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Texto 12 - Culturas Extremas

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Culturas Extremas – Massimo canevacci
	Das contraculturas às culturas intermináveis
	- A expressão “contracultura” nasce por volta de 1960 e morre no inicio de 1980.
	- Ser contra significava que antes mesmo de se chegar ao termo “cultura” era preciso ser antagonista, opositor.
	- Era, pois, necessário se colocar contra a cultura dominante, não só contra os valores, os estilos de vida, as visões de mundo ao poder, etc, mas também contra a cultura intelectual dominante (filosofia, religião, arte...).
	-As contraculturas se caracterizam por uma abordagem contrária à ortodoxia marxista; não era a estrutura econômica que determinava o ser ou a consciência. 
	- Todo esse modelo não funciona mais. Um processo irreversível, culminado nos anos 1990 dissolveu qualquer possibilidade de uma cultura dominante.
	- O término da hegemonia, o fim da ideologia e o fim da política enxugaram o contra, e libertaram as culturas extremas.
	Fim das subculturas
	- Há uma simetria entre o conceito de cultura de modo globalizado-uniforme e um de seus êxitos mais infelizes: aquele “caráter nacional” que continua sobrevivendo (“os italianos...”, “os alemães...”).
	- O caráter nacional como subcultura. Parte-se da existência do caráter nacional de “a” cultura italiana, subcultura da cultura europeia, ocidental, complexa, da qual nascem diversas subculturas (romana, juvenil, feminina, operária, estudantil). Em suma, a subcultura é uma classe menor dentro de uma maior.
	- Assim, em relação às culturas juvenis, por exemplo, uma subcultura não é, por sua natureza, uma contracultura, por que também pode ser uma cultura pacificada, organizada, mística, etc. Por isso é importante distinguir os dois conceitos, que podem não coincidir.
	- Não existe mais uma categoria geral que possa englobar nela uma particular, ao longo dos segmentos homogêneos (o caráter nacional). Assim, morreram as subculturas.
	Os jovens entre metrópole, mídia e consumo.
	- O jovem teenager afirma-se com prepotência na comunicação metropolitana e midiática do ocidente, particularmente por meio de sua visibilidade musical e fílmica.
	- Todas as premissas são antecipadas já em outubro de 1927 quando nasce o cinema sonoro, com “the jazz Singer”. Dessa forma se especifica o conceito de democracia visual, o espectador é instado a identificar-se com o filho inovador e contra o pai autoritário e passadista, isto é, a favor do cinema sonoro e da nova mídia, contra a música tradicional pré e antimídia. 
	- Escola, mídia e metrópole constituem os três eixos que suportam a constituição moderna do jovem como categoria social.
	- Dos anos 50 em diante, esse cruzamento configura o fenômeno da cultura juvenil, que oscila entre subcultura e contracultura, entre integração e conflito.
	- Antes de tornar-se adulto, o jovem já é tal porque consome. E, pela primeira vez, o consumo juvenil adquire um papel central que se amplia concentricamente para toda a sociedade. O jovem consome, o adulto produz. A expressão que nasce desse contexto é “a sociedade de consumo”.
	Os jovens intermináveis
	- Nesse contexto, afirma-se uma dilatação do conceito de jovem, virando do avesso as categorias que fixavam faixas etárias e claras passagens geracionais. 
	- Os jovens são intermináveis (no sentido de que não acabaram, e não de que devem ser eliminados). Cada ser humano pode perceber sua condição de jovem como não terminada e inclusive como não-terminável. 
	- A filosofia adulta do domínio explodiu a passagem da juventude para o mundo dos adultos tornou-se algo indeciso.
 	- Fim do trabalho: um dos elementos que estão modificando os comportamentos aparentemente consolidados diz respeito ao trabalho. No entanto é isso que está acontecendo, uma troca do trabalho humano para seu substituto mecânico.
	- Fim do corpo: inclusive para o corpo ocorre algo semelhante ao trabalho. Toda a temática do pós orgânico, que vai das salas de cirurgia à videoarte difunde uma serie de comportamentos mutantes que tornarão sempre mais flexíveis os limites naturais do corpo humano.
	- Desmoronamento demográfico: “quando os homens se descobrem incapazes de experimentar o que acontecerá no mundo após sua morte, desejam permanecer eternamente jovens e não desejam mais reproduzir-se”. O jovem, em vez de remover a morte, recusando os filhos e o envelhecimento, dissolve os enfaixados de idade. As distinções entre faixas etárias não funcionam mais, jovens são atemporais.
	- entity: entidade está além de qualquer faixa etária possível, além do dualismo macho-fêmea, jovem-velho, público-privado, individual-coletivo, Estado-sociedade.
	- Não somente os jovens são intermináveis, não somente “eu”, mas “eu” tem mil caras e mil nomes, mil idades.

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