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Exercícios de psicopato 3

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Exercícios de Psicopatologia Cáp 13, 14 e 15
1 – Descreva brevemente as seguintes alterações na vivência do tempo e do ritmo psíquico: bradipsiquismo, taquipsiquismo, ilusão sobre a duração do tempo, atomização do tempo e inibição da sensação do fluir temporal.
Na mania, há taquipsiquismo geral, com aceleração de todas as funções psíquicas (pensamento, psicomotricidade, linguagem, etc.), e, na depressão, ocorre bradipsiquismo, com lentificação de todas as atividades mentais. Ilusão sobre a duração de tempo: Trata-se da deformação acentuada da percepção da duração temporal. Ocorre, sobretudo, nas intoxicações por alucinógenos ou psicoestimulantes (cocaína, anfetamina, etc.). Atomização do tempo: Vivemos no tempo presente, em um agora que se vincula intimamente aos acontecimentos passados e às possibilidades do porvir. A alteração ou a falta dessa experiência subjetiva natural de fluir temporal, decorrente da perda ou do enfraquecimento de ambas as margens do tempo (passado e futuro), produz uma redução quase puntiforme ou atomizada do tempo, fazendo-o parecer uma sucessão de pontos presentes que não se articulam entre si. O indivíduo não consegue inserir-se naturalmente na continuidade do devir, adere a momentos quase descontínuos. Esse fenômeno ocorre nos estados de exaltação e agitação maníaca, geralmente acompanhados da chamada fuga de ideias e de distraibilidade intensa. Inibição da sensação do fluir temporal: A anormalidade da sensação do fluir do tempo corresponde à falta da sensação do avançar subjetivo do tempo, na qual o sujeito perde o sincronismo entre o passar do tempo objetivo, cronológico, e o fluir de seu tempo interno. Isso ocorre em síndromes depressivas graves.
2 – Como são as alterações da vivência do espaço no estado maníaco, em um quadro depressivo e quadro paranoide.
A vivência do espaço no indivíduo em estado maníaco é a de um espaço extremamente dilatado e amplo, que invade o das outras pessoas. O maníaco desconhece as fronteiras espaciais e vive como se todo o espaço exterior fosse seu. Esse espaço não oferece resistências ao seu eu. Nos quadros depressivos, o espaço exterior pode ser vivenciado como muito encolhido, contraído, escuro e pouco penetrável pelo indivíduo e pelos outros. O indivíduo com quadro paranoide vivencia o seu espaço interior como invadido por aspectos ameaçadores, perigosos e hostis do mundo. O espaço exterior é, em princípio, invasivo, fonte de perigos e ameaças. No caso do indivíduo com agorafobia, o espaço exterior é percebido como sufocante, pesado, perigoso e potencialmente aniquilador.
3 – Descreva as alterações quantitativas da sensopercepção: hiperestesia, hiperpatia, hipoestesia, anestesias táteis e analgesias, parestesias e disestesias.
Hiperestesia: Condição na qual as percepções encontram-se anormalmente aumentadas em sua intensidade ou duração. Os sons são ouvidos de forma muito amplificadas, as cores tornam-se mais intensas. Ocorre nas intoxicações por alucinógenos, em algumas formas de epilepsia, na enxaqueca, no hipertireoidismo, na esquizofrenia aguda e em certos quadros maníacos. 
Hiperpatia: No sentido neurológico, sensação desagradável e geralmente dolorosa causada por leve estímulo da pele. Ocorre nas síndromes talâmicas.
Hipoestesia: É observada em alguns pacientes depressivos, nos quais o mundo circundante é percebido como mais escuro, as cores mais pálidas, os alimentos com menos sabor.
Anestesias táteis: perda da sensação tátil em determinada área da pele. Usa-se o termo anestesia para indicar também analgesias (perda das sensações dolorosas) de áreas da pele e partes do corpo.
Parestesias: São sensações táteis desagradáveis como formigamentos, adormecimentos, picadas, agulhadas ou queimação. Já as disestesias táteis são sensações anômalas e dolorosas desencadeadas por estímulos externos, como sentir frio quando estimulado por calor, ou um leve roçar na pele causa dor (assemelhando-se à hiperpatia).
4 – Quais as diferenças entre ilusão, alucinação e alucinose?
Ilusão: Percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Na ilusão há sempre um objeto externo real. A percepção pode ser deformada em três condições:
- Rebaixamento do nível de consciência, que torna a percepção imprecisa;
- Fadiga grave ou intenção marcante: ilusões transitórias sem importância clínica;
- Estados afetivos, por sua acentuada intensidade, deformam o processo de sensopercepção, gerando as chamadas ilusões catatímicas. As mais comuns são as ilusões visuais e auditivas.
Alucinações: Percepção de um objeto sem que este esteja presente, sem o estímulos sensorial respectivo. É a percepção clara de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença do objeto estimulante real.
A alucinação denominada alucinose é o fenômeno pelo qual o paciente percebe tal alucinação como estranha à sua pessoa. O característico das alucinoses é serem adequada e imediatamente criticadas pelo sujeito, reconhecendo seu caráter patológico. Na alucinose, embora o doente veja a imagem ou ouça a voz ou o ruído, falta a crença que comumente o alucinado tem em sua alucinação. O indivíduo permanece consciente de que aquilo é um fenômeno estranho, patológico, não tem nada a ver com a sua pessoa, estabelecendo distanciamento entre si e o sintoma. 
5 – Qual o valor diagnóstico das alucinações auditivas simples e complexas e das alucinações visuais?
Valor diagnóstico das alucinações auditivas: ocorrem com mais frequência na esquizofrenia, existindo convicção marcante de usa realidade. Ocorrem também nos transtornos de humor, com vozes com conteúdo de ruína ou culpa na depressão e com conteúdo de grandeza ou místico-religioso na mania. Nesse caso são humor-congruentes. Se forem humor-incongruentes, podem ser vozes acusatórias na mania e vozes religiosas na depressão. Alucinações auditivas podem ocorrer ainda no alcoolismo crônico e transtornos de personalidade (histriônica, borderline e esquizotípica). 
Alucinações visuais:Assim, as alucinações visuais, embora possam se manifestar em condições normais e em transtornos mentais como a esquizofrenia, são mais frequentes em quadros neurológicos e neuropsicológicos. Portanto, sempre que um paciente (sobretudo se for idoso ou apresentar estado físico geral ruim, intoxicação/abstinência de álcool ou drogas ou alterações motoras) relatar uma alucinação visual, deve-se aventar a possibilidade de causa orgânica. 
6 – Explique como funciona a “lei da regressão mnêmica” ou Lei de Ribot.
A “Lei da regressão mnêmica”, de Théodule Ribot (1881), ou lei de Ribot, estabelece que o indivíduo que sofre uma lesão ou doença cerebral, sempre que esse processo patológico atinge seus mecanismos mnêmicos de registro e recordação, tende a perder os conteúdos da memória (esquecimento) seguindo algumas regularidades: 1 - O sujeito perde as lembranças e seus conteúdos na ordem e no sentido inverso que os adquiriu. 2 - Consequência do item anterior, ele perde primeiro elementos recentemente adquiridos e, depois, os elementos mais antigos.
7– Explique brevemente os quatro tipos de memória: de trabalho, episódica, semântica e de procedimentos.
A memória de trabalho (working memory) é, na verdade, a combinação de habilidades de atenção (capacidade de prestar atenção e de concentração) e da memória imediata. São exemplos de memória de trabalho o ouvir um número telefônico, retê-lo na mente, para, em seguida, discar, assim como, quando ao dirigir em uma cidade desconhecida, perguntar sobre um endereço, receber a informação e a sugestão do trajeto e, mentalmente, executar o itinerário de forma progressiva. A memória de trabalho é, de modo geral, explícita e declarativa.
Memória episódica: Esta é possivelmente a forma mais relevante de memória para a clínica neurológica, psiquiátrica e neuropsicológica. Trata-se de uma forma de memória explícita e declarativa relacionada a eventos específicos da experiência pessoal do indivíduo, ocorridos em determinado contexto. Relatar o que foi feito na noite anterior é um típico exemplo de memóriaepisódica. Esta corresponde a eventos concretos, comumente autobiográficos, bem-circunscritos em determinado momento e local. Refere-se, assim, à recordação consciente de fatos reais. 
Memória semântica:Esse tipo de memória se refere a aprendizado, conservação e utilização de algo que pode ser designado como o arquivo geral de conceitos e conhecimentos factuais do indivíduo. Assim, conhecimentos como a cor de um papagaio (verde), ou quem foi o maior jogador de futebol do Brasil (Pelé) são de caráter geral e se cristalizam por meio da linguagem, ou seja, também são de caráter semântico. Assim como a memória episódica, a memória semântica é sempre explícita e declarativa. A memória semântica diz respeito ao registro e à retenção de conteúdos em função do significado que têm. 
Memória de procedimentos:Trata-se de um tipo de memória automática, geralmente não-consciente. Exemplos desse tipo de memória são habilidades motoras e perceptuais mais ou menos complexas (andar de bicicleta, digitar no computador, tocar um instrumento musical, bordar, etc.), habilidades visuoespaciais (como a capacidade de aprender soluções de labirintos e quebra-cabeças) e habilidades automáticas relacionadas ao aprendizado de línguas (regras gramaticais incorporadas na fala automaticamente, decorar a conjugação de verbos de uma língua estrangeira, etc.). 
8 – Descreva as seguintes alterações quantitativas da memória: hipermnésia, amnésia psicogênica, amnésia orgânica, amnésia anterógrada e amnésia retrógrada.
Hipermnésias: As representações (elementos mnêmicos) afluem rapidamente, em tropel, ganhando em número, perdendo, porém, em clareza e precisão. A hipermnésia traduz mais a aceleração geral do ritmo psíquico que uma alteração propriamente da memória.
Amnésia psicogênica:Há perda de elementos mnêmicos focais, os quais têm valor psicológico específico (simbólico, afetivo). O indivíduo esquece, por exemplo, um evento de sua vida (que teve um significado especial para ele), mas consegue lembrar de tudo que ocorreu ao seu “redor”. Tal amnésia pode ser superada por um estado hipnótico (na hipnose, o indivíduo consegue lembrar do que, em estado de consciência, não recorda). 
Amnésia orgânica: Trata-se de amnésia menos seletiva (em relação ao conteúdo do material esquecido) que a psicogênica. Em geral, perde-se primeiramente a capacidade de fixação (memórias imediatas e recentes); em estados avançados da doença, o indivíduo começa a perder conteúdos antigos. A amnésia orgânica segue, de modo geral, a lei de Ribot.
Amnésia anterógrada:O indivíduo não consegue mais fixar elementos mnêmicos a partir do evento que lhe causou o dano cerebral. Por exemplo, o indivíduo não lembra do que ocorreu nas semanas (ou meses) depois de um trauma cranioencefálico. A amnésia anterógrada é um distúrbio-chave e bastante frequente na maior parte dos distúrbios neurocognitivos. 
Amnésia retrógrada:O indivíduo perde a memória para fatos ocorridos antes do início da doença (ou trauma). Sua ocorrência sem amnésia anterógrada pode ser observada em quadros dissociativos (psicogênicos), como a amnésia dissociativa e a fuga dissociativa. De modo geral, é comum, após trauma cranioencefálico, a ocorrência de amnésias retroanterógradas, ou seja, déficits de fixação para o que ocorreu dias, semanas ou meses antes e depois do evento patógeno.
9 - Descreva as seguintes alterações qualitativas da memória ou paramnésias: ilusões mnêmicas, alucinações mnêmicas, fabulações, criptomnésia, ecmnésia e lembrança obsessiva.
Ilusões mnêmicas:Neste caso, há o acréscimo de elementos falsos a um núcleo verdadeiro de memória. Por isso, a lembrança adquire caráter fictício. Muitos pacientes informam sobre o seu passado indicando claramente deformação de lembranças reais: “Tive uma centena de filhos com minha mulher” (teve de fato alguns filhos com a mulher, mas não uma centena). Ocorre na esquizofrenia, na paranóia, na histeria grave, nos transtornos da personalidade (borderline, histriônica, esquizotípica, etc).
Alucinações Mnêmicas:São verdadeiras criações imaginativas com a aparência de lembranças ou reminiscências que não correspondem a qualquer elemento mnêmico, a qualquer lembrança verdadeira. Podem surgir de modo repentino, sem corresponder a qualquer acontecimento. Ocorrem principalmente na esquizofrenia e em outras psicoses funcionais. As ilusões e as alucinações mnêmicas constituem, muitas vezes, o material básico para a formação e a elaboração de delírios (delírio imaginativo ou mnêmico).
Fabulações: Neste caso, elementos da imaginação do doente ou mesmo lembranças isoladas completam artificialmente as lacunas de memória, produzidas, em geral, por déficit da memória de fixação. Além do déficit de fixação, o doente não é capaz de reconhecer como falsas as imagens produzidas pela fantasia. As fabulações (ou confabulações) são invenções, produtos da imaginação do paciente, que preenchem um vazio da memória. O paciente não tem intenção de mentir ou enganar o entrevistador. 
Criptomnésia:Trata-se de um falseamento da memória, em que as lembranças aparecem como fatos novos ao paciente, que não as reconhece como lembranças, vivendo-as como uma descoberta. Por exemplo, um indivíduo com demência (como do tipo Alzheimer) conta a seus amigos uma história muito conhecida como se fosse inteiramente nova, história essa que, há poucos minutos, foi relatada por um companheiro.
Ecmnésia:Trata-se da recapitulação e da revivescência intensa, abreviada e panorâmica, da existência, uma recordação condensada de muitos eventos passados, que ocorre em breve período. Na ecmnésia, o indivíduo tem a vivência de uma alucinação, a visão de cenas passadas como forma de presentificação do passado. Esse tipo de ecmnésia pode ocorrer em alguns pacientes com crises epilépticas. O fenômeno denominado visão panorâmica da vida, associado às chamadas experiências de quase-morte, é, de certa forma, um tipo de ecmnésia, que ocorre relacionado à iminência da morte por acidente (afogamento principalmente, sufocamento ou intoxicação), em formas graves de histeria e no estado de hipnose. 
Lembrança obsessiva: A lembrança obsessiva, também denominada ideia fixa ou representação prevalente, manifesta-se como o surgimento espontâneo de imagens mnêmicas ou conteúdos ideativos do passado que, uma vez instalados na consciência, não podem ser repelidos voluntariamente pelo indivíduo. A imagem mnêmica, embora reconhecida como absurda e indesejável, reaparece de forma constante e permanece, como um incômodo, na consciência do paciente. Manifesta-se em indivíduos com transtornos do espectro obsessivo-compulsivo.
10 – De modo geral, como podem ser descritas as alterações de reconhecimento associadas a transtornos psiquiátricos? E qual valor diagnóstico elas possuem?
Alterações do reconhecimento e identificação de origem delirante:
Essas alterações incluem os falsos desconhecimentos produzidos por processos delirantes, síndromes delirantes muito peculiares do reconhecimento e de falsas identificações.
Todas essas alterações poderiam muito bem ser descritas no capítulo sobre juízo de realidade e delírio ou no capítulo a respeito da consciência do Eu. Entretanto, por serem alterações do reconhecimento, optou-se, um tanto arbitrariamente, em descrevê-las neste capítulo.
Valor diagnóstico: De modo geral, os falsos desconhecimentos e os falsos reconhecimentos, assim como as demais síndromes delirantes dessa natureza, ocorrem com mais frequência associados a esquizofrenia, depressões graves e síndromes psico-orgânicas agudas ou crônicas. Entretanto, podem se manifestar de forma isolada.

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