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A CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
thaiz santos sardinha
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS
macaé-2016
thaiz SANTOS SARDINHA
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS
Trabalho apresentado à disciplina de história do direito brasileiro da Universidade Estácio De Sá, para a obtenção da nota semestral. 
Prof. Dr Rosangela Dos Santos Zottl. 
MACAÉ-2016
A CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS
 Resultado do processo de emancipação das Treze Colônias, a Constituição dos Estados Unidos foi logo discutida após a vitória contra os colonizadores ingleses. Nessa ocasião tivemos a formação de duas facções dividias entre os federalistas e republicanos. Os primeiros pregavam o fortalecimento do poder central com o intuito de preservar a união política dos estados. Já os republicanos acreditavam que a autonomia dos estados não poderia ser submetida ao governo central.
 Interessada em buscar o equilíbrio entre as duas tendências, a carta constitucional estadunidense acabou sendo formada por uma série restrita de artigos. Criado em 1787, o documento abriu caminho para que os estados norte-americanos tivessem autonomia para elaborar uma série de leis que viriam a tratar de assuntos de natureza mais específica.
 Em mais de 220 anos de existência, a Constituição dos Estados Unidos sofreu apenas vinte e sete emendas. As suas dez primeiras modificações, conhecidas como Bill of Rights, aconteceram quatro anos após a sua criação e tratava de assuntos ligados à questão da liberdade de expressão e liberdade religiosa. Ideologicamente influenciado pelo iluminismo, o documento acabou norteado à feição política de outras revoluções liberais que aconteceram posteriormente.
 Entre as mais famosas reformas ocorridas posteriormente, podemos destacar as leis que determinaram o fim da escravidão (1865); a criação do voto feminino (1920); a proibição das confissões sob tortura (1937) e a que concedeu o direito do cidadão ficar em silêncio e exigir um advogado quando acusado por algum crime (1966). A Lei Seca, que proibia o comércio de bebidas alcoólicas, foi a única emenda revogada pelo governo norte-americano.
 Comparativamente, podemos observar que o corpo de leis que regem os Estados Unidos é bastante funcional e estável. No Brasil, em pouco menos de dois séculos, já tivemos a criação de oito constituições diferentes. A última delas foi criada em 1988, conta com um texto bastante extenso e, até hoje, sofreu cinquenta e três emendas. Para muitos juristas, o enxugamento da nossa constituição seria fundamental para o melhor funcionamento das instituições judiciárias do país.
 
Emendas à Constituição no Brasil e nos EUA
	
 É comum, nos debates, as pessoas lembrarem que a Constituição dos Estados Unidos da América sofreu apenas 27 emendas desde sua promulgação em 1787, há 221 anos, enquanto a brasileira, de 1988, com apenas 20 anos, já foi emendada mais de 60 vezes.
 Há dois aspectos que diferenciam essas duas realidades. 
 O primeiro é que a Constituição dos EUA, com apenas sete artigos (mais algo como 24 seções, equivalentes a um parágrafo, e 27 emendas), fixa somente princípios gerais, enquanto a brasileira é programática, com elevado nível de detalhe, justificando mudanças com menor intervalo de tempo.
 Uma explicação razoável para o fato de a Constituição dos EUA ser de princípios, com poucos artigos, é que ela foi elaborada num período histórico em que não existiam conquistas sociais, a sociedade da época lutava para consolidar os direitos civis e políticos, diferentemente da brasileira, que foi promulgada na quarta geração de direitos (civis, políticos, sociais e difusos, como ambientais, do consumidor e as políticas afirmativas ou de quotas), o que exigia uma melhor disciplina sobre uma série de direitos, especialmente os direitos humanos.
 O segundo se refere ao ritmo de emendamento das duas constituições.
Para emendar a Constituição brasileira, cuja iniciativa pode partir de 1/3 dos deputados ou dos senadores, do presidente da República ou mais de metade das assembleias legislativas (pelo menos 14 de 27), exige-se a votação do texto em dois turnos, nas duas Casas do Congresso (Câmara e Senado ou Senado e Câmara, na hipótese de iniciativa de senadores), com o voto favorável de 3/5 dos deputados (308) e dos senadores (49).
 Já a Constituição dos EUA, somente por iniciativa de dois terços dos membros da Câmara e do Senado ou a pedido de dois terços dos 50 estados (33 dos 50 estados), poderá ser emendada e, para a emenda entrar em vigor, necessita que seu texto seja ratificado por três quarto dos estados (38 dos 50 estados).
 E lá, diferente do Brasil, os estados-membros têm uma competência mais ampla, para não dizer mais autonomia em relação à União.
 Por esta simples comparação, nota-se que as dificuldades para emendamento da Constituição dos EUA são muito maiores do que as brasileiras, porque exige que três quartos dos estados ratifiquem a emenda para que ela entre em vigor.
 Seria, no caso brasileiro, o mesmo que exigir que 20 das nossas 27 unidades da federação (26 estados e o DF) aprovassem a emenda para que ela passasse a vigorar.
 E, com o atenuante, de que os estados brasileiros não possuem nem a metade da autonomia dos estados nos EUA.
 Além disto, se considerarmos que a Constituição dos EUA possui apenas sete artigos, com 24 seções (equivalentes a um parágrafo cada, porém sem inciso ou alínea), ela, com todas as dificuldades, já teria recebido mais emendas do que seu número de seções.
 Se for mantido o ritmo atual de emenda à Constituição brasileira, precisaríamos muito mais do que os 221 anos da Constituição dos EUA para que o Congresso aprovasse um número de emendas constitucionais correspondentes à quantidade de títulos, capítulos, seções, subseções, artigos, parágrafos, incisos e alíneas  de nossa Constituição.
 Por último, a cultura norte-americana é mais contratualista do que positivista.
 As dúvidas constitucionais são dirimidas pela Suprema Corte, que interpreta o texto constitucional, valendo esta interpretação como lei, com uma frequência maior que o Brasil altera a sua Constituição.
 Logo, sem entrar no mérito das emendas (nem de lá nem tampouco de cá), não dá para comparar países com cultura e desenho federativo diferentes, como se um fosse melhor ou superior que o outro.

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