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Resumo crítico "As restrições morais do Estado" – Robert Nozick

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
DISCENTES: Laryssa de Azevedo (vespertino) 
DOCENTE: Profa. Dra. Regina Laisner
DISCIPLINA: Teoria Política
CURSO: Relações Internacionais – 2º ano (Vespertino)
RESENHA CRÍTICA: "As restrições morais do Estado" – Robert Nozick
Robert Nozick (Nova York, 16 de novembro de 1938 – 23 de janeiro de 2002), foi um filosofo político, autor da obra "Anarquia, Estado e Utopia", em 1974, o qual levanta sua tese em defesa da ética liberal, defendendo um Estado que comporte a neutralidade. O capítulo três do livro, " As restrições morais do Estado" será tratado em uma resenha crítica no presente trabalho.
O capítulo três inicia-se com o autor tratando da intitulação do Estado mínimo e ultra mínimo, e da redistribuição de segurança, começando por projetar o que seria a não violação de direitos, sustentado nos moldes de suas crenças de que os indivíduos dispõem da liberdade de suas ações, dos seus bens, dentro de limites próprios da natureza, assim sem prejudicar ou infringir o direito de outros.
Explicitando a sua preferência a um Estado mínimo ao invés de ultra mínimo, já que a ausência de um Estado, iniciaria na junção dos indivíduos que não tivessem seus direitos protegidos pelo Estado. A primeira indagação a ser levantada é se seria plausível o Estado pagar pela proteção de todos, sendo aplicada a redistribuição. Começando por tratar a moral como finalidade e não meio, os direitos devem ser também as limitações, disserta acerca das restrições morais indiretas, que refletem o princípio moral kantiano de que os indivíduos sejam invioláveis, defendendo a individualidade de cada um, em seus direitos e escolhas. Em uma visão díspar com o autor, tal redistribuição mesmo que ocorra, seria notavelmente dotada de disparidades, visto que, mesmo que o Estado tenha teoricamente suas formas de garantia a segurança a todos, as condições individuais ainda existiriam, de modo que quem fosse privilegiado em termos classe teria seus direitos mais garantidos. E no ponto de vista de que a segurança é algo de caráter coletivo, é justo que todos contribuam, ainda que alguns não possam contribuir, mesmo que a obrigatoriedade infringisse um ideal libertário, seu fim seria positivo.
Outra questão levantada se inicia na comparação moral entre o humano e os demais animais, questiona-se o porquê seres humanos matam e comem animais, visto que, seu consumo como alimento poderia ser substituído. As indagações surgem ao parâmetro de que possivelmente o ser humano se consideraria "superior" aos demais animais, e que, portanto, disporia desse "prazer extra", ao sacrifício de uma espécie em detrimento de outra. Contrário a essa lógica, o autor postula que a moral em relação aos animais não deve ser descartada na possibilidade de ser inferior ou não. O ponto que leva a reflexão é do porque o ser humano se acha apto a violar o direito de outros seres vivos sem que se questione a moral do ato, enquanto que se as mesmas medidas fossem tomadas para outros humanos, a visão moral seria outra, concluindo que os seres humanos se julgam em uma hierarquia, da qual ocupam o topo.
Ao retomar a questão da moralidade humana, questiona-se a origem de nossos ideais morais, põe-se em questionamento se haveria uma espécie de subdeterminação moral, que justificaria o ideal utilitarista, mas que não explica a moral hierárquica a qual a configura. Continuando a indagar-se do porque a moral é objeto restrito, se lança questão do porquê limitamos nossa moral a essa lógica. O autor destaca alguns coeficientes que justifiquem as ações, como o livre-arbítrio, a racionalidade e ter nos moldes globais uma atuação moralmente aceitável. Tais restrições podem ter origem no ponto de vista ético residente na natureza humana, na capacidade a razão, nas buscas individuais em autossatisfação, legitimando e estabelecendo parâmetros nas apropriações.
Retomando as questões sobre segurança e encerrando o capitulo, retorna a crítica da ideia de um Estado ultra mínimo, já que suas capacidades de segurança não contemplam todos residentes, criticando também a proteção de forma privada, pois fica fora do controle do Estado, ainda não possuindo e nem exigindo monopólio do uso da força. Conclui que o Estado deva ser mínimo, limitado a função de proteção, justificando que um Estado mais amplo viola os direitos individuais, não podendo também utilizar de sua máquina coercitiva que obrigue indivíduos a ajudarem outros, como tributações obrigatórias. Sendo o Estado firmado como legitimo ao estar em cumprimento com todas as transições colocadas.
Fica em evidencia o papel e a responsabilidade do Estado sob a segurança dos indivíduos, reforçando que o caráter de legitimidade estatal se da ao cumprimento das próprias normas e nas garantias as não violações. Entretanto as concepções do autor sob responsabilidade do Estado, deixam lacunas em outros setores, a disparidade de condições entre indivíduos, impossibilita que todos persigam ações consideradas morais igualmente. Além de nos parâmetros reais poucos Estados se parecerem com esse modelo, que de certa forma se pode considerar beirar o anarquismo ao qual as configurações mundiais não se encontram preparadas para a transição.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NOZICK, Robert. Anarquia, estado e utopia. Rio de Janeiro: Zahar, 1991. P. 42 – p. 69.

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