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3º Seminário Biografia de Buchner, Michaelis e Menten Maycon

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1 
 
ENZIMAS: BIOGRAFIAS DE BUCHNER, MICHAELIS E 
MENTEN 
Aluno: Maycon Vinícius de Senna Ribeiro 
 
1. Introdução 
Durante o final do século XVII e início do século XVIII já era sabido que 
determinadas secreções poderiam participar de reações químicas, como por 
exemplo as secreções estomacais digerindo a carne ou a própria saliva para com 
o amido. Apesar disso, o mecanismo no qual funcionavam essas transformações 
ainda era desconhecido. 
Nesse contexto, alguns cientistas foram fundamentais no desenvolvimento 
dos estudos das enzimas. Em 1897, Buchner foi o primeiro cientista a mostrar 
que o conteúdo celular de células podia fermentar o açúcar, contrariando as 
ideias de Pasteur. Michaelis e Menten em 1909, confirmaram a equação de Henri 
com uma bagagem de dados experimentais. Esses pesquisadores e suas 
contribuições serão descritos nesse trabalho. 
2. Eduard Buchner 
Eduard Buchner foi um químico alemão nascido em 20 de maio de 1860 em 
Munique. Seu irmão mais velho, Hans Buchner sempre o incentivou a estudar 
química, o que o levou a obter seu Ph.D. em 1888, sendo assistente do químico 
Baeyer até tornar-se professor de química na Universidade de Kiel. 
 
Figura 1 - Eduard Buchner. 
2.1. Vitalismo e o termo enzima 
Hans Buchner era um bacteriologista, o que incentivou seu irmão à trabalhar 
nos problemas fermentativos, grande problema da época. Um debate levantava 
a questão do vitalismo, em que alguns cientistas, previamente entendidos por 
Luis Pasteur afirmavam que transformações fermentativas eram apenas 
realizadas por células vivas, em que a vida era unicamente capaz. 
Experimentos com biomoléculas, chamadas de “fermentos” na época eram 
realizados em laboratórios em condições similares à de compostos inorgânicos, 
como altas temperaturas, com fortes solventes e escalas variadas de pH. 
2 
 
Quando alguns cientistas começaram a utilizar condições mais brandas de 
experimentação, similares às condições ambiente, os resultados começaram a 
aparecer. Inclusive polímeros orgânicos, até então só presentes em sistemas 
vivos, começaram a ser sintetizados. Mesmo assim os vitalistas reafirmavam que 
a fermentação do açúcar era totalmente dependente da vida. Nesse momento, 
a palavra “enzima” foi utilizada para designar extratos celulares com capacidade 
para reações químicas, por Wilhelm Kühne em 1878. 
2.2. O experimento de Buchner 
Buchner, não acreditava no que diziam os vitalistas. Ele dizia não haver 
evidências suficientes para dizer que a fermentação alcoólica era inseparável da 
vida. Pensou em um experimento em que mesmo com células mortas e seu 
conteúdo exposto, a fermentação não pararia. Porém, seus superiores sempre 
desaprovaram suas ideias. Ele persistia. 
Em 1896, Buchner criou um extrato de conteúdo de células e queria preservá-
lo da melhor forma possível. Utilizou açúcar em altas concentrações para evitar 
a proliferação bacteriana. Quando isso aconteceu, começou a observar bolhas 
de gás carbônico saindo do extrato, exatamente como numa fermentação com 
células vivas. Esse experimento confirmou as ideias de Buchner e os vitalistas 
tiveram que se retirar. Assim, todo tipo de fermento começou a ser designado 
com o termo de “enzima”. 
Em 1907 recebeu o prêmio Nobel de Química por seu feito e em 1909 se 
tornou professor de química em Breslau. Buchner serviu ao exército alemão e 
morreu em 13 de agosto de 1917 lutando na Primeira Guerra Mundial. 
3. Leonor Michaelis 
Leonor Michaelis foi um médico alemão nascido em 16 de janeiro de 1875 
em Berlin. Em 1896 recebeu seu diploma de médico na Universidade de Berlin, 
onde começou seus primeiros estudos com cepas de células. 
 
Figura 2 - Leonor Michaelis. 
3 
 
3.1. Físico-química de reações biológicas 
O chefe de Michaelis se interessada imensamente pela físico-química das 
reações biológicas. Apesar de Kühne já haver instaurado o termo “enzima”, nos 
tempos de Michaelis ainda era desconhecida a estrutura desses compostos. 
Michaelis no entanto não se importava em o que eram essas biomoléculas, mas 
sim quais eram seus mecanismos e como agiam. Aplicou as leis da cinética 
química e em 1913 criou uma equação que relacionada a velocidade de reação 
baseada no complexo enzima-substrato. Essa equação ficou conhecida como o 
modelo de Michaelis-Menten. 
3.2. O modelo de Michaelis-Menten 
É importante ressaltar que a equação que Michaelis propôs foi junto de sua 
assistente, Maud Leonora Menten, que será descrita a seguir. O modelo 
contribuiu para o direcionamento dos estudos das enzimas, retirando o 
misticismo sobre do que se tratavam esses compostos, nada mais sendo como 
substâncias químicas suscetíveis as mesmas leis químicas que outros 
catalisadores. 
Em 1929, Michaelis se mudou para os Estados Unidos, onde viveu todo o 
resto de sua vida. Não mais importante que seus estudos em enzimas, Michaelis 
descobriu que a queratina era solúvel em ácido tioglicólico, o que desencadeou 
a criação da escova permanente. 
4. Maud Leonora Menten 
Maud Leonora Menten foi uma médica e pesquisadora canadense nascida 
em 20 de março de 1879 em Port Lambton. Foi uma das primeiras mulheres 
canadenses a receber o título de doutora, isso na Universidade de Toronto em 
1911. Em 1912 se mudou para Berlin onde se tornou assistente de Michaelis, 
sendo coautora de seu estudo descrito anteriormente. O Canadá não autorizada 
investigações científicas, o que fez com que Menten tivesse que se mudar. 
 
Figura 3 - Maud Leonora Menten. 
4 
 
4.1. Outros trabalhos 
O trabalho de Menten é muito atribuído à Michaelis, porém ela realizou 
diversos outros. Criou a reação de acoplamento diazóico para a fosfatase 
alcalina, ainda em uso na histoquímica. Ela também caracterizou e estudou 
toxinas de bactérias como as B. paratyphosus, Streptococcus scarlatina e 
Salmonella spp., usadas em um programa bem sucedido de imunização contra 
a escarlatina em Pittsburgh nos anos 1930 e 1940. Ela também conduziu a 
primeira separação eletroforética das proteínas da hemoglobina. 
Maud faleceu em 20 de julho de 1960 em Leamington com 81 anos. Nessa 
data seus colegas escreveram um obituário na revista Nature: 
“Menten foi incansável em seus esforços em nome de crianças doentes. Era 
uma professora inspiradora que estimulou os estudantes de medicina, médicos 
residentes e pesquisadores associados a seus melhores esforços. Ela sempre 
será lembrada por seus colegas por sua mente afiada, por sua dignidade e 
modéstia discreta, por sua inteligência e, sobretudo, por seu entusiasmo pela 
pesquisa.” 
5. Conclusão 
Os pesquisadores descritos nesse trabalho tiveram grande contribuição para 
o estudo das enzimas e o progresso da biologia molecular. Entretanto, é 
importante ressaltar seu caráter. A perseverança de Buchner que mesmo 
contrariado pelos vitalistas não desistiu, a capacidade de Michaelis de simplificar 
um problema tão mistificado no estudo das enzimas e Menten por ser uma 
mulher focada, determinada e que mesmo sabendo que o Canadá não 
autorizada investigações se mudou para continuar seus trabalhos. 
6. Referências Bibliográficas 
[1] ASIMOV, Isaac. Asimov’s Biographical Encyclopedia of Science and 
Technology: The lives and Achievements of 1510 Great Scientists from Ancient 
Times to the Present Chronologically Arranged. 2nd Ed. Revised. New York: 
Doubleday, 1982; 
[2] KRISHNAMURTHY, K. Pioneers in Scientific Discoveries. 1st Ed. 
Hardcover, 2002. 
[3] SKLOOT, Rebecca. Some Called Her Miss Menten. University of Pittsburgh 
Arquives, October, 2000.

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