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FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS. Por: Jair Galerani RAE-eletrônica, Volume 2, Número 1, jan-jun/2003. http://www.rae.com.br/eletronica/index.cfm?FuseAction=Artigo&ID=1569&Secao=OPERA/LOGI&Volume=2&Numero= 1&Ano=2003 ©Copyright, 2002, RAE-eletrônica. Todos os direitos, inclusive de tradução, são reservados. É permitido citar parte de artigos sem autorização prévia desde que seja identificada a fonte. A reprodução total de artigos é proibida. Os artigos só devem ser usados para uso pessoal e não-comercial. Em caso de dúvidas, consulte a redação: redacao@rae.com.br. A RAE-eletrônica é a revista on-line da FGV-EAESP, totalmente aberta e criada com o objetivo de agilizar a veiculação de trabalhos inéditos. Lançada em janeiro de 2002, com perfil acadêmico, é dedicada a professores, pesquisadores e estudantes. Para mais informações consulte o site www.rae.com.br/eletronica. RAE-eletrônica ISSN 1676-5648 ©2002 Editora: Fundação Getulio Vargas – Escola de Administração de Empresas de São Paulo. GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani Bacharel em Administração pela Faculdade de Administração de Empresas de Ourinhos, SP UEM/UEL -PPA - Mestrado em Administração Endereço: Rua Bélgica, 355 – Jardim Igapó – Londrina –Pr. E-mail: cativa@sercontel.com.br Interesse de pesquisa: Estratégia de cooperação e agrupamentos RESUMO Este artigo relata o resultado de uma pesquisa delineada pelo método do estudo de caso, que possibilitou estudar uma integração vertical estabelecida entre cooperativas agropecuárias, em suas etapas de formação, estruturação e implementação. Concluiu-se que as cooperativas estudadas optaram pela estratégia de cooperação, visando a sobrevivência imediata e o fortalecimento no longo prazo. Os principais motivos que as levaram à integração foram: dificuldades financeiras, baixa escala de produção, concorrência entre as cooperativas e a perspectiva de acesso a recursos financeiros. Alguns resultados já alcançados: otimização da estrutura; obtenção de escala de produção; compartilhamento de atividades; fim da competição entre as cooperativas; utilização, em conjunto, de marcas; acesso a recursos financeiros e utilização, em comum, de tecnologias. Espera-se, a longo prazo, agregar valores à matéria-prima (leite) proveniente da base rural e acessar mercados internacionais. ABSTRACT This article report the result of a research delineated by the method of the case study, that was possible to study a vertical integration established among agricultural cooperatives, in their formation stages, structuring and implementation. The conclusion was that the cooperatives studies chose for the cooperation strategy, seeking the immediate survival and the invigoration in the long period. The main reasons that took them to the integration were: financial difficulties ; low production scale, competition among the cooperatives and the access perspective to financial resources. Some of the results already reached: the structure of optimization; obtaining of production scale; sharing of activities; put an end of the competition among the cooperatives; use in common of marks; access to financial resources and use, in common, of technologies. We are waiting, for a long term, to join values to the raw material (milk) originating from the rural base and to access international markets. PALAVRAS-CHAVE Aliança. Estratégia. Cooperação. Cooperativa. Competição. KEY-WORD Alliance. Strategy. Cooperation. Cooperative. Competition. INTRODUÇÃO ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 2 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani Este artigo foi escrito a partir da dissertação de mestrado de Galerani (2002)1 que identificou e revelou situações reais de um processo de formação, estruturação e implementação de aliança estratégica, entre empresas cooperativas. Algumas constatações inspiraram o desenvolvimento do presente trabalho, a importância das empresas cooperativas, tanto no plano econômico como no social; a baixa ênfase dada a esse tipo de associação nos estudos acadêmicos; a crescente discussão da necessidade de formação de alianças estratégicas no segmento cooperativista; sua importância para produtores rurais e a sua participação no cenário agrícola. Para o autor, a importância do tema reside no fato de que, cada vez mais, as empresas cooperativas sentem necessidade de crescer, intensificar os seus negócios e ser competitivas. Para Lynch (1994), as empresas enfrentam continuamente a pressão exercida pelo fato de que, se não estiverem crescendo, estarão se encaminhando para a extinção. Para Casseres (1999), a competitividade e a sobrevivência das empresas dependerão, cada vez mais, da sua capacidade em estabelecer e manter relações com outras empresas. No futuro, as empresas não sobreviverão se tentarem fazer tudo sozinhas e nem ficarão seguras ao participarem de uma aliança estratégica. Um aspecto que tem despertado atenção é o forte encaminhamento dos líderes cooperativistas no sentido de incentivar as cooperativas para que, de alguma forma, se unam entre si ou com outros tipos de empresas, visando o fortalecimento e a sobrevivência no curto e no longo prazo. Autores como Nicácio (1997) e Rodrigues (1998) destacam alguns fatores que impedem as alianças estratégicas entre cooperativas: o bairrismo, o receio da perda do poder, o personalismo, as ciumeiras, a competição entre cooperativas e a falta de percepção do ambiente competitivo por líderes cooperativistas que ainda não se conscientizaram de que a competição entre cooperativas e a fragmentação das agroindústrias cooperativas são fatores prejudiciais ao desenvolvimento do sistema cooperativista brasileiro como um todo. REFERENCIAL TEÓRICO O cooperativismo, no sentido de doutrina econômica, é praticado por meio de um empreendimento econômico, mediante a constituição de uma sociedade por membros cooperantes. A empresa cooperativa tem seus princípios, normas e estrutura organizacional fundamentados na doutrina do cooperativismo, com origem nos princípios da Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale2. Possui características e essência filosófica fundamentadas no sentimento da cooperação e é constituída com o objetivo de agregar valor à produção econômica dos seus associados. Os cooperantes adquirem condições de sobrevivência ou se fortalecem economicamente através das forças econômicas agrupadas e direcionadas para um mesmo objetivo. As cooperativas são regidas, no Brasil, por uma legislação própria. De acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (2001), é a lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que define a política nacional do cooperativismo brasileiro, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas e dá outras providências. A mesma é complementada, sempre que necessário, através de publicações de Resoluções. As cooperativas são, também, regulamentadas por outras legislações em vigor que regem as demais sociedades no que diz respeito aos aspectos não alcançados pela lei cooperativista. São, ainda, regidas por um Estatuto Social que normatiza o seu funcionamento e sua relação com os associados. ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 3 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃOE IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani Magalhães (1982) classifica as cooperativas da seguinte forma: de 1º grau (singulares), constituídas pelo número mínimo de vinte pessoas físicas e caracterizadas pela prestação direta de serviços aos associados; de 2º grau (centrais e federações), constituídas pelo número mínimo de três cooperativas singulares, sendo possível, nas centrais, o ingresso de cooperativas de modalidades diferentes e de 3º grau (confederações), constituídas pelo número mínimo de três federações ou centrais, da mesma ou de diferentes modalidades. A assembléia geral dos sócios, segundo Pinho (1977a), é o órgão supremo da sociedade cooperativa, é o fórum onde são discutidas, votadas e aprovadas todas as decisões de interesse da sociedade. Há dois tipos de assembléias gerais: a ordinária, convocada obrigatoriamente uma vez por ano, e a extraordinária, convocada sempre que necessário, a qual delibera sobre assuntos diversos relacionados com a empresa, mas em especial: reforma estatutária; fusão, incorporação ou desmembramento; participação de empresas não-cooperativas; mudança de objeto da sociedade e dissolução e nomeação de liquidantes. Em quaisquer desses casos, para tornar válidas as deliberações, são necessários dois terços dos votos. Nas cooperativas singulares as assembléias gerais são formadas pelos sócios cooperantes e nas centrais, federações e confederações são formadas por delegados representantes das cooperativas filiadas. As cooperativas, segundo Pinho (1977b), também têm objetivos econômicos, a exemplo de outras empresas, a saber: englobar todas as fases de produção e de comercialização, operar em maior escala de produção, reduzir custos em geral, adquirir fábricas, diversificar produtos, conquistar novos mercados ou novas faixas de consumidores e estender a sua área de atuação na recepção de matéria-prima. No sentido de suprir necessidades, a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), em 1995, segundo Nicácio (1997), atualizou os princípios cooperativos, acrescentando o princípio da intercooperação. Lembra o referido autor que, no caso do Brasil, a lei cooperativista já prevê alianças intercooperativas, que podem ocorrer de forma vertical, (através da constituição de cooperativas centrais, federações e confederações), horizontal (através de fusões, aquisições e incorporações) e mista, numa combinação da concentração vertical e horizontal. A referida lei, segundo Pinho (1982a), também abre possibilidade para as cooperativas, desde que seja para complementar as suas atividades, participar de empresas não-cooperativas ou atuar junto com elas, como por exemplo a participação em instituições públicas, consórcios, associações, condomínios, em empresas do tipo limitada, joint ventures, trading companies, e outros tipos de sociedades de capitais, bem como realizar acordos departamentais, como: pool de vendas e compras, centrais de compras e acordos contratuais com empresas prestadoras de serviços, fornecedores, distribuidores e outros. Magalhães (1982) chama a atenção para os diversos acordos e contratos regulados pelo Direito Societário Brasileiro, dos quais as cooperativas podem lançar mão desde que não haja conflito com a lei cooperativista em vigor. A definição do termo “aliança estratégica”, segundo Trigo e Drudis (1999), é muito ampla. Engloba diferentes formas e configurações de associações. Esse termo é empregado, normalmente, com referência às alianças comerciais e de negócios, compreendendo diferentes formas de acordos formais ou informais de cooperação ou de colaboração. As cooperativas agropecuárias, segundo Nicácio (1997), estão inseridas no sistema cooperativo brasileiro, sujeitas aos princípios doutrinários, normas e leis cooperativistas. Por outro lado, tal como as demais sociedades econômicas, estão inseridas nas regras de mercado e, portanto, sujeitas às suas oscilações e recessões, bem como aos riscos e oportunidades. As cooperativas se diferenciam das demais empresas, segundo Oliveira (2001), na sua forma de constituição, doutrina e objetivos sociais. ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 4 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani Em termos de mercado, concorrem com empresas de um modo geral e o diferencial constitutivo, princípios doutrinários e normas de funcionamento podem, em determinados momentos, constituir vantagem ou desvantagem competitiva. O fato de uma empresa ser do tipo cooperativa não significa, por si só, vantagem, pois esta deve estar alicerçada nas formas de interação junto aos clientes (cooperados e mercado em geral ) e não simplesmente nas leis ou normas. As imposições do rápido avanço tecnológico, a necessidade de grandes capitais, equipamentos modernos, profissionalização da gestão, planejamento da produção e necessidade de reduzir custos para enfrentar a competição da economia de mercado, segundo Pinho (1977b), constituem, entre outros, fortes motivos para que as cooperativas optem por uma estratégia de cooperação. Os membros associados, na condição de usuários-empresários, também sentem necessidade e querem que a sua cooperativa adquira maior vigor, valorizando, no caso de cooperativas agropecuárias, a produção e melhorando as suas condições econômico-sociais. Em conseqüência da nova realidade concorrencial, conforme Oliveira (2001), as vantagens competitivas das empresas estão se tornando cada vez menores ou menos perceptíveis. As empresas cooperativas precisam trabalhar com estruturas organizacionais cada vez mais enxutas e consolidar estruturas que contemplem atividades que agreguem valor. Seja para atender as necessidades dos associados ou as exigências impostas pela competição da economia de mercado, para Pinho (1977b), os dirigentes de cooperativas podem e devem definir estratégias capazes de levar as suas cooperativas a se tornarem mais fortes e competitivas. As estratégias, segundo Farina (1999), são condicionadas pelo ambiente competitivo, no qual são definidos os padrões de concorrência e a capacitação dos recursos internos das firmas. Best3 (1990 apud Farina, 1999, p. 23) define ação estratégica “como a capacidade que as empresas demonstram, individualmente ou em conjunto, de alterar, a seu favor, características do ambiente competitivo tais como a estrutura do mercado e os padrões de concorrência”. As empresas conquistam e sustentam a vantagem competitiva, segundo Porter (1999), quando formulam uma estratégia competitiva considerando os fatores básicos que determinam os limites daquilo que uma empresa pode realizar com sucesso ao enfrentar as forças competitivas do setor, desenvolvendo atividades diferenciadas ou compatibilizando atividades. O acordo de cooperação, segundo Palacio (1995), é uma estratégia que permite às empresas atuar em conjunto, em algumas ou em todas as atividades. Podem, juntas, atingir objetivos comuns em face de: a) razões internas: trata-se da redução da incerteza associada à realização de qualquer operação, destacando-se a redução de custos, a obtenção de economia de escala e a possibilidade de compartilhar linhas de produção, melhorar o fluxo de caixa, cortar drasticamente os custos e vender certos ativos, improdutivos ou não; b) razões competitivas: trata-se de reforçar as oportunidades do mercado, com destaque para a expansão dos negócios atuais, racionalização e dimensionamento de indústrias maduras, possibilidade de adiantar e cobrir demandas, de gerar uma posição de mercado, de repartir o mercado para evitar guerra de preços, de evitar duplicidade de projetos, salvar empresas em crises, aumentar a participação de mercado, melhorar as fontes de matéria-prima e a distribuição do produtoacabado; c) razões estratégicas: trata-se da obtenção de novas posições estratégicas mediante a criação e exploração de novos negócios, transferência de tecnologia, diversificação de produtos, integração vertical e horizontal de processos, penetração em novos mercados, aprendizagem, inovação, racionalização, fracionamento de unidades operativas e eliminação de funções redundantes. O acordo de cooperação traz vantagens, como: a) redução de custos: é o resultado mais tangível, o que mais se consegue. Traduz-se em aprendizagem, incremento na produtividade e melhora na taxa de utilização efetiva dos equipamentos da empresa; b) investimentos: otimiza os investimentos existentes e os pretendidos; c) melhora da gestão: viabiliza a prática de técnicas de gestão mais ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 5 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani modernas, como modernização do processo produtivo, segurança e qualidade, gestão em comum de sistemas de produção flexíveis e evolução das formas de produção; d) inovação: desenvolve inovação, conseqüência da criatividade de cada cooperante e das transferências tecnológicas; e) fortalecimento: permite ações conjuntas para atuar em mercados exteriores. E traz também algumas desvantagens, a saber: a) custo de autonomia: perda de parte da autonomia da empresa em função do tipo de acordo e do tipo de cooperação celebrado; b) custo de coordenação: utilização de tempo e recursos para a coordenação em função do grau de interesse dos cooperantes; c) custo de competência: possibilidade de um dos participantes aproveitar-se da cooperação para melhorar a sua posição competitiva; d) custos de negociação: obtenção de acordos em termos de igualdade, em função do poder de negociação de cada um dos cooperantes. Dentre as vantagens da concentração de cooperativas do tipo vertical, Pinho (1982b) destaca as seguintes: continuidade do fluxo de matéria-prima, na qualidade desejada e a preço relativamente estável; facilidade para obtenção de crédito e, inclusive, maior possibilidade de as próprias cooperativas concentradas praticarem autofinanciamento; redução do preço de custo unitário, graças a maior racionalização da produção (ampla divisão do trabalho, aperfeiçoamento técnico, melhor utilização das máquinas e equipamentos etc.); supressão dos intermediários que se interpõem entre os diversos estágios de produção, utilização dos subprodutos etc.; melhor conhecimento das condições do mercado e possibilidade de aumentar as vendas, já que as cooperativas concentradas conseguem reduzir o preço de custo através da vantagem de venda em grande quantidade; diminuição do impacto das recessões econômicas, pela possibilidade de assegurar o escoamento de uma parte dos produtos nos próprios estabelecimentos concentrados. Os autores Roos e Lorange (1996) recomendam às empresas que, ao participarem de uma aliança estratégica, devem estar seguras de que possuem a aprovação e o apoio dos associados e a certeza de que, internamente, possuem o entendimento, entusiasmo e cooperação de todos na organização. Na fase de estudos, Noleto (2000) considera fundamental a avaliação dos candidatos a participantes nos aspectos de atuação no mercado, tempo de existência, credibilidade, imagem, missão, valores, intencionalidade, ética, capacidade de investimento, saúde financeira, recursos humanos qualificados e projetos já desenvolvidos. Recomenda observar aspectos como: definição das estratégias e objetivos da aliança; avaliação criteriosa dos parceiros em potencial; avaliação das suas possibilidades e o que oferecem; avaliação do impacto da ação conjunta; avaliação dos prováveis resultados que podem ser obtidos e planejamento de como será feita a união ou o trabalho em conjunto. Entendem os autores Yoshino e Rangan (1996) que, para que haja um bom desempenho da aliança, os administradores precisam, antecipadamente, observar alguns itens, como por exemplo: avaliar se o parceiro pretendido atende às expectativas da empresa, em termos de investimentos, em controle de qualidade, aprendizagem, informações, sigilo, etc., avaliar o possível desempenho da aliança com relação à contribuição ou não-contribuição para a cadeia de valor, às circunstâncias que propiciam lograr êxito ou fracasso, às atitudes gerenciais mais eficazes,o tipo de aliança a ser celebrada, a participação do capital, o tipo de contrato a ser utilizado e assim por diante. Algumas alianças não dão certo por falta de confiança mútua. Para Noleto (2000), documentos legais e acordos bem preparados não são suficientes. É preciso desenvolver uma relação de confiança e fortalecê-la com um acordo bem-feito. A autora recomenda o estabelecimento de uma comunicação adequada e freqüente, critério nos detalhes do acordo, conhecimento profundo da organização, implantação de uma boa relação de trabalho e a mesma cultura. ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 6 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani As empresas que utilizam as alianças de modo mais eficaz, segundo Yoshino e Rangan (1996), são aquelas que atribuem a responsabilidade de geri-las a um gerente ou a um grupo específico, uma vez que existem variadas combinações em termos de importância relativa e tipo de atribuição. Para a implementação ser vitoriosa recomendam o estabelecimento de um clima de confiança, a continuidade das equipes de gestão, o monitoramento das contribuições dos parceiros, a manutenção de fluxo adequado de informações confiáveis, o reconhecimento da importância das relações internas, a conscientização das pessoas envolvidas (quanto à natureza competitiva da aliança) e o comprometimento sistemático tanto dos responsáveis pela aliança quanto da alta administração das empresas parceiras. METODOLOGIA DA PESQUISA O delineamento de pesquisa utilizado neste trabalho foi o estudo de caso que, de acordo com Godoy (1995c) e Donaire (1997), se caracteriza como um tipo de pesquisa que visa explicar de forma sistematizada os fatos que ocorrem em um determinado contexto. Justifica-se a sua utilização pelo fato de ter sido analisada uma determinada realidade, ou seja, foram investigados fenômenos atuais ocorridos durante o desenvolvimento do processo de formação, estruturação e implementação de aliança estratégica do tipo vertical, estabelecida entre empresas cooperativas. O estudo envolveu duas empresas: a Cooperativa Agropecuária de Londrina Ltda. (Cativa), fundada por 34 pecuaristas em 14 de março de 1964 e a Cooperativa Central Agro-industrial Ltda. (Confepar), constituída em 1982 como uma confederação, sendo transformada em uma cooperativa central em 1997. Os dados foram coletados a partir da utilização de duas técnicas: análise documental e entrevista semi-estruturada. Adotou-se a análise documental para recuperar dados históricos e também como técnica complementar, no sentido de aprofundar e verificar a veracidade de dados obtidos por meio das entrevistas. O roteiro de entrevista foi construído considerando a realidade de cada uma das unidades de análise. No caso da Cativa, o roteiro foi composto de 33 questões e, no caso da Confepar, 32 questões. Para atingir os objetivos propostos foram entrevistados 46 sujeitos na Cativa, sendo: 14 dirigentes e 32 associados na condição de líderes regionais. Na Confepar foram entrevistados dois sujeitos (dirigentes), selecionados pela efetiva participação no processo. A lógica de tratamento dos dados foi descritivo-qualitativa, uma vez que foram utilizadas a análise de conteúdo e de documentos para buscar a compreensão dos fenômenos segundo a perspectivados sujeitos entrevistados. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ETAPA DE FORMAÇÃO Os motivos que levaram a Cativa a considerar a idéia de formar uma aliança estratégica em torno de uma cooperativa central foram: a) a desregulamentação do mercado de leite ocorrida no início do Governo Collor. Nessa ocasião foi decretado o fim do controle estatal sobre os preços do leite e ocorreu a nacionalização dos mercados com a abertura comercial brasileira ao processo de globalização, situação em que todas as empresas do setor passaram a estar presentes em todos os principais mercados do país, independentemente de sua localização; b) o plano real, que trouxe modificações na vida financeira da Cativa. Com o fim da inflação acabou o ganho financeiro, o mercado passou a ditar o preço de venda e houve necessidade de redirecionar a estrutura da empresa para uma nova realidade de custos e de competitividade; c) o crescimento das venda do leite longa vida, que ganhou a preferência ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 7 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani de grande parte dos consumidores. Representou o fortalecimento do poder dos super e hipermercados na distribuição desses produtos e rompeu a fronteira do leite, uma vez que esse produto, pela facilidade do transporte, passou a vir de todas as regiões do país, ocasionando uma “guerra” de preços no grande varejo, principalmente, o que transformou o leite longa vida num produto regulador do mercado do leite, contribuindo para manter preços de leite baixos e estáveis na safra e entressafra; d) aumento da captação de leite, pois com o intuito de buscar escala de produção, em 1997, para diminuir os custos fixos, a Cativa elevou a sua captação de leite em 90%, através da incorporação da Colmar e aquisição de leite de outras cooperativas e associações de produtores da região. Procurava, com isso, ser uma empresa mais eficiente, buscando através de uma estratégia de cooperação a escala de produção, a redução dos custos fixos e a otimização da estrutura industrial, comercial e de logística. O que se percebeu no ano seguinte foi que a escala de produção também pode ocasionar um efeito inverso, ou seja, o aumento na recepção de leite não foi totalmente direcionado para produtos de rentabilidade, como os leites pasteurizados tipo B e C e bebidas lácteas, pelo fato de o mercado para esses produtos ser restrito à região de Londrina, com acentuada dificuldade de incremento de vendas. Com o mercado local limitado, a Cativa teve que redirecionar a produção, intensificando a fabricação de produtos de baixa rentabilidade e com maiores prazos para recebimento das vendas (como é o caso do leite longa vida, do leite em pó e do queijo parmesão), fato que comprometeu o seu ciclo financeiro, ocasionando um descompasso entre os prazos de recebimento das vendas com os prazos de pagamentos de custos e despesas. Também se percebeu que, sem uma área comercial adequada a uma nova realidade de produção, não seria possível desovar os estoques na medida em que ia entrando a matéria-prima (as entradas são diárias e não há como impedi-las, por tratar-se de cooperativa), ocasionando perdas com quebras de produtos estocados, levando a empresa a recorrer, às pressas, a mercados até então desconhecidos. Sem uma estrutura adequada de cadastro, análise de crédito e de cobrança, acabou envolvendo-se com empresas não idôneas, ocorrendo sérios problemas com inadimplências, o que levou a cooperativa a buscar empréstimos bancários e contabilizar altas despesas financeiras nos anos seguintes. Em 1998 a Cativa encaminhou a Carta Consulta para a Ocepar, pleiteando os recursos do Plano de Revitalização das Cooperativas (Recoop). O comitê de aprovação do pleito condicionou a liberação dos recursos para a centralização das cooperativas de leite do Norte do Paraná em torno de uma cooperativa central. Decidiu-se, então, pela centralização das atividades de produção e comercialização na Confepar, ficando para Cativa a tarefa de trabalhar junto aos produtores de sua área de atuação, captando matéria-prima para a cooperativa central. O encaminhamento da Confepar para a aliança estratégica deu-se por motivo de falta de matéria- prima, uma vez que as cooperativas filiadas que lhe enviavam leite optaram pela produção própria de produtos lácteos, deixando a Confepar como uma segunda opção de produção. A partir desse momento, os presidentes das cooperativas filiadas começaram a buscar uma integração industrial em torno da Confepar mediante a integração de cooperativas, objetivando torná-la competitiva. Entretanto, não se chegava a um consenso que viabilizasse a desejada integração, a qual só veio a ocorrer mais tarde, em função da exigência de integração das cooperativas de leite do Norte do Paraná em torno da Confepar, estabelecida pelo Recoop, através de um projeto denominado Nova Confepar. Os motivos que levaram os dirigentes das cooperativas filiadas a escolherem a Confepar para ser a empresa centralizadora foram: a) o fato de a Confepar ser uma empresa com uma boa tecnologia de produção, bem localizada e com credibilidade perante clientes, fornecedores e agentes financeiros; b) uma forma que os dirigentes das cooperativas filiadas encontraram para viabilizar as suas cooperativas singulares e, ao mesmo tempo, a própria Confepar, sem que fosse preciso vendê-la para os ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 8 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani concorrentes; c) por sugestão do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), através do Recoop, visando otimizar o negócio leite na região Norte do Paraná em torno de uma única plataforma industrial, priorizando, assim, a estrutura da Confepar em detrimento de suas próprias estruturas. Quanto aos motivos que justificam a importância de uma cooperativa para seus cooperados, as entrevistas apontaram o fato de as cooperativas exercerem o papel de reguladoras de preço no tocante à manutenção de um preço mínimo para o leite produzido na região, a elevação do preço pago pelos concorrentes na área de ação da cooperativa e o aumento do poder de barganha dos produtores quando têm opção de negociar os seus produtos. Na pesquisa ficou evidenciada que a existência de uma cooperativa é uma garantia que os produtores possuem, mas que muitos só valorizam a cooperativa quando a mesma deixa de existir e acabam ficando à mercê de atravessadores gananciosos e daqueles que buscam o lucro fácil. Para os dirigentes, as cooperativas precisam, mais do que nunca, agir como empresas. É preciso pensar primeiro na parte econômica, pois se de um lado existem os princípios cooperativos e os interesses dos produtores, existe do outro lado o mercado competitivo. Por esse motivo não se deve misturar negócios da cooperativa com negócios dos associados, ainda que a grande vantagem de uma cooperativa seja o sentimento de cooperação que envolve as pessoas em torno de uma idéia (o cooperativismo). A cooperativa precisa fazer a sua parte: resolver alguns problemas de ordem interna para ser mais ágil, mais flexível; buscar a eficiência; um bom gerenciamento dos negócios e, acima de tudo, buscar um diferencial em relação a outras empresas para que os cooperados consigam sentir que vale a pena estarem ligados a ela. As cooperativas que permanecerem e se solidificarem terão condições de competir de igual para igual com qualquer outro tipo de empresa. Durante a fase de negociação da aliança estratégia, as discussões iniciais ficaram centradas na estratégia de fusão e incorporaçãodas cooperativas como a opção mais indicada para as cooperativas de leite do Norte do Paraná. Porém, quando a questão foi colocada em votação, prevaleceu a decisão da maioria dos dirigentes presentes, os quais entenderam ser a centralização a melhor opção naquele momento, considerando que a estratégia de fusão e incorporação poderia trazer problemas provenientes das cooperativas, de um modo geral, para o grupo. Os dirigentes consideram que foi acertada a decisão de se formar uma aliança estratégica do tipo integração vertical (cooperativa central) ao invés de integração horizontal (fusões e incorporações). Acreditam ser o acordo de cooperação empresarial um importante instrumento gerencial, uma importante estratégia de crescimento e de competição que pode ser o caminho para levar as empresas cooperativas ao crescimento de forma rentável e sustentável, pois possibilita otimizar o uso de estruturas industriais, lançamentos de produtos, estruturas de comercialização, distribuição e de outras atividades afins. Ao se concentrarem em uma cooperativa central, as cooperativas singulares unem as suas forças e os meios para a obtenção de um rendimento mais elevado. Também ampliam a capacidade para ingressar em fases tecnológicas e gerenciais mais sofisticadas. As expectativas dos dirigentes quanto à participação da Cativa em uma cooperativa central eram: a) com relação ao aumento da eficácia operacional: buscar a redução de custos; compartilhar linhas de produção, comercialização e distribuição; trabalhar com escala de produção; modernizar e profissionalizar a gestão; desmobilizar estruturas ociosas e dividir a concentração de risco; b) com relação às vantagens competitivas: evitar a guerra de preços entre as próprias cooperativas; fazer marketing em comum; optar por marcas que vendem mais e que sejam de maior rentabilidade; tirar a Cativa da crise; adequar preços dos produtos nos pontos de vendas e evitar a entrada de novas empresas ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 9 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani no mercado; c) com relação à realização de investimentos em comum: buscar linhas de crédito para uso em comum (Recoop); utilizar em comum tecnologias existentes; maximizar o potencial financeiro do grupo; viabilizar investimentos em novas tecnologias; compartilhar experiências e acessar novos mercados (inclusive o internacional) ; d) com relação à obtenção da eficiência empresarial: fortalecer o movimento cooperativo e agilizar as decisões empresariais. Entre outros resultados já alcançados, os dirigentes da Confepar destacaram: a liberação dos recursos do Recoop; a diminuição de custos operacionais na Confepar, obtidos com o aumento da escala de produção; a redução de custos operacionais e administrativos nas cooperativas filiadas com a desativação das áreas industriais, comerciais e de distribuição; a recuperação do capital de giro próprio nas filiadas e a liqüidação de passivos, com os recursos oriundos das desmobilizações e de realizações de contas a receber e de estoques. Explicaram os dirigentes que, atualmente, as cooperativas singulares (as de leite, por exemplo) não têm mais necessidade de manter valores em estoques de produtos acabados, manutenção de indústrias, embalagens e materiais secundários, contas a receber de clientes e de distribuidores (oriundas de vendas de derivados de leite) e nem correm risco com inadimplências. Realçaram o fato de que, atualmente, tudo o que se relaciona com vendas de derivados de leite, recebimento de vendas, acerto com distribuidores e riscos com inadimplências é de competência da cooperativa central. Com a centralização acabou a competição entre as próprias cooperativas (fato que provocava queda nos preços dos produtos no mercado consumidor), foi possível fazer opção por marcas que vendem e remuneram melhor, houve redução do mix de produção (fato que melhorou a rentabilidade dos produtos) e foi possível compartilhar com as cooperativas filiadas os custos de novas tecnologias e de reforma do parque industrial. A centralização ofereceu mais agilidade às decisões empresariais. Os delegados representantes das filiadas podem ser reunidos mais facilmente em assembléia geral dos sócios. No caso da Cativa, os dirigentes informaram que houve redução de veículos, redução de número de funcionários e fechamento da indústria (com grande possibilidade de desmobilização). Foram desativados vários setores: comercial, de manutenção, de transporte e de distribuição. Houve a diminuição de setores administrativos e foram realizadas as vendas dos estoques, de bens de uso e consumo, de manutenção e de produtos acabados. Houve recebimento de parte das pendências em contas a receber de clientes e distribuidores e com esses valores foram liquidados os passivos bancários, tributários e trabalhistas. Constatou-se que no período de articulação da aliança estratégica houve muitas dificuldades, sendo as principais aquelas relacionadas com: a) diferenças de especialização das cooperativas envolvidas, ou seja, interesses diferentes das cooperativas de grãos e cooperativas de leite; b) aprovação da centralização pelo quadro de associados de algumas filiadas; c) remuneração ou não da cessão de uso das marcas das filiadas; d) concordância quanto à maneira de remunerar a matéria-prima entregue pelas cooperativas participantes, devido ao fato de que algumas, antes da centralização, não obtinham margens expressivas em seus produtos; e) definição da melhor opção de negócio, ou seja, escolha entre continuar desenvolvendo as atividades próprias ou formar a aliança estratégica em torno de uma cooperativa central; f) decisão de fechamento das indústrias próprias; g) incorporação de uma cooperativa central já em funcionamento na região; h) distribuidores que vieram transferidos das cooperativas participantes; i) temor de alguns associados com relação ao desaparecimento de sua cooperativa; j) resistência, por parte de alguns dirigentes, diante da possibilidade de perda de poder; k) temor de alguns dirigentes diante da diminuição da estrutura da sua cooperativa; l) temor por parte de alguns dirigentes diante da possibilidade de extinção de cargos e, conseqüentemente, perda de remuneração; m) resistência, por parte de alguns funcionários com cargos de chefia, diante da ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 10 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani possibilidade de extinção de seus cargos e, em conseqüência, perda de emprego, n) dificuldades relativas à avaliação das cooperativas participantes quanto à credibilidade junto aos agentes financeiros, pois os problemas com inadimplência junto aos mesmos comprometiam o crédito de todo o grupo. Também foi verificada a capacidade de investimento e a saúde financeira de cada uma das cooperativas envolvidas. Com relação à aprovação dos associados, foram feitas várias reuniões para explicar a necessidade e viabilidade da constituição de uma cooperativa central. Primeiramente, foram feitas reuniões com os dirigentes para buscar apoio à idéia e depois aconteceram as explicações em pré-assembléias, ocasião em que foi apresentado um estudo financeiro aos associados. Este demonstrava a capacidade de remunerar a matéria-prima, considerando a hipótese de centralização das cooperativas em torno de uma cooperativa central. Percebeu-se que durante as negociações para a formação da aliança estratégica já estava claro para os dirigentes o papel que caberia a cada uma das cooperativas participantes do processo. Já sabiam quais atividades ficariam com as cooperativas singularese quais ficariam com a cooperativa central. O papel da Cativa seria o de atuar junto ao seu quadro de associados como uma empresa de captação de matéria-prima, fomentando a produção e realizando a parte social, sempre de acordo com as estratégias da Confepar. Caberia à Confepar atuar como uma cooperativa central, independente, industrializando e comercializando o leite enviado pelas cooperativas participantes e adquirido o produto de empresas terceiras, em conformidade com as políticas de compra traçadas pelos seus dirigentes. Apesar de os dirigentes da Cativa acreditarem no sucesso da centralização, seus administradores mantiveram uma posição de recuo, ou seja, mantiveram a indústria em condições de uso para o caso de a centralização da Cativa na Confepar não ser satisfatória ou não vir a dar certo por qualquer motivo. ETAPA DE ESTRUTURAÇÃO Com relação à garantia do cumprimento do acordo firmado, em se tratando de empresas cooperativas (e, nesse caso, de uma integração vertical), existe um Estatuto Social que regulamenta os direitos e os deveres dos associados, sendo livre a entrada de interessados, a sua permanência e a saída de associados. Nada impede que, se for o caso, seja celebrado um contrato entre as partes, existindo entre as mesmas, porém, um acordo de confiança. Com relação à autonomia das cooperativas participantes da aliança estratégica, verificou-se que as mesmas mantêm independência entre si, ou seja: possuem administração própria; podem convocar as suas assembléias e possuem autonomia em seu contexto de negócio para desenvolver as suas próprias políticas com fornecedores, com relação à aquisição de matéria-prima (leite in natura) de associados e de terceiros e nas compras de bens de fornecimento para revenda e para operacionalizar a cooperativa (nas áreas de escritórios, manutenção de entrepostos, veículos etc.). Também possuem autonomia para desenvolver as suas próprias políticas com relação a clientes, no que se refere às vendas de insumos, máquinas, equipamentos etc. Enfim, as cooperativas singulares são livres para decidir o seu destino, até mesmo desligar-se da cooperativa central se lhes for conveniente. Cada uma das cooperativas participantes é responsável pela sua própria administração. A Confepar tem relações de negócios com as cooperativas participantes no que se refere à aquisição de matéria-prima. Cabe lembrar que no sistema cooperativo os associados devem manter ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 11 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani fidelidade com a sua cooperativa. Assim, na condição de associadas, as filiadas devem entregar 100% de sua produção de leite para a Confepar. Nos seus negócios, cada cooperativa filiada tem a sua própria política de trabalho. Com relação à possibilidade de alguma cooperativa maior dominar o processo, os dirigentes explicaram que no sistema cooperativista todos os participantes são importantes, pois o que importa é somar forças, uma vez que nas decisões todos têm direito a um só voto. É normal que as cooperativas maiores, por possuírem mais investimentos e mais negócios na cooperativa central, fiquem mais próximas e se mostrem mais interessadas na administração e nos resultados, pois elas têm muito que perder se algo der errado. Isso não significa que estejam dominando o processo, mas sim que estão cuidando dos seus interesses mais de perto. ETAPA DE IMPLEMENTAÇÃO Por ocasião da formação da aliança estratégica foi elaborado formalmente um plano visando orientar os dirigentes quanto às ações a serem implementadas. Nesse plano de transição estava previsto, passo a passo, “o quê”, “como”, “quem” e “quando” fazer, com relação às ações a serem desenvolvidas. Durante a etapa de implementação da aliança estratégica a Cativa participou da transferência de suas atividades para a Confepar, enviando os seus técnicos e colaborando na solução de problemas à medida que os mesmos iam surgindo. Na etapa de implementação houve necessidade de a Confepar adquirir máquinas e equipamentos para fazer frente à nova demanda de produção, principalmente visando suportar o fluxo de entrada de matéria-prima, o processamento e a saída de produtos acabados, aumentar o quadro efetivo de pessoal, adquirir veículos, realizar investimentos em tratamento de efluente, aumentar a produção de produtos, fazer investimentos na área de processamento de dados e adequar a estrutura administrativa à venda e distribuição. Também aumentou a necessidade de capital de giro para bancar o ciclo financeiro dos negócios e foi necessário recorrer a bancos para obtenção de empréstimos de curto prazo (descontos de cheques, duplicatas e outros). Essa situação foi amenizada após a liberação dos recursos do Recoop. Constatou-se que antes da centralização cada cooperativa participante utilizava marcas próprias para vender os seus produtos e, após a centralização, a Confepar optou pelo uso de sua marca própria, a Polly, escolhendo dentre as marcas das cooperativas singulares duas de maior projeção no mercado: as marcas Cativa e Maringá. Informaram os dirigentes que a utilização dessas marcas está pactuada em contratos de direito de uso e que está em negociação a aquisição em definitivo das mesmas. No período de transição a Confepar manteve a fabricação dos produtos que as cooperativas singulares de leite produziam antes da centralização. Isso foi possível mediante o arrendamento das estruturas industriais de algumas cooperativas filiadas. Posteriormente, por razões estratégicas, passou a fabricar um mix de produtos menor na sua própria estrutura industrial. Isso favoreceu a desativação total das estruturas industriais nas cooperativas filiadas e viabilizou a indústria da Confepar, a qual passou a trabalhar com a plataforma “cheia”. Obteve, assim, escala de produção e, conseqüentemente, baixou o custo de produção. Com relação às dificuldades que a Cativa vem encontrando em trabalhar com as atividades centralizadas na Confepar, segundo os dirigentes da Cativa, podem ser destacadas aquelas relacionadas à administração e à política de preço de matéria-prima no campo, pois a Cativa depende da política de preço da Confepar, que por sua vez tem uma região de atuação muito grande, sendo que o preço da ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 12 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani matéria-prima varia de uma região para outra e, muitas vezes, o preço repassado pela Confepar para a Cativa não é suficiente para fazer frente aos pequenos lacticínios existentes na região. Constatou-se que as cooperativas participantes acompanham o desempenho da aliança estratégica de várias formas. A Confepar envia para as filiadas, mensalmente, o balancete contábil e cada cooperativa participante tem um representante no Conselho de Administração. Esse Conselho reúne-se mensalmente para tratar dos negócios e acompanhar os resultados da empresa. Também, a maioria das cooperativas participantes possui representantes no Conselho Fiscal, que por sua vez fiscaliza e acompanha o desempenho da cooperativa central, sendo realizadas duas reuniões mensais. Verificou-se, ainda, que os dirigentes da Confepar consideram muito importante trazer os associados das cooperativas singulares para junto da cooperativa central, visando integrá-los e conscientizá-los de que a cooperativa central é um prolongamento de seu negócio e do seu trabalho. Em termos de resultados obtidos até o momento, para 75% dos dirigentes da Cativa entrevistados a perspectiva é que se obtenha resultadosa longo prazo; 8% se manifestaram totalmente satisfeitos com os resultados atuais e 6% disseram que não estão satisfeitos e não acreditam no processo Quanto aos dirigentes da Confepar, demonstraram estar satisfeitos com o andamento do processo e acreditam que futuramente os resultados serão ainda melhores. Quanto a projetos futuros, 56% dos dirigentes da Cativa acreditam que a tendência é que no futuro ocorra uma fusão entre as cooperativas filiadas e a central, surgindo uma cooperativa singular na região; para 22% a tendência é manter a Confepar como uma central, fomentando a diversificação de produtos na base rural, processando e comercializando. Em termos de benefícios para os associados, os dirigentes da Cativa e da Confepar, acreditam que a integração estabelecida entre as cooperativas permitirá, no futuro, remunerar a matéria-prima oriunda de sua base rural acima dos valores praticados na região e será possível proporcionar novas oportunidades de negócios aos sócios e oferecer preços melhores para os insumos repassados. Com relação à satisfação dos associados da Cativa, constatou-se que 78% dos entrevistados se consideram parcialmente satisfeitos com o processo de integração; 6% estão totalmente satisfeitos; 4% estão preocupados e 2% indiferentes. CONCLUSÃO Em ambiente de competição, a tendência é que vença a empresa mais capitalizada, mais organizada, mais preparada tecnologicamente, mais flexível e mais eficiente em todos os aspectos. Para sobreviver no ambiente atual e futuro, as empresas precisam cada vez mais ser ágeis e eficientes, adotar estruturas de organização interna que possibilitem identificar oportunidades e ameaças com rapidez, além de adaptar-se a essas novas situações. Dessa forma, a globalização da economia, as imposições do rápido avanço tecnológico, a redução do ciclo dos produtos e a necessidade de grandes capitais, de equipamentos modernos, de profissionalização da gestão, de planejamento da produção, de redução de custos para enfrentar a competição da economia em mercados integrados e globalizados, dentre outros fatores, constituem fortes motivos para que as cooperativas considerem a aliança estratégica como uma das alternativas possíveis para sobreviver em ambiente competitivo ou intensificar o poder de competição. ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 13 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani No caso da Cativa, os seus dirigentes optaram pela aliança estratégica em torno de uma cooperativa central não com a finalidade premeditada de levar a cooperativa ao crescimento, à obtenção de redução de custos, de alcançar a competitividade e de alavancar resultados, mas sim por razões puramente financeiras, uma vez que, diante das dificuldades pelas quais passava e analisando as diversas possibilidades para solucioná-las, seus dirigentes encontraram na estratégia de integração vertical uma alternativa de sobrevivência. Quanto à Confepar, a mesma enfrentava dificuldades ocasionadas pela escassez de matéria-prima, o que comprometia a viabilização de sua estrutura apenas com as sobras de leite das filiadas. Isso estava ocorrendo por dois motivos: em função do aumento da capacidade de industrialização individual das cooperativas a ela filiadas, que preferiam optar pela produção própria em vez de enviar o leite para a Confepar e em função do aumento da concorrência com empresas não-cooperativas (inclusive de outros estados), que retiravam parte do leite da região, levando-a para outros estados. Esses fatores fizeram com que os dirigentes da Confepar (que também eram dirigentes das filiadas) vislumbrassem na aliança estratégica uma alternativa para viabilizar tanto a Confepar como também as cooperativas de leite a ela filiadas, principalmente diante da possibilidade da liberação dos recursos do Recoop, o que viabilizaria a cooperativa central e, por extensão, as cooperativas filiadas, dentre as quais a Cativa. Alguns dos resultados alcançados até o momento com a aliança estratégica, pelas cooperativas analisadas, são os seguintes: redução de custos operacionais na Confepar, obtida principalmente com o aumento da escala de produção; redução de custos operacionais, administrativos e financeiros na Cativa, devido a desativação das atividades industriais, comerciais e de distribuição, diante da centralização dessas atividades na Confepar; o retorno do capital de giro para a Cativa através das desmobilizações e da realização de contas a receber e de estoques, o que permitiu à Cativa liquidar seus passivos, principalmente bancários, e proceder a devolução de capitais para associados demitidos e, ainda, houve sobra de fluxo de caixa para manter o giro dos seus negócios atuais. A Cativa deixou, também, de correr riscos com inadimplências e não precisa mais manter valores em estoque de produtos acabados, o que passou a ser competência da cooperativa central. A formação da aliança estratégica também proporcionou vantagens competitivas, mais agilidade nas decisões empresariais, compartilhamento dos custos com tecnologias e a possibilidade de a Confepar acessar novos mercados, inclusive o internacional, para a venda de seus produtos. Mas, a aliança estratégica também trouxe algumas desvantagens. No caso da Cativa (assim como das outras filiadas), apesar de manter sua independência administrativa e financeira, acabou por ficar dependente da Confepar quanto à definição de um preço a ser pago ao produtor, pois a cooperativa central é quem primeiro estabelece o preço da matéria-prima para as filiadas. Outro aspecto a ser considerado diz respeito aos cooperados, que ficaram mais distantes da cooperativa central. A lição que fica é que uma aliança estratégica pode ser entendida não somente como uma oportunidade para intensificar os negócios, mas também como opção de sobrevivência. Porém, deve ser construída cuidadosamente, pois o seu sucesso depende, em muito, do elevado grau de coerência e compatibilidade dos objetivos das empresas participantes com o objetivo maior do grupo. As empresas participantes devem demonstrar razoável bom-senso na fase de discussão sobre assuntos financeiros e os benefícios quantificados devem ser verificados logo de início. É importante que haja clareza e convencimento da necessidade da aliança e dos benefícios que ela pode trazer. Por isso, a decisão de se estabelecer uma aliança não deve ser tomada rapidamente. É preciso também considerar outras possibilidades e se a opção for mesmo pela aliança, o critério básico para a tomada de decisão é o método de avaliação comparativa dos custos e benefícios que a aliança pode trazer. ©RAE- eletrônica - vol. 2 · nº 1 · jan-jun/2003 www.rae.com.br/eletronica 14 GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA – FORMAÇÃO, ESTRUTURAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE ALIANÇA ESTRATÉGICA ENTRE EMPRESAS COOPERATIVAS Jair Galerani Notas de fim 1 Formação, estruturação e implementação de aliança estratégica entre empresas cooperativas de produção de leite: um estudo de caso / Jair Galerani – Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2002. 2 Em 1843, 28 tecelões formaram uma sociedade e criaram um armazém cooperativo que recebeu o nome de “Rochdale Society of Equitable Pioners”. Seus estatutos continham os princípios, as normas e a estrutura organizacional, que mais tarde, a partir de 1921, seriam recomendados pela ACI como critérios para as cooperativas a ela se filiarem e cujos princípios, inicialmente, eram: livre adesão e demissão dos sócios; direito de um voto por associado (um homem - um voto); juros limitados ao capital; distribuição das sobras (ou perdas) proporcional à operação; fundo de reserva paraaumento do capital e fundo de reserva para desenvolvimento da educação. 3 Best, M. The new competition: institutions of industrial restructuring. Cambridge: Harvard University Pres. Artigo recebido em 05/09/2002. Aprovado em 19/02/2003. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Lei n. 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Define a política nacional de cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas e dá outras providências. Brasília: INCRA, 1982. CASSERES, Benjamin Gomes. A próxima geração das alianças: estratégia em primeiro lugar. 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