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25/05/2017 1 PRINCÍPIOS DE CONTROLE DE DOENÇAS DE PLANTAS CONCEITOS DE CONTROLE “Prevenção dos prejuízos de uma doença (1925)” “Na prevenção e no tratamento de doenças deviam ser sempre considerados a eficiência dos métodos e o custo dos tratamentos, sendo óbvio que os métodos empregados deveriam custar menos que os prejuízos ocasionados (1926)” CONCEITOS DE CONTROLE O controle de doenças de plantas só passou a ser racionalmente cogitado a partir dos conhecimentos gerados pelo desenvolvimento da Fitopatologia como ciência biológica. Numa concepção biológica, controle pode ser definido como a redução na incidência ou severidade de uma doença. PRINCÍPIOS GERAIS DE CONTROLE (Princípios de Whetzel) 1. Exclusão – prevenção da entrada de um patógeno em área ainda não infestada. 2. Erradicação – eliminação de um patógeno de uma área em que foi introduzido. 3. Proteção – interposição de uma barreira protetora entre as partes suscetíveis da planta e o inóculo do patógeno, antes de ocorrer a deposição. 4. Imunização – desenvolvimento de plantas resistentes ou imune ou, ainda, desenvolvimento, por meios naturais ou artificiais, de uma população de plantas imunes ou altamente resistentes, em uma área infestada com o patógeno. 25/05/2017 2 PRINCÍPIOS GERAIS DE CONTROLE (Princípios de Whetzel) 5. Terapia – que visa estabelecer a sanidade de uma planta com a qual o patógeno já estabelecera relação parasitária. 6. Regulação – medidas de controle baseadas em modificações do ambiente. 7. Evasão – táticas de fuga dirigidas contra o patógeno e/ou contra o ambiente favorável ao desenvolvimento da doença. PRINCÍPIOS GERAIS DE CONTROLE (Princípios de Whetzel) CICLO DA DOENÇA FONTE DE INÓCULO DISSEMINAÇÃO INOCULAÇÃO GERMINAÇÃO PENETRAÇÃOCOLONIZAÇÃOSINTOMAS REPRODUÇÃO SOBREVIVÊNCIA erradicação erradicação terapia imunização-terapia proteção-imunização exclusão proteção proteção MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA EXCLUSÃO A prevenção da entrada e estabelecimento de um patógeno em área isenta é feitas por meio de medidas quarentenárias (proibição, fiscalização e interceptação). Destinada a doenças de alto potencial destrutivo em culturas de grande importância econômica para o país. Pragas Quarentenárias ausentes – patógenos ausentes no país. Pragas Quarentenárias presentes – patógenos presentes em determinadas regiões do país. Ministério da Agricultura Pragas Não-Quarentenárias presentes – patógenos presentes em todo o país. 25/05/2017 3 25/05/2017 4 Praga Quarentenária Ausente Amarelecimento letal do coqueiro “Coconut lethal yellowing” Praga Quarentenária Ausente Amarelecimento letal do coqueiro “Coconut lethal yellowing” Praga Quarentenária Ausente Coffee berry disease (CBD) - café “Colletotrichum coffeanum” Praga Quarentenária Ausente Varíola do pessegueiro – ameixa, pêssego, nectarina “Plum pox virus” 25/05/2017 5 Praga Quarentenária Ausente Mosaico da mandioca “African cassava mosaic virus” VAZIO SANITÁRIO – MEDIDA DE EXCLUSÃO Período de ausência de plantas vivas nas lavouras de culturas como soja, feijão e algodão Estados onde é adotado para soja: TO, PA, RO, MA, BA, GO, SP, PR, MT, MS, MG, DF MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA ERRADICAÇÃO A erradicação visa impedir o estabelecimento de um patógeno recém introduzido. A erradicação de um patógeno só é possível quando: - patógeno tem restrito espectro de hospedeiros. - baixa capacidade de disseminação. - economicamente viável quando o patógeno restringe-se a uma área geográfica relativamente insignificante. Praga Quarentenária Presente Greening (Huanglongbing/HLB), Citros - São Paulo, Paraná, “Candidatus Liberibacter asiaticus e Candidatus Liberibacter americanus” 25/05/2017 6 Praga Quarentenária Presente Cancro cítrico, Citros – São Paulo “Xanthomonas citri subsp. citri” Praga Não-Quarentenária Mosaico, Mamoeiro – Espírito Santo e Bahia “Papaya ringspot virus, type P” 25/05/2017 7 Praga Não-Quarentenária Mosaico, Mamoeiro – Espírito Santo e Bahia “Papaya ringspot virus, type P” MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA PROTEÇÃO Visa impedir o contato direto entre patógeno e hospedeiro. Normalmente é obtido pela aplicação de fungicidas protetores e bactericidas, ou inseticidas visando o controle dos vetores. Medidas: - Pulverização de partes aéreas - Controle de vetores - Tratamento de sementes CULTIVO PROTEGIDO - MEDIDA DE PROTEÇÃO Culturas de alto valor 25/05/2017 8 CULTIVO PROTEGIDO - MEDIDA DE PROTEÇÃO USO DE CERAS - MEDIDA DE PROTEÇÃO MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA IMUNIZAÇÃO Resistência oferecida pela planta atacada pelo patógeno Interfere nas fases ciclo relação hospedeiro - patógeno: - Penetração - Colonização - Reprodução MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA IMUNIZAÇÃO Tipos de Imunização - Genética - Química - Biológica 25/05/2017 9 MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA IMUNIZAÇÃO Genética - Exercida através de variedades resistentes / tolerantes - Não onera diretamente o custo de produção - Programas de melhoramento - Identificação de fontes e introgressão de genes de resistência (R) -Transgenia MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA IMUNIZAÇÃO Imunização por transformação genética Transgênica Não-Transgênica Mamoeiro resistente ao Papaya ringspot virus (PRSV-P) Caso: Havaí Não-Transgênica Transgênica Mamoeiro resistente ao Papaya ringspot virus (PRSV-P) Caso: Havaí MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA IMUNIZAÇÃO Química - Uso de produtos químicos sistêmicos - Ação I: acúmulo produto tóxico ao patógeno no tecido vegetal - Ação II: fungicida/derivado induz a planta a produzir substânciastóxicas ao patógeno (ex: compostos fenólicos) 25/05/2017 10 MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA IMUNIZAÇÃO Química - Resistência induzida (Resistência Sistêmica Adquirida - SAR) - BION® (acibenzolar-S-methyl) - Ácido salicílico - Ácido aracdônico - Ativam genes de resistência - β-1-3-glucanases, quitinases, proteínas PR-1 etc. MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA IMUNIZAÇÃO Biológica - Inoculação prévia do hospedeiro com: - Vírus (pré-imunização); “estirpe fraca x estirpe forte” - Rizobactérias promotoras do crescimento e indutoras de resistência (RPCP) MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA IMUNIZAÇÃO TRISTEZA DOS CITROS (Citrus tristeza virus - CTV) Brasil (1968) Müller & Costa Laranja-pêra IAC: 1977 = 7 milhões 1980 = 8 milhões 1987 = 50 milhões 1992 = 80 milhões MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA TERAPIA Métodos que visam curar ou recuperar a planta doente Formas: - Eliminar o patógeno - Favorecer reação do hospedeiro 25/05/2017 11 MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA TERAPIA Eliminação do patógeno - Produtos químicos sistêmicos (quimioterapia) - Ex: Oídios (fungicidas), fitoplasmas (antibióticos) - Termoterapia - Sementes de hortaliças - Vírus em alho-semente, batata-semente - Fungos em frutas para exportação (Ex: mamão, manga) - Cirurgia MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA EVASÃO Prevenção da doença pela fuga em relação ao patógeno ou ao ambiente favorável ao patógeno - Exercida através: - Escolha de área para o plantio (local dentro de uma mesma área) - Escolha da data de plantio - Emprego de práticas culturais (plantio raso, variedade precoce) EVASÃO SERINGUEIRA X MAL FOLHAS (Microcyclus ulei) - Fator climático Problema: queda prematura das folhas Clima favorável: T e UR alta Cultivo região sudeste: menos doença Atualmente: 25/05/2017 12 MEDIDAS DE CONTROLE BASEADAS NA REGULAÇÃO Prevenção da doença pela alteração dos fatores do ambiente - Exercida através: - Adequação das condições do solo -Controle de temperatura e umidade - Equilíbrio da nutrição mineral - Emprego de práticas culturais (irrigação, densidade de plantio etc.) REGULAÇÃO PIMENTÃO E TOMATE X PODRIDÃO ESTILAR Condição Favorável: -Deficiência de cálcio -Excesso de nitrogênio Controle: calagem / aplicação foliar Cálcio e adubação equilibrada REGULAÇÃO FRUTOS X PODRIDÕES Patógenos: Penicillium, Botrytis, Rhizopus Condição favorável: -Temperatura elevada Controle: refrigeração
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