal, organizada e científica para cuidar dos que sofrem com a doença. • Para Florence o conhecimento da Enfermagem envolve o que deve ser feito a fim de que o organismo não tenha doenças e para que possa recuperar-se de agravos à saúde, o que naquela época, conferia à Enfermagem duas perspectivas de ação: uma preventiva e outra curativa. • A Enfermagem contribui para o processo restaurador ao colocar o paciente em suas melhores condições para que a natureza possa agir sobre ele. Com este intuito, encarrega-se de prover um ambiente no qual o paciente possa ser cuidado por si próprio e/ou pelos outros. • Embora a assistência esteja centralizada na figura da Enfermeira, Florence não exclui o paciente, afirmando que “ tudo o que o doente puder fazer por si mesmo, será melhor que o faça, isto vai significar para ele menos ansiedade”. • A saúde surge, neste contexto, como resultante da interação de fatores ambientais, de modo que Florence a considera não apenascomo o contrário da doença. • O ser humano é considerado por Florence como beneficiário maior das atividades de Enfermagem. • Ela considera que o ser humano tem habilidade e responsabilidade de alterar sua situação existencial. • Florence visualiza os conceitos principais da seguinte maneira: Ser humano ou indivíduo: a pessoa com as forças vitais restauradoras para manejar a doença. Enfermagem: com a função de colocar o indivíduo nas melhores condições para a natureza agir, o que seria obtido basicamente pela ação sobre o ambiente. Saúde/doença: focalizado como um processo restaurador. Sociedade/ambiente: condições externas que afetam a vida e o desenvolvimento do indivíduo. Ambiente: elementos externos à pessoa e que afetam tanto a saúde do doente quanto à pessoa saudável. • Florence Nightingale não utilizava a terminologia “Processo de Enfermagem”, hoje empregada. Mas valorizava práticas tais como: a observação, a experiência e o registro de dados fundamentais para o desenvolvimento de uma metodologia de trabalho que acentue a possibilidade de resolução. Referências: • GEORGE, J. B. et al. Teorias de Enfermagem: Os fundamentos para a prática profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. p.38-48. • NIGHTINGALE, F. Notas sobre Enfermagem. São Paulo: Cortez, 1989. 174 p. TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS - WANDA DE AGUIAR HORTA Profª Érica Baggio Diamantino 2017 WANDA DE AGUIAR HORTA (1926 a 1981) Nasceu em 11 de agosto de 1926, natural de Belém do Pará. Graduada pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, em 1948. Licenciada em história natural pela Faculdade de Filosofia, Ciências e letras da Universidade do Paraná, Curitiba em 1953. Pós-graduada em pedagogia e didática aplicada à Enfermagem na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, em 1962. Doutora em Enfermagem, na Escola de Enfermagem Ana Néri da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Vítima de esclerose múltipla, viveu os últimos anos de sua vida em cadeira de rodas. Faleceu em 1981. Em seu retorno em 1959 à Escola de Enfermagem da USP desenvolveu o núcleo central do seu trabalho que constituiu na elaboração de vasta fundamentação teórica para a Enfermagem culminando com a elaboração da Teoria nas Necessidades Humanas Básicas. A intenção de Wanda Horta era de procurar desenvolver uma teoria que pudesse explicar a natureza da enfermagem, definir seu campo de ação específico, sua metodologia científica. Suas realizações são tantas que é impossível enumerá-las. A obra de Horta foi o divisor de épocas na enfermagem brasileira. Duas questões fundamentais foram perseguidas no trabalho de Wanda Horta: 1. A quem serve a enfermagem? A enfermagem é um serviço prestado ao ser humano. 2. Com que se ocupa a enfermagem? A enfermagem é parte integrante da equipe de saúde e como tal se ocupa em manter o equilíbrio dinâmico, prevenir desequilíbrios e reverter desequilíbrios em equilíbrio do ser humano. Em 1968 publica pela primeira vez seu próprio conceito de enfermagem: “Enfermagem é ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência através da educação; de recuperar, manter e promover sua saúde, contando para isso com a colaboração de outros grupos profissionais”. A teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta é o modelo teórico mais conhecido e utilizado em nosso país!!! A lei do equilíbrio - homeostase ou homeodinâmica “[...] todo o universo se mantém por processos de equilíbrio dinâmico entre os seus seres” (HORTA, 1979, p 28). A lei da adaptação – “[...] todos os seres do universo interagem com o seu meio externo buscando sempre formas de ajustamento para se manterem em equilíbrio” (HORTA, 1979, p. 28). A lei do holismo – “[...] universo como um todo, o ser humano é um todo, a célula é um todo não é mera soma das partes constituintes” (HORTA, 1979, p. 28). A autora fez uso da Teoria da motivação humana de Maslow, Fundamentada nas Necessidades Humanas Básicas. E da classificação de necessidades proposta por João Mohana, Fundamentada em três grandes dimensões: psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais. Maslow cita o comportamento motivacional, que é explicado pelas necessidades humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem com força sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-la. Maslow classificou as necessidades humanas básicas em cinco níveis: Necessidades fisiológicas (básicas): tais como a fome, a sede, o sono, o sexo, a excreção, o abrigo. Necessidades de segurança: que vão da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida. Necessidades afetivas/sociais/associação: tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube. Necessidades de estima: essas passam por duas vertentes: o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros, face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos; Necessidades de autorrealização: em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser. Todavia, Horta prefere utilizar a classificação de necessidades proposta por João Mohana. Necessidades psicobiológicas: Oxigenação, hidratação, nutrição, eliminação, sono e repouso, exercício e atividade física, sexualidade, abrigo mecânica corporal, mobilidade, cuidado corporal, integridade cutâneo- mucosa, integridade física, regulação, térmica, hormonal, neurológica, eletrolítica, imunológica, crescimento celular, vascular, locomoção, percepção: olfativa, visual, auditiva, tátil, gustativa, dolorosa, ambiente, terapêutica Necessidades psicossociais Segurança, amor, liberdade, comunicação, criatividade, aprendizagem, gregária, recreação, lazer, espaço, orientação no tempo e no espaço, aceitação, auto-realização, autoestima, participação, autoimagem, atenção. Necessidades psicoespirituais: Religiosa, ética ou de filosofia de vida. Características: são latentes, universais, vitais, flexíveis, constantes, infinitas, cíclicas, inter-relacionadas, dinâmicas, energéticas, hierarquizadas, têm peculiaridades individuais; são resultantes da interação meio interno e meio externo (HORTA, 1979). Universais e estão inter-relacionadas, porém cada ser humano as expressa de maneira diferente, dependendo da situação socioeconômica e cultural, nível de escolaridade, ambiente, historia de vida e idade, dentre outros fatores (HORTA, 1979). É fundamental que o enfermeiro entenda o ser humano como um todo corpo, mente e espírito. Quando o corpo ou a mente sofre, a pessoa é afetada em sua totalidade. Pressupostos: A enfermagem é um serviço prestado ao ser humano. O ser humano é parte integrante do universo dinâmico, e como tal, sujeito a todas as leis que o regem, no tempo e no espaço. O ser humano está em constante interação com o universo, dando e recebendo energia. A dinâmica do universo provoca mudanças que o levam a estados de equilíbrio e desequilíbrio no tempo e no espaço. Princípios para a enfermagem: A enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e individualidade do ser humano; A enfermagem é prestada ao ser humano e não à sua doença oudesequilíbrio; Todo cuidado de enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação; A enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo no seu autocuidado. Logo, o ser humano, por suas características, é também agente de mudanças no universo dinâmico, no tempo e no espaço; equilíbrio e desequilíbrio em seu próprio dinamismo. Os desequilíbrios geram, no ser humano, necessidades que se caracterizam por estados de tensão conscientes ou inconscientes que o levam a buscar satisfação de tais necessidades para manter seu equilíbrio dinâmico no tempo e no espaço. Consideramos a expressão "ser humano" como substituta de indivíduo, família e comunidade. As necessidades não-atendidas ou atendidas inadequadamente trazem desconforto, e se este se prolonga é causa de doença. Estar com saúde é estar em equilíbrio dinâmico no tempo e espaço. A enfermagem: Parte integrante da equipe de saúde. Implementa estados de equilíbrio, previne estados de desequilíbrio. Reverte desequilíbrios em equilíbrio pela assistência ao ser humano no atendimento de suas necessidades básicas. Procura sempre reconduzi-lo à situação de equilíbrio dinâmico no tempo e espaço. Processo de Enfermagem: Forma de organização e direcionamento da assistência de enfermagem. Dinâmica das ações sistematizadas e inter- relacionadas, visando à assistência ao ser humano. caracteriza-se pelo inter-relacionamento e dinamismo de suas fases ou passos. A inter-relação e a igual importância destas fases no processo podem ser representadas graficamente por um hexágono. No centro deste hexágono situar-se-ia o indivíduo, a família e a comunidade. Distinguem-se seis fases ou passos. Dividido em seis etapas: Histórico de enfermagem Diagnóstico de enfermagem Plano assistencial Plano de cuidados ou prescrição de enfermagem Evolução de enfermagem Prognóstico de enfermagem 1º passo: Histórico de enfermagem Roteiro sistematizado para o levantamento de dados (significativos para o enfermeiro) do ser humano que tornam possível a identificação de seus problemas. Estes dados, convenientemente analisados e avaliados, levam ao segundo passo. Problema de enfermagem: são situações ou condições decorrentes dos desequilíbrios das necessidades básicas do indivíduo, família e comunidade, e que exigem do enfermeiro sua assistência profissional. Utiliza-se de preferência a entrevista informal, promovendo uma interação enfermeira-paciente. Outras técnicas são úteis e utilizadas durante toda a entrevista, como a observação. No exame físico emprega-se a inspeção, palpação percussão e ausculta. O histórico deverá ser feito na admissão, isto é, no primeiro contato com o cliente, o que pode ocorrer no quarto, na sala de admissão da clínica, no ambulatório, no domicílio. 2º passo: Diagnóstico de enfermagem Identificação das necessidades do ser humano que precisa de atendimento determinação pelo enfermeiro do grau de dependência deste atendimento em natureza e em extensão. O diagnóstico analisado e avaliado levará ao terceiro passo. O diagnóstico comporta duas dimensões: identificar as necessidades e determinar o grau de dependência. O grau de dependência pode ser total ou parcial. Na dependência total está implícita a extensão, e a natureza compreende tudo aquilo que a enfermagem faz pelo ser humano quando este não tem condições de fazer por si, seja qual for a causa. Em havendo dependência parcial, a assistência de enfermagem pode situar-se em termos de ajuda, orientação, supervisão e encaminhamento quando couber. 3º passo: Plano assistencial Determinação global da assistência de enfermagem. O que o ser humano deve receber diante do diagnóstico estabelecido. Este plano assistencial é sistematizado em termos do conceito de assistir em enfermagem. Isto é, execução de cuidados, fazer, ajudar, orientar, supervisionar e encaminhar.(observação e controle). Determinado o plano assistencial passa-se ao quarto passo. 4º passo: Plano de cuidados ou prescrição de enfermagem Implementação do plano assistencial pelo roteiro diário (ou período aprazado) que coordena a ação da equipe de enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas e específicas do ser humano. O plano de cuidados é avaliado sempre, fornecendo os dados necessários para o quinto passo ou fase. 5ºpasso: Evolução de enfermagem Relato diário (ou aprazado) das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano, enquanto estiver sob assistência profissional. Pela evolução é possível avaliar a resposta do ser humano a assistência de enfermagem implementada. A evolução é, em síntese, uma avaliação global do plano de cuidados (prescrição de enfermagem implementada). Anotar inicialmente a avaliação global do plano de cuidados (prescrição de enfermagem), os dados subjetivos seguidos pelos dados objetivos. Se for identificado um novo problema de enfermagem, avaliar se é sintoma das necessidades já identificadas ou surgimento de uma nova necessidade a ser diagnosticada. A redação deve ser clara, sucinta, evitar a mera repetição das observações já anotadas na avaliação dos cuidados especificados no plano de cuidados. Da evolução poderão advir mudanças no diagnóstico de enfermagem, no plano assistencial e no plano de cuidados (prescrição de enfermagem). Estas mudanças visam melhorar a assistência de enfermagem prestada ao cliente e consequentemente elevar o nível de atendimento em qualidade e quantidade. A evolução exerce um verdadeiro controle sobre a qualidade e a quantidade do atendimento, fornecendo dados para a supervisão do pessoal auxiliar. 6º passo: Prognóstico de enfermagem • Estimativa da capacidade do ser humano em atender suas necessidades básicas alteradas após a implementação do plano assistencial e a luz dos dados fornecidos pela evolução de enfermagem. • O prognóstico indicará as condições que o cliente atingirá na alta médica. Ele chegou a total independência? Está dependente no que e quanto? • Um bom prognóstico é aquele que leva ao autocuidado, portanto, à independência de enfermagem; um prognóstico sombrio é aquele que se dirige para a dependência total. • O prognóstico é também um meio de avaliação do processo em si, mede todas as fases e chega a uma conclusão. Dadas as características já citadas do processo de enfermagem é possível corrigir erros em qualquer uma das fases. Também é possível a previsão simultânea de todas as fases. Assim é, que ao fazermos o diagnóstico e mesmo na própria coleta de dados já teremos uma ideia do prognóstico. Somente por razões didáticas e de sistematização estas fases são separadas. Os estudos de Horta (1960) foram percussores, no entanto, somente em 1979 que a atenção dos enfermeiros brasileiros passa a ser direcionado para o PE. Os instrumentos básicos são indispensáveis a enfermeira para que aplique o processo de enfermagem. Instrumentos básicos: são as habilidades, conhecimentos e atitudes indispensáveis para a execução de uma atividade. Sua sequência não significa hierarquia, pois todos têm o mesmo valor. Instrumentos Básicos do Cuidar Comunicação Observação Planejamento Método Científico Princípio Científica Avaliação Trabalho em Equipe Destreza Manual e Habilidade Psicomotora Criatividade Referência HORTA, W. A. Processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2011. "A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, como a obra de qualquerpintor ou escultor; Pois oque é o tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus. É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes.” Florence Nightingale
Compartilhar