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TG ESTUDO DISCIPLINARES IV O Serviço Social na Mediação, Demanda e Universalização do Acesso aos Direitos Sociais

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TRABALHO EM GRUPO – TG
Aluno(s): Marinete Coelho Ferreira RA: 1631683
 Ozielma dos Reis da Silva RA: 1631677
 Kelly Martins da Costa RA: 1631023
 Jefferson Lincoln de S. Almeida RA: 1631703
 Rayany Pereira Silva RA: 1631427
 Beatha Paula da Costa Vale RA: 1632047
 Liane Ramos de Souza RA: 1631661
	 Ane Natiane Dias dos Santos RA: 1626663 
POLO CREMAÇÃO
2016
INTRODUÇÃO
O objeto desse trabalho é analisar como é feita a mediação entre o profissional assistente social e a demanda por ele atendida nessa perspectiva de universalização do acesso aos direitos sociais.
O trabalho do Assistente Social na Contemporaneidade nos deixou surpresos com as questões contundentes na portabilidade das ações que norteia a profissão, pois a mesma adquire a inteligibilidade no sentido da história sobre sua expressão nas presentes épocas da cotidianidade. O Serviço Social é uma profissão de natureza eminentemente interventiva que atua no campo das relações humano-sociais. É uma forma de especialização do trabalho coletivo, socialmente construído. Participa do processo global de trabalho, e tem, portanto, uma dimensão sócio-histórica e política que lhe é constitutiva e constituinte. Como área de conhecimento e de intervenção profissional o Serviço Social se consolida em suas relações com as demais profissões e com as práticas societárias mais amplas.
Vamos analisar a intervenção profissional dos assistentes sociais no papel da prática e mediação em uma visão global, a qual oferta um horizonte, uma direção e as necessárias estratégias de ação, em um processo reflexivo, coletivo, consciente e criativo dos direitos sociais.
A MEDIAÇÃO ENTRE O PROFISSIONAL ASSISTENTE SOCIAL 
A mediação social é um conceito que confere identidade a práticas profissionais diferenciadas. É importante conceituar que a vida cotidiana é questão fundamental à prática profissional dos assistentes sociais, uma vez que comporta o espaço da práxis. 
É nesse espaço que se consolida, se perpetuam ou se transformam as condições de vida onde incidem as práticas profissionais. Não raro buscamos a totalidade fora da vida cotidiana, privilegiamos os espaços das relações complexas de produção e dominação e ignoramos esse palco de mediações entre o particular e o global, o singular e o coletivo. Em segundo lugar, o assistente social é um dos agentes de mediação privilegiado na relação entre dominados, oprimidos ou excluídos e o Estado, uma vez que o Serviço Social é uma profissão de características singulares. Carvalho (2000, p. 52) ensina que Ela (a profissão) não atua sobre uma única necessidade humana (tal qual o dentista, o médico, o pedagogo...) nem tampouco se destina a todos os homens de uma sociedade, sem distinção de renda ou classe. Sua especificidade está no fato de atuar sobre todas as necessidades humanas de uma dada classe social, ou seja, aquela formada pelos subalternos, pauperizados ou excluídos dos bens, serviços e riquezas dessa mesma sociedade. Por isso os profissionais de Serviço Social atuam na trama das relações de conquista e apropriação de serviços e poder da população usuária e é por isso também que se pode mencionar a categoria mediação. 
Segundo Iamamoto Nesse sentido, compreender a realidade em toda a sua complexidade é um desafio apresentado ao assistente social, que tem sido convocado a dar novas respostas no âmbito do exercício profissional, não mais apenas na execução, mas também na formulação e gestão das políticas públicas, assim como na formulação de novas elaborações teóricas, compreendendo que nesse contexto que a mediação aparece como categoria fundamental para o trabalho do assistente social.
"O Serviço Social na contemporaneidade" - é muito mais do que um título formal, pois sintetiza o desafio de decifrar os novos tempos para que deles se possa ser contemporâneo. Exige-se um profissional qualificado, que reforce e amplie a sua competência crítica; não só executivo, mas que pensa, analisa, pesquisa e decifra a realidade. Alimentado por uma atitude investigativa, o exercício profissional cotidiano tem ampliadas as possibilidades de vislumbrar novas alternativas de trabalho nesse momento de profundas alterações na vida em sociedade. (IAMAMOTO 2010 Pág. 49)
DEMANDA DO ASSISTENTE SOCIAL
Com a implantação da LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social em 7 de dezembro de 1993 trouxe consigo a concepção de que a Assistência deve ser uma política social para o enfrentamento e combate da pobreza, e ainda a garantia de legitimação dos direitos universais, como uma melhoria na condição de vida da população.
Segundo Iamamoto ao longo de seu desenvolvimento, o Serviço Social foi requerido por organizações estatais, empresariais e filantrópicos, como uma profissão fundamentalmente interventiva, situada no âmbito da prestação de serviços sociais previstos pelas políticas sociais públicas e privada. Desta forma, as demandas ao Assistente Social em questão estão inscritas nessa dinâmica social densa de adversidades e contradições. Daí resulta as denominadas situações de vulnerabilidade e risco social vivenciadas na sociedade. Um só usuário ou família traz consigo múltiplas demandas. O profissional trabalha cotidianamente com os seguintes exemplos reais: família com membro usuário de drogas; a mãe que sofre violência doméstica assim como os filhos. Há nesse seio o subemprego, a insuficiência e instabilidade da renda. O nível de escolaridade dos responsáveis é sempre precário, associado à ausência do cumprimento das funções básicas da família. Há também usuário soropositivo que sofre processo de segregação e discriminação por sua condição de saúde, exclusão do mercado de trabalho, em que muitas vezes não tem renda fixa, nem suficiente para suprir suas necessidades, essa demanda toda é centralizada no CRAS, existem outras demanda no CREAS – Centro de Referencia de Assistência Social Especializada e muitos outros como sita Iamamoto: 
Verifica-se hoje a diversificação da demanda desse profissional para mais além da linha executiva, abrangendo pesquisas, planejamentos, assessorias e consultorias, capacitação, treinamentos, gerenciamento de recursos e projetos. Crescem os trabalhos em parcerias interinstitucionais e em equipes multidisciplinares. Observa-se uma clara tendência de superação da perspectiva restrita das especializações, afirmando-se a preferência por um profissional competente em sua área de desempenho, mas generalista em sua formação intelectual e cultural, munido de um acervo amplo de informações em um mundo cada vez mais globalizado, capaz de apresentar propostas criativas e inovadoras. (IAMAMOTO, pag.264)
 Vale ressaltar que demandas são as imposições ou exigências feitas aos profissionais ora pela sociedade, ora pelo mercado de trabalho. 	Cabe ao Serviço Social, refazer teórica e metodologicamente o caminho entre a demanda e as suas necessidades, situando-as na sociedade capitalista contemporânea, com toda sua complexidade. Nesse contexto, é preciso levar em conta as condições de trabalho e ao mesmo tempo os interesses, os desejos e as demandas da população, que podem ser pessoais e coletivas, exigindo uma diversidade de intervenções e ações com estratégias complexas na correlação de forças em presença. Demandas contemporâneas postas ao Serviço Social são dinâmicas assim como a profissão, estão inscritas num processo contínuo de produção e reprodução social. E o exercício profissional do Assistente Social é construído dia a dia. 
“A categoria de mediação exprime a acepção de espaço de confronto e de contradições, no qual se podem conquistar, ou não, avanços no trabalho de conquistas institucionais e políticas da população cliente daspolíticas sociais.” (PONTES, 1995, p.105) 
 A instituição em si é um espaço onde se coloca uma rede de mediações, que cabe ao assistente social desvendar. As estratégias profissionais, dependendo da sua complexidade e profundidade, articulam mais ou menos mediações, podendo até se confundir em um complexo de mediações, mas não se constituem em uma mediação.
Desvelar a prática cotidiana exige inseri-la no quadro das relações sociais fundamentais da sociedade, ou seja, entender que há conflitos tenso das relações entre as classes sociais, suas frações e das relações destas com o Estado. Para efetuar uma análise crítica das demandas profissionais, há que conferir densidade histórica à nossa problemática. Deve-se privilegiar a história por ela ser a fonte de nossos problemas e a chave das suas soluções.
	Há um crescimento e pressão nas demandas por serviços, por parte da população usuária decorrente de sua pauperização se choca com a já crônica falta de verbas e recursos das instituições. Amplia-se cada vez mais a seletividade dos atendimentos, fazendo com que a universalização dos direitos sociais seja efetuada. Diante desse quadro, o assistente social vê-se, institucionalmente, cada vez mais compelido a exercer o papel de lutar pelos direitos da sociedade. O proclamado “direito do cidadão” é substituído pelo “mérito da necessidade”, cabendo à assistência social privilegiar as situações graves e agudas, na condição de ajuda e de pronto socorro social. Não há preocupação com “a doença, sua cura ou prevenção”, mas com a redução, ainda que precária e imediata do grau de gravidade da situação de um cidadão. Ou seja, não se investiga o porquê daquela demanda, apenas ela é solucionada. 
PERSPECTIVA ATENDIDA NA UNIVERSALIZAÇÃO DO ACESSO AOS DIREITOS SOCIAIS. 
Historicamente o Serviço Social adquiriu cunho de cientificidade buscando embasamento teórico para qualificar o profissional. A prática do Assistente Social não funciona mais como uma ação que tem começo, meio e fim, mas, como processo contínuo, investindo na capacitação teórico-metodológica dos seus profissionais. A nova configuração social alicerçada em um sistema capitalista, no neoliberalismo exige dos profissionais constante aprimoramento e qualificação visando respostas às demandas oriundas dessa desorganização da realidade social. Para este modelo de prática, a que visa superação da problemática vivida pelos usuários, àqueles que buscam apoio e orientação, principalmente nas instituições, as mediações surgem como resposta às demandas dos mesmos com suporte e qualidade, para as ações dos profissionais.
Universalização dos direitos, em consequência, da cobertura e do atendimento das políticas sociais; na garantia da gratuidade no acesso aos serviços; na integralidade das ações voltadas à defesa da cidadania de todos na perspectiva da igualdade.
A Carta Constitucional de 1988, relativa à universalização dos direitos sociais e dos serviços, que lhes atribuem materialidade. Trouxe uma ampliação do campo dos direitos sociais, sendo por isso reconhecida como a "Constituição cidadã". A normatização desses direitos abre novas frentes de lutas no zelo pela sua efetivação, preservando o princípio de universalidade em sua abrangência a todos os cidadãos. A assistência social é reconhecida, pela primeira vez, como uma política pública, dever do Estado e direito de cidadania. (IAMAMOTO, pag. 263)
Nessa perspectiva de universalização do acesso aos direitos sociais havendo possibilidades de reflexão, apontando aspectos a serem investigados dentro do tema, buscando compreender a criação de sentidos realizada nos processos de trabalho do Assistente Social. Neste caso, a leitura profissional frente às demandas seria um conceito redefinido na história do Serviço Social reconstruindo a autoimagem da profissão na atualidade. Segundo Iamamoto ter acesso aos direitos sociais, materializados os serviços sociais públicos. Estão todos convidados a pensar as mudanças que vêm afetando o mundo da produção, a esfera do Estado e das políticas públicas e analisar como elas vêm estabelecendo novas mediações nas expressões da questão social hoje, nas demandas à profissão e nas respostas do Serviço Social. 
A efetividade dos direitos sociais que tem como objetivos conhecer os direitos sociais, sua importância para o pleno desenvolvimento de cada cidadão, instrumento que é para a realização da dignidade humana e para a concretização de um Estado de Direito Democrático, ter o entendimento de que a Constituição da República de 1988 revelou o amadurecimento da democracia brasileira em relação à universalização do acesso aos Direitos Sociais. De fato, a Constituição de 1988 estabeleceu positivamente no título dos Direitos Fundamentais, o que já era reconhecido pela doutrina majoritária: os Direitos civis, políticos, sociais, confundem-se no estatuto de cidadania, são indivisíveis e fundamentais. 
Adotando a crítica feita por Flávio Pansieri, a explicação dada pelo referido autor: A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 6º afirmou de maneira positiva os Direitos Sociais, e os nomeia de maneira concreta: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. Somente é possível definir o conteúdo de cada um desses Direitos Sociais, após observar a realidade vivida pela sociedade, em termos de desenvolvimento econômico social, que não seja desfrutar dos direitos de igualdade e de liberdade, se não quando garantidos, ainda que minimamente, o exercício daqueles direitos elencados no Título II, Capítulo II artigo 6º, da Constituição de 1988. Entendemos que os Direitos Sociais são direitos de todos, a todos e devidos a todos. 
A expansão da política de assistência social vem demandando cada vez mais a inserção de Assistentes Sociais comprometidos com a consolidação do Estado democrático dos direitos, a universalização da seguridade social e das políticas públicas e o fortalecimento dos espaços de controle social democrático. Isso requer o fortalecimento de uma intervenção profissional crítica, autônoma, ética e politicamente comprometida com a classe trabalhadora e com as organizações populares de defesa de direitos.
CONCLUSÃO
Por fim, através do presente estudo que nos foi proporcionado, tivemos a reflexão sobre a intervenção do profissional de Serviço Social no processo de mediação e demanda junta com universalização dos direitos sociais, onde estão interligados, não podem ser vistas separadamente. É o papel do Assistente Social neste contexto se posicionar em favor da equidade e da justiça social, na perspectiva da universalização do acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais. Realça o compromisso desse profissional com a liberdade. Como frisa a pesquisadora Marilda Iamamoto em O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional com a defesa intransigente dos direitos humanos.
A atuação do Assistente Social organiza-se através da intersetorialidade no atendimento, que abrange uma grande demanda: à Educação, à Cultura, à Saúde, à Proteção Social, à Habitação, entre outros. Exigindo de seus profissionais, conhecimentos: teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo. O mesmo busca com tudo, à inclusão social e a participação de todas as classes sociais, para que junto às estratégias de ação possamos atingir a classe trabalhadora e garantir a qualidade dos profissionais de Serviço Social.
Enfim, o assistente social tem que fazer a mediação entre demandas que resultam das condições de vulnerabilidade a que está submetida à população e as demandas postas pelas instituições, responsável pela implementação de políticas sociais públicas, que se configuram dentro de uma perspectiva focalista, seletiva e excludente para a prestação dos serviços.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional.Rio de Janeiro: Cortez, 2010.
IAMAMOTO, M. V. Serviço Social e Competências: Os espaços sócio-ocupacionais do assistente social.
PANSIERI, FLÁVIO. Eficácia e Vinculação dos Direitos Sociais. Reflexões a partir do direito à moradia. São Paulo. Saraiva. 2012. Págs. 32.
PONTES, Reinaldo Nobre. Mediação e Serviço Social. São Paulo, Cortez, 1995.
CARVALHO, Maria do Carmo Brant de; NETTO, José Paulo. Cotidiano: conhecimento e crítica. São Paulo: Cortez, 2000.

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