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CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA AUTOMAÇÃO DA PRODUÇÃO Eduardo Breviglieri Pereira de Castro 1. Introdução à Automação Industrial Este texto introduz o leitor aos conceitos de sistemas automatizados e à integração de vários dispositivos. Apresenta uma perspectiva geral do que é um sistema, quais os componentes envolvidos, e como os dispositivos são integrados, fornecendo uma base sólida o restante dos tópicos da apostila. VISÃO GERAL DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL Um sistema automatizado é uma coleção de dispositivos que trabalham junto para realizar tarefas ou produzir um produto ou uma família dos produtos. Um automóvel, para o exemplo, é um sistema automatizado. O automóvel tem um cérebro eletrônico para receber entradas dos vários sensores e para controlar as saídas que regulam a operação do motor e outras funções tais como o sistema antibloqueio do freio. Um sistema de alarme residencial é um outro sistema automatizado. Seu controle recebe a entrada dos sensores e dos interruptores situados em portas e as janelas da casa. Se este controle receber um sinal que uma porta ou uma janela estiveram abertas, soa o alarme e a polícia é acionada. Os sistemas automatizados industriais podem ser uma máquina ou um grupo das máquinas chamadas de célula. Os dispositivos incluem aqueles que produzem realmente o produto e que fornecem suporte, controle, e realimentação do sistema. Os quatro tipos básicos de dispositivos em uma célula são produção, suporte, controle e retroalimentação. DISPOSITIVOS DE PRODUÇÃO Os dispositivos da produção podem incluir robôs, máquinas do controle numérico computadorizado (CNCs), dispositivos pesados de automação, e assim por diante. Os dispositivos da produção agregam valor ao produto. Executam processos de manufatura tais como usinagem, montagem, solda, pintura, e outros processos para dar forma a uma peça completa. Esta figura mostra uma célula automatizada simples com diversos dispositivos. A célula tem uma transportadora para mover material para dentro e fora da célula, um robô para mover o material entre dispositivos na célula, uma máquina de CNC para usinar as peças, um dispositivo pesado de automatização para uma tarefa especial, um sistema de visão para inspecionar as peças, alguns sensores para detectar as peças, e um controlador da célula para integrar e controlar todos os outros dispositivos. Note que todos os dispositivos estão conectados ao controlador da célula. Robôs Os robôs são usados para muitas funções em uma célula incluindo tarefas repetitivas tais como mover e posicionar as peças entre dispositivos e tarefas da produção tais como soldagem. Os robôs são muito bons para tarefas repetitivas. São rápidos e precisos. Cada um dos diversos tipos de robô - elétrico, pneumático e hidráulico - tem suas próprias vantagens. Os robôs pneumáticos são bons para tarefas simples como posicionamento de partes entre dispositivos. Os robôs pneumáticos são baratos, rápidos e precisos, mas possuem algumas limitações. Não são bons para tarefas complexas e são muito limitados no número das posições que podem se mover. Robôs elétricos, que são muito versáteis, são usados posicionando, soldando e em muitas outras tarefas. Os robôs elétricos são rápidos e precisos, mas são muito mais caros do que robôs pneumáticos. Os robôs hidráulicos são bons para a pintura e aplicações pesadas. São rápidos e podem mover-se suavemente, tornando-os eficazes para aplicações de pintura. São também bons para as aplicações perigosas em que uma faísca elétrica poderia causar uma explosão. Integração do Robô: Os robôs são relativamente fáceis de programar e integrar em células. Muitos robôs são movidos simplesmente para cada posição e uma chave é usada ensinar cada posição. Outros robôs são programados usando linguagens especializadas para robótica. Os robôs têm entradas digitais (on/off) e saídas digitais (I/0). Estas entradas e saídas são conectadas facilmente aos dispositivos do controle tais como PLCs, computadores ou outros dispositivos. A maioria de células robotizadas esperam uma entrada para dizer ao robô o que fazer. Ele então executa uma tarefa e emite uma saída a um controlador da célula para dizer ao dispositivo de controle que terminou a tarefa e está esperando outras instruções. Esta troca das entradas e das saídas entre dispositivos é chamada “handshaking” (aperto de mão). Computer Numerical Control Equipment (CNC) As máquinas do CNC são as máquinas cujos movimentos e as ações são controladas por um computador. Podem ser processos de manufatura, tornos e fresas; máquinas de calandragem; máquinas para perfurar o metal; máquinas de descarga elétrica (EDMs), as quais usam um fio ou um eletrodo e faíscas elétricas para cortar metais; máquinas de fabricar molas; e máquinas a laser ou plasma corte de metais. As máquinas de CNC são programadas com códigos e números simples. Os códigos dizem à máquina que tipo de função a executar, e os números dizem-no quão distante mover-se. Um exemplo é N0025 M06 T5 (NO025 é um número de linha, M06 indica mudança de ferramenta, T5 significa a ferramenta 5), que diz a máquina de CNC para mudar para a ferramenta número 5. As máquinas de CNC têm também I/0 digital disponível para falar ao dispositivo do controle. Esta figura mostra como um robô se comunica com um PLC. Uma saída digital do robô transforma-se em uma entrada ao PLC. Uma saída digital do PLC transforma-se uma entrada ao robô. Dispositivos Pesados Automatizados para Produção Um dispositivo pesado automatizado é projetado geralmente para uma finalidade específica e em conseqüência, tem pouca flexibilidade. Quando o produto que produz deixa de ser manufaturado, o dispositivo normalmente torna-se inútil. Os dispositivos pesados automatizados podem ser projetados para serem usados como dispositivos de produção ou como dispositivos de suporte ou apoio. Exemplo de dispositivo pesado automatizado. EQUIPAMENTOS DE SUPORTE OU APOIO Equipamentos de apoio podem incluir sistemas de armazenamento automatizado/fornecimento automatizados (AS/RS), transportadores, dispositivos pesados automatizados e assim por diante. Equipamentos AS/RS são usados para o armazenamento e o fornecimento de material bruto, produtos em-processamento e produtos terminados. Computadores controlam estes dispositivos de armazenamento automatizados. O computador sabe que áreas estão cheias e vazias e decide onde armazenar o produto. O uso do computador assegura também que o produto mais velho no armazenam seja usado primeiramente. Um típico sistema AS/RS tem três eixos de movimento: um eixo-x que se move ao longo do assoalho, um eixo-y para movimento sobe/desce, e um eixo-z para movimentar para dentro e para fora habilitando-o a pôr o produto na área de armazenamento. Transportadores Os transportadores são usados para mover o produto entre células e processos e classificar o produto. Isto significa que usando sensores ou leitores simples do tipo código de barra, um transportador pode ser usado para enviar o produto ao lugar certo, detectando que tipo de produto está presente. Dispositivos Pesados Automatizados como Equipamentos de Apoio Os equipamentos pesados automatizados são projetados geralmente para executar somente uma tarefa que apresenta elevada produção. Entretanto, um dispositivo teste tipo pode ser usado para alimentar ou alinhar peças. Neste caso. são usados quando um método flexível seria mais caro de implementar. Um exemplo é um alimentador do tipo cesta-vibratória, que é um recipiente que vibra. As peças se movem para cima por causa das vibrações e são alinhadas. Peças que não são alinhadas caem d volta para a cesta. Paleteiras Paleteiras são usadas para pegar caixas de uma célula e embalá-las em um pallet que contem muitas caixas. A Paleteira também envolve as caixas com plástico para prendê-las juntas e para protegê-las parao transporte. Uma paleteira pode ser considerado um dispositivo pesado automatizado porque é geralmente usada para um trabalho específico. Robôs, que podem ser programados para manipular vários produtos e vários tipos da carga, podem ser considerados um tipo de paleteira mais flexível. DISPOSITIVOS DE CONTROLE Programmable Logic Controllers (PLCs) Um PLC é o tipo o mais comum de controlador de célula; coordena todos os dispositivos restantes. O PLC é como o cérebro da célula. É um computador projetado para ser facilmente utilizado por eletricistas e técnicos. É programado em uma linguagem chamada lógica ladder, que lembra os diagramas que eletricistas e técnicos compreendem. Um PLC é também útil para integrar e controlar outros dispositivos. Lógica pneumática e hidráulica Sistemas simples com flexibilidade limitada podem ser projetados para serem controlados por lógica pneumática ou hidráulica. DISPOSITIVOS DE REALIMENTAÇÃO Sensores Os sensores estão disponíveis para quase todo tipo de aplicação. Os sensores são como os olhos, orelhas e o tato de uma célula. Fornecem realimentação ao dispositivo de controle para lhe informar o que está acontecendo na célula. Os sensores podem ser do tipo digitais simples (on/off) ou do tipo analógico mais complexo, que fornece uma saída que seja proporcional à entrada. Um exemplo é um sensor usado medir a temperatura. Um sensor analógico solta uma corrente diferente para cada temperatura e fornece mais informação do que um do tipo digital, mas é mais caro. Os sensores digitais simples são os mais comuns. Incluem foto-sensores, sensores indutivos para detecção de objetos de metal, sensores capacitivos usados para detecção de qualquer objeto, sensores ultra-sônicos para detectar objetos ou a distância ao objeto usando o som e interruptores de alcance simples. Sensores que encostam no produto são chamados sensores de contato. Sensores que não tocam no produto, como foto-sensores, são chamados no-contact, ou de proximidade. Os sensores eletrônicos (no-contact) são sensores de maior confiabilidade e velocidade de resposta do que os mecânicos (sensores de contato). Sistemas de Visão Os sistemas de visão são usados para inspecionar a qualidade de um produto. A inspeção pode ser usada para verificar e assegurar que todos os componentes estão presentes em uma placa de circuito impressa, para medir o tamanho do produto ou para ler etiquetas e assegurar que estão completas e precisas. Os sistemas da visão estão tendo seu uso e importância aumentados na indústria. São muito mais precisos do que seres humanos para executar tarefas repetitivas da inspeção. Operação do Sistema de Visão: Os sistemas de visão baseiam-se no contraste para tomar decisões. Uma imagem feita com uma câmera é analisada pelo computador. A iluminação do objeto é muito importante porque a maioria de sistemas da visão podem perceber somente através do contraste. A placa de processamento de imagens verifica cada pixel para determinar seu nível de brilho, chamado de “nível de cinza”. Os sistemas típicos possuem 256 níveis de cinza (brilho). O computador deve verificar todas as áreas do objeto e atribuir a elas níveis de brilho, que representa o contraste. Um exemplo de um sistema de visão. À esquerda estão a iluminação e a visão (1). O hardware de aquisição de imagem recebe a informação da câmera (2). Em seguida a imagem é processada (3). Baseada no processamento, as saídas assumem valores on ou off (4). Os resultados das inspeções podem então ser analisados e usados para ajustar e melhorar o processo (5). Câmeras: O tipo o mais comum de câmera é uma câmera de CCD (charge-coupled device). As câmeras de CCD são chamadas às vezes câmeras de RAM porque funcionam de maneira similar à uma memória de RAM dinâmica. Uma câmera de CCD é uma câmera que possui um chip contendo sensores de luz dispostos em uma matriz. A disposição típica contem uma matriz de 520 x 520 (ou mais) pixels. A imagem é projetada no chip pela lente, e cada sensor é sensibilizado por uma pequena parte da imagem (pixels). Os pixels são arranjados em um padrão retangular, assim a definição será melhor em uma direção do que na outra. Em nosso exemplo há 520 x 520 pixels, ou 270.400 pixels, sendo que cada um deve ser analisado. O processador de imagem deve determinar o brilho de cada pixel e atribuir-lhe um valor entre 0 e 255, uma tarefa enorme. Então o sistema da visão deve analisar essa informação para fazer uma decisão. O sistema da visão não necessita analisar a imagem inteira mas somente áreas de interesse, o que pode ajudar a acelerar as aplicações. Estas áreas pequenas são chamadas geralmente de janelas ou regiões de interesse (ROIs). O programador define estas áreas de inspeção na tela como um retângulo. Por exemplo, se a aplicação deve medir o tamanho de um furo, o operador pode definir um retângulo em torno do furo. Então o sistema processa somente os pixels nesse retângulo ou ROI. Uma imagem de câmera é mostrada na figura abaixo, à esquerda. A câmera mostrou uma imagem de uma parte redonda, que parece mais escura do que o fundo, que aparece em branco. O sistema de visão atribui um nível de brilho a cada pixel na imagem da câmera. O gráfico na direita na figura mostra um histograma em níveis de cinza das freqüências de intensidade dos pixels. Os pixels na esquerda do histograma parecem apresentar uma intensidade aproximada de 60 a 90. Os pixels na direita apresentam intensidade em torno de 170 a 255. Os pixels na esquerda devem ser a imagem redonda e os na direita devem ser o fundo. Note que há uns pixels mais brilhantes (do fundo) do que pixels escuros (do objeto). Note também que enquanto para nós todo o fundo aparenta ter a mesma intensidade, o sistema pode ver as diferenças reais nas intensidades. Imagem da Câmera à esquerda e histograma à direita. Iluminação: A consideração mais importante é geralmente a iluminação. Há muitas fontes de luz, fluorescente, incandescente, ultravioleta, e assim por diante. Uma iluminação estroboscópica pode ser usada para congelar a imagem quando as peças estão se movendo rapidamente e necessitam ser inspecionadas. O “backlighting” é uma técnica que utiliza uma mesa translúcida (que tem uma luz sob ela). Uma peça sobre este tipo de mesa parece preta porque obstrui a luz vinda de baixo. O backlighting produz um contraste muito bom. Há diversos tipos de análise de peças. Um deles é chamado de análise “blob”; através de análise dos níveis de cinza dos pixels, pode-se determinar a circunferência da peça, sua área, o número e tamanho dos furos, e assim por diante. Executando uma análise blob, o sistema de visão pode determinar que peça está presente, qual sua orientação e se a peça se encontra dentro das especificações. Os sistemas da visão usam muitas outras técnicas da análise analisar imagens. Resolução: A resolução do sistema é baseada no número dos pixels na imagem da peça. Caso uma peça redonda cubra 6.0 pixels em y e 3.5 pixels em x, se a peça tiver 0.250 polegadas de diâmetro, a resolução no eixo-y seria 0.250 polegadas dividido por 6 pixels, ou 0.042 polegadas. A resolução no eixo-x seria de 0.250 polegada dividido por 3.5 pixels, ou 0.71 polegadas. Uma câmera típica tem uma matriz de pixels de 520 x 520, ou 270.400 pixels. Aplicações: Porque são muito versáteis, os sistemas de visão têm muitas aplicações. Os sistemas de visão são usados para manufaturar alimentos e remédios, para verificar etiquetas em produtos, e para verificar datas e códigos do lote dos produtos, o que requer processamento de alta velocidade. Os sistemas da visão podem ser usados nestas operações: • Para medir peças e determinar suas características. • Para verificar placas de circuito impressas ou produtos montados para assegurar-se de que todos os componentes estejam presentes. • Para verificar todos os pontos de solda se uma tintura especial e iluminação forem usados. • Paraclassificar frutas, como laranjas, pelo tamanho e pela qualidade. • Para verificar batatas fritas para se assegurar que nenhum resto de casca foi deixado. • Para verificar se produtos foram corretamente empacotados. Os fatores mais importantes a se considerar quando da compra de um sistema da visão são a velocidade requerida e a facilidade de uso. Tempo é dinheiro, e um sistema de utilização difícil torna-se logo muito caro. Integração do Sistema de visão: Os sistemas da visão podem comunicar-se com outros dispositivos com I/0 digital ou através do computador. I/O digital ocorre através de “handshaking” com um PLC. O PLC emite um padrão binário para o sistema da visão para dizer-lhe que programa de inspeção executar, e então o sistema da visão faz a inspeção e liga uma saída se a peça “passou” e uma outra saída diferente se a inspeção “falhou”. O PLC monitora as saídas do processador de imagens. Sistemas de visão geralmente usam microcomputadores, assim podem trocar informação com o outro software tal como uma base de dados ou uma planilha eletrônica. Troca dinâmica de dados (DDE) é uma maneira fácil para que dispositivos inteligentes troquem informação em um ambiente Windows. Programando um sistema da visão: A primeira e maior consideração na programação de aplicações de um sistema de visão deve começar com a obtenção de uma imagem boa, o que requer uma iluminação e contraste bons. A peça ou a região a ser inspecionada deve encher tanto quanto possível a imagem, para melhorar a resolução. A aplicação não trabalhará bem com uma imagem pobre e “falhará” algumas peças boas e aceitará algumas ruins. Os sistemas mais novos da visão tornaram-se muito mais fáceis de usar. A maioria agora utiliza o ambiente Windows para facilitar a programação. Código de Barra O código de barra é usado extensivamente no negócio e na indústria; virtualmente cada produto em quase cada loja é codificado. Muitos esquemas de código de barra estão em uso. Um é o código de produto universal (UPC), usado tipicamente para produtos nas lojas. Um código de barra pode conter números do produto, informação de data e ou especificações. A qualidade de impressão é importante para se ler corretamente os códigos. Esta é uma tecnologia razoavelmente barata e fácil de executar. RadioFreqüência (Rf) A tecnologia de RadioFreqüência (RF) vem expandindo seu uso. É mais cara do que a de código de barra mas é muito mais versátil. Um sistema do RF consiste basicamente de um transmissor/receptor e um Tag; o Tag armazena a informação. Os Tags são ativos ou passivos. Um Tag passivo não contem nenhuma bateria mas recebe energia diretamente do controlador/transmissor RF. É limitado assim na sua capacidade de atuação à distância. Um Tag ativo contem uma bateria. Tem uma capacidade de ler/escrever à distância maior do que um Tag passivo. Alguns Tag podem apenas ser lidos, alguns podem ser lidos e escritos. Os Tag podem ser tão simples quanto um único bit de armazenamento ou tão complexos como milhares de bytes de armazenamento. Os Tag são um tanto caros, assim são usados primeiramente em produtos complexos ou mais caros, como em pallets que carregam as peças para a linha de produção. Você provavelmente já viu situações em que um Tag deixado inadvertidamente numa mercadoria soou um alarme quando o Tag passou pelo transmissor/receptor de RF na porta da loja. PROJETO DE SISTEMAS A primeira etapa quando projetar um sistema de automação deve ser compreender completamente o processo. A célula será usada fazer apenas um tipo do produto? Quantos produtos devem ser feitos por hora? Poderia ser usado fazer outras peças? O departamento de projeto pode fornecer a informação requerida para se compreender completamente as exigências da peça. O departamento do manufatura pode explicar essas exigências. Em seguida, os dispositivos necessários são selecionados. Os fatores a considerar incluem se as peças ou o material bruto têm que ser fornecidos à célula, como deixam a célula, que operações serão executadas em cada dispositivo, que tipo de controlador será usado e onde os sensores são necessários. Em seguida, um desenho da célula é feito. Deve mostrar todos os dispositivos que serão usados na célula. Finalmente, uma seqüência das operações é desenvolvida; uma lista de cada etapa que ocorre na célula. Esta lista informa quando e entre que dispositivos ocorre uma comunicação. A seguir, apresentamos uma amostra curta de uma seqüência de operações: 1. A peça chega na transportadora de entrada: Sensor I (a entrada 1 do PLC ) sente a presença da peça. 2. PLC vê que esse sensor I está ON e liga a saída 5 do PLC (entrada 1 do robô) para dizer ao robô para pegar a peça. 3. Robô pega a peça e põe na máquina de CNC. 4. Robô liga a saída 2 do robô (entrada 2 do PLC) para informar ao PLC que a peça foi pega. 5. PLC detecta que há uma peça na máquina CNC, sensor 3 (entrada 3 do PLC). 6. PLC liga as saídas 5 e 6 do PLC para prender a peça no na máquina. 7. PLC liga a saída 8 do PLC para dizer ao CNC (entrada 1 do CNC) para fazer a peça. 8. CNC termina de fazer a peça e liga a saída 1 do CNC (a entrada 4 do PLC) para informar ao PLC que está completa. Uma outra técnica útil no planeamento do sistema é um diagrama de fluxo, uma representação pictórica de um sistema ou de sua lógica. Símbolos comuns de um diagrama de fluxo. O bloco de decisão responde a uma pergunta, geralmente uma pergunta do tipo sim/não. Poderia executar uma verificação da qualidade ou uma contagem de peças. O bloco de processo executa um processo tal como um cálculo aritmético, uma etapa de montagem ou outra etapa de processamento lógico. O bloco de entrada/saída entra com uma informação no sistema, ou libera uma informação do sistema. A entrada pôde ser de um operador ou do sistema; a saída pôde ser um relatório impresso ou informação em um terminal de vídeo. As setas são usadas conectar os blocos e mostrar o sentido da operação. Diagramas de fluxo podem facilitar o desenvolvimento de um programa da aplicação, particularmente quebrando a aplicação em etapas lógicas pequenas. Uma vez que o diagrama de fluxo está completo, deve ser testado. Isto pode ser realizado aplicando alguns dados amostrais e depois os seguindo através do diagrama de fluxo. Se o diagrama de fluxo trabalhar com dados amostrais, as probabilidades são que a lógica é boa. Uma vez que o diagrama de fluxo está completo, codificar a aplicação na lógica da escada é uma tarefa bastante simples. Um exemplo de uma seqüência das operações é apresentada a seguir. 1. O operador entra com o número de peças a ser temperadas. 2. As peças são pré-aquecidas a 1000 graus Fahrenheit. 3. As peças são aquecidas a 1650 graus F para a têmpera. 4. As peças são esfriadas no óleo. 5. A dureza é verificada; se estiver incorreta, as peças são descartadas. 6. A contagem de peças é verificada para ver se há bastante peças temperadas/endurecidas; se não, mais peças são temperadas. 7. Quando houver bastante peças, finaliza-se o processo. Exemplo de diagrama de fluxo para um processo simples de endurecimento. A segunda técnica para desenvolver sistemas ou programas é chamada pseudocode. É uma representação textual das etapas do sistema. O uso do pseudocode requer que o programador escreva etapas lógicas para o sistema em indicações ou em blocos descritivos. O pseudocode não deve parecer muito diferente das etapas do diagrama de fluxo que já foi visto. De fato, os dois deveriam ser os mesmos porque o sistema deve operar da mesma maneira independentemente se a diagramação ou o pseudocode foram usados. Os projetistas em seguida escolhem os dispositivos e começam o projeto real do sistema. Os custos e as melhorias podem ser estimados neste momento. A automação deve melhorar a possibilidade de lucro e a qualidade. Após ter estabelecido os custos e benefícios do sistema, uma justificação do custo pode serpreparada para determinar o prosseguimento do projeto. Justificação do Custo A automação é instalada geralmente somente quando economiza dinheiro. As companhias devem evitar aplicações complexas, especialmente numa primeira tentativa em usar uma tecnologia nova. A determinação do período de payback é usada freqüentemente para determinar se o projeto é uma escolha inteligente. A maioria de companhias buscam um período de payback bem menor que dois anos antes de investir em um robô. A seguinte fórmula pode ser usada calcular o payback para uma aplicação. C P = ----------------------------- W + I + D - (M + S) P = período de payback em anos C = custo total do sistema incluindo a instalação W = vagas de trabalho e benefícios anuais para os trabalhadores que são substituídos I = economia em termos da produtividade, qualidade, materiais, energia, etc.. D = depreciação M = custos de manutenção previstos do sistema S = pessoal adicional para a manutenção, programação, etc.. A fórmula é bastante simples. Qualquer custo que for uma despesa “uma-só-vez” para a compra, instalação, ou o treinamento vai acima da linha (custo). Toda a economia anual aparece sob a linha, menos quaisquer custos adicionais anuais. Essencialmente, nós estamos dividindo o custo total do sistema pelas economias anuais. A resposta será o número dos anos necessários para se pagar o sistema. Problema de Justificação do custo: Uma companhia projetou um sistema para automatizar o carregamento e descarregamento de uma máquina de moldagem. O custo do robô é de $55.000; ferramentas adicionais custam $9.500. Outros custos estimados são dispositivos elétricos, $10.000; interfaces robô/máquina, $6.500; manutenção e manutenção preventiva cada ano, $15.000; e treinamento para o programador e a para pessoal de manutenção, $8.000. A máquina funcionará em dois turnos, livrando dois empregados para fazer outro trabalho. O custo médio de cada trabalhador, incluindo benefícios sociais, é de $22.000. Um trabalhador será treinado novamente para fazer a programação, que se espera custar $5.000 cada ano. O sistema pretende resultar numa economia anual de $12.000 devido às melhorias na produtividade e na qualidade. Espera-se que seja usado por cinco anos; a depreciação é assim calculada para cinco anos. Qual é o período de payback? Se a companhia requerer um payback de 1.5 ano ou de menos, deve o projeto ser implementado? Solução para o problema de justificação do custo: A depreciação é calculada primeiramente. Custos com equipamentos perfazem $81.000 (55.000 + 9.500 + 10.000 + 6.500). Os $8.000 de custos fixos do treinamento são adicionados aos custos de equipamentos para formar o custo total do sistema. Os $81.000 são divididos pelos 5 anos da depreciação, tendo por resultado uma depreciação anual de $16.200. O payback neste caso é 1.7 ano. Já que a companhia quer um payback de 1.5 ano ou menos, este projeto não é implementado. 89,000 Payback = ---------------------------------------------------------------- 44,000 + 12,000 + 16,200 - (15,000 + 5,000) Outras considerações podem ser importantes na decisão de prosseguir com um projeto de automação. O projeto pode parar devido a razões de segurança dos trabalhadores ou pela dificuldade de contratação de m-d-o qualificada. OPORTUNIDADES NA AUTOMAÇÃO A mudança rápida na manufatura criou uma riqueza de oportunidades de novas carreiras. Técnicos e engenheiros capacitados em trabalhar com estas novas tecnologias são muito procurados pelo mercado. A automação criou uma demanda para projetistas que sabem utilizar sistemas CAD/CAM para projetar e construir sistemas de automação. Há demanda também para aqueles que compreendem como programar e integrar os dispositivos. Há uma necessidade para engenheiros de campo e pessoal de manutenção, e oportunidades tremendas estão disponíveis para os engenheiros que compreendem essas novas tecnologias e como aplica-las. O campo de biometria de segurança, que é o uso da tecnologia para a segurança, está explodindo. As técnicas de biometria incluem o escaneamento da retina, reconhecimento facial e escaneamento de impressões digitais. Os sistemas da segurança são sistemas automatizados e integrados. O mercado e a indústria assim como verificações da segurança em aeroportos experimentarão uma grande procura por técnicos que compreendem e podem eficazmente projetar e executar estes sistemas. Um exemplo atual é o uso de software de computador industrial, PLCs, e sensores para sistemas de controle da precisão. Estes sistemas utilizam basicamente o mesmo hardware e software que são usados para a automação e controle na indústria.
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