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Constitucional III 5

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Ordem econômica e financeira
Estado liberal versus Estado social
Estado liberal
As constituições dos Estados liberais tinham por objeto apenas as normas essenciais e de governo, regime político, modo de aquisição e exercício do poder;
Em relação aos particulares, tratavam apenas dos direitos e garantias fundamentais de primeira geração (direitos individuais e políticos), para a proteção dos indivíduos em face de eventuais arbitrariedades praticadas pelo Estado, no exercício do seu poder de império;
As normas relativas às relações privadas ficavam a cargo do Código Civil fundamentado na liberdade e igualdade formais, dando suporte à autonomia da vontade, à propriedade privada e à liberdade contratual (pilares do liberalismo econômico);
Tanto a liberdade como a igualdade eram vistas exclusivamente sob o ponto de vista formal (não substancial). 
Estado Social
Além das regras de regência do Estado e de proteção dos indivíduos em face do poder estatal, as constituições dos Estados sociais contêm, ainda, um conjunto de normas de ordem social e econômica, tanto para a redução das desigualdades sociais, como também para incentivar o desenvolvimento nacional;
Passou a ser um dos objetivos da Constituição evitar que a iniciativa econômica privada pudesse ser desenvolvida de maneira prejudicial à promoção da dignidade da pessoa humana e à justiça social;
Houve, portanto, uma ampliação do campo de incidência do direito constitucional, o qual não mais ficou adstrito à regência exclusiva das relações jurídicas de direito público, passando a tutelas igualmente as relações de direito privado. Campo que outrora era reservado apenas ao CC;
A constituição dos Estados sociais é não apenas fonte de interpretação, como também fonte normativa, por meio de seus princípios e regras, de aplicação direta de todos os ramos do direito, inclusive das relações privadas.
Princípios gerais da atividade econômica
Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
Soberania nacional
Soberania é poder do Estado dotado de supremacia na ordem interna, não podendo sofrer qualquer limitação por outros poderes daquele mesmo Estado, e de independência na ordem externa, não estando sujeito a imposições de quaisquer outros entes internacionais.
A ordem econômica brasileira deverá garantir a soberania nacional, ou seja, não poderá desenvolver-se de modo a colocar em risco a soberania nacional em face dos múltiplos interesses internacionais.
Propriedade privada
Propriedade privada = decorrente da economia de mercado do tipo capitalista;
Também é um direito fundamental, de tão importante (art. 5º, XXII);
Não é apenas um direito real;
Desapropriação: art. 5º, XXIV;
Propriedade intelectual: obras literárias, artísticas ou científicas.
Função social da propriedade
Objetivo: alcançar a justiça social;
Refere-se ao dever, imposto ao titular do direito de propriedade, de utilizá-lo de maneira que interesse ao bem comum, na forma especificada tanto pela CF como pelas leis infraconstitucionais.
Fundamento para o usucapião urbano e rural.
Livre concorrência
Além de constar como um dos princípios da ordem econômica, a Constituição também determina que a lei reprima o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros (art. 173, §4º);
 
Defesa do consumidor
Direito fundamental da pessoa (art. 5º, XXXII);
A CF exige que o Estado tome todas as medidas necessárias à garantia da defesa do consumidor, diante do inequívoco avanço da economia de escala e da concentração econômica nas mãos dos empresários, fato que favorece toda sorte de práticas abusivas contra o consumidor;
Para que uma relação jurídica possa ser considerada de consumo, é imprescindível que a mesma tenha por sujeitos as figuras do consumidor e do fornecedor, e por objeto o fornecimento de produto ou serviço. Necessita, ainda, do elemento teleológico, o qual impõe que o consumidor adquira ou utilize o produto ou serviço apenas como ser destinatário final.
Defesa do meio ambiente
Tem por objetivo exigir que a atividade produtiva respeite o meio ambiente, possibilitando que o Poder Público intervenha, sempre que necessário, para que a exploração econômica não o deteriore;
Conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (art. 3º, Lei 6.983/1981).
Redução das desigualdades regionais e sociais e a busca do pleno emprego
Estado do bem-estar social;
O Poder Público pode realizar intervenções na ordem econômica para garantir o Estado de bem-estar social.
Tratamento favorecido às empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede e administração no país
Garantia de igualdade material (não apenas formal) às empresas em funcionamento no país, de maneira que as de menor porte, e que concentram a maioria dos empregos nacionais, possam sobreviver frente à concorrência muitas vezes agressiva dos grandes grupos econômicos.
O Estado como explorador de atividade econômica
Art. 173;
Monopólio da união: art. 177;
“Quer dizer, o art. 173 da CF está cuidando da hipótese em que o Estado esteja na condição de agente empresarial, isto é, esteja explorando, diretamente, atividade econômica em concorrência com a iniciativa privada. Os parágrafos, então, do citado art. 173, aplicam-se com observância do comando constante do caput. Se não houver concorrência – existindo monopólio, CF, art. 177 – não haverá aplicação do disposto no § 1º do mencionado art. 173.” (RE 407.099, voto do Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 22-6-2004, Segunda Turma, DJ de 6-8-2004.)
O Estado como agente normativo e regulador da atividade econômica
Art. 174;
Art. 173 - §3º.
Lei 12.529/2011 – Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência: prevenção e repressão às infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais da liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico.
SBDC
O SBDC é formado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, com as atribuições previstas nesta Lei. 
O Cade é entidade judicante com jurisdição em todo o território nacional, que se constitui em autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça, com sede e foro no Distrito Federal.
O Estado e a prestação de serviços públicas 
Art. 175;
Regulamentação: Lei 8.987/1995 (Lei de concessões e permissões de serviços públicos);
Concessão é a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco por prazo determinado.
Concessão de SP precedida de execução de obra pública;
Permissão: é a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação daqueles serviços, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. 
Trata-se de contrato de adesão por prazo determinado que pode ser revogado a qualquer tempo.
Política urbana
Art. 182.
Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade.
Usucapião constitucional urbano
Art. 183;
Não conta tempo anterior à 1988, segundo o STF, para efeitos de usucapião;
Estatuto da Cidade: art. 9º; § 3º; art. 11; art. 13.
Usucapião especial coletivo (mais de 250 metros quadrados).
Usucapião constitucional rural
Art. 191.
Desapropriação por necessidade e utilidade pública
Decreto-lei 3.365/41;
Mediante declaração de necessidade ou de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pelos entes federados;
Necessidade pública: tem por principal característica a urgência na
transferência da propriedade particular para o domínio do Poder Pública;
Utilidade pública: aqui não há a urgência, havendo, contudo, conveniência e oportunidade na transferência da propriedade para a Administração;
A desapropriação deverá efetivar-se mediante acordo ou judicialmente, dentro de cinco anos, contados da data da expedição do respectivo decreto e findos os quais este caducará.
O pagamento do preço será prévio e em dinheiro. As dívidas fiscais serão deduzidas dos valores depositados, quando inscritas e ajuizadas.
Desapropriação por interesse social
A desapropriação por interesse social tem previsão no art. 5º, XXIV;
Regulamentada na lei 4.132/62 e será decretada para promover a justa distribuição da propriedade ou para condicionar o seu uso ao bem estar social.
Desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária
Compete apenas à União;
Imóveis rurais que não estejam cumprindo sua função social;
Indenização prévia e justa em títulos da dívida agrária;
Regulamentação: 8.629/1993 e LC 76/93 + 86/96;
Não estão sujeitas: a pequena e média propriedade rural (desde que seu proprietário não possua outra) e a propriedade produtiva.
ITD ou ITCMD: Fato gerador = transmissão de qualquer bem ou direito havido por sucessão legítima ou testamentária, inclusive a provisória; transmissão por doação, a qualquer título, de quaisquer bens ou direitos e a aquisição de bem ou direito em excesso pelo herdeiro ou cônjuge meeiro, na partilha, em sucessão causa mortis ou em dissolução de sociedade conjugal. Contribuinte: para quem foi transmitido o bem ou direito.
ICMS: regulamentado pela LC 87/1996, alterada pelas LCs 92/97, 99/99 e 102/2000.
Incide sobre diversas operações relativas à circulação de mercadorias e prestações de serviço de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, mercadorias ou valores e prestações onerosas de serviços de comunicação por qualquer meio.
Não incide sobre: art. 155, §2º, X.
Contribuinte: qualquer pessoa que realize com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações iniciem no exterior.
IPVA: fato gerador = a propriedade do veículo automotor de circulação terrestre;
Contribuinte: proprietário do veículo.
Ao DF também cabe a instituição de impostos municipais.
Competências tributárias dos Municípios
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
IPTU: fato gerador = a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido a lei civil, localizado na zona urbana do município.
Contribuinte: proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.
ITBI: fato gerador: transmissão onerosa de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição.
Contribuinte: qualquer das partes na operação tributada, conforme dispuser a lei municipal específica que o instituir.
ISS: fato gerador = a prestação por empresa ou profissional autônomo, dos serviços descritos na lista de serviços da Lei Complementar nº 116/2003. Não incide sobre os serviços do ICMS.
Não incide sobre locação de bens móveis ou imóveis.
Contribuintes: quem presta o serviço tributável.
Repartição das receitas tributárias
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência (residual) que lhe é atribuída pelo art. 154, I.
Art. 158. Pertencem aos Municípios:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios:
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios;
II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal.

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