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Texto 15 - O mal estar na civilização

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Freud: O Mal-estar na civilização
1 – O sentimento oceânico
	- Temos a impressão de que as pessoas buscam poder, sucesso e riqueza para elas mesmas, e admiram-nos outros, subestimando o que tem real valor na vida.
	- Porém, a divergência entre pensamentos de cada individuo, faz tudo não ser tão simples assim.
	- Verdadeira fonte da religiosidade: sentimento peculiar, sensação de eternidade, sentimento de algo ilimitado, sem fronteiras, “oceânico”.
	- Uma pessoa que rejeite a crença pode, corretamente, chamar-se a si mesma de religiosa, baseado no sentimento oceânico.
- EGO - Não há nada de que possamos estar mais certos do que de nosso próprio ego
	- O ego parece manter linhas de demarcação bem nítidas “para fora”, exceto em um estado: no sentimento de amor, a fronteira entre ego e objeto ameaça desaparecer. Contudo, “para dentro” o ego intersecta o id em diversos pontos.
	- o ego inclui tudo, separando de si apenas o mundo externo; o conteúdo a ele acoplado seria o de ilimitabilidade, as mesmas ideias do sentimento oceânico. 
	- Ao reconhecer que o sentimento oceânico existe em muitas pessoas, nos inclinamos a fazer sua origem remontar a uma fase primitiva do sentimento do ego.
	- A religiosidade, portanto, seria um sentimento pré-histórico, segundo Freud, pois remonta o sentimento de desamparo infantil.
2 – A busca pela felicidade
	- medidas paliativas propostas para suportar-se a vida: satisfações substitutivas, ilusões em contraste com a realidade, como oferecidas pela arte; substanciam tóxicas, alterando a química do corpo. 
	- A questão de “propósito da vida” nunca foi, e possível nunca será sanada, senão pela religião.
	- Homens, porém, mostram que o propósito e a intenção de suas vidas é a busca pela felicidade, a ausência de sofrimento e experiência do sentimento de prazer.
	- felicidade seria apenas possível em manifestações episódicas, quando as situações regradas pelo principio do prazer se prolongam, produz um sentimento de contentamento muito tênue.
	- A infelicidade é menos difícil de experimentar; ela pode nos atingir por três vertentes: nosso próprio corpo, do mundo externo e de nossos relacionamentos com outros homens.
	- vistas tantas maneiras de nos depararmos com a infelicidade, o homem tem se acostumado a moderar suas reivindicações de felicidade, que este pense ser feliz apenas por escapar à infelicidade.
	- contra o sofrimento advindo de relacionamentos humanos a defesa mais imediata é o isolamento voluntário; contra o mundo externo podemos nos afastar dele, ou tornar-se membro da comunidade humana e subjugar a natureza. O mais grosseiro e eficaz método de influencia é o químico, a intoxicação.
	- Deslocamentos de libido: obtêm-se o máximo quando se consegue intensificar a produção de prazer a partir das fontes do trabalho psíquico e intelectual. Porém este é tênue perto da satisfação originada de impulsos instintivos grosseiros e primários, além de ser acessível a apenas poucas pessoas.
	- Todos, somos paranoicos em algum momento, ao corrigir algo que nos é insuportável pela elaboração de um desejo; a religião, segundo Freud, deve ser classificada entre os delírios de massa desse tipo. “Todo aquele que partilha de um delírio jamais o reconhece como tal.”
	- Mentalidade da vida que faz do amor o centro de tudo: o amor sexual proporciona a mais intensa experiência de sensação de prazer, fornecendo assim um modelo para nossa busca da felicidade.
	- ‘beleza’ e ‘atração’ são, originalmente, atributos do objeto sexual. A qualidade da beleza, porém, parece ligar-se com características sexuais secundárias.
3 – A civilização
	- Quanto à fonte social de nosso sofrimento: não a admitimos; nossa civilização é, em grande parte, responsável por nossa desgraça, seriamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos as condições primitivas. Argumento espantoso, segundo Freud, visto que, todas as coisas que buscamos para sanar o sofrimento fazem parte desta civilização.
	- Uma pessoa se torna neurótica porque não pode tolerar a frustração que a sociedade lhe impõe.
	- Poder sobre a natureza não constitui a única precondição da felicidade humana. Mas não devemos inferir que o progresso técnico não tenha valor para a economia de nossa felicidade.
	- Exigimos que o homem civilizado reverencie a beleza. 
	- A substituição do poder do individuo pelo poder de uma comunidade constitui o passo decisivo da civilização.
	- A primeira exigência da civilização é a justiça.
4 – O amor e a civilização
	- a vida comunitária teve um fundamento duplo: compulsão para o trabalho e o poder do amor.
	- Por um lado o amor se coloca em oposição aos interesses da civilização, por outro, esta ameaça o amor com restrições substanciais.
5 – A agressividade e a civilização
	- a civilização visa unir entre si os membros da comunidade também de maneira libidinal.
	- “se aquele imponente mandamento dissesse ‘ama a teu próximo como este te ama’ eu não lhe faria objeções”. E há um segundo mandamento aparentemente ainda mais incompreensível: “Ama a teus inimigos”. Porém este não é uma imposição maior, no fundo é a mesma coisa.
	- Os homens não são criaturas gentis que desejam ser amadas e que, no máximo, podem defender-se quando atacadas; pelo contrário, são criaturas entre cujos dotes instintivos deve-se levar em conta uma poderosa cota agressividade. Via de regra, essa cruel agressividade espera alguma provocação.
	- A civilização tem de utilizar esforços supremos para estabelecer limites aos instintos agressivos do homem. Daí a restrição sexual e o mandamento ideal de amar o próximo como a si mesmo, justificados por nada ir tão contra a natureza do homem.
	- Se a civilização impõe sacrifícios tão grandes (à sexualidade e à agressividade), entendemos por que é difícil ser feliz nessa civilização.
6 – Eros e o instinto de morte
	- Os instintos do ego e os instintos objetais se confrontam mutuamente, para denotar a energia destes últimos, Freud introduz o termo ‘libido’. Um destes instintos objetais, o instinto sádico, destacou-se, por seu objetivo estar muito longe de ser o de amar.
	- As manifestações de Eros eram bem visíveis e ruidosas, o instinto de morte operava silenciosamente dentro do organismo, no sentido de sua destruição, mas isso, naturalmente, não constituía uma prova.
	- No sadismo e no masoquismo sempre vimos diante de nós manifestações do instinto destrutivo, mescladas ao erotismo.
	- O instinto de destruição deve, quando dirigido a objetos, proporcionar ao ego a satisfação de suas necessidades vitais e o controle sobre a natureza.
	- a civilização constitui um processo a serviço de Eros, cujo propósito é combinar indivíduos humanos isolados, depois famílias e, ainda, raças, povos e nações numa única grande unidade da humanidade. Reuniões de homens devem estar libidinalmente ligadas umas às outras.
7 – O sentimento de culpa
	- Quais os meios que a civilização utiliza para inibir a agressividade que se lhe opõe, torna-la inócua ou, talvez, livrar-se dela?
	- Superego, sob a forma de ‘consciência’; pronto para pôr em ação sobre o ego a mesma agressividade que esse teria gostado de satisfazer sobre outros indivíduos.
	- Uma pessoa sente-se culpada quando fez algo que sabe ser ‘mau’. Mesmo quando não fez realmente uma coisa má, mas apenas identificou em si mesma o desejo de fazê-lo, ela pode encarar-se como culpada.
	- Mau, de inicio, é tudo que, com a perda do amor, nos faz sentir ameaçados. As pessoas, a principio, se permitem fazer coisas más quando se sentem seguras de que a autoridade nada saberá a respeito, só têm medo de serem descobertas. Uma grande mudança só se realiza quando a autoridade é internalizada através do estabelecimento de um superego.
	- Uma consciência mais estrita e mais vigilante constitui precisamente a marca distintiva de um homem moral.
	- O destino é encarado como substituto deste poder parental, se um homem é desafortunado, significa que não é mais amado por esse poder supremo.
	- cada agressão de cuja satisfação oindivíduo desiste é assumida pelo superego e aumenta a agressividade deste (contra o ego).
	- Uma criança criada de forma muito suave pode adquirir uma consciência muito estrita, porém seria errado exagerar essa independência. 
- uma mudança real nas relações dos seres humanos com a propriedade seria de muito mais ajuda do que quaisquer ordens éticas; mas o reconhecimento desse fato entre os socialistas foi obscurecido e tornado inútil para fins práticos, por uma nova e idealista concepção equivocada da natureza humana.

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