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Sistema ósseo

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Objetivo 1 - Compreender as características e funções do Sistema Ósseo.
 - relacionar com as principais patologias
Matriz óssea
 A parte inorgânica representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio. Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio, e citrato. O cácio e o fósforo formam cristais que estudos de difração de raio x mostram ter a estrutura da hidroxiapatita.
Camada de hidratação: Os íons da superfície do cristal de hidroxiapatita são hidratados, existindo, portanto, uma camada de água e íons em volta do cristal, essa cada é denominada camada de hidratação. Essa camada facilita a troca de íons entre o cristal e o líquido intersticial. 
 A parte Orgânica da Matriz é formada por fibras colágenas 95% contituídas por colágeno tipo 1 e por pequena quantidade de proteoglicanas e glicoproteínas. As glicoproteínas podem ter papel importante na calcificação da matriz já que outros tecidos ricos em colágeno tipo 1 mas que não contêm glicoproteínas não se calcificam. A associação de hidroxiapatita e fibras colágenas são responsáveis pela rigidez e resistência do tecido ósseo. se retirado o cálcio os ossos fcam tão flexíveis quanto os tendões. A remoção do colágeno deixa o osso quebradiço a ponto de não poder ser tocado sem se partir.
Tipos de tecido ósseo
 Dividi-se em compacto e esponjoso, o compacto tem fibras colágenas organizadas unidirecionalmente enquanto o esponjoso não havendo cavidades visíveis. já no esponjoso as fibras organizam-se em orientações alternadas de uma lamela(isso ocorre com os dois tipos de osso) para a outra o que dá a visibilidade de um osso com muitas cavidades comunicantes. o osso esponjoso é mais resistente e mais leve.
 A classificação dos ossos é macroscópica e não histológica já que a estrutura histológica é a mesma. Nos ossos longos as extremidades ou epífises são formadas por osso esponjoso com uma fina camada superficial compacta. A diáfise (parte cilídrica) é quase totalmente compacta, com uma pequena quantidade de esponjoso delimitando o canal medular.
 Os ossos curtos têm o centro esponjoso, sendo recobertos em toda a sua periferia por uma camada compacta.
 Os ossos chatos, que constituem a abóbada craniana existem 2 camadas de osso compacto (tábuas internas e externas) separadas por osso esponjoso que nesta localização recebe o nome de díploe.
Medula óssea:nos recém0nascidos teem cor vermelha, devido ao alto teor de hemácias, e é ativa a produção de células do sangue (medula óssea hematógena). pouco a pouco, com a idade, vai sendo infiltrada por tecido adiposo, com dimnuição da atividade hematógena (medula óssea amarela).
 existem 2 tipos de ossos: imaturo ou primário, e o maduro, secundário ou lamelar
os dois tipos possuem as mesma células e a mesma matriz, no primário as fibras dispõe-se de maneira irregular, sem orientação definida, porém no tecido secundário essas fibras organizam-se em lamelas que adquirem uma disposição muito peculiar.
Tecido ósseo primário (imaturo)
 este é o primeiro que aparece na formação de um osso logo a´pos sendo gradativamente substituído pelo secundário em adultos é pouco frequente, estando apenas próximo as suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de inserção dos tendões. tem menor quantidade de minerais( mais facilmente penetrado pelo raio X) e tem maior proporção de osteócitos do que o secundário.
Tecido ósseo secundário
 Geralmente encontrado no adulto, possui fibras colágenas que ficam dispostas uma paralela a outra, ou se dispõe em camadas concêntricas em torno de canais com vasos, formando o sitema de harvers ou ósteons. As lacunas estão situadas entre as lamelas ósseas, porém algumas vezes estão dentro delas. as fibras colágenas acabam separando grupos de lamelas o que ocasiona o acúmulo de ums substância cimentante, que consiste em matriz mineralizada porém com pouco colágeno. na diáfise dos ossos as lamelas encontram-se em arranjo típico, constituindo o sitema de harvers, os circunferenciais interno, externo e intermediário. 
Sistema de Harvers ou ósteon: é um cilindro longo, as vezes bifurcado, paralelo a diáfise formado por 4 a 20 lamelas concêntricas. No centro os canais de harvers revestidos pelo endóstio que contêm vasos e nervos. Comunicam-se entre si por meio dos canais de Volkmann, estes não apresentam lamelas ósseas concêntricas, eles atravessam as lamelas ósseas. TODOS OS CANAIS VASCULARES EXISTENTES NO TECIDO ÓSSEO APARECEM QUANDO A MATRIZ ÓSSEA SE FORMA AO REDOR DOS VASOS PRÉ EXISTENTES.
Sistemas circunferenciais internas externas: constituído por lamelas ósseas paralelas entre si, formando 2 faixas uma interna, em volta do canal medular e outra mais externa,próxima ao periósteo o externo é mais desenvolvido que o externo.
Sistema intermediário: composto por grupos irregulares de lamelas que normalmente formam triângulos (lamelas intersticiais) estes provêm de restos de sistemas de harvers que foram degradados durante o crescimento do osso.
sistema esquelético
Dá-se o nome de esqueleto ao conjunto de ossos e cartilagens que sustentam o corpo. O esqueleto protege os órgãos e participa do processo de locomoção e movimentação do corpo, além de servir como reserva de cálcio e produzir células sanguíneas (apenas nos ossos longos). O esqueleto de um indivíduo adulto é constituído por 206 ossos que variam em forma e tamanho, e algumas estruturas associadas como cartilagens, tendões e ligamentos.
Em nosso esqueleto, o local onde dois ossos fazem contato é chamado de junta óssea ouarticulação. Essa articulação pode ser imóvel (como no crânio, onde os ossos estão sempre unidos) ou móvel. Nas articulações móveis, os ossos podem se movimentar, como é o caso do braço e antebraço, nos joelhos e cotovelos, quadril, pernas, etc. Para que ocorra essa movimentação, os ossos precisam deslizar suavemente, sem nenhum atrito, e esse deslizamento é garantido pela presença de cartilagens nas pontas dos ossos, e pela lubrificação dessas articulações.
Os ligamentos presentes em nosso esqueleto são cordões resistentes formados por tecido fibroso. Eles têm a função de manter os ossos em seus devidos lugares.
Os ligamentos proporcionam os nossos movimentos
O esqueleto é dividido em duas partes: o esqueleto axial e o esqueleto apendicular. O esqueleto axial forma o eixo do corpo e se constitui de crânio, coluna vertebral, costelas e esterno; enquanto que o esqueleto apendicular é constituído pelos ossos dos braços e das pernas.
Os ossos do esqueleto podem ser classificados como longos (como o úmero e o fêmur – maior osso do corpo); planos ou chatos (como a maioria dos ossos do crânio e das costelas); curtos (como os ossos das mãos e dos pés) e irregulares (como as vértebras).
O nosso crânio é composto por 29 ossos, com a função de abrigar e proteger o encéfalo. Dentre os ossos da face, o maior é a mandíbula, que é o único osso móvel presente na cabeça, e que nos permite o movimento de abrir e fechar a boca.
Em nossa cabeça há 29 ossos unidos formando o nosso crânio
O eixo corporal do nosso corpo é formado pelo nosso tronco, que é constituído pela coluna vertebral, costelas e esterno.
A nossa coluna vertebral é uma das partes mais importantes do nosso corpo e possui 33 vértebras. É a coluna que dá estrutura e sustentação ao nosso corpo, além de proteger a medula espinhal, que é um feixe de nervos que conecta o cérebro com o resto do seu corpo, ajudando você a controlar os movimentos. Entre cada vértebra localiza-se um pequeno disco gelatinoso chamado de disco intervertebral, que ajuda a absorver as pressões e impede o impacto entre elas.
A coluna vertebral é conhecida popularmente como espinha dorsal
A nossa coluna vertebral é constituída pelas vértebras cervicais, que sustentam a cabeça; vértebras torácicas, que se unem às costelas e formam a caixa torácica, responsável por abrigar e proteger órgãos como o coração, os pulmões e principaisvasos sanguíneos; vértebras lombares, que se caracterizam por serem maiores para suportarem o peso do corpo quando ficamos em pé; as vértebras sacrais, que se encontram fundidas em indivíduos adultos, formando o osso que chamamos de sacro; e, por fim, as vértebras coccianas, que se fundem formando o osso que chamamos de cóccix.
Existem 12 vértebras torácicas e elas estão unidas a ossos que chamamos de costelas. Os sete primeiros pares de costelas se unem por meio de cartilagens ao esterno, um osso que se localiza no meio do nosso peito. Os três pares que se seguem possuem as costelas mais curtas e se ligam através de cartilagens às outras costelas que se encontram acima delas. Os dois pares de costelas restantes chamamos de flutuantes por terminarem em pontas livres.
As nossas costelas formam a caixa torácica, que protege o coração, os pulmões e vasos sanguíneos
Os membros se dividem em membros superiores e membros inferiores. Os membros superiores são constituídos por braços, antebraços, pulsos e mãos. Os membros inferiores são constituídos por coxa, perna, tornozelo e pé.
Os membros anteriores se fixam ao esqueleto axial através da cintura articular escapular, enquanto que os membros inferiores se unem ao esqueleto axial através da cintura pélvica.
Membros que utilizamos para nos locomover e pegar objetos
Algumas pessoas podem apresentar problemas nos ossos, ligamentos ou nas articulações, como fraturas, torsões, luxações, osteoporose, cifose, escoliose, lordose, artrite, LER (lesões por esforço repetitivo), entre outros, que serão vistos em outros artigos.
Patologias do sistema esquelético
osteoporose
 é uma Doença Osteometabólica, caracterizada por diminuição progressiva da massa óssea, com modificações na arquitetura trabecular, levando à diminuição da resistência óssea e a um maior risco de fraturas, em presença de traumas de baixa energia ou menor impacto. Duas são as formas clássicas de Osteoporose: a fisiológica ou primária e outra, secundária, geralmente causada por outras doenças. A forma primária da osteoporose classifica-se em: Tipo I : de alta reabsorção óssea, decorrente de uma atividade osteoclástica acelerada - a osteoporose pós menopausa, geralmente apresentada por mulheres mais jovens, a partir dos 50 anos. Tipo II : de reabsorção óssea normal ou ligeiramente aumentada, associada a uma atividade osteoblástica diminuída, com formação óssea diminuída - a osteoporose senil ou de involução, mais frequente nas mulheres mais idosas, a partir dos 70 anos, e também no homem.
raquitismo
 é uma doença que acontece em virtude de uma inadequada mineralização dos ossos em crescimento. Isso os deixa mais frouxos e mais frágeis, o que pode levar a lesões e a deformações. Fala-se de raquitismo quando essa condição acontece na criança. A criança raquítica é mais frágil e de menor estatura que uma criança normal. Esta doença é mais comum nos países em estágio de desenvolvimento, pois provém da carência de vitamina D, ou porque a pessoa não está suficientemente em contato com o sol ou porque consome uma dieta pobre nesta substância, tendendo normalmente a um processo de desnutrição; a falta de cálcio pode igualmente levar à aquisição do Raquitismo.
 Osteogênese Imperfeita (OI)
 é uma doença genética e hereditária que apresenta a fragilidade óssea como principal manifestação clínica. Ao longo da vida, os portadores podem acumular dezenas e até centenas de fraturas causadas por traumas simples que se iniciam antes mesmo do nascimento, durante as contrações do parto. Isto explica por que ela é conhecida pelo leigo como a doença dos "ossos de vidro" ou "ossos de cristal".
 A doença se manifesta devido a uma deficiência na produção de colágeno (matriz do osso), que é responsável por toda a arquitetura das estruturas primárias do corpo humano. A ocorrência de sucessivas fraturas, muitas vezes espontâneas, pode gerar sequelas irreversíveis nos pacientes, como o encurvamento dos ossos, principalmente de braços e pernas. Outras características são o rosto em formato triangular, a esclerótica (parte branca dos olhos) azulada, dentes frágeis, desvios de coluna e baixa estatura. Alguns pacientes podem desenvolver problemas dentários e surdez e, devido à fragilidade e deformação dos ossos, muitos deles são impedidos de andar. A osteogênese imperfeita ainda é pouco conhecida, inclusive pelos profissionais de saúde. Aliado a isto, seu diagnóstico implica reconhecer os sintomas específicos que ela apresenta em cada fase da vida de seus portadores. Atualmente a classificação dos pacientes portadores desta doença é feita de acordo com os critérios de Sillence et al, da Austrália, publicados em 1979. Segundo essa classificação, os tipos são: 
Tipo I: pacientes com formas leves, estatura normal, poucas fraturas, sem grandes deformações dos ossos longos e nem dentinogenesis imperfeita. 
Tipo II: é o tipo mais grave e, na sua grande maioria, os pacientes chegam a óbito no período perinatal. 
Tipo III: típico caso descrito nos livros, de pacientes afetados em grau moderado a grave, fácies triangular, baixa estatura, deformidade dos ossos longos e dentinogenesis imperfeita.
 Tipo IV: este grupo é muito heterogêneo, compreendendo o restante dos pacientes, variando não apenas na gravidade, mas também nas características clínicas. 
 A causa da doença é uma deficiência na produção de colágeno do tipo 1, o principal constituinte dos ossos, ou de proteínas que participam do seu processamento. O resultado é o surgimento de quadros de osteoporose bastante graves. A falta de colágeno afeta não só os ossos, mas também a pele e os vasos sanguíneos. Análises de DNA mostram que alguns pacientes não apresentam mutações nos genes responsáveis pela produção de colágeno, embora sejam portadores da doença.cupons de desconto submarino.
Objetivo 2 - diferenciar os processos de remodelação, regeneração,ossificação/crescimento.
Histogênese
A formação, desenvolvimento e crescimento dos ossos são realizados através de dois mecanismos distintos: a ossificação intramembranosa e a ossificação endocondral. Estes dois processos de osteogénese diferem, essencialmente, pela ausência ou presença de uma fase cartilagínea, revestindo-se de grande importância. Com efeito, a sequência de eventos observada nos processos de osteogénese embrionária, é basicamente a mesma que vamos encontrar na consolidação de uma fratura, ou nos mecanismos de osteointegração de qualquer biomaterial.
 Ossificação intramembranosa
 Caraterística dos ossos que formam a maioria do esqueleto crânio-facial, as células mesenquimatosas indiferenciadas proliferam, agrupam-se e diferenciam-se, formando regiões condensadas de natureza conjuntiva, nas áreas de mesênquima, onde irão surgir os futuros ossos. Sob a influência de fatores intrínsecos (genéticos) e locais (epigenéticos), estas células começam a sintetizar uma matriz orgânica, bastante laxa, contendo numerosos vasos sanguíneos, sendo possível observar o aparecimento dos primeiros fibroblastos e célulasosteoprogenitoras. As células osteoprogenitoras diferenciam-se, rapidamente, em osteoblastos começando a formar espículas de matriz osteóide que depois se mineraliza. A confluência de vários destes centros de ossificação tem como resultado o desenvolvimento de uma estrutura entrelaçada de trabéculas ósseas, envolvidas por periósteo, que apresentam entre si amplas cavidades ocupadas por tecido conjuntivo laxo e tecido hematopoiético em desenvolvimento, originando um osso primário com caraterísticas de imaturidade. Com o aparecimento dos osteoclastos, o tecido ósseo imaturo é gradualmente reabsorvido e substituído por tecido ósseo maduro ou lamelar.
Ossificação Endocondral
A ossificação endocondral é o principal mecanismo responsável pela formação e crescimento dos ossos longos das extremidades, bem como de vértebras e costelas. Nos locais onde serão formados os ossos, por ossificação endocondral, as células mesenquimatosas indiferenciadas iniciam um processo de proliferação, condensação ediferenciação em condroblastos que, sintetizando uma matriz cartilagínea e evoluindo para condrócitos, formam um modelo em cartilagem hialina com o aspecto do futuro osso. O mecanismo de ossificação endocondral, propriamente dito, começa na superfície da região média do modelo cartilagíneo, quando as células mesenquimatosas, adjacentes ao pericôndrio da cartilagem, se diferenciam em osteoblastos, passando a sintetizar uma matriz orgânica que, posteriormente, se mineraliza. Dado que a cartilagem é nutrida por difusão, a presença deste tecido mineralizado, localizado perifericamente, vai restringir a passagem de substâncias nutritivas para os condrócitos da região central da cartilagem. Como consequência deste facto e de fenómenos de morte celular programada (aptose), os condrócitos iniciam um processo de hipertrofia, síntese de colagénio X, calcificação da matriz e morte celular. Posteriormente, os vasos sanguíneos do tecido que rodeia o modelo cartilagíneo, penetram na região interna e central da cartilagem, que se encontra num processo de calcificação e degenerescência celular. As cavidades deixadas pelos condrócitos, entre os septos de matriz de cartilagem calcificada são, então, invadidas por capilares e por células mesenquimatosas indiferenciadas, que se diferenciam em osteoblastos, dando início à síntese de matriz óssea sobre os septos de cartilagem calcificada. Este processo origina a formação de espículas ósseas constituídas por matriz óssea e por remanescências de matriz cartilagínea calcificada. Estas estruturas sofrem, depois, um processo de reabsorção e remodelação, dando lugar a trabéculas de tecido ósseo maduro ou lamelar. Deste modo, forma-se um tecido ósseo nos locais onde havia tecido cartilagíneo, sem que, todavia, ocorra a transformação da cartilagem em osso. 
Regeneração óssea
Nas fraturas sempre ocorre hemorragia local pela lesão dos vasos sanguíneos do osso e periósteo. Nota-se também a morte da matriz e morte de células ósseas junto ao local fraturado.
Para que a reparação se inicie os restos celulares e da matriz são removidos pelos macrófagos. O periósteo e o endósteo próximo a área fraturada respondem com uma intensa proliferação formando um tecido rico em células osteogênica que constituem um colar em torno da fratura e penetra entre as extremidades ósseas rompidas. 
Neste anel ou colar conjuntivo surge tecido ósseo imaturo tanto pela ossificação endocondral de pequenos pedaços de cartilagem que aí se formam como também por ossificação intramembranosa. Podem ser encontrado no local de reparação área de cartilagem, área de ossificação intramembranosa e área de ossificação endocondral. Após algum tempo surge um calo ósseo que envolve a extremidade dos ossos fraturados.
Este calo é constituído por tecido ósseo imaturo que se formou de modo desordenado, mas que une provisoriamente as extremidades do osso fraturado.
Com a volta gradual do osso às suas atividades, as trações e pressões normais a que está sujeito voltam a atuar e vão determinar a remodelação do calo ósseo. Assim é que pouco a pouco o tecido ósseo primário do calo vai sendo absorvido e substituído por tecido ósseo lamelar, até que a estrutura que o osso apresentava antes da fratura seja totalmente refeita. 
Remodelação óssea
EX.: funciona como se tivessemos uma parede com uma parte envelhecida e sem reboco, neste ponto entra os pedreiros de remoção da área estragada (osteoclastos) e em seguida os pedreiros com material novo (osteoblastos) deixando a parede nova e integra. Os osteoclastos secretam ácido clorídrico e enzimas proteolíticas para remover o osso envelhecido e, os osteoblastos, então, fazem a deposição de nova matriz óssea. Todo esse processo dura de 5 a 10 dias. Uma vez formada a matriz estrutural básica, ocorre o processo de mineralização, que é mais lento.
A homeostase óssea envolve multiplos eventos celulares moleculares que ocorrem em coordenação. O metabolismo ósseo é controlado principalmente por dois tipos de células: osteoblastos (que secretam a matriz óssea nova), e osteoclastos (que removem o osso antigo ). A estrutura dos óssos assim como o suprimento adequado de cálcio requetem cooperação de ambos tipos, assim como outras células presentes nos sítios de remodelamento ( como células do sistema imune). O metabolismo ósseo depende de vias de sinalização complexas e mecanismos de controle para alcançar taxas adequadas de crescimento e diferenciação. Nesse controle estão envolvidos diversos hormônios, tais quais o paratormônio (PTH), a vitamina D, o hormônio do crescimento, esteróides, e calcitonina, assim como diversas citocinas e fatores de transcrição derivados da medula óssea( como M-CSF, RANKL, VEGF e IL-6). Dessa forma o corpo é capaz de regular os níveis disponíveis de cálcio para processos fisiológicos.
Quando o sinal adequado está presente, osteoclatos movem-se para a superfície do osso, ressorbendo-o, seguipo por deposição de osso por osteoblastos. Essas células, responsáveis pela remodelação, são conhecidas como unidade multicelular básica(BMU), e a duração deporal da BMU é conhecido como o período de remodelação óssea.
Paratormônio(PTH) ou hormônio da Paratireóide
Nos ossos, o PTH determina a ativação e recrutamento de osteoclastos (células que participam do processo de absorção e remodelação da matriz óssea), o que resulta em reabsorção óssea. Todavia, os osteoclastos maduros não apresentam receptores para o PTH, ao contrário de seus progenitores da medula óssea, conhecidos como monoblastos, que sofrem a ação do PTH levando a estimulação e diferenciação em osteoclastos maduros.
Já os osteoblastos (células responsáveis pela síntese da parte orgânica da matriz óssea), que são os principais alvos do PTH, possuem enorme quantidade de receptores para este hormônio, são mais conhecidos por sua ação sobre a deposição óssea e não sobre a reabsorção óssea. Estas células também respondem ao PTH liberando fatores parácrinos (que atuam em células adjacentes), capazes de recrutar novos osteoclastos e/ou ativar os osteoclastos maduros. Dentre estes fatores, estão presentes diferentes fatores de crescimento.
Objetivo 3 - identificar e relacionar os fatores que influenciam na regulação do sistema ósseo.
-vataminas e minerais
-Fatores intrínsecos e extrínsecos( hormônios, sexo, idade, genética, estímulos)
Algumas proteínas não colágenas, típicas dos tecidos mineralizados, como a osteocalcina e a sialoproteína óssea e outras como a osteonectina/SPARC e osteopontina que têm uma distribuição mais generalizada, são liberadas do osso durante a sua desmineralização. Há, ainda, proteínas derivadas do sangue e fluidos teciduais que são concentrados no osso devido à sua afinidade com os cristais minerais, comoa albumina, α2HS-glicoproteína e imunoglobulinas.
Um importante grupo de glicoproteínas, extraídas da matriz óssea desmineralizada, são as proteínas ósseas morfogenéticas (BMPs), que pesam cerca de 18 kDa e são responsáveis pela indução óssea. Classificadas como uma subfamília dentro da superfamília dos fatores de crescimento e transformação-β (TGF-β), podem ser encontradas, além do tecido ósseo, em vários outros tecidos, como cérebro, coração, pulmão, rim, baço e fígado, apresentando papel importante, não só no desenvolvimento do esqueleto, mas também em outros processos fisiológicos, durante a embriogênese33. Pesquisas demonstram que, dentre as mais de 20 BMPs descobertas até o presente momento34, há diferenças entre elas na capacidade de induzir a osteogênese. As BMPs 2, 6 e 9 parecem ter maior potencial na indução da diferenciação osteoblástica a partir das células mesenquimais progenitoras(ossificação intramembranosa; a BMP-2, quando injetada localmente sobre a superfície da calvária de ratos, induz formação óssea periosteal, sem a formação prévia de cartilagem34. “In vivo”, regulam alguns dos processos do desenvolvimento embrionário, incluindo cartilagem e formação óssea. No adulto, as BMPs regulam a proliferação e diferenciação, bem como a apoptose de vários tipos de células,tais como células mesenquimais, osteoblastos, condroblastos, células epiteliais e do tecido nervoso. O alvo final das BMPs é a alteração da expressão gênica no núcleo, mudando, assim, a atividade celular, incluindo o crescimento, diferenciação e síntese de matriz extracelular. 
O desenvolvimento e a homeostase do sistema esquelético está na dependência de uma remodelação óssea equilibrada, ou seja, da dinâmica balanceada entre a atividade dos osteoblastos e osteoclastos, firmemente controlada pelo sistema imune. Se este balanço inclinar-se a favor dos osteoclastos, levará a reabsorções patológicas, como nas periodontites, artrites reumatóides, doenças osteoporóticas primárias ou secundárias e tumores ósseos.
O primeiro evento celular na seqüência de remodelação é a formação e ativação dos osteoclastos. Previamente à reabsorção da matriz mineralizada pelos osteoclastos, os osteoblastos/células de revestimento ósseo produzem colagenase, removendo a camada de osteóide, expondo a matriz mineralizada aos osteoclastos que se tornam ativos em contato direto com a matriz óssea mineralizada. Outra possibilidade de modular a formação e atividade osteoclástica seria a partir de sinais gerados no microambiente, com a liberação de citocinas. As citocinas são moléculas de regulação, solúveis, de baixo peso molecular, expressas como proteínas de membrana ou secretadas, que se ligam a receptores específicos, em células alvo. Têm um papel vital tanto na regulação do tecido ósseo em condições fisiológicas quanto patológica. A formação do osso envolve a proliferação e migração das células osteoprogenitoras e a diferenciação dos osteoblastos. Este processo é controlado por uma cascata de eventos combinados a uma programação genética com a regulação de genes por fatores sistêmicos e locais, entre eles os hormônios, citocinas e fatores de crescimento.
A maioria dos fatores que controla a reabsorção óssea age diretamente nos osteoblastos, tais como PTH, 1,25 dihidroxivitamina D3, esteróides sexuais, prostaglandinas (PGs), citocinas (Interleucina-1, Interleucina-6 e Interleucina-11), TGF-β. Portanto, estes fatores estimulam os osteoblastos a liberarem moléculas que estimulam a migração e adesão à superfície óssea que deve ser reabsorvida. Sendo assim, os osteoblastos participam do processo de remodelação óssea, não somente produzindo matriz óssea, mas também controlando a atividade dos osteclastos. As citocinas e os fatores de crescimento, especialmente o TGF-β, liberados da matriz durante sua degradação, atuam como uma alça de “feed-back” e desencadeiam a formação e ativação de osteoblastos para sintetizar e depositar uma quantidade equivalente de osso novo na lacuna de reabsorção.

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