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Teoria do direito 1

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RESUMO AV1 – TEORIA DO DIREITO 1 – RAFAEL BARBOSA
ASSUNTOS:
DEFINIÇÃO DE DIREITO
RELAÇÃO ENTRE DIREITO E CIÊNCIA
DOGMÁTICA E ZETÉTICA
ASCENSÃO E QUEDA DO JUSNATURALISMO
ESCOLA DA EXEGESE
ESCOLA HISTÓRICA
JURISPRUDENCIA DOS CONCEITOS
MOVIMENTO DO DIREITO LIVRE
ESCOLA DA LIVRE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
	DEFINIÇÃO DE DIREITO
“O Direito, no meu ponto de vista, é a forma imposta pelo Estado de tratar igualmente os indivíduos, de modo que haja um tratamento desigual às relações jurídicas desiguais, em outras palavras, Direito é a forma de o Estado organizar e tratar os iguais igualmente e os desiguais desigualmente, de forma que todos sejam alcançados pela justiça garantida de forma subjetiva. Por exemplo: o direito de todos serem assistidos por um advogado, incluindo os pobres ao defensor público. O Estado equilibra esse direito de forma que a balança da Justiça sempre esteja em igual para todos e jamais seja tendenciosa a nenhum dos lados, a justiça deve ser cega para poder aplicar o correto e jamais desviar a atenção ao mal, seja o Estado ou o Povo o direito deve ser sempre justo e jamais ímpio, ou seja, ao passo que o Estado tem o dever de aplicar sanções a fim de coibir os excessos de direito, tem a obrigação de não cometer os erros da injustiça”.
O termo direito provém da palavra latim directum, ou seja, reto, certo, o mais adequado. É a qualidade daquilo que é regra. Direito é a arte do bom e do equitativo (antiguidade). Direito é a proporção real e pessoal de homem para homem que, conservada, conserva a sociedade e que, destruída, a destrói (Idade Média). Direito é o conjunto de condições, segundo as quais, o arbítrio de cada um pode coexistir com o arbítrio dos outros de acordo com uma lei geral de liberdade (Kant).
O direito, então, seria conceitualmente o que é mais adequado para o indivíduo tendo presente que, vivendo em sociedade, tal direito deve compreender fundamentalmente o interesse da coletividade.
Dentro dos tipos de direito, temos o natural e o positivo. 
 Direito natural: Universalidade = vale em toda parte. 
Imutabilidade = imutável no tempo. 
++ Depende da natura potestas populus (natureza da energia das pessoas). 
Conhecemos através de nossa razão. 
Os comportamentos são bons ou maus por si mesmos. 
Estabelece aquilo que é bom. 
 Direito Positivo: Particularidade = vale apenas em alguns lugares. 
Mutabilidade = muda com o tempo. 
Conhecemos através de uma declaração de vontade alheia (promulgação). 
Os comportamentos são, por si mesmos, indiferentes e assumem uma certa qualificação apenas porque foram disciplinados de um certo modo pelo direito positivo (é justo aquilo que é ordenado e injusto o que é vetado).
Estabelece aquilo que é útil.
As fontes do direito são fundamentais na construção do direito positivo (o direito escrito e interpretado que rege as relações humanas na atualidade), as principais são as leis, os costumes, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais.
LEI: Aquilo que se lê, conjunto de normas recolhidas e escritas, baseadas na experiência das relações humanas, que servem para ligar os fatos ou os acontecimentos ao direito, em ordem à paz social (de modo a garantir ou mostrar os direitos das partes, e, assim, atingir a igualdade e a liberdade entre os cidadãos). É o direito que aspira a efetividade.
COSTUMES: Regras sociais resultantes de uma prática reiterada de forma generalizada e prolongada, o que resulta numa certa convicção de obrigatoriedade, de acordo com cada sociedade e cultura específica. É a norma efetiva que aspira a validade.
DOUTRINA: Conjunto de estudos elaborados por inúmeros juristas, cujo objetivo é sistematizar e explicar todos os temas relativos à matéria do direito.
JURISPRUDENCIA DOS TRIBUNAIS: Conjunto das decisões e interpretações das leis feitas pelos tribunais superiores, adaptando as normas às situações de fato.
Dentro do direito, ainda, temos o direito objetivo e o subjetivo.
DIREITO OBJETIVO: Normas criadas pelo Estado, normas agendi, cujo seus descumprimentos, geralmente, acarretam em uma sanção
DIREITO SUBJETIVO: O poder que a ordem jurídica confere a alguém de agir e de exigir de outrem determinado comportamento;
ANOTAÇÕES B. SVEC:
A linguagem é a matéria prima do direito
O direito estuda o Direito, que contém uma série de direitos e isso é direito – Plurivocidade da palavra
Direito: Ambiguidade, vagueza e emotividade.
	RELAÇÃO ENTRE DIREITO E CIÊNCIA
A ciência jurídica designa o que constitui sua matéria de investigação, ocasionando infelizes equívocos. Os filósofos do direito limitaram sua preocupação em propor modelos sobre como deveria ser constituída uma genuína ciência do direito positivo.
KELSEN: A ciência jurídica deve estar purificada, tanto de elementos extranormativos (sociológicos, econômicos etc.) quanto de fatores valorativos ou ideológicos. Ela é uma ciência normativa, porque sua função é, exclusivamente, descrever normas, ou seja, seu objeto de estudo são as normas jurídicas válidas em um determinado âmbito. Ele denomina “proposições jurídicas” como os enunciados que a ciência jurídica formula descrevendo normas. Essas proposições são um decalque das normas jurídicas que descrevem. O que distingue um tipo de enunciado do outro é a função linguística, as normas jurídicas são prescritivas (comandam comportamentos que ainda virão a acontecer, e não podem ser verdadeiras ou falsas, aceitando, todavia, o critério da validade, consoante seu pertencimento ou não ao ordenamento jurídico), enquanto as proposições jurídicas constituem proposições descritivas (consiste em levar a conhecer, podem ser verdadeiras ou falsas, é capaz de gerar obrigação).
ALF ROSS: Critica a estrutura lógica que Kelsen atribui às proposições jurídicas. Apesar de atribuir uma função descritiva aos enunciados da ciência jurídica, Kelsen defende que são os enunciados do “dever ser”, como as normas jurídicas, e não do “ser”, como os enunciados também descritivos, das ciências naturais. Ele fala que o esquema de Kelsen é incoerente, já que as proposições jurídicas constituem juízos descritivos, devem ser enunciados que declarem que algo é e que constitua uma norma, ou seja, um juízo do dever ser. Ele afirma que as proposições de uma verdadeira ciência do direito devem ser asserções sobre qual é o direito vigente. Segundo Ross, o direito vigente é o conjunto de diretivas que provavelmente os tribunais considerarão em suas decisões judiciais, as proposições da ciência do direito constituem, em última instancia, previsões sobre quais diretivas serão aplicadas pelos juízes. Para isso, os juristas podem recorrer aos sociólogos ou aos psicólogos, permitindo uma maior certeza.
ALCHOURRÓN E BULYGIN: Propõem um modelo de ciência jurídica consideravelmente mais sofisticado do que o apresentado por Ross. Eles apresentam dois tipos de tarefas que a ciência jurídica desenvolve.
Empírica: determinar quais enunciados constituem a base de uma ordem jurídica (a mesma que Ross considera como a atividade central da ciência jurídica)
Operações lógicas de sistematização do direito:
1º PASSO: extraem-se as consequências lógicas dos enunciados que constituem a base do sistema, empregando certas regras de inferência, permitindo mostrar as falhas lógicas (lacunas, contradições e redundâncias) que o sistema pode ter.
2º PASSO: tenta-se substituir a base original do sistema por uma mais econômica, porem equivalente a ela, ou seja, por um conjunto menor de princípios que sejam os mais gerais possíveis, desde que tenham as mesmas consequências lógicas que as normas que substituem.
ANOTAÇÕES B. SVEC
Ciência do Direito: definir o direito como ciência é tentar obter reputação, uma vez que vai ser associado às ciências antigas.
	DOGMÁTICA E ZETÉTICA
ZETÉTICA: Significa questionar, tem como perspectiva desintegrar e dissolver as opiniões, pondo-as em dúvida, exercendo função especulativa explicita e infinita. O refletir zetético liga-se as opiniões pela investigação e seu pressuposto principal é a dúvida.O método zetético é analítico, sendo assim, para resolver algum problema ou investigar a razão das coisas, questiona as premissas de argumentação, ou seja, é cético. Parte do princípio que suas premissas são dispensáveis, já que caso não servem, podem ser trocadas. Parte das evidencias. Tem uma função especulativa explícita e são finitas. O problema tematizado é configurado como um ser (que é algo?). Visa saber o que é uma coisa. Tem por finalidade o que é rejeitado e vedado no pensamento dogmático como a inquirição e a crítica.
DOGMÁTICA: Significa ensinar, doutrinar, ela releva o ato de opinar e ressalva algumas das opiniões e seu desenvolvimento, o pensamento dogmático é uma forma de enfoque teórico no qual as premissas de sua argumentação são inquestionáveis, como por exemplo, ocorre com a religião por ser a fé inquestionável. A dogmática em contraposição a zetética (que possui caráter amplo), é mais fechada, presa a conceitos fixos e adapta os problemas as premissas. Por estar presa a conceitos já fixados, se as premissas não se adaptam aos problemas, esses são vistos como pseudoproblemas e assim, substituídos. Um dogma é inquestionável porque ele impõe a certeza sobre algo que continua posto como dúvida. Tem uma função diretiva explicita e são finitas. A situação nelas captada configura-se como um dever-ser (como deve ser algo?). Preocupa-se em possibilitar uma decisão e orientar uma ação. Se propõe a refletir sobre uma opinião inquestionável, porem dotada de legitimidade a qual foi assentada a priori. O direito é mais dogmático, porem as transformações no mundo moderno possibilitaram uma compreensão mais específica das necessidades humanas, ressalta-se assim a importância da filosofia para o direito, o direito precisa se desvencilhar dos preconceitos atribuídos pelo dogmatismo jurídico, para então, acompanhar a evolução social.
ANOTAÇÕES B. SVEC
Dogmática: Foca em responder coisas, é um conjunto de conhecimentos específicos, em geral, associado ao Direito Positivo. A dogmática se desenvolve a partir de pontos de partida indiscutíveis e inegáveis.
Zetética: Foca em criar novas perguntas, não estão concentradas em pontos de partida inegáveis e sim em discutir todos os conceitos. É vetada para a resolução de problemas teóricos. 
	ASCENSÃO E QUEDA DO JUSNATURALISMO
Concepção do que é Direito natural): segundo as concepções jusnaturalistas, haverá parâmetros naturais de averição.
A natureza nos dá o parâmetro superior.
1. Direito natural ao longo da história
Antiguidade clássica (cosmológico)
- Grécia: os gregos julgavam a natureza, muito importante para o modo de vida deles. Para Aristóteles, existiam duas justiças: a justiça natural (direito natural) e a justiça positiva (direito positivo)
Justiça natural (direito natural): uma justiça comum a todas as pólis, padronizado, tendo a mesma eficácia em qualquer lugar que esteja.
Justiça positiva (direito positivo): Dizia ter eficácia apenas nas comunidades singulares em que é posto.
O direito natural prescreve ações cujo valor não depende do juízo que sobre elas tenha o sujeito, mas existe independentemente do fato de parecerem boas a uns ou más a outros.
O direito positivo é aquele que estabelece ações que, antes de serem reguladas, podem ser cumpridas indiferentemente de um modo ou de outro, mas uma vez reguladas pela lei, importa que sejam desempenhadas como prescrito nela.
Com o tempo, o direito natural vai sofrendo alterações.
- Roma: “jus naturali” = Padrão natural
No período romano, o conceito de Direito Natural é utilizado pelo nome de “jus gentium”, e o direito positivo de “jus civile”.
São dois os critérios utilizados para distinguir o jus civile do jus gentium
O jus civile limita-se a um determinado povo, ao passo que o jus gentium não tem limites.
O direito positivo é posto pelo povo, isto é, por uma entidade social criada pelos homens; enquanto o Direito natural é posto pela natureza, ou seja, pela razão natural.
Enquanto o direito natural permanece imutável no tempo e no espaço, o positivo muda, pois uma norma pode ser alterada ou anulada conforme um costume ou sobre efeito de outra lei.
Em Roma, a justiça natural começa a ser questionada uma vez que o Direito Positivo passa a ser visto como superior, resolvendo todos os problemas que poderiam ser resolvidos com o Direito Natural.
Idade Média (Período Medieval, Cristão)
Ocorre a construção de um Direito Natural superior ao Direito Positivo.
O “Tratados das Leis” de Thomás de Aquino, dizia que havia 4 planos na legislação.
Lei Eterna: uma lei que reflete a ordem natural do mundo, ou seja, o mundo funciona com base em certas leis, oriundas de Deus.
Lei Divina: chegaria ao ser humano por meio da revelação religiosa.
Lei Natural: deriva do plano superior religioso
Lei Positiva: a lei posta pelos homens.
Para Aristóteles, a lei tem como função atingir o bem comum.
O comando positivo só é aceito se atingir o comando natural.
O monismo jurídico se baseava na premissa de que o Estado era o único produtor do Direito, as instituições religiosas, por exemplo, não podiam.
Na Idade Média havia o pluralismo jurídico, ou seja, a existência de dois ou mais sistemas jurídicos dotados de eficácia.
OBS: Abelardo (Pensamento Medieval) – Lex naturalis e lex humana: todas as leis correspondem à distinção entre Direito Natural e Direito Positivo. A lex humana deriva da natural por obra do legislador, que a põe e faz valer, mas tal derivação pode ocorrer em 2 modos – 1) Per conclusionem: quando a lei positiva se deriva da natural segundo um processo lógico necessário; 2)Per determinationem: quando a lei natural é muito geral, correspondendo ao direito positivo de determinar o modo de qual a lei será aplicada.
OBS: ABELARDO (PENSAMENTO MEDIEVAL)
Lex naturalis e lex humana: todas as leis correspondem à distinção entre Direito Natural e Direito Positivo.
A lex humana deriva da natural por obra do legislador que a põe e a faz valer, mas tal derivação pode ocorrer de 2 modos:
Per conclusionem: Tem essa derivação quando a lei positiva se deriva do natural segundo um processo lógico necessário.
Per determinationem: Quando a lei natural é muito geral, correspondendo ao direito positivo de determinar o modo de qual a lei será aplicada.
Modernidade
Jusnaturalismo Racionalista – Haveria um Direito Natural derivado da razão humana, algo abstrato.
Código de Napoleão – Cristalizava todos os ideais da Revolução Francesa.
OBS:
O código de Napoleão e as origens do positivismo jurídico na França
O significado histórico do Código de Napoleão.
A condição justiniana e a napoleônica. 
O Código de Napoleão foi fundamental e produziu um profunda influência no desenvolvimento do pensamento jurídico moderno e contemporâneo. Hoje estamos acostumados a pensar o direito em termos de codificação que surgiu por obra de pensamentos iluministas. 
Duas codificações tiveram influência fundamental em nossa cultura jurídica: a justiniana e a napoleônica. 
- Justiniana, elaboração do direito comum romano na idade média e moderna.
- Napoleônica, influência fundamental na legislação e no pensamento jurídico. Somente com a legislação napoleônica tivemos um código propriamente dito (um corpo de normas sistematicamente organizadas e expressamente elaboradas. 
As concepções filosófico-jurídicas do iluminismo inspirados da codificação francesa. As declarações programáticas das Assembleias revolucionárias.
A codificação é fruto da cultura racionalista, ideias iluministas se encarnaram em forças histórico-politicas, dando lugar à Revolução Francesa. A ideia de codificar o direito adquire consistência política. 
- Legislador Universal. 
- A sociedade francesa não possuía um único ordenamento jurídico civil, penal e processual, mas apenas direito territoriais limitados. 
As velhas deveriam ser substituídas por um direito simples e unitário, ditado pela ciência do legislador, que criaria leis universais e imutáveis para regular a conduta do homem. 
Inspirando-se precisamentenas concepções de Rousseau e iluministas em geral, os juristas da Revolução Francesa se propuseram em eliminar o acúmulo de normas jurídicas produzidas pelo desenvolvimento histórico e instaurar em seu lugar um direito fundado na natureza e adaptado às exigências universais humanas. 
O mote deles, os juristas, é: poucas leis. A multiplicidade das leis é fruto da corrupção. O código de leis civis e criminais é uniforme para toda a republica e o direito se torna simples, claro e acessível a todos. 
Os projetos de codificação de inspiração jusnaturalistas: Cambacéres.
 O Código civil se distanciou progressivamente da inspiração originária, fracamente iluminista e jusnaturalista, para, em razão disso, se reaproximar decisivamente da tradição jurídica francesa do direito romano comum. 
Cambacéres, protagonista da primeira fase da história da codificação francesa. Jurista que não era extremista. Durante a Convenção ele apresentou três projetos de código civil de inspiração jusnaturalista. Lançou seu primeiro projeto de lei a equiparação dos filhos naturais aos legítimos, concepção iluminista-revolucionária da família. 
Cambacéres apresentou seu primeiro projeto de código civil baseado em três princípios: reaproximação da natureza, unidade e simplicidade. Porem não foi muito adiante por não haver consenso de todos os deputados. 
O segundo projeto chamado de “código de leis fundamentais” baseado em três princípios fundamentais: o senhor da própria pessoa, possuir bens para as necessidades, dispor desses bens no interesse próprio e da própria família. Porem não obteve aprovação. 
O terceiro projeto, as oposições juristas tradicionalistas tornava impossível a realização de um “código de natureza”, simples, unitário. Possui um a maior elaboração técnica, maior importância histórica, mas também não foi aprovado. 
Elaboração e a aprovação do projeto definitivo: Portalis. 
O projeto definitivo do Código Civil foi obra de uma comissão instalada por Napoleão composta por quatro juristas sendo o mais importante Portalis. Ele foi exilado por ter feito contato com emigrados políticos, para escapar da condenação. 
Portalis durante o exilio escreveu um obra que se intitula Do uso e do abuso do espirito filosófico durante o século 18, espirito iluminista. Obra dedicada a contestação do pensamento kantiano, se concentra naquilo que, segundo ele, foi o abuso do epirito filosófico. 
A obra representa a passagem da filosofia iluminista da Revolução para aquela da Restauração. 
Foi elaborado o Code Napoleon, projeto que abandonou decididamente a concepção jusnaturalista, representando, na realidade a expressão orgânica e sintética da tradição francesa do direito comum. Baseado no Tratado de direito civil, de Pothier. 
As Relações entre o juiz e a lei segundo o art. 4º do código civil. O discurso preliminar de Portalis. 
Os projetos inspirados nas ideias do jusnaturalismo racionalista representavam a Revolução no ponto culminante da parábola. O novo código era um ponto de chegada e de partida ao mesmo tempo, um síntese do passado. 
O Código de Napoleão foi considerado o inicio absoluto um uma nova tradição jurídica que sepulta completamente a precedente, isto foi devido aos primeiros interprete e não aos redatores do próprio Código (onipotência do legislador). Essas posições diversas de redatores e interpretes do código napoleônico, quanto ao dogma ora lembrado, se deduzem do significado diverso que uns e outros atribuíam ao art. 4º do próprio código. 
O juiz deve em cada caso resolver a controvérsia que lhe é submetida, não existindo a possibilidade de abster-se de decidir. Em particular, tal artigo explica com três conceitos os casos que poderiam colocar o juiz em dificuldade. 
- Obscuridade da lei: tornar clara, através da interpretação, a disposição legislativa. 
- Insuficiência da lei: a não resolução completa do caso, o juiz deve completar o disposto legislativo. 
- Silêncio da lei: quando ela se cala sobre uma determinada questão, o juiz deve suprir a lei, deduzindo qualquer modo para resolver a controvérsia. 
Cabe, assim, ao juiz “penetrado pelo espirito geral das leis” decidir quanto a detalhes, aplicando os critérios estabelecidos pelas próprias leis. 
A integração da lei deve acontecer, prossegue Portalis, recorrendo-se ao juízo de equidade, nas matérias civis, o juiz, na falta de leis precisas, é o ministro de equidade, ou seja, é o retorno da lei natural e aos usos adotados no silêncio da lei positiva. 
A lei é clara, é necessário segui-la; quando obscura, é necessário aprofundar suas disposições. Na falta da lei, é necessário consultar o uso da equidade. A equidade é o retorno a lei natural, no silêncio, na oposição ou na obscuridade da leis positivas. 
É neste entender o art. 4º que fundou a escola dos interpretes do Código Civil, conhecida como “escola da exegese”; está foi acusada de fetichismo da lei, porque considerava o Código de Napoleão como se tivesse sepultado todo o direito que precedente e contivesse em si as normas para todos os possíveis casos futuros, e pretendia fundar a resolução de quaisquer questões na intenção do legislador. 
A esta escola se contrapôs perto do fim do século passado, uma nova corrente, a chamada escola cientifica do direito, que era oposta a escola anterior e, com ela, as concepções do positivismo.
	ESCOLA DA EXEGESE
O art. 4º não desempenha a função de válvulas de segurança que garanta o poder de criação do direito por parte do Juiz. 
A brusca interrupção do desenvolvimento da tradição jurídica e, principalmente, da ciência jurídica e a perda por parte desta última de sua capacidade criativa.
Isso acontece efetivamente na França com a escola da Exegese.
Esse nome indica como ela se limitava a uma interpretação passiva e mecânica do Código.
Sucedeu a escola cientifica
A escola da exegese: elaboração autônoma de dados e de conceitos jurídicos cuja validade fosse independente e transcendesse o próprio código 
As causas que determinaram o advento da escola da exegese, é possível agrupá-las em cinco pontos:
a) A 1ª causa é representada pelo próprio fato da codificação pontuaria para resolver as controvérsias. Como Ehslich colocou em seu trabalho citado na (A lógica dos juristas). Procuram sempre uma via mais simples e mais curta para resolver uma dada questão. 
b) A segunda causa é a mentalidade dos juristas dominada pelo princípio de autoridade. Que guia os operadores o direito no seu raciocínio jurídico é o princípio da autoridade. 
c) Uma terceira causa é a justificação jurídica – filosófica da fidelidade ao Código é representada pela doutrina da separação dos poderes. De acordo com as fundamentais do Estado (a legislativa, a executiva e a judiciária). Sendo assim, o juiz não podia criar o direito, se não invadiria a esfera da competência do poder legislativo
d) Outro fator de natureza também ideológica é representada pelo princípio da certeza do direito 
e) O último é motivo de natureza política. É representado pelas pressões exercidas pelo regime napoleônico sobre os estabelecimentos reorganizados de ensino superior do Direito. Foram formados as Escolas de Direito colocadas sobre controle das autoridades políticas, a fim que fosse ensinado somente o direito positivo e deixasse de lado as teorias gerais do direito e concepções jusnaturalistas. 
 A missão dos primeiros professores dessas escolas era substituir o vago ensino criado pela lei de Brumario por um ensino positivo e prático. Os que compenetraram desta missão, desprezaram a filosofia e a história. 
 Os caracteres fundamentais da escola de exegese, podem segundo o tratado de Bonnecase, ser fixados em cinco aspectos: 
a) Inversão das relações tradicionais entre o direito natural e o direito positivo.
b) Segundo aspecto é representado dela concepção rigidamente estatal do direito. 
c) A interpretação da lei fundada na intenção do legislador 
d) A identificação do direito com a lei escrita traz como quarto aspecto o culto do texto a lei 
e) O último aspecto da escolade Exegese, que devemos destacar, é o respeito pelo princípio de autoridade.
CHAIM: Três Fases: 
- Uma fase de instauração, que começou na promulgação do Código Civil, em 1804, e terminou entre 1830 e 1840. 
- Uma fase de apogeu que se estendeu até cerca de 1880. 
- E por fim, uma fase de declínio, que se fechou em 1899, quando a obra de Gény anunciou-lhe o fim. 
Esta Escola pretendia realizar os objetivos que se propuseram os homens da revolução, reduzir o Direito à Lei, de modo mais particular, o Direito Civil ao Código de Napoleão. 
Aubry, 1857: “Toda a Lei, tanto no espírito quanto na letra, com uma ampla aplicação de seus princípios e o mais completo desenvolvimento das consequências que dela decorrem, porém nada mais que a lei, tal foi a divisa dos professores do Código de Napoleão”
Vê-se logo que essa não poderia ser a concepção de Portalis nem a de nenhum dos juristas formados no século XVIII, para os quais o direito natural formava uma espécie de pano de fundo do direito positivo. 
Limitamos aos anos de 1830-1880 o período em que a Escola da Exegese impôs, de modo absoluto, suas técnicas de raciocínio jurídico. Estas eram fundamentadas na idéia de que “os códigos nada deixam ao arbítrio do intérprete” e que apenas em casos deveras excepcionais a lei era verdadeiramente insuficiente. 
Essa concepção, fiel à doutrina da separação dos poderes, identifica o direito com a lei e confia aos tribunais a missão de estabelecer os fatos dos quais decorrerão as consequências jurídicas, em conformidade com o sistema de direito em vigor. 
A doutrina da separação dos poderes é ligada a uma psicologia das faculdades, em que vontade e razão constituem faculdades separadas. 
- o poder legislativo, que por sua vontade fixa o direito que deve reger certa sociedade; o direito é a expressão da vontade do povo, tal como ela se manifesta nas decisões do poder legislativo. 
- o poder judiciário diz o direito mas não o elabora. 
Segundo esta concepção, o juiz limita-se a aplicar o direito que lhe é dado. 
Essa concepção conduz uma visão legalista; a passividade do juiz satisfaz nossa necessidade de segurança jurídica. O direito é um dado que deve poder ser conhecido por todos do mesmo modo. Essa visão do direito conduz também uma aproximação do direito com as ciências. Assimilar à uma pesagem o ato de distribuir justiça; o juiz parece tomar parte de uma operação de natureza impessoal, que lhe permitirá pesar as pretensões das partes, a gravidade dos delitos e etc. Mas para que a pesagem seja feita de modo imparcial, desprovido de paixão, é necessário que a justiça tenha os olhos vendados, que não veja as consequências do que faz: dura lex, sed lex. 
Assim temos a tentativa de aproximar o direito quer de um cálculo matemático quer de uma pesagem, seja como for, de algo cuja a exatidão tranquilizadora deveria poder nos proteger de eventuais abusos. Isso nos daria a sensação e que não estamos à mercê dos homens e sim ao abrigo de instituições, de certo modo, impessoais. 
- Uma vez estabelecidos os fatos, bastava formular o silogismo judiciário, aplicando a regra apropriada, com o preenchimento das condições previstas na regra, a decisão era dada pela conclusão do silogismo. 
Para constituir este instrumento perfeito, o sistema de direito deveria ter todas as propriedades exigidas, de um sistema formal, a um só tempo completo e coerente: para cada situação o juiz aplicaria uma regra de direito, uma regra única e livre de ambiguidades. 
Os juristas da Escola de Exegese se empenharam em seu trabalho, procurando limitar o papel do juiz ao estabelecimento dos fatos e à sua subsunção sob os termos da lei.
A primeira ideia que vem ao espírito de alguém que ignora o direito é assimilar a ação do juiz, que deve formar uma convicção sobre a materialidade dos fatos dos quais depende a solução de um processo. 
É importante saber a diferença entre o raciocínio do juiz e o raciocínio do pesquisador. 
Juiz - Regras de processo Civil ou Penal. 
Pesquisador - Preocupações de ordem científica, o estabelecimento da verdade objetiva.
Imparcialidade: O juiz deve estar livre de qualquer tipo de preconceito, favorável ou desfavorável sobre as partes. Se houver a menor suspeita de que seu julgamento possa ser influenciado por relações de família, amizade ou interesse, deverá declarar-se impedido. 
Quais fatos deverão ser provados? Todos os fatos pertinentes, dos quais depende a solução do processo, que não são notórios nem incontestes. 
Para a prova dos fatos a confissão apenas não pode bastar em matéria criminal. 
Mas o juiz tem o direito de declara que a prova de certos fatos é inadmissível, pode recusar-se a admitir a prova:
- fatos irrelevantes 
- fatos cuja prova não é permitida (por exemplo, quando trata-se de um caso de difamação, e isto a fim de proteger a reputação de particulares) 
- fatos aos quais se opõe uma presunção 
- fatos cobertos pela prescrição
Sempre que a prova testemunhal for admissível, ela visará estabelecer a intima convicção do juiz, fiando-se em seu entendimento e em sua prudência, fornecendo-lhe todos os elementos que lhe permitam constatar, com provas diretas ou presumir, com provas indiretas. 
Ater-se apenas ao fato em sua forma de costume, deixando de lado as particularidades ou possíveis ocorrências. 
Na tradição da escola da Exegese as noções de clareza e interpretação são antiéticas. De fato, diz-se que não cabe interpretar um texto claro. Mas quando se dirá de um texto que é claro?
Um texto é claro quando a cada um de seus termos corresponde a uma única ideia e a construção gramatical não dá margem a ambiguidades. De modo que qualquer pessoa sensata possa compreender o texto.
Tribunal de cassação “um corpo de inspetores da justiça”
Antinomia: uma ou várias normas cuja aplicação conduz, em dada situação, a diretrizes incompatíveis.
O artigo 4 do Código de Napoleão considera culpado de denegação de justiça o juiz que se recusar a julgar sob pretexto do silêncio da lei. 
Intra legem: omissão do legislador 
A lei prescreve a elaboração de dispositivos complementares que não foram promulgados
Praeter legem: lacuna axiológica Contra legem: vai de encontro às disposições expressas da lei.
ANOTAÇÕES B. SVEC
Origens e pressupostos: A partir das compilações de leis, foi necessário criar um corpo legislativo que contivesse as leis e que fosse racional, evidenciando regras gerais para todos.
Causas e características: usaram a figura da lei como algo inovador.
CAUSAS: 
CODIFICAÇÃO: A ideia de conseguir regrar todas as leis com um só elemento, tinha como característica a coerência e a completude.
MENTALIDADE DOS JURISTAS: Ajudava no quesito hierarquia, na hora da decisão das leis.
SEPARAÇÃO DOS PODERES: A separação do poder supremo em três: executivo legislativo e judiciário.
BUSCA DA SEGURANÇA JURÍDICA (CERTEZA NO DIREITO): Era necessário conhecer o direito antes, para poder saber como se comportar.
REGIME NAPOLEÔNICO: Obrigava as escolas a ensinarem e seguir o código de napoleão.
RACIONALISMO: Com o uso do racionalismo, muito em voga devido à influência profunda do Iluminismo na França pós-revolucionária, os integrantes da Escola da Exegese afirmaram que o Código Civil francês seria fruto da razão e, por isso, esse codex possuiria as mesmas características desta, ou seja, ele deveria ser universal, rígido e atemporal. Pelos aspectos apresentados até agora, podemos inferir que os defensores da Escola da Exegese não aceitavam a existência de lacunas na lei, pois, por ser fruto da razão, ela alcançaria todo o ordenamento jurídico. Temos aqui um dos pilares da Escola da Exegese: a Teoria da Plenitude da Lei.
CARACTERÍSITCAS:
É uma inversão do Direito Natural e do Direito Positivo. Bobbio afirma que houve a ascensão e a sobreposição do Direito Natural, é a primeira grande escola de positivismo jurídico.
É uma identificação total do Direito como a figura da lei.
A interpretação da lei como algo restrito e fundada na intenção do legislador.
Culto do texto da lei,ou seja, uma certa obsessão pelos textos e sua preservação.
Respeito pela autoridade do legislador.
JUIZ, INTERPRETAÇÃO E FIGURA DA LEI:
O juiz funciona como um operário da manutenção da ordem jurídica.
O artigo 4º do código de Napoleão proíbe o juiz de se abster de algum caso.
SILOGISMO: Forma de interpretação lógica que reflete de duas premissas, uma maior e uma menor, das quais surge uma conclusão. Exemplo: todos os homens são mortais; Rafael é um homem, logo, Rafael é moral. Para a escola de exegese a premissa maior é a norma geral e a premissa menor é o fato ocorrido. O silogismo pode ser considerado como um tipo de lógica formal.
Para o Direito:
Premissa Maior = Norma Geral = Lei
Premissa Menor = Fato
Conclusão = Decisão
A escola de exegese possui um tipo de interpretação literal (mantém a força do código: se forte, é interpretado como forte; se fraco, é interpretado como fraco. A interpretação mantém o mesmo número de fatos sociais sob alcance da lei), quando não suficiente, a escola de exegese se baseava na interpretação lógica (permite resolver contradições entre termos numa norma jurídica, chegando-se a um significado coerente. Adotando-se o princípio da identidade, por exemplo, não se admite o uso de um termo com significados diferentes), que se baseava na vontade do legislador.
INTEGRAÇÃO (MÉTODOS VOLTADOS PARA O PREENCHIMENTO DE LACUNAS): É uma auto integração, uma vez que são baseadas em leis já existentes.
Analogia “Legis”: GOOGLE
Interpretação Extensiva: técnica hermenêutica também utilizada para solucionar questões ainda não regulamentadas pelo Direito. É utilizada quando a lei torna-se insuficiente, deixando de abranger todas as possíveis situações, ampliando o sentido da norma para além do que está contido. Ela enfraquece o código. Leva em consideração a vontade do legislador.
Analogia “juris” (princípios gerais do direito): uma maneira de preencher a lacuna e de solucionar o problema, porém quebrava a interpretação restrita da escola.
Equidade: um recurso ao sentimento de justiça do próprio legislador, uma vontade de querer solucionar um problema que não foi solucionado pelas interpretações anteriores.
ARGUMENTAÇÃO E DECISÃO JURÍDICA: 
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	ESCOLA HISTÓRICA DO DIREITO
No quadro geral da polêmica anti-racionalista, na primeira metade do séc. XIX pelo historicismo, que acontece a “dessacralização” do direito natural. O historicismo teve sua origem com a escola histórica do direito, que surgiu e se difundiu particularmente na Alemanha entre o fim do séc. XVIII e o começo do século XIX. O direito natural passa a ser concebido como um conjunto de considerações filosóficas sobre o próprio direito positivo. O autor Hugo, define a filosofia do direito positivo como o conhecimento racional por meio de conceitos daquilo que pode ser direito no Estado. Ele elabora uma teoria geral do direito. Para ele, o direito positivo é o direito posto pelo Estado, portanto, o direito internacional seria o direito ENTRE os Estados, já que seria uma espécie de norma moral. O direito posto pelo Estado NÃO significa necessária e exclusivamente posto pelo legislador. 
O que caracteriza o historicismo é o falo de ele considerar o homem na sua individualidade e em todas as variedades que tal individualidade comporta, em oposição ao racionalismo que considera a humanidade abstrata.
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DO HISTORICISMO: 
 Não existe o Homem com certos caracteres fundamentais sempre iguais e imutáveis, como pensavam os jusnaturalistas. Existem homens diversos entre si, conforme a raça, o clima, o período histórico etc. De Maistre (considerado um antecessor do historicismo) diz que “A Constituição de 1795 é feita pelo homem. Ora, não existem homens no mundo. Tenho visto, na minha vida, franceses, italianos, russos etc.; e sei também, graças a Montesquieu, que podem existir persas; mas quanto ao homem, declaro jamais tê-lo encontrado na minha vida; e se existe, por certo é com meu desconhecimento”. 
 A “mola” fundamental da história é a não-razão, o elemento passional e emotivo do homem, o impulso, a paixão, o sentimento. De tal modo, o historicismo se torna romantismo, que exalta quanto de misterioso, de obscuro e turvo existe na alma humana. 
 O historicista é pessimista (porque não compartilha da crença de que o homem com sua razão pode melhorar a sociedade e transformar o mundo), não crê nos magníficos destinos e progressos da humanidade. Burke diz que “... Religião, moral, leis, privilégios, liberdade e direitos do homem são os pretextos dos quais se servem os poderosos para poder governar a massa humana mobilizando e jogando com suas paixões”. Logo, tem-se que A história é uma contínua tragédia 
 O elogio e o amor pelo passado: não se crê na melhora sobre o futuro da humanidade. Möser colocava a questão das condições empírico-históricas da cultura, da constituição dos países e da situação do Direito que concebia a história humana como um plano de educação do Criador. 
 O amor pela tradição, pelas instituições e os costumes existentes na sociedade e formados através de um desenvolvimento secular. 
Carlos Fredericovon Savigny foi o maior expoente da doutrina da escola histórica do direito, ele aplicou os traços básicos do historicismo ao estudo dos problemas jurídicos: 
 Individualidade e variedade do homem. Não existe um direito único, igual para todos os tempos e todos os lugares. O direito nasce e se desenvolve na história, como todos os fenômenos sociais, portanto, varia no tempo e no espaço. 
 Irracionalidade das forças históricas. Há um sentimento do justo e do injusto, gravado no coração do homem e que se exprime diretamente através das formas jurídicas primitivas, populares, as quais se encontram nas origens da sociedade, por baixo das “camadas” artificiais sobre o direito criadas pelo Estado moderno.
 Pessimismo antropológico. Descrença na possibilidade do progresso humano e na eficácia das reformas. É preciso conservar os ordenamentos existentes e desconfiar faz novas instituições e das inovações jurídicas que se queiram impor à sociedade, porque por trás delas se escondem somente improvisações nocivas. 
 Amor pelo passado. Tentativa de remontar além da “recepção” do direito romano na Alemanha, para redescobrir, reavaliar e possivelmente viver o antigo direito germânico. 
 Sentido da tradição. Reavaliação de uma forma particular de produção jurídica, visto que as normas consuetudinárias são a expressão de uma tradição, se formam e se desenvolvem por lenta evolução na sociedade. O costume é um direito que nasce diretamente do povo e exprime o sentimento e o “espírito do povo” (VOLKSGEIST). 
A escola histórica do direito deve ser considerada percursora do positivismo jurídico e de certas correntes filosóficas, que no fim do séc. XIX e início do séc. XX, assumiram uma posição crítica frente ao juspositivismo. 
Positivação do direito natural: o direito é expressão da autoridade e da razão. O direito posto pelo Estado é a expressão da própria razão. 
Os iluministas: criticaram o direito consuetudinário (que diz respeito aos costumes do povo), considerando-ouma pesada e danosa herança da Idade Média (século das trevas). Consideraram possível e necessário substituir o acúmulo de normas consuetudinárias por um direito constituído por um conjunto sistemático de normas jurídicas deduzidas pela razão e feitas valer através da lei. O movimento pela codificação representa o desenvolvimento extremo do racionalismo, que estava na base do pensamento jusnaturalista, já que à ideia de um sistema de normas descobertas pela razão, ele une a exigência de consagrar tal sistema num código posto pelo estado. Essas ideias apelavam para a razão e para a autoridade do Estado. 
Código de Napoleão: adotou o princípio da igualdade formal de todos os cidadãos (o princípio da sua igualdade perante a lei, despeito de suas posições econômico-sociais diversas) constituía uma inovação autenticamente revolucionária num pais ainda semifeudal, como era a Alemanha daqueles tempos.
Polêmica entre Thibaut e Savigny sobre a codificação do direito na Alemanha.
Thibaut retornou a discussão da codificação do direito com um ensaio que aparecia poucos meses depois intitulados Sobre a necessidade de um direito civil para a Alemanha. Ele exprime a posição da chamada “escola filosófica do direito”. 
Isso despertou em Savigny uma tomada de posição oposta, falando sobre o renascimento da nação alemã, favorecendo o povo alemão. 
O direito civil necessita de uma transformação rápida e completa. 
Thibaut prossegue ilustrando os dois requisitos fundamentais que uma boa legislação deve apresentar, isto é, a perfeição formal e a perfeição substancial. Ele afirma que a Alemanha necessita de uma legislação geral para todos os cidadãos, pois ela não possuía nenhuma legislação que apresentasse tais requisitos. 
- Perfeita formalmente, normas jurídicas de modo claro e preciso. 
- Perfeita substancialmente, normas que regulem todas as relações sociais. 
Savigny diz que a codificação é algo não natural, pois constituiria uma espécie de chamada chumbo de chumbo imposta à vida do direito. Thibaut responde dizendo que para a vida social, as variações do direito são muito menores. 
Thibaut diz que nos institutos fundamentais do direito se encontra uma disciplina universal, tema iluminista. As diversidades locais do direito não tem nada de natural, é devido ao arbítrio dos vários príncipes que impõem tais diversidades. 
O autor declara que só é a favor da codificação do direito em geral, mas somente devido ao momento histórico particular em que se encontrava. Evoca Bacon a instauração de um novo sistema jurídico só deve proceder numa época em que o nível civil e cultural seja largamente superior ao nível das épocas procedentes. 
Savigny afirma a Alemanha da sua época não se encontra nessas condições culturais. Diz que teria que indicar uma fase histórica favorável para uma obra de legislação geral, mas disse que essa época nunca existiria. 
Em uma época jurídica primitiva a codificação bloquearia o processo natural de desenvolvimento e de organização do direito. Mas na fase de maturidade do direito a codificação seria possível. Numa época de declínio da cultura jurídica a codificação é danosa, por que cristaliza e perpetua um direito já decadente. 
Para Savigny a Alemanha passava por essa fase. Ele diz as fontes do direito são substancialmente três: o direito popular, direito cientifico, direito legislativo. 
- Direito popular próprio da formação das sociedades. 
- Direito cientifico sociedades mais maduras. 
-Direito legislativo, sociedades em decadência.
ANOTAÇÕES B. SVEC
Antecedentes e características:
Não pode haver o mesmo direito para todo o tempo e todos os espaços.
A razão humana não seria suficiente, seria preciso um sentimento de justiça.
Amor ao passado e às tradições.
O que caracteriza o historicismo é o fato de ele considerar o homem na sua individualidade.
Thibot sustentava uma codificação e Savigny sustentava que a codificação teria tendência a mumificar o direito e o mesmo precisaria alterar o código aos costumes.
Para se entender um certo ordenamento jurídico, era necessário se entender a historicidade.
Os institutos são um conjunto de dispositivos normativos sobre um mesmo tema.
	JURISPRUDENCIA DOS CONCEITOS
Na Alemanha do séc. XIX, a função histórica da legislação foi assumida pelo direito científico (fundada pela concepção do direito como realidade socialmente dada e como unidade sistemática de normas gerais). Ele deu origem a doutrina pandectista (promoveram a reconstituição histórica do Direito Romano, criando um sistema dogmático de normas com o uso de suas instituições como modelo), que deu lugar a jurisprudência dos conceitos (Begriffsjurisprudenz).
Jhering escreveu “O espírito do direito romano”, obra que foi considerada a mais representativa da concepção de ciência jurídica pelos alemães. Jhering, depois, abandonará a jurisprudência dos conceitos para ser promotor da jurisprudência dos interesses (Interessenjurisprudenz), com o livro “A finalidade do direito”.
A partir do princípio do século passado, o desenvolvimento do direito devia ser realizado pelo legislador e pelo jurista.
George F. Putcha – A norma escrita deve refletir conceitos – Formalismo: direito na lei escrita – Sistematização: justitficação da norma específica na mais geral – Direito com base no processo legislativo – Interpretação restritiva
OLHAR RESUMO HERMENEUTICA Mª CAROLINA RIBEIRO
ANOTAÇÕES B. SVEC:
É a ciência do Direito que trabalha com os conceitos
Karl Larenz define como uma escola científica trabalhando a partir de uma racionalidade lógico-dedutivas. Partilha da sistematização analítica de conceitos jurídicos para dela deduzir proposições jurídicas.
Não tem mais o __________________ como elemento fundamental, era algo abstrato que se esperava poder utilizar em qualquer local.
O direito era percebido como um complexo de conceitos atrelados uns aos outros
Pirâmide conceitual (Putcha): Putcha fala de uma genealogia dos conceitos, ou seja, um estudo da origem dos conceitos.
	MOVIMENTO DO DIREITO LIVRE
Ehrlich e Kantorowicz:
- No campo da teoria do direito livre, parece que toda generalização leva a equívocos, pois toda aplicação genérica a um caso específico é necessariamente uma atividade pessoal.
- Oskar Bülow: sob o réu ilusório da mesma palavra da lei, oculta-se uma pluralidade de significações, cabendo ao juiz a escolha da determinação que lhe pareça ser, em média, a mais justa.
Ele não deixou claro se na busca pela solução mais justa o juiz deveria optar por um padrão objetivo de justiça ou por uma aplicação de critérios subjetivos, logo, suas afirmações foram entendidas tanto em um sentido como no outro, sendo que essa ambiguidade serve como uma chave para a compreensão do movimento do direito livre.
- Eugen Ehrlich: desenvolveu a busca de critérios mais objetivos de justiça. Ele que criou a teoria do direito livre em 1903.
Dizia que era necessário afastar-se da aplicação literal da lei, sempre que ela se mostrasse injusta. O juiz devia dar satisfação as necessidades ou interesses relevantes da sociedade, considerando os fatos sociais que deram origem e condicionam a ordem interna das associações humanas, assim como os valores que orientam a moral e os costumes. O juiz deveria encontra-lo na sociedade, pois ter a liberdade de buscar o direito vivo, não significa ter a liberdade de seguir livremente seus instintos de justiça.
- A corrente do direito livro exigia decisões adequadas aos padrões de justiça dominantes na sociedade. Era impossível reduzir a atividade do juiz a uma aplicação lógica perfeita (silogística) de normas e fatos.
- A rejeição da metodologia silogística tradicional (lógica perfeita) era movida pela crença de que era preciso construir novos métodos, que possibilitassem a tomada de decisões materialmente adequadas, buscava a renovação metodológica, sem abandonar a ideia de que a atividade judicial deve ser mais aplicativa que criativa.
-Kantorowicz: afirmava a existência de um direito libre anterior, vivo e espontâneo, contrapostoao direito ditado pelo Estado, criado pela decisão jurídica dos cidadãos, pela atividade dos tribunais e pela ciência do direito.
A sociedade, os tribunais e os juristas eram vistos como agentes criadores do direito, que implicava na aceitação de que o juiz poderia decidir sem estar limitado por critérios normativos ou científico previamente fixados.
Escola sociológica norte-americana:
- A jurisprudência sociológica norte-americana surgiu em oposição ao jusnaturalismo (já que e JS afirmou a noção positivista de que o direito é fruto da sociedade e sustentou que sua compreensão deve ter base em uma análise de fatos empíricos) e ao positivismo normativista (a JS afirmou que o direito deve ser visto como um instrumento social voltado à concretização de finalidades ligadas ao interesse público e operado de forma a garantir a efetivação desses objetivos sociais).
- O principal teórico da jurisprudência sociológica (NÃO FOI O PRECURSOR) foi Roscoe Poung, que afirmava que a ciência jurídica deveria ser uma espécie de engenharia social e desenvolvesse ferramentas voltadas a fomentar o progresso da sociedade A prática jurídica deveria estar direcionada para a satisfação dos interesses sociais mais relevantes.
- Benjamin Cardozo dizia que o juiz tinha a obrigação de valorar interesses contrapostos como o objetivo de alcançar maior equilíbrio social possível, sendo que usualmente ele precisava escolher entre duas ou mais possibilidades logicamente possíveis.
- A jurisprudência sociológica acentuava o papel criativo dos juízes e evidenciava os limites do pensamento silogístico que marcava as teorias hermenêuticas tradicionais da época. Oferece um critério hermenêutico fundado na ideia de interesses sociais que devem ser garantidos pelos juristas.
	ESCOLA DA LIVRE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
François Gény:
- Voltou-se contra a teoria tradicional.
- Critica a dogmática jurídica de seu tempo e criticaria a atual, caso soubesse, já que o fetichismo da lei escrita e a tendência a limitar as decisões judiciais a argumentos formais e abstratos voltados a uma aplicação de lógica perfeita da legislação continuaram.
- Permanece ligado à ideia de que a lei é expressão da vontade do legislador.
- Um texto claro deve ser aplicado de forma literal, pois o intérprete é vinculado pela lei.
- A lei é uma vontade, emanada de um homem ou grupo de homens.
-O conteúdo legítimo à lei é apenas aquilo que seus autores desejaram e souberam exprimir na mesma.
- Quando a vontade do legislador fosse identificável, deveria ser respeitada. Sendo assim, caso à vontade fosse duvidosa ou ambígua, seria literalmente apenas isso (não deveria insistir que seria certa e precisa).
- Por poder interpretar a norma de acordo com a intenção de seus autores, muitos juízes acabaram deixando o legislador “livre” para escolher o que seria melhor para seus interesses e valores pessoais.
- Devemos entender a teoria de Gény como uma tentativa de romper a hipocrisia da teoria hermenêutica tradicional, que aceitava o caráter subjetivo como inseparável de toda decisão judicial fundada em normas de conteúdo obscuro e incerto.
- A atividade judicial não deveria cair em um subjetivismo exagerado e o juiz não poderia aplicar livremente seus ideais de justiça.
- Busca aristotélica de um meio termo entre flexibilidade e segurança. A segurança é garantida pela subordinação do juiz à lei e pela vinculação da hermenêutica (interpretação dos textos/sentidos) à intenção legislativa. A flexibilidade é conquistada com a ampliação da teoria tradicional das fontes, com uma valorização dos costumes, da jurisprudência (ciência do direito e das leis, conjunto das decisões e interpretações das leis feitas pelos tribunais superiores, adaptando as normas às situações de fato) e da doutrina. Nisso, Gény abre espaço para que os juízes “fujam” do fetichismo da lei e busquem em elementos extra-legais, fundamentos para adaptar o significado das normas às necessidades sociais.
- Busca estabelecer uma liberdade limitada ao jurista.
- Busca superar a crença tradicional de que a lei encerra todas as respostas.
- A lei deve ser observada, porém, quando as fontes formais do direito positivo são insuficientes, toda tentativa de interpretação será inútil. SOMENTE nessa hipótese, o intérprete poderá exercer uma atividade criativa e não meramente aplicativa (mesmo assim é preciso que o jurista escape de toda influência subjetiva e que baseie sua decisão em elementos de natureza objetiva).
- Livre investigação científica: não é submetida à vontade de uma autoridade positivada em uma fonte normal e é científica.
- É possível identificar o direito para além das leis escritas, porém, sempre dentro dos quadros de uma teoria das fontes construída pela ciência do direito.
- Criticou a Escola de Exegese. Seu método se aproxima das teorias tradicionais.
- Sua obra marcou o sepultamento da Escola de Exegese na França.

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