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Perícias de Engenharia Apostila

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REALIZAÇÃO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OUTUBRO – 2017 
 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
2 
EMENTA: 
Estudo sobre as Periciais de Engenharia, com a consequente elaboração de laudos periciais judiciais 
e extra judiciais, bem como o estudo de como proceder perícias, vistorias nas edificações, a perícia 
no processo judicial e a elaboração de laudos periciais. 
Disciplina: 
LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
C a r g a h o r á r i a: 
20 h o r a s / a u l a 
A n o: 
2017 
P e r í o d o: 
20 A 23/ 06/2017 
Professor: Eng. Civil e de Seg. do Trabalho Jackson Cabral de Santana jacksoncabral57@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 
I - A PROVA PERICIAL NO DIREITO II 
- CONCEITOS E DEFINIÇÕES: 
- Perícia; 
- Vistoria; 
- Inspeção 
III - PERÍCIA JUDICIAL E EXTRA JUDICIAL: 
- Nomeação do Perito e Contratação do Assistente Técnico 
- Atribuições e Regulamentação. 
IV - ETAPAS DE UMA PERÍCIA 
V - LAUDO - PARECER - RELATÓRIO TÉCNICO - MANIFESTAÇÃO 
- Diferença entre Laudo e Parecer Técnico; 
- Conteúdos dos Laudos Técnicos 
- Formatação de quesitos pelos Assistentes Técnicos 
VI - PRÁTICA PROFISSIONAL 
- Interface com clientes, advogados e magistrados 
VII - ÉTTICA PROFISSIONAL 
VIII - HONORÁRIOS PROFISSIONAIS 
IX - PERÍCIA DE ENGENHARIA NOS TRIBUNAIS DE CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM 
X - TÉCNICA DE REDAÇÃO DE LAUDOS 
BIBLIOGRAFIA: 
DEUTSCH, Simone Feigelson. Perícias de Engenharia: a apuração dos fatos. São Pulo, Livraria e 
Editora Universitária de Direito, 2011. 
JULIANO, Rui. Manual de Perícias. Rio Grande - RS, Companhia Editora Nacional, 2007. 
FIKER, José. Manual de Avaliações e Perícias em Imóveis Urbanos. São Pulo, Ed. PINI, 2001. 
FIKER, José. Manual de Redação de Laudos. São Pulo, Ed. PINI, 1989. 
ABUNAHMAN, Sérgio Antônio. Curso Básico de Engenharia Legal e de Avaliações. São Paulo, Ed. 
PINI, 1999. 
Tito Lívio Ferreira, Jerônimo Cabral P. Fagundes e Marco Antônio Gullo. Engenharia Diagnóstica em 
Edificações. Brasília, Ed. PINI, 2009. 
FIKER, José. Linguagem do Laudo Pericial. São Paulo, Editora Universitária de Direito, 2005. 
MAIA NETO, Francisco. A Prova Pericial no Processo Civil. Belo Horizonte, Editora Del Rey, 2005. 
IBAPE/SP. Perícias de Engenharia, São Paulo, Editora Pini, 2008 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
3 
 
ÍNDICE REMISSIVO 
 
 
I – A PROVA PERICIAL NO DIREITO..............................................................................................4 
 
II - CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
 
1 - O Direito no Brasil......................................................................................................................5 
 
2 - Engenharia Legal........................................................................................................................6 
 
Vistoria; Inspeção; Auditoria; Perícia..............................................................................................7 
 
Consultoria.....................................................................................................................................8 
 
III - PERÍCIA JUDICIAL E EXTRA JUDICIAL.......................................................................................8 
 
Nomeação do Perito e contratação do Assistente Técnico.........................................................9 
 
1 – Perito.......................................................................................................................................9 
 
2 – Assistente Técnico...................................................................................................................9 
 
3 – Laudo......................................................................................................................................10 
 
4 – A Perícia Judicial......................................................................................................................10 
 
5 – Poder Judiciário no Brasil........................................................................................................16 
 
6 – A atuação dos Peritos.............................................................................................................17 
 
7 - O Bom Perito...........................................................................................................................17 
 
8 - Atribuições e Regulamentação..............................................................................................17 
 
9 - Das penalidades a que os Peritos estão sujeitos.....................................................................18 
 
10 - Das decisões soberanas do Juiz.............................................................................................19 
 
IV – ETAPAS DE UMA PERÍCIA.......................................................................................................20 
 
V –LAUDO - PARECER - RELATÓRIO TÉCNICO – MANIFESTAÇÃO.................................................26 
 
VI - PRÁTICA PROFISSIONAL.........................................................................................................34 
 
VII – ÉTICA PROFISSIONAL............................................................................................................36 
 
VIII– HONORÁRIOS PROFISSIONAIS.............................................................................................38 
 
IX – PERÍCIA DE ENGENHARIA NOS TRIBUNAIS DE CONCILIAÇÃO 
 E ARBITRAGEM..........................................................................................................................43 
 
X - TÉCNICA DE REDAÇÃO DE AUDOS..........................................................................................49 
 
ANEXO I – LEGISLAÇÃO................................................................................................................61 
 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
4 
I - A PROVA PERICIAL NO DIREITO 
 
O Direito reconhece como meios de prova a oral e a material: confissão, 
depoimento das partes, documentos, presunções e indícios, testemunhas e 
exames periciais. 
 
A prova pericial consiste em exame, vistoria e 
avaliação, que, de modo geral, só são 
promovidos por profissional habilitado no assunto 
em que a perícia está envolvida. Como o juiz não 
é conhecedor de todas as técnicas disponíveis, 
por mais culto e inteligente que seja, por não ter 
os conhecimentos científicos ou técnicos 
necessários, procura então pessoas de sua 
confiança que entendam a matéria que irá julgar. 
Por exemplo, nos casos que envolvem a 
técnica de contabilidade, ele utiliza-se de 
contadores como seu braço sobre a área, como 
se fosse uma extensão sua. 
 
A pessoa que suprirá o juiz das noções que ele humanamente não consegue ter 
controle denomina-se perito e de seu trabalho resultará a elaboração de um laudo, que 
é o resultado do conhecimento técnico sobre o assunto de uma lide judicial. Constitui- 
se o perito, também denominado aqui de especialista em perícias, em um auxiliar da 
justiça que executará seu trabalho leal e honradamente. 
 
No que tange ao exame, ele é relativo a pessoas, documentos e livros, coisas móveis e 
semoventes. 
 
Já na vistoria,é a mesma inspeção, só que aplicada a imóveis e locais, como também 
máquinas e equipamentos. 
 
Arbitramento é o exame que os peritos fazem de alguma coisa, direito ou obrigação, 
para determinar-lhe o valor ou estimar em dinheiro. É realizado, utilizando-se métodos 
técnicos e científicos. O arbitramento resolve antagonismos entre disposições espaciais 
ou valores e quantidades colocadas sob pontos de vistas diferentes. Avaliação é a 
mesma estimação de valor de coisas, direitos e obrigações. 
 
O juiz nomeia um perito quando a prova de um fato necessita de conhecimento técnico 
ou científico particular. Ele sempre é escolhido entre profissionais de nível superior, 
salvo quando a comarca não dispuser desses profissionais. 
 
O perito fica oficialmente sabendo que foi nomeado através de uma intimação. A 
intimação acontecerá: através de correspondência, com Aviso de Recebimento - AR; 
via oficial de justiça; ou ainda através de assinatura do perito ao pé de carimbo de 
intimação constante em uma das folhas dos autos do processo. 
 
A materialização da perícia judicial é direito das partes envolvidas no processo, que 
somente será negada, se a prova não necessitar de conhecimento técnico ou for 
desnecessária em vista de outras provas produzidas ou for impraticável a sua 
verificação. A designação de perícia geralmente ocorre quando não é possível a 
conciliação entre as partes durante audiência - uma das fases programáticas do 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
5 
processo. 
 
Uma diferença fundamental das provas apresentadas pelas partes no processo, em 
relação à prova fornecida pela perícia está em que, na primeira os autores e réus ao 
apresentá-las não estão sujeitos à Isenção, quanto que, na última, esta é a 
característica fundamental. Outra diferença está em que as provas trazidas aos autos 
do processo pelas partes, podem versar sobre assuntos de qualquer natureza, e a 
perícia será provocada, quando o assunto carecer de conhecimentos técnicos e 
científicos 
 
Cabe explicar que o processo é constituído de petições (requerimentos), provas, 
fundamentações, intimações, recibos de pagamentos de despesas judiciais, citação do 
réu, ou réus, cópias de despachos etc. 
 
As partes do processo, autor e réu, têm a faculdade de nomear uma pessoa de sua 
confiança, cada um, para acompanharem a perícia; a este intitula-se assistente técnico. 
Dependendo do processo, haverá: apenas o autor; autor e réu; mais de um autor; e 
mais de um réu. 
 
A perícia será chamada de diversas maneiras, dependendo da atividade que nela se 
realize, porém terá sempre a denominação maior de perícia. Assim, dentre outras da 
nomenclatura: perícia contábil, perícia médica, perícia grafotécnica, avaliação, vistoria, 
exame, perícia econômica e perícia trabalhista. 
 
A perícia requer conhecimentos técnicos e científicos para esclarecer aquilo que o leigo 
tem dúvidas ou falta de conhecimento, desse modo, por exemplo, ela será uma 
avaliação realizada por engenheiro e arquiteto quando a natureza do assunto for a 
determinação do valor de um imóvel. 
 
II - CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
 
1 – O Direito no Brasil 
 
Na época da descoberta do Brasil vigoravam em Portugal as Ordenações Afonsinas, 
uma coletânea de leis promulgada no reinado de Afonso V, que foi quando se instituiu 
a prova pericial no Direito. 
 
As Ordenações Manuelinas surgem em 1505. D. Manuel, chamado “O Venturoso”, 
acabou a revisão de suas Ordenações em 1521, que substituíram as Ordenações 
Afonsinas. 
Em 1603, no reinado de Felipe II, com a unificação dos tronos português e espanhol, 
criando-se a União Ibérica, foram promulgadas as Ordenações Filipinas, compilação 
jurídica que resultou da reforma do código manuelina. 
 
A legislação brasileira apresenta, até hoje, resquícios dessas Ordenações, como 
exemplo o caso de aforamento, que regula a posse e a transferência das terras e 
terrenos de marinha, mangue, por meio de enfiteuse e de laudêmios. 
 
A enfiteuse é uma relação jurídica na qual o proprietário autoriza uma outra pessoa, 
denominada enfiteuta, a usar e dispor do bem mediante o pagamento de uma 
retribuição anual chamada de foro. O proprietário tem direito ao laudêmio pelas 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
6 
ENGENHARIA LEGAL
VISTORIA EXAME AVALIAÇÃO
ENGENHARIA LEGAL
ENGENHARIA DIAGNÓSTICA ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES
V
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G
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A
alienações eventualmente feitas pelo enfiteuta. A enfiteuse é perpétua e incide sobre 
terras ou terrenos que se destinem às edificações. O laudêmio é a importância fixada 
no título de aforamento. 
Em 1827 surgiram as primeiras escolas de Direito no Brasil, nas cidades de São Paulo 
e Olinda, com o objetivo de substituir a geração de Juízes formados em Coimbra. 
 
A partir da década de 1950, com a industrialização e o desenvolvimento do pós-guerra, 
o crescimento urbanístico das principais cidades é flagrante, e há uma maior incidência 
de ações judiciais envolvendo casos técnicos, com a necessidade de elaboração da 
prova técnica, acarretando nomeações de Peritos da área de engenharia. 
 
2 – Engenharia Legal 
 
 
 
 
 
 
 
A expressão já consta, desde 1937, no decreto número 23.569, que 
regulamentou o exercício da profissão do engenheiro. A Engenharia Legal compreende 
todas as atividades do engenheiro que tendem a solucionar problemas jurídicos que 
dependem de conhecimentos técnicos, os quais normalmente não são inerentes aos 
advogados e magistrados, traduzindo especialmente a função do perito judicial em 
matéria de engenharia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
7 
ENGENHARIA DIAGNÓSTICA
EM EDIFICAÇÕES
 
 
 
 
 
É a arte de criar ações positivas, por meio dos diagnósticos, prognósticos e 
prescrições técnicas, visando a qualidade total. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 – Vistoria 
 
Visita ao local, realizada por um técnico especializado, para procurar indícios e 
sintomas de algum fenômeno que possa prejudicar o bom desempenho da 
construção ou de algum de seus elementos. 
 
 – Inspeção 
 
Visita ao local, realizada por um técnico especializado, com o propósito de 
confrontar as partes com uma norma ou padrão pré-estabelecido e averiguar o estado 
de conformidade. 
 
 – Auditoria 
 
Visita ao local, realizada por um técnico especializado, com o propósito de efetuar 
um atestamento técnico de conformidade de um fato, condição ou direito relativo 
a um objeto (edificação). 
 
 – Perícia 
 
Visita ao local, realizada por um técnico especializado, com o propósito de constatar 
anomalias, descobrir a causa do(s) problema(s), determinar possíveis consequencias 
e propor soluções. 
 
Toda perícia envolve a apuração de um fato. 
 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho JacksonCabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
8 
 – Consultoria 
 
Visita ao local, realizada por um técnico especializado, com o propósito de efetuar uma 
prescrição técnica a respeito de um fato, condição ou direito relativo a um objeto 
(edificação). 
 
III - PERÍCIA JUDICIAL E EXTRA JUDICIAL 
 
As perícias podem ser judiciais e 
extrajudiciais. As perícias judiciais são aquelas 
que se sucedem no âmbito da justiça e se dão 
nos diferentes tipos de ação. 
Consequentemente, o advogado ao ingressar 
na justiça com um processo, escolherá, além 
do foro, o tipo de ação mais apropriado para 
aquele feito. 
 
Assim é comum: em ações de indenização de 
danos pessoais haver laudos médicos; em ações 
execuções, laudos de avaliações de bens 
penhorados; em ações de revisão de contrato de 
arrendamento mercantil e em ações de revisão de contratos do sistema financeiro 
da habitação, estarem contidos laudos de natureza econômica; em ações de prestação 
de contas, portarem laudos contábeis; e daí por diante. 
 
Em alguns Estados é comum o Juiz de Direito enviar solicitação ao CREA de 
relação de peritos para atuar em determinados processos, os mais diversos no âmbito 
da engenharia (arquitetura e agronomia). 
 
A perícia extrajudicial é aquela que não envolve a justiça diretamente, porém, no futuro, 
tem chance de ser lançada à mão para ser utilizada como prova que irá fundamentar o 
ingresso de um processo. Cita-se como um exemplo comum, aquele em que um 
construtor, ao pretender construir um edifício lindeiro a uma casa, sabidamente em mal 
estado, com rachaduras nas paredes, danos no telhado, entre outros, contrata um 
profissional para fazer um laudo extrajudicial que mostre o estado em que se encontra 
o referido prédio antes de ser começada a obra, identificando todas as rachaduras e 
danos, ilustrando-o com fotos e croquis, de forma que no futuro, a fim de salvaguardar- 
se, o construtor não seja responsabilizado por danos que não cometeu. 
 
Citando outro caso de perícia extrajudicial, aquele em que um condomínio pede a 
elaboração de laudo contábil sobre as contas apresentadas por uma empresa 
administradora por serem elas suspeitas de conter irregularidades. Se, ultimado o 
laudo, forem concluídas como verdadeiras as suspeitas, o condomínio trata de entrar 
com uma ação na justiça contra a administradora, utilizando como fundamentação de 
seu pedido, a própria perícia encomendada. Ou ainda, no caso do acidentado de 
trabalho que procura o médico, para que nele realize uma perícia, a fim de que seja 
constatada a deficiência física decorrente, cujo laudo resultante será utilizado também 
na petição inicial para sustentar o que alega. 
 
Cabe salientar que, os laudos extrajudiciais juntados aos processos pelas partes, autor 
ou réu, não excluem a possibilidade de ocorrer a perícia determinada pelo juiz. Por 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
9 
Nomeio o perito 
“Peritus Peritorum” e 
faculto às partes a 
indicação de seus 
assistentes técnicos
outro lado, é possível as partes apresentarem laudos extrajudiciais em defesa de suas 
postulações e estes por serem completos e portanto, suficientes, tornarem a 
perícia desnecessária no processo. Na verdade, quando assim não acontece, seja 
possivelmente pela incerteza natural dos juízes sobre laudos emitidos por pessoas de 
confiança das partes. 
 
Em várias ocasiões, as pessoas se dirigem ao CREA para solicitar uma perícia (ou 
vistoria) com o intuito de reclamar judicial ou extrajudicialmente a reparação de danos, 
ou a solução de uma contenda envolvendo questões ligadas à área técnica de 
engenharia. Também nesses casos o CREA/AL fornece uma relação de profissionais 
associados do IBAPE/AL. 
 
Nomeação do Perito e Contratação do Assistente Técnico 
 
1 – Perito 
“Profissional legalmente habilitado, idôneo e especialista, convocado para realizar uma 
perícia”. 
(Definição contida no glossário do IBAPE-SP) 
 
1.1 – CPC – Código de Processo Civil: 
 
Art. 156. O juiz será assistido por perito 
quando a prova do fato depender de 
conhecimento técnico ou científico. 
 
§ 1o Os peritos serão nomeados entre os 
profissionais legalmente habilitados e os órgãos 
técnicos ou científicos devidamente inscritos em 
cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz 
está vinculado. 
§ 2o Para formação do cadastro, os tribunais 
devem realizar consulta pública, por meio de 
divulgação na rede mundial de computadores ou 
em jornais de grande circulação, além de 
consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à 
Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de 
profissionais ou de órgãos técnicos interessados. 
 
 
2 – Assistente Técnico 
“Profissional legalmente habilitado, Indicado e 
contratado pela parte para orientá-la, assistir 
os trabalhos periciais em todas as fases da 
perícia e, quando necessário, emitir seu 
parecer técnico”. 
(Definição contida no glossário do IBAPE-SP) 
 
 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
10 
3 – Laudo 
“Relatório técnico escrito e fundamentado, emitido por um especialista, relatando 
resultado de exames e vistorias, assim Como eventuais avaliações com ele 
relacionadas”. 
(Definição contida no glossário do IBAPE-SP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laudos de instalações elétricas 
 
É o termo utilizado para designar o Laudo Técnico das Instalações Elétricas. O Laudo 
elétrico é um tipo de laudo pericial que trata dos aspectos técnicos envolvidos numa 
instalação elétrica. 
 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
12 
O Laudo Elétrico é atualmente exigido no Brasil por diversas instância do poder 
público, por certificadoras e por companhias de seguro para atestar a conformidade 
das Instalações Elétricas residenciais, comerciais e industriais. 
 
Alguns dos órgãos que podem exigir um Laudo Elétrico são: - Ministério do Trabalho e 
Emprego, através da sua norma regulamentadora NR-10 - Corpo de Bombeiros - 
Prefeitura Municipal - Certificadoras ISO 18000 - Seguradoras. 
 
O Laudo Elétrico deve ser emitido por um Engenherio Eletricista ou um Técnico em 
Eletrotécnica com base em inspeções e medições realizadas nas instalações elétricas, 
à luz dos requisitos estabelecidos pelas normas técnicas da ABNT (Associação 
Brasileira de Normas Técnicas). 
 
As normas mais comuns que devem ser objeto de confrontação são: NBR 5410, NBR 
14039, NBR 5413, NBR 5419. 
 
Um Laudo Elétrico só tem validade legal se assinada por Engº Eletricista ou Técnico 
em Eletrotécnica registrado no CREA e houver o recolhimento de uma ART - Anotação 
de Responsabilidade Técnica junto ao [CREA] - Conselho Regional de Engenharia e 
Arquitetura. 
 
Um Laudo Elétrico deve considerar os aspectos técnicos (conformidade com as normas 
técnicas), jurídicos (Leis enormas), de proteção contra incêndio e de segurança aos 
trabalhadores e usuários de eletricidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Laudos de engenharia mecânica 
 
As perícias de Engenharia Mecânica recaem sobre os bens classificados nas 
categorias de máquinas e equipamentos, complexos industriais, veículos de transporte 
terrestre, ferroviário, aéreo e marítimo; instalações industriais e de mineração, entre 
outros. São de atribuição exclusiva dos profissionais de engenharia legalmente 
habilitados, devem ser executadas em consonância com as normas da ABNT e com o 
Código de Ética Profissional do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia 
(CONFEA). 
 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
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Um Laudo de Engenharia Mecânica só tem validade legal se assinada por Engenheiro 
Mecânico, Engenheiro Operacional Mecânico ou Tecnólogo Mecânico registrado no 
CREA e houver o recolhimento de uma ART - Anotação de Responsabilidade Técnica 
junto ao [CREA] - Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. 
 
TIPOS DE LAUDOS: 
 
• Laudo de Inspeção Predial; 
• Laudo Técnico Pericial de Estanqueidade de Gás- GLP-GN; 
• Laudo Técnico Pericial de Compressores- NR13; 
• Laudo Técnico de Inspeção de Caminhão Munck e guindastes; 
• Laudo Técnico de Inspeção de Caminhões em Geral; 
• Laudo Técnico Pericial de Máquinas e Equipamentos - NR12; 
• Laudo de Inspeção Veicular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perícias de Engenharia de Segurança do Trabalho 
 
Nos processos que tramitam na Justiça do Trabalho, muitas vezes a definição de uma 
sentença pelo juiz depende da avaliação do caso por um especialista através de uma 
perícia. 
 
Demandas como a de concessão de adicional por insalubridade ou de indenização por 
doença ocupacional levam os magistrados a solicitar essa avaliação a profissionais 
como engenheiros de Segurança do Trabalho e médicos do Trabalho, capazes de 
analisar aspectos como o ambiente laboral e o estado de saúde do autor do processo. 
 
É a partir dessa conjugação de fatores que o especialista produz o laudo que será 
decisivo para o posicionamento do juiz em favor da empresa ou do trabalhador. 
 
A atividade de perícia na Justiça do Trabalho não é terreno exclusivo dos engenheiros 
de Segurança do Trabalho e dos médicos do Trabalho. Dependendo do caso, o juiz 
pode solicitar os serviços de profissionais das mais diversas áreas. Contadores e 
economistas, por exemplo, podem ser chamados a avaliar casos relativos a questões 
CURSO DE EXTENSÃO - LAUDO PERICIAL DE ENGENHARIA 
 Professor: Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho Jackson Cabral de Santana 
REALIZAÇÃO: APOIO: 
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Danos ao meio-ambiente
salariais. Mas quando o que leva o trabalhador a entrar na Justiça é uma questão 
relativa à Saúde e Segurança Ocupacional, os juízes acabam recorrendo aos laudos de 
médicos e engenheiros para subsidiar suas decisões. 
 
É o caso das ações em que há pedido de concessão de adicional por insalubridade ou 
periculosidade. nesse tipo de caso, normalmente um engenheiro é convocado a fazer a 
perícia, uma vez que se trata da avaliação do ambiente de trabalho do autor do 
processo. 
 
Engenheiros e Arquitetos podem fazer o Curso de Especialização em Engenharia de 
Segurança do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perícias de Engenharia Ambiental 
 
O primeiro passo é a formação técnica: para ser um Perito Ambiental é necessária uma 
formação que atribua ao profissional, competências técnicas relacionadas à gestão e 
tecnologias ambientais, assim o curso de graduação mais recomendado é a 
Engenharia Ambiental. 
 
No entanto, as questões ambientais envolvem várias áreas do conhecimento humano, 
assim profissionais formados em outras áreas como administração, química, geologia, 
biologia e em outras engenharias podem realizar especializações e mestrado na área 
de gestão e tecnologias ambientais, com enfoque para a prática de perícias ambientais 
e, muitas vezes, principalmente dependendo do caso a ser periciado, estarem mais 
aptos a realizar uma Perícia do que um Engenheiro Ambiental. 
 
O segundo passo é a qualificação: o Perito Ambiental precisa se qualificar através de 
cursos específicos, e da leitura das legislações pertinentes e metodologias existentes 
para a execução de perícias ambientais. 
 
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Do Livro "Perícia Ambiental Judicial e Securitária" - Josimar Ribeiro de Almeida 
 
 
 
 
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AUTOR AUTOR
4 – A Perícia Judicial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 – Poder Judiciário no Brasil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 – A Atuação dos Peritos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 – O Bom Perito 
 
1 - Deveria conhecer aspectos jurídicos importantes das lides judiciais, 
que são apresentados resumidamente neste curso; 
 
2 - Deveria conhecer toda a tecnologia aplicável ao caso, inclusive 
todas as normas técnicas pertinentes; 
 
3 - Pergunta: Você atende a estes itens? 
 
 
8 - Atribuições e Regulamentação 
 
 Dos deveres e obrigações do Perito e do Assistente Técnico 
(Novo CPC) 
 
- Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, 
empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo 
legítimo. 
 
- § 1o A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação, 
da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a 
alegá-la. 
 
- Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, 
independentemente de termo de compromisso. 
 
§ 1o Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos a 
impedimento ou suspeição. 
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§ 2o O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o 
acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, 
comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias. 
 
- Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição. 
 
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, 
nomeará novo perito. 
 
Prazos: 
 
- Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de 
imediato o prazo para a entrega do laudo. 
 
§ 1o Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do 
despacho de nomeação do perito: 
 
I - arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso; 
 
II - indicar assistente técnico; 
 
III - apresentar quesitos.§ 2o Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias: 
 
I - proposta de honorários; 
 
II - currículo, com comprovação de especialização; 
 
III - contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão 
dirigidas as intimações pessoais. 
 
- Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-
se-ão somente os dias úteis. 
 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais. 
 
- Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos entre 
20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. 
 
- Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 
20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento. 
 
9 – Das penalidades a que os Peritos estão sujeitos 
 
- Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá 
pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no 
prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas 
em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das 
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Condeno o 
réu a pagar... 
medidas que entender cabíveis. 
 
Art. 468. O perito pode ser substituído quando: 
 
I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico; 
 
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado. 
 
§ 1o No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação 
profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o 
valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo. 
 
§ 2o O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos 
pelo trabalho não realizado, sob pena de ficar impedido de atuar como perito judicial 
pelo prazo de 5 (cinco) anos. 
 
Art. 34 - Código Penal 
 
Fazer afirmação falsa, ou calar ou negar a verdade. 
 
 Pena: reclusão de um a três anos e multa. 
 
Parágrafo 2: as penas aumentam-se de um terço, se o crime é 
praticado mediante suborno. 
 
 
 
 
10 – Das decisões soberanas do Juiz 
 
O juiz não está adstrito ao laudo judicial. 
 
Princípio da obrigatoriedade de julgar 
 
Princípio da inércia 
 
A sentença contém três partes: 
 
1ª - o relatório 
 
2ª - a fundamentação 
 
3ª - o dispositivo 
 
Um relatório sucinto e objetivo apresentado pelo perito poderá ajudar o juiz nessa 
primeira parte da sentença e será muito apreciado. 
 
Na fundamentação o juiz justifica a decisão tomada na sentença. Se essa justificação 
não for bem feita, poderá ser alvo de modificações na segunda instância. 
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IV - ETAPAS DE UMA PERÍCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Objetivo da Perícia 
O objetivo da perícia deve ser estabelecido em consonância com a finalidade a que a 
mesma se destina. Para tanto, o profissional baseia-se nas informações e expectativas 
fornecidas pelos solicitantes da perícia, nos documentos disponíveis e em elementos 
coletados em diligências prévias. Paralelamente à análise dos fatos, documentos e 
dados técnicos preliminares, cabe ao perito, também, identificar a legislação aplicável 
ao caso, a jurisprudência predominante e a relação entre partes, objetivando produzir a 
prova necessária e suficiente às decisões de ordem legal que vierem a ser tomadas 
com base no resultado da perícia. O estabelecimento do objetivo, que se faz 
necessário de forma clara e precisa, irá subsidiar o planejamento e o grau de 
detalhamento das atividades a serem desenvolvidas, assim como do laudo que será 
produzido. 
 
2. Natureza do Objeto da Perícia 
O objeto da perícia deve ser identificado quanto à sua natureza, podendo ser: 
 
• imóveis; 
 
• máquinas e equipamentos; 
 
• veículos automotores; 
 
• instalações; 
 
• frutos, tais como aluguéis, rendimentos provenientes de participações societárias; 
 
• direitos sobre bens, métodos, patentes, entre outros; 
 
• responsabilidades, tais como aquelas relativas a projetos, fabricação, execução, 
manutenção; 
 
• origem de danos, defeitos, acidentes, vícios, entre outros. 
 
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3. Espécie da Perícia 
A espécie da perícia vincula-se ao seu objetivo, destacando-se dentre as mais comuns, 
conforme definição da Norma Básica para Perícias de Engenharia do IBAPE/SP: 
 
• Arbitramento: avaliação ou estimação de bens, feita por árbitro ou perito nomeado 
pelo juiz. Atividade que envolve a tomada de decisão ou posição entre alternativas 
tecnicamente controversas ou que decorrem de aspectos subjetivos. 
 
• Avaliação: Atividade que envolve a determinação técnica do valor quantitativo, 
qualitativo ou monetário de um bem, ou de seus rendimentos, gravames, frutos, 
direitos, seguros, ou de um empreendimento, para uma data e um lugar determinado. 
 
• Exame: Inspeção por meio de perito, sobre pessoa, coisas móveis e 
semoventes, para verificação de fatos ou circunstâncias que interessam à causa. 
Quando o exame é feito em um bem, denomina-se vistoria. 
 
• Inspeção: Avaliação do estado da edificação e de suas partes constituintes, 
realizada para orientar as atividades de manutenção (NBR 5674/1999). 
 
• Vistoria: constatação local de fatos, mediante observações criteriosas em um bem e 
nos elementos e condições que o constituem ou o influenciam (NBR 14653-1). Ver 
Exame, acima. 
 
4. Elementos Prévios Disponíveis 
Os elementos prévios disponíveis devem ser analisados de sorte a permitir o 
planejamento da perícia: 
 
• Documentação: Cabe ao perito solicitar ao Interessado o fornecimento da 
documentação relativa ao objeto da perícia, necessária à realização do trabalho. Na 
impossibilidade de o Interessado fornecer toda a documentação necessária, deve o 
perito julgar sobre a possibilidade de vir a realizar a perícia, ou a obter, por outros 
meios, a documentação necessária, ou ainda definir quais os pressupostos que deverá 
assumir em função da documentação disponível. 
 
• Entrevistas: O perito, sempre que possível, deve se valer de entrevistas prévias com 
os interessados e intervenientes, visando o conhecimento de históricos, datas e ações 
havidas com respeito à natureza da perícia. Os dados assim coletados merecem 
cuidadosa interpretação e cautela nas conclusões produzidas, tendo em vista o 
interesse das partes no deslinde da questão. 
 
• Prazos: Conforme a natureza da perícia, além do prazo para a sua elaboração, 
o perito deve analisar a eventual necessidade de urgência na realização das 
diligências, sob pena de perda de provas ou modificação das condições do objeto da 
perícia. Por sua vez, o prazo requerido pelo Interessado para a realização dos 
trabalhos pode ser um fator condicionante ao aprofundamento da perícia, ou 
mesmo impeditivo à sua realização. Cabe ao perito analisar, ainda que 
preliminarmente, a possibilidade de vir a realizar a perícia, ou definir quais os 
pressupostos que deverá assumir em função do prazo disponível. 
 
• Recursos financeiros: É recomendável que a estimativa do custo da perícia 
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seja confrontada com a disponibilidade de recursos financeiros, posto que esta pode 
vir a limitar o aprofundamento da perícia, mormente quando há necessidade de 
ensaios de laboratório, trabalhos especializados e/ou a concorrência de outros 
profissionais para a consecução dos trabalhos. 
 
5. Planejamento da Perícia 
O planejamento da perícia baseia-se nos elementos definidos nos itens anteriores, ou 
seja, dar-se-á em função do objetivo da perícia, da natureza do objeto a ser periciado e 
dos elementos prévios disponíveis. No planejamento identificam-se as Normas 
Técnicas e legislação aplicáveis, define-se o método a ser empregado, o uso de 
equipamentos, a eventual necessidade e identificação de uma equipe multidisciplinar, e 
especificam-se os requisitos que se pretende que sejam cumpridos pela perícia. A 
especificação destes últimos, a priori, serve apenas à determinação do empenho nos 
trabalhos, posto que o atendimento aos requisitos planejados está condicionado, entre 
outros, à abrangência das investigações passíveis de serem realizadas e à 
confiabilidade e adequação das informações que vierem a ser obtidas. 
 
Estes requisitos, que medem a exatidão do trabalho pericial, são tanto maiores quanto 
menor for a subjetividade pretendida na perícia. A Norma Básica para Perícias de 
Engenharia do IBAPE/SP lista os requisitos essenciais - que devem ser atendidos 
obrigatoriamente em todas as perícias - e os requisitos complementares, estes em 
função da espécie da perícia e do grau de detalhamento: 
 
Requisitos essenciais 
 
São os requisitos que, quando aplicáveis ao trabalho pericial através da metodologia 
adotada, deverão ser atendidos obrigatoriamente em todas as perícias: 
 
• identificação do solicitante da perícia (pessoa física ou jurídica, entidade, autoridade 
judiciária, indicando o Tribunal ou Vara, número dos autos e respectivo ano, etc.); 
 
• identificação do objeto da perícia, a partir dos elementos de seu cadastro físico, 
da vistoria, do exame, da avaliação ou do arbitramento; 
 
• data da diligência (período de tempo, hora); 
 
• data do laudo ou parecer técnico; se for outra a data de referência, explicitá-Ia 
claramente, em seguida ao valor ou respectivo fato de ocorrência; 
 
• identificação do objetivo da perícia, de sorte a estabelecer o grau de 
detalhamento das atividades a serem desenvolvidas no trabalho; 
 
• identificação do proprietário do bem; quando for desconhecido, ou houver dúvida, 
a ocorrência deverá ser devidamente enfatizada; 
 
• levantamento e descrição sumária de todos os dados disponíveis que 
permitiram fazer seu estudo e fundamentar sua convicção e conclusão (dimensões, 
áreas, utilidades, materiais construtivos, detalhamentos técnicos, etc.), devendo 
constar no mínimo: 
 
• anamnese do caso, apresentada cronologicamente, identificando as datas de 
ocorrência dos eventos; 
 
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• indicação e caracterização da situação encontrada e de eventuais danos ou 
eventos, documentadas, quando necessário e cabível, por croqui, plantas, fotografias, 
etc.; 
 
• infrações às normas técnicas ou aos usos e costumes; 
 
• conclusões; 
 
• nome completo, assinatura, número de registro no CREA e credenciais do ou 
dos profissionais responsáveis. 
 
Requisitos complementares 
 
Quando cabíveis no contexto do objetivo do parecer, e a título de exemplo, recomenda- 
se que sejam utilizadas as etapas a seguir enumeradas nas várias especialidades da 
engenharia, para garantir maior abrangência do trabalho, geralmente com melhores 
detalhes nos aspectos específicos das questões e quesitos envolvidos: 
 
• vistoria ou exame do objeto da perícia; 
 
• diagnóstico dos itens objeto da perícia; 
 
• coleta de informações; 
 
• análise das ocorrências e elementos periciais; 
 
• condições de estabilidade do prédio; 
 
• prognósticos de evoluções patológicas, quando possível; 
 
• soluções propostas, quando possível, ou proposta de soluções, se assim for 
solicitado; 
 
• considerações finais e conclusão. 
 
6. Vistoria 
Na vistoria serão levantados todos os dados passíveis de serem obtidos sobre o objeto 
da perícia, seguindo-se seu planejamento e compreendendo as seguintes etapas: 
 
• Caracterização do objeto: identificação e descrição do objeto da perícia, com a 
tomada de fotografias, elaboração de desenhos, medições e classificações. 
 
• Coleta de informações: através de exames do objeto da perícia, pesquisas e 
entrevistas. 
 
• Investigação: identificação da situação encontrada, de eventuais danos ou eventos. 
 
• Subsídios esclarecedores: subsídios advindos de documentos, desenhos, gráficos, 
memoriais de cálculo. 
 
• Fatores complementares: levantamento de dados complementares, tais como testes 
e ensaios de laboratório. 
 
7. Diligências Complementares 
 
Elaboração de pesquisas, levantamentos de dados e investigação de fatores exógenos 
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ao objeto da perícia, mas que possam influir na situação encontrada ou que sejam 
necessários às conclusões procuradas. 
 
8. Estudos 
 
Compreendem a análise, correlação e interpretação dos dados apurados nas 
diligências; a formulação de hipóteses, o confronto com as normas técnicas e 
legislação aplicáveis; a elaboração dos cálculos necessários. Nesta fase pode se 
concluir quanto à necessidade de se complementar os dados através de novas 
diligências, pesquisas, ensaios ou testes. 
 
9. Conclusões 
 
Com base nos dados coletados e estudos procedidos, utilizando de sua experiência, 
conhecimentos e tirocínio, o Perito alcança a conclusão, ou conclusões possíveis, e 
Diagnósticos pertinentes. Conforme a natureza e objetivos da perícia, deve também 
estabelecer Prognósticos, ou seja, uma previsão de consequências ao longo do tempo, 
em função da situação atual verificada. Também pode ser devida a proposição de 
Recomendações e/ou Soluções Técnicas para o deslinde da questão. Não cabe à 
perícia, no entanto, apurar responsáveis ou fazer julgamentos, nem considerar as 
conseqüências das conclusões periciais sobre as partes envolvidas. Os diagnósticos e 
demais conclusões devem ser de caráter estritamente técnico, descrevendo e situando 
mecanismos, agentes e ocorrências, porém isentos de qualquer influência e sem 
nominar responsáveis. Esta missão cabe à Justiça que, para tanto, irá subsidiar-se dos 
elementos apresentados pela perícia. 
 
10. Elaboração do Laudo 
O Laudo deve ser elaborado de maneira clara e objetiva, concisa, objetivando o 
esclarecimento técnico das questões que determinaram a realização da perícia. Deve 
trazer o relato das diligências efetuadas, a especificação dos requisitos obedecidos e 
descrever todos os elementos que serviram à formulação das hipóteses e que 
permitiram as conclusões alcançadas. No caso de perícias judiciais, quando as 
respostas aos quesitos conduzirem a duas ou mais hipóteses, o perito deverá explicitá- 
Ias, com justificativas técnicas que permitam ao julgador decidir as questões de mérito. 
 
Art. 473 do CPC. O laudo pericial deverá conter: 
 
I - a exposição do objeto da perícia; 
 
II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito; 
 
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser 
predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se 
originou;IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo 
órgão do Ministério Público. 
 
§ 1o No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem simples e 
com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões. 
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Vistoria preliminar de 
conhecimento da ocorrência
Formulação das hipóteses mais 
prováveis para as causas e 
origens da ocorrência avaliada
vistorias investigativas em 
atendimento a roteiro técnico 
preestabelecido
exaustivos estudos e conjecturas 
técnicas para avaliação das 
causas e origens formuladas
conclusão técnica/ formulação do 
diagnóstico para a ocorrência
produção, emissão 
e entrega do laudo
Consulta aos 
colegas 
pesquisa de normas e 
textos técnicos
ensaios e testes 
laboratoriais 
Consulta aos 
colegas 
pesquisa de normas e 
textos técnicos
ensaios e testes 
laboratoriais 
§ 2o É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem como emitir 
opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia. 
 
§ 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem 
valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, 
solicitando documentos que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições 
públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos, 
fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia. 
 
Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz ou indicados 
pelo perito para ter início a produção da prova. 
 
Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de 
conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito, e a parte, indicar 
mais de um assistente técnico. 
 
Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do 
prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação pela metade do prazo 
originalmente fixado. 
 
Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a realização de nova 
perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida. 
 
ORIENTAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS ABORDADOS EM PERÍCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Do livro Perícias de Engenharia - IBAPE/SP 
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V - LAUDO - PARECER - RELATÓRIO TÉCNICO - MANIFESTAÇÃO 
 
1. Introdução 
Vamos aqui comentar e apresentar algumas 
considerações acerca das principais 
características dos documentos técnicos que 
constituem o produto final das perícias de 
engenharia. 
 
Esses elementos, por diversas e evidentes 
razões, têm importância capital na qualidade 
dos trabalhos, pois é através da comunicação 
escrita que a perícia se consuma e se materializa e, por consequência, todos os 
desdobramentos que se seguem estão diretamente relacionados ao teor e à forma 
como são apresentadas todas as etapas e conclusões das atividades levadas a efeito. 
 
Em oposição aos relatórios técnicos puros, produzidos nos diversos ramos e atividades 
da engenharia, os documentos gerados no âmbito dos processos judiciais, ou mesmo 
na esfera privada em caráter preventivo ou preliminar, devem atender a um requisito 
bastante peculiar. 
 
Sendo seus destinatários finais ordinariamente leigos, seus termos e sua estrutura 
devem ser claros e inteligíveis o suficiente para que haja uma plena compreensão de 
seu conteúdo; e, por outro lado, como são também analisados por técnicos, sua 
composição deve ser equilibrada, a fim de possam efetivamente atingir de forma 
satisfatória sua finalidade. Ou seja, devem possuir qualidades suficientes para 
subsidiar adequadamente a tomada de decisões acerca de controvérsias que estejam 
relacionadas com aspectos de natureza técnica. 
 
2. Modalidades 
Basicamente existem quatro modalidades de documentos técnicos usualmente 
produzidos ou utilizados no âmbito das perícias. Para algumas existem definições 
formais sedimentadas, para outras, apenas conceitos aceitos pelo senso comum. 
 
1. Laudo: "Relatório' técnico escrito e fundamentado, emitido por um especialista 
indicado por autoridade, relatando resultados de exames e vistorias, assim como 
eventuais avaliações com ele relacionadas". 
 
2. Parecer Técnico: "Opinião, conselho ou esclarecimento técnico emitido por um 
profissional legalmente habilitado sobre assunto de sua especialidade". 
 
3. Relatório Técnico: "Documento de natureza técnica, produzido por especialista na 
matéria, habitualmente de caráter privado, onde são relatados aspectos constatados ou 
examinados e eventuais análises, cujo objetivo não necessariamente tenha enfoque 
pericial". 
 
4. Manifestação: "Peça elaborada por perito ou assistente técnico em processos 
judiciais que tem como foco o esclarecimento ou o destaque de pontos específicos 
Posso dar uma 
olhada no laudo 
judicial ?
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27 
CONSULTORIA
PERÍCIA
AUDITORIA
INSPEÇÃO
VISTORIA
Modalidades de Documentos Técnicos
acerca de um laudo ou de um parecer técnico". 
 
Entendemos que, laudos são todos os documentos técnicos que, além de se enquadrar 
nas características contidas na definição acima reproduzida, atendem a determinados 
requisitos previstos em regramentos consolidados. As demais peças podem apresentar 
estruturas mais flexíveis dependendo das finalidades a que se destinam. Entretanto, 
existem algumas características comuns a todas as modalidades que, em nome da boa 
técnica, devem ser observadas. 
 
Os tópicos subsequentes abordam alguns dos principais atributos que devem ser 
considerados, tendo como enfoque principal a elaboração dos laudos periciais, ficando 
as adaptações pertinentes, cabíveis às demais espécies, a critério de seus respectivos 
autores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. TERMINOLOGIA 
 
Por sua própria natureza, um documento técnico é constituído de diversos termos cujo 
significado exato, comumente, não é de conhecimento e domínio do leitor leigo, ou até 
mesmo de alguns profissionais menos experientes. A título de exemplo, pode-se citar 
que em perícias envolvendo anomalias em edificações é frequente a confusão de 
entendimento em relação às ocorrências de fissuras, trincas e rachaduras. 
 
Visando à já aludida clareza e precisão na caracterização e análise do objeto do 
exame, e para que haja uma uniformidade que facilite a compreensão do conteúdo, é 
recomendável que sejam explicitadas as definições existentes para os termos técnicos 
empregados, bem como seja respeitada a terminologia oficial consolidada. 
 
Essas definições estão previstas em normas técnicas, que devem ser respeitadas na 
elaboração do trabalho, bem como em outras que sejam empregadas ou aludidas em 
face de sua relação com os diversos aspectos específicos enfocados na perícia. 
 
Uma das referências mais importantes a ser considerada é o Glossário de Terminologia 
Básica Aplicável à Engenharia de Avaliações e Perícias do IBAPE/SP (Apêndice I). 
Evidentemente devem ser explicitados no laudo apenas e tão somente os termos que 
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sejam efetivamente pertinentes e empregados, a fim de que não haja um "inchaço" 
indesejável e improdutivo da peça elaborada. 
 
 
4. PRECEITOS NORMATIVOS 
 
A exemplo de outras atividades de natureza técnica, 
a elaboração das perícias" também é regrada por 
normas específicas, destacando-se: 
 
• Norma Básica para Perícias de Engenharia do 
IBAPE, Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias 
de Engenharia. 
 
• NBR - 13752. Norma para Perícias de 
Engenharia na Construção Civil da ABNT - 
Associação Brasileira de Normas Técnicas. 
 
Ambas preveem critérios a serem observados na redação de laudos e pareceres. 
Entretanto, existem alguns pontos que merecem ser enfatizados. 
 
 
5. ESTRUTURA BÁSICA 
 
Na prática, o laudo consiste em uma exposição, com fidelidade, das intervenções e 
eventos considerados, das investigações e dos procedimentos adotados, das análises 
e dos cálculos elaborados, das respostas objetivas aos quesitos formulados e deferidos 
pelo Juízo, e das conclusões fundamentadas. Nos anexos devem ser apresentados os 
documentos que sejam efetivamente pertinentes e que tenham relação com alguma 
das etapas do trabalho. 
Convém ser estruturado sempre com base em plano traçado com coordenação lógica, 
visando ao melhor encadeamento de fatos e de idéias. 
 
A fim de que sejam plenamente atendidos os requisitos normativos citados, sugere-se 
que, após a folha de rosto contendo o endereçamento do documento, a estrutura 
básica de um laudo pericial ou parecer técnico apresente os seguintes itens e subitens: 
 
Considerações preliminaries 
 
Objetivo 
 
A exata caracterização do objetivo da perícia é um dos requisitos mais importantes que 
deve constar do laudo pericial. Entretanto, lamentavelmente, observa-se que em muitos 
casos este não é identificado com a necessária clareza. 
 
Nos processos judiciais, não é incomum que o despacho que defere ou determina a 
produção da prova pericial não esclareça explicitamente o objetivo do trabalho e, às 
vezes, nem sequer os pontos controvertidos a serem abordados. 
 
Nessas situações o profissional deve ler com extrema atenção as peças produzidas 
pelas partes (inicial, contestação, réplicas, tréplicas e quesitos formulados), bem como 
os documentos juntados, a fim de identificar com precisão quais são os aspectos 
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REALIZAÇÃO: APOIO: 
29 
Indefiro a 
petição inicial. A 
ação proposta 
está errada.
técnicos a serem efetivamente examinados e esclarecidos. Esta etapa visa evitar a 
produção de um documento incompleto ou equivocadamente focado em pontos que 
podem não ser os mais relevantes. Deve-se ter em mente que a objetividade é uma 
característica fundamental na qualidade final do trabalho. 
 
Uma técnica que auxilia essa identificação, principalmente nos casos de maior 
complexidade, é fazer um breve resumo das questões (técnicas) controversas, 
conforme exposto a seguir. 
 
No caso de peças produzidas por assistente técnico, deve ser consignado que o 
objetivo do trabalho é a análise crítica do laudo pericial, sendo prudente que seja 
também identificado em item subsequente o que seu autor considera ser o objetivo da 
perícia. 
 
Objeto 
 
Igualmente deve haver logo de início a 
identificação do objeto a ser periciado. 
Embora isso pareça óbvio, há situações em 
que pode existir dúvida acerca daquilo que 
deva ser efetivamente examinado. Assim, há 
necessidade de que seja claramente 
consignado o que está sendo considerado o 
foco principal do trabalho. 
 
Solicitante 
 
Nos laudos judiciais, este requisito é usualmente atendido na folha de rosto que, em 
forma de petição dirigida ao juiz, contém a identificação das partes, da ação e de seu 
respectivo número de processamento. 
 
Nos documentos produzidos de forma privada, deve haver a identificação do solicitante 
e também da finalidade do trabalho. 
 
Histórico 
 
Conforme mencionado anteriormente, visando demonstrar que há uma perfeita 
compreensão do objetivo do trabalho, o laudo deve compreender um breve resumo das 
questões colocadas pelos litigantes (se for o caso), atendo-se exclusivamente às 
matérias de natureza técnica, pois é altamente criticável o hábito de se consumir 
páginas e páginas em um pretenso relatório do processo, em que são reproduzidas 
literalmente todas as alegações da inicial e da contestação, réplicas e tréplicas, 
despachos, agravos, etc., em divagações e dissertações prolixas a respeito de 
assuntos impertinentes, do ponto de vista técnico, às questões que deverão ser 
dirimidas pela perícia. 
 
Quanto à manifestação do assistente técnico, por sua vez, é recomendável que 
contenha um breve resumo do laudo pericial, a fim de que também haja uma clara 
demonstração do efetivo exame daquele documento, sendo sequencialmente 
apresentada a análise com a exposição fundamentada dos pontos de divergência 
(equívocos, erros materiais, etc.) e ou dos destaques dos pontos de convergência. 
 
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30 
Em relação a esse breve resumo, considerando que existem opiniões no sentido de 
que essa passagem seja dispensável, não se deve perder de vista que o assistente 
técnico e o advogado, que é quem de fato se manifesta pela parte, devem atuar como 
uma equipe. 
 
Nesse sentido, o aludido extrato serve ao causídico como um subsídio importante para 
percepção dos pontos mais relevantes, do ponto de vista técnico, do laudo pericial, 
facilitando sua defesa ou impugnação. 
 
Assistentes Técnicos 
 
É pertinente e desejável que haja identificação dos assistentes técnicos indicados pelas 
partes, pois, a rigor, a prova pericial é constituída não só pelo laudo judicial, mas 
também pelos laudos ou pareceres produzidos por estes profissionais. 
 
Prescrições normativas 
 
Em conformidade com exposto no item 4, devem ser explicitadas as normas técnicas 
que nortearam a elaboração do trabalho (ABNT e IBAPE). 
 
Vistoria 
 
Nas perícias em que seja necessária, cabível 
ou até mesmo possível a vistoria do objeto, 
devem ser relatadas todas as observações feitas 
no decorrer da diligência. 
 
Nos trabalhos em que esta etapa não seja 
levada a efeito, devem ser justificadas as 
pespectivas razões e explicitados quais foram 
os elementos que constituíram a base das análises. 
 
Cacterísticas Gerais 
 
Com muita freqüência o foco da perícia está restrito a uma ou a algumas partes de um 
determinado objeto. Os casos mais recorrentes são os exames periciais envolvendo 
ocorrências de vícios e ou defeitos construtivos. 
 
Assim sendo, é importante que constem informações acerca das características gerais 
do conjunto, para que os destinatários do laudo possam ter uma melhor noção da 
situação particular perante o todo. Tal descrição deve ser sucinta e objetiva. 
 
A título de exemplo, tomando-se o caso de um edifício, devem ser apresentadas 
informações da seguinte natureza: 
 
• Localização. 
 
• Tipo e Padrão Construtivo. 
 
• Idade (data do Auto de Conclusão ou outra que seja considerada relevante). 
 
• Número de pavimentos. 
 
• Número de unidades por pavimento. 
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"Art. 473 § 3o - Para o desempenho de sua função,o perito e os 
assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios 
necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, 
solicitando documentos que estejam em poder da parte, de 
terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo 
com planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros 
elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia. 
 
 
• Área de terreno. 
 
• Área construída. 
 
Ou seja, informações básicas e suficientes que permitam conhecer o contexto geral. 
Naturalmente, devem ser dispensadas informações não relacionadas com o foco da 
perícia. 
 
Tudo em nome da objetividade. 
 
Deve também ser indicada a(s) data(s) em que foi(ram) realizada(s) a(s) diligência(s) e 
quem foram os participantes. 
 
Observações e Constatações 
 
O registro das observações e constatações deve primar pelo rigor técnico. Isso significa 
que o texto é muito importante, particularmente quanto ao emprego de termos corretos 
e precisos. 
 
De acordo com o previsto no Código de Processo Civil, tem-se que: 
 
 
 
 
 
Deve o Perito: 
 
Avaliar com cuidado o texto e os anexos do laudo; 
 
Sempre explicar o critério empregado nas observações; 
 
Não acreditar que as fotografias expliquem por si só o objetivo empregado para as 
constatações descritas; 
 
Evitar expressões do tipo “executado de forma inadequada”. Imprescindível esclarecer 
qual a razão da inadequação; 
 
Expor com clareza a extensão das anomalias ou dos danos delas resultantes. 
 
Análise/Fundamentação 
 
Este tópico é a alma do laudo. É neste ponto que estarão concentrados os 
fundamentos técnicos relacionados ao exame de tudo quanto foi caracterizado no 
tópico precedente, ou de outras questões técnicas a serem consideradas que, 
eventualmente, independam de constatação visual. 
 
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32 
O embasamento da análise deve conter elementos complementares àqueles 
consignados na caracterização, sendo importante, quando pertinente, que haja uma 
classificação qualitativa, tendo em vista que, em muitos casos, a lei estabelece 
tratamento distinto para manifestações distintas. Voltando ao exemplo de uma perícia 
em edificação, focada na apuração de anomalias, estas devem necessariamente ser 
ordenadas em conformidade com suas respectivas naturezas, a saber: 
 
• Vícios aparentes. 
 
• Vícios ocultos (se possível com a estimativa da época da manifestação). 
 
• Defeitos. 
 
• Decrepitude. 
 
• Falha de manutenção. 
 
• Mutilação. 
 
• Avaria. 
 
Os casos envolvendo outros objetos 
e objetivos devem ser tratados com base em fundamentos pertinentes e 
identificados, tendo sempre em vista que decisões importantes serão tomadas em 
consequência do que venha ser exposto nesta parte do laudo, e que posteriormente 
resultará na exposição das conclusões finais. 
 
Embora não deva o perito se imiscuir em questões de direito, limitando-se aos 
aspectos técnicos, é desejável que possua conhecimento genérico no campo legal e 
processual, o que habitualmente é adquirido pela vivência e prática. 
 
 
Respostas aos Quesitos 
 
Os quesitos formulados pelas partes, em regra, contêm as indagações e solicitações 
de exposição dos aspectos que são considerados importantes para o deslinde do feito, 
e mesmo para demonstração do acerto de seus argumentos. 
 
Não é incomum que, com esse intuito, sejam eventualmente formulados quesitos que 
abranjam questões que não se relacionem diretamente com o escopo do trabalho, 
envolvam prova documental ou testemunhal ou, ainda, versem sobre matéria de 
Direito. 
 
CPC 
 
Art. 473. O laudo pericial deverá conter: 
 
I - a exposição do objeto da perícia; 
 
II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito; 
 
III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser 
predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se 
originou; 
O prédio tem 
goteiras...
Vou providenciar 
um laudo no IPT 
mostrando que o 
apartamento foi 
bem construído...
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 IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e 
pelo órgão do Ministério Público. 
 
As questões têm de ser respondidas com objetividade, tomando-se o cuidado de evitar 
o laconismo. Quando a indagação envolver matéria que já foi objeto de exposição 
detalhada no corpo do laudo, pode-se fazer remissão ao item pertinente, não fazendo 
sentido sua reprodução em duplicidade, visto que esta prática avoluma artificialmente o 
laudo. 
 
Conclusão 
 
A conclusão do laudo é um requisito mais do que fundamental. É inadmissível a 
apresentação de um trabalho que não apresente com clareza o resultado de seu 
desenvolvimento. 
 
Uma vez que a perícia tem um objetivo, deve obrigatoriamente ter uma conclusão, ou 
conclusões quando for o caso, inclusive e fundamentalmente quando houver 
alternativas. 
 
Encerramento 
 
O termo de encerramento do laudo deve indicar o número de páginas que o integram, a 
relação de anexos, a data de emissão com a assinatura e qualificação do autor. 
 
 
6. CONSIDERAÇÕES 
 
Deve ser lembrado que o juiz não está obrigado a acatar as conclusões do laudo 
judicial. Assim críticas procedentes, que sejam bem formuladas, podem ser 
fundamentais para que a decisão seja efetivamente justa. 
 
 
7. VIRTUDES QUE DEVEM SER OBSERVADAS 
 
Nos tópicos precedentes abordaram-se diversos aspectos tidos como positivos e que 
devem pautar a elaboração de um laudo pericial. Entretanto, em resumo, podem ser 
relacionadas algumas das virtudes mais relevantes que precisam ser observadas num 
bom documento técnico: 
 
• Respeito às normas que regram a elaboração de perícias, particularmente no 
tocante à consignação de objetivo e conclusão. 
 
• Objetividade e clareza nas caracterizações e análises. 
 
• Postura isenta. 
 
• Emprego de terminologia correta e técnica. 
 
 
8. PRÁTICAS QUE DEVEM SER EVITADAS 
 
Igualmente, podem ser resumidas algumas práticas que devem ser evitadas: 
 
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É pouco...
É muito...
• Prolixidade. 
 
• Laconismo. 
 
• Peças desnecessariamente volumosas. 
 
• Agressividade nas manifestações. 
 
• Extrapolação de atribuição. 
 
 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A atuação em processos judiciais, tanto na condição de perito quanto na de assistente 
técnico, envolve muitas responsabilidades, preparo técnico e um grande respeito aos 
preceitos éticos. Deve-se ter em mente que se está tratando com a definição de rumos 
que podem alterar de forma significativa a vida de pessoas e empresas. 
 
O laudo pericial e os pareceres técnicos são a expressão e o produto final da perícia, 
razão pela qual sua elaboração impõe aos profissionais um extremo cuidado para que 
sua finalidade seja plenamente atingida. 
 
 
VI - PRÁTICA PROFISSIONAL 
INTERFACE COM CLIENTES, ADVOGADOS E MAGISTRADOS 
 
1. PÚBLICO-ALVO 
 
O profissional que irá atuar em determinado caso 
o fará na qualidade de: 
 
• consultor para trabalhos preventivos, como 
por exemplo vistoria de propriedades vizinhas a 
uma futura obra; 
 
• consultor para acompanhamento de obra 
em propriedade vizinha ou próxima e que 
poderá alterar as condições de estabilidade deterreno ou construção existente; 
 
• consultor para análise de evento que provoque danos ou patologia em imóvel 
vizinho ou próximo; 
 
• Perito judicial quando nomeado pelo Juiz em determinado processo; 
 
• Assistente Técnico indicado por uma das partes em processo judicial. 
 
Usualmente, o público ao qual se destinam os trabalhos que envolvem perícias de 
engenharia são leigos na matéria técnica. 
 
Assim, pessoas físicas proprietárias de determinado imóvel, empresas de variados 
ramos de atividade, advogados, magistrados em variadas instâncias, além de árbitros 
em soluções extrajudiciais de conflitos socorrem-se de trabalhos periciais, contratando 
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para tanto profissionais que devem ser habilitados e experimentados. 
 
2. DOS TRABALHOS 
 
No desenvolvimento dos trabalhos e relato em laudo, o profissional deve ser claro para 
o entendimento de todas as fases dos mesmos, sem omitir nenhum dado obtido ou fato 
observado. 
 
As conclusões devem estar claramente alicerçadas nos dados, normas e ensaios 
tecnológicos porventura realizados. Não devem restar dúvidas ou incertezas. 
 
3. DA CONTRATAÇÃO 
 
Profissional habilitado 
 
Em contatos com seus clientes, o profissional deve 
procurar sempre passar o que reza a legislação 
profissional do engenheiro, arquiteto e engenheiro 
agrônomo, ditada pela Lei nº 5.194/1966. De acordo 
com o artigo 13 da mesma, os trabalhos "só terão 
valor jurídico quando seus autores forem habilitados de 
acordo com esta lei". O artigo 15 da mesma lei reza 
que os trabalhos de engenharia, arquitetura e 
engenharia agronômica são nulos de pleno direito se 
firmados por pessoa física ou pessoa jurídica não - 
habilitados. 
 
Na contratação deve constar: 
 
• nome e formação profissional do contratado; 
 
• número do registro do profissional no CREA - Conselho Regional de Engenharia, 
Arquitetura e Agronomia, ou no CAU - Conselho de Arquitetura e Urbanismo; 
 
 • certidão de registro de profissional responsável no CREA, ou no CAU; 
 
 • obrigação do recolhimento, pelo profissional, da ART - Anotação de 
Responsabilidade Técnica correspondente à contratação, ou RRT - Registro de 
Responsabilidade Técnica; 
 
 • valor dos honorários e forma de pagamento. 
 
A exceção fica por conta de trabalhos na qualidade de perito judicial. Nestes casos o 
profissional deve estar registrado no CREA, ou no CAU, com formação na área objeto 
da perícia, habilitado naquela vara e ser nomeado pelo M. Juiz. 
 
Quando contratar 
 
A ocasião da contratação de um profissional habilitado depende do tipo de trabalho. 
 
Assim, por exemplo, no caso de vistoria de vizinhança deve ocorrer antes do início de 
quaisquer trabalhos no imóvel a ser reformado, demolido ou edificado. 
 
Mostre-me o 
título !
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No caso de serviços de assistência técnica em processos judiciais, o profissional deve 
ser contratado pela parte e/ou advogado antes da propositura da ação ou da 
contestação, a fim de que na argumentação constem pontos técnicos a explorar. É 
imprescindível a participação do assistente técnico na elaboração dos quesitos e 
acompanhamento do perito judicial na vistoria, nas diligências necessárias e na 
discussão do caso. 
 
4. DO RELACIONAMENTO PROFISSIONAL/CLIENTE 
 
Em todas as fases do trabalho, desde a contratação ou nomeação, no caso de perito 
judicial, passando pelo desenvolvimento e finalização, o profissional deve manter 
contato com o contratante. No caso de perícia judicial o vistor deve, se achar 
necessário, trocar informações ou rumos a adotar com o Magistrado que o nomeou. 
Deve ainda procurar os assistentes técnicos indicados para acompanhá-Io. 
 
Funcionando como assistente técnico, deve procurar o perito nomeado, 
acompanhando-o na vistoria e procurando debater detalhes do caso. 
 
Tudo deve ocorrer com o claro objetivo de esclarecimentos para melhor 
fundamentação do trabalho. 
 
É de suma importância que o profissional que irá atuar acompanhe o caso desde o 
início. 
 
5. DO LAUDO 
 
Uma vez que o laudo deverá ser lido não só por outros profissionais da área, como 
também por leigos em assuntos técnicos tais como proprietários, empreendedores, 
empresas, advogados ou magistrados, o profissional há de transformar o linguajar 
técnico em algo compreensível a leigos. Para tanto, a linguagem adotada no laudo 
deve ser clara e objetiva, sem rodeios ou excessos desnecessários. 
 
O laudo deve possibilitar, principalmente ao leigo, ter uma descrição que relate o 
reclamo, a investigação e o diagnóstico, bem como, em alguns casos, a prescrição dos 
reparos corretivos necessários. Apesar deste enfoque, deve apresentar o 
embasamento técnico utilizado e que possibilite ao profissional de formação 
semelhante compreender o procedimento adotado. O exemplo mais objetivo a respeito 
é o trabalho de assistentes técnicos ao analisarem laudo de perito judicial. 
 
 
VII - ÉTICA PROFISSIONAL 
Uma vez que a realização de perícias ocorre 
preponderantemente na esfera judicial, ou como 
medida premonitória ou substitutiva das mesmas, o 
procedimento ético dos peritos se torna extremamente 
importante pelo fato de a atividade estar ligada ao 
campo do direito, no qual as normas e deveres 
morais são mais nítidos, em conseqüência da íntima 
ligação entre o moral e o jurídico. Por força dessa 
estreita relação entre a ética e o direito, é no campo 
jurídico que as normas das obrigações morais 
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sobrelevam, originando um código de regras ou de deveres, convencionalmente 
cognominado Deontologia Forense. 
 
Por outro lado, como todas as profissões, a engenharia e especificamente a 
engenharia de avaliações e perícias exigem procedimento ético, previsto tanto no 
Código de Ética Profissional do Engenheiro, do Arquiteto e do Engenheiro Agrônomo, 
como no Código de Ética do IBAPE. 
 
A ÉTICA DA PROFISSÃO DE PERITO 
 
A ÉTICA PROFISSIONAL DO PERITO 
 
1 - Ao perito, como regra, deve ser aplicada a referida deontologia, cujo princípio 
fundamental é agir segundo ciência e consciência. 
 
1.1 - Ciência, no caso, significa conhecimento técnico adequado do profissional, cujo 
primeiro dever ético é dominar as regras para desempenho eficiente de sua atividade. 
 
1.2 - Consciência consiste em ter em mente que, inarredavelmente, exerce uma função 
social, da qual não. pode se julgar desvinculado. 
 
2 - Além do princípio fundamental de agir segundo ciência e consciência, há, dentre 
muitos dele derivados, outros gerais que devem ser considerados aplicáveis ao perito e 
que, a seguir, vão sinteticamente apontados: 
 
2.1 O princípio da conduta ilibada, que, além de implicar comportamento sem mácula 
tal como o Juiz - em virtude de atuar por este como verdadeiro Juiz de fato - deve 
transcender para a conduta irrepreensível, tanto na vida pública como na particular. 
 
2.2 O princípio da dignidade e do decoro profissional 
 
Fere o decoro e a dignidade profissional atuar maliciosa e insinceramente, aceitar 
nomeação de cargo para o qual não esteja especificamente habilitado e, também, 
pleitear remuneração excessiva em desacordo com eventuais regulamentos de 
entidades de classe. Ofende a eles, especial e diretamente

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