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Amorim IG, Sousa ECB, Miranda FAN. Comunicação e saúde. Portuguese/English Rev enferm UFPE on line. 2012 Nov;6(11):2865-6 2865 DOI: 10.5205/reuol.2185-16342-1-LE.0611201234 ISSN: 1981-8963 COMUNICAÇÃO E SAÚDE Ingrid Gurgel Amorim. Enfermeira. Aluna especial de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem – Mestrado Acadêmico, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/PPGENF/UFRN. Natal (RN), Brasil. E-mail: ingridgurgel88@gmail.com.br Elaine Celina Batista de Sousa. Enfermeira. Pós-graduanda em Enfermagem do Trabalho pela CFAZ Cursos em parceria com as Faculdades Integradas de Patos (FIP). Natal (RN), Brasil. E-mail: elainesouza3@yahoo.com.br Francisco Arnoldo Nunes de Miranda. Enfermeiro. Doutor em Enfermagem Psiquiátrica pela Universidade de São Paulo (USP)/Ribeirão Preto-SP, Brasil. Professor Adjunto do Departamento de Enfermagem e do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/PPGENF/UFRN. Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. E-mail: farnoldo@gmail.com O livro “Comunicação e Saúde”, escrito pelas autoras Inesita Soares de Araújo e Janine Miranda Cardoso, foi publicado no ano de 2007 e possui no total 152 páginas. Esta referência integra a coleção “Temas em saúde” da Editora FIOCRUZ. A primeira autora é comunicóloga e a segunda, cientista social. Ambas possuem pós-graduação em comunicação e cultura pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ), com titulação de doutora e mestre, respectivamente. Além disso, fazem parte do Laboratório de Pesquisa em Comunicação e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz). Esta publicação vem organizada em quatro capítulos os quais contam com alguns recursos didáticos (quadros, figuras e esquemas), que facilitam o entendimento do leitor, até mesmo aquele não especializado, conferindo- lhe uma visão geral acerca do conteúdo em foco. No primeiro capítulo, intitulado “Comunicação e Saúde: articulações e interfaces”, as autoras escrevem sobre a comunicação, abordada como o fruto das vivências individuais e coletivas e das práticas sociais e cotidianas, as quais possibilitam a construção dos pontos de vista. A comunicação é designada como um objeto de estudo, cujo saber possibilita a compreensão e inter- relação com as áreas da educação e saúde, entre outras, e de aplicabilidade nas instituições e movimentos sociais. Em seguida, há a discussão sobre o conceito da expressão ‘comunicação e saúde’ (C&S). A partir disso, apresenta-se uma abordagem histórica desde 1920 até os tempos atuais, com o intuito de mostrar que a comunicação durante todo o tempo relacionou-se diretamente com as intervenções sobre os costumes e práticas da população. Hoje, a informação e a comunicação constituem-se em um direito indissociável ao da saúde. Ao final, são citadas as faces da comunicação nas instituições de saúde, quais sejam: responsabilidade das assessorias de comunicação social, divulgação científica e comunicação organizacional. No segundo capítulo, “Comunicação e poder”, inicia-se uma discussão dos aspectos conceituais sobre as teorias, os modelos, o poder simbólico, a relação entre as políticas e práticas de comunicação na saúde e as relações de poder. Retrospectivamente a partir da Primeira Guerra Mundial apresenta os principais modelos de comunicação e saúde até aos modelos e abordagens utilizados nas instituições de saúde atualmente, além dos aspectos limitantes de cada um. O terceiro capítulo, “A comunicação e os princípios do SUS”, trata do poder da comunicação, quando utilizada pelos cidadãos, a fim de lutar por melhorias no serviço público de saúde e garantir a participação popular nesse processo. São esclarecidos os princípios doutrinários (universalidade, equidade e integralidade) e organizativos (descentralização, hierarquização e participação) do SUS, buscando adentrar a prática comunicativa em cada uma destas diretrizes e incitando discussões que se apropriam e condicionam- REVIEW OF BOOK Amorim IG, Sousa ECB, Miranda FAN. Comunicação e saúde. Portuguese/English Rev enferm UFPE on line. 2012 Nov;6(11):2865-6 2866 DOI: 10.5205/reuol.2185-16342-1-LE.0611201234 ISSN: 1981-8963 se, de forma análoga, às mesmas dificuldades que o SUS enfrenta ao tentar implantá-las. O último capítulo, “Fronteiras: outros tempos, vozes, espaços e temas”, começa com as duas possibilidades que uma fronteira pode remeter nas pessoas: lugar onde tudo termina, ou ainda onde tudo começa. Ao escolher o segundo significado as autoras acreditam que haja uma possibilidade de mudança do mundo, a qual inclui também a participação dos cidadãos como sujeitos ativos desse processo. Por todos os lados do campo da saúde há uma insatisfação com os diversos aspectos das práticas comunicativas e também um desgaste das perspectivas autoritárias. Sendo assim, é necessário que existam mudanças tanto na comunicação como na saúde, no que concerne às novas demandas, outros temas e tecnologias. São mencionadas as seguintes demandas: 1) ampliação do acesso às informações governamentais, 2) ampliação do direito de falar e ser ouvido, 3) visibilidade pública para os seus temas, interesses e proposições e 4) mais e melhor acesso às tecnologias da comunicação. A respeito da comunicação midiática tem-se que a sua relação com a saúde é considerada intensa e multifacetada. São ainda contemplados outros temas como: as tecnologias, o marketing social, a comunicação de interesse público, as redes como um espaço de exercício do poder, as pesquisas e o planejamento em comunicação e saúde. O livro traz contribuições para estudantes e profissionais da saúde. Embora nos pareça óbvia a importância da comunicação na assistência à saúde, este é um tema insuficientemente discutido sob o prisma no qual o livro se respalda, ao contextualizar a comunicação com a evolução das políticas públicas de saúde, a democracia, a cidadania e o direito à saúde. Há, continuamente, a ressalva de que a prática comunicativa não pode ser pensada de forma dissociada daqueles princípios que regem o SUS. Há, porém, que se considerar a existência de inúmeros impedimentos e barreiras enfrentados pelos profissionais da saúde quanto ao exercício de sua autonomia para efetivar a comunicação ensejada e impelida pelas autoras do livro. As ‘forças centrípetas’ citadas pelas mesmas, as quais “contam com a cristalização e a naturalização de modelos para manter a ordem vigente”, isto é, as forças que estagnam as posições da supremacia, exemplificam estes impedimentos à prática comunicativa. Deste modo, a certeza de que “podemos, pela comunicação que fazemos, ser agentes de manutenção ou de transformação da realidade” que as autoras impõem no início do livro é fortemente contrastada pela premissa de que “a renovação do pensamento e da prática da comunicação na saúde” por parte dos profissionais é, por si só, pouco versada e insuficiente para que estes sejam capazes de atuar tal qual as autoras propõem, já que existe a interdependência dos diversos contextos políticos, econômicos e sociais envolvidos. Por fim, é plausível inferir que “Comunicação e Saúde” constitui-seem uma adequada e bem estruturada leitura aos interessados por este tema, fomentando reflexões e contextualizações diversas sobre as práticas comunicativas no âmbito da saúde interfaceada com as relações do poder simbólico e das políticas públicas. Araújo IS, Cardoso JM. Comunicação e saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2007. 152 p. Sources of funding: No Conflict of interest: No Date of first submission: 2012/07/11 Last received: 2012/10/11 Accepted: 2012/10/12 Publishing: 2012/11/01 Corresponding Address Ingrid Gurgel Amorim Edifício Apolônio Lima Rua Ministro Mirabeau da Cunha Melo, 1925, Ap. 801 ― Candelária CEP: 59064-490 ― Natal (RN), Brazil REFERÊNCIA
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