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EMBRIOLOGIA CÉLULAS TRONCO

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Células-tronco
 As células-tronco são células capazes de em seu processo continuo de replicação, dar lugar a progênie de células cada vez mais diferenciadas e especializadas (Neri, 2001).
 Todos os seres humanos são gerados a partir de uma única célula, formada pela fusão de um óvulo e um espermatozoide. Essa primeira célula já tem em seu núcleo o DNA com toda a informação genética para gerar um novo ser. O DNA contido no núcleo celular fica condensado e organizado em cromossomos. Após a fecundação a célula começa a se dividir sem aumentar de tamanho, primeiro em duas, depois em quatro, em oito e assim por diante (Zatz, 2004). Toda cisão é precedida por uma duplicação dos cromossomos, de tal modo que todas as células filhas tenham a mesma bagagem genética da célula originaria e isso continuará constante por todo o desenvolvimento até a fase pós-natal: todas as células do corpo humano contém a mesma bagagem genética da primeira célula (Neri, 2001). 
 Células-tronco totipotentes
 No estágio de oito células, o óvulo fecundado possui propriedade totipotente. Essa propriedade define o zigoto e as suas primeiras segmentações como células-tronco totipotentes, ou seja, capazes de produzir tudo o que serve para o sucessivo desenvolvimento do organismo. A perda da totipotência começa com a formação da mórula. No estágio da mórula, a segmentação acentua-se, as células começam a produzir um liquido que preenche os espaços intercelulares e depois se reúne no centro da mórula (Neri, 2001). Nesta fase as células do embrião se diferenciam em dois grupos: um grupo de células externas que vão originar a placenta e os anexos embrionários, e uma massa de células internas que vão originar o embrião propriamente dito. Após 4 dias, é chamado de blastocisto. É nesta fase que ocorre a implantação do embrião na cavidade uterina. As células internas do blastocisto vão originar as centenas de tecidos que compõem o corpo humano. São chamadas de células tronco embrionárias pluripotentes (Zatz, 2004).
Células-tronco pluripotentes
 As células do trofoblasto e do embrioblasto devem manter-se unidas para dar lugar ao desenvolvimento, devendo trabalhar juntas e por essa razão passou a ser chamadas de pluripotentes e não mais totipotentes. As células do embrioblasto irão dar origem ao embrião e ao organismo adulto. No entanto, as células-tronco pluripotentes são células capazes de dar origem a todos os tecidos que comporão o organismo adulto, mas sem os trofoblastos isso é impossível, pois ele é necessário para o desenvolvimento. A diferença entre totipotência (capacidade de produzir organismo) e pluripotência (capacidade de produzir todos os tecidos do organismo, mas não o próprio organismo) é importante para compreender a clonagem humana e os processos de fertilização. O período de pluripotência é limitado, porque já no embrioblasto é possível identificar um “mapa provável” do desenvolvimento das células, onde as células adquirem uma diferente fisionomia, que se estabiliza na formação dos folhetos germinativos (Neri, 2001).
Células-tronco multipotentes
 O embrioblasto, a partir do oitavo dia é submetido a um processo chamado de gastrulação (“Gástrula” significa “pequena taça”). Depois de uma série de migrações as células do embrioblasto ficam com aspecto de um disco, em que notam duas camadas de células diferentes: a interna é chamada de endoderma e a externa, ectoderma. Por volta do décimo quarto dia, surge no ectoderma uma espécie de sulco, chamado linha primitiva, que determina ulteriores movimentos das células que formam uma terceira camada, chamada mesoderma. Essas três camadas, bem determinada na terceira semana, chamadas folhetos germinativos, são importantíssimas, porque é das células presentes em cada um deles que desenvolverão gradualmente os vários tecidos e órgãos do corpo humano. As celulas do ectoderma dão origem ao sistema nervoso central e periférico, a pele e aos tecidos epiteliais que revestem os órgãos do sentido e outros órgãos internos do corpo. Das células do mesoderma derivam as células do sangue, os tecidos dos vasos sanguíneos e do coração, os tecidos osseos, os músculos, o rim e o baço. No endoderma derivam os revestimentos do intestino e do sistema respiratório, o fígado, o pâncreas e outros órgãos. A partir do vigésimo primeiro dia, na região do mesoderma algumas células iniciam uma migração que as leva a atingir uma posição na qual participarão de modo determinante da formação das gônadas (ovário e testículo). São as chamadas células-tronco primordiais e seu destino é diferente das células que formarão os tecidos do corpo, elas formarão células especializadas capazes de produzir os espermatozoides e os óvulos, cuja união derivarão outros seres vivos (Neri, 2001).
 As células localizadas em cada um dos três folhetos são chamadas de células-tronco, e chamadas de multipotentes pela capacidade de formar vários tecidos. A partir daí ocorre o segmento de proliferação dos vários tipos de células, acompanhado de múltiplas diferenciações celulares, que se diferenciam de maneira irreversível, para formar os tecidos de sistemas e órgãos que acompanham o organismo adulto. Mas as células-tronco não param suas funções quando o organismo chega ao estágio de maturação, existem células algumas do tipo germinal que permanecem no organismo adulto para suprir as perdas fisiológicas (Neri, 2001). 
As células-tronco nos tecidos adultos
 No individuo adulto o mais importante e eficiente mecanismo de regeneração celular é a medula óssea, que produz continuamente as varias células que compõem o sistema hematopoiético. Esse mecanismo explica a capacidade da renovação do sangue a cada quatro meses. É possível, também, doar a medula óssea para transplantes, os quais representam, há anos, um fundamental procedimento terapêutico na luta contra o câncer, como no caso da leucemia e linfomas, e no tratamento da talassemia, doença de origem genética com grande ocorrência no Mediterrâneo (Neri, 2001).
 A replicação das células-tronco acontece com um processo chamado divisão assimétrica: a célula germinal dá origem a duas células, as quais, uma é igual à mãe e fica para recuperar o estoque, a outra migra para o lugar em que há necessidade e se torna uma célula adulta diferenciada. Isso explica, por exemplo, a capacidade do sistema hematopoiético se renovar (Neri, 2001).
 Durante a vida de um organismo multicelular é constante a renovação de, praticamente, todas as células do tecido. Para substituição das células mortas em um indivíduo adulto há duas formas, que pode ser por simples duplicação ou pela divisão das células tronco. 
 Contudo, as células-tronco desempenham um papel imprescindível na substituição celular, pois estas células, embora sejam determinadas durante a fase embrionária, elas ainda mantém a capacidade de se dividirem, dando origem a uma célula-filha que se diferencia terminalmente para substituir aquela que morreu e outra que não se diferencia, mantendo as características de célula-tronco. Com isso, sua capacidade de dividir-se não tem limites, pelo menos durante a vida do indivíduo. Além de originar células de um mesmo tecido, elas podem também dar origem a células de outros tecidos, denominadas, por isso, de células pluripotentes. Devido a esta característica, estas células estão sendo estudadas para fins terapêuticos. Portanto, as células possuem dois mecanismos que garantem a renovação dos tecidos de um indivíduo adulto e a manutenção destes tecidos é assegurada pelos mecanismos de memória e modulação celular, através de produtos gênicos que atuam sobre as células tanto no meio inter como extracelular (Agência Reuters, 2001).
Referências
NERI, Demetrio. A bioética em laboratório: Células-tronco, clonagem e saúde humana. Ipiranga, SP: Edições Loyola, 2001. 
ZATZ, Mayana. Clonagem e células-tronco. Cienc. Cult., jun. 2004, vol. 56, nº 3, pág.247-256, 2004. Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ea/v18n51/a16v1851.pdf. Acesso em: 21 de marçode 2016.
Células-tronco: Conceito e Notícias. Agência Reuters em 09/08/2001. Fonte: http://www.nucleodeaprendizagem.com.br/celulatronco.pdf. Acesso em: 21 de março de 2016.

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