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Dos Crimes Contra a Fé Pública 01

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DIREITO PENAL III
Aula 14- Crimes contra a Fé Pública. 
Da Falsidade Documental. Da Falsidade Ideológica
 Art.297, 298 e 299, do Código Penal.
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
DIREITO PENAL III
OBJETIVOS
Ao final da aula o aluno será capaz de: 
● Diferenciar falsidade material e falsidade ideológica;
● Identificar a incidência de conflito aparente de normas ou concurso de crimes entre os delitos de falsidade documental e estelionato.
● Compreender os conceitos de documento público, documento público por equiparação e documento particular;
● Identificar a modalidade de falsificação (material ou ideológica) nos casos de preenchimento abusivo de papel em branco, assinado por outrem;
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
DIREITO PENAL III
Estrutura de Conteúdo.
Da Falsidade Documental. Falsificação de documento público. Análise da figura típica. Questões relevantes: Distinção entre falsidade material e ideológica; Documentos públicos por equiparação; Concurso de crimes; Conflito aparente de normas entre falsificação e uso de documento falso. Falsificação de documento particular: Análise da figura típica. Questões relevantes: Distinção entre falsidade material e ideológica; Falsidade ideológica: Análise da figura típica. Questões relevantes: Concurso de crimes ou conflito aparente de normas com os delitos de estelionato, bigamia, o registro de nascimento inexistente e o parto suposto. Conflito aparente de normas entre falsificação e uso de documento falso. Preenchimento abusivo de documento em branco assinado por outrem.
 
 
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
DIREITO PENAL III
 
 
 
 
 1. Falsificação de documento público.
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Análise da figura típica. 
► Bem jurídico tutelado: diretamente a fé pública e, indiretamente, terceiro prejudicado com a falsificação.
► Consuma-se no momento em que o documento é criado (falsidade total) ou modificado (falsidade parcial) e seja apto a enganar terceiros, sendo, irrelevante seu uso, haja vista tratar-se de crime formal.
► Objeto material do delito é o documento público compreendido como aquele que emana do poder público. Doutrina classifica o documento público em duas categorias:
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
DIREITO PENAL III
 
 
 
 a) formal e substancialmente público: emana do funcionário público no exercício de suas funções e seu conteúdo relaciona-se ao interesse público; (CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal. Parte Especial. 2.ed. RT, 2009,pp 347).
 b) formalmente público e substancialmente privado: emana do funcionário público no exercício de suas funções e seu conteúdo relaciona-se ao interesse privado.
► Figura majorada: 
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
► Figuras equiparadas: 
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
DIREITO PENAL III
 
 
 
 
 
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: 
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
 II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado;
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços 
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
DIREITO PENAL III
 
 
 
 
 
Caso concreto
Considera- se documento público para fins penais:
a) O recibo de venda de um bem móvel firmado por pessoa física;
b) O carnê de prestações pela compra de equipamentos eletrônicos em loja de departamentos;
c) Qualquer tipo de procuração;
d) O testamento particular;
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
DIREITO PENAL III
 
 
 
 
 
1.2. Questões relevantes: 
►Distinção entre falsidade material e ideológica.
 A falsidade material altera a forma do documento, construindo um novo ou alterando o que era verdadeiro. Por outro lado, a falsidade ideológica, provoca uma alteração de conteúdo, total ou parcial. Nesta última, nota-se perfeitamente que o documento não foi emitido pela autoridade competente ou pelo verdadeiro subscritor.
 Ainda, na falsidade material há dois tipos penais distintos: falsidade de documento público e falsidade de documento particular.
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
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► Falsificação de documento público e estelionato – concurso de crimes ou conflito aparente de normas.
1ª corrente: por tutelarem bens jurídicos distintos, configura-se o concurso material de crimes, caso haja pluralidade de condutas ou resultados (JESUS, Damásio E. de. Direito Penal: Parte especial: Dos crimes contra a fé pública a dos crimes contra a administração pública. V.4. 13.ed. ver. E atual. São Paulo: Saraiva, 2003,p. 54 ); entretanto, caso o falso se esgote no estelionato, sem maior potencialidade lesiva, será por este absorvido (Verbete de Súmula, 17, do Superior Tribunal de Justiça).Neste sentido, Rogério Greco (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial. volume IV. 2.ed. pp.276)
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
DIREITO PENAL III
 
 
 
2ª corrente: por tutelarem bens jurídicos distintos, configura-se o concurso formal de crimes, pois há unidade de conduta e pluralidade de resultados – Supremo Tribunal Federal ( Informativo n 517, do STF)
3ª corrente: trata-se de conflito aparente de normas a ser solucionado pelo princípio da consunção, sendo o delito de estelionato absorvido pela falsidade de documento público, delito mais grave. 
Acerca do tema, vide decisão proferida pela Sexta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, in verbis: APELAÇÃO. CRIMES DE ESTELIONATO, FALSIDADE IDEOLÓGICA E FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DA DEFESA. ABSOLVIÇÃO. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. 
 
 
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
DIREITO PENAL III
 
 
 
 
 
 
POSSIBILIDADE. CRIMES-MEIO ABSORVIDOS PELO ESTELIONATO. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 17 DO STJ. A ré foi denunciada pela prática dos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica e estelionato em concurso material (artigos 171, caput, 297 e 299 n/f do art. 69, todos do Código Penal), tendo sido condenada por todos os crimes. Prova oral robusta e segura no sentido de que a acusada, em concurso de agentes, praticou as condutas descritas na peça exordial. Depoimento da vítima Barbara corroborado pela testemunha Luiz Henrique, gerente do banco onde a acusada abriu conta corrente valendo-se dos documentos adulterados. Negativa de autoria dissociada dos elementos de prova constante nos autos. 
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14DIREITO PENAL III
 
 
 
 
 
 
Todavia, equivocou-se o magistrado ao condenar a acusada pela prática dos crimes de falso, uma vez que tais condutas restaram absorvidas pelo crime de estelionato. Aplicação do princípio da consunção. A consunção ocorre quando a conduta mais ampla engloba, isto é, absorve outras condutas menos amplas e, geralmente, menos graves, as quais funcionam como meio necessário ou normal, fase de preparação ou de execução de outro crime, ou nos casos de antefato e pós-fato impuníveis. In casu, considerando que os falsos materiais e ideais descritos na denúncia foram efetivados apenas para a prática do crime de estelionato, impõe-se a absolvição da ré em relação aos crimes previstos no art. 297 e 299, do CP. Provimento parcial do recurso. (0088535-53.2007.8.19.0001- Apelação. Des. Renata Cotta - julgamento: 15/05/2012 - Sexta Câmara Criminal). 
 
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Caso concreto
Pedro, desempregado, em comunhão de desígnios com Paulo, seu velho amigo, falsificou uma escritura de um terreno pertencente a um desconhecido e convenceu sua mulher, Janaína, a comprar o imóvel dizendo que pertencia a Paulo. Janaína, confiando em seu cônjuge, saca todas as suas economias da caderneta de poupança e entrega o dinheiro a seu marido que, após dividi-lo com Paulo, desaparece da cidade. Ao saber do ocorrido, Janaína registra o fato na delegacia de polícia e, após conclusão do inquérito policial, Pedro e Paulo são denunciados pelos delitos de falsificação de documento público e estelionato em concurso material (art. 171 c/c 297, n/f art. 69, todos do CP). Diante do ocorrido, com base nos estudos realizados, o que pode ser alegado em defesa de Pedro e Paulo?
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
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► Falsificação e uso de documento público falso pelo falsário.
Neste caso, o delito previsto no art.304, do Código Penal será absorvido pelo art.297, do Código Penal, haja vista configurar mero exaurimento (pós fato impunível).
Uso de documento falso. Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
► Falsidade grosseira e estelionato.
“ A adulteração reconhecida como grosseira não configura, por si, o falsum (ou o crime de uso de falsum), podendo, isto sim, ser meio ou instrumento para a prática de outro crime” (STJ, HC 24.853-BA, 5ª Turma, relator Felix Fischer, 16/12/2003).
Tema da Apresentação
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Tema da Apresentação
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 Entretanto, cabe salientar que há algumas exceções à competência da Justiça Federal:
Súmula 62, STJ - Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada.
2. Súmula 107, STJ Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente lesão à autarquia federal.
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► A substituição de fotografia em documento de identidade.
1ª corrente: configura delito de falsidade de documento público (art.297, CP) pois a foto é parte integrante deste;
2ª corrente: configura o delito de falsa identidade (art.307, CP), considerando permanecer o documento autêntico. 
Sobre o tema, vide decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região:
PENAL. SUBSTITUIÇÃO DE FOTOGRAFIA. CONFIGURAÇÃO DO CRIME DE FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO. FALSA IDENTIDADE. DELITO SUBSIDIÁRIO. CRIME IMPOSSÍVEL. INOCORRÊNCIA. POTENCIALIDADE DE DANO. SIMPLES PORTE DO DOCUMENTO. DELITO CONSUMADO.
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  A substituição de fotografia em documento autêntico configura o delito de falsificação de documento público, uma vez que o crime de falsa identidade é subsidiário, somente ocorrendo se "o fato não constitui elemento de crime mais grave" (art. 307, in fine).Para a caracterização da falsidade material (art. 297 do CP) basta que o documento alterado tenha potencialidade de enganar "o homem médio", não se exigindo, no caso, prejuízo efetivo.(TRF4, ACR 1577, Oitava Turma, Rel. Des. Paulo Afonso Brum Vaz, julgado em: 02/06/2010)
 
 
 
 
 
 
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2. Falsificação de documento particular: 
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Análise da figura típica.
► Bem jurídico tutelado: diretamente a fé pública e, indiretamente, terceiro prejudicado com a falsificação.
► Consuma-se no momento em que o documento é criado (falsidade total) ou modificado (falsidade parcial) e seja apto a enganar terceiros.
► Objeto material do delito é o documento particular compreendido como aquele confeccionado por particular sem a intervenção de agente público.
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2.1.Análise da figura típica.
► Bem jurídico tutelado: diretamente a fé pública e, indiretamente, terceiro prejudicado com a falsificação.
► Consuma-se no momento em que o documento é criado (falsidade total) ou modificado (falsidade parcial) e seja apto a enganar terceiros.
► Objeto material do delito é o documento particular compreendido como aquele confeccionado por particular sem a intervenção de agente público. 
2.2.Questões relevantes: 
 ► Distinção entre documento público e particular: o primeiro emana de agente público e o interesse tutelado, preponderantemente, atinge a esfera pública; este, por sua vez, é elaborado por particular, sem a interferência de agente público
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3. Falsidade ideológica: 
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. 
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
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3.1. Análise da figura típica. 
► Bem jurídico tutelado: diretamente a fé pública e, indiretamente, terceiro prejudicado com a falsificação.
► Consuma-se no momento em que o documento ideologicamente falso apresenta potencialidade lesiva para enganar terceiros.
3.2. Questões relevantes: 
 ► Concurso de crimes ou conflito aparente de normas com os delitos de bigamia, o registro de nascimento inexistente e o parto suposto. 
  Nestes casos, configura-se conflito aparente de normas a ser solucionado pelo princípio da consunção, sendo o delito de falso absorvido pelosdelitos contra a família, sendo considerado, portanto, crime meio para a prática destes.
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
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►Conflito aparente de normas entre falsificação e uso de documento falso. 
STJ, INFORMATIVO 455. SONEGAÇÃO FISCAL. ABSORÇÃO. FALSIDADE IDEOLÓGICA. USO. DOCUMENTO FALSO.
Trata-se de recurso especial interposto pelo MP que busca a reforma do acórdão recorrido para que se determine o prosseguimento da apuração dos delitos previstos nos arts. 299 (falsidade ideológica) e 304 (uso de documento falso), ambos do CP. Noticiam os autos que o recorrido fez deduções em sua declaração de imposto de renda de despesas médico-odontológicas e, quando exigidos os comprovantes do efetivo pagamento das referidas despesas, o recorrido utilizou recibos falsos para tentar dar aparência de veracidade às 
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informações prestadas ao Fisco, praticando, assim, o delito de falsidade ideológica. In casu, foi instaurado inquérito policial contra o recorrido a fim de apurar a eventual prática do crime do art. 1º, I, da Lei n. 8.137/1990 (crime contra a ordem tributária). No entanto, impetrado habeas corpus em seu favor, a ordem foi concedida para determinar o trancamento do inquérito policial, visto que houve o pagamento integral do débito tributário. Daí o REsp do MP, discutindo se o crime de sonegação fiscal absorve a eventual prática dos crimes de falsidade ideológica e de uso de documento falso. Para a Min. Relatora, não há como admitir que a extinção da punibilidade com relação ao crime de sonegação fiscal em razão da quitação integral dos débitos tributários atinja os demais
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visto que houve o pagamento integral do débito tributário. Daí o REsp do MP, discutindo se o crime de sonegação fiscal absorve a eventual prática dos crimes de falsidade ideológica e de uso de documento falso. Para a Min. Relatora, não há como admitir que a extinção da punibilidade com relação ao crime de sonegação fiscal em razão da quitação integral dos débitos tributários atinja os demais crimes pelos quais estava sendo investigado o recorrido, visto que não há o nexo de dependência entre as condutas delituosas. Pois, conforme consta do próprio acórdão recorrido, a falsidade ideológica e o uso de documento falso foram praticados após a consumação do crime contra a ordem tributária, no intuito de ocultar o crime praticado, o que, em se tratando de condutas diversas, evidencia a autonomia entre os delitos. 
 
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DIREITO PENAL III
 
Diante do exposto, a Turma, por maioria, deu provimento ao recurso para cassar a decisão recorrida, determinando o prosseguimento do inquérito policial. Precedentes citados: HC 98.993-MG, DJe 31/8/2009; HC 76.503-MG, DJe 8/2/2010, e HC 103.647-MG, DJe 4/8/2008. REsp 996.711-PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 9/11/2010.
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DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
DIREITO PENAL III
 
► Falsa declaração de pobreza.
STJ, INFORMATIVO 490. 
A Turma reiterou o entendimento de que a apresentação de declaração de pobreza com informações falsas para obtenção da assistência judiciária gratuita não caracteriza os crimes de falsidade ideológica ou uso de documento falso. Isso porque tal declaração é passível de comprovação posterior, de ofício ou a requerimento, já que a presunção de sua veracidade é relativa. Além disso, constatada a falsidade das declarações constantes no documento, pode o juiz da causa fixar multa de até dez vezes o valor das custas judiciais como punição (Lei n. 1.060/1950, art. 4º, § 1º). Com esses fundamentos, o colegiado trancou a ação penal pela prática de falsidade ideológica e uso de documento falso movida contra acusado. HC 217.657-SP, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ-RS), julgado em 2/2/2012)
Tema da Apresentação
DELITOS CONTRA A FÉ PÚBLICA.– AULA 14
DIREITO PENAL III
 
 
 
 1. O agente recebe licitamente o papel
 assinado em branco para posterior
 preenchimento e o preenche indevidamente 
Possibilidades - falsidade ideológica;
 2. O agente subtrai o papel assinado em
 branco e o preenche – falsidade material 
 - documental
► Preenchimento abusivo de documento em branco assinado por outrem.
Tema da Apresentação

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