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MENINGES Elas se desenvolvem a partir de uma única camada do mesenquima DURA-MÁTER É a mais superficial, espessa e resistente Contem vasos e nervos Constituída por tecido conjuntivo denso rico em fibras colágenas A dura-máter do encéfalo é formada por dois folhetos, externo e interno, no qual o externo comportasse como o periósteo dos ossos da caixa craniana, já a dura-máter que envolve a medula espinal é separada do periósteo das vertebras formando entre os dois o espaço peridural, que contém veias, tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo. Existem determinadas patologias ou condições clinicas que acometem esse local, como o edema epidural O folheto externo da dura-máter não tem capacidade osteogênica, o que dificulta a consolidação de fraturas no crânio e torna impossível a regeneração de perdas ósseas na abóbada craniana. Em certos traumas ocorre o descolamento do folheto externo da dura-máter da face interna do crânio e a fonnação de hematomas epiduraís. A superfície interna e externa da dura- máter do canal vertebral é revestida por um epitélio simples pavimentoso de origem mesenquimatosa Em algumas áreas, o folheto interno da dura-máter destaca-se do externo para formar pregas que dividem a cavidade craniana em compartimentos que se comunicam amplamente. Seios da dura-máter São canais venosos revestidos de endotélio e situados entre os dois folhetos que compõem a dura-máter encefálica. O sangue proveniente das veias do encéfalo e do globo ocular é drenado para os seios da dura- máter e destes para as veias jugulares internas. Roberta Louise Rodrigues Os seios comunicam- -se com veias da superfície externa do crânio através de veias emissárias. Seios da abóbada seio sagital superior - ímpar e mediano; termina próximo à protuberância occipital interna, na chamada confluência dos seios, formada pela confluência dos seios sagital superior, reto e occipital e pelo início dos seios transversos esquerdo e direito seio sagital inferior - situa-se na margem livre da foice do cérebro, terminando no seio reto seio reto - Recebe, em sua extremidade anterior, o seio sagital inferior e a veia cerebral magna, terminando na confluência dos seios; seio transverso - é par e dispõe-se de cada lado ao longo da inserção da tenda do cerebelo no osso occipital, desde a confluência dos seios até a parte petrosa do osso temporal, onde passa a ser denominado seio sigmoide; seio sigmoide - em forma de S, é uma continuação do seio transverso até o forame jugular, onde continua diretamente com a veia jugular interna. O seio sigmoide drena a quase totalidade do sangue venoso da cavidade craniana; seio occipital - muito pequeno e irregular. Os seios venosos da base a) seio cavernoso - é uma cavidade bastante grande e irregular, situada de cada lado do corpo do esfenoide e da sela tórcica. Drena através dos seios petroso superior e petroso inferior, além de comunicar-se com o seio cavernoso do lado oposto, através do seio intercavernoso. b) seios intercavernosos - unem os dois seios cavernosos; c) seio esfenoparietal - percorre a face interior da pequena asa do esfenoide e desemboca no seio cavernoso; d) seio petroso superior - dispõe-se de cada lado, ao longo da inserção da tenda do cerebelo, na porção petrosa do osso temporal. Drena o sangue do seio cavernoso para o seio sigmoide, terminando próximo à continuação deste com a veia jugular interna. e) seio petroso inferior - percorre o sulco petroso inferior, onde termina lançando-se na veia jugular interna; f) plexo basilar - ímpar, ocupa a porção basilar do occipital. Comunica-se com os seios petroso inferior e cavernoso, liga-se ao plexo do forame occipital e, através deste, ao plexo venoso vertebral interno. ARACNOIDE Formada por tecido conjuntivo sem vasos sanguíneos Apresenta duas partes: uma em forma membrana em contato com a dura-máter, e a outra constituída por traves que se ligam com a pia-máter O espaço entre a dura-máter e a aracnóide chama-se espaço subdural As cavidades do encéfalo (ventrículos cerebrais) entre as traves conjuntivas formam o espaço subaracnóideo, que contém o liquido cefalorraquidiano. Esses ventrículos se conectam entre si, com o canal central da medula espinal e com o espaço subaracnóideo O liquido cérebroespinal é formado nos plexos corióides, o qual é formado por redes especializadas de vasos capilares, localizados nas paredes dos ventrículos e por células ependimarias que cobrem os capilares do plexo O LCE é formado a partir do plasma sanguíneo, por filtração e secreção O espaço subaracnóide protege o sistema nervoso central contra traumatismos A superfície interna e externa da aracnoide é revestida por um epitélio simples pavimentoso de origem mesenquimatosa A função das vilosidades da aracnoide é transferir o liquido cefalorraquidiano para o sangue. O líquido atravessa a parede da vilosidade e do seio venoso ate chegar ao sangue PIA-MÁTER Muito vascularizada Entre a pia-máter e os elementos nervos situam-se prolongamentos dos astrócitos que unem-se firmemente a face interna da pia-máter A superfície externa da pia-máter é revestida por células achatadas de origem mesenquimatosa Os vasos sanguíneos penetram o tecido nervoso por meio de túneis revestidos por pia-máter, os espaços perivasculares A pia-máter é intimamente aderida ao tecido do sistema nervoso centreal DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO Oocitação é o amadurecimento do oocito no ovário Liberação do oocito Captação pelas fímbrias Indo em direção a tuba uterina No terço final da tuba ocorre a fecundação do oocito - Entre 12 e 24h após a oocitação Imediatamente após a fecundação ocorre clivagem GASTRULAÇÃO Células do epiblasto começam a expressar genes que dão origem a substancias químicas que induzem modificações fenotípicas nelas, tais células se destacam do epiblasto e migram para uma parte intermediaria, entre o epiblasto e o hipoblasto, formando o mesoderma, as quais expressam genes diferentes O epiblasto se especializa em ectoderma e o hipoblasmo o endoderma - o mesoderma passa a se especializar e se dividir em em mesoderma lateral, paraxial e intermediário (influenciado pelo HOX e fatores de sinalização NOTCH) NEURULAÇÃO Em um segundo momento ocorre a formação da membrana cloacal a partir do epiblasto As células da membrana cloacal começam a expressar genes que vão dar origem a estímulos químicos/proteínas que irão promover o espessamento e a invaginação do epiblasto, para formar a linha primitiva Ovócito II parado em metáfase da primeira divisão 3-4 dia; mais de 64 célula; líquidos da cavidade uterina penetram entre as células da mórula, fazendo com que essa estrutura aumente de volume e criem uma cavidades entre as células. Essas cavidades se confluem e formam uma cavidade única, chamada de cisto ou cavidade blastocística. 4-5 dia; se adere na região posterior da parede do útero (nidação) A partir do no primitivo forma-se a notocorda, abaixo do epiblasto A notocorda promove a proliferação do epiblasto para formar a placa neural A placa neural vai se espessando ate que as bordas (cristas neurais) dela se tocam e se fecham para a formação do tubo neural Esse fechamento ocorre em dois sentidos, cranial e caudal Placa neural da origem ao tubo neural Algumas células da crista neural, no momento em que o tubo se funde, se destacam e migram para a periferia para formar os gânglios, os quais podem se localizar ao lado das vertebras (cadeia paravertebral de gânglios) e próximos do encéfalo Parte das células da crista neural também migram paraformar a medula da glândula suprarenal, que também funciona como um gânglio, a qual forma uma via autônoma muito importante, a via autonômica simpática adrenal, que permite a gente criar nosso botão vermelho Somitos: conjunto de células que vão dar origem ao soma (corpo) – ex: músculos, ossos e articulações; que se formam ao mesmo tempo em que o sistema nervoso, pois os ossos, músculos e articulações precisam ser inervados GENES FGF 8 Ele induz a formação da linha primitiva e no nó primitivo ele induz a expressão do gene nodal; Gene nodal O gene notal, juntamente com o FGF 8 e o Sonc hedgehog (SHH), promovem a formação da notocorda; A notocorda induz o desenvolvimento da placa neural que forma o tubo neural Sonc hedgehog (SHH) é expresso nas células da notocorda Ele altera as células do epiblasto para elas darem inicio a formação da placa neural As células do epiblasto expressam os fatores de transcrição PAX3, PAX7, MSX1 E MSX2. Entretanto, esse padrão de expressão é alterado pelo Sonic Hedgehog (SHH), expresso pela notocorda, que reprime a expressão de PAX3, PAX7, MSX1 e MSX2; Isso faz com que as células do epiblasto sofram um processo de invaginação, dando origem ao tubo neural. A região ventral é sinalizada pela notocorda, ao expressar SHH, e a região dorsal é induzida pela epiderme. A concentração de SHH é maior na região ventral e menor na região dorsal. A região ventral adquire a capacidade de formar uma placa do assoalho, que também expressa SHH, Por ação parácrina, SHH induz as células próximas da região ventral do tubo neural a virar a Placa basal (formam os neurônios motores), que também produzem SHH. Na região dorsal do tubo neural, também ha um gradiente de concentração de proteínas da família TGF-β (BMP4, BMP7, BMP5, activina), secretadas pela ectoderme dorsal. As células da placa basal, onde a concentração de SHH é maior, serão induzidas a produzir fatores de transcrição específicos tornando-se neurônios motores. Ao longo do gradiente de concentração, no sentido ventro-dorsal, serão induzidos a formação dos interneurônios. Proteínas morfométricas osseas BMPs A BMP4 e BMP7, expressas no ectoderma não neural na borda da placa neural, mantém e supra-regula PAX3 E PAX7 na metade dorsal do tubo neural, na qual vão se formar as placas do teto e a placa alar. Essas BMPs aumentam a concentração de TGF-beta A alta concentração de TGFB na parte dorsal do tubo neural induz a expressão do PAX3 e PAX7 Esses dois genes são necessários para a formação de células da crista neural no topo das pregas neurais, mas ainda não foram esclarecidos o seu papel e nem o papel dos genes MSX na diferenciação de neurônios sensoriais e interneurônios. PAX6 O gene PAX6, é expresso em toda extensão das pregas neurais em elevação, exceto na linha média, e esse padrão é mantido após o fechamento das pregas. O papel desse gene, todavia, ainda não foi determinado. DESENVOLVIMENTO DO NEURÔNIO Neuroblastos – dão origem aos neurônios Glioblastos – dão origem as células da glia, com exceção da micróglia, originada na medula óssea a partir de células mesenquimais A parede do tubo neural é formada por células neuroepiteliais derivadas do ectoderma, que lembram um tecido epitelial pseudo-estratificado espesso Essas células são progenitoras de vários tipos celulares, como neuroblasto, glioblasto e as células ependimárias. As células ependimárias vão revestir toda a cavidade do tubo neural O neuroepitélio é dividido em três zonas (de dentro para fora) – região da medula espinal: Zona ventricular – camada única de células colunares voltadas para luz do tubo, com alta taxa de divisão celular Zona intermediária ou do manto – as células da zona ventricular migram pra a periferia do tubo formando a segunda zona, dando origem a substancia cinzenta, onde ficaram os corpos celulares dos neurônios Zona marginal - é a mais externa, contem grande quantidade de fibras e formara a substancia branca No encéfalo a substancia branca é mais central e a cinzenta mais cortical A membrana limitante externa do tubo vai dar origem as meninges Células do mesênquima se misturam com as células da crista para formar as leptomeninges. (aricnoide e pia-mater) A partir da 4-5 semana esse neuroeptelio começa a expressar genes (BMPs, WNTs entre outros) que os modificam fenotipicamente deixando-os mais próximos das funções que irão realizar; logo esse tubo neural começa a formar regiões bem distintas Placa alar: esta relacionada ao amadurecimento de neuroblastos que formam os neurônios sensoriais Placa basal: esta relacionada a diferenciação de neuroblasto em neurônios motores Essas placas são envolvidas pela substancia branca No inicio os neuroblastos não tem prolongamentos celulares, os quais são produzidos através da síntese proteica do citoesqueleto da célula, constituídos por tubulinas A e B (neurônios multipolares) Os neurônios também se originam a partir das células do gânglio espinal que dão origem a pseudoneurônios, os corpos desses neurônios ficam no gânglio, um prolongamento vai ate a medula espinal, formando a raiz dorsal da medula espinal, e o outro ate a periferia do corpo, acompanhando o desenvolvimento dos somitos (de ossos e músculos e articulações) e da pele Nos gânglios da raiz dorsal teremos neuroblastos que irão formar somente neurônios pseudonipolres e glioblastos que dão origem as células da glia (célula de schwan) que dão a sustentação e produzem a bainha de mielina do SNP Ao mesmo tempo a via eferente também esta sendo formada na região ventral da medula; Os neurônios motores também acompanham o desenvolvimento dos somitos, mas se projetam principalmente para os músculos e glândulas, para fazer o controle somático e visceral Todos os nervos raquidianos (31 pares) são nervos mistos DESENVOLVIMENTO DA COLUNA VERTEBRAL O tubo neural, que vai dar origem a medula espinal, é acompanhado por aglomerados de células que formam os somitos. Esses somitos ao redor do tubo neural vão formar o arcabouço ósseo de proteção da medula (coluna vertebral) Ate um determinado momento do desenvolvimento embrionário os ossos que formam as vertebras se formam na mesma velocidade em que se forma o tubo neural e a medula espinal. No entanto, a partir de um determinado momento do desenvolvimento fetal esses ossos passam a se desenvolver mais rapidamente que a medula espinal e com isso começa a aparecer uma assimetria na localização da medula com a parte correspondente no osso. Os ossos vão alongando os nervos e o final da medula espinal deixa de ser o final da coluna vertebral. A região sacral da medula espinal vai terminar nos segmentos L2 e L3 da coluna vertebral, pra baixo disso os ossos serão acompanhados não mais pela medula espinal, mas por nervos raquidianos que formam a calda equina Cisterna terminal é a região da coluna vertebral que não tem medula; é um espaço revestido de meninge internamente e contem as raízes dos nervos, a calda equina; A cisterna termial é uma região propícia para fazer a pulsão do líquido cefalorraquidiano, por exemplo, para verificar a possibilidade de meningite VESÍCULAS ENCEFÁLICAS Neuroparos: são orifícios formados a partir do fechamento dos tubo neural, por isso temos o neuroparo cranial (fecha primeiro) e um caudal No 44 dia do desenvolvimento o neuroparo cranial (da origem ao encéfalo) se fecha, posteriormente, no dia 46 ocorre o fechamento do neuroparo caudal (da origem a medula) A medida que o neuroparo cranial se fecha da para visualizar as vesículas encefálicas primarias (prosencéfalo-mesencéfalo-rombemcéfalo) As vesículasencefálicas primarias surgem na 4 semana desenvolvimento, já as vesículas encefálicas secundarias surgem na 5 semana do deenvolvimento As vesículas encefálicas primarias se subdividem e dão origem as vesículas encefálicas secundarias Prosencéfalo ou encéfalo anterior da origem ao telencéfalo e aos ventrículos laterais o telencéfalo da origem as vesículas óticas e ópticas/visão e ao diencéfalo que vai dar origem ao tálamo, hipotálamo, epitálamo, subtálamo e ao terceiro ventrículo Mesencéfalo ou encéfalo médio Não se divide; ele forma a conexão entre ventrículos, por meio do aqueduto mesencefálico, e também os núcleos profundos que participam da motricidade Romencéfalo ou encéfalo posterior forma o metencéfalo, que da origem a ponde e ao cerebelo e a parte superior do quarto ventriculo e o mielencéfalo (mielo = medula), que da origem ao bulbo ou medulaoblonga que esta conectado a medula espinal e a parte inferior do quarto ventrículo DESENVOLVIMENTO DE ENCEFALO É possível verificar uma organização estrutural semelhante aquela que a gente vê na parte do tubo que forma a medula, como a placa alar e a placa basal A partir dessas placas serão formados núcleos celulares que vão dar origem a origem real dos nervos cranianos A proliferação intensa de células que o cérebro formam sulcos e giros, pois essas células com cabem dentro da caixa craniana VENTRÍCULOS O 1 e o 2 ventrículo ficam localizados nos hemisférios cerebrais e se comunicam pelo forame interventricular ou forame de Monro, Esse forame também faz a comunicação desses ventrículos com o 3 ventrículo O 3 ventrículo fica na transição do diencéfalo e mesencéfalo; Ele é formado pelo tálamo, hipotálamo e epitálamo; Ele se comunica com o quarto ventrículo por meio do aqueduto cerebral ou aqueduto mesencefálico O 4 ventrículo fica na região de transição do bulbo para a medula espinal A parede do bulbo se abre para formar o 4 ventrículo cerebral; A abertura lateral permite que o LCR chegue até o espaço subaracnóideo; O canal central faz a comunicação com a medula espinal As células ependimárias que revestem esses ventrículos juntamente com a pia-máter e o sistema vascular formam os plexos coroides, local da síntese do LCR que fica armazenado nos ventrículos A substancia cinzenta periaquedutal é uma substancia negra formada ao redor do aqueduto mesencefálico que comunica esses ventrículos; ela é muito importante na dor LÍQUOR O que é o líquor? Líquor = líquido Líquor = líquido cérebro-espinal LCE = líquido céfalo-raquidiano LCR Circula nos ventrículos cerebrais, no espaço subaracnóideo e no canal central da medula espinal São cerca de 150ml de LCR circulando em toda essa região É um filtrado do plasma sanguíneo A filtração passiva do sangue é feita pelo endotélio coroidal em resposta à pressão arterial, já a secreção pelo neuro-epitélio estratificado é ativa e envolve bombas, cotransporte, canais iônicos e aquaporinas É uma solução salina, composto principalmente de cloreto de sódio e glicose, mas também contém cloro, bicarbonato e micronutrientes, como vitaminas do complexo B A glicose é o principal elemento nutricional das células nervosas Ele também transporta oxigênio Formação Plexo coróide = vaso sanguíneo pia-máter epêndima Epêndima = epitélio que recobre internamente os ventrículos cerebrais São dobras da pia-máter (meninge mais interna); São revestidos por epitélio cubico simples ou colunar – células ependimárias Rica em capilares fenestrados/permeáveis, pois apresentam aberturas entre as células endoteliais, e dilatados Salientam-se para o interior dos ventrículos; Formam o teto do 3 e o 4 ventrículo e parte das paredes dos ventrículos laterais Sintetizam e secretam o LCR que ocupa os ventrículos, o canal da medula espinal e o espaço subaracnóideo; As células ependimárias são células epiteliais responsáveis por filtrar o plasma e formar o LCR Elas apresentam zônulas de oclusão, que tem um papel importante na regulação de moléculas, pois elas não deixam moléculas entrarem e saírem com facilidade dos vasos para os ventrículos, uma vez que, elas devem passar através dessas células (barreira hematoliquorica). Isso mantem um ambiente ideal para as células Absorção Sua drenagem para fora do SNC ocorre nos vilos aracnoides, os quais servem como válvulas unidirecional O seio sagital superior é a região em que teremos a maior concentração dos vilos aracnoideos É importante o equilíbrio entre a formação e a absorção do LCR para manter a pressão do líquor normal, também chamada de pressão intra-craniana, igual a 10 mm de mercúrio O LCR é renovado a cada 8 horas Função Proteção mecânica do sistema nervoso Princípio de Arquimedes: um corpo imerso em liquido torna-se mais leve - deixa o encéfalo mais leve Dissipa as forças que são geradas dentro do sistema nervoso, uma vez que, qualquer pressão ou choque no líquido é distribuído igualmente em todos os pontos (princípio de pascal) BARREIRA HEMATOLIQUORICA Sangue → LCR A formação de liquor pelos plexos coroides ocorre por filtração capilar (capilares fenestrados) e uma secreção epitelial ativa. A barreira hematoliquórica existe no nível das células epiteliais que compõem os plexos coroides. Existem diferenças na constituição do plasma sanguíneo e do liquor devido à barreira hematoliquórica, havendo, porém, um equilíbrio osmótico. O líquor permanece em equilíbrio com o líquido extracelular do sistema nervoso central, possuem o mesmo pH e uma constituição química semelhante. Ele fornece nutrientes e também o drena pra fora do SNC os retos metabólicos BARREIRA HEMATOENCEFÁLICA Sangue → Tecido nervoso Certas substâncias, quando injetadas na corrente sanguínea, penetram nos tecidos de vários órgãos, mas respeitam o sistema nervoso central. Essa barreira é benéfica para a proteção contra diferentes agressões, mas, ao mesmo tempo, impede que vários medicamentos administrados por via sanguínea sejam eficazes. A barreira hematencefálica existe no nível das células endoteliais especializadas dos capilares do encéfalo. Esses capilares não são fenestrados O endotélio apresenta zônulas de oclusão que adere firmemente essas células Elas atuam como barreira, impedindo a passagem de certas moléculas e mesmo de íons, principalmente por apresentarem uma união intercelular bem mais intensa e uma alta resistência elétrica, se comparadas com as células endoteliais periféricas. Além disso, nessas células existe um bom transporte transcelular de componentes, enquanto, nas do sistema nervoso, esse mecanismo não existe. As substancias que passam através dessas células são lipossolúveis ou muito pequenas (gases, água), em contrapartida, substâncias hidrossolúveis e polares tem dificuldade em passar através das células. Logo, apresentam uma entrada e saída de substancias muito bem regulada A glicose é polar por isso ela precisa de um transportador específico (difusão facilitada), o glut1, uma proteína transmembrana presente nos dois lados da parede da célula endotelial Alguns aminoácidos também precisam de um transportador; Aminoácidos essenciais neutros e grandes e passam por difusão facilitada Aminoácidos neutros e pequenos (neurotransmissores), produzidos no sistema nervoso central passam para o sangue por transporte ativo secundário, o qual usa a energia do sódio para passar para corrente sanguínea Contém um pequeno número de vesículas pnocíticas, que atravessam as células por pnocitose Em algumas regiões do encéfalo, como a neuro-hipófise, essa barreira não existe, mas é compensada por outrossistemas. Projeções dos astrócitos, chamadas pés astrocitários, mantêm contato com esses capilares. BARREIRA LIQUORENCEFALIA LCR → Tecido nervoso Vai fazer a proteção do LCR para o tecido nervoso É a mais fraca, dando passagem a um maior número de substancias que as outras As vezes há vantagem em introduzir fármacos no LCR ao invés do sangue para que ele entre mais rápido no tecido nervoso Esta situado na pia-máter mas seu funcionamento ainda não foi bem explicado MALFORMAÇÕES DA MEDULA ESPINAL Estão relacionadas a um defeito de fechamento do tubo neural Caso esse tubo não se feche isso vai causar uma alteração na vertebra no local onde o tubo não se fechou ESPINHA BÍFIDA OCULTA Defeito de formação óssea A região do tubo neural que vai dar origem a espinhosa não se fecha e o osso não se forma Todo o conteúdo nervoso fica dentro do canal vertebral Geralmente há formação de pelos nessa região, podendo ser um indicativo de uma anormalidade nessa região O sistema nervoso continua protegido no canal vertebral e só vai ter um ponto de fragilidade na parte dorsal onde não se formou a coluna vertebral ESPINHA BÍFIDA CÍSTICA Meningcele Cele = bolsa A partir da espinha bífica pode-se formar uma projeção de meninge, formando uma bolsa contendo LCR; Caso essa bolsa se rompa o LCR, que protege a medula ira passar para os tecidos adjacentes, e a medula ficará exposta a contaminações por microrganismos, sua cicatrização forma uma ulcera Meningomielocele É um bolsa de meninge com LCR, mas que contem também a medula espinal RAQUISQUISE É quando não se forma/fecha por completo o tubo neural; fetos natimortos MALFORMAÇÕES ENCEFALICAS HALOPROSENCEFALIA Ocorre quando os hemisférios cerebrais não se dividem Holo = tudo, ou seja, o prosencéfalo vira uma única bolsa/vesícula Por causa dessa malformação não se formam duas vesícula óticas (dois olhos), e sim um único olho, na região central da face; São natimortos HERNIAÇÃO DO ENCÉFALO É semelhante a espinha bífida, mas no crânio Duas estruturas ósseas que deveriam se aproximar e se fundir não se fundem permitindo assim a formação de uma bolsa crânio. Compatível com a vida Meningocele Uma bolsa de meninge com LCR Meningoencéfalocele Bolsa de meninge com LCR e uma porção do encéfalo ANENCEFALIA X MEROENCEFALIA Anencefalia: é a ausência das estruturas do encefalo, não forma tronco encefálico, cerebelo, cérebro; São natimortos Meroencefalia: A não fusão do tubo neural na região cranial do prosencéfalo, não forma o telencéfalo e o diencéfalo (não formação do cérebro), mas pode formar o tronco encefalico e o cerebelo A criança nasce viva, com as funções vegetativas preservadas, pois tem controle da pressão arterial, da frequência respiratória MACROCEFALIA OU MEGALOCEFALIA É uma condição em que a cabeça de uma criança é maior do que o normal para a idade e o sexo dela A criança pode nascer ou desenvolver essa anormalidade Causada por um cérebro aumentado ou por acumulo de líquido no espaço sub- aracnóide frontal ou ventrículos encefálicos Macrocefalia familiar benigna Hidrocefalia Ocorre o aumento excessivo da pressão do LCR dentro dos ventrículos encefálicos, que expande toda a estrutura do telencéfalo gerando uma pressão de dentro para fora, fazendo com que os ossos também se expandem Pode ser congênita, pós-traumática, pós- infecciosa... A hidrocefalia também pode ser causada por distúrbios de drenagem, por exemplo, o forame magno que faz a drenagem entre o bulbo e a medula pode ser menor do que o normal, logo não ocorre a drenagem adequada do LCR do encéfalo para a medula eo liquido se acumula no encéfalo MICROCEFALIA É um retardo do desenvolvimento do encéfalo O individuo nasce com uma massa encefálica reduzida O zica vírus é capaz de dificultar a proliferação celular, o telencéfalo atrofia e não se desenvolve O QI da criança é reduzido, pois ela tem menos massa encefálica e consequentemente menos neurônios para fazer o processamento da informação EXENCEFALIA Não fusão do tubo neural TERATÓGENO Um agente teratogênico é externo ao genoma e pode ser definido como qualquer substancia, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, produz uma alteração na estrurura ou na função da descendência. Estágio de desenvolvimento do concepto: a suscetibilidade a agentes teratogênicos varia segundo o estágio de desenvolvimento do concepto no momento da exposição. Se esta ocorre nas duas primeiras semanas de desenvolvimento, produz-se um efeito de tudo ou nada, ou seja, pode haver letalidade do embrião ou malformações. Em seguida, inicia-se o período de organogênese, entre a 3a e a 8a semana, que é o mais crítico com relação às malformações. Por exemplo, o tubo neural se fecha entre os dias 15 e 28 após a concepção, e é neste período que algumas medicações, como o ácido valproico, podem causar defeitos de fechamento do tubo neural. Após o dia 28, o tubo neural já está fechado e este tipo de defeito não ocorrerá mais. a suplementação com ácido fólico reduz a incidência dessas malformações e não terá efeito se implementada depois do primeiro mês de gravidez. algumas substâncias com ação sobre o sistema nervoso central (neuroteratógenos), como o etanol, têm seu efeito estabelecido para todo o período gestacional Relação entre dose e efeito: as manifestações do desenvolvimento anormal aumentam, à medida que se incrementa a dose do agente, variando desde nenhum efeito, passando pelos danos funcionais e malformações, até a morte do concepto. A dose a que um feto é exposto durante a gravidez depende tanto de fatores maternos como fetais, incluindo a farmacocinética materna, taxa de passagem placentária, metabolismos placentário e fetal, a distribuição fetal da substância e, finalmente, a presença de receptores ativos no compartimento fetal. O metotrexato, por exemplo, é um conhecido abortivo em doses elevadas, mas usado com frequência para psoríase e artrite reumatoide. Nas doses geralmente usadas para essas doenças, o metotrexato não tem efeito teratogênico observado, podendo ser administrado mesmo durante a gravidez. Outro exemplo de uso frequente em obstetrícia é o fluconazol, que em doses elevadas está associado a uma síndrome dismórfica, mas quando observada a prescrição frequente de 150 mg para infecções vaginais por Candida, é desprovido de risco teratogênico. A dose de radiação utilizada na maioria dos procedimentos diagnósticos, em geral é muito pequena, o que permite a tranquilização de uma mulher após inadvertida exposição durante a gravidez. Genótipo maternofetal: a heterogeneidade genética, tanto da mãe como do feto, pode conferir maior suscetibilidade ou resistência à manifestação de um determinado agente. Os defeitos de fechamento do tubo neural (espinha bífida) são um bom exemplo de defeitos, nos quais a suscetibilidade genética é um importante fator e pode ser identificada pela história familiar de recorrência dessa malformação. USO DA NICOTINA EM GESTANTES: CONSEQUÊNCIAS NEUROLÓGICAS GRAVES PARA O FETO A nicotina é considerada um grave problema de saúde pública, sendo uma das principais causas de doença e morte no mundo. usuárias grávidas vem apresentando consequências negativas e indesejáveis, tanto para a mãe, e principalmente para o feto. Os principais efeitos neurológicos dessa substância no feto e em recém-nascidos: a mãe ao tornar o feto em um fumante passivo, acarreta lesões neurológicas provocando malformações no Sistema Nervoso Central, diminuindo o número de células neurais, que podedesenvolver defeitos momentâneos e/ou irreversíveis no tubo neural, induzindo uma teratogênese na neurulação, exencefalia, causando até uma microcefalia. o tempo mais vulnerável para esse problema é durante o segundo e terceiro semestre. Com essa exposição durante a gestação repercute danos enquanto recém-nascido, como alteração no desenvolvimento psicomotor, defeitos na noradrenalina e dopamina, e patologias, epilepsia, câncer e morte cerebral. Assim conclui que a nicotina é um agente neuroteratógeno, onde as implicações podem ser tão sérias que pode ocorrer à morte súbita na infância. A síndrome da morte súbita seria pelo fato da não redistruibuição do fluxo sanguíneo para o cérebro e coração ou pela exposição da medula adrenal do feto à nicotina, que acarreta na perda da capacidade de resposta a hipóxia. Paralelamente a isso é inadiável a instrução para os profissionais de saúde sobre o controle do tabagismo/nicotina, bem como as gestantes serem cientes desse problema CASOS DE MICROCEFALIA ASSOCIADOS AO ZIKA VÍRUS A zika é uma doença causada pelo ZIKV, do gênero Flavivirus, o qual foi obtido em 1947 do sangue de um macaco rhesus com sintomas de febre na floresta Zika. Devido a constatações de médicos foi detectada uma possível associação entre infecção intrauterina pelo ZIKV e microcefalia precoce. Tal achado é explicitado no aumento do número de casos de neonatos acometidos com microcefalia nas principais áreas afetadas pelo ZIKV O ZIKV chegou no Brasil no ano de 2014, propagando-se, principalmente, na região Nordeste e continua disseminando-se ao restante do território brasileiro pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, devido a temperaturas propícias que favorecem o habitat ideal para proliferação do agente transmissor. Já a microcefalia é uma anomalia congênita com etiologia complexa e multifatorial caracterizada pelo perímetro cefálico da criança inferior a dois desvios-padrão da média para a idade gestacional ou menor que 32 cm. A correlação entre o ZIKV e os casos de microcefalia em recém-nascidos demonstra a necessidade de um diagnóstico clínico preciso pela medição acompanhada após o nascimento. Em virtude da alta incidência de microcefalia associada ao ZIKV, faz-se necessário o controle vetorial e o seguimento dos protocolos do Ministério da Saúde como o estímulo precoce às crianças diagnosticadas. É percebido, ademais, a necessidade de mais estudos acerca do tema em questão que enfatize o desenvolvimento de técnicas diagnósticas, a patogênese da infecção pelo ZIKV no SNC e os possíveis tratamentos. PALAVRAS-CHAVE: Microcefalia; zika vírus; Brasil. APLICAÇÃO DO MÉTODO PADOVAN EM UM PACIENTE COM SINDROME CONGENITA DO ZIIKA VÍRUS o vírus Zika (ZIKV) foi identificado como um dos agentes etiológicos da microcefalia no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define microcefalia como um quadro onde o perímetro cefálico apresenta-se igual ou inferior a 31,9cm para meninos e igual ou inferior a 31,5cm para meninas nascidos a termo. A microcefalia causada pelo ZIKV pode causar algumas alterações, como deficiência intelectual, paralisia cerebral, epilepsia, dificuldade de deglutição, anomalias dos sistemas visual e auditivo, além de distúrbio do comportamento. O método Padovan é indicado para essa população, pois é uma terapia que habilita e reabilita o Sistema Nervoso estimulando a neuroplasticidade. Metodologia: estudo realizado na clínica escola de Fisioterapia da Estácio FMJ. A terapia com o método Padovan foi realizada duas vezes por semana com um paciente do sexo masculino de 1 ano e 7 meses que apresentava atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Resultados: Após 40 atendimentos utilizando o Método Padovan, o paciente apresentou evolução nos seguintes aspectos: diminuição da hipertonia dos membros inferiores em relação a sua primeira avaliação, desenvolvimento do controle cervical e torácico, conseguindo acompanhar objetos com o olhar, início do rolar, e passou a sentar-se sozinho sem apoio e, no momento, já fica em pé e realiza passos com ajuda da mãe, balbucia, solta gritos, segura objetos e os leva a boca. Conclusão: conclui-se que após 40 atendimentos, o método Padovan mostrou positivo para a reabilitação do desenvolvimento neuropsicomotor do paciente, sugerindo ser uma terapia eficaz como estimulação precoce em crianças que possuam microcefalia decorrente do vírus Zika. PALAVRAS-CHAVE: Fisioterapia, Microcefalia e Estimulação precoce. A NEURODEGENERAÇÃO NA SÍNDROME ALCÓOLICA FETAL A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) ou o distúrbio de desenvolvimento neural associado ao álcool (DDNA) aplica-se a crianças cujas mães fizeram a ingestão de álcool durante a gravidez, e por consequência desenvolveram distúrbios fetais relacionados ao neurodesenvolvimento, incluindo: retardo mental, deficiências em capacidade cognitiva, atenção, função executiva, controle motor e comportamento. Objetivo: Ressaltar que a exposição pré-natal ao consumo excessivo, regular ou mesmo o consumo excessivo episódico de álcool pode danificar o sistema nervoso de forma a causar distúrbios mentais, de desenvolvimento embrionário, em problemas cognitivos e comportamentais, além do déficit intelectual, pode ser evidenciado a malformação facial e retardo considerável de crescimento. Com base nos estudos realizados se pode notar que a exposição ao álcool traz agravos também à saúde da mãe, como doenças cardiovasculares, depressão e distúrbios neurológicos, no entanto, a literatura mostra um maior risco para o feto como o crescimento intrauterino restrito (CIUR), retardo no neurodesenvolvimento, microcefalia, aborto espontâneo, prematuridade e baixo peso ao nascer. O uso de álcool entre as mulheres em idade fértil é causa evitável de anomalias congênitas e deficiências de desenvolvimento neuroembrionários. Dessa forma, para prevenir a SAF é aconselhável evitar o uso do álcool na gestação, visto que não há doses mínimas a serem definidas que garantam o saudável desenvolvimento do embrião. PALAVRAS-CHAVES: Alcoolismo; Síndrome alcóolica fetal; Gravidez PRÍOS E ENCEFALOPATIAS ESPONGIFORMES INTRODUÇÃO: Príons, Priões são moléculas proteicas que possuem propriedades infectantes, que ficam localizadas no cérebro, responsável pelas encefalopatias espongiformes, doenças caracterizadas por desordens degenerativas do Sistema Nervoso Central (SNC), que acomete humanos e animais. são doenças que por destruírem o SNC leva o individuo a morte. Atualmente existe 4 tipos de encefalopatias espongiformes que acometem o homem, Kuru, doença de Creutzfeldt-Jacob, síndrome de Gerstmann-Straussler Scheinker e insônia familiar fatal, todas podem causar danos irreversíveis no SNC levando a morte. PALAVRAS-CHAVE: Príons; encefalopatias, doença príonica. TALIDOMIDA Sintetizada pela primeira vez em 1954 Alcançou grande sucesso a partir do final de 1957 como sonífero e antiemético ela induzia a um sono profundo e prolongado. Foi detectada naquela época sua baixa toxicidade Os experimentos realizados em ratos e coelhos não mostraram taxas de letalidade significativas, mesmo com o uso de altas doses O produto foi "anunciado pela empresa como 'inteiramente atóxico' era consumido sem prescrição médica Logo os danos gerados pela ingestão da talidomida começaram a surgir. Tonturas e neuropatia periférica foram efeitos adversos observados entre os que ingeriram o produto e, posteriormente, comprovou-se que a focomelia em recém-nascidos era fruto da iatrogenia medicamentosa. Efeitos colaterais apareceram em milhares de crianças, chamadas de "bebês da talidomida", porque suas mães, nos meses iniciais de gestação, ingeriram a droga, sobretudo, para alívio do desconfortodos enjoos matinais. Focomelia, nome dado pela semelhança daquelas crianças com as focas: eram as crianças que nasciam, com o desenvolvimento defeituoso dos ossos longos dos braços e pernas e cujas mãos e pés variavam entre o normal e o rudimentar" No Brasil, a talidomida começou a ser comercializada em março de 1958, tendo sido relatados os primeiros casos de malformações a partir de 1960. O medicamento continuou sendo vendido em nosso país como uma droga “isenta de efeitos colaterais”, até junho de 1963. Entre 1963 e 1965, a talidomida foi banida de quase todo o mundo. Mecanismos de teratogênese da talidomida: (i) diminuição da expressão de vários receptores de superfície ligados à adesão celular, causando alterações na comunicação intercelular e destas com a matriz extracelular, inibindo a diferenciação cartilaginosa (condroblastos em condrócitos), pré-requisito para a ossificação endocondral. (ii) induz a apoptose de células embrionárias: Estudos moleculares recentes indicam que as malformações de membros resultam em aumento da morte celular induzida pela talidomida durante o desenvolvimento embrionário dos membros. (iii) inibir a síntese proteica: aumento da concentração de derivados de glutaramida no tecido fetal, inibidores da síntese proteica. (iv) libera radicais livres que mutam o DNA: reação direta com o DNA embriônico, provocando danos oxidativos mediante liberação de radicais livres. Os autores demonstram que o estresse oxidativo gerado pela talidomida induz a sinalização de proteínas morfogenéticas ósseas (Bmps), protege PTEN ativo (gene supressor de tumor) da degradação proteossômica e isso resulta na supressão da sinalização Akt. A proteína quinase Akt protege as células contra a apoptose mediada por caspase, e é necessária para a sobrevivência celular. Com a supressão da sinalização Akt, há estímulo de morte celular dependente de caspase. (v) inibe os genes responsáveis pela angiogenese dos membros: capacidade de ligação dos metabólitos ativos da talidomida a sítios promotores G-C dos genes responsáveis pela angiogênese dos brotos dos membros, inibindo a transcrição desses genes, levando à interrupção do desenvolvimento dos membros por falta de aporte vascular. Malformações e/ou perda auditiva e oculares são muito comuns. Anormalidades neurológicas mais com uns são surdez e paralisia de nervos faciais, porém alguns estudos mostram retardo mental em 6,6% dos indivíduos afetados. Hemangioma na linha média da face e fenda labial e/ ou palatina são relatadas com mais frequência em vítimas da talidomida que na população em geral. Entre as anormalidades de órgãos internos, são frequentes as anormalidades de laringe, traqueia e lobulação dos pulmões. Cardiopatia congênita ocorre com considerável frequência e é a principal causa de morte. Entre as anomalias cardíacas estão os defeitos do septo ventricular, coarctação da aorta e tetralogia de Fallot. RETINOIDES Os compostos naturais e sintéticos que possuem uma estrutura química ou propriedades funcionais similares às da vitamina A são chamados de retinoides. Retinoides em excesso durante a gravidez, assim como uma dieta deficiente em vitamina A, são agentes teratogênicos. Tanto a vitamina A (retinol, ácido retinoico) como seus principais derivados sintéticos (isotretinoína e etretinato) apresentam efeitos teratogênicos e embriotóxicos Mecanismos da ação teratogênica dos retinoides: Interferem diretamente na atividade e migração das células da crista neural cranial durante o seu desenvolvimento, levando, portanto a malformações em estruturas crânio-faciais, tímicas, cardíacas e do sistema nervoso central (SNC). A vitamina A é lipossolúvel; É necessária para a visão e para o crescimento e manutenção das células epiteliais. Ocorre sob duas formas na natureza: derivada de animais, sendo ingerida pela alimentação, em óleos de peixes e fígado, devendo então ser consumidos com moderação durante a gravidez. encontrado em alguns vegetais e ingerido também pela alimentação, como provitamina A ou ß-caroteno, precursor da vitamina A A provitamina A é convertida no organismo ao retinol, conforme a necessidade individual, sendo o consumo de provitamina A considerado seguro durante a gravidez. Altas doses de ß-caroteno não aumentam a concentração sérica de retinol, As vitaminas cruzam a membrana placentária e são essenciais para o desenvolvimento normal do feto. A deficiência de vitamina A no período gestacional está fortemente associada à imunodepressão e à alta mortalidade fetal causada por doenças infecciosas respiratórias, sarampo e diarreia. Entretanto, é imprudente a exposição prolongada a grandes doses dessas substâncias. A vitamina A acumula-se no embrião. A concentração endógena dos metabólitos da vitamina no soro da mulher grávida é reduzida durante o primeiro trimestre, e durante a segunda metade da gestação essa concentração aumenta cerca de 150% em relação a mulheres não grávidas. O organismo possui um mecanismo de transporte e depósito que mantém a vitamina A em uma forma não tóxica, ligada a proteínas. Desde que essa capacidade de depósito não seja excedida, não se observa aumento de malformações congênitas. ÁCIDO FÓLICO O ácido fólico é uma vitamina do complexo B, essencial a uma gravidez saudável. O ácido fólico é necessário para a síntese de purinas e do timidilato, tornando-se essencial para a síntese dos ácidos desoxirribonucleico (DNA) e ribonucleico (RNA), sendo elemento fundamental na eritropoiese. O ácido fólico também é indispensável na regulação do desenvolvimento normal de células nervosas, na prevenção de defeitos congênitos no tubo neural e na promoção do crescimento e desenvolvimento normais do ser humano. Ele impede o fechamento prematuro do tubo neural Tem importante papel na produção e manutenção de novas células, maturação e formação de glóbulos vermelhos e brancos na medula óssea. A deficiência de ácido fólico está associada ao aumento de defeitos do tubo neural (DTN) no feto e à anemia megaloblástica na mãe7-11. Há evidências suficientes de que a suplementação de ácido fólico no início da gestação reduz em até 75% o risco de o bebê nascer com DTN. A partir destas evidências, a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil (MS) recomendam a dose de 400µg (0,4mg), diariamente, por pelo menos 30 dias antes da concepção até o primeiro trimestre de gestação para prevenir os defeitos do tubo neural e durante toda a gestação para prevenção da anemia. E para as mulheres com antecedentes de malformações congênitas o MS recomenda a dose de 5 mg/dia a fim de reduzir o risco de recorrência de malformação5.
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