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TRAUMATOLOGIA FORENSE 1 INTRODUÇÃO A traumatologia forense engloba o estudo dos agentes agressores, seu modo de ação, as lesões e doenças por eles produzidas, bem como a aplicação desses conhecimentos no esclarecimento de questões judiciais. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 2 TRAUMA Definição: É a atuação de uma energia externa sobre o indivíduo, de modo suficientemente intenso para provocar desvio da normalidade, com ou sem tradução morfológica. Isto quer dizer que um trauma pode ser insuficiente para causar lesão perceptível, mas alterar de modo importante a função. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 3 LESÃO Definição: É a alteração estrutural seja morfológica ou funcional do corpo devido a uma transferência de energia proveniente de uma agressão ao organismo. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 4 TRAUMA x LESÃO Trauma é o resultado da ação vulnerante que possui energia capaz de produzir determinada lesão. Conforme a energia envolvida em cada processo, temos a natureza do trauma. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE VULNERANTE O objetivo do perito-legista é através da análise da lesão, fornecer dados para identificar o agente vulnerante e quando possível seu modo de ação e a autoria do evento. UNESA Traumatologia forense Dra. Daniela Porto Carvas CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES VULNERANTES ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA ENERGIA DE ORDEM FÍSICA ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA ENERGIAS DE ORDEM MISTA, BIODINÂMICA E BIOQUÍMICA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 7 ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA São aquelas que incidindo sobre o corpo são capazes de modificar o estado de repouso ou movimento pela transferência de energia. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA O movimento, o calor, a eletricidade, a pressão e as radiações são manifestações das mais diversas modalidades de energia de ordem física. De acordo com a forma de energia atuante a ação dos agressores físicos poderá ser térmica, elétrica, radiante e luz/som. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.1 Térmica 2.2 Elétrica 2.3 Radiante 2.4 Barométrica 2.5 Luz e som UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 10 CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 3. ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA São as que atuam por substâncias que entram em reação com os tecidos vivos 3.1 Cáusticos 3.2 Venenos UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 11 CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 4. ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA São aquelas que impedem a passagem do ar às vias respiratórias e alteram toda a bioquímica do sangue, produzindo asfixia. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 12 CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 5. ENERGIAS DE ORDEM MISTA, BIODINÂMICA E BIOQUÍMICA Compreendem determinados grupos de ação que se manifestam de modo combinado, havendo fatores orgânicos e químicos. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 13 ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA Energia capaz de modificar o estado de repouso ou movimento produzindo lesões. Instrumento X Corpo Meio ativo Meio passivo Misto O traumatismo periciado independe do utensílio utilizado, e sim do modo como ele foi utilizado. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 14 ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA 1.1.1 Instrumentos Perfurantes 1.1.2 Instrumentos Cortantes 1.1.3 Agentes Contundentes 1.1.4 Instrumentos Pérfuro-Cortantes 1.1.5 Instrumentos Corto-Contundentes 1.1.6 Instrumentos Pérfuro-Contundentes UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 15 ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA 1.1.1 INSTRUMENTOS PERFURANTES Atuam sobre pressão através da ponta do instrumento penetrando a superfície geralmente afastando as fibras dos tecidos atingidos. São instrumentos alongados, pontiagudos de diâmetro extremamente reduzido em relação ao seu comprimento. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA 1.1.2 INSTRUMENTOS CORTANTES Atuam por pressão e/ou deslizamento do gume, atingindo a superfície em ângulos variados. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA 1.1.3 AGENTES CONTUNDENTES Atuam por pressão através de uma superfície. Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos desde que atuem por pressão, explosão, torção, distensão, descompressão ou arrastamento. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA 1.1.4 INSTRUMENTOS PÉRFURO-CORTANTES Instrumentos dotados de ponta e gume, fazendo o afastamento das fibras através da ação de perfurar pela ponta para depois seccioná-las pela ação de cortar através do gume. Os instrumentos podem ser de um, dois ou três gumes UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA 1.1.5 INSTRUMENTOS CORTO-CONTUNDENTES Possuem gume e grande massa. Esses instrumentos mesmo com gumes, têm a sua principal ação pela contusão, pela pressão devido ao seu próprio peso. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM MECÂNICA 1.1.6 INSTRUMENTOS PÉRFUROCONTUNDENTES Atuam por meio de uma ponta romba, por pressão, até o rompimento do tecido e continuando seu trajeto nos planos subjacentes, produzindo lesões em forma de túnel. O projétil é o mais típico agente perfuro contundente. É composto de chumbo e revestido ou não por outros metais. Possuem formas variáveis: cilíndricas ou ogivais. As munições podem ter carga simples ou única (revólver) ou múltiplas (cartucheiras). UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PERFURANTES Instrumento perfurante são aqueles que transferem sua energia cinética por meio de uma ponta, pressionando e afastando as fibras dos tecidos. Conforme o diâmetro, são considerados de calibre pequeno, como alfinetes, agulhas e espinhos produzindo feridas punctórias ou de calibre médio como furador de gelo e vergalhão com ponta produzindo feridas em forma de botoeira. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 22 Instrumentos de Calibre Pequeno Feridas Punctórias Forma circular Diâmetro muito pequeno Recoberto por crosta hemática Sangramento inexistente ou pequeno Simples afastamento tecidual Predomínio da profundidade sobre o diâmetro Pode ser transfixante com o orifício de saída semelhante ao de entrada. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas Instrumentos de Médio Calibre As lesões provocadas por instrumentos perfurantes de médio calibre sofrem alteração de forma e direção provocadas pelas linhas de força das fibras colágenas, reticulares e elásticas da derme, podendo as feridas apresentarem forma de botoeira (linhas de força no mesmo sentido), ponta de seta, triângulo (encontro de linhas de força). UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LEI DE FILHOS E LANGER UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas Todo instrumento perfurante de médio calibre produz lesões de formas e aspectos diferentes obedecendo às leis de Filhos e Langer. 1ª lei de Filhos: As soluções de continuidade dessas feridas assemelham-se às produzidas por instrumentos de 2 gumes ou tomam a aparência de “casa de botão” (botoeira). LEI DE FILHOS E LANGER 2ª lei de Filhos: Quando essas feridas se mostram numa mesma região onde as linhas de força tenham um só sentido, seu maior eixo tem sempre a mesma direção. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LEI DE FILHOS E LANGER Lei de Langer: Na confluência de regiões de forças diferentes, a extremidade da lesão toma o aspecto de ponta de seta, triângulo ou quadrilátero. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 27 LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS CORTANTES – FERIADAS INCISAS Instrumento cortante são aqueles que transferem a energia cinética por deslizamento e leve pressão através do gume, causando a secção dos tecidos e produzindo as chamadas feridas incisas. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS INCISAS Pouco profundas; Extensão > Profundidade; Profundidade inicial maior e terminal menor; Borda de escoriação Margens lisas, contínuas, regulares, normalmente sem escoriações ou equimoses associadas e geralmente afastadas; UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 29 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS INCISAS Vertentes planas, lisas com planos tissulares regularmente seccionados; Fundo e borda regulares Ângulos nítidos e agudos Hemorrágicas Sépticas UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas Vertentes planas Fundo e bordas regulares Ângulo nítido e agudo FERIDAS INCISAS UNESA Dra. Daniela Porto Carvas Traumatologia Forense 31 FERIDAS INCISAS ESPECIAIS MUTILAÇÃO: Perda parcial ou total de um membro do corpo sem esqueleto. ESGORJAMENTO: Lesões produzidas por instrumentos cortantes nas regiões anterior, lateral, anterolateral ou later lateral do pescoço. DEGOLAMENTO: Lesões produzidas por instrumentos cortantes na região posterior do pescoço, nuca. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas FERIDAS INCISAS ESPECIAIS 4. LESÕES DE DEFESA: Localizadas normalmente na mão e antebraço e caracterizam a tentativa de defesa da vítima. 5. FERIDAS CIRÚRGICAS: Lesões que apresentam bordos regulares localizados em um mesmo plano, sem cauda de escoriação. A incisão de entrada é paralela a incisão da saída. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas FERIDAS INCISAS ESPECIAIS 1. MUTILAÇÃO: Perda parcial ou total de um membro do corpo sem esqueleto. UNESA Perícias em Odontologia Dra. Daniela Porto Carvas ESGORJAMENTO 2. ESGORJAMENTO: Lesões produzidas por ação dos instrumentos cortantes nas regiões anterior, lateral, anterolateral ou later lateral do pescoço. UNESA Perícias em Odontologia Dra. Daniela Porto Carvas DEGOLAMENTO 3. DEGOLAMENTO: Lesões produzidas pela ação de instrumentos cortantes na região posterior do pescoço, nuca. UNESA Perícias em Odontologia Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES DE DEFESA 4. LESÕES DE DEFESA: Localizadas normalmente na mão e antebraço e caracterizam a tentativa de defesa da vítima. UNESA Perícias em Odontologia Dra. Daniela Porto Carvas FERIDAS CIRÚRGICAS 5. FERIDAS CIRÚRGICAS: Lesões que apresentam bordos regulares localizados em um mesmo plano, sem cauda de escoriação. A incisão de entrada é paralela a incisão da saída. UNESA Perícias em Odontologia Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS RUBEFAÇÃO É a hiperemia observada no local do impacto do agente contundente de duração efêmera. Há uma vasodilatação capilar local desencadeada pela liberação de histamina aparecendo em instantes e desaparecendo também em poucos minutos. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS TUMEFAÇÃO OU EDEMA: Causada por um trauma um pouco mais intenso e se caracteriza por elevação e palidez da pele na área de impacto causado por acúmulo anormal de líquidos no meio intersticial, surgindo de 1 a 3 minutos. Junto com a rubefação fazem parte da tríplice reação de Lewis: Hiperemia no ponto de impacto Extensão da hiperemia para a área ao redor Palidez da zona central pelo edema. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 41 LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS EQUIMOSE: É a infiltração de sangue nas malhas do tecido devido à rotura de capilares. De acordo com a sua forma, é chamada de petéquia, sugilação e sufusão. Petéquia: tem o tamanho de um ponto ou de uma cabeça de alfinete; Sugilação: confluência de numerosas lesões puntiformes em uma área bem delimitada Sufusão: formada por uma “ hemorragia” mais extensa UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 42 LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS EVOLUÇÃO CROMÁTICA DAS EQUIMOSES: ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LEGRAND DU SAULE Com o passar dos dias as equimoses mudam de cor devido a progressiva reabsorção da “hemorragia” pela ação dos macrófagos. As hemácias extravasadas são fagocitadas, sua membrana destruída e a hemoglobina é digerida tendo sua porção proteica separada do núcleo heme que perde o ferro e se agrupa em moléculas complexas (ferritinas) para formarem os grãos de hemossiderina e o resto da heme é transformado em biliverdina e bilirrubina. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 43 LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LEGRAND DU SAULE UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS HEMATOMA: É a hemorragia que pelo seu volume e velocidade de formação, afasta os tecidos vizinhos e ocupa um espaço próprio, formando uma neocavidade deslocando e comprimindo os tecidos vizinhos. Dificilmente visível na superfície do corpo. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS BOSSA: Coleção de fluidos (seroso ou sero-sanguíneo) que infiltram intensamente nos tecidos, decorrente de distúrbio circulatório que se acumulam quando existe plano subjacente resistente e impermeável. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas BOSSA UNESA Perícias em Odontologia Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS ENTORSE: É o estiramento da cápsula de uma articulação com ou sem rotura ligamentar que ocorre quando a amplitude dos movimentos articulares ultrapassa os limites fisiológicos por forças externas. Os tecidos periarticulares são infiltrados por sangue, acarretando reação inflamatória que leva ao edema e reação celular para reabsorção. Como os tecidos articulares são ricamente inervados, o estiramento da região provoca muita dor, podendo levar à incapacidade por mais de 30 dias. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 48 LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS LUXAÇÃO: É o deslocamento permanente das superfícies articulares geralmente provocadas por ação à distância do agente contundente . São chamadas de completas quando as superfícies articulares perdem totalmente as relações anatômicas e de incompletas ou subluxação quando ainda resta algum ponto de contato entre as duas peças. Mais comum nos homens adultos. As crianças são menos vulneráveis pois têm articulações mais flexíveis e os velhos porque possuem os ossos enfraquecidos, que se fraturam com facilidade. Pode ocorrer arrancamento de pequenas tuberosidades ósseas e ruturas de pequenos músculos ou tendões, além de compressões vasculares e nervosas. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 49 LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS FRATURA: É uma solução de continuidade no osso. Conforme a extensão dos deslocamentos ósseos e a intensidade do traumatismo podem-se observar lesões musculares, nervosas e vasculares. A consolidação de uma fratura se faz em 20 a 30 dias aproximadamente. Podem surgir por Mecanismo direto Flexão exagerada (diáfise femoral) Torção (ossos da perna) Arrancamento (calcâneo) Esmagamento (rádio) UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS FRATURA: Tipos: Exposta - quando se comunica com o exterior através de feridas cutâneas de bordas escoriadas e irregulares Patológica - quando surge espontaneamente, geralmente no osso enfraquecido Completa - divide o osso em dois ou mais fragmentos - geralmente se deslocam Incompleta - galho verde - afundamento de osso esponjoso Múltipla – mais de um foco de fratura no mesmo osso Cominutiva – divisão do osso em vários fragmentos UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS Fraturas dentárias Coronárias - atingem a coroa Passíveis de correção pequenas fraturas - restaurações fotopolimerizáveis grandes fraturas - coroas artificiais Radiculares - atingem a raiz Geralmente levam à perda dentária Podem atingir a polpa dentária Em dentes vitalizados leva, geralmente, à necessidade de tratamento endodôntico UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS ROTURAS VISCERAIS: As vísceras abdominais e torácicas podem ser rompidas como resultado de um impacto sobre a parede tóraco-abdominal ou por compressão forte e progressiva dessas cavidades. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 53 LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS ESCORIAÇÃO: É o arrancamento traumático da epiderme decorrente do deslizamento do agente contundente sobre a pele com consequente exposição da derme. A profundidade da lesão vai depender diretamente da pressão e aspereza do agente contundente. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ESCORIAÇÃO UNESA Perícias em Odontologia Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS FERIDA CONTUSA: É a lesão caracterizada pela solução de continuidade de toda a pele incluindo o subcutâneo produzida por tração, explosão, arrastamento, compressão suficiente para vencer a resistência e a elasticidade dos tecidos. A epiderme é arrancada e as fibras da derme são deslocadas e se rompem quando a pressão ultrapassa seu limite de resistência. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas FERIDA CONTUSA O agente contundente comprime a pele de encontro ao osso. O agente contundente provoca a rotura e formação de ferida contusa. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas FERIDA CONTUSA Margens irregulares, escoriadas e equimosada; Contusões nas margens Fundo irregular; 4. Vertente irregular; Pontes de tecido íntegro (tecido se estende mas não se rompe); Fundo irregular e contuso. Menos hemorrágica Sépticas UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas FERIDAS INCISAS X FERIDAS CONTUSAS UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR AGENTES CONTUNDENTES – LESÕES CONTUSAS ESMAGAMENTO: São lesões em que todos os planos anatômicos de um segmento são comprimidos e distorcidos pelo agente contundente dotados de excessiva energia cinética e grande massa. As parte moles são extensamente laceradas e os ossos sofrem fraturas cominutivas . No esmagamento, estão reunidas quase todas as lesões por agentes contundentes. A destruição extensa dos tecidos provoca perda sanguínea importante, excita terminações nervosas e libera substâncias nocivas na circulação. Se o indivíduo não morrer nos primeiros dias, pode desenvolver insuficiência renal aguda que faz parte da chamada Síndrome do esmagamento . UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CORTANTES Instrumentos pérfuro-cortantes são aqueles que transferem a energia cinética por pressão, através de uma ponta, e por deslizamento, por meio de um ou mais gumes que seccionam as fibras dos tecidos produzindo lesões de formas variadas de acordo com o número de gume. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS PROVOCADAS POR INSTRUMENTO PÉRFURO-CORTANTES Profundidade > largura Hemorragias internas Formas das lesões variam de acordo com o número dos gumes: 1 gume: feridas ovalar, com um ângulo bem mais agudo que o outro e pequena cauda de escoriação; UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS PROVOCADAS POR INSTRUMENTO PÉRFURO-CORTANTES 2 gumes: feridas em forma de botoeira com ângulos bastante agudos e semelhantes. Na porção central, o afastamento das bordas é máximo, atenuando-se gradualmente em direção aos ângulos; Mais gumes: feridas de forma estrelada, com tantas pontas quantas forem as arestas do instrumento. Suas bordas são curvas e convexas em direção ao centro da ferida. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS PROVOCADAS POR INSTRUMENTO PÉRFURO-CORTANTES UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS CORTO-CONTUNDENTES Instrumentos corto-contundentes são aqueles que transferem a energia cinética principalmente por pressão através de sua grande massa e como também pelo gume, que força os tecidos perpendicular ou obliquamente provocando as feridas cortocontusas. Como regra geral, não se detêm as paredes moles do corpo e dependendo da violência do golpe, o plano ósseo pode ser atravessado. São comuns as amputações de segmentos dos membros. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS FERIDAS CORTO-CONTUSAS Bordas afastadas,regulares porém escoriadas; Margens que não se coaptam; Sangramento menor que as feridas incisas; Não apresentam pontes de tecido no fundo da lesão; Perda de substância; Maior profundidade; Decapitações UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas UNESA Perícias em Odontologia Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES Os instrumentos pérfuro-contundentes são aqueles que atuam por meio de uma ponta romba, por pressão e produzem lesão em forma de túnel denominadas pérfuro-contusas. Na maioria das vezes, estão representados pelos projéteis de arma de fogo, mas incluem também qualquer instrumento formado por uma haste que termine de modo abrupto, sem formar uma ponta afilada como os perfurantes. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA ARMAS DE FOGO são formadas basicamente pela coronha (cabo) e a armação (corpo), o mecanismo desencadeador da queima constituído pelo cão acionado pelo gatilho, uma câmera de combustão onde se aloja o cartucho e um cano que deve ser percorrido pelo projétil antes de atravessar o ar que o separa do alvo. Produzido o tiro, escapam pela boca da arma não só o projétil como gases superaquecidos, chama, fumaça, grânulos de pólvora incobusta e, em alguns casos, a própria bucha. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA Coronha (cabo) e armação (corpo) Mecanismo desencadeador da queima: cão acionado pelo gatilho Câmera de combustão onde se alojam os cartuchos Cano UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS DE FOGO Uso caça, esporte, defesa Comprimento do cano curtas e longas Acabamento interior do cano lisas e raiadas Calibre 0,22; 0,38; 7,65; 12; 16, etc. Funcionamento repetição e automática Velocidade do projétil baixa e alta Armas de mão revólver, pistola Armas de ombro fuzil, carabina UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA As armas de porte individual dividem-se de acordo com a presença ou não de raia. As raias são sulcos produzidas na parte interna do cano por meio de fresas apropriadas, dispostos de forma helicoidal e cuja finalidade principal é imprimir ao projétil um movimento de rotação ao redor de seu próprio eixo . UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA as armas com canos de alma lisa utilizam cartuchos de munição com projéteis múltiplos e são geralmente usadas para caça (espingardas). armas com canos de alma raiada utilizam cartuchos de munição com projéteis unitários. Podem ser curtas (revólveres, garruchas, pistolas), ou longas (carabinas, fuzis, etc.) UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas O raiamento tem a finalidade de imprimir ao projétil um movimento de rotação ao longo de seu eixo, para lhe dar maior estabilidade, mantendo a trajetória, direção oferecendo maior força de penetração. INTRODUÇÃO À BALÍSTICA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas Raiamento dextrógiras Raiamento sinistrógeras REVÓLVER UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas PISTOLA SEMI-AUTOMÁTICA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA MUNIÇÃO A munição é o que chamamos de “cartucho”, é constituída por cinco elementos distintos: 1. Estojo, cápsula ou bainha; 2. Espoleta ou escorva; 3. Carga ou pólvora; 4. Bucha; 5. Projétil. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA MUNIÇÃO Estojo, cápsula ou bainha O metal empregado em sua fabricação é o cobre ou o latão que gravam com muita facilidade as impressões do cão, do cano e até pequenas irregularidades que porventura hajam no interior da culatra. O estojo ou cápsula contém a pólvora, a bucha, a espoleta e, em sua extremidade apical o projétil. O estojo tem grande importância pericial no que tange a caracterização dos tipos de armas. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA MUNIÇÃO 2. Espoleta ou escorva A espoleta é a carga que, deflagrada, provoca a combustão da pólvora contida no interior do estojo, provocando, assim, o disparo. Acha-se colocada na parte posterior da cápsula. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA MUNIÇÃO 3. Carga ou pólvora A carga é constituída por pólvora em quantidade suficiente para expelir, pela pressão dos gases, o projétil. A pólvora é uma substância que explode pela combustão. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA MUNIÇÃO 4. Bucha É um disco de pequena espessura confeccionada com cartão, feltro, couro, cortiça, borracha ou metal, destinada a separar as partes componentes do cartucho (a pólvora do projétil ou projéteis). É utilizada apenas em alguns tipos de armas. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA 1 – Estojo 2 – Espoleta 3 – Pólvora 4- Projétil UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA MUNIÇÃO 5. Projétil Projétil é a parte da munição destinada a atingir o alvo, é o verdadeiro instrumento pérfuro-contundente. Os principais movimentos do projétil são os de propulsão ou de deslocamento para a frente, que resultam da força expansiva dos gases da pólvora, e o de rotação, que lhe é comunicado pelas ranhuras do cano da arma. A velocidade inicial dos projéteis depende do tipo de arma, e quanto maior é sua velocidade, maior é sua força viva. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA A identificação dos projéteis disparados por arma de fogo, é um exame pericial de grande relevância. Essa identificação é feita utilizando-se o microscópio comparador como os reproduzidos ao lado, sendo que alguns deles são acoplados a um computador. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas A perícia irá procurar identificar o projétil denominado de suspeito, como tendo sido disparado por uma determinada arma. Para isso, a arma ou as armas levadas a exame são disparadas para se obter os projéteis padrões ou testemunhas. E seguida, é que será feito o exame de confronto propriamente dito. O exame se baseia na pesquisa de elementos de ordem geral (número de raias, sentido do raiamento, etc). Quando o resultado é positivo, as imagens dos projéteis comparados, formam um todo, onde existe perfeita correspondência entre esses elementos, como se vê nas reproduções fotográficas abaixo. INTRODUÇÃO À BALÍSTICA À esquerda da linha preta, a bala em questão e à direita da mesma linha o padrão de marcas observado nos testes com a arma de fogo. As setas indicam as marcas que coincidem, o que confirma que os projéteis foram expelidos pela mesma arma. ‘ [fonte: Revista Perícia Federal, Set/Out 2003] UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas Ao ser acionado o mecanismo de disparo, geralmente através de força mecânica pelo pressionamento do gatilho, a ponta do percutor deforma a espoleta, comprimindo a mistura iniciadora. INTRODUÇÃO À BALÍSTICA UNESA Dra. Daniela Porto Carvas Traumatologia Forense INTRODUÇÃO À BALÍSTICA Cápsulas de munição percutidas pela mesma arma. Em destaque as marcas promovidas pelo percutor e pela culatra [fonte: Revista Perícia Federal, Set/Out 2003] UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA A mistura iniciadora , ao sofrer o impacto, produz chamas de alto poder calorífico e dão início à combustão dos grãos de pólvora. A combustão da pólvora gera, em um curtíssimo espaço de tempo, um volume de gases considerável. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA A pressão destes impele o projétil através do cano da arma, que é a única saída possível. A expansão dos gases vai também atuar sobre a parte interna da arma, projetando-a para trás, fenômeno conhecido como o ‘soco da arma’. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas INTRODUÇÃO À BALÍSTICA O projétil, encontrando obstáculo em sua trajetória, poderá sofrer uma série de modificações, das quais as mais importantes são a fragmentação, a deformação, o esmagamento e o desvio de direção. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES Os resíduos expelidos pelo disparo do cartucho, podem deixar as mãos do atirador impregnadas dos restos da carga e de micropartículas do projétil. A pesquisa desses resíduos, quer nas mãos do atirados ou das vestes deste e da vítima, serão sempre objetos de exame importante na investigação do caso. Fatores como empunhadura e tipo da arma, podem fazer com que a pesquisa residuográfica seja negativa, sem que, contudo, se possa excluir o suspeito de ter feito uso da arma. O revólver é o tipo de arma mais propício a deixar vestígios do disparo, tendo em vista que entre as câmaras do tambor e a entrada do cano, existe um espaço por onde os gases resultantes da detonação do cartucho saem, além é claro, da própria boca do cano. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES Desenho esquemático dos resíduos expelidos por revólver: R1 – resíduos expelidos pelo cano. R2 – resíduos expelidos pela câmara (tambor) UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES As características das lesões causadas por armas de fogo variam de acordo com a distância do tiro que pode ser disparado: Apoiados ou encostado ou a distância zero; Próximos ou a curta distância ou à queima roupa; A distância Nos casos bem típicos, o projétil vai atingir o corpo e atravessá-lo, produzindo, assim, uma lesão pérfuro-contusa transfixante. De onde se encontra um orifício de entrada, um trajeto e um orifício de saída. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES ORIFÍCIO DE ENTRADA: É o ponto por onde penetra o projétil no corpo humano. 1.1 Forma: depende da maneira pela qual o projétil atingiu o alvo, estando, também, intimamente ligada com a distância do tiro (encostado, a queima-roupa e a distância). 1.1.1 Orifício de entrada aparentemente circular, arredondado: tiro perpendicular ao alvo. 1.1.2 Orifício de entrada ovalado: tiro oblíquo ao corpo. 1.1.3. Orifício de entrada irregular: tiro encostado. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 100 LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES ORIFÍCIO DE ENTRADA: 1.2 Dimensão: depende da distância do tiro, da resistência dos tecidos e do próprio projétil, podendo ser igual, maior ou menor do que o calibre do projétil. 1.2.1 Orifício de entrada menor que o calibre da bala: tiros disparados à distância; 1.2.2 Orifício de entrada maior ou igual ao calibre da bala: tiros encostados ou a queima roupa. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES ORIFÍCIO DE ENTRADA: 1.3 Orlas e Zonas de Contorno: são marcas características ou manchas que se encontram em torno do orifício de entrada de um tiro, variando de acordo com a distância deste. Estas aparecem porque o projétil ao ser disparado não vem só, mas acompanhado de chama, pólvora incombusta e combusta, gases, restos de bucha, impurezas ou sujeiras do cano da arma. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES ORIFÍCIO DE ENTRADA: 1.3 Orlas e Zonas de Contorno 1.3.1- Orla de Contusão ou Escoriação : formada pela diferença de elasticidade existente entre a epiderme e a derme. A epiderme muito menos elástica é arrancada pela ação contundente formando uma orla de escoriação ao redor do orifício de entrada. A derme, por ser mais elástica, é esticada em forma de dedo de luva por invaginação e só se rompe quando o limite de sua elasticidade é ultrapassado, por isso o diâmetro de entrada é menor que o calibre do projétil. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES ORIFÍCIO DE ENTRADA: 1.3 Orlas e Zonas de Contorno 1.3.2- Orla de Enxugo : durante o esforço parar romper a derme, o projétil sofre grande atrito com as fibras conjuntivas e lhe transfere todas as impurezas que carregou ao deslizar pelo cano como por exemplo óleo de limpeza da arma, oxidação do cano, sarro da pólvora, formando uma orla mais interna que a orla de contusão chamada de orla de enxugo. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES a) Orla de contusão b) Impurezas c) Orla de enxugo d) Derme e) Epiderme p) Projétil UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ORIFÍCIO DE ENTRADA: 1.3 Orlas e Zonas de Contorno 1.3.3 - Aréola Equimótica: forma-se devido a ruptura de vasos pelo projétil ao ferir o corpo vivo produzindo, desta forma, extravasamento de sangue que se exterioriza em uma mancha equimótica ao redor do orifício de entrada. Tal mancha possui um colorido variável, podendo evoluir do vermelho ao amarelo. A aréola equimótica não possui características próprias capazes de diagnosticar a distância, a direção do tiro e o orifício de entrada. TIRO À DISTÂNCIA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES ORIFÍCIO DE ENTRADA: 1.3 Orlas e Zonas de Contorno 1.3.4 - Zona de Tatuagem: produzida pelos grânulos de pólvora, queimada ou não que, partindo com o projétil, percutem o contorno do orifício de entrada e se incrustam mais ou menos profundamente na região. A zona de tatuagem margeia o orifício de entrada nos tiros encostados e a queima-roupa, sendo importante para se determinar a distância do disparo e a incidência do tiro. A zona de tatuagem por ser fixa não é removida pela limpeza da região e não se verifica em nenhuma hipótese no orifício de saída. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES ORIFÍCIO DE ENTRADA: 1.3 Orlas e Zonas de Contorno 1.3.5 - Zona de Esfumaçamento: facilmente removida pela lavagem da região, pois não se incrusta na pele, formada pela deposição da fumaça resultante da combustão da pólvora. Também serve para determinar o orifício de entrada, a distância e a direção do tiro, porém sua importância é menor do que a da zona de tatuagem, por ser removível. Convém ressaltar que é possível o aparecimento da mesma ao redor do orifício de saída nos alvos de pequena espessura, uma vez que a fumaça penetra pelo trajeto do projétil e sai com este, depositando-se, então, ao redor do orifício de saída. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES A- Orla de Contusão C – Zona de tatuagem B – Orla de Enxugo D – Zona de esfumaçamento UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas A B C D LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES ORIFÍCIO DE ENTRADA: 1.3 Orlas e Zonas de Contorno 1.3.6. - Zona de Queimadura ou Chamuscamento: verificada nos tiros disparados a queima-roupa e nos encostados. Sua produção serve, também, para identificar o orifício de entrada, a distância e a direção do tiro. Esta zona é produzida pela chama dos gases superaquecidos e inflamados, que atingem e queimam o alvo provocando ao redor do orifício de entrada, uma zona com pelos queimados, com a epiderme tostada, enegrecida e com cheiro indicador de queimadura. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES ORIFÍCIO DE ENTRADA: 1.3 Orlas e Zonas de Contorno – Casos Especiais - Disparos Encostados Câmera de mina de Hoffmann: orifício de grande tamanho, estrelado, de bordas laceradas, evertidas e irregulares, com deslocamento dos tecidos do crânio, apresentando o aspecto da cratera de uma mina. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 112 LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES ORIFÍCIO DE ENTRADA: 1.3 Orlas e Zonas de Contorno – Casos Especiais - Disparos Encostados Sinal de Benassi: esfumaçamento da tábua externa dos ossos do crânio produzido pelos resíduos da pólvora queimada. Sinal de Puppe-Werkgarten: queimadura pela estampa do cano da arma reproduzindo a massa de mira. Sinal do funil de Bonnet: escariação em forma de funil, cuja boca aponta o local em que o projétil sai do osso. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES 2. TRAJETO: pode ser aberto e fechado. É dito como aberto quando tem orifício de saída e o projétil não é encontrado no organismo; e fechado ou em fundo cego ou fundo de saco quando termina em cavidade fechada, sendo a bala encontrada geralmente na extremidade final, no meio de tecidos mortificados e cercada de foco hemorrágico. Quando há orifícios de entrada e de saída, é possível estudar o percurso do projétil no organismo. Em situações simples, unindo-se os orifícios de entrada e de saída temos a direção e o percurso do projétil. Trajetória e trajeto possuem definições diferentes: “Trajetória é o caminho descrito pelo projétil desde seu ponto de disparo até percutir o alvo. Trajeto é o percurso seguido pelo projétil dentro do alvo. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 114 LESÕES PRODUZIDAS POR INSTRUMENTOS PÉRFURO-CONTUNDENTES 3. ORIFÍCIO DE SAÍDA: só se apresenta nas lesões transfixantes. O orifício de saída possui algumas características que o difere do orifício de entrada, são elas: a) é geralmente maior que o orifício de entrada; b) tem o aspecto de fenda, quando o projétil não sofre deformação, ou forma irregular, quando este deforma-se ou arrasta consigo alguns fragmentos, apresentando as bordas evertidas (viradas para fora); c) não apresenta orlas e nem zonas de contorno, salvo a aréola equimótica; d) apresenta maior sangramento. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ORIFÍCIO DE ENTRADA X ORIFÍCIO DE SAÍDA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 116 UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.1 Térmica 2.2 Elétrica 2.3 Radiante 2.4 Barométrica 2.5 Luz e som UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 118 ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.1 Energia Térmica O calor e o frio podem lesar o organismo quer atuando de modo difuso, ou concentrando-se em determinado ponto de superfície, ação local. Essas lesões podem ser irreversíveis de maior ou menor intensidade. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 119 ENERGIA DE ORDEM FÍSICA CALOR Difuso insolação intermação Local: Queimaduras FRIO Difuso resfriamento ou hipotermia Local geladura OSCILAÇÂO DE TEMPERATURA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA INSOLAÇÃO A desidratação e a bronzeamento exagerado da pele são os sintomas mais frequentes da insolação, especialmente em crianças, idosos, grávidas, etc. Quando alguém fica muito tempo sob o sol, a pele queima, suas células são destruídas e o líquido que fica entre essas células é eliminado. Na tentativa de promover uma homeostase do corpo, o suor e a respiração ficam mais intensa facilitando a perda de água. Alguns sintomas da insolação são dor de cabeça, tontura, vertigem, falta de ar, aumento da temperatura do corpo, mal-estar e vômitos, sem contar o envelhecimento precoce e o aumento em 25 vezes da chance de a pessoa desenvolver tumores de pele, no caso de haver queimadura. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA INTERMAÇÃO É proveniente do excesso de calor ambiental, lugares mal arejados, quase sempre confinados ou pouco abertos e sem a necessária ventilação, surgindo, geralmente, de forma acidental. Alguns fatores, como falta de ambientação climática, doenças sistêmicas, idade, vestes inadequadas, são elementos consideráveis que podem dificultar o homeostase do corpo. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA QUEIMADURA É a ação do calor por contato direto com o corpo, através de chama, de sólido, de gás ou de líquidos quentes. Com a exposição a temperaturas de 45° a 50° C, ocorrem vasodilatação, hiperemia e rubor. Com 55°C ocorrem alterações celulares, com transudação serosa. Além dos 70°C, observam-se necrose coagulativa e desnaturação das substâncias proteicas dos tecidos. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA Quanto à profundidade, segundo Hoffmann, as queimaduras classificam-se em: 1º Grau - queimaduras leves, simples formação de eritemas; 2º Grau - formação de flictenas nas áreas eritematosas; 3º Grau - atingem a derme e os tecidos adjacentes dando origem à formação de escaras; e 4º Grau - carbonização UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA RESFRIAMENTO OU HIPORTEMIA É provocado pelo exposição ao frio além dos limites de compensação da atividade termorreguladora do corpo. O resfriamento do corpo reduz inicialmente podendo até inibir a oxigenação. A sintomatologia é característica, iniciando-se por uma profunda sensação de frio, acompanhada de vasoconstrição periférica que determina intensa palidez. As funções do SNC são afetadas, os sentidos diminuem, o conhecimento se compromete, a vítima entra em coma e morre. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA GELADURA A constrição vascular e consequente isquemia nos tecidos causada pelo frio em um primeiro momento evita a dissipação do calor, porém torna-se ineficaz com a permanência do frio causando uma hipóxia periférica com trombose vascular podendo chegar a um quadro de gangrena. Alguns elementos potencializam a ação do frio, como cansaço, fadiga e certos estados emocionais que reduzem a resistência à ação local de baixa temperatura. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA Classificação das Geladuras 1º grau Palidez ou rubefação local normalmente localizada nas extremidade dos dedos, na ponta do nariz e nos pavilhões auriculares 2º grau Eritema e formação de flictenas de conteúdo claro e hemorrágico 3º grau Necrose dos tecidos moles com formação de crostas enegrecidas, aderidas e espessas 4º grau Gangrena e desarticulação UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.1 Térmica 2.2 Elétrica 2.3 Radiante 2.4 Barométrica 2.5 Luz e som UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 128 ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.2 ENERGIA ELÉTRICA Cósmica ou Natural Fulguração Fulminação Industrial ou Artificial Eletroplessão Eletrocussão UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA Cósmica ou Natural As lesões provocadas pela eletricidade atmosférica são na maioria das vezes mortais – fulminação – porém, dependendo da distância linear entre a vítima e o ponto da descarga, o efeito da corrente elétrica pode provocar apenas lesões – fulguração. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA Sinal de Lichtenberg As lesões produzidas pela fulguração ou fulminação, apresentam aspecto arboriforme, denominadas de sinal de Lichtenberg, de cor avermelhada, decorrentes de fenômenos vasomotores, que podem desaparecer com o tempo em caso de sobrevivência. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA FULGURAÇÃO Perturbações oculares Disfunção renal Confusão mental Queimaduras de intensidade variada Chamuscamento de pelos e cabelo Lesões de Lichtenberg UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA FULMINAÇÃO Queimaduras disseminadas Depilação por carbonização de todos os pelos Lesões traumáticas, arrancamento ou carbonização de mãos, orelhas e pênis Fraturas ósseas pela descarga cósmica Ruptura de tímpanos Explosões viscerais UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA Industrial ou Artificial Os eventos causados pela eletricidade industrial podem assumir as formas de eletroplessão – observando lesões localizadas, cutâneas ou internas, e a eletrocussão – ação letal. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA Marca elétrica de Jellinek A eletricidade artificial produz, no local de entrada, uma lesão que com frequência assume a forma do condutor elétrico que originou a descarga. É uma lesão de bordas elevadas e coloração amarelo esbranquiçada e indolor, que recebe a denominação de marca elétrica de Jellinek. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA ELETROPLESSÃO ELETROCUSSÃO Queimadura cutânea, muscular, óssea e visceral de característica negra, apergaminhada e de bordas nítidas Surdez, quase sempre unilateral Marca elétrica de JELLINEK Cegueira, que pode ser reversível (lesão do nervo ótico e catarata) Morte, que pode ocorrer por asfixia, AVC, parada cardíaca ou de maneira indireta pelo traumatismo. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.1 Térmica 2.2 Elétrica 2.3 Radiante 2.4 Barométrica 2.5 Luz e som UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 137 ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.3 ENERGIA RADIANTE O uso, cada dia mais frequente, da radioatividade com finalidade terapêuticas tem, também, aumentado o número de casos de reações adversas decorrentes das radiações ionizantes. Essas lesões são, em regra, produzidas pela exposição excessiva ou sem controle a fontes emissoras de radiatividade, como: raios X, reatores nucleares, etc. O mecanismo de ação da radiatividade resulta da ionização dos tecidos orgânicos provocando mudanças histoquímicas imediatas ou tardia segundo a quantidade de radiação absorvida e o tempo de exposição. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.3 ENERGIA RADIANTE Alguns dos efeitos sobre o organismo são: • alterações genéticas; • vários tipos de câncer; • alterações da espermatogênese; e •alteração das células do sangue produzindo hemorragias acentuadas em vários pontos do organismo. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.1 Térmica 2.2 Elétrica 2.3 Radiante 2.4 Barométrica 2.5 Luz e som UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 140 ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.4 ENERGIA BAROMÉTRICA Em condições normais podemos suportar pressão de aproximadamente (uma) atmosfera ou 760 mmHg (pressão ao nível do mar). Os principais fenômenos resultantes das alterações de pressão são: Diminuição da pressão: Menor temperatura Ar mais rarefeito Mal das montanhas ou dos aviadores -anóxia, dispneia, náusea, perda da consciência; -maior trabalho cardíaco (taquicardia, cansaço) -morte; UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 141 ENERGIA DE ORDEM FÍSICA Aumento da pressão: Doenças dos caixões ou mal dos escafandristas; - provoca um aumento da dissolução dos gases no sangue e hiperoxigenação, podendo causar: transtorno no SNC; embolia gasosa (obstrução da corrente sanguínea por bolhas devido a rápida liberação de gases dissolvidos no sangue causando sangramento ouvido, nariz, etc.). UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 2. ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.1 Térmica 2.2 Elétrica 2.3 Radiante 2.4 Barométrica 2.5 Luz e som UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 143 ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.5 LUZ E SOM Dependendo da intensidade, a luz, também pode ocasionar lesões no corpo humano, particularmente relacionadas com alterações ou até mesmo perda da visão por dano irreversível no nervo ótico. A luz tem forte influência sobre o psiquismo humano, razão pela qual a polícia utilizou, durante longo período, o chamado terceiro grau, técnica de interrogatório onde o interrogando é colocado debaixo de um holofote que lhe ofusca a visão. Outro exemplo é o da epilepsia fotossensível (cerca de 3% de todos os pacientes) cujas crises podem ser desencadeadas por estímulos luminosos de tv, videogames e alguns padrões geométricos fortes, luz do sol através de folhas e outros. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM FÍSICA 2.5 LUZ E SOM As ondas sonoras, ou ondas de pressão, nada mais são que a propagação de um distúrbio mecânico através de um meio elástico como o ar. Os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente (excluindo os de impacto), são: UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 3. ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA 3.1 Cáusticos 3.2 Venenos UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 146 ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA Atuam nos tecidos vivos através de substâncias que provocam alterações de natureza somática, fisiológica ou psíquica, podendo levar inclusive à morte. Compreendem: Cáusticos Venenos UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA CÁUSTICOS Os cáusticos são substâncias que, de acordo com sua natureza química, ao atuarem no corpo humano, provocam lesões cuja gravidade depende da sua concentração e da região corporal atingida chamada vitriolagem. São exemplos de cáusticos a soda, o ácido clorídrico e o ácido sulfúrico. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIA DE ORDEM QUÍMICA VENENOS São substâncias que quando introduzida no organismo em quantidade relativamente pequena e agindo quimicamente, são capazes de produzir lesões graves à saúde. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 4. ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 150 ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA ASFIXIA MECÂNICA É a supressão da respiração decorrente de energia físico-química, produzindo impedimento à penetração do ar atmosférico na árvore respiratória. Temos ao mesmo tempo, redução do teor do oxigênio e o aumento do teor de gás carbônico no sangue arterial. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA DEFINIÇÕES Apneia: ausência dos movimentos respiratórios Eupneia: movimentos respiratórios normais Dispneia: Dificuldade respiratória UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA FASES DA ASFIXIA DISPNÉIA INSPIRATÓRIA: dura cerca de 1 minuto, é decorrente da deficiência anormal de concentração de oxigênio no sangue arterial, o indivíduo faz grande esforço para receber oxigênio, pois este vai se escasseando; DISPNÉIA EXPIRATÓRIA: dura cerca de 2 a 3 minutos, devido a grande concentração de gás carbônico, o indivíduo está inconsciente e apresenta convulsões. ESGOTAMENTO: dura cerca de 2 a 3 minutos, ocorrendo a parada respiratória, com morte aparente, após temos os últimos movimentos respiratórios e a seguir a parada respiratória definitiva. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA ASFIXIA – IMPORTÂNCIA LEGAL A asfixia é considerada meio cruel, o processo asfíxico somente produz a morte com cerca de cinco minutos, sendo meio demorado de produzir a morte com sofrimento da vítima, o que nos mostra o inequívoco dolo de matar. A morte em legítima defesa através da asfixia, é muito difícil de ser aceita, uma vez que vindo a pessoa a desfalecer no primeiro minuto, tem o agressor mais quatro minutos para arrepender-se e sustar o processo asfíxico. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA ASFIXIA – SEQUELAS Sendo o indivíduo salvo após atingir estado asfíxico avançado, poderá apresentar sequelas tais como: perturbações psíquicas, amnésia, paralisia, convulsões, estado comatoso, etc. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA TRÍADE DA ASFIXIA Constituem sinais presentes em todas as modalidades de asfixia: 1)Sangue fluido escuro (exceção no afogamento quando o sangue é claro ); 2)Congestão polivisceral; 3)Equimose ou mancha de Tardieu que encontramos nas regiões subconjuntival, subpleural e subepicárdica. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS VIOLENTAS 1) Asfixias por obstrução das vias respiratórias a) Constrição cervical: - Enforcamento; - Estrangulamento; - Esganadura. b)Sufocação direta: narina, boca, laringe ou faringe ( mãos, corpo estranho, etc. ). UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS VIOLENTAS 2) Por restrição aos movimentos do tórax; a) Compressão torácica ( sufocação indireta). b) Fraturas costais múltiplas. c) Paralisia dos músculos respiratórios - Em espasmo – eletroplessão, drogas contraturantes - Em flacidez – drogas relaxantes musculares; - Em fadiga - crucificação UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS VIOLENTAS 3) Por modificação do meio ambiente; a) Confinamento; b) Soterramento; c) Afogamento. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA CLASSIFICAÇÃO DAS ASFIXIAS VIOLENTAS 4) Por parada respiratória central; a) Traumatismo cranioencefálico; b) Eletroplessão; c) Drogas depressoras do SNC. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA ENFORCAMENTO Tipo de asfixia na qual a constrição do pescoço se faz por um laço que é acionado pelo próprio peso da pessoa. Muito comum em casos de suicídio. ESTRANGULAMENTO Constrição do pescoço por meio de um laço acionado pela força muscular do agente agressor. ESGANADURA Constrição do pescoço por meio das mãos do agente agressor UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA SUFOCAÇÃO DIRETA: A asfixia é causada pelos obstáculos mecânicos encontrados nas aberturas aéreas ( narinas, boca e glote ). INDIRETA: O indivíduo sofre o processo de asfixia por impossibilidade de realizar movimentos de inspiração e expiração devido a força ou peso excessivo que lhe impede. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA SUFOCAÇÃO DIRETA Oclusão acidental – ocorre com os recém-nascidos, que, dormindo com a mãe são sufocados por esta ou por panos, travesseiros, temos também sufocação por botões, moedas, milho, bolinhas, alimentos, etc; nos adultos o acidente poderá resultar deataque epiléptico, síncopes, embriaguez caindo com o rosto contra o travesseiro p. ex. Oclusão criminosa – é comum no infanticídio, porém podemos também encontrar em adultos; envolver a cabeça da vítima em panos adequados, lama etc. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA SUFOCAÇÃO INDIRETA Compressão homicida: Inglaterra houve época em que os criminosos sentavam-se sobre o tórax da vítima até matá-la; Compressão acidental: pisoteamento por multidões, acidente de trânsito com pessoa presa a ferragens, compressão torcedores contra cercas e grades, sacos e pesos que desabam sobre pessoas, etc. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA CONFINAMENTO Neste caso a asfixia ocorre pela falta de oxigênio decorrente de ambientes fechados, onde o oxigênio diminui de forma gradual. CAUSAS: desabamento de minas, sequestrados dentro de malas ou bagageiros, presos amontoados dentro de camburões, cubículos, etc. SINAIS: Temos aqui os sinais gerais de asfixia, lesões tipo escoriações e equimoses decorrentes de tentativas de deixar o local. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA SOTERRAMENTO É a modalidade de asfixia, na qual ocorre a substituição do meio gasoso, por meio sólido, pulverulento. SINAIS: Tríade asfíxica (sangue fluido escuro, congestão poli-visceral e equimose de Tardieu subpleural, subepicardica, subconjuntival), máscara equimótica (tom azulado) impressão torácica, pó da traquéia ao pulmão, equimoses e escoriações. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICA AFOGAMENTO Se constitui numa modalidade de asfixia, na qual o indivíduo é introduzido em meio líquido e ocorre a penetração deste líquido nas vias respiratórias. SINAIS: Enrugamento da pele (mão de lavadeira), decorre do aumento de volume da camada córnea da epiderme, não é sinal de afogamento mas de permanência dentro da água; Cogumelo de espuma – decorre da mistura de ar, muco e água nas vias respiratórias, ocorre quando retira-se o afogado da água; Lesões provocadas por animais aquáticos, atacam principalmente as partes moles, pálpebras, lábios, nariz e orelhas; Cabeça de negro, devido ao fato da parte superior do corpo do afogado ser mais pesada, a mancha verde se inicia pela face e pescoço, com o escurecimento vai rapidamente a cabeça ficando totalmente negra; Agigantamento do cadáver devido a putrefação que ocorre em aproximadamente 24 hs. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PRODUTORES DE DANOS À INTEGRIDADE FÍSICA OU A SAÚDE 5. ENERGIAS DE ORDEM MISTA OU BIODINÂMICA UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 168 ENERGIAS DE ORDEM MISTA OU BIODINÂMICA A energias de ordem biodinâmica são aquelas que se manifestam de modo combinado, havendo fatores orgânicos e químicos. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas Negativas Inanição Doenças carências Intoxicações alimentares Positivas Autointoxicações Infecções Energias de ordem biodinâmica ENERGIAS DE ORDEM MISTA OU BIODINÂMICA Dentro do conceito de energias de ordem mista podemos agrupar todas aquelas situações em que para a produção da lesão concorrem causas variadas. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas Fadiga aguda crônica. Doenças parasitárias Síndrome da criança maltratada Sevícias Síndrome do ancião maltratado Tortura Energias de ordem mista LESÃO CORPORAL ART. 129 171 LESÃO CORPORAL – ART. 129 Lesão Corporal é toda ofensa causada à integridade do corpo humano através do dano ou a saúde tanto física quanto mental através das perturbações funcionais resultante do trauma. Essas lesões necessitam de um exame chamado Corpo de Delito, pois há necessidade que sejam avaliadas por profissionais para que caracterize os danos sofridos pela vítima. UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 172 LESÃO CORPORAL – ART. 129 CÓDIGO PENAL ARTIGO 129 Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. Detenção: 3 meses a 1 ano UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 LEVE Todo e qualquer dano ocasionado a normalidade do indivíduo, seja anatômico, fisiológico ou mental; 80% das lesões corporais; Escoriações; Hematomas de pele; Feridas incisas, corto contusas, contusas superficiais; Inferiores a 30 dias e que não tenham acarretado perigo de vida UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 174 LESÃO CORPORAL – ART. 129 GRAVE § 1º: I- Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias. II – Perigo de vida III – Debilidade permanente de membro, sentido ou função IV – Aceleração do parto Pena: Reclusão de 1 a 5 anos UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 I- Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias. Não se limita tão somente à profissão, sem sentido socioeconômico; Não tem que ser total, basta que o exercício das suas atividades habituais coloque em risco ou retarde a cura da lesão; O individuo pode voltar as suas atividades antes de cicatrizado.; Pode estar incapacitado depois do ferimento cicatrizado; UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 I- Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias. Cura funcional, não anatômica a vítima retorna em condições razoáveis as suas ocupações, sem maiores dano ou risco de agravamento da lesão, embora não totalmente consolidada; Obrigatoriedade de exame complementar após 30 dias do evento, não suprido por prognóstico; UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 II – Perigo de vida É uma probabilidade concreta e eminente de um êxito letal É diagnóstico e não prognóstico Pode apresentar-se logo após o ferimento ou depois de horas ou dias ou meses , com ou sem tratamento A secção de um grande vaso sanguíneo com pronto-atendimento é perigo de vida Diferenciar de risco de vida UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas 178 LESÃO CORPORAL – ART. 129 CONDICÕES FREQUENTES DE PERIGO DE VIDA Coma Asfixias Choques hipovolêmicos Queimaduras de mais de 50% da superfície corporal Feridas penetrantes em grandes cavidades com lesões de vísceras UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 III – Debilidade permanente de membro, sentido ou função Debilidade deve ser entendido como sendo o enfraquecimento, perda da força Os membros são os quatro apêndices do corpo Os sentidos são os mecanismos sensoriais pelas quais percebemos as manifestações do mundo exterior As funções são as atuações dos sistemas, aparelhos e órgãos A perda de um órgão constituirá debilidade de função permanente UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 IV – Aceleração do parto O termo antecipação de parto é mais correto Só se acelera o que já está em movimento Lesões na gestante causando expulsão do feto VIVO UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 GRAVÍSSIMA § 2º: I- Incapacidade permanente para o trabalho II – Enfermidade incurável III - Perda ou inutilização de membro, sentido ou função IV – Deformidade permanente V – Aborto Pena: Reclusão de 2 a 8 anos UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 I- Incapacidade permanente para o trabalho Incapacitado para exercer qualquer atividade lucrativa O trabalho referido é o genérico e não o específico Ablação de membros Cegueira Alienação mental UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 II – Enfermidade incurável Desvio definitivo da normalidade, alteração permanente da saúde Estado mórbido de evolução lenta Tratamento excepcional Tratamento arriscado Tratamento que dure anos Tratamento fora das possibilidades da vítima Vítima recusada, em caráter permanente, no mercado geral de trabalho, ou aceita em condições de inferioridade UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 III - Perda ou inutilização de membro, sentido ou função Perda ou permanência inútil Se a debilidade excede de 80%, já é perda Perda é igual a ablação UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 IV – Deformidade permanente Para uns, somente um verdadeiro aleijão Para outros, qualquer dano estético Para a maioria, se provocar um complexo de inferioridade Dano estético visível e permanente UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 V – Aborto Interrupção da gravidez pela morte do produto da concepção em qualquer época da gravidez Pune se o agressor pela lesão corporal, pelo perigo de vida que causou a mulher e pelo feticídio UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 LESÕES CORPORAIS SEGUIDAS DE MORTE § 3º - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo. Pena: Reclusão de 4 a 12 anos UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas LESÃO CORPORAL – ART. 129 Quesitos para Exame de Corpo de Delito Lesões Corporais Houve lesão? Qual instrumento ou meio a produziu? Há quanto tempo foi produzida? Resultou debilidade de membro, sentido ou função? Resultou perda ou inutilização de membro, sentido ou função? Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel? Resultou perigo de vida? Impediu as atividades habituais por mais de trinta dias? Resultou deformidade permanente, enfermidade incurável, aceleração de parto ou aborto? UNESA Traumatologia Forense Dra. Daniela Porto Carvas
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