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Solicitação de vaga em Creche

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DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ
AO JUÍZO DA VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DO FORO DESCENTRALIZADO DA CIDADE INDUSTRIAL DE CURITIBA - PR
OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
JOÃO VITOR DOS SANTOS CORREIA, menor absolutamente incapaz, neste ato representado por sua genitora, PRISCILA DOS SANTOS, brasileira, convivente, desempregada, portadora do RG nº. 066888-3, inscrita no CPF sob nº. 041.153.749-00, residente e domiciliada na Rua patrício Bagolin, nº 52, CEP 81280-056, Cidade Industrial, Curitiba/PR, telefone (41) 99628-6668, pela Defensoria Pública do Estado do Paraná, vêm, em face DO MUNICÍPIO DE CURITIABA, pessoa jurídica de Direito Público Interno, com sede administrativa na Prefeitura Municipal de Curitiba, situada na Rua Cândido de Abreu, nº 817, CEP 80530-908, Centro Cívico, Curitiba/PR, representado por Sr. Prefeito ou Procurador, nos termos do art. 12, II do CPC, e de acordo com o que segue:
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1 Da gratuidade da justiça
A parte exequente, nos termos do art. 98 do Código de Processo Civil, não possui recursos suficientes para arcar com as despesas do processo. 
Requer-se, portanto, na forma do art. 99 do mesmo Código, a gratuidade da justiça, presumindo-se verdadeira a alegação de insuficiência, de acordo com o §3º, do citado artigo.
1.2 Das prerrogativas dos membros da Defensoria Pública
São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública do Estado, dentre outras (art. 128 da Lei Complementar Federal nº 80, de 1994):
a) receber, mediante entrega dos autos com vista, intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição, contando-se em dobro todos os prazos (inc. I);
b) representar a parte, em feito judicial, independentemente de mandato (inc. XI);
c) ter o mesmo tratamento reservado aos Magistrados e demais titulares dos cargos das funções essenciais à justiça (inc. XIII).
Necessário, portanto, na tramitação desta ação, que sejam respeitadas todas as prerrogativas legais.
2 DOS FATOS 
A genitora do requerente está desempregada e não possui condições de dispensar cuidados para a criança em período integral e tampouco quem tem a auxilie nos cuidados de sua prole. Pelo fato do desemprego, não possui condições de arcar com as despesas para que uma pessoa possa cuidar da criança sem que isso afete a subsistência de sua família.
Ocorre que devido a tais condições em que se encontra, faz com que se torne evidente a tamanha urgência de tal demanda, além de que, a representante da parte autora, possui plena consciência de que para um desenvolvimento saldável e repleto de aprendizado, faz-se necessário o ingresso do menor em uma rede de ensino, além de que assim, poderá sair a procura de emprego para que possa suprir as necessidades de sua família de maneira digna. 
Ressalta-se que a genitora da criança, vem insistentemente tentando inseri-lo nos CMEIS São Leonardo, Jardim Gabineto e Conjunto Camponesa, porém a negativa de vaga para seu filho já se tornou constante em suas tentativas.
Assim, não resta outra maneira, senão recorrer pela presente via jurisdicional para que o direito à educação a criança seja garantido, dessa maneira postulando a condenação do Município em ofertar vaga em CMEI ou custear a permanência em entidades privadas equivalente nas proximidades de sua residência. 
3 DO DIREITO
Diante dos fatos supracitados, fica evidente que o autor, necessita de creche, objeto da presente demanda, posto que é imprescindível para a educação do menor.
A Constituição Federal disciplina os direitos sociais em seu art. 6º sendo eles “a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”; assim , vê-se que o direito do autor está assegurado.
Ainda, a Constituição Federal dispõe em diversos artigos que é dever do Município zelar pela educação, in verbis:
“Art. 23 – É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
(...) 
V- proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência”
“Art 30 – Compete aos Municípios:
(...) 
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental”
“Art. 205 – A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Ademais, o art. 208 da Constituição Federal dispõe que o dever do Estado à educação será efetivado mediante garantia de a educação básica obrigatória e gratuita; conclui-se que é obrigatória a colocação do autor em instituição de ensino.
Ainda, o art. 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente disciplina que toda criança tem direito à escola próxima de sua residência, in verbis:
“Art. 53 – A criança e o adolescente têm direito à educação, visando pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:
(...)
 V – acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência” (grifo nosso)
Os tribunais brasileiros firmaram entendimento favorável a revisão do quantum alimentar, sempre que configurar modificação da capacidade econômica do alimentante, ocasionando o desequilíbrio no binômio necessidade/possibilidade, senão vejamos:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS C/C REVISIONAL DE ALIMENTOS. TUTELA ANTECIPADA. ALIMENTOS. REVISÃO. MAJORAÇÃO. BINÔMIO NECESSIDADE X POSSIBILIDADE ALTERADO. CONDIÇÕES FINANCEIRAS DO ALIMENTANTE MODIFICADA. NECESSIDADES DO ALIMENTANDO PRESUMIDAS E QUE SE ELEVAM COM A SUA IDADE. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. A fixação dos alimentos deve atender ao conhecido binômio necessidade x possibilidade. Por consequência, viável a majoração quando comprovado que a alimentante possui condições para fazer frente a pensão alimentícia em valor mais elevado. Comprovada a modificação da situação financeira do Alimentante, deve ser concedida tutela antecipatória para a majoração dos alimentos devidos ao filho menor de idade, especialmente quando a necessidade do infante cresce com o transcorrer da idade. (TJSC, Agravo de Instrumento n. 2013.025956-2, de Indaial, rel. Des. João Batista Góes Ulysséa, j. 05-09-2013). (grifo aditado)
Ademais o art. 208 do Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe:
“Art. 208 – Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
I- do ensino obrigatório;
(...) 
III- de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade”.
A Lei Federal nº 9.394/96, instituidora das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 21, determina que a educação escolar se compõe de: I – educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; II – educação superior.
Para que não restem dúvidas, o art. 30 da Lei supracitada explica:
“Art. 30 – A educação infantil será oferecida em:
I- Creches, ou entidades equivalentes, para crianças até três anos de idade; 
II- Pré-escolas, para crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade”.
No mesmo sentido, há jurisprudências do Supremo Tribunal Federal que decidem a favor do cumprimento das normas legais:
“EDUCAÇÃO INFANTIL. ATENDIMENTO EM CRECHE. DEVER CONSTITUCIONAL DO PODER PÚBLICO. A turma manteve decisão monocrática do Min. Celso de Mello, relator, que dera provimento ao recurso extraordinário interposto pelo Ministério Público do Estado de São Paulo contra acórdão do Tribunal de Justiça do mesmo Estado-membro que, em ação civil pública, afirmara que a matrícula de criança em creche municipal seria ato discricionário da Administração Pública, informativo 407. Tendo em conta que a educação infantil representa prerrogativa constitucional indisponível (CF, art. 208, IV), asseverou-se queessa não se expõe, em seu processo de concretização, a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública, nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental. Entendeu-se que os municípios, atuando prioritariamente, no ensino fundamental e na educação infantil (CF, art. 211, §2º), não poderão eximir-se do mandamento constitucional disposto no aludido art. 208, IV, cuja eficácia não deve ser comprometida por juízo de simples conveniência ou de mera oportunidade. Por fim, ressaltou-se a possibilidade de o Poder Judiciário, excepcionalmente, determinar a implementação de políticas públicas definidas pela própria constituição, sempre que os órgãos estatais competentes descumprirem os encargos políticos-jurídicos, de modo a comprometer, com a sua omissão, a eficácia e a integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional” (RE 436996. Agr/SP, rel. Min. Celso de Mello, 22.11.2005)”.
Em voto lavrado pelo Ministro do Supremo Tribunal de Justiça, Luiz Fux, no julgamento do Recurso Especial nº 613.2016-SP, concluiu:
“Direito constitucional à creche extensivo aos menores de zero a seis anos. Norma constitucional reproduzida no art. 54 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Norma definidora de direitos não programáticos. Exigibilidade em juízo. Interesse transividual atinente às crianças situadas nessa faixa etária. Ação civil pública. Cabimento e procedência”.
Deste modo, a ausência de vaga em creche para matrícula do infante é causa de descumprimento dos comandos normativos constitucionais da população infantil do Município, o qual deve ser coibido a cumprir com suas responsabilidades ordinárias.
4 DA TUTELA DE URGÊNCIA
Pelos fatos e fundamentos supramencionados, pleiteia-se a tutela antecipada para que o requerido, Município de Curitiba, seja compelido imediatamente, inaudita altera pars, a fornecer vaga em creche próxima à residência do autor ou, alternativamente, o custeio de estabelecimento particular equivalente, sob pena de multa diária a ser arbitrada por esse r. juízo. 
Destarte, o requerente preenche todos os requisitos necessários para a concessão de tutela antecipada, quais sejam: probabilidade do direito e o perigo de dano (caput, art. 300, CPC) – in casu a inexistência de vaga em creche causa dano irreparável ou de difícil reparação ao requerente, quando da inobservância do direito constitucional de educação básica em instituição pública para seu filho, prejudicando seu plano desenvolvimento pessoal, pois a criança corre risco de não aproveitar adequadamente o ensino fundamental.
Ademais, a genitora se encontra empregada e sem auxílio para cuidar criança, o que poderá afetar seu trabalho, podendo vir a agravar a renda familiar necessária ao custeio das despesas básicas da família e, especificamente, da criança.
Desta forma, requer a concessão de tutelo antecipada, inaudita altera pars, para que o Município requerido seja compelido a fornecer, de imediato, vaga em creche próxima à residência do Autor ou, alternativamente, que proceda ao custeio de estabelecimento particular equivalente, sob pena de ser-lhe aplicada multa. 
5 DOS PEDIDOS
A concessão do Benefício da Justiça Gratuita com base no disposto no artigo 98 e seguintes do CPC, por não ter a autora condições de pagar as custas e demais despesas do processo;
A intimação do Ministério Público, diante do interesse de incapaz;
A concessão de liminar inaudita altera pars, obrigando o Poder Público Municipal a fornecer, de imediato, vaga em creche nas proximidades da residência do autor, sob pena de multa diária, a ser arbitrada por esse r. juízo, e de apuração de eventual crime de responsabilidade e de desobediência, caso venha, eventualmente, a descumprir ordem judicial;
No caso de provimento parcial à decisão judicial no tempo e forma devidos, nos termos do art. 297 caput, art. 519, art. 536 caput e §1º do Código de Processo Civil, assim como nos termos do caput do art. 213 do ECA, reque que seja ao Município de Curitiba, imposto o dever custear desde logo as mensalidades em equipamentos equivalentes da rede privada pelo prazo correspondente à omissão do Estado em prestar pessoalmente a assistência devida;
A citação do Requerido, na pessoa de seu representante legal, o Senhor Prefeito Municipal, para, querendo, contestar e acompanhar o presente feito, sob pena de revelia;
A procedência da ação, confirmando-se a liminar concedida, obrigando o Município de Curitiba a fornecer, de imediato, vaga em creche ao infante ou imposto o dever de custear desde logo as mensalidades em equipamentos equivalentes da rede privada pelo prazo correspondente à omissão do Estado em prestar pessoalmente a assistência devida, com o reconhecimento de obrigação fazer, cominando-se, alternativamente, a medida coercitiva indireta exposta acima;
O cadastramento dos defensores públicos atuantes perante a vara para a qual for distribuída a presente ação, a fim de que as intimações sejam feitas em seus nomes;
Ao final, seja a ação julgada totalmente procedente, condenando-se o devedor ao pagamento das custas processuais e honorários de sucumbência, revertidos em favor da Defensoria Pública do Estado do Paraná: Fundo de Aparelhamento da Defensoria Pública do Estado do Paraná – FADEP: Banco do Brasil, Agência n.º 3793-1, conta corrente n.º 11.704-8, CNPJ n.º 14.769.189/0001-96.
Atribui-se à causa o valor de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais).
Curitiba – PR, data da assinatura digital.
Martina Reiniger Olivero
Defensora Pública
Assinado digitalmente
___________________________________________________________________________________
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ
Sede descentralizada de Curitiba- Cidade Industrial
Rua Lodovico Kaminski, 2.525, Cidade Industrial, CEP: 81.260-040
Curitiba – Paraná

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