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01 direito constitucional aula 01

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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/SP - ESCREVENTE 
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO 
Prof. Roberto Troncoso�� www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 01 
Título II; Direitos e garantias fundamentais - Capítulo I – 
Direitos e deveres individuais e coletivos�
I.� DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS�ͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲ�2�
II.� PRINCIPAIS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS�ͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲ�11�
III.� PRINCIPAIS DIREITOS E GARANTIAS EM DIREITO PENAL�ͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲ�41�
I.� QUESTÕES DA AULA�ͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲ�80�
II.� GABARITO�ͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲ�94�
III.� BIBLIOGRAFIA CONSULTADA�ͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲͲ�95�
�
Olá futuros Escreventes do TJ/SP! 
Prontos para o SEU salário de R$ 3.355,36?
Bem-vindos ao curso de Direito Constitucional em teoria e exercícios! Espero 
que tenham gostado da aula inaugural e prestem muita atenção àquela 
matéria, pois ela é bastante recorrente nas provas de concursos! 
Nessa aula, estudaremos a seguinte parte do seu edital: Título II; Direitos e 
garantias fundamentais - Capítulo I – Direitos e deveres individuais e coletivos. 
Como explicado e combinado na aula inaugural, usaremos exercícios da FCC, 
uma vez que a sua banca não tem muita tradição em concursos públicos. 
Como também combinado na aula inaugural, não se preocupe com o número 
de páginas das nossas aulas (dê uma olhada em quantas são). Esse material 
foi desenvolvido para que a sua leitura flua tranquilamente e seja 
bastante rápida. Na aula de hoje, teremos APENAS 40 páginas de 
conteúdo (teoria). O restante das páginas é dividido entre muitos
exercícios comentados, MUITOS esquemas e uma lista com as questões 
da aula. Dessa forma, apesar de o número de páginas ser elevado, a leitura do 
material é bastante rápida e agradável! 
Caso tenham alguma dúvida, mandem-na para o fórum ou para o email 
robertoconstitucional@gmail.com.
Vamos então à nossa aula!
CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL – TJ/SP - ESCREVENTE 
PROFESSOR: ROBERTO TRONCOSO 
Prof. Roberto Troncoso�� www.pontodosconcursos.com.br 2
I. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
1.CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Meus caros Escreventes do TJ/SP, primeiramente, vocês devem saber que a 
grande maioria dos direitos e garantias fundamentais está prevista no artigo 
5º da Constituição. Contudo, eles não estão contidos exclusivamente no 
referido artigo. Dessa forma, os direitos e garantias fundamentais estão
previstos no art. 5o da Constituição, esparramados ao longo da CF e 
também implícitos em seu texto, não constituindo um rol taxativo.
Como exemplo, temos o Princípio da anterioridade eleitoral (art. 16) e o 
Princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b). 
Tais direitos podem ser didaticamente subdivididos da seguinte forma: 
x Direitos individuais e coletivos; 
x Direitos sociais; 
x Direitos de nacionalidade; 
x Direitos políticos; 
x Partidos políticos; e
x Remédios constitucionais. D
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Deve-se, desde já, frisar que nem todos os direitos e garantias 
fundamentais são cláusulas pétreas, apenas os direitos e garantias 
INDIVIDUAIS o são. Assim, os direitos individuais são “espécie” do gênero 
“direitos e garantias fundamentais” e somente aqueles (os individuais) são 
cláusulas pétreas. Confira o art. 60, §4o da CF: 
Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de 
emenda tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais.
Por fim, o rol dos direitos e garantias fundamentais (DGF) previstos na 
Constituição não é taxativo, podendo haver outros DGF não previstos 
expressamente no texto constitucional. Observe o art. 5º § 2º: “Os direitos e 
garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do 
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regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em 
que a República Federativa do Brasil seja parte”. 
Esquematizando:
x Direitos e garantias - Direitos individuais e coletivos 
 fundamentais - Direitos Sociais 
- Direitos de Nacionalidade art. 5o + ao longo da CF
- Direitos Políticos 
- Partidos Políticos 
- Remédios constitucionais 
x Os Direitos Fundamentais estão no art. 5o + ao longo da CF (não se resumem ao art. 50)
 - Princípio da anterioridade eleitoral (art. 16) 
- Princípio da anterioridade tributária (art. 150, III, b)
x Nem todos os Direitos Fundamentais são pétreos – somente os INDIVIDUAIS (art. 60, 
par. 4o, IV)
x Direito INDIVIDUAL é espécie dos Direitos Fundamentais 
x Rol não é taxativo (art. 5º, § 2º)
2.GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
Até a Idade Média, o Estado podia interferir na vida das pessoas como bem 
entendesse. Ele era soberano e o Rei não precisava respeitar nenhum limite ou 
lei. Esse contexto permitiu que o Estado cometesse uma série de abusos e 
atrocidades, sem o menor limite ou respeito aos seus súditos. 
Esta é uma história bem conhecida e que mostra a desproporcionalidade do 
poder do Estado: havia duas mães brigando para saber de quem era o filho. O 
Rei simplesmente mandou cortar o menino ao meio e dar metade da criança a 
cada uma delas. A mãe que não aceitou a proposta do rei e preferiu que o filho 
ficasse vivo, ainda que com a outra mãe, era a verdadeira progenitora da 
criança.
Histórias como essa, para nós, beiram ao ridículo, mas expressam bem o 
poder do Estado em outras épocas. 
Com o passar do tempo, na era do Liberalismo, a população passou a se 
revoltar com esses abusos que o Estado cometia e passou a reivindicar direitos 
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como a vida, a liberdade, a propriedade, entre outros. Esses direitos 
pressupõem uma não ação do Estado, ou seja, o Estado não pode matar 
alguém injustamente; o Estado não pode tirar os bens de alguém 
injustamente, assim como não pode tirar a liberdade de alguém injustamente. 
Esse foi o contexto onde surgiram os primeiros direitos fundamentais (ou 
direitos de 1ª. Geração) e, justamente por serem uma barreira à ação do 
Estado (o Estado não pode matar alguém injustamente; o Estado não pode 
tirar os bens de alguém injustamente, etc.), são chamados de liberdades
negativas. Entre os direitos de 1ª geração, estão o direito à vida, 
propriedade, liberdade etc. 
Com o passar do tempo, já na Revolução Industrial, mais abusos eram 
cometidos: jornadas de trabalho de 15 a 18 horas por dia e 7 dias por semana, 
crianças trabalhando, não havia férias etc... 
Nesse contexto, surgiram os direitos de 2ª geração: o Estado deveria agir 
para promover os direitos. Ele deveria editar leis para que os trabalhadores 
tivessem férias; ele deveria agir para que os trabalhadores possuíssem 13º 
salário, jornada de trabalho justa etc. Dessa forma, os direitos de 2ª geração 
requerem uma ação do Estado e são relacionados à igualdade. São exemplos 
de direitos de 2ª geração: direitos dos trabalhadores, educação, saúde, dentre 
outros.
Com o passar do tempo e, principalmente no período pós-Grande Guerra, a 
comunidade internacional começou a se preocupar com os direitos 
transindividuais (que ultrapassam o indivíduo), como o meio ambiente, o 
desenvolvimento e a comunicação, ou seja, direitos relacionados à 
fraternidade. Esses são direitos de 3ª geração.Com a globalização, vieram os direitos de 4ª geração, relacionados com 
engenharia genética, transgênicos, softwares etc. 
Esquematizando:
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Gerações dos Direitos Fundamentais 
x Direitos de 1ª Geração - Liberdade
- Liberdades negativas - Pressupõem uma não ação do Estado 
- Liberdades públicas e direitos políticos 
- Direitos individuais 
- Contexto histórico: Liberalismo 
x Direitos de - Igualdade
2ª Geração - Direitos sociais (trabalhadores, educação, saúde, moradia...) 
- Direitos culturais e econômicos 
- Liberdades positivas: o Estado tem que agir 
- Contexto histórico: Revolução industrial 
x Direitos de - Fraternidade / Solidariedade
3ª Geração - Diretos Difusos 
- Meio ambiente, consumidores... 
x Direitos de - Engenharia genética
4ª Geração - Softwares 
- Transgênicos 
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3.CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
x Historicidade: esses direitos foram construídos no decorrer do tempo, 
juntamente com o desenvolvimento da própria sociedade. Assim, possuem 
caráter histórico, nascendo com o Cristianismo, passando pelas diversas 
revoluções e chegando aos dias de hoje. 
x Universalidade: destinam-se a TODOS os seres humanos, sem qualquer 
forma de distinção ou discriminação.
Dessa forma, os direitos fundamentais se aplicam a TODOS os brasileiros 
e estrangeiros, residentes ou não no Brasil. Aplicam-se a pessoas físicas 
e jurídicas, ao Estado e nas relações entre particulares.
O Estado também pode ser titular de direitos fundamentais. (ex: 
propriedade). Aliás, existem direitos fundamentais direcionados 
exclusivamente ao Estado, como a requisição administrativa. 
No entanto, isso não significa que todos os direitos fundamentais são 
aplicados a todas essas figuras na mesma proporção. A regra é que os DGF 
se aplicam aos brasileiros e aos estrangeiros. No entanto, alguns direitos 
fundamentais não se aplicam aos estrangeiros, por exemplo, a ação 
popular.
Da mesma forma, os direitos e garantias fundamentais se aplicam às 
pessoas físicas, jurídicas, nacionais e estrangeiras. No entanto, alguns não 
são aplicados às pessoas jurídicas, por exemplo, a liberdade. 
x Limitabilidade: a maior parte da doutrina diz que os direitos 
fundamentais não são absolutos, podendo haver limitações quando um 
direito fundamental entra em confronto com outro. Exemplo: direito de 
propriedade vs direito de desapropriação do Estado; direito à intimidade vs
liberdade de expressão... 
Mas o que acontece se um direito meu entrar em conflito com o direito de 
outra pessoa? Nesse caso, os direitos fundamentais não podem ser 
simplesmente suprimidos. Devem-se equilibrar tais direitos usando-se o 
princípio da harmonização. 
OBS: existem doutrinadores, como Gilmar Mendes, que dizem que A
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA é um direito 
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SUPRACONSTITUCIONAL (acima da própria Constituição), podendo 
apenas ser confrontado com ele mesmo. Olhe esse trecho, retirado de seu 
livro: 
“A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA apresenta-se alheia a 
qualquer outro confronto com outro princípio ou regra, em face 
da necessária interpretação de sua colisão somente consigo 
própria. Nessa medida, tem-se a dignidade da pessoa humana 
como princípio de hierarquia SUPRACONSTITUCIONAL.” 
Como dito acima, a posição dominante é que nenhum direito 
fundamental é absoluto, ou seja, todos eles podem ser limitados, 
respeitando-se, obviamente, princípios como a razoabilidade, 
proporcionalidade etc. 
x Concorrência: podem ser exercidos cumulativamente, ou seja, ao mesmo 
tempo.
x Imprescritibilidade: não são perdidos se não forem usados.
x Irrenunciabilidade: os direitos fundamentais não podem ser renunciados 
por seu titular (seu dono). Eles podem até não ser exercidos, mas nunca 
poderão ser renunciados.
Alguns autores dizem que pode haver renúncia temporária de alguns 
direitos fundamentais e desde que não ofenda a dignidade da pessoa 
humana. Ex: reality shows, onde se renuncia, temporariamente, a 
intimidade e a vida privada.
x Inalienabilidade: os direitos fundamentais não podem ser vendidos, são 
indisponíveis e não possuem conteúdo econômico-patrimonial.
x Aplicabilidade imediata: O §1º do art. 5o. diz que “as normas definidoras 
dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”.
Atenção: isso não significa que todos os direitos fundamentais são normas 
de eficácia plena. Existem os três tipos de normas de direitos e garantias 
fundamentais: plena, contida e limitada. 
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Esquematizando:
• Historicidade – possuem caráter histórico, passando pelas diversas revoluções e chegando 
aos dias de hoje. 
• Universalidade – destinam-se a TODOS os seres humanos, sem qualquer forma de distinção 
ou discriminação. 
ƒ Abrangência:
x Todos os brasileiros e estrangeiros, residentes ou não no Brasil 
x Pessoa Física, Jurídica e Estado 
oEx: direito de propriedade 
x Existem direitos fundamentais direcionados somente ao Estado 
oEx: requisição administrativa 
x Direitos fundamentais aplicam-se também nas relações entre particulares 
oEx: trabalhador, danos morais 
• Limitabilidade – os direitos fundamentais não são absolutos, podendo haver limitações 
quando um direito fundamental entra em confronto com outro.
ƒ Não podem ser simplesmente suprimidos se houver conflito, pode apenas ser reduzida
a eficácia
oPrincípio da harmonização 
ƒ Nenhum Direito Fundamental é absoluto (maioria da doutrina)
ƒ OBS: Gilmar Mendes: a DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA apresenta-se alheia 
a qualquer outro confronto com outro princípio ou regra, em face da necessária 
interpretação de sua colisão somente consigo própria. Nessa medida, tem-se a 
dignidade da pessoa humana como princípio de hierarquia 
SUPRACONSTITUCIONAL
• Concorrência – podem ser exercidos cumulativamente 
• Imprescritibilidade – não são perdidos se não forem usados. 
• Irrenunciabilidade – eles podem não ser exercidos, mas nunca poderão ser renunciados. 
ƒ Renúncia Temporária dos direitos fundamentais: Cabe
x Pode renunciar direito à intimidade e à vida privada, desde que não ofenda a 
dignidade da pessoa humana 
oEx: reality shows 
• Inalienabilidade – não podem ser vendidos, são indisponíveis e não possuem conteúdo 
econômico-patrimonial. 
• Aplicabilidade imeditada – art. 5o, §1o: “as normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata”.
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ƒ Não tem nada a ver com normas de eficácia PLENA
ƒ Lembrando: Existem direitos e garantias nos 3 tipos de normas (plena, contida e 
LTDA) 
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4.OBSERVAÇÕES
a) Segundo o art. 5º, § 3º, incluído pela EC 45/2004, os Tratados
Internacionais que versarem sobre direitos humanos e que forem 
aprovados por dois turnos e 3/5 dos votos pelo Congresso Nacional 
terão força de Emenda Constitucional. A Convenção sobre os Direitos 
da Pessoa com Deficiência foi o primeiro Tratado Internacional sobre 
direitos humanos aprovado com força de EC pelo Brasil. 
Atenção! Estamos falandode Tratados Internacionais sobre direitos 
HUMANOS (não é direitos fundamentais).
Observe que tais tratados não integram e nem modificam o texto da 
CF, apenas possuem força de Emenda à Constituição. 
Dessa forma, os tratados internacionais podem possuir 3 status 
diferentes no ordenamento jurídico brasileiro: 
x LEI ORDINÁRIA - Tratados Internacionais que não versem sobre
Direitos Humanos e forem aprovados pelo procedimento
comum.
x SUPRALEGAL - Tratados Internacionais que versem sobre Direitos 
Humanos e forem aprovados por procedimento comum.
x EMENDA CONSTITUCIONAL - Tratados Internacionais que versem 
sobre Direitos Humanos aprovados por 3/5 dos votos em 2 
turnos (procedimento especial). 
b) Teoria da Eficácia Vertical dos Direitos Fundamentais: diz respeito 
à aplicabilidade desses direitos como limites à atuação dos governantes 
em favor dos governados. Ela se refere aos limites da interferência 
do Estado na vida dos particulares.
c) Teoria da Eficácia Horizontal dos Direitos Fundamentais: se refere 
às relações entre particulares. Aqui, os destinatários dos preceitos 
constitucionais são os particulares (pessoas físicas ou jurídicas). Há uma 
evolução da posição do Estado, antes como adversário, para guardião 
dos direitos fundamentais. 
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d) Diferença entre direitos, garantias e remédios constitucionais:
Meu caro aluno e futuro Escrevente do TJ/SP, essa diferenciação é 
bastante simples e pode ser feita com a simples observação do esquema 
abaixo:
o Direitos: são os bens e vantagens prescritos na CF
o Garantias: são os instrumentos que asseguram o exercício dos direitos.
ƒ Remédios: são uma espécie de garantia
• Remédios • Administrativos - Direito de certidão 
- Direito de petição 
• Judiciais - Habeas Corpus (HC) 
- Habeas Data (HD)
- Mandado de Segurança (MS) 
- Mandado de Segurança Coletivo (MSC) 
- Ação Popular (AP) 
- Mandado de Injunção (MI) 
�
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II.PRINCIPAIS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS 
E COLETIVOS 
Meu amigo e futuro Escrevente do TJ/SP, antes de começarmos a estudar esse 
assunto, devo fazer um alerta. Essa matéria sobre os direitos e garantias 
fundamentais (DGF) é bastante prática e fala sobre diversas situações do 
nosso dia a dia. Assim, quando começamos a estudar os DGF, tendemos a 
extrapolar muito a matéria e a ficar pensando: “e se acontecesse isso?”, “e se 
acontecesse aquilo?” Dessa forma, cuidado para não deixar a sua 
imaginação voar muito. Mantenha-se focado nas informações 
repassadas na aula, ok?
...
x Direito à vida 
Como já explicado, os Direitos e Garantias Fundamentais foram “criados” para 
limitar a intervenção do Estado na vida das pessoas. Até a Idade Média, o 
Estado podia interferir na vida das pessoas como bem entendesse, inclusive, 
poderia retirar a vida das pessoas como bem entedesse. Hoje em dia, o Estado 
não pode mais fazer isso e o direito à vida é preservado pela Constituição 
brasileira.
Três considerações para fins de prova: 
1- O direito à vida inclui o direito a uma vida digna e não apenas estar vivo. 
2- A Constituição brasileira prevê que não pode haver pena de morte 
(regra), salvo em caso de guerra declarada (exceção).
3- O STF decidiu que a pesquisa científica com células-tronco não fere a 
Constituição.
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x Princípio da Igualdade / Isonomia (art. 5º, I) 
A Constituição brasileira deve buscar a igualdade de fato (igualdade material) 
entre as pessoas e não apenas a igualdade perante a lei (igualdade formal). 
Dessa forma, com o intuito de fazer as pessoas “competirem em pé de 
igualdade”, pode haver as chamadas discriminações positivas, ou seja, o 
Estado “dá uma força para equilibrar a balança”. Dessa forma, o Estado deve 
promover a “Igualdade para os iguais e desigualdade para os desiguais, na 
medida de sua desigualdade”. 
Exemplo 1: o Estado brasileiro entendeu que os portadores de necessidades 
especiais (PNE) não estavam competindo em pé de igualdade com as “pessoas
normais” em concursos públicos. Assim, hoje, deve haver reserva de vagas 
para os PNE nos concursos públicos. Essa é uma discriminação positiva.
Exemplo 2: o Estado brasileiro entendeu que os negros não estavam 
competindo em pé de igualdade com as “pessoas brancas” nos vestibulares 
das universidades públicas. Assim, hoje, existem cotas para os negros em 
algumas universidades brasileiras. Esse é outro exemplo de discriminação
positiva para garantir a igualdade material e não apenas a igualdade formal. 
x Princípio da legalidade (art. 5º, II) 
Antigamente, o Estado poderia obrigar as pessoas a fazer praticamente tudo o 
que ele quisesse. Isso dava margem a uma série de abusos cometidos pelo 
Estado. Hoje em dia, a Constituição protege os cidadãos e diz que “ninguém 
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de 
lei”.
Em relação aos deveres e obrigações de fazer ou de não fazer alguma coisa, os 
particulares se submetem a um “regime” diferente do Poder Público. Os 
particulares podem fazer tudo aquilo que quiserem, desde que não seja 
proibido por lei. Isso se chama autonomia da vontade.
Já o Estado somente pode fazer aquilo que a Lei manda ou permite. Esse é o 
princípio da legalidade estrita.
O princípio da legalidade, portanto, nos diz que a criação ou modificação de 
direitos ou obrigações depende de lei. Mas qual tipo de lei? A lei em 
sentido estrito, ou seja, somente as leis que o Poder Legislativo produz (as leis 
ordinárias, leis complementares, etc), ou isso pode ser feito pela lei em sentido 
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amplo, englobando também atos normativos infralegais (abaixo da lei)? A 
doutrina majoritária defende a segunda opção, ou seja, a lei em sentido 
amplo.
Muito próximo ao princípio da legalidade, existe outro princípio chamado de 
Princípio da Reserva Legal. Ele ocorre quando a CF deixa a 
regulamentação de algum tema para a lei infraconstitucional, ou seja, a lei 
que está abaixo da Constituição. A depender de qual tipo de norma pode 
regulamentar a Constituição, o princípio da Reserva Legal se divide em dois:
1- Reserva Legal Absoluta: quando a disciplina de determinada matéria é 
reservada, pela Constituição, somente à lei em sentido estrito. Assim, 
exclui-se qualquer outra fonte infralegal (infra=abaixo; legal=da lei). 
Assim, somente uma LEI “fabricada pelo poder legislativo” pode 
regulamentar uma matéria prevista na CF. 
Ex: a CF diz que a União pode instituir impostos e o Supremo entende 
que se aplica a reserva legal absoluta. Assim, os impostos somente 
podem ser criados impostos por uma LEI (aquela produzida pelo 
Congresso Nacional). 
2- Reserva Legal Relativa: quando Constituição também exige a edição 
de uma lei para sua regulamentação, mas permite que ela apenas fixe os 
parâmetros de atuação a serem complementados por ato infralegal. 
Dessa forma, a disciplina de determinada matéria é, em parte, 
admissível a outra fonte diversa da lei (ex: decreto regulamentar, 
portarias, instruções normativas, etc.). 
Ex: a CF diz que a administração pública, se quiser ir às compras, deve 
realizar licitação...... a esse dispositivo se aplica a reserva legal relativa. 
Assim, foi editada a lei 8.666/93 para regulamentar esse dispositivo 
constitucional. Além da lei 8.666/93, vários outros atos normativosinfralegais também disciplinam as licitações, como o decreto 5.450/05, a 
Instrução Normativa 02/08 do MPOG, o decreto 7.174/10, etc. 
Estão vendo? A norma constitucional é regulamentada por uma lei e 
também por atos infralegais (abaixo da lei). 
Esquematizando:
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x Direito à vida 
o Direito de não ser morto e de ter uma vida digna 
o Não pode ter pena de morte salvo em caso de guerra declarada
o Células-tronco: pode 
x Princípio da Igualdade / Isonomia (art. 50, I) 
o Igualdade material (de fato) e não somente a igualdade formal (perante a lei) 
o “Igualdade para os iguais e desigualdade para os desiguais, na medida de sua 
desigualdade”
o Discriminações positivas. Ex: vagas para PNE em concursos públicos 
x Princípio da legalidade (art. 50, II) 
o Divergência doutrinária 
o Particular: autonomia da vontade 
o Administração pública: só faz o que a lei permitir (legalidade estrita)
o Princípio da legalidade: a criação ou modificação de direitos ou obrigações
depende de lei (em sentido amplo).
o Princípio da reserva legal: quando a CF deixa a regulamentação de algum tema para 
a lei (norma jurídica regularmente produzida pelo processo legislativo previsto na 
CF – sentido estrito)
ƒ Reserva legal absoluta: quando a disciplina de determinada matéria é 
reservada, pela Constituição, somente à lei em sentido estrito. Assim, 
exclui-se qualquer outra fonte infralegal.
ƒ Reserva legal relativa: quando a disciplina de determinada matéria é, em 
parte, admissível a outra fonte diversa da lei (ex: decreto regulamentar).
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x Liberdade de consciência, crença e culto 
Há algum tempo atrás, o Estado determinava que as pessoas acreditassem em 
um tipo de crença ou religião e essa deveria ser seguida. Caso o cidadão 
confessasse outra religião ou outra crença, o Estado determinava a sua morte. 
A Inquisição é um exemplo disso. 
Hoje em dia, a CF88 estabelece a garantia das pessoas que “ninguém será 
privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta 
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”. 
Assim, a CF estabelece que não se pode privar ninguém de direitos, ou seja, 
não se pode restringir o direito de ninguém, só porque ela pensa diferente ou 
crê em alguma religião diferente, a não ser que isso seja usado como 
desculpa para se esquivar de uma obrigação imposta a todos pela lei.
Exemplo: todo homem tem que servir o exército brasileiro assim que 
completa 18 anos. Isso é uma obrigação legal que é imposta a todos pela lei. 
No entanto, se uma determinada pessoa fala que é contra a violência e que 
isso vai contra suas crenças, tudo bem: o Estado não obrigará esse indivíduo a 
servir o exército. Mas ele terá que cumprir uma prestação alternativa. 
Por outro lado, se a pessoa se recusa a servir o exército e também se recusa a 
prestar a pena alternativa, ela estará se esquivando de suas obrigações legais 
e, nesse caso, poderá sim haver restrição de direitos (no caso, ele perde 
os direitos políticos). 
Além disso, a lei deve proteger os locais de culto, liturgias e cerimônias e 
assegurar a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares
de internação coletiva (ex: presídios). 
x Liberdade de manifestação do pensamento (art. 5º, IV) 
Hoje em dia, cada um pode expressar o seu pensamento como quiser. 
Antigamente isso não era permitido. Porém, é vedado o anonimato, pois, 
caso essa manifestação cause dano a alguém, haverá o direito a indenização 
além do direito de resposta proporcional ao dano (agravo) causado. 
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Recentemente, o STF decidiu que não se precisa de diploma para exercer a 
profissão de jornalista, justamente para ampliar o direito de liberdade de 
manifestação de pensamento. 
Além disso, é vedada instauração de Inquérito Policial ou Denúncia 
exclusivamente com base em denúncia anônima. Dessa forma, as 
autoridades públicas devem coletar mais provas (indícios de autoria e 
materialidade do crime) para que seja aberto o inquérito policial ou a ação 
penal. 
Explicando melhor: o inquérito policial é um procedimento investigativo que 
ocorre antes de ser instaurada a ação penal. Ele serve justamente para coletar 
provas para que a ação penal seja instaurada. A denúncia, por sua vez, é o 
instrumento que inicia a ação penal. 
Dessa forma, é vedada tanto a instauração da ação penal (por meio da 
denúncia) quanto de inquérito policial somente com base em denúncia 
anônima. Observe que a autoridade policial deve sim investigar a denúncia 
anônima, o que ele não pode é instaurar o inquérito policial antes de coletar 
mais provas. 
Igualmente, é vedada a instauração de inquérito policial quando a conduta, 
claramente, não for um crime, ou seja, não for típica.
x Liberdade de atividade intelectual, artística, científica ou de 
comunicação e indenização em caso de danos 
Todo indivíduo pode estudar o que quiser, pode exercer a arte como quiser, 
pesquisar, produzir a ciência como quiser e se comunicar como quiser, 
independente de licença ou censura. No entanto, se essa arte, 
comunicação ou pesquisa científica causarem dano a alguém, caberá o direito 
a indenização. 
x Inviolabilidade domiciliar 
Durante o período da ditadura militar, o Estado cometia uma série de abusos, 
entrando nas casas das pessoas e desrespeitando seus direitos a intimidade e 
a vida privada. 
Hoje em dia, o Estado não pode entrar na casa das pessoas como bem 
entender. Ele só poderá fazê-lo em três casos: 
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1- Com o consentimento do morador. Nesse caso, obviamente, se o 
morador permite, pode-se entrar em sua casa a qualquer horário, de 
dia ou de noite, com ou sem ordem judicial. 
2- Em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro.
Nesse caso, também se pode entrar na casa de alguém a qualquer 
horário, de dia ou de noite e independente de ordem judicial. 
3- Por determinação judicial. Nesse último caso, o Estado, em regra, 
somente pode entrar na casa de alguém durante o dia.
x Excepcionalmente, o STF recentemente decidiu que para instalar 
escuta policial em um escritório de advocacia que era usado para 
cometimento de crimes, PODE-SE entrar a noite (lembrando: 
sempre com autorização judicial).
Uma última observação quanto a esse direito é que o conceito de casa é 
bastante amplo, sendo entendido como a residência, domicílio ou o local onde 
a pessoa exerce sua profissão, desde que seja restrito ao público. Ex: 
escritório, garagens, consultório médico, quarto de hotel etc. 
x Liberdade de profissão 
A Constituição estabelece que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, desde que atendidas as qualificações que a lei estabelecer. Assim, 
qualquer pessoa pode exercer qualquer profissão, desde que cumpra os 
requisitos previstos na lei. Essa é uma norma de eficácia contida, ou seja, 
que pode ser exercida plenamente até que seja criada uma lei que restrinja 
esse direito. 
Como exemplo, desde a promulgação da CF, qualquer um pode exercer a 
profissão de borracheiro, sem ter que preencher nenhum requisito ou obter 
autorização. No entanto, se uma lei for promulgada e regulamentar a profissão 
de borracheiro, em tese, elapode exigir que, a partir daquele momento, essa 
profissão só poderá ser exercida por profissional com curso em engenharia 
mecânica. Estão vendo? Um direito que era amplo passa a ser mais 
restrito.
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x Liberdade de informação 
Todos têm direito ao acesso à informação, resguardado o sigilo da fonte, 
quando necessário ao exercício profissional. Tomemos como exemplo um 
jornalista, que não precisa divulgar de onde vieram as informações que ele 
publicou. No entanto, ele se responsabiliza pelas informações divulgadas, 
devendo indenizar o prejudicado, caso haja danos indevidos. 
O STF também decidiu que a proibição de divulgação de pesquisas eleitorais 
quinze dias antes do pleito é inconstitucional (Adin 3.741). Assim, é permitida 
a divulgação de pesquisas eleitorais a qualquer momento antes do pleito. 
Esquematizando:
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Liberdade de consciência, crença e culto 
o Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa, filosófica ou 
política 
ƒ Salvo se as invocar para eximir-se de obrigação a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa
o A lei deve proteger os locais de culto, liturgias e cerimônias (eficácia LTDA)
ƒ Liberdade de culto (eficácia plena)
o Assegurada prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de 
internação coletiva 
x Liberdade de manifestação do pensamento (art. 50, IV) 
o Vedado o anonimato 
o Assegura o direito de resposta proporcional ao agravo e indenização em caso de 
dano (art. 50, V)
o Não precisa diploma para ser jornalista 
o Vedado instauração de Inquérito - exclusivamente com base em denúncia anônima 
Policial ou Denúncia - quando a conduta é atípica (HC 82.969)
x Liberdade de atividade intelectual, artística, científica ou de comunicação e 
indenização em caso de danos 
o Não precisa de licença 
o Independente de censura 
o Se causar dano, tem que indenizar 
x Inviolabilidade domiciliar 
o Salvo por 1 – Consentimento: dia e noite, com ou sem ordem judicial 
2 - Flagrante delito, desastre ou prestar socorro: dia e noite, com ou 
sem ordem judicial 
3 - Determinação judicial - Regra: durante o DIA
- Exceção: Para instalar escuta policial 
PODE a noite (com autorização judicial) 
o Casa = domicílio, escritório, garagens, consultório médico, quarto de hotel... 
ƒ Qualquer lugar restrito ao público 
x Liberdade de profissão 
o Atendidas as qualificações que a lei estabelecer (eficácia Contida) 
x Liberdade de informação: 
o Acesso a informação, resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício 
profissional
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x Liberdade de locomoção 
Todos podem entrar, permanecer e sair do país com seus bens, nos termos da 
lei e em tempos de paz. No entanto, esse direito pode sofrer restrições nos 
Estados de Defesa e de Sítio.
x Requisição 
Em regra, o Estado não pode se utilizar da propriedade de alguém. O direito de 
propriedade é bastante precioso para as pessoas. No entanto, 
excepcionalmente, em caso de iminente perigo público, a autoridade 
competente poderá usar da propriedade particular. Essa utilização pode ser 
feita sem autorização judicial, devido à urgência (iminente perigo público). 
Caso haja algum dano, é assegurada indenização ao proprietário dos bens 
utilizados. No entanto, essa indenização é sempre posterior ao uso e 
somente ocorrerá se houver dano ao patrimônio do particular, não sendo 
cabível indenização somente pelo uso da propriedade. 
x Direito de herança e estatuto sucessório 
Todos possuem o direito de herança. Caso o “de cujus” (o morto) seja 
estrangeiro, a Constituição dá uma “colher de chá” para os herdeiros e prevê 
que deve ser aplicada a lei mais favorável: ou do Brasil ou a do de cujus.
Ressalta-se que pode haver imposto sobre a herança e que tal tributo é de 
competência estadual.
x Direito de propriedade intelectual, industrial e de direitos autorais 
A CF88 assegura a todos o direito de propriedade intelectual, industrial e de 
direitos autorais. No entanto, algumas regras devem ser seguidas: 
1- A propriedade intelectual e de direitos autorais é permanente para 
o autor e temporária para os sucessores.
2- Já a propriedade industrial é sempre temporária.
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x Direito de reunião em locais abertos ao público 
A Constituição assegura que todas as pessoas podem se reunir em locais 
abertos ao público (ex: passeatas e manifestações). No entanto, essa reunião 
deve seguir 3 regras: 
1- Ser pacífica.
2- Sem armas. 
Desse dispositivo, decorre o fato de que uma reunião de policiais
manifestando pelo seu direito de greve ou por melhores salários, por 
exemplo, deve ser sem armas.
3- É necessário o aviso prévio às autoridades competentes.
ATENÇÃO: não é preciso pedir AUTORIZAÇÃO e sim apenas o 
aviso prévio para preparação antecipada do poder público, como 
organização, policiamento, desvio de trânsito etc. O aviso prévio serve 
também para que não se frustre outra reunião que esteja 
anteriormente agendada para o mesmo local. 
O direito de reunião pode ser restringido no Estado de Defesa e suspenso no 
Estado de Sítio e, caso seja violado, o remédio correto a ser utilizado é o 
mandado de segurança (geralmente, as questões de prova dizem que é 
habeas corpus, cuidado!). 
x Sigilo de correspondência, comunicações telegráficas, de dados e 
telefônicas
O artigo 5º, XII versa que “é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer 
para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.
Se fizermos uma leitura desatenta deste inciso, podemos chegar a uma 
conclusão errônea de que somente o sigilo das comunicações telefônicas pode 
ser quebrado. No entanto todos os sigilos podem ser relativizados e não 
apenas o das comunicações telefônicas.
Além disso, os sigilos de correspondência e comunicações podem ser restritos 
nos Estados de Sítio e de Defesa (art. 139, III e 136, § 1º, I). 
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Uma observação bastante curiosa: o contraditório e ampla defesa são 
POSTERIORES à quebra dos sigilos.
Contraditório e ampla defesa são duas garantias constitucionais que 
estabelecem que todos os que estão sendo acusados de alguma 
irregularidade possuem o direito de responder às acusações, ou seja, de 
contestar as acusações e dar a sua versão dos fatos. Além disso, todos 
têm o direito de produzir as provas da maneira mais ampla possível 
(desde que de acordo com a lei). 
No entanto, quando acontecem algumas quebras de sigilo, o contraditório e 
a ampla defesa ocorrem somente após a quebra. Imagine só um 
traficante sendo investigado pela polícia. É óbvio que primeiro se faz a quebra 
do sigilo das comunicações para somente depois ser oferecido o contraditório e 
a ampla defesa ao traficante. Caso ocorresse o contrário, o criminoso já 
saberia de antemão que estaria sendo investigado e as investigações restariam 
frustradas.
o Sigilo das comunicações telefônicas 
Quando se fala em quebra das comunicações telefônicas, está se falandoem “escuta policial, grampo”. Assim, por ser a intimidade um direito 
bastante sensível, a CF88 estabelece que as comunicações telefônicas 
podem ser quebradas apenas: 
1- Por ordem Judicial E
2- Somente para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal.
Além disso, pode-se usar uma prova legalmente autorizada e gerada em 
processo criminal para instruir processo administrativo ou civil. 
Atenção: em âmbito administrativo ou civil JAMAIS poderá haver 
a quebra do sigilo das comunicações. No entanto, se a prova for 
legalmente gerada em processo criminal, pode-se aproveitá-la para 
instruir processo administrativo ou civil. 
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o Sigilo bancário 
O sigilo bancário pode ser quebrado por: 
1- Juiz
2- CPI
Quanto à CPI, esta, ao quebrar o sigilo bancário de alguém, tem que 
fundamentar em fatos específicos e a quebra deve ter duração
determinada.
Duas observações importantíssimas: 
1- O Ministério Público não pode quebrar o sigilo bancário.
Deve haver ordem judicial (Inq. 2.245, Rel Min Joaquim Barbosa).
No entanto, ressalta-se o fato de que já houve um caso em que o 
STF afastou seu entendimento tradicional sobre a incompetência 
do MP em determinar a quebra do sigilo bancário para permiti-la, 
visando proteger o patrimônio público (MS 21.729/DF). 
2- Autoridades Tributárias também NÃO PODEM quebrar sigilo 
bancário.
Existe bastante discussão acerca da possibilidade das autoridades 
tributárias realizarem a quebra do sigilo bancário em 
procedimentos fiscais. Observe o art. 6º da Lei Complementar 105:
“As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar 
documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os 
referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, 
quando houver processo administrativo instaurado ou 
procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados 
indispensáveis pela autoridade administrativa competente.” 
No entanto, o STF já decidiu que “Conflita com a Carta da 
República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte 
na relação jurídico-tributária – o afastamento do sigilo de 
dados relativos ao contribuinte” (RE 389.808). 
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Apesar de a decisão do STF ter sido somente para o caso concreto, 
possuindo validade apenas para as partes do processo, a melhor 
doutrina entende que o posicionamento já é no sentido de não 
permitir que as autoridades tributárias quebrem o sigilo 
bancário.
Por fim, o Supremo Tribunal Federal entende que é possível a interceptação 
de carta de presidiário pela administração penitenciária, por questões de 
segurança pública. 
Esquematizando:
x Liberdade de locomoção 
o Pode entrar, permanecer e sair do país com seus bens 
o Nos termos da lei e em tempos de paz 
o Restrições no Estado de Defesa e Sítio 
x Requisição - Iminente perigo público
- Autoridade competente pode usar da propriedade particular
- Assegurada indenização - Posterior 
- Se houver dano 
x Direito de herança e estatuto sucessório 
o Aplica a lei mais favorável: ou do Brasil ou a do de cujus
o Pode haver imposto de herança (E+DF) 
x Propriedade - Intelectual permanente para o autor e
- Direitos autorais temporária para os sucessores
- Industrial - temporária
x Direito de reunião em - Pacífica, 
locais abertos ao público - Sem armas Reunião de policiais: não pode ir armado
o Não precisa de autorização 
ƒ Mas precisa avisar autoridades 
ƒ Desde que não frustre outra reunião já marcada 
o Pode ser - Restringido no Estado de Defesa 
- Suspenso no Estado de Sítio 
o Remédio caso o direito de reunião seja violado: MS (questão diz que é HC)
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x Sigilo de correspondência, comunicações telegráficas, de dados e telefônicas 
o Art. 5o XII – aparente restrição 
ƒ Pode relativizar TODAS e não só a comunicação telefônica 
o Correspondência e comunicações: podem ser restritas nos Estados de Sítio e Defesa 
(art. 139,III e 136, § 1º, I)
o O contraditório e a ampla defesa são POSTERIORES à quebra 
o Sigilo das comunicações Telefônicas
ƒ Quebra para investigação CRIMINAL
ƒ Por ordem Judicial
ƒ Pode usar uma prova legalmente autorizada e gerada em processo criminal
para instruir processo administrativo e civil 
o interceptação de carta de presidiário: Pode (segurança pública)
x Sigilo bancário 
o Quebrado por - Juiz 
- CPI – tem que fundamentar em fatos específicos e ter duração 
determinada 
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o MP – NÃO pode quebrar sigilo bancário – tem que pedir ao Juiz 
ƒ (Inq. 2.245, Rel Min Joaquim Barbosa) 
ƒ Ressalta-se o fato de que já houve um caso em que o STF afastou seu 
entendimento tradicional sobre a incompetência do MP em determinar a 
quebra do sigilo bancário para permiti-la, visando proteger o patrimônio 
público (MS 21.729/DF).
o Autoridades Tributárias – NÃO PODEM quebrar sigilo bancário
ƒ LC 105, art. 6º: “As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão 
examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, 
inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, 
quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento 
fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela 
autoridade administrativa competente.”
ƒ STF: “Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à 
Receita Federal – parte na relação jurídico-tributária – o afastamento do 
sigilo de dados relativos ao contribuinte” (RE 389.808).
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x Direito de associação 
Outra proteção dos cidadãos frente ao Estado é que a Constituição assegura o 
direito de associação, independente de autorização do Estado.
No entanto, essa liberdade não é plena: são vedadas associações de 
caráter paramilitar. Associações paramilitares são corporações particulares 
de cidadãos armados, fardados e adestrados, que não fazem parte do exército 
ou da polícia de um país. 
Aqui, devemos fazer uma distinção que não é tão importante para fins de 
provas, mas é de extrema relevância para a compreensão da matéria: 
o Associação: reunião de um grupo de pessoas ou de entidades em busca 
de interesses comuns, sejam eles econômicos, sociais, filantrópicos, 
científicos, políticos ou culturais. 
o Cooperativa: associação com fins econômicos e participação no 
mercado.
Para que as pessoas se reúnam em forma de cooperativas, não é necessária 
autorização do Estado, desde que seja na forma da lei.
Já para que as pessoas se reúnam em forma de associações, não é 
necessária autorização do Estado e nem de ser na forma da lei. É também 
vedada a interferência estatal em seu funcionamento. 
Uma outra observação importante: a única forma de se DISSOLVER
COMPULSORIAMENTE uma associação é por sentença judicial transitada 
em julgado.
ATENÇÃO: pode-se SUSPENDER as atividades de uma associação por ordem 
judicial (não precisa estar transitada em julgado), mas para DISSOLVÊ-LA 
COMPULSORIAMENTE, somente por sentença judicial transitada em julgado. 
o Associações: Representação e Substituição Processual 
Para entendermos essesdois institutos do direito, devemos antes 
entender o conceito de Legitimidade Ativa: é a capacidade de pedir o 
direito em juízo (capacidade de entrar com a ação). 
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Em regra, somente pode-se entrar no judiciário para proteger direito 
próprio (em nome próprio). Assim, somente o “dono” do direito pode 
entrar com uma ação no Poder Judiciário, ou seja, somente o “dono” do 
direito possui a legitimidade ativa. No entanto, existem dois institutos 
que são exceções a essa regra: a representação e a substituição 
processual. 
A representação processual ocorre quando alguém age para 
defender direito alheio em nome alheio. Nesse caso, o representado 
precisa dar uma autorização expressa para o seu representante. 
Já a substituição processual ocorre quando se age para defender
direito alheio em nome próprio. Nesse caso, não é necessária uma 
autorização expressa do representado. 
Pois bem, as associações podem representar os seus associados. 
Lembre-se de que é necessária autorização expressa e específica, pois é 
caso de representação processual. No entanto, não se precisa de 
autorização expressa de cada associado individualmente, podendo tal 
autorização ser feita em assembleia. 
Outra observação importante é que as associações podem representar o 
associado nas esferas civil e administrativa, judicial e extrajudicial, mas 
não podem representar o associado em direito penal.
Além disso, as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 ano 
e em defesa de seus membros e associados podem impetrar o mandado
de segurança coletivo. Nesse caso (e somente nesse), a associação 
será substituta processual, não precisando de autorização dos 
associados, bastando uma autorização genérica no estatuto. 
Por último, o sindicato é substituto processual irrestrito na defesa de 
direitos dos trabalhadores. 
Esquematizando:
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x Direito de associação 
o Liberdade não é plena
ƒ Vedado de caráter paramilitar 
o Cooperativas - não precisa de autorização
- mas tem que ser na forma da lei 
o Associações - Não precisam de autorização e nem de ser na forma da lei
- Única forma de dissolver compulsoriamente uma ASSOCIAÇÃO:
sentença judicial transitada em julgado
- Pode suspender as atividades - Ordem judicial 
- Não precisa transitar em julgado 
o Representação e Substituição Processual
ƒ Legitimidade ativa – capacidade de pedir o direito em juízo (capacidade de 
entrar com a ação)
ƒ Regra: defesa de direito próprio em nome próprio
ƒ Representação Processual - Defesa de direito alheio em nome alheio 
- Precisa de autorização do representado
ƒ Substituição - Defesa de direito alheio em nome próprio 
 Processual - Também chamada de legitimidade ativa extraordinária
- Não precisa de autorização do substituído
x Pode REPRESENTAR o associado 
x Precisa de autorização expressa e específica, pois é caso de 
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL
o Não precisa de autorização expressa de cada associado 
individualmente
Associação� ƒ Pode ser feita em assembleia 
x Podem representar o associado nas esferas civil e administrativa, 
judicial e extrajudicial, mas NÃO PODEM REPRESENTAR O 
ASSOCIADO EM DIREITO PENAL
x Para MSCOLETIVO não precisa de autorização expressa (é caso de
SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL)
ƒ Pode ser autorização genérica no estatuto 
x Substituto Processual IRRESTRITO 
x Na defesa de direitos dos trabalhadores 
Sindicato�
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x Direito de informação de órgãos públicos 
A Constituição Federal assegura a todos o direito de receber dos órgãos 
públicos informações de seu interesse particular, coletivo ou geral, por 
exemplo: informações sobre licitações e contratos públicos. No entanto, o 
Poder Público pode fazer sigilo se a informação for necessária à segurança da 
sociedade e do Estado. 
Atenção: O direito de informação de órgãos públicos é diferente do direito de 
petição ou de certidão (os próximos direitos a serem estudados). Cuidado para 
não confundir!
x Direito de petição e obtenção de certidões 
A Constituição assegura o direito de qualquer pessoa, física ou jurídica, 
nacional ou estrangeira, de obter certidões em repartições públicas em defesa 
de direitos ou esclarecimentos de interesse pessoal; ou ainda, de peticionar 
(pedir) aos mesmos em defesa de seus direitos ou contra ilegalidade ou abuso 
de poder. Esse direito pode ser exercido independentemente de taxas ou 
de advogado e é um remédio administrativo.
O prazo para que a Administração emita as certidões é, em regra, de 15 dias
e, caso a mesma não se manifeste, o remédio judicial correto para proteger o 
direito será o Mandado de Segurança (cuidado! Muitas questões de 
prova dizem que é o habeas data!)
ATENÇÃO: Direito petição e certidão é diferente de capacidade postulatória.
Esta última é a capacidade que o advogado tem de “conversar com o juiz”/agir 
em juízo. Dessa forma, em regra, para que possamos entrar com alguma ação 
no judiciário, devemos fazê-lo por meio de um advogado, pois esse é o único 
que possui a capacidade de agir em juízo (capacidade postulatória). 
o Depósito prévio da quantia questionada: VEDADO (não pode) 
O STF entende que é vedado o depósito prévio da quantia questionada 
para se entrar com recurso administrativo (súmula vinculante 21) e 
também para que o particular discuta a exigibilidade de crédito tributário 
com uma ação no judiciário (súmula vinculante 28). 
Explicando melhor, caso um particular esteja disputando com o Estado 
sobre alguma quantia (exemplo, uma multa) e pretenda entrar com um 
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recurso administrativo, ele não precisa pagar previamente a quantia 
questionada. Dessa forma, ele pode primeiro entrar com o recurso, para, 
somente se perder, pagar a quantia questionada.
O mesmo entendimento vale para as ações no judiciário em que se 
discuta exigibilidade de crédito tributário. 
Esquematizando:
x Direito de informação de órgãos públicos 
o Receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, coletivo ou geral 
ƒ Não é direito de petição nem de certidão. 
ƒ Poder público pode fazer sigilo se a informação for necessária à segurança da 
sociedade e do Estado 
o Ex: informação sobre licitações e contratos 
x Direito de petição e obtenção de certidões 
o Direito de qualquer pessoa - Física ou jurídica 
- Nacional ou estrangeira 
o Independente de taxas 
o Não precisa de advogado 
o É um remédio administrativo 
o Petição – aos poderes públicos - Em defesa de direitos
- Contra ilegalidade ou abuso de poder 
o Certidões – em repartições - Defesa de direitos
 públicas, para - Esclarecimentos de situações de interesse pessoal 
ƒ Prazo das certidões: 15 dias
ƒ Se a Administração não se manifestar: MS e não HD
o Direito petição e certidão é diferente de capacidade postulatória (advogado) 
o Depósito prévio da quantia • Para RECURSO ADMINISTRATIVO
questionada: VEDADO - Súmula Vinculante 21 
• Para o acesso ao Judiciário 
- Exigibilidade de crédito tributário: O Estado não 
pode exigir depósito prévio para que o particular 
entre com a ação no judiciário. 
- Súmula vinculante 28 
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x Princípiodo Juiz Natural 
A CF88 estabelece que:
- ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade 
competente;
- não haverá juízo ou tribunal de exceção; (Se um tribunal não assegurar 
as garantias constitucionais às partes em litígio, ele será considerado 
tribunal de exceção). 
Assim, a Constituição protege o cidadão porque assegura que todos saibam 
qual será a autoridade julgadora (o foro competente) antes mesmo de 
se entrar com uma ação no Poder Judiciário.
Por exemplo: imagine que José cometa um crime que choque toda a população 
nacional e que cause grave comoção de toda a nação. Imagine também que se 
queira criar um Tribunal somente para julgar esse tipo de crime. O princípio do 
Juiz Natural assegura que José não poderá ser julgado por esse novo Tribunal, 
uma vez que sua condenação seria quase certa, pois todos estão comovidos e 
a autoridade julgadora não seria imparcial. 
Assim, essa garantia constitucional assegura que as regras de 
julgamento e processo não sejam mudadas durante o jogo. No exemplo, 
José será julgado por um Juiz Criminal de primeira instância (se for o caso) e 
não por um Tribunal criado somente para julgá-lo. 
Outra observação: o princípio do juiz natural não é válido somente para o 
Judiciário, mas também para o Legislativo nas causas em que for julgador (Ex: 
Senado Federal julga o Presidente da República por crime de 
responsabilidade).
x Princípio da inafastabilidade da jurisdição 
O princípio da inafastabilidade da jurisdição também possui outros nomes: 
direito de ação, princípio do livre acesso ao judiciário, princípio da 
ubiquidade da justiça. 
Ele está previsto no art. 5º, XXXV: “a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
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Assim, esse princípio é uma garantia constitucional de que qualquer lesão ou 
ameaça a qualquer direito pode ser apreciada pelo Poder Judiciário. Isso 
garante que qualquer pessoa que teve seu direito lesado ou ameaçado pelo 
Estado ou por outro particular possa buscar a reparação ou proteção no Poder 
Judiciário.
ATENÇÃO: esse direito não se confunde com o direito de petição. 
Em decorrência dele, não é preciso que se peça primeiro um direito 
administrativamente (na Receita Federal, INSS etc.) para só depois se recorrer 
ao judiciário. Qualquer um pode, então, entrar diretamente com a ação no 
juízo competente (Poder Judiciário), sem precisar pedir primeiro nas vias 
administrativas. 
Dessa forma, caso o direito de alguém esteja sendo ameaçado por um ato do 
Estado, via de regra, pode-se entrar no Judiciário mesmo sem ter 
entrado administrativamente. A isso, dá-se o nome de ausência da 
jurisdição condicionada ou ausência da instância administrativa de 
curso forçado.
Além disso, em regra, a opção pela via judicial implica renúncia tácita à 
via administrativa e o processo se extingue no estado em que se 
encontrar. Dessa forma, se alguém estiver discutindo um direito em âmbito 
administrativo, ela poderá entrar no judiciário quando bem entender. No 
entanto, caso entre no judiciário, o processo administrativo será extinto no 
estado em que se encontrar. 
Excepcionalmente, exige-se a utilização primária da via administrativa para, 
somente depois, se poder entrar com a ação no Poder Judiciário. Isso se 
chama jurisdição condicionada ou instância administrativa de curso 
forçado e ocorre em 3 casos: 
1- Justiça desportiva 
2- Habeas Data 
3- Reclamação ao STF de ato que contrarie Súmula Vinculante 
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o O Poder Judiciário não pode adentrar em: 
1- Atos interna corporis (Ex. Regimento Interno das Casas 
Legislativas).
Exemplo: se durante o processo legislativo (o procedimento que 
“fabrica” uma lei), ocorrer violação ao Regimento Interno da Casa 
Legislativa, em regra, o Poder Judiciário não poderá apreciar essa 
violação, pois isso fere a separação dos poderes. 
Por outro lado, se o ato ferir, ao mesmo tempo, o Regimento Interno 
da Casa Legislativa e a Constituição Federal, aí sim, caberá 
intervenção do Poder Judiciário. Isso acontece não porque o ato violou 
o Regimento Interno, mas sim porque ele violou a Constituição. 
2- Discricionariedade administrativa (conveniência e oportunidade).
Por exemplo: a nomeação para um cargo em comissão ou função 
comissionada não pode ser apreciada pelo poder judiciário quanto ao 
mérito. Quem decide quem deve ou não ser nomeado para a função 
é o Administrador.
Por outro lado, os referidos atos podem ser apreciados quanto à 
legalidade.
o Taxa judiciária calculada sobre o valor global da causa 
Em regra, para se entrar com uma ação no Poder Judiciário e se obter 
uma prestação jurisdicional, deve-se pagar uma taxa. Essa taxa se 
chama taxa judiciária e é calculada sobre o valor da causa. Dessa 
forma, quanto maior for o valor da causa, maior será a taxa cobrada 
para a prestação jurisdicional. 
No entanto, a taxa judiciária não pode ter um valor ilimitado para
que o Estado não enriqueça ilicitamente. Assim, ela deve ter um valor 
máximo (Não se preocupe com esse valor. Ele não é assunto da sua 
prova de Direito Constitucional). 
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Limites à retroatividade da lei 
A Constituição assegura que “a Lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada.”
De forma bem resumida: 
o Direito adquirido: é aquele direito que já foi incorporado ao patrimônio 
jurídico de uma pessoa, independentemente de já ter sido exercido ou não. 
Exemplo: se uma pessoa já cumpriu todos os requisitos para se aposentar, 
mesmo que ela não tenha efetivamente se aposentado, ela já tem o direito 
adquirido à aposentadoria; 
o Ato jurídico perfeito: é aquele que cumpriu todos os requisitos para seu 
aperfeiçoamento, segundo a lei vigente à época que se realizou; 
o Coisa julgada: é aquela ação que o poder judiciário já julgou e contra a 
qual não cabe mais recurso.
Dessa forma, essa garantia constitucional confere a segurança jurídica para 
os cidadãos, garantindo que nem mesmo uma lei poderá ferir um desses três 
itens.
Uma observação importante é que não se alega direito adquirido frente 
ao:
1- Poder Constituinte Originário: assim, uma nova Constituição não 
precisa respeitar o direito adquirido. Ela é ilimitada.
Lembre-se que uma Emenda Constitucional (fruto do Poder 
Constituinte Reformador ou Revisor) não pode desrespeitar o direito 
adquirido, nem o ato jurídico perfeito e nem a coisa julgada. 
2- Criação ou aumento de tributos: ninguém tem o direito adquirido 
de não pagar impostos (tributos). 
3- Mudança de padrão monetário. 
4- Regime jurídico de Servidor 
Uma breve exceção à irretroatividade é que a lei penal pode retroagir para 
beneficiar o réu. Assim, se a sociedade edita uma lei apenando um crime 
com uma pena mais branda, não há sentido em manter uma pena mais severa 
para aqueles que praticaram o crime antes da nova lei. 
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Ao contrário, a lei não pode retroagir para prejudicar o réu. Assim, se a 
sociedade edita uma lei apenando um crime com uma pena mais severa, essa 
pena mais grave não pode ser aplicada a quem praticou o crime antes da lei. 
Esquematizando:
x Princípio do Juiz Natural 
o LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
o XXXVII - nãohaverá juízo ou tribunal de exceção; (Se um tribunal não assegurar as 
garantias constitucionais às partes litigantes, ele será considerado tribunal de exceção)
o Não é só para o Judiciário – também para o Legislativo nas causas em que for julgar 
ƒ Ex: Senado Federal julgar o Presidente por crime de responsabilidade 
x Princípio da - Inafastabilidade da jurisdição 
- Direito de ação
- Princípio do livre acesso ao judiciário 
- Princípio da ubiquidade da justiça
o XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
o Não se confunde com o direito de petição 
o Regra: pode-se entrar no Judiciário mesmo sem ter entrado administrativamente
Ausência�da�jurisdição�condicionada�/�ausência�
da�instância�administrativa�de�curso�forçado�
ƒ A opção pela via judicial implica renúncia tácita à via administrativa 
x O processo se extingue no estado em que se encontrar 
o Exceção: Exige-se - utilização inicial da via adm para entrar na via judicial
- esgotamento 
ƒ Justiça desportiva (é Administrativa e não Judicial) 
ƒ Habeas Data 
ƒ Reclamação ao STF de ato que contrarie Súmula Vinculante (CF, art. 102, I, 'L')
o O Judiciário não - Atos interna corporis (ex. Regimento Interno das Casas Legisl.)
pode adentrar - OBS: se o ato ferir junto a CF caberá intervenção do Judiciário 
- Discricionariedade administrativa (conveniência e oportunidade) 
- Ex: nomeação para cargo em comissão 
- Atos políticos (em regra) 
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o Taxa judiciária calculada sobre o valor global da causa: Não pode cobrar valor 
absurdo. A taxa deve ter limites.
ƒ Súmula 667 STF 
o Exigibilidade de crédito tributário: Para entrar com a ação não pode exigir depósito prévio.
ƒ Súmula Vinculante 28 - é inconstitucional a exigência de depósito prévio 
como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda 
discutir a exigibilidade do crédito tributário
x Limites à retroatividade da LEI 
o Não pode prejudicar o - Direito adquirido 
- Coisa julgada 
- Ato jurídico perfeito 
o Não se alega direito - Poder Constituinte Originário
 adquirido face ao - Criação ou aumento de tributos 
- Mudança de padrão monetário 
- Regime jurídico de Servidor 
o Pode alegar Direito Adquirido frente ao Poder Constituinte Reformador (EC) e Revisor 
o Lei penal retroativa para beneficiar: Pode
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x Direito de propriedade 
O direito de propriedade é um direito de primeira geração e, na época de seu 
surgimento (durante o liberalismo econômico), era quase que considerado um 
direito absoluto. 
Assim, o dono da propriedade podia usar de seus bens da maneira como bem 
entendesse, não importando se isso era bom ou ruim para a sociedade. 
Com o passar do tempo, o direito de propriedade não é mais considerado 
um direito absoluto. Por exemplo: a sociedade não tolera mais que exista 
um latifúndio improdutivo quando existem milhares de pessoas passando 
fome.
Assim, o direito de propriedade pode sofrer uma série de restrições, como por 
exemplo:
1- Necessidade ou utilidade pública; 
2- Requisição administrativa; 
3- Requisição de bens no Estado de Sítio; 
4- Desapropriação; 
5- A propriedade deve cumprir a sua função social.
Função social da propriedade urbana: cumprir o plano diretor. 
Função social da propriedade rural: CF Art. 186. A função social é 
cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, 
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos 
seguintes requisitos: I - aproveitamento racional e adequado; II - 
utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação 
do meio ambiente; III - observância das disposições que regulam as 
relações de trabalho; IV - exploração que favoreça o bem-estar dos 
proprietários e dos trabalhadores.
o Desapropriação
A desapropriação é uma forma de relativização (diminuir o alcance) do 
direito de propriedade. Ela pode ocorrer por três motivos: Interesse
social, necessidade pública ou utilidade pública. 
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Em regra, a indenização será sempre em dinheiro, justa e prévia.
No entanto, caso a propriedade não esteja cumprindo a sua função 
social, poderá haver dois tipos de desapropriação: 
1- Desapropriação confiscatória: ocorre quando a terra é usada para 
o cultivo de plantas psicotrópicas. Nesse caso, não haverá 
indenização e as terras serão destinadas ao assentamento de 
colonos. 
Não confundir com a “desapropriação urbananística” ou com a 
“desapropriação rural” 
2- Desapropriação sanção: nesse tipo de desapropriação, a 
indenização deve ser justa e prévia. No entanto, ela não será em 
dinheiro e sim em títulos da dívida do governo, garantida a 
preservação de seu valor real. 
a) Desapropriação Urbanística: feita pelo município em imóveis 
urbanos. Nesse caso, a indenização será feita em títulos da 
dívida pública resgatáveis em até 10 anos.
Na propriedade urbana, a desapropriação-sanção é a última 
medida: antes, tem IPTU progressivo e parcelamento ou 
edificação compulsória 
b) Desapropriação Rural: feita pela União em imóveis rurais e 
sempre para reforma agrária (por interesse social). Essa 
modalidade de desapropriação é paga em títulos da dívida 
agrária resgatáveis a partir do segundo ano de sua emissão 
e em até 20 anos.
As benfeitorias úteis e necessárias são indenizadas em 
dinheiro. 
Não se pode desapropriar para reforma agrária a propriedade 
produtiva e nem a pequena e média propriedade rural, desde que 
seu proprietário não tenha mais nenhuma outra propriedade 
rural.
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Além disso, não se pode penhorar a pequena propriedade 
rural desde que seja trabalhada pela família e que as dívidas 
resultem da atividade produtiva. 
Esquematizando:
ENTENDENDO MELHOR 
Benfeitorias necessárias são aquelas que se destinam à 
conservação do imóvel ou que evitem que ele se deteriore. Os reparos 
de um telhado, infiltração ou a substituição dos sistemas elétricos e 
hidráulicos danificados serão benfeitorias necessárias, vez que 
conservam o imóvel e evitam sua deterioração. 
Benfeitorias úteis são obras que aumentam ou facilitam o uso do 
imóvel. A construção de uma garagem, a instalação de grades 
protetoras nas janelas, ou o fechamento de uma varanda são 
benfeitorias úteis, porque tornam o imóvel mais confortável, seguro 
ou ampliam sua utilidade. 
Benfeitorias voluptuárias não aumentam ou facilitam o uso do 
imóvel, mas podem torná-lo mais bonito ou mais agradável. São as 
obras de jardinagem, de decoração ou alterações meramente 
estéticas.
x Direito de propriedade 
o Liberalismo econômico "laissez faire, laissez aller, laissez passer"
o Não é mais considerado um direito absoluto 
ƒ Deve cumprir sua função social 
x Função social da - Urbana – cumpre o plano diretor
 propriedade - Rural – aproveitamento racional dos recursos, 
preservação do meio ambiente, observação das 
relações de trabalho e bem-estar dos donos e 
trabalhadores... (CF 186) 
ƒ Necessidade ou utilidade pública 
ƒ Requisição administrativa 
ƒ Desapropriação
ƒ Requisição de bens no Estado de Sítio 
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x Desapropriação
o Podedesapropriar por - Interesse social 
- Necessidade pública 
- Utilidade pública
o Regra: indenização em dinheiro, justa e prévia
o Se estiver cumprindo a função social: indenização justa, prévia e em $ (regra)
• Desapropriação - Cultivo de plantas psicotrópicas
Confiscatória - Não é indenizável
- Serão destinadas ao assentamento de colonos 
- Não confundir com a “desapropriação urbananística” ou com a 
“desapropriação rural” 
- Tem que ser prévia e justa também 
- Só não é em dinheiro (mas sim em títulos da dívida do governo) 
- Ambas devem preservar seu valor real
• Desap. • Desapropriação - Imóveis URBANOS 
Sanção Urbanística - Feita pelo Município
 - Indenização em títulos da dívida pública
- Resgatáveis em até 10 anos 
- Na propriedade urbana, a desapropriação-sanção é a 
última medida: antes tem IPTU progressivo e 
parcelamento ou edificação compulsória
• Desapropriação - Imóveis RURAIS 
Rural - Feita pela União
- Para reforma agrária (interesse social) 
- Resgate - Títulos da dívida agrária
- A partir do 2º ano de sua emissão
- Até 20 anos 
- Benfeitorias úteis e necessárias são
indenizadas em dinheiro
- Não pode desapropriar - propriedade produtiva 
 para reforma agrária - pequena e média prop. rural
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• Desde que não tenha mais 
nenhuma outra propriedade rural 
o Pequena propriedade rural 
ƒ Não pode penhorar 
ƒ Desde que - Trabalhada pela família 
- Que os débitos resultem da atividade produtiva
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III. PRINCIPAIS DIREITOS E GARANTIAS 
EM DIREITO PENAL 
x Presunção de inocência 
Meus caros Escreventes do TJ/SP, a CF versa, em seu art. 5º, LVII “ninguém 
será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória”. Dessa forma evita-se que alguém seja considerado culpado e 
tenha seus direitos restringidos antes que essa pessoa seja condenada de 
forma definitiva. 
Em decorrência desse princípio, a condenação criminal RECORRÍVEL não pode 
impedir participação de candidato em concursos públicos ou cursos de 
formação (RE 565.519). 
x Segurança Jurídica em matéria criminal (Legalidade e anterioridade da 
lei penal incriminadora) 
A Constituição nos diz, em seu art. 5º, XXXIX: “não há crime sem lei anterior 
que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”. Dessa forma, para que 
alguém seja condenado por algum crime, é necessário que haja uma lei 
anterior ao cometimento do ato prevendo que aquela conduta é considerada 
criminosa pela sociedade. Essa exigência evita abusos por parte do Estado. 
x Irretroatividade da lei penal in pejus
A lei penal que apenar um crime com uma pena mais grave não deve ser 
aplicada aos que cometeram o mesmo crime quando a lei era mais branda. 
Assim, a lei penal in pejus (que prejudica/que é mais grave) não pode 
retroagir, devendo ser aplicada sempre prospectivamente (daqui para frente). 
Uma observação deve ser feita quanto ao crime permanente. Nesse caso, 
aplica-se a lei mais grave. Explica-se: o crime permanente é aquele que se 
prolonga durante o tempo. Exemplo: o sequestro. Esse crime é cometido não 
só no momento da captura, mas também durante todo o tempo em que 
alguém fica sequestrado. Nesse caso, havendo a edição de uma lei que 
estabeleça uma pena mais grave para o crime de sequestro, o criminoso será 
apenado pela nova lei, ou seja, com a pena mais grave. Isso ocorre não 
porque a lei penal retroagiu, mas sim porque o crime foi cometido 
durante a vigência da lei mais severa. 
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O mesmo ocorre para os crimes continuados: se forem cometidos durante a 
vigência da nova lei mais grave, será aplicada essa nova lei mais grave. O 
crime continuado ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou 
omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os 
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro. 
x Quanto à Prisão 
A CF88 nos traz que alguém somente pode ser preso em duas situações:
1- Em flagrante delito; ou
2- Por ordem fundamentada de Juiz. Atenção: não é sentença 
transitada em julgado! É sentença FUNDAMENTADA! 
Ainda quanto a esse direito, o art. 5º, LXVII diz que não haverá prisão civil por 
dívida, salvo a: 
a) do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de 
obrigação alimentícia; e 
b) do depositário infiel. 
No entanto, a única hipótese de prisão civil por dívida em nosso ordenamento 
jurídico é o inadimplemento voluntário e inescusável de pensão 
alimentícia.
Mas a prisão do depositário infiel não está prevista na Constituição? 
Sim. Está. Mas, segundo o entendimento do STF, o Pacto de San José da 
Costa Rica (apesar de não ter revogado a Constituição) por ter status 
supralegal, tornou inaplicável toda a legislação que previa a prisão do 
depositário infiel. Assim, o depositário infiel não é mais considerado 
hipótese de prisão civil por dívida.
Por fim, deve ser feita uma observação quanto ao uso de algemas. O 
Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 11, que diz o 
seguinte:
“Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou 
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, 
justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade 
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disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do 
ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado” 
x Tribunal do Júri 
O Tribunal do Júri possui a competência constitucional de julgar todos os 
crimes dolosos (com intenção de matar) contra a vida, salvo foro especial 
estabelecido pela Constituição FEDERAL. 
Dessa forma, o foro especial não pode ser estabelecido somente pela 
Constituição Estadual, devendo ser estabelecido pela Constituição FEDERAL. 
Assim, a Constituição Estadual não pode retirar competência do Tribunal do 
Júri.
São ainda características do Tribunal do Júri: sigilo das votações, plenitude 
de defesa e soberania dos veredictos. 
Como dito, se o réu tiver prerrogativa de função (foro especial), ele será 
julgado pelo foro especial e não pelo Tribunal do Júri (exemplo: deputados e 
senadores são julgados pelo STF). 
Ainda quanto ao foro privilegiado, caso haja corréu (mais de um réu ao mesmo 
tempo) e um deles tiver foro especial e o outro não: o processo deverá ser 
desmembrado e cada um julgado pelo foro que lhe couber. 
x Práticas discriminatórias 
A Constituição Federal estabelece que as práticas discriminatórias deverão ser 
punidas por lei: “art. 5º, XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória 
dos direitos e liberdades fundamentais”.
x Proibição de tortura (art. 5º, III) 
CF art. 5º, III: “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento 
desumano ou degradante”. Assim, nem mesmo os crimes hediondos podem 
ser apenados com tortura, por mais horríveis ou cruéis que sejam. 
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x Racismo x H3T x Ação de Grupos armados 
o Racismo: o racismo é considerado um crime inafiançável,
imprescritível e sujeito à pena de reclusão. Seu conceito deve ser 
considerado de forma ampla, como qualquer

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