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Direito Internacional Nacionalidade, Cidadania e Condição do Estrangeiro NACIONALIDADE E CIDADANIA • 1. Generalidades: • A questão da nacionalidade está relacionada com a própria formação dos Estados Nacionais, pois o elemento humano, portanto os nacionais, é um dos elementos constitutivos do Estado. • São elementos constitutivos do Estado: • Soberania (poder de não-sujeição interna e externa do Estado) • Governo (ordenamento jurídico e máquina do Estado) • Território (âmbito espacial do Estado) • Finalidade (ideologias buscadas pelo Estado • Povo (elemento humano do Estado) NACIONALIDADE E CIDADANIA • 1. Generalidades: • Hoje o elemento humano do Estado, o povo, se identifica pela interseção por critérios jurídicos (nascimento) e políticos (exercício de sufrágio). • O critério sociológico, embora importante no contexto internacional atual, não pode ser utilizado para identificação de um povo, mas serve para a identificação de uma nação. • Nação: (da origem de natio (latim – nascido) é o conjunto de seres humanos interligados por laços socais, religiosos, culturais e linguísticos. NACIONALIDADE • 2. Conceito de nacionalidade: • Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que une determinado Estado e os indivíduos que o compõem, fazendo destes últimos um dos elementos componentes do Estado. • Ou seja, a partir da identificação da nacionalidade se identifica o elemento humano de um Estado Nacional. • Os critérios jurídicos e políticos são utilizados no contexto atual para a identificação do elemento humano, povo, por uma questão de organização do Estado atual. NACIONALIDADE • 3. Princípio da atribuição estatal: • Este princípio determina que é cada Estado que determina as suas regras constitucionais para identificar quem são os seus nacionais, ou seja, para atribuir a um determinado sujeito o atributo de nacional de determinado Estado NACIONALIDADE • 4. Nacionalidade como direito fundamental da pessoa humana: • Portanto podemos dizer que nacionalidade compõe o grupo dos direitos fundamentais dos cidadãos, bem como o grupo dos direitos humanos, em especial no contexto após o final da 2ª Guerra Mundial: • Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 • Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969. NACIONALIDADE • 5. Diferenças entre Nacionalidade e Cidadania: • Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que une determinado Estado e os indivíduos que o compõem, fazendo destes últimos um dos elementos componentes do Estado. • Cidadania: hoje não mais se restringe apenas ao direito de sufrágio, pois possui um conceito indeterminado em razão do seu conteúdo ampliado no contexto contemporâneo frente à positivação dos direitos humanos em âmbito internacional. Hoje a ideia de cidadania se relaciona a condição de exercício dos direitos constitucionalmente assegurados em um Estado e, por consequência, é uma consciência de participação na vida em sociedade, de modo a participar, interagir com as instituições sociais e estatais em um Estado, ou seja, tornou-se uma forma de concretização da soberania popular. NACIONALIDADE • 5. Diferenças entre Nacionalidade e Cidadania: • De um modo muito simples, o nacional é do Estado e o cidadão é do mundo. • Hoje existe um fenômeno chamado de mundialização das cidadanias que se verifica frente ao desenvolvimento das relações internacionais e até comunitárias. NACIONALIDADE • 6. Tipos de nacionalidade: • • Originária (pelo nascimento - nato) • Ius solis (aquisição do direito da nacionalidade em razão do nascimento pelo solo). Este critério se justifica em razão de fluxos imigratórios – entrada). • Ius sanguinis (aquisição do direito da nacionalidade em razão do nascimento pelo sangue). Este critério se justifica em razão de fluxos emigratórios – saída). • Secundária (aquisição do direito da nacionalidade pela vontade - naturalizado) • Quase nacionalidade (elo de reciprocidade) NACIONALIDADE • 6.Tipos de nacionalidade: regras constitucionais • Originária - aquisição pelo nascimento – brasileiro nato • Regra ius solis – Art. 12, I, a, CF/88 • Regra ius sanguinis e critério funcional – Art. 12, I, b, CF/88 • Regra da nacionalidade potestativa - Art. 12, I, c, CF/88 • Secundária – aquisição pela vontade – naturalizado • Ordinária (estrangeiros originários países de língua portuguesa) – Art. 12, II, a, CF/88 • Extraordinária (quinzenária demais estrangeiros) – Art. 12, II, b, CF/88 • Quase nacionalidade (elo de reciprocidade) • Portugueses equiparados brasileiros – Art. § 1º, CF/88 NACIONALIDADE • 6. Tipos de nacionalidade: regras constitucionais • Originária - aquisição pelo nascimento – brasileiro nato - Art. 12. São brasileiros: I - natos: • Regra ius solis: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; • Regra ius sanguinis e critério funcional: b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; • Regra da nacionalidade potestativa: c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; NACIONALIDADE • 6. Tipos de nacionalidade: regras constitucionais • Secundária: – aquisição pela vontade – naturalizado: Art. 12. São brasileiros: II - naturalizados: • Ordinária: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; • Extraordinária: b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. NACIONALIDADE • 6. Tipos de nacionalidade: regras constitucionais • Quase nacionalidade: - elo de reciprocidade - Portugueses equiparados brasileiros: § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. • Convenção Sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses de 1971 – Decreto Executivo nº. 70.391/72 NACIONALIDADE • 7. Igualdade entre brasileiros natos e naturalizados: regras constitucionais • Regra: • Art. 12. • (...) • § 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. NACIONALIDADE • 7. Igualdade entre brasileiros natos e naturalizados: regras constitucionais Exceções: Art. 12. (...) § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa NACIONALIDADE • 8. Perda da nacionalidade: regras constitucionais Art. 12. (...) § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II - adquirir outra nacionalidade, salvonos casos: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. CONDIÇÃO DO ESTRANGEIRO • 9. Generalidades sobre o estrangeiro: • Assume a condição de estrangeiro a pessoa que ultrapassa a jurisdição do Estado a que pertence e passa para jurisdição de outro Estado. • Razões do fenômeno migratório: • Econômicas; • Políticas; • Religiosas; • Pós-guerras; • Modernidade. CONDIÇÃO DO ESTRANGEIRO 9. Generalidades sobre o estrangeiro: Brasil: Estatuto do Estrangeiro – Lei nº. 6.815/80 – estabelece a condição do estrangeiro no território brasileiro, mas em 25.05.2017 publicada a lei 13.455/17 que entrará em vigor após 180 dias e que revogará o Estatuto do Estrangeiro 10. Conceito de estrangeiro: é quem nasceu fora do território do Estado onde se encontra e não adquiriu a nacionalidade do Estado onde se encontra 11. Os Estados são obrigados a aceitarem os estrangeiros em seus territórios? Teoricamente: não, por razão do seu atributo da soberania, portanto aceitar ou não é ato discricionário dos Estados Questão prática: os Estados não se utilizam desta prerrogativa por razão do mundo globalizado CONDIÇÃO DO ESTRANGEIRO • 12. Saída forçada do estrangeiro: Deportação: saída compulsória do estrangeiro que ingressou em, nosso Estado e sua permanência tornou-se irregular. Não há processo judicial. Expulsão: saída compulsória pro ofensa, por violação de regras de conduta, por violação às leis locais, por atos contrários à segurança do país. Finalidade da expulsão é manutenção da ordem pública e social, economia popular. Não há processo judicial. Extradição: ato pelo qual um Estado entrega à justiça repressiva de outro Estado, a pedido deste, indivíduo neste último processado ou condenado criminalmente e lá “refugiado” para que possa ser julgado ou cumprir pena que já lhe foi imposta. Fase administrativa (PR e MRE), judicial (STF) e administrativa (PR e MRE). CONDIÇÃO DO ESTRANGEIRO • 12. Saída forçada do estrangeiro: • Questões sobre extradição: • STF não analisa mérito, apenas questões sobre a legalidade; • Em tese deve haver tratado de cooperação internacional entre os países, mas se não houver poderá haver compromisso de reciprocidade. CONDIÇÃO DO ESTRANGEIRO • 12. Saída forçada do estrangeiro: Extradição: questões constitucionais sobre extradição Art. 5º. (...) LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
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