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7. PRÁTICA SIMULADA I AULA 7

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AULA 7
Trata-se de AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL. 
Competência: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARAÇATUBA/ SP 
Muito embora, em princípio, tenhamos as regras do Código de Processo Civil em que se leva em consideração o domicílio do réu (ação pessoal) e lugar do ato ou fato; artigos 46 do NCPC, em virtude da precária condição econômica dos autores, principalmente após a morte trágica do único responsável pelo sustento da família, estes ficariam impossibilitados de comparecer às audiências e demais atos processuais numa das Varas Cíveis da Comarca de Recife – PE, considerando-se que o acesso à justiça é um direito expresso na Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, XXXV.
Desta forma, a competência daquele juízo não deve prevalecer, devendo haver, portanto, a modificação da competência, para apreciar e julgar a presente ação, para uma das Varas Cíveis da Comarca de Araçatuba – SP, sob pena de impedir o acesso à justiça pelos autores. 
Legitimação Ativa: Maria . 
Legitimação Passiva: Roberto . 
Rito: comum – 318 NCPC. 
Da Gratuidade de Justiça – art. 98 e art. 99do NCPC. 
Fundamentos: 
O Código Civil de 2002, no seu art. 186, é peremptório em afirmar que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, viola direitos e causa danos a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, o que, por sua vez, gera o dever de reparar o dano causado, a teor do art. 927 do mesmo Código. Ou seja, a conseqüência jurídica do ato ilícito que causa dano a outrem consiste na obrigação de indenizar. 
No caso presente, a queda do aparelho de ar-condicionado, quando era manejado, repita-se, de forma imprudente pelo réu, provocou a morte de Mauro, por traumatismo craniano, o que configura a responsabilidade contida no artigo 938 do Código Civil, já que aquele que habita prédio ou parte dele, responde pelo dano causado pelas coisas que dele caiam ou que sejam lançadas em lugar indevido. 
Observa-se a incidência da responsabilidade subjetiva, que ocorre quando o agente, por sua conduta culposa, viola um dever jurídico e causa dano a outrem, ficando, por conseqüência, obrigado a reparar o dano. 
Nesse contexto, importa trazer à colação a lição de Sérgio Cavalieri Filho, na sua obra Programa de Responsabilidade Civil, 8ª ed., São Paulo: Atlas, 2008, p. 46, sobre o nexo de causalidade entre a conduta do autor do ato ilícito e o dano sofrido pela vítima, que se encaixa como uma luva no caso em questão: 
“Não basta, portanto, que o agente tenha praticado uma conduta ilícita; tampouco que a vítima tenha sofrido um dano. É preciso que esse dano tenha sido causado pela conduta ilícita do agente, que exista entre ambos uma necessária relação de causa e efeito. Em síntese, é necessário que o ato ilícito seja a causa do dano, que o prejuízo sofrido pela vítima seja resultado desse ato, sem o que a responsabilidade não correrá a cargo do autor material do fato. Daí a relevância do nexo causal. Cuida-se, então, de saber quando um determinado resultado é imputável ao agente; que relação deve existir entre o dano e o fato para que este, sob a ótica do Direito, possa ser considerado causa daquele.” 
Nos termos do art. 948, I, do Código Civil, se a ofensa resultar de homicídio, como demonstra o inquérito policial no presente caso, a indenização abrangerá, além de outras reparações, o pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família. 
Com efeito, o ato ilícito praticado pelo réu resultou, primeiro, nos gastos hospitalares e, depois, com a morte de Mauro, nas despesas com o translado do corpo e com o sepultamento do falecido.
Dessa forma, configurado o nexo de causalidade entre a conduta ilícita praticada pelo réu e o dano sofrido pelo falecido Mauro, cabível é a indenização aqui pleiteada a título de danos materiais, com base nos arts. 186, 927 e 948, I, todos do Código Civil.
 
No entanto, o dano provocado pela prática lesiva do réu não se resume ao dano material, que se mede pelos respectivos comprovantes anexos, mas se estende também ao dano moral, como previsto nos artigos 186 e 944 do Código Civil, em razão do profundo sofrimento e dor provocados pela morte trágica de Mauro, causando aos autores, desde então, aflições, angústias e desequilíbrios no seu bem-estar. 
Por outro lado, a teor do art. 948, II, do Código Civil, a indenização abrangerá ainda a prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima. 
Este entendimento está em sintonia com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e peloTribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em reconhecer a responsabilidade civil subjetiva e o conseqüente dever de indenizar à prestação de alimentos em caso de homicídio, conforme demonstra a seguinte ementa: 
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 595789 MG 2003/0172004-5 (STJ) 
Data de publicação: 06/03/2006 
Ementa: Direito civil e processual civil. Recurso especial. Ação de indenização por danos materiais e morais. Morte de empregado vítima de latrocínio enquanto laborava. Embargos de declaração. Ausência de omissão. Responsabilidade civil da empregadora. Valor arbitrado a título de reparação por danos morais. Indenização por danos materiais. Constituição de capital. Necessidade. Honorários advocatícios. Alteração. Reexame de prova. - A prestação jurisdicional deve corresponder àquela pleiteada pelas partes, devidamente fundamentada, sem omissões, obscuridades ou contradições. - O transporte de valores por parte de empregado da empresa recorrente, em região de país estrangeiro de reconhecida periculosidade, exige adoção de medidas acautelatórias por parte da empregadora. - Ocorrendo latrocínio que vitimou o empregado, pai e cônjuge dos recorridos, e verificado que, embora tenha a empregadora contratado empresa de segurança, não tomou providências no sentido de evitar que a vítima continuasse a realizar o transporte de valores expressivos em território perigoso, caracterizada está sua imprudência, o que faz emergir a culpa. - Se o Tribunal de origem fundamentou sua decisão na responsabilidade subjetiva, tomando como parâmetro de suas conclusões a demonstração da conduta culposa da empregadora aliada a existência de dano e nexo causal dela decorrentes, revisar tal conclusão adentraria na senda da análise dos fatos e das provas, vedada no especial. - Só é dado ao STJ revisar o arbitramento da compensação por danos morais quando o valor fixado destoa daqueles estipulados em outros julgados recentes deste Tribunal, observadas as peculiaridades de cada litígio. - A indenização por danos materiais fixada em percentual incidente sobre a média dos rendimentos do falecido (salário acrescido de adicionais) auferidos no último ano em que laborou para a empresa antes do evento danoso, coaduna-se com a jurisprudência do STJ. - "Em ação de indenização, procedente o pedido, é necessária... 
Encontrado em: , E, DANO MORAL, CÔNJUGE, E, FILHO, PELA, MORTE, PAI, EX-EMPREGADO, EMPRESA, MOTIVO, LATROCÍNIO... VINCENDA, PENSÃOINDENIZATÓRIA, CÔNJUGE, E, FILHO, DE CUJUS / INDEPENDÊNCIA, EMPRESA, ALEGAÇÃO... SÚMULA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - FIXAÇÃO STJ - RESP 208795 -MG...
2008.001.06747 - APELACAO - DES. EDSON VASCONCELOS - Julgamento: 26/03/2008 - DECIMA SETIMA CAMARA CIVEL 
RESPONSABILIDADE CIVIL - ATROPELAMENTO VÍTIMA FATAL - FALHA MECÂNICA - DEVER DE INDENIZAR - DANO MORAL - PENSIONAMENTO - Insustentável tese defensiva de ausência de nexo de causalidade em razão da ocorrência de fortuito externo, consubstanciada na quebra de peça do veículo que não precisaria de manutenção, uma vez que todos seus componentes necessitam de revisões constantes, ainda mais em razão das características do automóvel causador do dano. O defeito mecânico em veículo automotor constitui fortuito interno, já que inerente aos riscos da atividade desenvolvida pelo causador do dano, sendo essa a jurisprudência deste Tribunalde Justiça. No que tange ao dano moral, sua conceituação tem natureza empírica, pelo que só diante do caso concreto um ato pode revelar-se ofensivo à moral objetiva ou subjetiva de determinada pessoa, mas em intensidade tal que justifique reparação pecuniária, a título punitivo e pedagógico, a fim de impedir a reprodução social daquela determinada conduta reprovável. Em relação à limitação temporal dos alimentos decorrentes do ato ilícito praticado, o art. 948, II, do Código Civil estabelece que, no caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações, prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima, alcançando o limite de 70 (setenta) anos, em razão da atual expectativa de sobrevida estabelecida. Improvimento ao recurso
Por conseqüência, além da indenização aqui pleiteada a título de danos materiais cumulada com dano moral, diante da conduta reprovável do réu, decorrente de homicídio, cabível é a prestação de alimentos aos autores, que dependiam economicamente do falecido para seu sustento, com base no art. 948, II, do Código Civil. 
DO PEDIDO 
Diante do exposto, requer a V. Exa.: 
1. a gratuidade de justiça; 
2. Designação da audiência de conciliação ou mediação e intimação do réu para seu comparecimento; 
3. Citação do réu para integrar a relação processual 
4. seja julgado procedente o pedido do autor para condenar o réu a pagar a importância de um salário mínimo nacional, em caráter vitalício, imediatamente, 
5. seja julgado procedente o pedido, confirmando a tutela antecipada deferida, bem como a condenação do réu ao pagamento de indenização por danos materiais, no valor de R$ 6.000,00; 
6. seja julgado procedente o pedido para condenar o réu apagar a importância de R$...... a título de reparação por danos morais,; 
7. seja o réu condenado aos ônus sucumbência, 
DAS PROVAS 
Requer a produção de provas documental, pericial, testemunha e depoimento pessoal do réu na amplitude do art. 369 do Código de Processo Civil.
DO VALOR DA CAUSA 
Atribui-se à causa o valor de R$ .......(art 292, inciso VI CPC.)
Assinatura do adv OAB

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