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Direito Processual Penal “Bizuário” www.facebook.com/albertino.melo @albertinoazmelo Professor Albertino Melo Professor Albertino Melo Dicas Importantes • Stive! Este material é de autoria própria; • Tem como objetivo resumir e facilitar os estudos para candidatos interessados na tão sonhada aprovação em concursos públicos! • Na vida não tem nada fácil, portanto valorize seu tempo, não esqueça que seu futuro depende do seu presente! • #ESTUDAQUEPASSA Professor Albertino Melo Professor Albertino Melo SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS SISTEMA INQUISITÓRIO SISTEMA ACUSATÓRIO SISTEMA MISTO LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO O CPP traz para o processo penal o princípio da TERRITORIALIDADE, segundo o qual a lei processual penal aplica-se a todas as infrações cometidas em território brasileiro. Exceções : I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade III - os processos da competência da Justiça Militar; LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Professor Albertino Melo 1. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO PROCESSO PENAL 1.1. Ne procedat iudex ex officio (ou princípio da iniciativa das partes) arts. 24 e 30 CPP 1.2. Devido processo legal Art. 5º LIV CF/88 1.2.1. Dos postulados do contraditório e da ampla defesa 1.2.2. Direitos constitucionais do preso 1.3. Presunção de inocência (ou presunção de não culpabilidade) art. 5°, LVII da CRFB/88 1.4. Vedação das provas ilícitas art. 5º LVI CF/88, Art 157 CPP 1.5. Motivação das decisões judiciais art. 93, IX CF/88 1.6. Publicidade dos atos processuais art. 93, IX CF/88 1.7. Isonomia processual (ou par conditio) Art. 5º CF/88 1.8. Duplo grau de jurisdição 1.9. Juiz natural e promotor natural art. 5°, LIII CF/88 1.10. Vedação à autoincriminação Professor Albertino Melo 1.2 LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO Dispõe o Código de Processo Penal: Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); III - os processos da competência da Justiça Militar; O CPP traz para o processo penal o princípio da TERRITORIALIDADE, segundo o qual a lei processual penal aplica- se a todas as infrações cometidas em território brasileiro. Professor Albertino Melo 1.3 LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO Este tema encontra-se definido no CPP da seguinte forma: Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Antes de compreendermos a abrangência do referido artigo, precisamos entender alguns conceitos. Vamos a eles: ATIVIDADE Período situado entre a entrada em vigor e a revogação de uma lei durante o qual ela está produzindo efeitos. EXTRATIVIDADE É a incidência de uma lei fora do seu período de vigência. Cabe ressaltar que se atinge atos anteriores à sua entrada em vigor atribuímos o nome RETROATIVIDADE. Diferentemente, caso produza efeitos após sua revogação, damos o nome de ULTRATIVIDADE. Professor Albertino Melo 1.4 INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL De acordo com Alberto Marques: “... a interpretação é a operação intelectual que determina o sentido e o alcance da norma jurídica. Determinar o alcance da norma significa determinar a que casos ela se aplica. Determinar o sentido da norma significa apurar qual a solução que a norma preconiza para o caso em exame”. O tema interpretação é tratado pelo Código de Processo Penal nos seguintes termos: Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito Vamos agora desmembrar o Art. 3º e entendê-lo: A lei processual penal admitirá: Professor Albertino Melo INQUÉRITO POLICIAL www.facebook.com/albertino.melo @albertinoazmelo Professor Albertino Melo Professor Albertino Melo Professor Albertino Melo INQUERITO POLICIAL - Conjuntos de atos ou procedimento Administrativo; - Realizados pela autoridade policial; - Para apurar a AUTORIA E MATERIALIDADE; - Da Infração Penal; - Finalidade de fornecer Elementos para a Ação Penal Outras formas : 1 - CPI 2 - SINDICANCIA 3 - PROCESSO ADMINISTRATIVO QUEM É COMPETENTE PARA PRESIDIR? Regra geral, os inquéritos são realizados no âmbito do Poder Executivo pela Polícia Judiciária (Polícias Civis e Polícia Federal) e são presididos por DELEGADOS DE CARREIRA. ART. 144 CF/88 Exceção, quando a competência originária é dos Tribunais, neste caso a competência para presidir é dos TRIBUNAIS QUEM É O DESTINATÁRIO DO I.P? DESTINATÁRIO IMEDIATO, MINESTÉRIO PÚBLICO DESTINATÁRIO MEDIATO, JUIZ DE DIREITO VÍCIOS do inquérito não contaminam ou ocasionam nulidades no processo. Professor Albertino Melo CARACTERÍSTICAS DO IP – SEIO DOIDO S – SIGILO (Súmula Vinculante 14 STF) E – ESCRITO (Art. 9º CPP) I – INQUISITIVO O – OFICIAL D – DISCRICIONÁRIO O – OBRIGATÓRIEDADE I – INDISPONIBILIDADE (art. 17 do CPP) D – DISPENSÁVEL O - OFICIOSIDADE Professor Albertino Melo INCOMUNICABILIDADE DO PRESO É permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. MAS não excederá de três dias, será decretada por despacho judicial, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, E em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil. A jurisprudência majoritária inclina-se para a inconstitucionalidade do dispositivo. (art. 136, § 3º, IV, da CF) FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IP 1- DE OFICIO – através de Portaria 2 – MEDIANTE REQUISIÇÃO DO JUIZ OU PROMOTOR Como regra o delegado deve atender a requisição. Exceção: Quando se tratar de ordem manifestamente ilegal. 3 – Mediante auto de Prisão em Flagrante 4 – Requerimento do ofendido Requisitos no artigo 5º §1ºCPP Indeferimento cabe recurso para o chefe de Policia (a quem diga que o chefe de policia é o secretário de segurança pública outros o delegado geral de policia) ATENÇÃO NO JECRIM NÃO EXISTE IP LÁ EXISTE O TCO LEI 9099/95 Professor Albertino Melo DELATIO CRIMINIS Delatio Criminis Postulátoria é a representação nos crimes de ação Penal Condicionada a representação. Delatio Criminis Inqualificada Denúncia Anônima. “NOTITIA CRIMINIS” 1. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO DIRETA OU IMEDIATA 2. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO INDIRETA OU MEDIATA 3. NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO COERCITIVA REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. O indiciado poderá ser forçado a comparecer, mas não a participar da reconstituição Professor Albertino Melo ENCERRAMENTO DO INQUERITO POLICIAL REGRA GERAL ARTIGO 10 CPP INDICIADO PRESO 10 DIAS.INDICIADO SOLTO 30 DIAS. CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR – Lei nº. 1.521/51: INDICIADO PRESO OU SOLTO 10 DIAS. LEI DE TÓXICOS – Lei nº. 11.343/06 INDICIADO PRESO 30 DIAS +30 prorrogado INDICIADO SOLTO 90 DIAS +90 prorrogado INQUÉRITO POLICIAL MILITAR: • INDICIADO PRESO 20 DIAS. • INDICIADO SOLTO 40 DIAS + 20 DIAS. POLÍCIA FEDERAL – Lei 5.010/66: • INDICIADO PRESO 15 DIAS + 15. • INDICIADO SOLTO 30 DIAS CONTAGEM DO PRAZO despreza-se o dia inicial e inclui-se o dia final. Professor Albertino Melo Concluso o I.P a autoridade Policial confecciona o Relatório e remete ao Juízo competente (Art. 10 e 11 CPP) O juiz abre vista ao Ministério Público O Ministério Público analisa o I.P e pode: 1 – Oferecer Denúncia 2 – Devolver os autos ao Delegado para novas diligências 3 – requerer arquivamento O juiz concorda determina o arquivamento O juiz Discorda envia os Autos ao PGJ – Procurador Geral de Justiça Art. 28 CPP Concorda com o Juiz e ele próprio oferece Denúncia ou delega a função a outro Promotor de Justiça que será obrigado a Denúncia. Concorda com o Promotor o Juiz é obrigado a acatar está decisão cabe recurso ao Colégio de Procuradores. DETERMINA O ARQUIVAMENTO DESARQUIVAMENTO - SÚMULA 524: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas. AÇÃO PENAL www.facebook.com/albertino.melo @albertinoazmelo Professor Albertino Melo Professor Albertino Melo Professor Albertino Melo AÇÃO PENAL Direito de invocar a tutela jurisdicional do Estado para a solução de uma caso concreto AÇÃO CIVIL “EX DELICTO” o cometimento de um ilícito penal faz nascer ao ofendido o interesse em obter no ambito civil, uma indenização a mera prática de um delito não faz nascer o dever de indenizar, pois para alcançar a indenização a vítima deverá demonstrar o dano moral ou patrimonial sofrido. A AÇÃO CIVIl “ex delicto” visa reparar os danos sofridos após o trânsito em julgado ou concomitantemente com a Ação Penal. A AÇÃO PENAL É: I) Um direito autônomo, pois não se confunde com o direito material que se pretende tutelar; II) Um direito abstrato, pois independe do resultado final do processo; III) Um direito subjetivo, pois o titular pode exigir do Estado-Juiz a prestação jurisdicional; IV) Um direito público, pois a atividade jurisdicional que se pretende provocar é de natureza pública. Professor Albertino Melo 1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO; 2. INTERESSE DE AGIR; 3. LEGITIMAÇÃO PARA AGIR; 4. JUSTA CAUSA. CONDIÇÕES DA AÇÃO Teoria da dupla imputação – Tem sido admitido o oferecimento de denúncia em face da pessoa jurídica pela prática de crimes ambientais, desde que haja a imputação simultânea à pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício. SEJA QUAL FOR O CRIME, QUANDO FOR PRATICADO EM DETRIMENTO DO PATRIMÔNIO OU INTERESSE DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS, DF (M U D E) A AÇÃO PENAL SERÁ PÚBLICA. Professor Albertino Melo ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL AÇÃO PENAL PÚBLICA Promovida pelo Ministério Público inicia-se com o oferecimento da denúncia O prazo oferecer 5 dias preso contato do dia que recebe o I.P e 15 solto ou afiançável INCONDICIONADA O Ministério Público é o titular da ação penal, independe da manifestação de vontade da vítima CONDICIONADA A propositura da Ação Penal, depende da manifestação de vontade do ofendido AÇÃO PENAL PRIVADA PRIVADA Pode ser proposta pela vítima ou seu representante legal em caso de morte CADI PERSONALISSÍMA Somente a vítima na sua morte ninguém pode propor ação. Art 236 CP SUBSIDIÁRIA DA PUBLICA INÉRCIA DO M.P o particular pode propor. O prazo para o exercício da ação penal PRIVADA é de 6 meses a contar o conhecimento da autoria do CRIME Promovida pelo PARTICULAR inicia-se com o oferecimento da QUEIXA Professor Albertino Melo Ação penal nos crimes contra a honra INJÚRIA REAL Quando praticada mediante vias de fato Ação Penal Privada Entende-se que as vias de fato são absorvidas pela injúria Ação Penal Pública Condicionada Se a injúria real é praticada com lesão leve Ação Penal Pública Incondicionada Se a injúria real for praticada mediante lesão grave ou gravíssima Injúria Racial (art.140, §3º) Lei 12.033/09, o crime passou a ser de ação penal pública condicionada à representação, Pessoa determinada RACISMO O crime é de ação penal pública Incondicionada e imprescritível. Pessoas indeterminadas Crimes militares contra a honra Ação penal pública incondicionada Professor Albertino Melo Crime contra a honra de servidor público em razão de suas funções Súmula 714, STF – “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do MP, condicionada à representação, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções”. Ação Penal nos Crimes contra a Dignidade Sexual (1) Se o crime for cometido contra menor de 18 anos – (2) Se a vítima for uma pessoa vulnerável (menor de 14 anos, alienado ou débil mental ou pessoa que não pode oferecer resistência). (c) Crime qualificado pela lesão grave ou morte AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. Ação penal pública condicionada à representação - REGRA GERAL (a) Vitima pobre (b) Abuso do poder familiar Professor Albertino Melo A ação penal relativa ao crime de lesão corporal leve ou culposa resultante de violência doméstica contra a mulher É PÚBLICA INCONDICIONADA. Súmula 542 STJ Maria da Penha – violência doméstica e familiar contra a mulher Os Crime DE AMEAÇA E OS SEXUAIS previsto no Código Penal permanecem crimes de AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA. A VÍTIMA NÃO PODE RETIRAR A QUEIXA DA AGRESSÃO, A MENOS QUE SEJA FEITA PERANTE O JUIZ EM AUDIÊNCIA MARCADA EXCLUSIVAMENTE PARA ESTE FIM. DAS PROVAS www.facebook.com/albertino.melo @albertinoazmelo Professor Albertino Melo Professor Albertino Melo Professor Albertino Melo DA PROVA Regra geral: O juiz sabe o direito não precisa ser provado que é igual a lei federal Deverá ser provado: O direito estadual municipal estrangeiro e consuetudinário precisa ser provado a sua existência e vigência. Cuidado: também não precisa provar fatos PANI. Presunções Legais Axiomáticos Notórios Irrelevantes Professor Albertino Melo Classificação das PROVAS PROVA DIRETA RELACIONA – SE DIRETAMENTE COM O FATO CRIMINOSO. PROVA INDIRETA Refere-se a fato de qualquer que tem relação com o fato criminoso por via reflexa. PROVA REAL Versa sobre coisa ou bens diversos PROVA PESSOAL Extraída de uma observação pessoal do indivíduo. PROVA TESTEMUNHAL Produzida com a oitiva de testemunha em Juíza PROVA DOCUMENTAL Juntada de documento público ou particular no processo. PROVA MATERIAL Consiste em exames, vistorias instrumentos do crime Quanto ao Objeto Quanto ao Sujeito Quanto a Forma Quanto ao Efeito PROVA PLENA Certeza da veracidade dos fatos alegados. PROVA NÃO PLENA Possibilidade de procedência das alegações Professor Albertino Melo Sistemas das PROVAS SISTEMA LEGAL, TARIFADO OU FORMAL A lei impõe ao Juiz estrito acatamento a determinadas regras preestabelecidas, não conferindo qualquer margem de liberdade ao Magistrado. SISTEMA DA ÍNTIMA CONVICÇÃO OU CERTEZA MORAL É exatamente ooposto do que tratamos acima, pois enquanto no sistema legal temos ausência da margem de liberdade, no sistema íntimo temos TOTAL margem de liberdade conferida ao Juiz SISTEMA DA ÍNTIMA CONVICÇÃO OU CERTEZA MORAL O Juiz forma seu convencimento através da livre apreciação da prova, mas deve fundamentar sua decisão. Adotado pelo CPP. Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. C I A Professor Albertino Melo Princípios das PROVAS PRINCÍPIO DA COMUNHÃO A prova não pertence à parte que a gerou, ou seja, uma vez produzida, passa a integrar o processo, podendo ser utilizada por qualquer dos intervenientes, seja o juiz, sejam as demais partes. AUTO RESPONSABILIDADE DAS PARTES Em um processo não há que se falar em OBRIGAÇÃO das partes em produzir provas e sim em direito das partes de aplicar o princípio da ampla defesa e do contraditório. AUDIÊNCIA CONTRADITÓRIA Não há no processo penal as chamadas provas secretas. Isto ocorre, justamente para garantir à outra parte a possibilidade de apresentação de contraprova. NÃO-AUTO- INCRIMINAÇÃO (nemo tenetur se detegere) Ninguém será obrigado a produzir prova contra si. 1) Direito ao silêncio 2) Direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa incriminá-lo. 3) Direito de não produzir nenhuma prova incriminadora que envolva o seu corpo humano. Tolera-se a mentira defensiva Professor Albertino Melo ÔNUS das PROVAS REGRA GERAL CPP Art. 156 A prova da alegação incumbirá a quem a fizer. Incumbência que a parte possui de demonstrar a verdade de um fato ou de uma alegação feito no processo I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; CIA II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. É FACULTADO AO JUIZ DE OFÍCIO No processo Penal, toda vez que o fato a ser demonstrado estiver vinculado ao Estado das pessoas, o código impõe a produção de provas de acordo com a prescrição da lei civil Neste caso o Juiz pode determinar a produção de prova de ofício mesmo antes de iniciada a persecução penal, desde que considerada urgente e relevante. SUMULA 74 STJ – Para efeitos penais o reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento Hábil. Professor Albertino Melo ÔNUS PROBATÓRIO ACUSAÇÃO 1) Existência de fato penalmente ilícito; 2) Autoria; 3) Relação de causalidade; 4) Elemento subjetivo: dolo (demonstrado a partir dos elementos do caso concreto) ou culpa. Teoria da cegueira deliberada. Recentemente, foi utilizada no caso do BACEN. Ocorre nos casos em que o sujeito prefere evitar o conhecimento. Se o agente, deliberadamente, evita o conhecimento quanto à origem ilícita dos bens, responde a título de dolo eventual pelo crime de lavagem de capitais. DEFESA a) Fatos extintivos do direito de punir, tais como prescrição e decadência; b) Fatos impeditivos, tais como causas excludentes da culpabilidade; c) Fatos modificativos, tais como excludente da ilicitude. Professor Albertino Melo ILICITUDE das PROVAS PROVAS ILEGITIMAS Ofendem o direito processual (ofende o CPP, Leg. Proc, Especial, Princ. Const. Proc.) Ex: juntada de documentos com menos de 3 dias úteis do Júri CF/88 - Art. 5º LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; PROVAS ILÍCITAS Ofende o direito material Exemplos: interrogatório obtido mediante tortura etc É POSSÍVEL ACEITAR PROVA ILÍCITA COMO MEIO DE DEFESA? Teoria da Proporcionalidade - Surgiu na Alemanha (NAZISMO) e hoje está aceita pelo STF, é possível descumprir uma lei para garantir a liberdade de um inocente. Deve o Juiz diante da contradição entre bens jurídicos tutelados constitucionalmente dar prevalência ao bem de maior importância e portanto entre a formalidade da produção da prova e o status libertatis do réu este ultimo deve prevalecer sendo a prova ilícita utilizada para absolvê-lo ILICITA POR DERIVAÇÃO São lícitas em si, mas produzidas à partir de fato ilícito. Essas provas devem ser expurgadas do processo Fruits of the poisonous tree (teoria dos frutos da árvore envenenada): Exemplo Documento apreendido na residência do suspeito sem busca e apreensão; confissão realizada por meio de tortura. Professor Albertino Melo Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. Teoria descoberta inevitável Teoria da fonte independente: Se o órgão da persecução penal demonstrar que obteve legitimamente elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova que não guarde qualquer relação de dependência nem decorra da prova originariamente ilícita, com esta não mantendo vínculo causal, tal prova será admissível no processo (art. 157, §1º, CPP). Teoria da exceção da descoberta inevitável: Será aplicável, caso se demonstre que a prova seria produzida de qualquer maneira, independentemente da prova ilícita originária. Encontra-se prevista no art. 157, §2º, CPP Professor Albertino Melo TEORIA DO ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS: aplica-se esta teoria nas hipóteses em que a autoridade policial, cumprindo uma diligência policial, casualmente encontra provas que não estão na linha de desdobramento normal da investigação. TERMO SERENDIPIDADE, pois vem sendo utilizado pela jurisprudência do STJ para designar o encontro fortuito de provas. É expressão derivada da Serendip, palavra inglesa que significa descoberta por acaso. É POSSÍVEL A UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA ? SIM 1 - MESMAS PARTES 2 - CONTRADITÓRIO (NÃO PODE NO IP) 3 - A PROVA QUE SE DEVE EMPRESTAR DEVE SER LÍCITA 4 - A PROVA DEVE VERSAR SOBRE OS MESMOS FATOS Professor Albertino Melo Espécies de PROVAS PERÍCIA EXAME DO CORPO DE DELITO Perícia é o exame feito em pessoas ou coisas, por profissional portador de conhecimentos técnicos e com a finalidade de obter informações capazes de esclarecer dúvidas quanto a fatos. INTERROGATÓRIO É um ato pelo qual o juiz ouve o acusado sobre a imputação que lhe é feita, prevalece o entendimento de que o interrogatório é meio de defesa, podendo ser meio de prova caso haja a confissão do acusado. O interrogatório é o ÚLTIMO ato da instrução criminal TESTEMUNHAL O artigo 202 do CPP deixa claro que toda pessoa é capaz de ser testemunha. Isso significa que pode testemunhar em juízo qualquer indivíduo que tenha condições de perceber os acontecimentos ao seu redor e narrar o resultado destas suas percepções, independente de sua integridade mental, idade e condições físicas. Professor Albertino Melo PROVA DOCUMENTAL O artigo 232, “consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ouparticulares”. Sentido amplo tudo aquilo que é capaz de retratar uma situação. Ex: papel, filmagem, CD, DVD, MP3, vídeos etc BUSCA E APREENSÃO A APREENSÃO CONSISTE “EM UMA MEDIDA ASSECURATÓRIA QUE TOMA ALGO DE ALGUÉM OU DE ALGUM LUGAR A FIM DE PRODUZIR PROVA OU PRESERVAR DIREITOS”. À natureza jurídica da apreensão (Cautelar e Prova), esta pode representar a tomada de um bem para acautelar o direito de indenização da parte ofendida, como pode representar a apreensão da arma do delito para fazer prova. Os artigos 226 ao 228, trata do reconhecimento de pessoas e coisas, isto é, regula o procedimento adequado para o reconhecimento do acusado, do ofendido, da testemunha e de objetos. RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS Professor Albertino Melo PERÍCIA EXAME DO CORPO DE DELITO REGRA: PODE SER REALIZADA EM QUALQUER DIA E HORA, SEM RESTRIÇÕES QUANTO A FERIADOS, DOMINGOS, PERÍODO NOTURNO ETC. RESPEITANDO A INVIOLABILIDADE DOMICILIAR ART. 5º, XI CF/88 EXCEÇÃO: EXAME INTERNO DO CADÁVER QUE DEVERÁ SER FEITO NO MÍNIMO SEIS HORAS APÓS A MORTE. PRAZO LAUDO PERICIAL SERÁ ELABORADO NO PRAZO MÁXIMO DE 10 DIAS, PODENDO ESTE PRAZO SER PRORROGADO, EM CASOS EXCEPCIONAIS, A REQUERIMENTO DOS PERITOS. ART. 159. O EXAME DE CORPO DE DELITO E OUTRAS PERÍCIAS SERÃO REALIZADOS POR PERITO OFICIAL, PORTADOR DE DIPLOMA DE CURSO SUPERIOR. § 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. Professor Albertino Melo INTERROGATÓRIO Professor Albertino Melo BUSCA E APREENSÃO O vocábulo "busca" indica o ato ou o efeito de procurar algo que se pretende encontrar. A palavra "apreensão" designa o ato ou o efeito de segurar, agarrar, pegar, prender, apropriar judicialmente de alguma coisa ou pessoa. À natureza jurídica da apreensão (Cautelar e Prova), esta pode representar a tomada de um bem para acautelar o direito de indenização da parte ofendida, como pode representar a apreensão da arma do delito para fazer prova. Art. 5º[...] XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Professor Albertino Melo BUSCA E APREENSÃO Professor Albertino Melo O mandado de busca e apreensão deverá cumprir os requisitos definidos no CPP: Art. 243. O mandado de busca deverá: I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê- la ou os sinais que a identifiquem; II - mencionar o motivo e os fins da diligência; III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir. § 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca. Professor Albertino Melo CABIMENTO DA MEDIDA O Código de Processo Penal trouxe em seu texto as hipóteses de cabimento da busca e apreensão domiciliar. São elas: 1. Prender criminosos; 2. Apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; 3. Apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; 4. Apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; 5. Descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; 6. Apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; 7. Apreender pessoas vítimas de crimes; 8. Colher qualquer elemento de convicção. Professor Albertino Melo PROCEDIMENTOS PARA A VIOLAÇÃO DO DOMICÍLIO Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta. § 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da diligência. § 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada. § 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura. § 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente § 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado a mostrá-la §7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º. Professor Albertino Melo Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar. Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência. PRISÃO www.facebook.com/albertino.melo @albertinoazmelo Professor Albertino Melo Professor Albertino Melo Professor Albertino Melo PRISÃO Prisão consiste na privação da liberdade de locomoção, mediante clausura, decretada por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, ou decorrente de flagrante delito. ESPÉCIES DE PRISÃO EXTRAPENAL PENAL PROVISÓRIA 1–Prisão Civil - Ocorre nos casos do devedor de alimentos 2–Prisão Administrativa 3–Prisão Disciplinar - nos casos de crime propriamente militar ou transgressão disciplinar militar (art. 5º, LXI, CF). É aquela decretada como decorrência natural da sentença condenatória transitada em julgado, pode ser de reclusão, detenção e prisão simples. 1– PRISÃO FLAGRANTE DELITO; 2 – PRISÃO PREVENTIVA; 3– PRISÃO TEMPORÁRIA; Professor Albertino Melo PRINCÍPIOS 1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 2. PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO E PROPORCIONALIDADE 3. PRINCÍPIO DA PRECARIEDADE 4. PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE só podem ser aplicadas as medidas restritivas previstas em lei e que cumpram todos os requisitos preceituados à sua aplicação. princípio nada mais é do que a exposição de que a restrição de liberdade a ser imposta deve ser analisada caso a caso. princípio da presunção de inocência, que não admite a antecipação do cumprimento de pena privativa de liberdade antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória A prisão processual deve ter caráter subsidiário em relação às outras medidas (Art. 282 CPP) que não restrinjam a liberdade, ou seja, só deve ser utilizada em último caso. Professor Albertino Melo Art. 282 CPP. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. Professor Albertino Melo MOMENTO DA PRISÃO ART. 283. [...] § 2º A PRISÃO PODERÁ SER EFETUADA EMQUALQUER DIA E A QUALQUER HORA, RESPEITADAS AS RESTRIÇÕES RELATIVAS À INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO Art. 5º[...] XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; DURANTE A NOITE, DESDE QUE COM ORDEM JUDICIAL E CONSENTIMENTO DO MORADOR. Professor Albertino Melo Mas e se os policiais chegarem no período noturno e não tiverem esse consentimento, o que fazer? Deve-se aguardar até o dia amanhecer, cuidando o executor da prisão de determinar o cerco da casa para que, de posse da ordem judicial, possa ingressar na casa CPP Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão Professor Albertino Melo PRISÃO NAS ELEIÇÕES O Código Eleitoral determina outro momento da prisão do eleitor e do candidato. O eleitor possui alguns benefícios, a saber: ELEITOR - 5 cinco dias antes da eleição e até 48 horas depois, não poderá ser preso, salvo em caso de flagrante, sentença condenatória por crime inafiançável e desrespeito a salvo conduto (art. 236, CF) CANDIDATOS, nos 15 dias anteriores à eleição, só poderão ser presos em caso de flagrante delito. Professor Albertino Melo EMPREGO DE FORÇA E USO DAS ALGEMAS CPP Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso. CPP Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas. EMPREGO DE ALGEMAS 1) Resistência da pessoa à prisão; 2) Fundado receio de fuga 3) Perigo à integridade física (própria ou alheia), causado pelo preso ou por terceiros NÃO PODE ALGEMA EM MULHERES 1) Durante o trabalho de parto 2) No trajeto da grávida do presídio para o hospital 3) Após o parto, durante o período em que estiver hospitalizada Professor Albertino Melo MANDADO DE PRISÃO O CPP, nos artigos 285 e seguintes, trata do mandado de prisão, REQUISITOS: a) SERÁ LAVRADO PELO ESCRIVÃO E ASSINADO PELA AUTORIDADE; B) DESIGNARÁ A PESSOA, QUE TIVER DE SER PRESA, POR SEU NOME, ALCUNHA OU SINAIS CARACTERÍSTICOS; C) MENCIONARÁ A INFRAÇÃO PENAL QUE MOTIVAR A PRISÃO; D) DECLARARÁ O VALOR DA FIANÇA ARBITRADA, QUANDO AFIANÇÁVEL A INFRAÇÃO; E) SERÁ DIRIGIDO A QUEM TIVER QUALIDADE PARA DAR-LHE EXECUÇÃO. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas. Professor Albertino Melo NÃO PRECISA DE MANDADO DE PRISÃO 1 - INFRAÇÕES INAFIANÇÁVEIS O artigo 287 do CPP ensina que: Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado. 2 - RECAPTURA DE RÉU EVADIDO Situação prevista no artigo 684 do CPP: Art. 684. A recaptura do réu evadido não depende de prévia ordem judicial e poderá ser efetuada por qualquer pessoa. 3 - PRISÃO EM FLAGRANTE – Situação que tratamos em nossa aula demonstrativa. Encontra base no comando 301 do CPP. Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito Professor Albertino Melo PRISÃO ESPECIAL X SALA DE ESTADO-MAIOR Todos os bacharéis têm direito à prisão especial, quando da prisão cautelar, que antecede o trânsito em julgado. Também têm direito à prisão especial os indivíduos que se enquadrem nos artigos 295 e 296, CPP. Não se trata de uma lista TAXATIVA, pois outras normas podem definir o cabimento da prisão especial em outros casos. É o que ocorre, por exemplo, com os advogados e membros do Ministério Público. Os magistrados, membros do MP e advogados têm direito a sala de estado-maior, e não a simples prisão especial. A diferença é que a sala de estado maior não tem grades e nem é trancada pelo lado de fora, enquanto que a prisão especial o é. O STF fez essa diferenciação e considerou irregular a mera prisão especial no caso concreto Professor Albertino Melo PRISÃO PROVISÓRIA PRISÃO EM FLAGRANTE PRISÃO PREVENTIVA PRISÃO TEMPORÁRIA PRAZO DE 24H SEM ORDEM JUDICIAL Prisão realizada sem ordem judicial por qualquer pessoa a qualquer momento e antes do inquérito policial, espécies: FLAGRANTE PRÓPRIO OU REAL FLAGRANTE IMPRÓPRIO, FLAGRANTE PRESUMIDO (FLAGRANTE PREPARADO FLAGRANTE ESPERADO FLAGRANTE FORJADO FLAGRANTE DIFERIDO, SEM PRAZO DEFINIDO ORDEM JUDICIAL Pode ser decretada em qualquer fase da investigação policial ou da ação penal quando houver indícios que liguem o suspeito ao delito Em geral é pedida para proteger o inquérito ou processo a ordem pública ou econômica Conveniência da instrução criminal ou a aplicação da lei PRAZO DE 5 DIAS (30) ORDEM JUDICIAL Ocorre durante a fase de investigação do inquérito policial. É utilizada para que a polícia ou o Ministério Público colete provas para, depois pedir a prisão preventiva do suspeito quando: forem imprescindíveis para investigação, o indiciado não tiver residência fixa e elementos de identificação, NOS CRIMES GRAVES PRISÃO DOMICILIAR SEM PRAZO DEFINIDO ORDEM JUDICIAL Substituição da prisão preventiva pelo domiciliar em condições especiais Professor Albertino Melo PRISÃO EM FLAGRANTE PRÓPRIO REAL OU PROPRIAMENTE DITA FLAGRANTE IMPRÓPRIO, IMPERFEITO OU IRREAL OU QUASE FLAGRANTE FLAGRANTE PRESUMIDO (TAMBÉM CHAMADO DE FICTO OU ASSIMILADO) está cometendo a infração penal acaba de cometê-la é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. Trata-se da possibilidade de se retardar a voz de prisão, a quem se encontra em flagrante delito, por parte de agentes policiais, com o objetivo de localizar e prender agentes criminosos mais importantes. Essa hipótese deve estar prevista em lei e, muitas vezes, depende de prévia autorização judicial, como ocorre no cenário da Lei de Drogas (art. 53) FLAGRANTE DIFERIDO, POSTERGADO, RETARDADO OU PRORROGADO, TAMBÉM CHAMADO DE AÇÃO CONTROLADA OBRIGATÓRIO E FACULTATIVO é a autoridade policial e seus agentes. ECDL qualquer pessoa maior de 18 anos do povo poderá prender, ERD Professor Albertino Melo PRISÃO FLAGRANTE FLAGRANTE FORJADO (TAMBÉM CHAMADO DE URDIDO, MAQUINADO OU FABRICADO) FLAGRANTE ESPERADO FLAGRANTE PREPARADO OU CRIME PUTATIVOIMAGINÁRIO POR OBRA DO AGENTE PROVOCADOR, DELITO DE ENSAIO, DELITO MAQUIADO No flagrante preparado, o agente é induzido ou instigado a cometer o delito, e neste momento acaba sendo preso em flagrante. É um artifício onde verdadeira armadilha é maquinada com intuito de prender em flagrante aquele que cede a tentação e acaba praticando a infração. A palavra-chave é indução. Súmula n. 145 do STF, “Não há crime quando a preparação do fragrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. a atividade do policial ou de terceiros consiste em simples aguardo do momento do cometimento do crime, sem qualquer atitude de induzimento ou instigação para o autor. É uma hipótese de flagrante nulo, que deve ser relaxado, em razão de terem sido criadas provas de um delito inexistente para viabilizar a prisão. O autor da farsa deve responder por crime de denunciação caluniosa e também por abuso de autoridade se for funcionário público Professor Albertino Melo PRISÃO FLAGRANTE 1ª FASE: PRISÃO-CAPTURA 2ª FASE: CONDUÇÃO COERCITIVA 3ª FASE: AUDIÊNCIA PRELIMINAR DE APRESENTAÇÃO E GARANTIAS 4ª FASE: LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE Audiência de custódia consiste no direito que a pessoa presa em flagrante possui de ser conduzida (levada), sem demora, à presença de uma autoridade judicial (magistrado) que irá analisar se os direitos fundamentais dessa pessoa foram respeitados Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. Professor Albertino Melo 5ª FASE: RECOLHIMENTO AO CÁRCERE o juiz verifica se a prisão é legal ou não; sendo ilegal, relaxará a prisão; sendo legal, deverá, agora por força do art. 310 do CPP convertê-la em prisão preventiva, se presentes os requisitos do art. 312 e se não se revelarem adequadas ou suficientes uma das medidas cautelares diversas da prisão, ou ainda conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 6ª FASE: COMUNICAÇÃO DA PRISÃO AO JUIZ Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. §§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão PRISÃO FLAGRANTE Disposições específicas para as cautelares pessoais distintas da prisão Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Professor Albertino Melo PRISAO EM FLAGRANTE APRESENTAÇÃO DO PRESO OITIVA DO CONDUTOR OITIVA DAS TESTEMUNHAS INTERROGATÓRIO DO ACUSADO Assinatura do condutor + Recibo de entrega Se não tiver assinam 2 pessoas que presenciaram a apresentação do preso LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE LIBERAÇÃO SEM RESPONSABILIDADE (LIVRA SE SOLTO) LIBERAÇÃO COM FIANÇA (DELEGADO ATÉ 4 ANOS) LIBERAÇÃO COM FIANÇA (DELEGADO ATÉ 4 ANOS) COMUNICAÇÃO IMEDIATA A FAMILIA E DEFENSOR EM 24 HORAS ENVIA O AUTO PARA O JUIZ ENTREGA NOTA DE CULPA (MOTIVO, CONDUTOR E TESTEMUNHA) NÃO ENVIA MANTEM PRESO PUNE A AUTORIDADE NÃO ENTEGA RELAXA A PRISÃO Professor Albertino Melo AFASTAMENTO DO FLAGRANTE O Código de Trânsito Brasileiro prevê que, ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela (art. 301, caput, da Lei n 9.503/97); Nos Juizados Especiais Criminais, se o agente preso em flagrante assinar um termo de comparecimento ao juizado não se imporá prisão em flagrante; A apresentação espontânea do agente à autoridade policial afasta o flagrante, mas não impede a decretação de prisão preventiva, nos termos do art. 317, CPP. Professor Albertino Melo PRISÃO PREVENTIVA De acordo com o novo art. 310 do CPP, ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá: (a) verificar a legalidade da detenção cautelar e, caso contrário, relaxar a prisão ilegal; e (b) verificar se é caso de prisão preventiva. A prisão preventiva, segundo o art. 313 do CPP, só é admissível se: (a) a pena máxima cominada abstratamente for superior a 04 anos; (b) o acusado for reincidente em crime doloso com sentença transitada em julgado; ou (c) o crime envolver violência doméstica e familiar. 312 CPP - será caso de prisão preventiva quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria, desde a medida seja recomendada: (a) como garantia da ordem pública ou da ordem econômica; (b) por conveniência da instrução criminal, caso a liberdade do acusado cause concreto obstáculo à elucidação dos fatos; ou (c) para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver dúvida sobre a identidade do acusado ou fundado risco de fuga Professor Albertino Melo PRISÃO PREVENTIVA Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal Decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal A requerimento do Ministério Público A requerimento do QUERELANTE OU ASSISTENTE Por representação da autoridade policial. CABIMENTO Quando houver prova da existência do crime. Indícios suficientes de autoria Por descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares REQUISITOS “fumus commissi delicti” fumaça da pratica de um delito (indicio de autoria e prova da materialidade) “periculum libertatis” Perigo da liberdade Professor Albertino Melo Poderá ser decretadamedida cautelar em sua substituição observando se a: (a) necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; e (b) adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado (art. 282 do CPP). CABIMENTO PRAZO Não há prazo legal expresso de duração. A prisão preventiva deve perdurar por tempo razoável, caso não tenha findado a instrução penal. Professor Albertino Melo PRISÃO DOMICILIAR Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: I - maior de 80 (oitenta) anos; II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; IV - gestante V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos. PRAZO Não há prazo legal expresso de duração. A prisão DOMICILIAR deve perdurar por tempo razoável, caso não tenha findado a instrução penal. Professor Albertino Melo PRISÃO TEMPORÁRIA Esta prisão encontra base na Lei nº. 7.960/89 “prisão cautelar de natureza processual destinada a possibilitar as investigações a respeito dos crimes graves, durante o inquérito policial”. Trata-se de uma prisão de natureza cautelar PRAZO Prazo Prisão Temp. comum = 5 + 5 Prazo Prisão Temp. especial = 30+30 (IRA 3TCH) Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, face da representação da autoridade policial requerimento do Ministério Público Professor Albertino Melo HIPÓTESES DE DECRETAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA Artigo 1° - Caberá prisão temporária: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - quando o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso b) seqüestro ou cárcere privado c) roubo d) extorsão e) extorsão mediante seqüestro f) estupro g) atentado violento ao pudor h) rapto violento i) epidemia com resultado de morte j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte l) quadrilha ou bando; (associação criminosa) m) genocídio em qualquer de sua formas típicas; n) tráfico de drogas; o) crimes contra o sistema financeiro. Professor Albertino Melo RELAXAMENTO DA PRISÃO REVOGAÇÃO DA PRISÃO CAUTELAR LIBERDADE PROVISÓRIA Previsto no art. 5, LXV da CF. É determinado em casos de prisão ilegal. Qualquer espécie de prisão. Ocorre quando não mais subsistem os motivos que legitimaram a segregação (CPP, art. 282, p.5 c/c, art. 316) Somente podem ser objeto de revogação a prisão temporária e a prisão preventiva, ou seja, aquelas prisões que só podem ser decretadas pela autoridade judiciária. Não há que se falar em revogação da prisão em flagrante, na medida em que esta espécie de prisão independe de prévia autorização judicial. Em relação a esta, somente é possível o relaxamento da prisão ou a concessão de liberdade. Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. Medida de contra cautela pela qual determinado agente deverá ser colocado em liberdade FIANÇA Consiste em depositar determinado valor em juízo, em troca de sua liberdade provisória.Para determinar o valor da fiança, a autoridade levará em consideração a natureza da infração, as condições pessoais (art. 326).
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