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* ANTIBIÓTICOS CONSIDERAÇÕES GERAIS I * ANTIBIÓTICOS: importância Fármacos curativos Importância ainda maior nos países em desenvolvimento (doenças infecciosas) Muito receitados (30% de todos os pacientes hospitalizados) Usados de modo incorreto→ aparecimento de patógenos resistentes→ necessidade de novos fármacos→↑ dos custos da assistência médica * ANTIBIÓTICOS: finalidade Inibir / matar os microorganismos infecciosos e ter efeitos mínimos ou nenhum efeito sobre o receptor Tal tipo de tratamento é denominado quimioterapia ( também se aplica ao tratamento das doenças neoplásicas com drogas) * ANTIBIÓTICOS: Conceito São substâncias produzidas por microorganismos (bactérias, fungos, actinomicetos) Suprimem o crescimento ou matam outros microorganismos Atuam em concentrações muito baixas O uso comum estende o termo para incluir agentes antimicrobianos sintéticos (sulfas, quinolonas) * ANTIBIÓTICOS: histórico 1929: Fleming: descoberta da penicilina 1935: Domagk: efeito terapêutico do Prontosil 1938: sulfapiridina: 1ª sulfa a ser comercializada 1939: Chain e Florey: obtenção da penicilina 1941: uso clínico da penicilina ...... FOCO ATUAL: desenvolvimento de atb semi-sintéticos com propriedades mais desejáveis ou diferentes espectros de atividade * ANTIBIÓTICOS CLASSIFICAÇÕES * ESTRUTURA QUÍMICA Sulfonamidas e drogas relacionadas: sulfametoxazol, dapsona (DDS, sulfona) Quinolonas: norfloxacino, ciprofloxacino Antibióticos β-lactâmicos: penicilinas, cefalosporinas, carbapenemas, monobactâmicos Tetraciclinas: doxiciclina Derivados do nitrobenzeno: cloranfenicol * ESTRUTURA QUÍMICA Aminoglicosídeos: gentamicina, neomicina Macrolídeos: eritromicina, roxitromicina, azitromicina Polipeptídicos: polimixina B, bacitracina Glicopeptídicos: vancomicina, teicoplanina Poliênicos: anfotericina B, nistatina * MECANISMO DE AÇÃO inibição da síntese da parede celular: penicilinas, cefalosporinas, vancomicina, bacitracina Alteração da permeabilidade da membrana celular: anfotericina B, nistatina, polimixina Inibição reversível da síntese proteica: ATB bacteriostáticos: tetraciclinas, cloranfenicol, eritromicina, clindamicina * MECANISMO DE AÇÃO Alteração da síntese de proteínas levando à morte celular: aminoglicosídeos Alteração do metabolismo bacteriano dos ácidos nucléicos: rifampicina (inibição da RNA-polimerase), quinolonas (inibição das topoisomerases) Antimetabólitos: trimetoprima e sulfonamidas ( bloqueiam enzimas essenciais no metabolismo do folato) * ESPECTRO DE ATIVIDADE Espectro estreito: Penicilina G Estreptomicina Eritromicina Espectro amplo Tetraciclinas Cloranfenicol * TIPO DE AÇÃO Bacteriostática: Sulfonamidas Tetraciclinas Cloranfenicol Eritromicina Bactericida: Penicilinas Cefalosporinas Vancomicina Aminoglicosídeos Polipeptídicos Quinolonas Rifampicina * ORIGEM * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS TOXICIDADE: Irritação Local: Irritação gástrica Dor e formação de abcessos (VIM) Tromboflebites (VIV) Antibióticos irritantes: eritromicina, tetraciclinas, cloranfenicol, certas cefalosporinas * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS Toxicidade sistêmica: Fármacos com ↑ IT: penicilinas, algumas cefalosporinas, eritromicina Fármacos com ↓ IT: AMG: oto e nefrotoxicidade Tetraciclinas: lesão hepática e renal Cloranfenicol: depressão da MO Fármacos com ↓↓ IT: Polimixina B: toxicidades renal e neurológica Vancomicina: perda da audição e lesão renal Anfotericina B: toxicidades renal, medular e neurológica * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE: Mais comuns com: Penicilinas Cefalosporinas Sulfonamidas * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS RESISTÊNCIA ÀS DROGAS: Resistência Natural: O microorganismo carece do processo metabólico ou do sítio-alvo afetado pela droga Resistência dos bacilos gram-negativos à penicilina G Resistência do M. tuberculosis às tetraciclinas Não constitui um problema clínico significativo * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS RESISTÊNCIA ÀS DROGAS: Resistência Adquirida: Desenvolvimento de resistência por um microorganismo (anteriormente sensível), devido ao uso de um ATB durante certo período de tempo. Pode se dar através de: Mutação Transferência gênica Constitui um problema clínico significativo * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS RESISTÊNCIA ÀS DROGAS: Resistência Adquirida: Mutação Alteração genética hereditária e estável que ocorre, de modo espontâneo e aleatório, entre os microorganismos. De etapa única: uma única mutação gênica, a resistência surge rapidamente. Ex: resistência da E.coli e do S.aureus à rifampicina De múltiplas etapas: várias modificações gênicas, surge gradualmente. Ex: resistência à eritromicina, tetraciclinas e cloranfenicol * O FÁRMACO NÃO ATINGE O SEU ALVO Ausência, mutação ou perda de porinas: “impermeabilidade do germe ao ATB” Ex: resistência de gram-negativos aos aminoglicosídeos e às tetraciclinas Bombas de efluxo Ex: resistência às tetraciclinas, eritromicina e fluorquinolonas * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS RESISTÊNCIA ÀS DROGAS: Resistência Adquirida: Transferência gênica Pode se dar principalmente por: Conjugação: contato sexual através da formação de uma ponte ou pilus sexual, podendo envolver o DNA cromossômico ou extra-cromossômico (de plasmídio) Ex: resistência dos bacilos da febre tifóide ao cloranfenicol, resistência do Haemophilus e gonococo à penicilina Transdução: transferência de resistência por meio de um bacteriófago. Ex: resistência à penicilina, eritromicina e cloranfenicol * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS RESISTÊNCIA ÀS DROGAS: Existem 3 categorias gerais: 1) o fármaco não atinge o seu alvo 2) o fármaco é inativado 3) o alvo é alterado * Alteração das porinas * Bombas de efluxo Interior da bactéria Cell wall Porina Antibiótico Entrada Saída Bomba Ativa Bombas no interior da bactéria fazem com que, assim que o antibiótico entre, seja “jogado fora” TETRACICLINAS QUINOLONAS * O FÁRMACO É INATIVADO: Produção de enzimas inativantes: β-lactamases produzidas por estafilococos, gonococos e Haemophilus: inativam a penicilina G Acetiltransferases, fosfotransferases e adeniltransferases: inativam os aminoglicosídeos: produzidas por E.coli CAT: acetila o cloranfenicol : produzida por E.coli, H. influenzae e S.typhi * Inativação do Antibiótico Interior da bactéria Parede Celular Antibiótico Sítio de Ação Enzyme Antibiótico destruído Antibiótico alterado, Previne a ligação As enzimas destroem o antibiótico ou impedem que ele se ligue ao sítio de ação * Ação das β-lactamases: * Modificação Estrutural do Sítio de Ação Interior da bactéria Parede Celular Sítio Modificado Antibiótico Alteração estrutural do sítio de ação: Ligação bloqueada Com a mudança estrutural o antibiótico perde a capacidade de se ligar ao sítio QUINOLONAS RIFAMPICINA BETA LACTÂMICOS MACROLIDEOS * O ALVO É ALTERADO Alteração das proteínas fixadoras de penicilinas: PRP (pneumocococos resistentes à penicilina) Mutação do alvo natural: resistência às fluorquinolonas Alteração da RNA-polimerase: resistência à rifampicina Alteração da diidrofolatoredutase: resistência à trimetoprima * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS RESISTÊNCIA CRUZADA: é mais comum entre fármacos relacionados quimicamente ou através do seu mecanismo de ação Sulfonamidas Tetraciclinas é parcial nos aminoglicosídeos * PREVENÇÃO DA RESISTÊNCIA A ANTIBIÓTICOS não usar de modo indiscriminado e inadequado utilizar por período de tempo adequado preferir o uso de ATB de ação rápida e seletivos (espectro estreito) Utilizar associação de fármacos quando houver necessidade de tratamento prolongado. Ex: TBC as infecções por microorganismos notáveis pelo desenvolvimento de resistência (S.aureus, E.coli, M. tuberculosis, Proteus) devem ser tratadas intensivamente * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS SUPERINFECÇÃO: É o surgimento de uma nova infecção em função da terapia antimicrobiana Está comumente associada ao uso de ATB de amplo espectro ( penicilinas de amplo espectro, cefalosporinas, tetraciclinas, cloranfenicol) Locais afetados: orofaringe, intestino, TR, TGU, pele * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS SUPERINFECÇÃO: É mais comum quando as defesas do hospedeiro estão comprometidas: terapia com corticóides Leucemias e outras neoplasias ( particularmente quando tratadas com agentes antineoplásicos) Síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) Agranulocitose Diabetes, lupus eritematoso disseminado * SUPERINFECÇÃO: microrganismos causadores e tratamento Candida albicans : diarréia, vulvovaginite, “sapinho”; tratamento: nistatina, clotrimazol estafilococos : enterite; tratamento: cloxacilina ou congêneres Clostridium difficile : enterocolite pseudomembranosa; tratamento: vancomicina e metronidazol Proteus : ITU, enterite; tratamento: cefalosporina, gentamicina Pseudomonas : ITU, enterite; tratamento: carbenicilina, piperacilina, gentamicina * CANDIDÍASE ORAL * Medidas para minimizar as superinfecções Utilizar um antimicrobiano específico (espectro estreito) sempre que possivel Não utilizar antimicrobianos para o tratamento desnecessariamente (ex: infecções virais) Não prolongar desnecessariamente a terapia antimicrobiana * PROBLEMAS COM O USO DE ANTIBIÓTICOS DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS O uso prolongado de ATB pode resultar em deficiências de: Vitaminas do complexo B Vitamina K Neomicina anormalidades morfológicas da mucosa intestinal Esteatorréia e síndrome de má absorção *