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* * TERAPIA COM ULTRA-SOM * * “Quando os profissionais clínicos sabem como uma modalidade funciona, eles se encontram, a princípio, em uma posição de prever com alto grau de precisão qual deve ser o regime de tratamento correto para uma lesão em particular, sem precisar apoiar-se apenas na experiência clínica e em boatos. Contudo, isso envolve alguns problemas, já que não há uma concordância geral na literatura sobre pesquisas clínicas e laboratoriais a respeito de como tratar melhor cada tipo de lesão individual. Também não existem duas lesões idênticas. O que pode funcionar para uma lesão, por exemplo, pode não funcionar para outra. É vital, portanto, que o clínico tenha o máximo de conhecimento possível sobre a biologia da regeneração e como as eletroterapias interagem com ela para escolher e adaptar o regime de tratamento que melhor proporcione o tão necessário estímulo de reparação. É preciso compreender, contudo, que algumas feridas não se regenerarão, independentemente de qual modalidade de eletroterapia seja aplicada, devido à presença de alguma deficiência de fundo no ambiente da ferida.” YOUNG, 2003. * * ANAMNESE História completa do paciente: Conhecer complicações ou patologias associadas; Exemplos: diabetes, insuficiência venosa, etc.; Perda de tempo e dinheiro; Possibilidade de complicar o problema; Aumentar o risco do paciente. * * AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS Utilizar técnicas diagnósticas para avaliar a recuperação das lesões; Reduzir ao máximo o tempo de tratamento do paciente; Redução dos custos com o tratamento. * * USO DO ULTRA-SOM INTENSIDADE – 0,1 a 3,0 W/cm2; Contínuo ou pulsado? Contra-indicações – pouca evidência clínica; Calibração – 3 a 6 meses. * * EFEITOS FÍSICOS DO ULTRA-SOM EFEITOS TÉRMICOS; EFEITOS NÃO-TÉRMICOS. * * EFEITOS TÉRMICOS CALOR – É gerado pela porcentagem de ultra-som absorvido; A absorção depende da: Natureza do tecido; Grau de vascularização; Frequência do ultra-som. * * EFEITOS TÉRMICOS Tecidos com mais proteínas absorvem mais ondas; Tecidos com alto teor de gordura absorvem menos ondas; Um efeito térmico pode ser obtido se a temperatura do tecido for elevada para entre 40 e 45oC por pelo menos 5 minutos. * * EFEITOS TÉRMICOS MEDIDAS DE PROFUNDIDADE DE MEIO-VALOR: 3MHz – 4mm; 1MHz – 11mm. Estruturas a ser aquecidas: Periósteo; Osso cortical superficial; Meniscos articulares; Músculo fibrótico; Bainhas tendíneas; Raízes nervosas maiores; Interfaces intermusculares. * * EFEITOS TÉRMICOS O QUE OCORRE? O calor é dissipado por difusão térmica e pelo fluxo sanguíneo local. * * EFEITOS TÉRMICOS PROBLEMAS: Suprimento sanguíneo restrito; Tecido avascular (ex: tendão); Osso ou prótese metálica: Reflexão de cerca de 30% da energia incidente de volta através dos tecidos moles; Geração de calor não controlado durante a jornada de retorno; Aumento de calor gerando LESÃO. * * EFEITOS NÃO-TÉRMICOS O ultra-som pode desenvolver efeitos biológicos sem envolver mudanças significativas na temperatura: Estímulo à regeneração tecidual; Reparo dos tecidos moles; Fluxo sanguíneo em tecidos cronicamente isquêmicos; Síntese de proteínas; Reparo ósseo. * * EFEITOS NÃO-TÉRMICOS MECANISMOS FÍSICOS ENVOLVIDOS: CAVITAÇÃO; CORRENTES ACÚSTICAS; ONDAS ESTACIONÁRIAS. * * EFEITOS NÃO-TÉRMICOS CAVITAÇÃO: Formação de bolhas ou cavidades com dimensões micrométricas em fluidos contendo gases. Dependendo da pressão e da energia pode ser útil ou prejudicial. * * EFEITOS NÃO-TÉRMICOS CAVITAÇÃO: EFEITO BENÉFICO: Alterações reversíveis na permeabilidade das membranas: Amplitudes de baixa pressão. Facilita a passagem de vários íons: EXEMPLO: Cálcio; Efeito profundo na atividade celular. * * EFEITOS NÃO-TÉRMICOS CAVITAÇÃO: EFEITO NOCIVO: Efeito cavitacional violento: Amplitudes de alta pressão. Pressão alta; Temperatura alta; Formação de radicais livres; Lesão tecidual. * * EFEITOS NÃO-TÉRMICOS CORRENTES ACÚSTICAS: Movimento unidirecional do fluido em um campo de ultra-som; Desenvolvimento de alta velocidade entre os fluidos e estruturas como: células, bolhas e fibras dos tecidos; Estimula a atividade celular; Altera a permeabilidade das membranas. * * EFEITOS NÃO-TÉRMICOS CORRENTES ACÚSTICAS: EFEITOS TERAPÊUTICOS POSSÍVEIS: Aumento da síntese de proteínas; Aumento da secreção de mastócitos; Alteração na mobilidade dos fibroblastos; Aumento da captação do cálcio; Aumento da produção de fatores de crescimento por macrófagos. * * EFEITOS NÃO-TÉRMICOS ONDAS ESTACIONÁRIAS: Ocorre quando uma onda de ultra-som atinge a interface entre dois tecidos com impedâncias diferentes; EXEMPLO: músculo e osso. As ondas refletidas interagem com as ondas incidentes; As ondas sobrepõe-se; As intensidades de pico e as pressões são muito mais altas; Pode gerar cavitação. * * EFEITOS NÃO-TÉRMICOS ONDAS ESTACIONÁRIAS: COMO EVITAR: Movimentar o transdutor constantemente durante a aplicação. * * REPARO TECIDUAL É A OCORRÊNCIA DE VÁRIOS EFEITOS CELULARES E QUÍMICOS APÓS UMA LESÃO NOS TECIDOS MOLES. * * PROCESSO DE REPARO SUBJACENTE COMPONENTES CELULARES: Plaquetas; Mastócitos; Leucócitos; Polimorfonucleares; Macrófagos; Linfócitos T; Fibroblastos; Células endoteliais. * * FASES DO REPARO TECIDUAL INFLAMAÇÃO; PROLIFERAÇÃO / FORMAÇÃO DE TECIDO DE GRANULAÇÃO; REMODELAMENTO. * * FASE 1 – INFLAMAÇÃO PLAQUETAS: Formação do coágulo; Principal constituinte do coágulo sanguíneo. MASTÓCITOS: Fonte de substâncias biologicamente ativas, ou fatores produzidos na ferida; Ajuda a orquestrar a seqüência de reparos iniciais. NEUTRÓFILOS: Primeiros polimorfonucleados a entrar no leito da ferida; Limpa o local da perida de partículas estranhas: Bactérias; Resto de tacidos lesados. * * FASE 1 – INFLAMAÇÃO MACRÓFAGOS: Entram logo após os neutrófilos; Fazem a fagocitose: Bactérias; Restos de tecidos lesados. Produzem fatores que direcionam a formação do tecido de granulação. * * FASE 2 – PROLIFERAÇÃO / FORMAÇÃO DE TECIDO DE GRANULAÇÃO Preenchimento da ferida por: Células (macrófagos e fibroblastos, principalmente); Numerosos vasos sanguíneos (angiogênese); Matriz extracelular (substância fundamental amorfa e fibras de colágeno). Contração da ferida (dimunuição do tamanho); Formação de nova epiderme. * * * * FASE 3 – REMODELAMENTO Pode durar meses ou anos após a fase proliferativa; O tecido de granulação é substituído por cicatriz; Acelular; Avascualr. O tecido cicatricial é um substituto ruim para a pele. * * * * * * * * EFEITO DO ULTRA-SOM NOS TECIDOS DO CORPO EFEITO NA FASE INFLAMATÓRIA; EFEITO NA FASE PROLIFERATIVA; EFEITO NA FASE DE REMODELAÇÃO; EFEITO NO REPARO ÓSSEO; EFEITO NO ALÍVIO DA DOR. * * EFEITO DO ULTRA-SOM NA FASE INFLAMATÓRIA ALTERAÇÃO NA PERMEABILIDADE DAS MEMBRANAS DAS PLAQUETAS: Liberação de serotonina e outros fatores de crescimento. ALTERAÇÃO NA PERMEABILIDADE DOS MASTÓCITOS: Liberação de histamina; Altos índices de cálcio rompem a membrana, liberando a histamina contida na célula. * * EFEITO DO ULTRA-SOM NA FASE INFLAMATÓRIA ALTERAÇÕES IRREVERSÍVEIS NA PERMEABILIDADE DAS MEMBRANAS: Ondas estacionárias. ALTERAÇÕES REVERSÍVEIS NA PERMEABILIDADE DAS MEMBRANAS: Cálcio e outros íons; Devido à cavitação. * * EFEITO DO ULTRA-SOM NA FASE INFLAMATÓRIA EFEITO PROFUNDO NA ATIVIDADE CELULAR: Síntese e secreção de fatores da ferida pelas células; O macrófago é uma célula chave no sistema de regeneração da ferida por ser uma fonte de numerosos fatores de crescimento. * * EFEITO DO ULTRA-SOM NA FASE INFLAMATÓRIA ACÃO ANTIINFLAMATÓRIA OU INFLAMATÓRIA? Acelera a formação mais rápida do edema; O edema cede mais rapidamente; Acelera o processo como um todo; Conduz a ferida mais cedo para a fase proliferativa. * * EFEITO DO ULTRA-SOM NA FASE PROLIFERATIVA Fibroblastos e células endoteliais são recrutadas para o interior da ferida; Ocorre aumento da motilidade dos fibroblastos; Aumento da taxa de angiogênese; Aceleração da contração da ferida; Fechamento da ferida devido à formação de tecido granuloso e reepitelização. * * EFEITO DO ULTRA-SOM NA FASE DE REMODELAMENTO Os efeitos mais acentuados dão-se logo após à lesão (fase inflamatória); Aumento da força tensil e elasticidade da ferida; O tratamento na FASE INFLAMATÓRIA aumenta a quantidade de colágeno depositado e encoraja a sua deposição cuja a arquitetura tridimensional assemelha-se à pele normal. * * EFEITO DO ULTRA-SOM NO REPARO ÓSSEO O reparo ósseo possui as mesmas fases da cicatrização dos tecidos moles: Inflamação; Proliferação: Calo mole; Calo duro. Remodelação. Tem maior efetividade se aplicado nas fases iniciais; Se aplicado nas fases subseqüentes estimula o crescimento de cartilagem hialina, atrasando a mineralização. * * * * EFEITO DO ULTRA-SOM NO ALÍVIO DA DOR Não há evidências amplas dos efeitos sobre a dor; Acredita-se que: Acelera o processo inflamatório; Estimula a eliminação rápida do edema; Reduz a dor. * * FONOFORESE É a migração de moléculas de drogas através da pele sob a influência do ultra-som; Forças de correntes acústicas. Contradições: Efeito local X efeito sistêmico; Parâmetros do aparelho X natureza da droga. * * ULTRA-SOM DE BAIXA FREQUÊNCIA Freqüências em torno de 44 a 48 kHz; Significativamente menores que 1 e 3 MHz; Proporciona uma maior penetração; Diminui os riscos de ondas estacionárias; Ainda encontra-se em fase de estudo. * * APLICAÇÃO DE ULTRA-SOM * * FATORES A SER CONSIDERADOS Escolha do aparelho; Calibração; Escolha do meio acoplante; Freqüência; Intensidade; Modo pulsado ou contínuo; Intervalo entre os tratamentos; Duração do tratamento; Risco potencial ao terapeuta e o paciente. * * ESCOLHA DO APARELHO Segurança (selo de segurança); Taxa de Uniformidade do feixe – BNR; Freqüência; Mostradores e controles digitais; Auto-diagnóstico; Timer automático. * * CALIBRAÇÃO * * ESCOLHA DO MEIO ACOPLANTE ÁGUA DESGASEIFICADA: Operador deve usar luva. GEL AQUOSO; ÓLEO; EMULSÕES; CURATIVOS: Curativos de filme de poliuretano; Curativos de agar gel poliacrilamida. * * ESCOLHA DO MEIO ACOPLANTE REQUISITOS IMPORTANTES: Não deve ter bolhas de gás ou outros objetos refletivos; Viscosidade do gel, permitindo uso fácil; Ser estéril; Ser hipoalergênico; Ser quimicamente inerte; Funcionar também como curativo para a ferida; Ser transparente; Ser barato. * * FREQUÊNCIA 3 MHz – Ação superficial; 1 MHz – Ação mais profunda. * * INTENSIDADE EFEITOS TÉRMICOS – 0,5 A 1 W/cm²; EFEITOS NÃO-TÉRMICOS – Abaixo de 0,5 W/cm². Não é recomendada a aplicação de ultra-som acima de 1 W/cm². * * MODO PULSADO OU CONTÍNUO? PULSADO – Efeitos não-térmicos; CONTÍNUO – Efeitos térmicos. Existem muitas controvérsias sobre as modalidades pulsada e contínua. * * INTERVALOS DE TRATAMENTO FASE AGUDA: Uma vez por dia durante uma semana até que o edema tenha cedido. FASE CRÔNICA: Três vezes por semana. * * DURAÇÃO DO TRATAMENTO Máximo de 3 minutos por área; Máximo de 15 minutos em todo o corpo; A área deves ser, aproximadamente, 1,5 vezes o tamanho do cabeçote. * * RISCOS POTENCIAIS Útero gravídico; Gônadas; Lesões malignas e pré-cancerígenas; Tecidos previamente tratados com raios X profundos ou outra radiação; Anormalidades vasculares – TVP; embolia, aterosclerose grave; Infecções agudas; Área cardíaca; Olhos; Gânglio estrelado; Hemofílicos não protegidos pela reposição de fator; Proeminências ósseas subcutâneas; Placas epifisárias; Medula espinhas após laminectomia; Nervos subcutâneos principais; Crânio; Áreas anestésicas. * * BIBLIOGRAFIA KITCHEN, Sheila. Eletroterapia Prática Baseada em Evidências. Ed. 11; p. 211 – 232; Barueri – 2003. * * “Quem me dera ao menos uma vez que o mais simples fosse visto como o mais importante, mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.” Renato Russo
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