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EDUCERE-LIVRO-PORTUGUES-JURIDICO-2012

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Prévia do material em texto

Marcelo Paiva
__________________________________________________
 		 
Português Jurídico 
 				 
Agradeço a todos que tornaram possível este livro. Em especial, aos profissionais que fundamentaram o trabalho e aos que farão uso do conteúdo aqui apresentado. 
__________________________________________________
Sumário
Apresentação
1 A importância da linguagem na atividade jurídica
1.1 Linguagem técnica e linguagem rebuscada
1. 2 Vocabulário jurídico
1.3 Níveis de linguagem
	1.3.1 Clareza
	1.3.2 Concisão
	1.3.3 Formalidade e correção gramatical
	1.3.4 Objetividade
	1.3.5 Simplicidade
	1.3.6 Estilo
	1.3.7 O que deve ser evitado
2 Padronizações e normatizações
2.1 Elementos normativos
2.2 Pontuação com elementos normativos
2.3 Pontuação de atos normativos
2.4 Referência a texto legal
2.5 Nomenclatura dos feitos
2.6 Pronomes de tratamento
2.7 Fechos para comunicações oficiais
2.8 Identificação do signatário
2.9 Data
2.10 Numeração de documentos
2.11 Folhas de continuação
2.12 Horas
2.13 Siglas, abreviaturas e símbolos
2.14 Citação 
2.15 Referência
2.16 Referência de textos jurídicos
2.17 Expressões latinas em referências e citações
2.18 Linha pontilhada
2.19 Maiúsculas e minúsculas
2.20 Números
2.21 Itálico e negrito
2.22 Referência a folhas
2.23 Anexos, tabelas, gráficos, quadros
2.24 Moedas e valores
2.25 Cargos e funções
2.26 Termos estrangeiros
3. Expressões e vocabulário
3.2 a cerca de - acerca de - há cerca de
3.3 à custa de – a expensas de – em via de
3.4 a fim de - afim de
3.5 a maior - a menor
3.6 à medida que - na medida em que
3.8 a partir de – com base
3.9 a princípio – em princípio
3.10 abaixo-assinado - abaixo assinado
3.11 acaso se – caso
3.13 adjetivo por advérbio
3.14 afinal – a final
3.15 além de (...) também
3.17 anexo – em anexo
3.18 ante 
3.19 ao ano - por ano
3.20 ao encontro de - de encontro a
3.21 ao invés de - em vez de
3.22 ao nível de – em nível de – a nível de
3.23 apelar
3.24 apenar - penalizar
3.25 arquive-se ou arquivem-se - cite-se ou citem-se
3.26 através de - por meio de
3.27 atuado – autuado
3.28 bastante
3.29 cada - todo
3.30 com o pretexto – a pretexto de – sob o pretexto de
3.31 com vista a - com vistas a
3.33 comunicar
3.34 conectivos
3.35 conjuntura - conjectura
3.36 constar de – constar em
3.38 cumprir
3.39 custas - custa
3.40 dado - visto - haja vista
3.41 deferir – diferir
3.42 defeso - defesso
3.43 deficit - défice
3.45 delatar - dilatar
3.46 demais – de mais
3.47 dentre - entre
3.49 desapercebido - despercebido
3.50 descriminar – descriminalizar - discriminar
3.51 despensa - dispensa
3.52 desprover - improver
3.53 destratar - distratar
3.54 deve estar – deve de estar
3.57 do ponto de vista – sob o ponto de vista
3.58 de cujus – decujo
3.60 de menor – menor de
3.61 eminente - iminente
3.62 enquanto
3.63 estância - instância
3.64 este – esse - aquele
3.66 exceto – afora, à exceção – menos - salvo
3.67 expressões latinas
3.68 em conformidade com - na conformidade de
3.69 em face de
3.70 em longo prazo - a longo prazo
3.72 em prol de
3.73 em que pese a – em que pese(m)
3.74 em sede de
3.75 falar - dizer
3.76 flagrante - fragrante
3.77 gerúndio
3.78 grafia dos números de órgãos judiciários
3.79 grosso modo
3.80 habeas corpus – hábeas-córpus
3.81 hora extra
3.82 há que + infinitivo
3.83 inapto - inepto
3.84 infinitivo
3.85 inobstante
3.86 judicial - judiciário
3.87 junto a
3.88 junto com – juntamento com 
3.90 mais bem - melhor
3.91 mesmo
3.94 no sentido de
3.95 onde – aonde - de onde
3.96 opor veto
3.97 ou melhor, qual seja, isto é, ou seja, a saber
3.98 particípio
3.99 pedir para - pedir que
3.101 pedir vista - pedir vistas
3.102 percentagem - porcentagem
3.103 por hora - por ora
3.104 por si só
3.105 posto que
3.107 prescrever - proscrever
3.109 processo epigrafado
3.110 perante ao juiz ou perante o juiz?
3.111 pertine/no que diz respeito a
3.112 porquê, uso do
3.113 protocolar - protocolizar
3.114 qualquer – sequer – algum - nenhum
3.115 quando do (da)
3.117 ratificar - retificar
3.118 reincidir - rescindir
3.119 remição / remissão
3.120 salário mínimo/salário-mínimo
3.121 se(c)cão – sessão - cessão
3.122 sendo que
3.123 se não - senão
3.124 se se
3.125 sortir - surtir
3.126 suso
3.127 tal qual
3.128 tampouco - tão pouco
3.129 ter - haver
3.130 todo – todo o – todos os - cada
3.131 todos - unânimes
3.132 trata-se de
3.133 ver - vir
3.134 vez que, eis que, posto que, haja visto
3.135 viger
3.136 vista – vista dos autos
3.137 vítima fatal - letal - mortal
3.139 vultoso - vultuoso
4. Texto jurídico
4.1 Qualidades do texto jurídico
4.1.1 Sentido denotativo e conotativo
4.1.2 Período adequado
4.1.3 Ordem direta
4.1.4 Voz ativa
4.1.5 Evite gerúndio
4.1.6 Três verbos por período
4.1.7 Parágrafo adequado
4.2 Vícios de linguagem 
4.3 Resumo e síntese	
4.3.1 Resumo na ABNT
4.3.2 Resumo em instituições públicas
4.4 Ementa
4.4.1 Ementa em atos normativos ou legislativos
4.4.2 Ementa em parecer
4.5 A arte de argumentar
4.5.1 Tipos de argumentos
4.5.2 Abordagem, fundamentação e consistência
4.5.3 Principais argumentos retóricos na linguagem jurídica
4.5.4 Figuras retóricas
4.6 Peça Jurídica
4.7 Parecer jurídico
5. Aspectos gramaticais
5.1 Novo Acordo Ortográfico
5.1.1 Alfabeto
5.1.2 Nomes próprios
5.1.3 Nomes próprios estrangeiros
5.1.4 Consoantes mudas
5.1.5 Trema
5.1.6 Acentuação gráfica
5.1.6.1 Regra das oxítonas
5.1.6.2 Regra das paroxítonas
5.1.6.3 Regra das proparoxítonas
5.1.6.4 Dupla grafia
5.1.6.5 Regra do ditongo
5.1.6.6 Regra do hiato
5.1.6.7 Acento diferencial
5.1.6.8 Acentuação gráfica por outros motivos
5.1.7 Hífen
5.1.7.1 Usa-se hífen
5.1.7.2 Não se usa hífen
5.1.8 Apóstrofo
5.1.8.1 Usa-se apóstrofo
5.1.8.2 Não se usa apóstrofo
5.1.9 Divisão silábica
5.1.10 Emprego de letras
5.1.10.1 Do h inicial e final
5.1.10.2 Da homofonia de certos grafemas consonânticos
5.1.10.3 Das sequências consonânticas
5.1.10.4 Das vogais átonas
5.1.10.5 Das vogais nasais
5.1.10.6 Dos ditongos
5.2 Crase
	5.2.1 Casos em que ocorre a fusão
	5.2.2 Casos que merecem atenção
	5.2.3 Crase facultativa
5.3 Regência
	5.3.1 Regência nominal
	5.3.2 Regência e pronome relativo
	5.3.3 Preposição
5.4 Concordância
 5.4.1 Casos que merecem atenção na concordância verbal
 5.4.2 Concordância nominal
5.6 Pontuação
	5.6.1 Vírgula
	5.6.2 Vírgula em textos jurídicos
	5.6.3 Ponto-e-vírgula
	5.6.4 Ponto-e-vírgula em textos jurídicos
	5.6.5 Pontuação no fim de frase, após abreviatura
	5.6.6 Dois-pontos
	5.6.7 Aspas
	5.6.8 Travessão
	5.6.9 Parênteses
	5.6.10 Barra
	5.6.11 Reticências
	5.6.12 Colchete
5.7 Pronome
5.7.1 Pronome pessoal
5.7.2 Pronome possessivo
5.7.3 Pronome demonstrativo
5.7.4 Colocação pronominal 
	
__________________________________________________
Introdução
Tenho escrito livros há mais de trinta anos e posso afirmar que esta foi a obra em que mais me empenhei para que o conteúdo fosse apresentado de forma prática, direta e relevante. Procurei apresentar tópicos importantes e fundamentados de forma objetiva a profissionais da área jurídica e a servidores de órgãos públicos. Tenho ministrado cursos e prestado consultoriaa instituições públicas e privadas (CNJ, STF, STJ, TST, TSE, STM, MPU, Polícia Federal, tribunais estaduais, escritórios de advocacia etc) e observo que magistrados, procuradores, promotores, advogados, defensores públicos, servidores e profissionais em geral procuram aprofundar o conhecimento de nosso idioma a fim de produzirem textos cada vez melhores. O interesse é intenso e isso me motiva a pesquisar cada vez com mais seriedade a fim de oferecer recursos apropriados.
O objetivo principal do livro é ser um manual de consulta para uso adequado de vocábulos, expressões, padronizações, estruturas textuais e regras gramaticais em textos jurídicos. Não se trata de impor ou interferir no estilo de cada autor. O interesse é oferecer orientação padronizada em atos normativos, manuais de redação e gramáticas conceituadas. Certamente, outras opções de uso, em alguns casos, estarão disponíveis em dicionários ou gramáticas com abordagens mais amplas.
O conteúdo desta obra, no entanto, direciona-se à linguagem jurídica e, assim, procurei sempre optar pela linguagem formal e específica. Isso não significa texto rebuscado e, muitas vezes, incorreto. Linguagem formal deve apresentar clareza, objetividade, coerência, coesão e correção gramatical. A linguagem jurídica é técnica e, realmente, faz uso de termos específicos. Isso não significa criações mirabolantes e inadequadas, muitas vezes justificadas equivocadamente como linguagem técnica.
Considero a boa redação ferramenta indispensável para a realização de atividade que tanto depende da linguagem. Escrever bem é essencial ao exercício na área jurídica. Muitos são os casos em que o texto fica aquém da capacidade de conteúdo e argumentação do próprio autor. O profissional, muitas vezes, conhece profundamente o assunto a ser transmitido. No entanto, não consegue expressar-se de forma adequada. O livro o auxiliará a elucidar as principais dúvidas sobre padronizações e a desenvolver sua capacidade de entender e produzir textos para explorar de forma mais adequada os conhecimentos profissionais.
Este trabalho só foi possível graças a diversos outros profissionais que colaboraram de forma direta ou indireta. O livro é o resultado de intensa pesquisa em diversas fontes. Assim, agradeço a outros estudiosos de nosso idioma no Brasil (Celso Cunha, Evanildo Bechara, Napoleão Mendes de Almeida, Mattoso Câmara, Adalberto Kaspary, Luiz Antônio Sacconi, Edmundo Dantès Nascimento) e em Portugal (Álvaro Gomes, Edite Estela, Maria Almira Soares, Maria José Leitão, Francisco Torrinha, José da Costa Pimenta, Helder Martins Leitão). Agradeço também aos servidores que se empenharam na realização dos manuais de redação em nossos órgãos públicos (Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior Eleitoral, Conselho Nacional de Justiça, Presidência da República, Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Tribunal de Contas do Distrito Federal, Senado, Câmara dos Deputados e outros).
	
Marcelo Paiva
1
______________________________
A importância da linguagem
na atividade jurídica
O profissional da área jurídica deve ter, em primeiro lugar, conhecimento do Direito. Assim, deve estudar, entre outros tópicos, o funcionamento teórico e prático do ordenamento jurídico: leis, jurisprudência, doutrina, processos etc. Esse conhecimento é parte mais que relevante do instrumental intelectual a que o profissional é obrigado a recorrer em suas atividades. A teoria jurídica, da mais simples à mais complexa, tem valor prático inequívoco, porquanto virá a contribuir, direta ou indiretamente, no seu trabalho.
Não deve, no entanto, limitar-se a tais aprendizados. O ato de escrever e de organizar ideias é técnica essencial para o profissional demonstrar o domínio de sua capacidade. Não se trata de arte ou dom. É estudo, prática, técnica. A inadequação na linguagem compromete o pensamento jurídico. Muitos são os casos em que o texto fica aquém da capacidade do próprio autor. Se você escolheu a atividade jurídica como profissão, a busca pelo conhecimento da regras gramaticais e pela boa redação será sua companheira diária.
Há profunda relação entre o Direito e a linguagem. Impossível imaginar um profissional da área jurídica sem domínio adequado do idioma tanto em sua interpretação como em sua produção. Os atos normativos, os conhecimentos doutrinários, as petições, os atos processuais, as decisões judiciais, tudo passa pelo uso da linguagem. Todo o conhecimento e realização do processo jurídico passa pela linguagem.
1.1 Linguagem técnica e linguagem rebuscada
Não há dúvida de que a linguagem jurídica é técnica e faz uso de termos específicos e estrutura própria em seus textos. Presume-se que um advogado, um juiz ou um desembargador conheça palavras complexas, apuradas e, então, o léxico mais vasto será tanto símbolo de maior erudição quanto forma de contribuição para uma expressão mais específica, com linguagem técnica característica do direito. Em toda a atividade forense, é evidente que se deve preferir a linguagem formal. Palavras técnicas e precisas inibem falhas de compreensão. Não se pode, no entanto, em nome da linguagem técnica, justificar o uso de rebuscamento e comprometer as técnicas de um bom texto. Observe exemplo de rebuscamento:
Com espia no referido precedente, plenamente afincado, de modo consuetudinário, por entendimento turmário iterativo e remansoso, e com amplo supedâneo na Carta Política, que não preceitua garantia ao contencioso nem absoluta nem ilimitada, padecendo ao revés dos temperamentos constritores limados pela dicção do legislador infraconstitucional, resulta de meridiana clareza, tornando despicienda maior peroração, que o apelo a este Pretório se compadece do imperioso prequestionamento da matéria abojada na insurgência, tal entendido como expressamente abordada no Acórdão guerreado, sem o que estéril se mostrará a irresignação, inviabilizada ab ovo por carecer de pressuposto essencial ao desabrochar da operação cognitiva. 
Observe a construção com clareza, concisão e objetividade
Um recurso, para ser recebido pelos tribunais superiores, deve abordar matéria explicitamente tocada pelo tribunal inferior ao julgar a causa. Isso não ocorrendo, será pura e simplesmente rejeitado, sem exame do mérito da questão. 
O desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul Carlos Alberto Bencke esclarece que:
Os advogados peticionam para o juiz que assim os entende; o promotor exara parecer e o direciona também para o juiz; e, finalmente, o juiz decide para os advogados, para o promotor e para o Tribunal. Enfim, as palavras ficam num mesmo círculo e, de rigor, ninguém necessita pedir explicações sobre o real sentido daqueles termos técnicos utilizados. Lembremo-nos, todavia, que o Direito não pertence aos lidadores do Direito, mas sim às partes, geralmente pessoas leigas nos assuntos jurídicos.
Com a abertura cada vez maior dos julgamentos – públicos na sua essência – a imprensa passou a realizar a cobertura dos processos que dizem respeito mais de perto aos interesses da sociedade. Daí esbarrou nos termos técnicos e nas dificuldades de passar uma informação inteligível para o seu público consumidor.
	
O Superior Tribunal Militar recebeu, certa vez, um recurso assim redigido:
O alcândor Conselho Especial de Justiça, na sua apostura irrepreensível, foi correto e acendrado no seu decisório. É certo que o Ministério Público tem o seu lambel largo no exercício do poder de denunciar. Mas nenhum lambel o levaria a pouso cinéreo se houvesse acolitado o pronunciamento absolutório dos nobres alvarizes de primeira instância.
Observe trecho de circular produzida pelo Banco Central do Brasil:
Os parentes consanguíneos de um dos cônjuges são parentes por afinidade do outro; os parentes por afinidade de um dos cônjuges não são parentes do outro cônjuge; são também parentes por afinidade da pessoa, além dos parentes consanguíneosde seu cônjuge, os cônjuges de seus próprios parentes consanguíneos.
Inúmeras são as vezes em que a má redação compromete o entendimento. O texto a seguir foi escrito por um magistrado e publicado pela revista “Isto É”. Tratava-se de um pedido de habeas corpus. O delegado, ao receber, entendeu exatamente o contrário do que desejava o magistrado.
Por determinação da egrégia segunda vice-presidência, comunico que a colenda primeira Câmara Criminal, julgando habeas corpus xx Proc. Crime xx, dessa Vara, em que são impetrantes os bacharéis xx e paciente xx, proferiu a seguinte decisão: conhecida em parte, na parte conhecida, concederam parcialmente a ordem impetrada, tão somente para anular o depoimento das testemunhas protegidas pelo provimento xx, com reiquirição das mesmas, após as providências constantes do v. Acórdão, ficando denegada a pretensão formulada na sustentação ora de concessão de ordem de “habeas corpus”, de ofício, deferindo liberdade provisória ao paciente, retificada a tira de julgamento anterior, nos termos do pedido hoje ofertado.
O delegado libertou o preso por não interpretar corretamente o texto.
A página eletrônica “Consultor Jurídico” publicou entrevista com o advogado Manuel Alceu sobre o rebuscamento na linguagem jurídica. Cito trecho da entrevista.
Conjur – O senhor acha que a mudança de atitude na relação entre jornalistas e juízes passa também pela discussão da reforma da linguagem jurídica? 
Manuel Alceu – Com relação ao ‘juridiquês’, tenho uma posição intermediária. Realmente é preciso facilitar o entendimento do direito e de sua aplicação aos casos concretos. Mas, ao mesmo tempo, existem termos jurídicos dos quais não se pode abdicar, sob pena de sacrificar as ideias e conceitos neles embutidos. Como posso substituir, por exemplo, ‘comoriência’, ‘prescrição em concreto’, ‘preclusão recursal lógica’, ‘inépcia substancial’ etc? Cada atividade tem o seu palavreado exato, que é insubstituível. Assim, também ocorre com o direito. Em suma, a reforma da linguagem jurídica será feita para simplificá-la naquilo que não prejudique a exatidão daquilo que se quer dizer. Ademais, o ‘juridiquês’ não deve ser confundido com demonstração da falsa erudição, com o rebuscado. No meio e no razoável é que se buscará a solução.
Finalizo este tópico com trecho do discurso de posse da Ministra Ellen Gracie como presidente do Supremo Tribunal Federal e sua preocupação com a linguagem forense:
Que a sentença seja compreensível a quem apresentou a demanda e se enderece às partes em litígio. A decisão deve ter caráter esclarecedor e didático. Destinatário de nosso trabalho é o cidadão jurisdicionado, não as academias jurídicas, as publicações especializadas ou as instâncias superiores. Nada deve ser mais claro e acessível do que uma decisão judicial bem fundamentada.
1.2 Vocabulário jurídico
A linguagem forense é técnica. Isso significa que muitos termos utilizados em textos jurídicos, apesar de parecerem complexos e mesmo estranhos, têm função de definir conceitos de que aquele que redige não se pode afastar. Observe o exemplo.
O advogado mostrou que o homicídio simples não constitui crime hediondo e defendeu, em excelente tese, que mesmo o homicídio qualificado, por vezes, não deve ser visto como tal.
É possível, sem conhecimento jurídico, entender o texto acima, mas, provavelmente, parte do conteúdo da mensagem será perdida. Quando o advogado cita o termo hediondo, refere-se à enumeração taxativa de lei específica e remete a todos os efeitos que ela determina. Um leitor comum não compreende o termo em sua amplitude jurídica. A essas expressões de sentido técnico crítica alguma merece ser feita.
Respeita-se o aspecto técnico, mas condena-se veementemente a prolixidade e o rebuscamento de muitos profissionais da área. Linguagem confusa e arcaica contribui para a morosidade da justiça. Há um leitor interessado em entender o que está escrito o mais rápido possível e de forma precisa para dar prosseguimento ao trabalho. Transcrevo exemplos que devem ser evitados.
a) Estribado no escólio do saudoso mestre baiano, o pedido contido na exordial não logrou agasalho.
b) Os adjetivos podem vir, mas que se separem os adjetivos e os advérbios de modo, para que fiquemos com o substantivo. E o Tribunal que decidir substantivos, não propriamente adjetivos, nem advérbios de modo. Vamos reduzir, digamos, a liturgia da adverbiação para caminharmos para o compromisso da substantivação. 
c) Ementa de Tribunal: Adultério. Para o flagrante de adultério, não é indispensável à prova de seminatio in vas, nem o encontro dos infratores nudo cum nudo in eodem cubículo. Basta que, pelas circunstâncias presenciadas, se possa inferir como quebrada materialmente a fidelidade conjugal.
d) V. Exª, data máxima vênia, não adentrou as entranhas meritórias doutrinárias e jurisprudenciais acopladas na inicial, que caracterizam, hialinamente, o dano sofrido.
e) Procura o réu escoimar-se da Jurisdição Penal, por suas pueris alegações.
f) E vem ora o querelante vestir-se com o cretone da primariedade como se isso o eximisse de responsabilidade.
g) A acusação enjambra-se em seus próprios argumentos.
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 7.448, criado para garantir que sentenças judiciais empreguem linguagem acessível. Também a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) defende uso mais adequado da linguagem jurídica e cita vocábulos a serem evitados:
Abroquelar (fundamentar) 
Apelo extremo (recurso extraordinário) 
Areópago (Tribunal) 
Com espeque no artigo (com base no artigo) 
Consorte supérstite (viúvo) 
Ergástulo público (cadeia) 
Estipêndio funcional (salário) 
Exordial (peça ou petição inicial) 
Fulcro (fundamento) 
Indigitado (réu) 
Peça increpatória (denúncia) 
Peça vestibular (peça ou petição inicial) 
Pretório Excelso (Supremo Tribunal Federal) 
Proemial delatória (denúncia) 
Prologal (peça ou petição inicial) 
1.3 Níveis de linguagem
A língua apresenta diversidade de expressão imensa. Nossa forma de expressar está relacionada a inúmeras variáveis. Assim, usamos determinada linguagem em família, outra com amigos, outra ainda no trabalho. Ao conversarmos com uma criança, falaremos de uma forma. Ao proferirmos uma palestra, já será outra. Essa capacidade de expressão possui diversos níveis.
A linguagem empregada no ambiente jurídico e no serviço público deve ser formal e culta. No entanto, isso não significa linguagem rebuscada, incompreensível. É comum encontrar textos jurídicos com verdadeiras acrobacias linguísticas com desprezível conteúdo. 
Exemplo de linguagem rebuscada:
O vetusto vernáculo manejado no âmbito dos Excelsos Pretórios, inaugurado a partir da peça ab ovo, contaminando as súplicas do petitório, não repercute na cognoscência dos frequentadores do átrio forense. Ad excepcionem o instrumento do Remédio Heroico e o Jus Laboralis, onde o jus postulandi sobeja em beneplácito do paciente e do obreiro. 
Hodiernamente, no mesmo diapasão, elencam-se os empreendimentos in Judicium Specialis, curiosamente primando pelo rebuscamento, ao revés do perseguido em sua prima gênese (...).
Fragmento do artigo “Entendeu?”, de Rodrigo Collaço, presidente da AMB.
	Também não deve ser coloquial, com gírias, regionalismos etc. Exemplo de linguagem coloquial:
E aí, doutor, vou ou não vou ganhar minha indenização?” – perguntou por e-mail o cliente. O advogado prontamente respondeu: “O egrégio tribunal acolheu o supedâneo de nosso arrazoado e reformou a sentença prolatada dando a lide como transitada em julgado em prol do deprecante”. O cliente, perplexo, ficou na mesma. Só entendeu o que o advogado quisera dizer quando, no final da mensagem, viu um “parabéns”. Ou seja: vai ganhar, sim, a indenização(...).
Fragmento do artigo “Falar difícil”, de Joaquim Falcão, diretor da Escola de Direito da FGV.1.3.1 Clareza
Habilidade de transpor com exatidão uma ideia ou pensamento para o papel. O texto deve ser claro de tal forma que não permita interpretação equivocada ou demorada pelo leitor. A compreensão deve ser imediata. É importante usar vocabulário acessível, redigir orações na ordem direta, utilizar períodos curtos e eliminar o emprego excessivo de adjetivos. Deve-se excluir da escrita ambiguidade, obscuridade ou rebuscamento. 
O texto claro pressupõe o uso de sintaxe correta e de vocabulário ao alcance do leitor. O Supremo Tribunal Federal, em seu Manual de Redação, recomenda para obtenção de clareza:
a) releia o texto várias vezes após escrevê-lo, para assegurar-se de que está claro;
b) empregue a linguagem técnica apenas em situações que a exijam e tenha o cuidado de explicitá-la em comunicações a outros órgãos ou em expedientes voltados para os cidadãos;
c) certifique-se de que as conjunções realmente estabeleçam as relações sintáticas desejadas, no entanto evite o uso excessivo de orações subordinadas, pois períodos muito subdivididos dificultam o entendimento;
d) utilize palavras e expressões em outro idioma apenas quando forem indispensáveis, em razão de serem designações ou expressões de uso já consagrado ou de não terem exata tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico.
Observe texto com falta de clareza.
Vossa Excelência, data maxima venia, não adentrou às entranhas meritórias doutrinárias e jurisprudenciais acopladas no inicial, que caracterizam, hialinamente, o dano sofrido.
Veja como fica melhor na redação da professora Hélide Santos Campos.
Vossa Excelência não observou devidamente a doutrina e a jurisprudência citadas na inicial, que caracterizam, claramente, o dano sofrido.
Outro texto com falta de clareza.
Com espia no referido precedente, plenamente afincado, de modo consuetudinário, por entendimento turmário iterativo e remansoso, e com amplo supedâneo na Carta Política, que não preceitua garantia ao contencioso nem absoluta nem ilimitada, padecendo ao revés dos temperamentos constritores limados pela dicção de meridiana clareza, tornando despicienda maior peroração, que o apelo a este Pretório se compadece do imperioso prequestionamento da matéria abojada na insurgência abordada no Acórdão guerreiro, sem o que estéril se mostrará a irresignação, inviabilizada ab ovo por carecer de pressuposto essencial ao desabrochar da operação cognitiva.
Veja como fica melhor na redação do advogado Sabitini Giampietro Netto.
Um recurso, para ser recebido pelos tribunais superiores, deve abordar matéria explicitamente tocada pelo tribunal inferior ao julgar a causa. Isso não ocorrendo, sem análise do mérito da questão.
Observe modelo de texto com clareza.
O exame da viabilidade técnico-econômica da obra ou serviço é peça fundamental no processo de contratação e deve conter os elementos necessários, suficientes e atualizados, com precisão adequado, para caracterizar devidamente a obra. Deve, ainda, contar com estudos técnicos e ambientais que subsidiem a análise, em conformidade com o art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993.
A jurisprudência desta Corte de Contas é no sentido de que a análise da viabilidade técnico-econômica da contratação, inserida no projeto básico ou termo de referência, deve estar fundamentada adequadamente por meio de estudos técnicos preliminares atualizados (Acórdãos 1.568/2008, 397/2008, 1.273/2007, 481/2007, 222/2007, 2.338/2006 e 1.730/2004, todos do Plenário).
Desse modo, a inexistência de estudos técnicos adequados que subsidiem de forma adequada a análise da viabilidade econômica do projeto configura irregularidade, afrontando a lei e reiterada jurisprudência do TCU.
Outro modelo de texto com clareza.
O Supremo Tribunal Federal, tratando da responsabilização pelo parecer vinculativo, permite a responsabilidade solidária do parecerista em conjunto com o gestor, conforme voto condutor proferido em julgamento do Plenário (MS 24631/DF, de 9/8/2007, Relator Ministro Joaquim Barbosa):
“B) Nos casos de definição, pela lei, de vinculação do ato administrativo à manifestação favorável no parecer técnico jurídico, a lei estabelece efetivo compartilhamento do poder administrativo de decisão, e assim, em princípio, o parecerista pode vir a ter que responder conjuntamente com o administrador, pois ele é também administrador nesse caso.” (grifos acrescidos).
Vale ressaltar que o parágrafo único do artigo 38 da Lei 8.666/1993 prescreve que as minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes, devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração. O Ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, ao discorrer sobre a responsabilidade do consultor jurídico, assim se pronunciou no voto condutor do MS 24584/DF, de 9/8/2007, de sua relatoria:
“Daí a lição de Marçal Justen Filho em Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 8ª edição, página 392, citada no parecer da Consultoria Jurídica do Tribunal de Contas da União, no sentido de que, ‘ao examinar e aprovar os atos da licitação, a assessoria jurídica assume responsabilidade pessoal solidária pelo que foi praticado’”.
Evite rebuscamento ou arcaísmos que podem comprometer a clareza ou a correção gramatical.
Evitar				Preferir
trancatório			denegado
vergastado			recorrido
ostilizada			recorrida
espalma			indica
empilha			traz, coleciona
vazada, lançada		proferida, consignada
em sede de Recurso	no recurso
em sede extraordinária	em instância extraordinária
sendo assim			Assim
a teor				nos termos, conforme, de acordo
no que pertine		no que concerne, quanto a
nem tampouco		tampouco
à hipótese			na hipótese
descabe falar		não há falar
Egrégio, Colendo		egrégio, colendo
inobstante			não obstante
abroquear			fundamentar
apelo extremo		recurso extraordinário
areópago			tribunal
com espeque		com base
com fincas			com base
com supedâneo		com base
estribado			com base
excelso Sodalício		Supremo Tribunal Federal
indigitado			réu
peça incoativa		petição inicial
petição de intróito		petição inicial
peça increpatória		denúncia
proemial delatória		denúncia
1.3.2 Concisão
Ser conciso é informar o máximo em um mínimo de palavras. Não se deve, no entanto, eliminar informação essencial apenas para reduzir-lhe o tamanho. Os itens que nada acrescentam ao que já foi dito é que necessitam ser eliminados. Mais que curtas e claras, as expressões empregadas devem ser precisas. Observe exemplo a seguir.
A partir desta década, o número cada vez maior e, por isso mesmo, mais alarmante de desempregados, problema que aflige principalmente os países em desenvolvimento, tem alarmado as autoridades governamentais, guardiãs perenes do bem-estar social, principalmente pelas consequências adversas que tal fato gera na sociedade, desde o aumento da mortalidade infantil por desnutrição aguda até o crescimento da violência urbana que aterroriza a família, esteio e célula-mater da sociedade.
Se esse mesmo trecho for reescrito sem a carga informativa desnecessária, obtém-se um texto conciso e não prolixo:
O número cada vez maior de desempregados tem alarmado as autoridades governamentais, pelas consequências adversas que tal fato gera na sociedade, desde o aumento da mortalidade infantil por desnutrição aguda até o crescimento da violência urbana.
Recomendações:
a) revise o texto e retire palavras inúteis, repetições desnecessárias de ideias, desmedida adjetivação e períodos extensos e emaranhados. Não acumule pormenores irrelevantes. O Manual do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios afirma que, “nos documentos jurídicos, costumam-se empregar diversos adjetivos para qualificar os substantivos a que se referem, como pretório excelso, douto magistrado, augusto presidente, respeitável decisão, elevado e digno ministro, sobrelevado órgãorecursal, entre outros. Esses adjetivos devem ser evitados, por não acrescentarem informação necessária ao texto e por serem contrários aos princípios da concisão e da clareza;
b) dispense, sempre que possível, os verbos auxiliares, em especial ser, ter e haver, pois a recorrência constante a eles torna a redação monótona, cansativa;
c) prefira palavras breves. Entre duas palavras opte pela de menor extensão;
d) dispense, nas datas, os substantivos dia, mês e ano: no dia 12 de janeiro (em 12 de janeiro), no mês de fevereiro (em fevereiro), no ano de 2012 (em 2012);
e) troque a locução verbo + substantivo pelo verbo: fazer uma viagem (viajar), fazer uma redação (redigir), pôr as ideias em ordem (ordenar as ideias), pôr moedas em circulação (emitir moedas);
f) use aposto em lugar de oração apositiva: O contrato previa a construção da ponte em um ano, que era prazo mais do que suficiente (O contrato previa a construção da ponte em um ano, prazo mais do que suficiente);
 
g) empregue particípio para reduzir orações: Agora que expliquei o título, passo a escrever o texto (Explicado o título, passo a escrever o texto); 
h) elimine, sempre que possível, os indefinidos um e uma: Dante quer (um) inquérito rigoroso e rápido. Timor-Leste se torna (uma) terra de ninguém. A cultura da paz é (uma) iniciativa coletiva.
 i) seja conciso nas correspondências também. Selecionei alguns exemplos:
	Em vez de
	Escreva
	Servimo-nos da presente para informar
	Informamos
	Venho pela presente informar
	Informamos
	Por intermédio desta comunicamos-lhes
	Comunicamos; informamos
	Desejamos levar ao conhecimento de
	Informamos-lhes que
	Se possível, gostaríamos que nos informassem
	Informem-nos sobre
	Tendo chegado ao nosso conhecimento que
	Informados que
	Levamos ao seu conhecimento
	Comunicamos; informamos
	Vimos pela presente encaminhar-lhes
	Encaminhamos
	Por intermédio desta solicitamos
	Solicitamos
	Por obséquio, solicitamos que verificassem
	Solicitamos verificar
	Formulamos a presente para solicitar
	Solicitamos
	Vimos solicitar
	Solicitamos
	Acusamos o recebimento
	Recebemos
	Chegou-nos às mãos
	Recebemos
	Encontra-se em nosso poder
	Recebemos
	É com satisfação que acusamos o recebimento
	Recebemos
	Temos a honra de convidar
	Convidamos
	Temos a satisfação de comunicar
	Comunicamos
	Vimos pela presente agradecer
	Agradecemos
	Pedimos a gentileza de nos enviar
	Solicitamos nos enviem; enviem-nos
	Efetivamos-lhes uma remessa de
	Remetemos-lhes
	Ficamos no aguardo de suas notícias
	Aguardamos informações
	Procedemos a escolha
	Escolhemos
	Faça chegar às mãos de
	Envie a
	Anexo à presente
	Anexo
	Seguem em anexo
	Anexamos
	Enviamos em anexo
	Enviamos
	Conforme acordado
	De acordo
	Conforme seguem abaixo relacionados
	Relacionados a seguir
	Acima citado
	Citado
	Antecipadamente gratos
	Agradecemos
	Durante o ano de 2006
	Em 2006
	Com referência a
	Referente a
	Sem outro particular para o momento
	Agradecemos a atenção
	Sendo o que tinha a informar
	Agradecemos a atenção
	Sem mais para o momento
	Agradecemos a atenção
	Com estima e consideração
	Agradecemos a atenção
1.3.3 Formalidade e correção gramatical
A utilização do padrão formal de linguagem representa texto correto em sua sintaxe, claro em seu significado, coerente e coeso em sua estrutura, elegante em seu estilo. Ser culto não é ser rebuscado. As incorreções gramaticais desmerecem o redator e a própria instituição. É comum encontrar textos com verdadeiras acrobacias linguísticas com desprezível conteúdo. Também não deve ser coloquial, com gírias, regionalismos etc.
Como produzir texto formal e simples?
1. evitar expressões e clichês do jargão burocrático e as formas arcaicas de construção de frases, assim como o coloquialismo e a gíria;
inadequado					adequado
ao apagar das luzes				no final
depois de longo e tenebroso inverno	após muito tempo
dizer cobras e lagartos			expressar abertamente
mestre Aurélio				dicionário		
obra faraônica					obra grande
voltar à estaca zero				retornar ao início
2. preferir, em qualquer ocasião, a palavra simples. 
3. adotar como norma a ordem direta da frase, por ser a que conduz mais facilmente o leitor à essência da mensagem.
Modelo de texto formal e simples
	 Encaminho a Vossa Excelência cópia do Acórdão n.º XX, acompanhado do relatório e voto que o fundamentam, adotado por este Tribunal em Sessão XX. 
2 	Informo que o não cumprimento à decisão do Tribunal sujeita o responsável à multa prevista no art. 58, § 1º, da Lei nº 8.443/92.
3. Por fim, solicito devolução imediata da 2ª via deste ofício, com o “ciente” de Vossa Excelência.
1.3.4 Objetividade
A objetividade consiste em ir diretamente ao assunto com informação e pensamento claro e concreto para o leitor. Não há espaço para rodeios. É escrever ideias fundamentadas em fatos e(ou) interpretações lógicas. Observe texto com falta de objetividade retirado de revista de grande circulação nacional.
Investigar as causas principais que fizeram desabrochar no meu espírito durante os anos tão distantes da infância que não voltam mais e da qual poucos traços guardo na memória, já que tantos anos se escoaram, a vocação para a Engenharia é tarefa que pelas razões expostas, me é praticamente impossível e, ouso acrescentar que, mesmo para um psicólogo acostumado a investigar as profundezas da mente humana, essa pesquisa seria sobremodo árdua para não dizer impossível. 
Observe texto com falta de objetividade retirado de revista de grande circulação nacional.
Texto subjetivo
Investigar as causas principais que fizeram desabrochar no meu espírito durante os anos tão distantes da infância que não voltam mais e da qual poucos traços guardo na memória, já que tantos anos se escoaram, a vocação para a Engenharia é tarefa que pelas razões expostas, me é praticamente impossível e, ouso acrescentar que, mesmo para um psicólogo acostumado a investigar as profundezas da mente humana, essa pesquisa seria sobremodo árdua para não dizer impossível. 
Texto objetivo
Investigar as causas principais que, na infância, despertaram em mim vocação para a Engenharia é tarefa praticamente impossível, mesmo para um psicólogo.
Texto subjetivo
O assassínio do Presidente Kennedy, naquela triste tarde de novembro, quando percorria a cidade de Dallas, aclamado por numerosa multidão, cercado pela simpatia do povo do grande Estado do Texas, terra natal, aliás, do seu sucessor, o Presidente Johnson, chocou a humanidade inteira não só pelo impacto emocional provocado pelo sacrifício do jovem estadista americano, tão cedo roubado à vida, mas também por uma espécie de sentimento de culpa coletiva, que nos fazia, por assim dizer, como que responsáveis por esse crime estúpido, que a História, sem dúvida, gravará como o mais abominável do século. 
Texto objetivo
O assassínio do Presidente Kennedy chocou a humanidade inteira, não só pelo impacto emocional, mas também por um sentimento de culpa coletiva por um crime que a História gravará como o mais abominável do século.
Como produzir texto objetivo?
1. usar frases curtas e evitar intercalações excessivas ou inversões desnecessárias.
Inadequado: O maior país da América Latina – apesar de ainda desconhecer seu potencial imenso – parece ter encontrado o caminho do progresso tão esperado pela população.
Adequado: O Brasil parece ter encontrado o caminho do progresso.
2. eliminar os adjetivos que não contribuam para a clareza do pensamento.
Inadequado: A maravilhosa cidade de Brasília, capital do Brasil, representará nosso imenso país.
Adequado: Brasília representará o Brasil.
3. cortar os advérbios ou as locuções adverbiais dispensáveis.
Inadequado: Desde sempre e nos dias de hoje, há necessidade de estudo.Adequado: Há necessidade de estudo sempre.
4. ser econômico no emprego de pronomes pessoais, pronomes possessivos e pronomes indefinidos. Evitar, por exemplo, um tal, um outro, um certo, um determinado, pois termos indefinidos juntos não contribuem para maior clareza, ao contrário, tornam o texto obscuro.
Inadequado: Um tribunal de São Paulo produziu um parecer contrário.
Adequado: Tribunal de São Paulo produziu parecer contrário.
	
5. procurar restringir o uso de conjunções e de pronomes relativos (que, qual, cujo).
Inadequado: O processo que foi arquivado e que apresentava informações que eram relevantes.
Adequado: O processo arquivado apresentava informações relevantes.
6. não usar expressões irrelevantes, pois tornam o texto artificial.
Inadequado: O STF, que fica em Brasília, decidiu assim.
Adequado: O STF decidiu assim.
7. não usar figuras de linguagem, frases ambíguas.
Inadequado: O tribunal é fogo para decidir.
Adequado: O tribunal é criterioso para decidir.
8. se puder optar, escolher a voz ativa. 
Inadequado: A decisão foi divulgada pelo Tribunal.
Adequado: O Tribunal divulgou a decisão.
9. não externar opiniões, reunir fatos. Este tópico é muito importante em nosso curso e será bem abordado no último módulo.
10. usar palavras específicas, pertinentes ao assunto. Outro tópico a ser abordado com destaque no último módulo.
1.3.5 Simplicidade
Redigir com simplicidade significa escrever para o leitor. Se ele é especialista na área de seu conhecimento, pode-se empregar linguagem mais técnica. Se não, deve-se escrever com um vocabulário adequado à situação. O bom senso estabelecerá o equilíbrio entre a linguagem técnica e a comum. Com palavras adequadas e de conhecimento amplo, é possível escrever de maneira direta e compreensível. 
Recomendações:
a) evite expressões e clichês do jargão burocrático e as formas arcaicas de construção de frases, assim como o coloquialismo e a gíria;
b) prefira, em qualquer ocasião, a palavra simples. 
c) adote como norma a ordem direta da frase, por ser a que conduz mais facilmente o leitor à essência da mensagem.
1.3.6 Estilo
O Manual do Senado afirma que há quem pretenda justificar como particularidade de estilo o uso sistemático de figuras de retórica, de expressões enviesadas e de tantos outros enfeites linguísticos que normalmente comprometem a clareza do texto e dificultam sua compreensão.
Se tal uso é admissível nas peças literárias e nos discursos, que amiúde se utilizam de linguagem refinada e grandiloquente, ele se revela inadequado à redação jurídica, que devem primar pela clareza e objetividade. 
O artigo 11 da Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998, aborda também o assunto. Observe as recomendações:
a) clareza, que torna o texto inteligível e decorre:
• do uso de palavras e expressões em seu sentido comum, salvo quando o assunto for de natureza técnica, hipótese em que se empregarão a nomenclatura e terminologia próprias da área;
• da construção de orações na ordem direta, evitando preciosismos, neologismos, intercalações excessivas, jargão técnico, lugares-comuns, modismos e termos coloquiais;
• do uso do tempo verbal, de maneira uniforme, em todo o texto;
• do emprego dos sinais de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos estilísticos;
b) precisão, que complementa a clareza e caracteriza-se pela:
• articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da ideia veiculada no texto;
• manifestação do pensamento ou da ideia com as mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico;
• escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto;
• escolha de termos que tenham o mesmo sentido e significado em todo o território nacional ou na maior parte dele, evitando o emprego de expressões regionais ou locais;
c) coerência, que implica a exposição de ideias bem elaboradas, que tratam do mesmo tema do início ao fim do texto em sequência lógica e ordenada. Isso significa que o texto deve conter apenas as ideias pertinentes ao assunto proposto;
d) concisão, alcançada quando se apresenta a ideia com o mínimo de palavras possível, o que importa no uso de frases breves, na eliminação dos vocábulos desnecessários e na substituição de palavras e termos longos por outros mais curtos;
e) consistência, decorrente do emprego do mesmo padrão e do mesmo estilo na redação do texto, o que evita a contradição ou dubiedade entre as ideias expostas.
1.3.7 O que deve ser evitado
a) repetição de palavras e utilização de termos cognatas, tais como: “designação” e “designado”, “compete” e “competente”, etc.;
b) uso de expressão ou palavra que configure duplo sentido no texto;
c) expressões regionais;
d) palavras ou expressões de língua estrangeira, exceto quando indispensáveis, em razão de serem designações ou expressões de uso já consagrado ou que não tenham exata tradução. Nesse caso, a palavra ou expressão deve ser grafada em itálico ou entre aspas. Tomem-se como exemplos: ad referendum ou “ad referendum”, royalties ou “royalties”.
e) divisão silábica. Caso isso seja inevitável, as recomendações a seguir darão ao texto maior legibilidade e elegância: nunca dividir grupos vocálicos: ai, ui, ão, etc.; não deixar letra isolada em uma linha; não deixar isoladas sílabas às quais se possa atribuir outro sentido; não separar números; nos casos de palavras compostas, não se deve repetir o hífen na linha seguinte; evitar a separação de hiatos e de nomes próprios; evitar a separação de palavras de língua estrangeira.
f) pleonasmo. Trata-se de repetição de termos que, em certos casos, têm emprego legítimo, para conferir à expressão mais força, mais vigor, ou mesmo por questão de clareza. Na frase Conheça-te a ti mesmo, atribuída a Sócrates, a redundância (te = a ti) produz inegável efeito retórico. À exceção desses casos, o pleonasmo constitui vício inadequado na linguagem formal.
Observe o fragmento a seguir:
Não provado o dano supostamente sofrido, nem tampouco o nexo de causalidade entre a causa alegada e o prejuízo, impossível o deferimento de indenização compensatória pleiteada. Recurso ordinário improvido.
Pode-se observar o emprego da construção nem tampouco. A expressão “tampouco” já tem sentido negativo e equivale a também não. O emprego da segunda negativa (nem) é, portanto, redundante. Aproveito para explicar que a expressão “tampouco” deve ser empregada após oração negativa, da qual deve ser separada por vírgula. Observe exemplo adequado: Não provou o dano, tampouco o nexo de causalidade.
Segue lista de pleonasmos viciosos: abertura inaugural, acordo amigável, adiar para depois, apenas tão só (apenas tão somente), apertada síntese, breve alocução, cada um dos participantes, compartilhar com, criar novos cargos, deferimento favorável, detalhe minucioso, elo de ligação, e nem, encarar de frente, erário público, exceder em muito, expectativa futura, experiência anterior, expressamente proibido, exultar de alegria (de felicidade), fato verídico, frequentar constantemente, ganhar grátis, há dois anos atrás, habitat natural, outra alternativa, panorama geral, peculiaridade própria, pessoa humana, planejar antecipadamente, prever antes (antecipadamente), prosseguir adiante, reincidir novamente, repetir de novo (outra vez), superávit, positivo, supracitado acima (anteriormente), surpresa inesperada, todos foram unânimes, tornar a repetir, totalmente lotado
g) chavão. É lugar comum, clichê. É o que se faz, se diz ou se escreve por costume. De tanto ser repetido, o chavão perde a força original, envelhece o texto. Recorrer a eles poderá denotar falta de imaginação, preguiça ou pobreza vocabular. Por isso, deve-se procurar evitá-los. Exemplos de chavões:
a cada dia que passa
a olhos vistos
abrir com chave de ouro
acertar os ponteiros
ao apagar das luzesassolar o país
astro-rei (sol)
baixar a guarda
cair como uma bomba
calor escaldante
crítica construtiva
depois de longo e tenebroso
inverno
dizer cobras e lagartos
em sã consciência
estar no fundo do poço
hora da verdade
inflação galopante
inserido no contexto
mestre Aurélio (dicionário)
obra faraônica
óbvio ululante
parece que foi ontem
passar em brancas nuvens
perda irreparável
perder o bonde da história
pomo da discórdia
silêncio sepulcral
singela homenagem
tábua de salvação
vaias estrepitosas
voltar à estaca zero
2
_____________________________
Normatizações e padronizações
2.1 Elementos normativos
Artigo
O artigo é a unidade básica para apresentação, divisão ou agrupamento de assuntos num texto legal. Pode desdobrar-se “em parágrafos ou em incisos; os parágrafos em incisos; os incisos em alíneas e as alíneas em itens”. (Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998, art. 10, II.) 
Emprega-se a palavra artigo: 
a) na forma abreviada (art.), seguida do ordinal até o art. 9o , dispensando-se o ponto entre o numeral e o texto. A partir do art. 10, emprega-se o cardinal, seguido de ponto: 
Art. 5o Nas eleições proporcionais (...).
Art. 10. Cada partido poderá registrar (...). 
b) por extenso, se vier empregada em sentido genérico ou desacompanhada do numeral: Fez referência ao artigo anterior da lei. 
O texto de um artigo inicia-se por maiúscula e encerra-se por ponto-final. Quando se subdivide em incisos, a disposição principal, chamada caput (do latim, cabeça), encerra-se por dois-pontos e as subdivisões encerram-se por ponto-e-vírgula, exceto a última, que terminará por ponto-final.
Em citações, emprega-se a forma abreviada art., seguida de algarismo arábico e do símbolo de numeral ordinal até o nove: O fundamento é o art. 5º da Constituição. A partir do número dez, emprega-se apenas o algarismo arábico correspondente: Fizemos referência ao art. 10.
Parágrafos
Os parágrafos são divisões imediatas do artigo e podem conter explicações ou modificações da proposição anterior. São representados pelo sinal gráfico §, forma entrelaçada dos esses iniciais da expressão latina signum sectionis (sinal de seção, corte). 
Usa-se o sinal gráfico §: 
a) antes do texto do parágrafo, quando seguido de número. Emprega-se o ordinal até o nono, dispensando-se o ponto entre o numeral e o texto. A partir do § 10, emprega-se a numeração cardinal, seguida de ponto: 
§ 1o Qualquer cidadão no gozo de seus direitos políticos poderá (...).
§ 11. A violação do disposto neste artigo sujeita (...).
b) nas citações e referências bibliográficas:
Agiu nos termos do art. 37, § 4o, da Constituição Federal. 
Emprega-se o sinal gráfico duplo §§, quando seguido de número, indicando mais de um parágrafo: O art. 32 e seus §§ 4o e 5o esclarecem o assunto. 
Usa-se a palavra parágrafo por extenso quando:
 	a) o parágrafo for único:
Art. 43. É permitida (...)
Parágrafo único. A inobservância dos limites estabelecidos (...);
A forma p. único somente será usada nas referências, entre parênteses: (art. 32, p. único, do Código Eleitoral). 
b) o sentido for vago, indeterminado, e estiver desacompanhado do número: 
Isso se refere ao parágrafo anterior. 
O texto de um parágrafo inicia-se por maiúscula e encerra-se por ponto-final. Quando se subdivide em incisos, empregam-se dois-pontos antes das subdivisões, que se separam por ponto-e-vírgula, exceto a última, terminada por ponto-final. 
Incisos
Os incisos são usados como elementos discriminativos do caput de um artigo ou de um parágrafo. Eles vêm após dois-pontos, são indicados por algarismos romanos, seguidos de travessão e separados por ponto-e-vírgula, exceto o último, que se encerra por ponto-final. As iniciais dos textos dos incisos são minúsculas: 
“Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os tribunais regionais eleitorais;
III – os juízes eleitorais;
IV – as juntas eleitorais” (Constituição Federal).
Quando citado em ordem direta, o inciso deve ser grafado por extenso: a alínea c do inciso V (...). Na ordem indireta, o nome inciso pode ser suprimido: o art. 67, IX, c, do Regimento Interno.
Alíneas
As alíneas são desdobramentos dos incisos e vêm indicadas por letras minúsculas seguidas de parênteses. Quanto às iniciais e à pontuação dos textos das alíneas, empregam-se as mesmas regras dos incisos: 
“Art. 14. (...) 
§ 1o O alistamento eleitoral e o voto são: 
	I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II – facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos” (Constituição Federal). 
Quando citada em ordem direta, a alínea deve ser grafada por extenso: a alínea c do inciso V (...). Na ordem indireta, o nome alínea pode ser suprimido: o art. 67, IX, c, do Regimento Interno.
Itens
Os itens são desdobramentos das alíneas e vêm indicados por algarismos arábicos. As letras iniciais e a pontuação dos textos dos itens seguem o padrão dos incisos: 
“Art. 1o São inelegíveis: 
(...) 
II – para presidente e vice-presidente da República: 
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções: 
1 – os ministros de Estado; 
2 – os chefes dos órgãos (...)” (Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990). 
Observações:
b) Por ser um termo latino, caput deve ser destacado (itálico ou negrito): O caput do art. 91 da Constituição. Quando citado na ordem indireta, deve vir entre vírgulas: O art. 91, caput, da Constituição.
c) Alguns manuais de redação oficial orientam a não empregar a abreviatura de número. Assim, indicam: Lei 6.368/1976; Resolução 3/1999.
2.2 Pontuação com elementos normativos
Ao citar referências de elementos articulados, geralmente surgem dúvidas em relação ao uso de vírgulas. Vamos esclarecer:
a) ordem direta crescente, ligada pela preposição “de”, não recebe vírgula: 
O processo está baseado nos incisos I e II do artigo 226 do Código Penal. 
O advogado recorreu com base na alínea “d” do inciso III do artigo 593 do Código de Processo Penal. 
A autorização está fundamentada corretamente com base na alínea “b” do inc. II do art. 10 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.
Observe que, no último exemplo, a vírgula aparece somente por causa da data.
b) sequência em ordem indireta, mesmo com a preposição “de”, é separada por vírgula. 
Tal situação é regulada no art. 302, inc. III, do Código de Processo Penal. 
O art. 5o, inc. XXXVI, da Constituição de 1988 repete a regra do art. 153, § 3o, da Constituição de 1967.
Erros comuns:
A art. 14, “b” do Código de Processo Penal (faltou a vírgula após a alínea).
O art. 14, do Código de Processo Penal (não existe a vírgula após o número do artigo, pois está na ordem crescente).
2.3 Pontuação em atos normativos
Dúvida comum é a existência ou não de vírgula antes da data do ato normativo:
A Portaria 8, de 20 de março de 2008 (com vírgula).
A Portaria 8 de 20 de março de 2008 (sem vírgula).
Há duas situações específicas:
a) algumas instituições numeram seus atos normativos de forma contínua. A numeração segue sequência de ano para ano. Se a última portaria publicada em dezembro foi número 18. Em janeiro do ano seguinte será 19. Assim, só existe uma portaria com cada número naquela instituição. A data que aparecerá em seguida indicará ideia explicativa. 
b) outros órgãos optam por iniciar a cada ano nova numeração e retornam ao número 1 em janeiro sempre. Assim, existem diversas portarias 1, 2, 3, 4 etc. A data a seguir indicará ideia restritiva, pois indicará exatamente a que portaria se refere.
Em nosso idioma, ideia explicativa deve aparecercom vírgula. Por isso, deve-se colocar vírgula no caso dos atos normativos publicados pelas instituições que seguem o primeiro caso:
Portaria 168, de 14 de junho de 2007 (só existe uma portaria com esse número na instituição).
Nas instituições que seguem o segundo caso, a ideia passa a ser restritiva e não pode ocorrer a vírgula.
Portaria 20 de 16 de outubro de 2005 (existem outras portarias com o número 20 na instituição. A ausência da vírgula indica ideia restritiva).
2.4 Referência a texto legal
A primeira referência a texto legal deve ser feita por extenso: Lei nº 8.177, de 1o de março de 1991. Nas seguintes, pode-se empregar a forma reduzida: Lei n° 8.177, de 1991 ou Lei nº 8.177/ 91. Portaria nº 10, de 20 de março de 2004. Nas seguintes: Portaria nº 10/2004.
Usa-se inicial maiúscula e por extenso quando há referência expressa a um diploma legal: Lei nº 8.112; Portaria nº 28; Resolução nº 113; Decreto-Lei nº 2.354. Em sentido generalizado, usa-se com inicial minúscula: A lei é a fonte imediata da justiça em um país.
Quando se tratar de referência à legislação, colocada entre parênteses, a expressão pode ser abreviada: O referido dispositivo (DL 2.354/92).
2.5 Nomenclatura dos feitos
Em sentido generalizado, as iniciais devem ser minúsculas: O mandado de segurança é o remédio adequado para. Deverão ser usadas iniciais maiúsculas quando se tratar de um julgado específico: O Agravo de Instrumento nº 89.01.07582-6/MG. Habeas Corpus nº 90.01.02123-7/RO.
2.6 Pronomes de tratamento
O conhecimento adequado no uso dos pronomes de tratamento é fundamental em instituições públicas. É necessário atenção para o seu uso em três momentos distintos: no vocativo, no corpo do texto e no endereçamento. 
Grafia
Não se devem abreviar os pronomes de tratamento no endereçamento, no encaminhamento, no vocativo e em comunicações dirigidas a altas autoridades dos Poderes da República e a altas autoridades eclesiásticas. A forma por extenso demonstra maior respeito e deferência, sendo, pois, recomendável em correspondência mais formal ou cerimoniosa.
Na correspondência interna, nada impede que se abrevie a forma de tratamento no texto. Entretanto, é mais conveniente que se utilizem as formas por extenso por serem mais elegantes e mais adequadas à norma culta da língua portuguesa. 
Concordância com o pronome de tratamento
Vossa: é empregado para a pessoa com quem se fala, a quem se dirige a correspondência. 
Sua: é empregado para a pessoa de quem se fala.
Concordância de pessoa
Os pronomes de tratamento, embora se refiram à pessoa com quem se fala, concordam com a terceira pessoa. O verbo concorda com o substantivo que integra a locução: Vossa Senhoria saberá encaminhar o problema. Também os pronomes possessivos referentes a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa: Solicito que Vossa Senhoria encaminhe seu pedido (e não vosso pedido).
Concordância de gênero
Faz-se a concordância não com o gênero gramatical, mas com o sexo da pessoa representada pelo pronome de tratamento. Ex.: Vossa Senhoria será arrolado como testemunha; Vossa Excelência será informada imediatamente sobre a solução dada ao caso; Diga a Sua Excelência que nós o aguardamos no aeroporto.
Excelência ou Senhoria
São tratados por “excelência”:
Poder Executivo
Presidente da República
Vice-Presidente da República
Ministros de Estado
Secretário-Geral da Presidência da República
Consultor-Geral da República
Advogado-Geral da União
Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas
Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República
Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República
Secretários da Presidência da República
Procurador-Geral da República
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal
Chefes de Estado-Maior das Três Armas
Oficiais-Generais das Forças Armadas
Embaixadores
Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministérios
Secretários de Estado dos Governos Estaduais
Prefeitos Municipais
Poder Legislativo
Presidente, Vice-Presidente e membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
Presidente e membros do Tribunal de Contas da União
Presidentes e membros dos tribunais de contas estaduais
Presidentes e membros das assembleias legislativas estaduais
Presidentes das câmaras municipais
Poder Judiciário
Presidente e membros do Supremo Tribunal Federal
Presidente e membros do Superior Tribunal de Justiça
Presidente e membros do Superior Tribunal Militar
Presidente e membros do Tribunal Superior Eleitoral
Presidente e membros do Tribunal Superior do Trabalho
Presidente e membros dos tribunais de justiça
Presidente e membros dos tribunais regionais federais
Presidente e membros dos tribunais regionais eleitorais
Presidente e membros dos tribunais regionais do trabalho
Juízes de Direito, Juízes Federais, Juízes do Trabalho, Juízes Eleitorais, Juízes Militares,
Juízes-Auditores Militares
Procurador-Geral do Estado
Procurador de Estado
Membros do Ministério Público (Procuradores da República, Procuradores do Trabalho, Procuradores da Justiça Militar, Promotores da Justiça Militar, Procuradores de Justiça, Promotores de Justiça, Promotores de Justiça Adjuntos) Membros da Defensoria Pública (Defensores Públicos)
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal,
	
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,
No envelope (e no endereçamento em documentos como ofício) das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência terá a seguinte forma:
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70064-900 - Brasília-DF
A Sua Excelência o Senhor
Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70165-900 – Brasília/DF
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Juiz de Direito da 10ª Vara Cível
Rua ABC, nº 123
01010-000 – São Paulo/SP
Alguns órgãos apresentam o endereçamento com a substituição do “A Sua Excelência o Senhor” por “Excelentíssimo Senhor”.
 
Ao Excelentíssimo Senhor
Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
70064-900 - Brasília-DF
Ao Excelentíssimo Senhor
Senador Fulano de Tal
Senado Federal
70165-900 – Brasília/DF
Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e para particulares. O vocativo adequado é:
Senhor Fulano de Tal,
No envelope, deve constar do endereçamento:
Ao Senhor
Fulano de Tal
Rua ABC, nº 123
70123-000 – Curitiba-PR
Observações:
1. O Manual do Supremo recomenda não abreviar os pronomes de tratamento em comunicações dirigidas a altas autoridades dos Poderes da República e a altas autoridades eclesiásticas. A forma por extenso demonstra maior respeito e deferência, sendo, pois, recomendável em correspondência mais formal ou cerimoniosa.
2. A forma Vossa Magnificência é empregada em comunicações dirigidas a reitores de universidade. Corresponde-lhe o vocativo “Magnífico Reitor”.
3. Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a hierarquia eclesiástica, são: Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O vocativo correspondente é “Santíssimo Padre”. Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo “Eminentíssimo Senhor Cardeal” ou “Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal”. Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos.Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
4. Fica dispensado o emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. 
5. Doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações.
6. Formas de tratamento consagradas na linguagem jurídica:
Substantivo				Adjetivo
Acórdão				Venerando Acórdão
Câmara				Colenda Câmara
Defensor				Nobre Defensor
Juiz					Meritíssimo Juiz
Juízo					Digníssimo Juízo
Julgador				Ínclito Julgador
Patrono				Culto Patrono
Promotor				Nobre Promotor
Relator				Culto Relator
Sentença				Respeitável Sentença
7. Observe quadro demonstrativo das formas de tratamento elaborado pelo Manual de Padronização de textos do STJ.
Incluir anexo 1
2.7 Fechos para comunicações oficiais
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria nº 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, padronizou-se somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República:
Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior:
Atenciosamente,
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores.
O título de representante diplomático ou cônsul não deve preceder o nome da pessoa. Assim, escreva: o Senhor José da Silva, Embaixador do Brasil na Itália; o Senhor José da Silva, Cônsul da Itália.
2.8 Identificação do signatário
As comunicações devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, com exceção daquelas assinadas pelo Presidente da República. Isso facilita a identificação da origem das comunicações. Abaixo do nome de quem assina, coloca-se o cargo ou função que o signatário ocupa na organização. A forma da identificação deve ser a seguinte:
(espaço para assinatura)
José da Silva
Secretário-Geral
(espaço para assinatura)
JOSÉ DA SILVA
Ministro de Estado da Justiça
(espaço para assinatura)
JOSÉ DA SILVA
Secretário de Administração
Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Pará
O nome do signatário pode ser apresentado com apenas as iniciais maiúsculas ou com todas as letras maiúsculas. A tendência é o emprego apenas das iniciais maiúsculas. O cargo, no entanto, deve apresentar apenas as iniciais maiúsculas. Evite-se, portanto:
José da Silva
MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA
ou
JOSÉ DA SILVA
MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA
Recomenda-se não deixar a assinatura em página isolada do expediente. Transfiram-se para essa página ao menos as duas linhas anteriores ao fecho.
Fazer uso do traço para a assinatura é considerado deselegante, porque supõe a necessidade de “demarcar” um campo para o “correto” preenchimento pelo subscritor. Dessa forma, em qualquer documento esse procedimento é dispensável.
Observação: Em alguns documentos que normalizem situações administrativas internas do próprio órgão (ato regulamentar, instrução normativa, ordem de serviço, portaria e resolução), não se especifica o cargo junto ao nome e à assinatura, visto que aquele já vem destacado no início do documento.
2.9 Data
As datas devem ser grafadas com as seguintes normas, estabelecidas pelo Decreto 4.176, de 28 de março de 2002 e consagradas em textos jurídicos:
1. a localidade não pode sofrer abreviatura; 
2. a unidade da federação não é obrigatória; 
3. o primeiro dia é sempre ordinal. Não existe zero antes do número 2 ao 9; 
4. o mês é minúsculo e por extenso; 
5. não existe ponto entre o milhar e a centena no ano: 2012 (não: 2.012); 
6. nos casos em que for cabível o uso da data abreviada (nunca na data do documento), não se deve pôr zero à esquerda do número no dia e no mês: 5/6/2012 (não: 05/06/2012); 
7. no interior do texto, as datas e os anos podem ser escritos de forma plena ou abreviada. No entanto, em órgãos públicos, a preferência é pela forma extensa. O primeiro dia do mês é designado com ordinal também. O Brasil proclamou a independência em 7 de setembro de 1822. Entre 1986 e 1988, o Congresso elaborou a atual Constituição brasileira, assinada em 8 de outubro de 1988.O Brasil foi campeão mundial de futebol em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. O documento foi assinado em 1º de abril de 2004; 
8. se a data não estiver centralizada, indica-se o uso de ponto final. Brasília, 1º de junho de 2010. Brasília, 2 de junho de 2010. Brasília-DF, 27 de junho de 2010; 
9. datas que se tornaram efemérides são escritas por extenso: O Sete de Setembro, o Quinze de Novembro, o Dois de Julho. Mas (dia 1º): o 1º de Janeiro, o 1º de Maio; 
10. as décadas podem ser mencionadas sem a referência ao século (salvo quando houver possibilidade de confusão). O “milagre econômico” da década de 70. Os anos 20 foram fortemente influenciados pela Semana de Arte Moderna de 1922. Na década de 1850.
2.10 Numeração de documentos
Os documentos devem ser numerados em ordem crescente cronológica ou, em situações especiais, de acordo com critério estabelecido pelo emissor. Deve-se reiniciar a numeração a cada ano, a partir do número 1: Memorando nº 8 / DGE.
A numeração é um dos indicadores de recuperação do documento. Consiste, portanto, em informação que deve ser registrada com atenção, para evitar a atribuição de um mesmo número a documentos diversos.
2.11 Folhas de continuação
Recomenda-se, principalmente em atos oficiais administrativos, indicar as folhas de continuação com, no mínimo, as seguintes informações, entre parênteses: número respectivo da folha sequencial, tipo do ato com a sua numeração institucional e data. Exemplo: (Fl. 2 do Ofício nº 194 / GP, de 18.3.09). As folhas sequenciais não devem trazer o timbre apresentado na primeira página.
2.12 Horas
1. O símbolo de horas é “h”, o de minutos é “min” e o de segundos é “s”, sem ponto nem “s” indicativo de plural, sem espaço entre o número e o símbolo. 
2. Na menção de horas apenas, não se usa o símbolo, mas a palavra hora(s), por extenso: Encontro você às 14 horas.
 
3. Na menção de horas e minutos, usa-se o símbolo de horas, mas não há necessidade de incluir o símbolo de minutos: Encontro você às 14h30.
4. Na menção de horas, minutos e segundos, usam-se os símbolos de horas e minutos, mas não há necessidade de incluir o símbolo de segundos: Encontro você às 14h30min22.
5. Em referência a horas, não se usa zero antes do numeral.
Observações: 
a) Quando a referência for a período de tempo e não a hora, não se usa o símbolo, mas as palavras hora(s), minuto(s), segundo(s), por extenso. Recomenda-se, também, não usar algarismo: 
A reunião se estendeu por quatro horas e vinte minutos. 
A viagem dura dezoito horas. 
O terremoto começou às 10h35min22 e durou quarenta e três segundos. 
b) Na linguagem formal devem-se seguir as instruções anteriores, mesmo que a leitura não corresponda exatamente à grafia: 
A sessão terminou às 12h30 (na leitura: às doze horas e trinta minutos; às doze e trinta; ao meio dia e meia).
c) As regras não se aplicam quando, em linguagem estritamente técnica, não corresponderem à praxe ou a instruçõesespecíficas. 
2.13 Siglas, abreviaturas e símbolos
2.13.1 Siglas
As siglas são empregadas para evitar a repetição de palavras e expressões no texto. Na primeira citação, a expressão designada deve vir escrita por extenso, de forma completa e correta, sempre antes da sigla ou do acrônimo respectivo, que deve estar entre parênteses ou travessões e em letras maiúsculas Exemplos: O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem mais uma medida restritiva. A discussão do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) pela Câmara ainda promete alongar-se por muito tempo.
1. Pode-se dispensar a parte por extenso apenas para a representação do nome dos partidos políticos, das empresas privadas ou quando a forma abreviada já se tornou sinônimo do próprio nome: PSDB, Bradesco, FGTS. Em caso de dúvida, prefira transcrever o significado da sigla.
2. Não se usam aspas nem pontos de separação entre as letras que formam a sigla.
3. Com sigla empregada no plural, admite-se o uso de “s” (minúsculo) de plural, sem apóstrofo: os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais), 300 UPCs, 850 Ufirs (não: TRE’s, Ufir’s). Esta regra não se aplica a sigla terminada com a letra s, caso em que o plural é definido pelo artigo: os DVS (Destaques para Votação em Separado). O plural também pode ser feito pela duplicação das letras. Ex.: EEUU (Estados Unidos), HHCC (Habeas Corpus), RREE (Recursos Extraordinários).
Maiúscula e minúscula em siglas
1. Siglas formadas por até três letras são grafadas com maiúsculas: ONU, PIS, OMC. Não se deve fazer divisão silábica de sigla grafada em letras maiúsculas.
2. Siglas formadas por quatro ou mais letras, cuja leitura seja feita letra por letra, são grafadas com maiúsculas: PMDB, INPC, INSS.
3. Siglas formadas por quatro ou mais letras que formem palavra pronunciável são grafadas preferencialmente como nome próprio (apenas a primeira letra é maiúscula): Otan, Unesco, Petrobras.
4. Siglas em que haja leitura mista (parte é pronunciada pela letra e parte como palavra) são grafadas com todas as letras em maiúsculas: DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes), Veículos Automotores de Via Terrestre), HRAN (Hospital Regional da Asa Norte). 
5. No caso de siglas consagradas que fogem às regras acima, deve-se obedecer à sua grafia própria: CNPq (Conselho Nacional de Pesquisas), MinC (Ministério da Cultura), UnB (Universidade de Brasília). As letras minúsculas são abreviaturas e não devem ser confundidas com as letras das siglas.
6. Siglas que não mais correspondam com exatidão ao nome por extenso também devem ser acatadas, se forem as siglas usadas oficialmente: Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), MEC (Ministério da Educação).
7. A sigla de órgãos estrangeiros formam-se com as letras da tradução do nome do órgão em português, quando essa denominação é usual. Ex.: ONU (Organização das Nações Unidas), FMI (Fundo Monetário Internacional), Bird (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento). Caso a denominação não seja usual em nosso idioma, a sigla dos órgãos estrangeiros formam-se com as letras do nome do órgão na língua estrangeira quando a tradução portuguesa não é usual. Ex.: Nafta (North America Free Trade Agreement/Acordo de Livre Comércio da América do Norte), Unesco (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization/Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
8. A identificação de siglas pode ser pesquisada na obra Siglas brasileiras, publicada pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciências e Tecnologia – IBICT.
9. O Supremo Tribunal Federal padronizou algumas siglas de uso no âmbito da Corte a fim de facilitar as comunicações e a inclusão de dados nos sistemas eletrônicos (Resolução 230/2002 e Instrução Normativa 26/2005, que se referem às classes processuais e às unidades da estrutura orgânica da Casa).
Siglas dos processos
AC – Ação Cautelar
ACO – Ação Cível Originária
ADC – Ação Declaratória de Constitucionalidade
ADI – Ação Direta de Inconstitucionalidade
AO – Ação Originária
AOE – Ação Originária Especial
AP – Ação Penal
AR – Ação Rescisória
Ag – Agravo
AI – Agravo de Instrumento
AgR – Agravo Regimental
ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
AS – Arguição de Suspeição
CR – Carta Rogatória
Cm – Comunicação
CC – Conflito de Competência
ED – Embargos de Declaração
EDv – Embargos de Divergência
EI – Embargos Infringentes
Ext – Extradição
HC – Habeas Corpus
HD – Habeas Data
Inq – Inquérito
IF – Intervenção Federal
MI – Mandado de Injunção
MS – Mandado de Segurança
MC – Medida Cautelar
Pet – Petição
PPE – Prisão Preventiva para Extradição
PA – Processo Administrativo
QO – Questão de Ordem
Rcl – Reclamação
RC – Recurso Criminal
RHC – Recurso em Habeas Corpus
RHD – Recurso em Habeas Data
RMI – Recurso em Mandado de Injunção
RMS – Recurso em Mandado de Segurança
RE – Recurso Extraordinário
RvC – Revisão Criminal
SE – Sentença Estrangeira
SEC – Sentença Estrangeira Contestada
SL – Suspensão de Liminar
SS – Suspensão de Segurança
STA – Suspensão de Tutela Antecipada
10. Siglas mais comuns
A
ABA – Associação Brasileira de Anunciantes.
Abap – Associação Brasileira de Agências de Publicidade.
Abecip – Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança.
Abert – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão.
ABI – Associação Brasileira de Imprensa.
Abifarma – Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica.
Abin – Agência Brasileira de Informações
ABL – Academia Brasileira de Letras
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ADCT – Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
AEB – Agência Espacial Brasileira, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
AGU – Advocacia-Geral da União
Aids – AcquiredImmunologicalDeficiencySyndrome (Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida).
Ajuris – Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul
ALA – American Library Association/Associação Americana de Bibliotecas
Alca – Área de Livre Comércio das Américas
Amagis – Associação dos Magistrados
Amatra – Associação dos Magistrados do Trabalho
AMB – Associação Médica Brasileira ou Associação dos Magistrados Brasileiros
ANA – Agência Nacional de Águas
Anac – Agência Nacional de Aviação Civil
Anamatra – Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho
Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações
ANC – Assembleia Nacional Constituinte
Ancine – Agência Nacional de Cinema e Vídeo
Andes – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior.
Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica
Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
ANJ – Associação Nacional de Jornais.
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
ANS – Agência Nacional de Saúde
Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ANVS – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, vinculada ao Ministério da Saúde.
Apae – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.
Apec – Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico.
B
Bacen ou BC – Banco Central do Brasil
BB – Banco do Brasil
BCN – Banco Central Europeu. European Central Bank (ECB), com sede em Frankfurt, Alemanha.
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
Bird – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento
BIS – Banco para Compensação Internacional
BM&F – Bolsa Mercantil e de Futuros
BMJ – Boletim do Ministério da Justiça
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Bovespa – Bolsa de Valores do Estado de São Paulo.
BRB – Banco de Brasília
C
Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica
Cadin – Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal
CAN – Correio Aéreo Nacional
Capes – Coordenação

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