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ED
IT
O
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IA
L
229
DOI: 10.1590/1809-2950/00000024012017
1
A síndrome congênita do vírus Zika: importância da 
abordagem multiprofissional
No ano de 2015, iniciou-se no Brasil o surto 
de infecção pelo vírus Zika (ZIKV), transmitido 
pelo mosquito Aedes aegypti. Os graves danos 
neurológicos nos recém-nascidos fizeram que a 
síndrome congênita do ZIKV ganhasse repercussão 
mundial, sendo declarada “questão internacional 
de emergência” pela Organização Mundial de 
Saúde. Entre as principais consequências da 
infecção pelo ZIKV estão as anormalidades fetais 
detectadas por meio do ultrassom em 30% das 
gestantes comprovadamente positivas para o ZIKV. 
Alterações fetais, como diminuição do crescimento 
intrauterino, volume do líquido amniótico 
anormal, fluxo cerebral ou umbilical anormal, 
calcificações ventriculares e outras alterações do 
sistema nervoso central, além da morte fetal, foram 
encontradas. Parte dos achados ultrassonográficos 
durante a gestação foram confirmados nos recém-
nascidos avaliados até o momento. Nos casos 
mais graves, as alterações neurológicas podem 
resultar na microcefalia, que é acompanhada de 
grande comprometimento funcional e atraso no 
desenvolvimento neuropsicomotor.
Esses sinais e sintomas foram elegantemente 
reportados no New England Journal of Medicine1 
a partir do estudo de coorte conduzido pelo 
Laboratório de Doenças Febris Agudas da Fundação 
Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Desde o início de 
2016, o Laboratório de Avaliação Neurofuncional 
do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina 
da Universidade de São Paulo tem colaborado 
na avaliação de riscos para danos neurológicos e 
caracterização do desenvolvimento neuropsicomotor 
dos recém-nascidos e lactentes dessa coorte. Nossos 
resultados até o momento demonstram que cerca 
de 40% desses recém-nascidos e das lactentes 
apresentam riscos para disfunções neurológicas, e a 
grande maioria não possui microcefalia.
Diante disso, nosso alerta é para a necessidade 
de acompanhamento pela equipe multiprofissional 
de todos os filhos das gestantes infectadas com o 
ZIKV, mesmo na ausência da microcefalia. Cabe 
ressaltar, também, que somente 20% das pessoas 
infectadas pelo ZIKV apresentam sintomas. 
Ou seja, existe uma população de lactentes quatro 
vezes maior do que a vista até então com risco 
potencial para alterações no desenvolvimento 
neuropsicomotor. A fisioterapia tem seu papel 
fundamental na avaliação e na escolha das condutas 
adequadas para estimular o desenvolvimento motor 
desses bebês.
Devem ser implementadas políticas 
assistenciais para a busca ativa desses lactentes, 
entre os filhos de mães infectadas, com risco para 
alterações no desenvolvimento das sintomáticas 
ainda sem comprovação da exposição ao 
ZIKV, bem como dos residentes em áreas de 
risco. Profissionais da saúde e gestores devem, 
portanto, direcionar seus esforços em estratégias 
para a identificação e intervenção para minimizar 
os danos ao desenvolvimento neuropsicomotor 
dessa população, ainda muito subestimada, de 
crianças com a síndrome congênita do ZIKV.
Renata Hydee Hasue1,2 
Carolina Y. P. Aizawa2 
Fernanda F Genovesi2
1Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e 
Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo
2Programa de Pós-graduação em Ciências da 
Reabilitação da Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo
REFERÊNCIA
1. Brasil P, Pereira Jr JP, Moreira ME, Nogueira RMR, 
Damasceno L, Wakimoto M, et al. Zika virus infection 
in pregnant women in Rio de Janeiro. N Engl J Med. 
2016;375(24):2321-34.
229
ER
R
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DOI: 10.1590/1809-2950/00000024012017a
229 A versão do “Editorial” publicado no volume 24, número 1, 2017, disponibilizada inicialmente 
continha erros de autoria e instituição.
Onde se lia:
Leia-se:
EM INGLÊS:
EM ESPANHOL:
Renata Hydee Hasue
Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo
Carolina Y. P. Aizawa
Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Renata Hydee Hasue
Department of Physical Therapy, Speech Therapy and Occupational Therapy of Faculdade de Medicina of 
Universidade de São Paulo
Carolina Y. P. Aizawa
Graduate Program in Rehabilitation Sciences of Faculdade de Medicina of Universidade de São Paulo
Renata Hydee Hasue1,2 
Carolina Y. P. Aizawa2 
Fernanda F Genovesi2
1Department of Physical Therapy, Speech Therapy and Occupational Therapy of Faculdade de Medicina of 
Universidade de São Paulo. 
2Graduate Program in Rehabilitation Sciences of Faculdade de Medicina of Universidade de São Paulo.
Renata Hydee Hasue1,2 
Carolina Y. P. Aizawa2 
Fernanda F Genovesi2
1Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo
2Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Fisioter Pesqui. 2017;24(2):229
Renata Hydee Hasue
Departamento de Fisioterapia, Foniatría, Audiología y Terapia Ocupacional de la Facultad de Medicina de la 
Universidade de São Paulo
Carolina Y. P. Aizawa
Programa de Posgrado en Ciencias de la Rehabilitación de la Facultad de Medicina de la Universidade de São Paulo
Renata Hydee Hasue1,2 
Carolina Y. P. Aizawa2 
Fernanda F Genovesi2
1Departamento de Fisioterapia, Foniatría, Audiología y Terapia Ocupacional de la Facultad de Medicina de la 
Universidade de São Paulo
2Programa de Posgrado en Ciencias de la Rehabilitación de la Facultad de Medicina de la Universidade de São Paulo