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PA D RO N IZ AÇ ÃO D E C O N D U TA S E RO T IN AS T ER AP ÊU T IC AS PADRONIZAÇÃO DE CONDUTAS E ROTINAS TERAPÊUTICAS Dr. Gustavo Cardoso Guimarães Dr. Fabio de Oliveira Ferreira Dr. Ademar Lopes R. Professor Antônio Prudente, 211 São Paulo - SP - Liberdade - CEP 01509-010 Tel. +55 11 2189-5000 www.accamargo.org.br DEPARTAMENTO DE CIRURGIA PÉLVICA C M Y CM MY CY CMY K capa_manualpelvis.pdf 1 09/08/10 10:58 FICHA CATALOGRÁFICA Preparada pela Biblioteca da Fundação Antônio Prudente Capa, projeto gráfico e diagramação: Leoart Design Padronização de condutas e rotinas terapêuticas Hospital A.C.Camargo, Departamento de Cirurgia Pélvica. 2 ed.- São Paulo: 156p. Vários colaboradores Descritores: 1. Câncer - diagnóstico. 2. Câncer - tratamento. 3. Oncologia - diagnóstico. 4. Fundação Antônio Prudente ISBN (ON-LINE) 978-85-88433-08-3 ISBN (impresso) 978-85-88433-07-6 ………………………………………………………….NLM QZ 200 PADRONIZAÇÃO DE CONDUTAS E ROTINAS TERAPÊUTICAS Dr. Gustavo Cardoso Guimarães Dr. Fabio de Oliveira Ferreira Dr. Ademar Lopes 8 • PADRONIZAÇÃO DE CONDUTAS E ROTINAS TERAPÊUTICAS • TUMORES DE CóLON, RETO E âNUS • TUMORES COLORRETAIS HEREDITáRIOS • TUMORES UROLóGICOS • SARCOMAS DE PARTES MOLES • TUMORES óSSEOS • DISSEMINAÇÃO PERITONEAL DAS NEOPLASIAS - CIRURGIA CITORREDUTORA E QUIMIOTERAPIA INTRAPERITONEAL HIPERTéRMICA DEPARTAMENTO DE CIRURGIA PéLVICA 9 Padronização de Condutas e Rotinas Terapêuticas COORDENAÇÃO Dr. Ademar Lopes - CRM 21092 ORGANIZAÇÃO Dr. Gustavo Cardoso Guimarães - CRM 80506 Dr. Fábio de Oliveira Ferreira - CRM 72794 REVISÃO Departamento de Cirurgia Pélvica Dr. Ademar Lopes - CRM 21092 Dr. Adriano Carneiro da Costa - CRM 126790 Dr. Alexsander Koroiwa Bressan - CRM 109915 Dr. Carlos Alberto Ricetto Sacomani - CRM 72398 Dr. Fábio de Oliveira Ferreira - CRM 72794 Dr. Francisco Paulo da Fonseca - CRM 44006 Dr. Gustavo Cardoso Guimarães - CRM 80506 Dra. Luciola Assunção Alves - CRM 80668 Dr. Rodrigo Souza Madeira Campos - CRM 84397 Dr. Samuel Aguiar Jr. - CRM 84495 Dr. Stênio de Cássio Zequi - CRM 69358 Dra. Sueli Akiko Nakagawa - CRM 82918 Dr. Wilson Bachega Jr. - CRM 53560 Dr. Wilson Toshihiko Nakagawa - CRM 59519 Dr. Wu Tu Chung - CRM 53732 Departamento de Oncologia Clínica Dr. Celso Abdon Lopes de Mello - CRM 100667 Dr. Jose Augusto Rinck Junior - CRM 94128 Departamento de Radioterapia Dra. Maria Leticia Gobo Silva - CRM 107075 DEPARTAMENTO DE CIRURGIA PéLVICA 10 Prefácio........................................................................................................... Deveres dos médicos residentes...................................................................... Direitos dos médicos residentes....................................................................... Critérios de avaliação dos médicos residentes................................................. Preparo intestinal............................................................................................ Uso de antibióticos......................................................................................... Cuidados com pacientes cirúrgicos.................................................................. Avaliação pré-anestésica................................................................................. Pólipos e câncer colorretal: rastreamento e vigilância ..................................... Adenocarcinoma do cólon.............................................................................. Adenocarcinoma do reto ................................................................................ Tumores colorretais hereditários...................................................................... Carcinoma do canal anal................................................................................. Sarcomas de Partes Moles............................................................................... Cirurgia citorredutora e Quimioterapia intraperitone hipertérmica.................. Osteosarcoma ................................................................................................. Condrossarcoma............................................................................................. Tumor de ewing.............................................................................................. Metástases ósseas......................................................................................... Carcinoma espinocelular do Pênis................................................................... Carcinoma de células Transicionais de Bexiga................................................. Adenocarcinoma da Próstata .......................................................................... Tumores do Testículo....................................................................................... Tumores Renais............................................................................................... 11 12 13 15 17 19 22 23 24 28 36 48 58 65 72 79 85 87 92 96 107 118 135 146 íNDICE 11 O Centro de Tratamento e Pesquisa HOSPITAL DO CâNCER A. C. Camargo tem como finalidades básicas a assistência médica, o ensino e a pesquisa. Pela natureza da própria oncologia, melhores resultados são obtidos com o tratamento integrado e multidisciplinar, diferenciando um hospital especializado de um hospital geral que trata câncer. A padronização de procedimentos para diagnóstico, estadiamento e seguimento de pacientes com câncer é a única forma de se acumular experiência, apresentar resultados e propor mudanças com a finalidade de beneficiar os pacientes, mesmo se considerando as rápidas mudanças que podem ocorrer em função dos avanços científicos. A padronização terapêutica seguramente é o método mais apropriado para o oncologista (cirurgião, clínico, radioterapêuta) cumprir a sua responsabilidade nas áreas de ensino e pesquisa, contribuindo para uma melhor assistência. O oncologista deve ainda estar preparado para participar e/ou utilizar-se das descobertas do laboratório de pesquisa básica na prática clínica diária. Com esses conhecimentos biológicos e clínicos, padronização de procedimentos e prontuários bem elaborados, somados aos compromissos dos profissionais da área e de um Hospital que se propõe a ensinar, pesquisar e dar assistência médica de boa qualidade, a produção científica se torna uma conseqüência natural. Dentro dessas premissas, o Departamento de Cirurgia Pélvica edita periodicamente as padronizações terapêuticas relativas aos tumores de cólon, reto, ânus, colorretais hereditários, urológicos, ósseos, sarcomas de partes moles e, a partir dessa edição, uma proposta para o tratamento da disseminação peritoneal das neoplasias através de cirurgia citorredutora associada à quimioterapia intraperitoneal hipertérmica. Além disso, informações relativas à organização estrutural e funcional do departamento, critérios de avaliação dos residentes, cuidados com pacientes cirúrgicos, uso de antibióticos e preparo intestinal, segundo as normas do departamento, fazem parte da edição. Agradacemos aos Departamentos do nosso Hospital que conosco participaram para a elaboração deste manual, com a certeza de que o beneficiário final será o paciente com câncer. Dr. Ademar Lopes Diretor do Departamento de Cirurgia Pélvica PREFáCIO 12 Estar sempre de posse do BIP/telefone para atendimento das intercorrências com pacientes internados e emergências. Os pacientes deverão ser vistos pelo residente do departamento e não pelo plantonista do hospital; Responder prontamente aos chamados; Medicar os pacientes internados antes doinício das atividades (cirurgias, atividades didáticas, ambulatório) durante a semana e antes das 9:00 horas aos sábados, domingos e feriados; Avaliar os pacientes que são internados em até 30 minutos após a internação, exceção feita às urgências, que deverão ser atendidas de imediato; Visitar os pacientes internados pelo menos duas vezes ao dia (uma pela manhã e outra ao final do dia) e, em casos especiais, quantas vezes forem necessárias. Comunicar ao titular responsável as intercorrências; Estar presente no horário nas atividades didáticas complementares e no ambulatório quando não houver atividade no centro cirúrgico; Preparar adequadamente os casos para a visita; Comparecer às reuniões de seminários às 4as feiras (7:00 as 8:00hs); Organizar no livro de cirurgias o agendamento cirúrgico; Chegar ao Centro Cirúrgico 15 minutos antes da hora programada para o ato operatório; Manter o prontuário em ordem e completo (anexar ao prontuário cópias dos exames feitos fora do hospital); Não se ausentar das atividades do hospital sem aviso e consentimento da chefia imediata; Preencher corretamente os avisos de internação, avisos de cirurgia, guias de AIH, relatórios médicos, pedidos de exames, resumo de admissão e resumo de alta, assim como outros formulários que sejam necessários; Tratar com respeito os colegas, paramédicos e, sobretudo, os pacientes; Usar o avental padronizado pelo hospital ou roupa branca e o crachá de identificação; Orientar os pacientes na alta quanto ao retorno para curativos: data, local, horário e nome do médico. Deixar com o paciente o pedido de guia para curativos; Fazer a prova de avaliação cognitiva ao final do estágio. DEVERES DOS MéDICOS RESIDENTES 13 1. Ter o médico titular a disposição para orientar no atendimento ambulatorial e junto aos pacientes internados (o residente não pode atender no ambulatório sem a presença do titular); 2. Ter o titular localizável para orientar no atendimento das emergências ou intercorrências clínicas, quando necessário; 3. Ter o titular disponível para participar do ato operatório como cirurgião ou auxiliar, conforme escala pré-estabelecida; 4. Ter orientação para a produção de trabalhos científicos, preparo de casos clínicos e outras atividades didáticas; 5. Questionar, dentro de princípios éticos, as condutas do departamento; 6. Participar das atividades de atendimento ambulatorial, enfermaria e centro cirúrgico; 7. Ter um programa pré-estabelecido das atividades didáticas complementares: aulas, seminários, cursos, congressos, discussão de casos clínicos; 8. Realizar atos cirúrgicos assistidos pelo titular responsável pelo paciente, quando demonstrar conhecimentos cognitivos e psicomotores para tal; 9. Ser tratado com respeito e princípios éticos pelos membros da equipe; 10. Ter um BIP/telefone para responder aos chamados dos membros da equipe, telefonista, enfermagem, emergências e interconsultas. OUTRAS ATIVIDADES DIDáTICAS Também são consideradas atividades didáticas complementares, com presença obrigatória, as reuniões científicas do corpo clínico às quartas-feiras. Conta-se como atividade didática complementar a participação em cursos, congressos e seminários etc. Ao residente “senior” do 3º ano é permitida a inscrição e freqüência, como aluno especial, nos cursos das disciplinas de pós-graduação da FAP, para obtenção de créditos para o mestrado; aqueles que tiverem interesse em fazer pós-graduação deverão, no início do estágio, procurar elaborar e desenvolver um projeto de pesquisa, sob a orientação do Departamento. DIREITOS DOS MéDICOS RESIDENTES 14 • Os critérios de avaliação ao final do estágio estão na apostila de rotinas e programações terapêuticas do Departamento. • A prova é obrigatória para todos os residentes. Aqueles que não comparecerem no dia da avaliação, receberão nota zero neste item. • Os residentes “seniors” deverão dividir eqüitativamente os pacientes internados com os residentes “juniors”, Assim, os casos operados por residentes “seniors” deverão ser prescritos pelos mesmos (não é função do residente “junior” prescrever os casos operados por residentes “seniors”, inclusive nos finais de semana). • Os casos deverão ser apresentados nas visitas pelo residente que participou da cirurgia. • Pedimos a colaboração dos residentes para comparecerem às visitas de final de semana (“juniors” e “seniors”). O horário da visita será estabelecido pelos titulares responsáveis, conforme escala. • O coordenador/orientador (médico titular do Departamento) é o responsável pelo preparo das apresentações junto aos residentes, assim como, pela coordenação da reunião. • As reuniões terão o seguinte formato: • Apresentação de um caso previamente escolhido e preparado que representa o tema do dia, seguida da apresentação de um artigo científico relacionado. • Após a apresentação do artigo, serão apresentados os casos de pacientes internados e casos para decisão de conduta; Na apresentação dos casos, sempre que possível, os exames de imagem devem ser mostrados. • OBS: todos os residentes deverão estudar previamente o assunto do dia, pois serão convidados a comentar o tema sob seus diferentes aspectos: etiologia, quadro clínico, diagnóstico diferencial, história natural da doença, estadiamento, conduta (tratamento), taxas de sobrevida, aspectos do seguimento e atualidades. LEMBRETES 15 AVALIAÇÃO AFETIVA • relacionamento com colegas, pacientes e pessoal paramédico; • cuidados com o prontuário: anamnese, exame físico, observação dos protocolos, horário de prescrição; • cuidados com pacientes no pré e pós-operatório; • pontualidade: ambulatório, centro cirúrgico, atividades didáticas, atendimentos de emergência, plantões. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA AVALIAÇÃO COGNITIVA • exame dos pacientes; • atividades didáticas; • desempenho no ato cirúrgico. • desempenho na prova. OBS: Nota igual ou maior que 7 (sete) é pré-requisito para o residente candidatar-se ao estágio anual da especialidade no departamento (R3). Todos os titulares darão nota. Avaliação Peso Afetiva 3 Psicomotora 3 Cognitiva 4 CRITéRIOS DE AVALIAÇÃO DOS MéDICOS RESIDENTES 16 Médico Titular Afetiva Psicomotora Atividades didáticas Prova Média Média Média Nota Notas parciais Média x 3 Média x 3 (Média +Prova) / 2 x 4 Notas parciais x pesos Nota Final Soma das notas parciais x pesos / 10 RESIDENTE 17 PRePARO InTesTInAL O Departamento de Cirurgia Pélvica é responsável por um grande número de operações sobre o trato gastrointestinal. Por esta razão, decidiu-se pela padronização de uma forma de preparo intestinal de fácil execução, curta duração e baixa morbidade, com pouco desconforto para o paciente, a pequeno custo e com alta confiabilidade. O objetivo desse informe não é analisar as várias controvérsias relativas ao tema, mas sim o de relatar a padronização adotada no serviço. A seguir, encontramos um modelo de prescrição que poderá ser utilizado na maioria das vezes. A depender das condições clínicas e da patologia de cada paciente, as correções necessárias deverão ser feitas no sentido de evitar distúrbios volêmicos e metabólicos e garantir a eficácia do preparo. Modelo de prescrição - véspera da cirurgia: 1. Dieta líquida sem resíduos. Jejum após as 22h 2. SG 5% - 1000 ml } NaCl 20% - 20 ml } EV 8/8 hs. Início às 20h KCl 19,1%- 10 ml } 3. Medicações de uso prévio (conforme orientações da avaliação pré-anestésica) 4. Sintomáticos Observações: 1. O tipo de preparo intestinal (com manitol ou enteroclisma de solução glicerinada) deverá ser discutido com o médico titular do caso. 18 ReFeRênCIAs • Hayashi MS, WilsonSE. Is there a current role for preoperative non-absorbable oral antimicrobial agents for prophylaxis of infection after colorectal surgery? Surg Infect (Larchmt). 2009 Jun;10(3):285-8. Review • Pineda CE, Shelton AA, Hernandez-Boussard T, Morton JM, Welton ML. Mechanical bowel preparation in intestinal surgery: a meta-analysis and review of the literature. J Gastrointest Surg. 2008 Nov;12(11):2037- 44. Epub 2008 Jul 12. Review • Wille-Jørgensen P, Guenaga KF, Matos D, Castro AA. Pre-operative mechanical bowel cleansing or not? an updated meta-analysis. Colorectal Dis. 2005 Jul;7(4):304-10. Review • Guenaga KF, Matos D, Castro AA, Atallah AN, Wille-Jørgensen P. Mechanical bowel preparation for elective colorectal surgery. Cochrane Database Syst Rev. 2005 Jan 25;(1):CD001544. Review. Update in: Cochrane Database Syst Rev. 2009;(1) • Wille-Jørgensen P, Guenaga KF, Castro AA, Matos D. Clinical value of preoperative mechanical bowel cleansing in elective colorectal surgery: a systematic review. Dis Colon Rectum. 2003 Aug;46(8):1013-20. Review. • Guenaga KF, Matos D, Castro AA, Atallah AN, Wille-Jørgensen P. Mechanical bowel preparation for elective colorectal surgery. Cochrane Database Syst Rev. 2003;(2) • Muller-Stich BP, Choudhry A, Vetter G, Antolovic D, Mehrabi A, Köninger J, Weitz J, Büchler MW, Gutt CN. Preoperative bowel preparation: surgical standard or past? Dig Surg. 2006;23(5-6):375-80 19 UsO de AnTIbIóTICO O uso de antibióticos no Departamento de Cirurgia Pélvica obedece as regras gerais para uso de antibióticos em cirurgia. Duas situações distintas fazem parte da rotina: o uso profilático e o uso terapêutico. Para tanto, tem importância o conhecimento da flora bacteriana mais provável nos diferentes sítios cirúrgicos, assim como a classificação dos tipos de intervenções, a saber: • Limpa: sem falhas na assepsia; sem abertura de órgão muscular oco; • Potencialmente contaminada: com abertura de órgão muscular oco, sem derramamento de secreção; • Contaminada: falha na assepsia; abertura de órgão muscular oco com derramamento de secreção; presença de inflamação aguda, sem pus; • Infectada: presença de pus ou víscera perfurada. Adotando-se essa classificação, as taxas de infeção pós-operatória aproximam- se de 5%, 15%, 25% e 40%, respectivamente para intervenções limpas, potencialmente contaminadas, contaminadas e infectadas. Com base nos princípios mencionados, temos adotado a seguinte padronização em colaboração com a SCIH (Serviço de Controle de Infecção Hospitalar) de: 1. Cirurgias Limpas Não utilizar antibióticos. A depender das características do paciente e da operação, fazer profilaxia com Cefazolina (Kefazol). Os pacientes que apresentam fatores de risco classicamente associados a aumento na incidência de infecção (doença reumatóide, diabetes mellitus, idade avançada, obesidade, desnutrição, terapia imunossupressora, tempo prolongado de cirurgia), devem ser considerados para a realização de antibioticoprofilaxia. Os pacientes submetidos a cirurgias limpas com colocação de próteses devem receber profilaxia antibiótica segundo protocolo anexo 20 PROFILAXIA ANTIMICROBIANA EM CIRURGIA - PéLVIS CIRURGIA INDUÇÃO REPETIÇÃO DURAÇÃO INTRA-OP PóS-OP Orquiectomia NÃO INDICADO Postectomia NÃO INDICADO Varicocelecomia NÃO INDICADO Vasectomia NÃO INDICADO Nefrectomia CEFAZOLINA 2g EV 1g 4/4h INTRA-OP Orquiectomia com Colocação de Prótese CEFAZOLINA 2g EV 1g 4/4h 8/8h ATé 24h Prostatectomia Aberta CEFAZOLINA 2g EV 1g 4/4h INTRA-OP RTU da Próstata ou Bexiga CEFAZOLINA 2g EV 1g 4/4h INTRA-OP Prótese Peniana CEFUROXIMA 1,5g EV 750mg 4/4h 750mg 8/8h 48h Biópsia da Próstata Transretal CIPROFLOXACINA 500mg VO 2h antes 12/12h até 24h Estudos Urodinâmico de Alto Risco NORFLOXACINA 400mg VO 12/12h Até 24h Cirurgias com Manipulação de Intestino CEFOXITINA 2g EV 1g 2/2h 1g 6/6h Até 24h Ortopedia – Sem Material de Osteossintese CEFAZOLINA 2g EV 1g 4/4h INTRA-OP Ortopedia – Com Material de Osteossintese CEFAZOLINA 2g EV 1g 4/4h 8/8h Até 24h Fonte: SCIH Hospital A.C.Camargo 2010 21 1. Cirurgias Potencialmente Contaminadas Profilaxia com Cefoxitina sódica (Mefoxin) Pré-operatório: Cefoxitina (Mefoxin) - 1,0 g EV na indução anestésica. Trans-operatório: Cefoxitina (Mefoxin) - 1,0 g EV 6/6 h. Pós-operatório: Cefoxitina (Mefoxin) - 1,0 g EV 6/6 h. Suspender em 24 h. OBS: Para os pacientes em preparo intestinal, seguir a rotina padronizada (em anexo) 2 .Cirurgias Contaminadas e Infectadas (agente etiológico não conhecido) Uso terapêutico. A) Cirurgias colo-proctológicas Associar Ceftriaxone (Rocefin) e Metronidazol (Flagyl) Ceftriaxone (Rocefin) - 1,0 g EV 12/12h. Metronidazol (Flagyl) - 500 mg EV 8/8h. Iniciar quando do diagnóstico de contaminação ou achado de infecção. Manter por 7 dias até reavaliação ou identificação do agente etiológico. b) Cirurgias outras Iniciar antibioticoterapia empírica com base na maior probabilidade de atingir a flora bacteriana do sítio cirúrgico em questão. Reavaliar mediante identificação do agente etiológico e evolução clínica. 3. Infecções pós-operatórias e infecções em sítios não cirúrgicos: Iniciar antibioticoterapia empírica com base na maior probabilidade de atingir a flora bacteriana do sítio em questão. Antibioticoterapia dirigida por antibiograma mediante isolamento do agente etiológico. 22 Cuidados Com paCientes CirúrgiCos Cuidados pré-operatórios • Avaliação clínica e/ou pré-anestésica • Tipagem sanguínea • Exames específicos a depender da indicação clínica • Reserva de sangue e derivados • Reserva de UTI • Solicitar com antecedência materiais especiais: • Grampeadores mecânicos: circulares de 29 e 33 mm de diâmetro • Grampeadores lineares rígidos ou flexíveis de 30, 45 e 60 mm • Grampeadores lineares cortantes de 75 mm • Bolsas de colostomia de duas peças • Sistema fechado de drenagem por aspiração de baixa pressão • Jackson Pratt ou Blake • Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para procedimento terapêutico, diagnóstico e para coleta de material (Modelo próprio do Hospital) Cuidados com o prontuário no pré-operatório • Solicitar ao paciente ou responsável que assine o termo de responsabilidade padronizado pelo hospital (consentimento informado), contendo autorização para coleta de material biológico para banco de tumores e projeto genoma humano; • Checar se o prontuário encontra-se devidamente preenchido (história, antecedentes pessoais e familiares, interrogatório sobre os diversos aparelhos, exame físico, exame loco-regional) Cuidados Intra-operatórios • Antibioticoterapia profilática segundo padronização • Anticoagulação profilática • Medidas de prevenção de hipotermia Pós-operatório imediato • Deve ser prevista a necessidade de UTI, semi-intensivo ou enfermaria a depender da indicação clínica • Fisioterapia motora e respiratória • Exames laboratoriais de controle de acordo com a indicação clínica • Atenção com preenchimento do pedido de exame anatomopatológico e anotações no prontuário (nota operatória, prescrição, descrição da operação) Coleta de material • Avisar o departamento de patologia para coleta de material para o banco de tumores; • No caso de tumores de reto, nas lesões T3, o patologista deve medir a invasão do mesorreto em milímetros; • No caso de carcinoma de canal anal, colher material para pesquisa de HPV por ocasião da biópsia 23 Avaliação pré-anestésica Recomendação sumária de exames pré-operatórios Sem anteced. patólógicos Doença Cardiovasc. Doença renal Diabetes Doença pulmonar Doença do S.N.C. Doença Hepática H b / H t mulher = SIM homen = >40a média / gde porte SIM SIM SIM SIM SIM SIME. C .G . >40a SIM SIM SIM SIM SIM >40a Rx . d e Tx * >65a *Tabag. >20a maço *cirurgia de gde porte SIM *>65a * Tabag >20 a maço *cirurgia de gde porte * >65a *Tabag >20a maço *cirurgia de gde porte SIM * >65a * Tabag. >20a maço *cirurgia de gde porte * >65a * Tabag. >20a maço * cirurgia de gde porte G lic em ia de J ej um * >50a *cirurgia de gde porte * > 50a *cirurgia de gde porte * > 50a *cirurgia de gde porte SIM * >50a *cirurgia de gde porte SIM SIM U ré ia C re at in in a * >65a *cirurgia de gde porte SIM SIM * >65a *cirurgia de gde porte SIM * >65a *cirurgia de gde porte El et ró lit os Preparo de Cólon SIM SIM SIM Preparo de Cólon SIM Preparo de Cólon C oa gu lo gr am a Cirurgia de grande porte Cirurgia de grande porte Cirurgia de grande porte Cirurgia de grande porte Cirurgia de grande porte Cirurgia de grande porte SIM Obs.: Pacientes submetidos à RADIOTERAPIA torácica ou cervical: Raio X de Tórax e ECG Pacientes submetidos à QUIMIOTERAPIA recente: ECG, TGO,TGP, Hemograma,Coagulograma Pacientes que fazem uso de corticoesteróides : Glicemia e Eletrólitos Pacientes que fazem uso de anticoagulantes: Coagulograma e Hemograma Pacientes portadores de doença hepática: TGO e TGP ( além dos citados acima) Fonte: Departamento de Anestesia - Hospital A.C.Camargo 24 Pólipos e câncer colorretal: rastreamento e vigilância Detecção precoce de adenomas colorretais e câncer colorretal: diretrizes para o rastreamento na população de risco médio (indivíduos assintomáticos com idade ≥ 50 anos, sem fatores de riscos adicionais). Testes que detectam pólipos adenomatosos e câncer Intervalo Retossigmoidoscopia flexível (inserção até 40cm ou até a flexura esplênica) A cada 5 anos Colonoscopia A cada 10 anos Enema baritado de duplo contraste A cada 5 anos Colonografia por Tomografia A cada 5 anos Testes que primariamente detectam câncer Intervalo gPSOF de alta sensibilidade para câncer Anual FIT de alta sensibilidade para câncer Anual sDNA de alta sensibilidade para câncer Não definido 25 Diretrizes para rastreamento e vigilância para detecção precoce de adenomas colorretais e câncer na população de risco aumentado. (1) Risco aumentado – antecedente de pólipo em colonoscopia prévia A Pequenos pólipos hiperplásicos no reto Opções de rastrea- mento recomenda- das para população de médio risco. Seguir diretrizes da popu- lação de médio risco, exceto na polipose hiperplásica (seguimento mais intensivo) B 1 ou 2 adeno- mas com displasia de baixo grau Colonoscopia 5 a 10 anos após a polipectomia inicial Considerar fatores clínicos para determinação do inter- valo (colonoscopia prévia, história familiar, preferências do paciente e julgamento médico) C 3 a 10 adenomas ou 1 adenoma > 10mm ou componente viloso ou displasia de alto grau Colonoscopia 3 anos após a poli- pectomia inicial Os adenomas devem ter sido completamente removidos. Se colonoscopia de segui- mento revelar categoria (1)B, o intervalo de controle deve ser de 5 anos D > 10 adenomas em único exame Colonoscopia < 3 anos após a poli- pectomia inicial Considerar a possibilidade de síndrome familiar não diagnosticada E Adenomas sésseis removidos em “piece- meal” Colonoscopia em 2 a 6 meses para verificar se houve remoção completa Se remoção completa, o intervalo para colonosco- pia de vigilância deve ser individualizado com base no julgamento do endoscopista e do patologista Categoria Recomendação Comentário 26 (2) Risco aumentado – pacientes com câncer colorretal (CCR) A CCR c/ colonoscopia pré-op. incompleta Colonoscopia 3 a 6 me- ses após a ressecção se ausência de metástases irressecáveis; alternativa de colonoscopia intraop- eratória A CTC com contraste endovenoso ou EBDC são alternativas para avaliação pré-opera- toria B CCR c/ colonoscopia pré-op. completa e ressecções curativas Colonoscopia 1 ano após a ressecção (ou 1 ano após a colonoscopia realizada para avaliação completa do cólon) Após retossigmoidecto- mia por câncer de reto, avaliação para detecção de recidiva local em intervalos de 3 a 6 meses nos primeiros 2 a 3 anos. Se a colonoscopia de 1 ano for normal, o intervalo até o próximo exame é de 3 anos. Se a colonoscopia de 3 anos for normal, o intervalo até o próximo exame é de 5 anos. Na evidência de HNPCC ou achado de adenomas, seguir reco- mendação da categoria (3) Risco aumentado – história familiar A Câncer colorretal ou pólipos adenoma- tosos em um parente de 1º grau < 60 anos ou em dois ou mais parentes de 1º grau em qualquer idade Colonoscopia com início aos 40 anos ou 10 anos antes do caso mais jovem da família, a cada 5 anos Se colonoscopia de vigilância for normal, controle a cada 5 anos. Diante do colono- scopia alterada, seguir cat- egoria conforme o achado B Câncer colorretal ou pólipos adenoma- tosos em um parente de 1º grau ≥ 60 anos ou em dois parentes de 2º com câncer colorretal Colonoscopia ou outras opções de rastreamento recomendadas para população de mé- dio risco com início aos 40 anos Os indivíduos devem escol- her o teste para rastrea- mento Categoria Recomendação Comentário 27 Diretrizes para rastreamento e vigilância para detecção precoce de adenomas colorretais e câncer na população de alto risco. Alto risco A Diagnóstico molecular de FAP ou suspeita de FAP sem teste molecular Retossigmoidoscopia flexível anual para deter- minar se o indivíduo ex- pressa o fenótipo e para orientar aconselhamento genético e considerar teste genético Início entre 10 e 12 anos Se teste positivo, con- siderar colectomia B Diagnóstico molecular ou clínico de HNPCC ou indivíduos de reico aumentado para HNPCC Colonoscopia a cada 1 a 2 anos e aconselhamento para considerer teste genético Início entre 20 e 25 anos ou 10 anos antes do caso mais jovem da família O teste genético deve ser oferecido para os parentes de 1º grau de pessoas sabidamente portadoras de mutação herdada em genes de reparo do DNA Também deve ser oferecido quando a mutação não ainda não é conhecida na família, mas 1 de 3 dos critérios de Bethesda modificado está presente C Doença inflamatória intestinal, colite ulcerative crônica e colite de Crohn O risco de câncer começa a ser significante 8 anos após a instalação de pancolite ou 12 a 15 anos após a instalação da colite do cólon esquerdo Colonoscopia com bióp- sias para avaliar displasia a cada 1 a 2 anos Sugere-se que os pacientes sejam en- caminhados para vig- ilância em centros com experiência no manejo de doença inflamatória intestinal Categoria Recomendação Comentário 1. Levin B, Lieberman DA, McFarland B, et al. Screening and surveillance for the early detection of colorectal cancer and adenomatous polyps, 2008: a joint guideline from the American Cancer Society, the US Multi-Society Task Force on Colorectal Cancer, and the American College of Radiology. CA Cancer J Clin. 2008;58:130-160. 2. Smith RA, Cokkinides V, Brawley OW. Cancer screening in the United States, 2008: a review of current American Cancer Society guidelines and cancer screening issues. CA Cancer J Clin. 2008 May-Jun;58(3):161-79. Epub 2008 Apr 28. 3. Smith RA, Cokkinides V, Brawley OW. Cancer screening in the United States, 2009: a review of current American Cancer Society guidelines and issues in cancer screening. CA Cancer J Clin. 2009 Jan-Feb;59(1):27-41. 28adenoCarCinoma do Cólon doença loCorregional 29 Recidiva 30 Exames para diagnóstico e estadiamento • Colonoscopia com biópsia. Se colonoscopia incompleta, considerar colonografia por tomografia computadorizada com colonoscopia de controle até 6 meses após a cirurgia, ou colonoscopia intra-operatória. • Tomografia computadorizada ou ultrassonografia de abdome • Radiografia de tórax (frente e perfil) • Dosagem pré-operatória de CEA estadiamento (UICC 7ª ed. 2010 (CId-10 C18) TnM – Classificação Clínica TX T0 Tis T1 T2 T3 T4 O tumor primário não pode ser avaliado Não há evidência de tumor primário Carcinoma “in situ”: intra-epitelial ou invasão da lâmina própria 1 Tumor que invade a submucosa Tumor que invade a muscular própria Invasão além da muscular própria (subserosa, tecidos peri- colicos não peritonizados) Tumor que invade outros órgãos ou estruturas 2,3 e/ou que perfura o peritônio visceral T4a – perfura o peritôneo visceral T4b – invade diretamente outros órgãos ou estruturas NX N0 N1 N2 Os linfonodos regionais não podem ser avaliados Ausência de metástases em linfonodos regionais Metástases em 1 a 3 linfonodos regionais N1a – 1 linfonodo N1b – 2 a 3 linfonodos N1c – nódulo satélite subseroso, sem comprometimento linfonodal regional4 Metástases em 4 ou mais linfonodos regionais N2a – 4 a 6 linfonodos N2b – 7 ou mais linfonodos M0 M1 Ausência de metástase à distância Presença de metástase à distância M1a – Um órgão M1b – Mais de um órgão ou peritôneo 31 pTnM – Classificação Patológica G – Graduação Histopatológica notas 1 Tis inclui as células neoplásicas confinadas à membrana basal glandular (intra- epitelial) ou à lâmina própria (intramucoso), sem extensão pela muscularis mucosae e sem alcançar a submucosa. 2 No T4, a invasão direta inclui a invasão de outros segmentos do cólon e reto através da serosa. 3 O tumor que é aderente a outros órgãos ou estruturas, macroscopicamente, é classificado como cT4b. Entretanto, não existindo tumor na aderência, microscopicamente, a classificação deve ser pT1-4a, de acordo com a profundidade de invasão na parede intestinal. 4 Um nódulo peritumoral satélite no tecido adiposo pericolônico sem evidência histológica de linfonodo residual pode representar disseminação discontínua, invasão venosa com extensão extra-vascular (V1/2), ou substituição completa de linfonodo (N1/2). Linfonodos substituidos por tecido neoplásico devem ser contados separadamente como linfonodos positivos na categoria N, enquanto disseminação discontínua ou invasão venosa devem ser classificados e contados na categoria Tumor Deposit (TD). Se depósitos tumorais são observados em lesões classificadas como T1 ou T2, os nódulos devem ser registrados na categoria TD, e como comprometimento linfonodal N1c. 1 Pacientes pN0 com número de linfonodos examinados inferior a 10 - 14 devem ser avaliados individualmente quanto à necessidade de tratamento adjuvante. As categorias pT, pN e pM correspondem às categorias T, N e M. pN0 O exame histológico do espécime de uma linfadenectomia regional incluirá, geralmente, pelo menos 10 a 14 linfondos. Se os linfonodos são negativos, mesmo que o número usualmente examinado não seja encontrado, classifica-se como pN0.1 GX G1 G2 G3 G4 Grau de diferenciação não pode ser avaliado Bem diferenciado Moderadamente diferenciado Pouco diferenciado Indiferenciado 32 Grupamento por estádios Quimioterapia adjuvante – alternativas Estádio II de alto risco 1. “Mayo Clinic”- 5FU 425 mg/m2 D1 a D5 em bolus, Leucovorin 20 mg/m2 D1 a D5 bolus, repetir a cada 21 ou 28 dias, por 6 ciclos 2. Capecitabina (Xeloda) – 2.000 mg/m2/dia, VO, D1 a D14 em duas tomas diárias, repetir a cada 21 dias, por 6 ciclos. Considerar redução de dose em pacientes idosos. Estádio III 1. mFOLFOX – 5FU 2.400 mg/m2 D1, infusão de 46 h, 5FU 400 mg/m2 D1, Leucovorin 400 mg/m2 D1, concomitante Oxaliplatina 85 mg/m2 D1, em 2h, repetir a cada 15 dias por 12 ciclos (6 meses) *Esquema de XELOX ou bFOL podem ser empregados em situações específicas. 0 I IIA IIB IIC IIIA IIIB IIIC IVA IVB Tis T1,2 T3 T4a T4b T1,2 T 1 T3,4a T2,3 T1,2 T4a T3-T4a T4b Qualquer T Qualquer T N0 N0 N0 N0 N0 N1/N1c N2a N1/N1c N2a N2b N2a N2b N1-N2 Qualquer N Qualquer N M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M1a M1b 33 Outras opções de QT para doença avançada I. esquemas de Primeira Linha 1. mFOLFOX6 - 5FU 2.400 mg/m2 D1, infusão de 46 h, 5FU 400 mg/m2 D1, Leucovorin 400 mg/m2 D1, concomitante Oxaliplatina 85 mg/m2 D1, em 2h, repetir a cada 15 dias por 12 ciclos ou 1. FOLFIRI (5FU 180 mg/m2 D1, em 2h, Leucovorin 200 mg/m2 D1, em 2h, 5FU 400 mg/m2 D1, em bolus, 5FU 2.400 a 3.000 mg D1 em 46 h, repetir a cada 15 dias, por 12 ciclos 2. Bevacizumabe (Avastin) – associado aos esquemas acima na dose de 5 mg/ kg a a cada 15 dias. II. Outras opções na primeira linha: XELOX, bFOL, IFL, todos dispensam o uso do infusor portátil. III. esquemas de segunda Linha 1. Pacientes tratados com Oxaliplatina na primeira linha devem receber esquema contendo Irinotecano e pacientes que receberam Irinotecano na primeira linha devem receber Oxaliplatina Esquemas: mFOLFOX6 e FOLFIRI a cada 15 dias, por 12 ciclos 2. Sem uso prévio de Bevacizumabe – opção de empregar Bevacizumabe associado a mFOLFOX ou FOLFIRI 3. K-ras selvagem – Opção de empregar Cetuximabe (Erbitux 400 mg/m2 na semana 1, e 250 mg/m2 semanal) associado a FOLFIRI ou IFL IV. esquemas de Terceira Linha 1. Xeloda 2.000 mg/m2 D1 a D14, a cada 21 dias. 2. Raltitrexate 3 mg/m2 a cada 21 dias 3. IFL + Cetuximabe (k-ras selvagem + sem uso prévio de Cetuximabe) 34 1º e 2º anos 3º ao 5º ano > 5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese e EF X X X X X X X X CEA X X X X X seguimento estádio I estádios II, III e IV tratado com intenção curativa Colonoscopia A primeira colonoscopia de seguimento deve ser realizada um ano após o exame pré-operatório completo. Em caso de exame normal, o exame seguinte deve ser realizado com intervalo de três anos e, após, a cada 5 anos. 1º e 2º anos 3º ao 5º ano > 5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese e EF X X X X X X X X CEA X X X X X X X Rx de tórax X X X X X USG ou TC abdome X X X X X 35 Leituras sugeridas 1. Rossi BM, Nakagawa WT, Ferreira FO, Aguiar Junior S, Lopes A. Câncer de Cólon, Reto e ânus. São Paulo: Lemar e Tecmedd Editoras, 2004. 2. Nelson H, Petrelli N, Carlin A, Couture J, Fleshman J, Guillem J, et al. Guidelines 2000 for colon and rectal surgery. J Natl Cancer Inst 2001;93:583-96. 3. Kemeny N, Saltz L, Cohen A. Adjuvant therapy of colorectal cancer. Surg Oncol Clin of N Am 1997; 6: 699-723. 4. Ragnhammar P, Halfström L, Nygrem P, Glimelius B. A systematic overview of chemotherapy effects in colorectal cancer. Acta Oncologica 2001;40: 282-308. 5. Greene FL, Page DL, Fleming ID, Fritz AG, Balch CM, Haller DG, Morrow M. AJCC Staging Manual. 6th ed. New York: Springer-Verlag, 2002. 6. Vieira RA, Lopes A, Almeida PA, Rossi BM, Nakagawa WT, Ferreira FO, Melo CA. Prognostic factors in locally advanced colon cancer treated by extended resection. Rev Hosp Clin Fac Med São Paulo 2004; 59: 361-8. 7. Aguiar Jr S, Lopes A, Soares FA, Rossi BM, Ferreira FO, Nakagawa WT, Carvalho AL, David Filho WJ. Prognostic and predictive value of the thymidylate synthase expression in non-metastatic colorectal cancer. In press. Eur J Surg Oncol 2005. 8. Aguiar Jr S, Lopes A, Lima ACA, Ferreira FO, Rossi BM. Valor prognóstico da invasão vascular linfática emcâncer coloretal. In: XXVI Congresso Brasileiro de Cirurgia. Rev Col Bras Cir 2005; 32: 329. 9. Rex DK, Kahi CJ, Levin B. Guidelines for colonoscopy surveillance after cancer resection: A consensus update by the American Cancer Society and US Multi-Society Task Force on colorectal cancer. CA Cancer J Clin 2006;56;160-167. 36 doença locorregional OBS1: Os pacientes com lesões pT1,2 pN0 (ECI) são incluídos no grupo de baixo risco, independentemente das demais variáveis. OBS2: Serão considerados candidatos para ressecção local os portadores de lesões do reto baixo que reúnam as seguintes características: T1, bem diferenciado, tamanho até 3cm, sem embolização vascular sangüínea, sem embolização vascular linfática, sem invasão perineural e sem componente úlcero-vegetante. adenoCarCinoma do reto 37 doença Metastática RT: radioterapia; QT: quimioterapia. * Considerar QT em casos de tumor primário pouco sintomático 38 doença locorregional 39 exames para diagnóstico e estadiamento • Colonoscopia com biópsia. Se colonoscopia incompleta, considerar colonografia por tomografia computadorizada com colonoscopia de controle até 6 meses após a cirurgia, ou colonoscopia intra-operatória. • Tomografia computadorizada de abdome e pelve • Radiografia de tórax (frente e perfil) • Ultrassonografia endorretal ou Ressonância Nuclear Magnética com bobina endorretal, se necessário. Na opção por ressecção local, um dos exames torna-se obrigatório. • Dosagem pré-operatória de CEA Tratamento pré-operatório Quimioterapia neoadjuvante Esquema 1 (Radioterapia = 5040 cGy) 5-Fluorouracil 1g/m2/dia por 5 dias infusão contínua de 120h; 1ª e 5ª semanas de radioterapia Esquema 2 (radioterapia = 4500 cGy) 5-Fluorouracil 350mg/m2/dia + Ac. folínico 20mg/m2/dia por 5 dias 1ª e 5ª semanas de radioterapia Radioterapia neoadjuvante • Dose: 4500cGy / 5040 cGy • Fracionamento: 180cGy/dia, cinco vezes por semana • Tempo de tratamento: 25 a 28 dias úteis • Composição de campos: 4 campos, 2 AP=PA e 2 laterais, com filtros • Limites dos campos: inferior – protuberância isquiática; superior – transição L5-S1; lateral superior – 1cm acima da borda superior do sacro; lateral inferior – borda posterior da sínfese púbica Controle e avaliação de resposta ao tratamento neoadjuvante 1. Exames clínico e laboratorial periódicos para monitorizar os efeitos colaterais e adversos 2. Exame proctológico com biópsia 15 a 30 dias após o término do tratamento neoadjuvante. Mesmo em caso de resposta completa endoscópica, biopsiar o sítio primário de lesão. 3. Programar a cirurgia para 30 a 60 dias após o término do tratamento neoadjuvante 4. A repetição de exames para re-estadiamento após o tratamento neoadjuvante fica a cargo do investigador, porém, de maneira geral não é necessária. 40 estadiamento (UICC 7ª ed. 2010 (CId-10 C20) TnM – Classificação Clínica notas 1 Tis inclui as células neoplásicas confinadas à membrana basal glandular (intra-epitelial) ou à lâmina própria (intramucoso), sem extensão pela muscularis mucosae e sem alcançar a submucosa. 2 No T4, a invasão direta inclui a invasão de outros segmentos do cólon e reto através da serosa. 3 O tumor que é aderente a outros órgãos ou estruturas, macroscopicamente, é classificado como cT4b. Entretanto, não existindo tumor na aderência, microscopicamente, a classificação deve ser pT1-4a, de acordo com a profundidade de invasão na parede intestinal. 4 Um nódulo peritumoral satélite no tecido adiposo pericolônico sem evidência TX T0 Tis T1 T2 T3 T4 O tumor primário não pode ser avaliado Não há evidência de tumor primário Carcinoma “in situ”: intra-epitelial ou invasão da lâmina própria 1 Tumor que invade a submucosa Tumor que invade a muscular própria Invasão além da muscular própria (subserosa, tecidos peri-colicos não peritonizados) Tumor que invade outros órgãos ou estruturas 2,3 e/ou que perfura o peritônio visceral T4a – perfura o peritôneo visceral T4b – invade diretamente outros órgãos ou estruturas NX N0 N1 N2 Os linfonodos regionais não podem ser avaliados Ausência de metástases em linfonodos regionais Metástases em 1 a 3 linfonodos regionais N1a – 1 linfonodo N1b – 2 a 3 linfonodos N1c – nódulo satélite subseroso, sem comprometimento linfon- odal regional4 Metástases em 4 ou mais linfonodos regionais N2a – 4 a 6 linfonodos N2b – 7 ou mais linfonodos M0 M1 Ausência de metástase à distância Presença de metástase à distância M1a – Um órgão M1b – Mais de um órgão ou peritôneo 41 histológica de linfonodo residual pode representar disseminação discontínua, invasão venosa com extensão extra-vascular (V1/2), ou substituição completa de linfonodo (N1/2). Linfonodos substituidos por tecido neoplásico devem ser contados separadamente como linfonodos positivos na categoria N, enquanto disseminação discontínua ou invasão venosa devem ser classificados e contados na categoria Tumor Deposit (TD). Se depósitos tumorais são observados em lesões classificadas como T1 ou T2, os nódulos devem ser registrados na categoria TD, e como comprometimento linfonodal N1c. pTnM – Classificação Patológica 1 Pacientes pN0 com número de linfonodos examinados inferior a 10 - 14 devem ser avaliados individualmente quanto à necessidade de tratamento adjuvante. G – Graduação Histopatológica As categorias pT, pN e pM correspondem às categorias T, N e M. pN0 O exame histológico do espécime de uma linfadenectomia regional incluirá, geralmente, pelo menos 10 a 14 linfondos. Se os linfonodos são negativos, mesmo que o número usualmente examinado não seja encon- trado, classifica-se como pN0.1 GX G1 G2 G3 G4 Grau de diferenciação não pode ser avaliado Bem diferenciado Moderadamente diferenciado Pouco diferenciado Indiferenciado 42 0 I IIA IIB IIC IIIA IIIB IIIC IVA IVB Tis T1,2 T3 T4a T4b T1,2 T 1 T3,4a T2,3 T1,2 T4a T3-T4a T4b Qualquer T Qualquer T N0 N0 N0 N0 N0 N1/N1c N2a N1/N1c N2a N2b N2a N2b N1-N2 Qualquer N Qualquer N M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M0 M1a M1b Grupamento por estádios Tratamento pós-operatório Quimioterapia adjuvante Esquema 1: quando radioterapia neoadjuvante = 5040cGy 5-Fluorouracil 500mg/m2/dia por 5 dias EV em bolus; 4 ciclos ou Esquema 2: quando radioterapia neoadjuvante = 4500 cGy 5-Fluorouracil 350mg/m2/dia + ácido folínico 20mg/m2/dia por 5 dias; 4 ciclos Quimioterapia + Radioterapia adjuvantes Esquemas de quimioterapia concomitante à Radioterapia para tumores de reto médio e baixo. 1. 5FU 1.000 mg/m2 D1 a D5 e D29 a D33, infusão contínua em 24 horas, durante radioterapia pré ou pós operatória Esquemas alternativos que não requerem catéter central – 5FU 350 mg/m2 + Leucovorin 20 mg/m2 D1 a D5, bolus, na primeira e última semana da radioterapia. Quimioterapia adjuvante pós quimioradioterapia e/ou cirurgia para tumores de reto médio e baixo. 43 1. Tumores de alto risco (pT4, N+) – empregar mFOLFOX6 por 12 ciclos ( 8 ciclos se recebeu quimioterapia neoadjuvante concomitante radioterapia) 2. Tumores de baixo risco ( estádio II de alto risco) – considerar apenas 5FU + Leucovorin (esquema de Mayo Clinic) por 4 ciclos Outras opções de QT para doença avançada I. Esquemas de Primeira Linha 1. mFOLFOX6 - 5FU 2.400 mg/m2 D1, infusão de 46 h, 5FU 400 mg/m2 D1, Leucovorin 400 mg/m2 D1, concomitante Oxaliplatina 85 mg/m2 D1, em 2h, repetir a cada 15 dias por 12 ciclos ou 2. FOLFIRI (5FU 180 mg/m2 D1, em 2h, Leucovorin 200 mg/m2 D1, em 2h, 5FU 400 mg/m2 D1, em bolus, 5FU 2.400 a 3.000 mg D1 em 46 h, repetir a cada 15 dias, por 12 ciclos Bevacizumabe (Avastin) – associadoaos esquemas acima na dose de 5 mg/kg a a cada 15 dias. II. Outras opções na primeira linha: XELOX, bFOL, IFL, todos dispensam o uso do infusor portátil. III. Esquemas de Segunda Linha Pacientes tratados com Oxaliplatina na primeira linha devem receber esquema contendo Irinotecano e pacientes que receberam Irinotecano na primeira linha devem receber Oxaliplatina Esquemas: mFOLFOX6 e FOLFIRI a cada 15 dias, por 12 ciclos Sem uso prévio de Bevacizumabe – opção de empregar Bevacizumabe associado a mFOLFOX ou FOLFIRI K-ras selvagem – Opção de empregar Cetuximabe (Erbitux 400 mg/m2 na semana 1, e 250 mg/m2 semanal) associado a FOLFIRI ou IFL IV. Esquemas de Terceira Linha Xeloda 2.000 mg/m2 D1 a D14, a cada 21 dias. Raltitrexate 3 mg/m2 a cada 21 dias IFL + Cetuximabe (k-ras selvagem + sem uso prévio de Cetuximabe) Radioterapia adjuvante • Indicação: pacientes de alto risco que não receberam radioterapia neoajuvante (vide fluxograma) • Dose: 4500 cGy na pelve e 5040 cGy localizado no leito tumoral • Fracionamento: 180 cGy por dia, cinco vezes por semana 44 • Tempo de tratamento: 28 dias úteis • Composição: 3 ou 4 campos • 3 campos em casos de colostomia dentro dos campos AP=PA • Limites dos campos: considerar a cirurgia realizada e a extensão de doença: • Ressecção anterior: os mesmos limites da RT pré-operatória • Ressecção abdominoperineal: extensão dos limites para inclusão da cicatriz • Extensão para vagina na mulher e próstata no homem: extensão anterior dos campos laterais para inclusão dos linfonodos ilíacos externos 1º e 2º anos 3º ao 5º ano > 5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese e EF X X X X X X X X CEA X X X X X seguimento estádio I esádios II, III e IV tratado com intenção curativa 1º e 2º anos 3º ao 5º ano > 5 anos > 10 anos meses 3 6 9 12 6 12 12 12 Anamnese e EF X X X X X X X X CEA / Ca 19-9 X X X X X X X Rx de tórax X X X X X USG ou TC abdome X X X X X 45 Colonoscopia A primeira colonoscopia de seguimento deve ser realizada um ano após o exame pré-operatório completo. Em caso de exame normal, o exame seguinte deve ser realizado com intervalo de três anos e, após, a cada 5 anos. Leituras sugeridas 1. Rossi BM, Nakagawa WT, Ferreira FO, Aguiar Junior S, Lopes A. Câncer de Cólon, Reto e ânus. São Paulo: Lemar e Tecmedd Editoras, 2004. 2. Laurent A, Parc Y, McNamara D, Parc R, Tiret E. Colonic J-pouch-anal anastomosis for rectal cancer: a prospective, randomized study comparing handsewn vs. stapled anastomosis. Dis Colon Rectum. 2005 Apr;48(4):729-34. 3. Marijnen CA, Nagtegaal ID, Kapiteijn E, Kranenbarg EK, Noordijk EM, van Krieken JH, van de Velde CJ, Leer JW; Cooperative investigators of the Dutch Colerectal Cancer Group. Radiotherapy does not compensate for positive resection margins in rectal cancer patients: report of a multicenter randomized trial. Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2003 Apr 1;55(5):1311-20. 4. Kerr DJ, McArdle CS, Ledermann J, Taylor I, Sherlock DJ, Schlag PM, Buckels J, Mayer D, Cain D, Stephens RJ; Medical Research Council’s colorectal câncer study group; European Organisation for Research and Treatment of Cancer colorectal cancer study group. Intrahepatic arterial versus intravenous fluorouracil and folinic acid for colorectal cancer liver metastases: a multicentre randomised trial. Lancet. 2003 Feb 1;361(9355):368-73. 5. Ho YH, Brown S, Heah SM, Tsang C, Seow-Choen F, Eu KW, Tang CL. Comparison of J-pouch and coloplasty pouch for low rectal cancers: a randomized, controlled trial investigating functional results and comparative anastomotic leak rates. Ann Surg. 2002 Jul;236(1):49-55. 6. Nagawa H, Muto T, Sunouchi K, Higuchi Y, Tsurita G, Watanabe T, Sawada T. Randomized, controlled trial of lateral node dissection vs. nerve-preserving resection in patients with rectal cancer after preoperative radiotherapy. Dis Colon Rectum. 2001 Sep;44(9):1274-80. 7. Ho YH, Seow-Choen F, Tan M. Colonic J-pouch function at six months versus straight coloanal anastomosis at two years: randomized controlled trial. World J Surg. 2001 Jul;25(7):876-81. 8. Martling A, Holm T, Johansson H, Rutqvist LE, Cedermark B; Stockholm Colorectal Cancer Study Group. The Stockholm II trial on preoperative radiotherapy in rectal carcinoma: long-term follow-up of a population- based study. Cancer. 2001 Aug 15;92(4):896-902. 9. Kapiteijn E, Marijnen CA, Nagtegaal ID, Putter H, Steup WH, Wiggers T, Rutten HJ, Pahlman L, Glimelius B, van Krieken JH, Leer JW, van de Velde CJ; Dutch Colorectal Cancer Group. Preoperative radiotherapy combined with total mesorectal excision for resectable rectal cancer. N Engl J Med. 2001 Aug 30;345(9):638-46. 10. Salerno G, Daniels I, Heald RJ, Brown G, Moran BJ. Management and imaging of low rectal carcinoma. Surg Oncol. 2004 Aug-Nov;13(2-3):55-61. 11. Gerard JP, Romestaing P, Chapet O. 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O’Connell MJ, Martenson JA, Wieand HS, Krook JE, Macdonald JS, Haller DG, Mayer RJ, Gunderson LL, Rich TA. Improving adjuvant therapy for rectal cancer by combining protracted-infusion fluorouracil with radiation therapy after curative surgery. N Engl J Med. 1994 Aug 25;331(8):502-7. 45. Rex DK, Kahi CJ, Levin B. Guidelines for colonoscopy surveillance after cancer resection: A consensus update by the American Cancer Society and US Multi-Society Task Force on colorectal cancer. CA Cancer J Clin 2006;56;160-167. 48 Introdução As estratégias de investigação e acompanhamento da família de um indivíduo portador de câncer colorretal (CCR) estão diretamente ligadas ao risco estimado de desenvolvimento de neoplasias, seja de sítio primário colônico ou extra-colônico. Por sua vez, a estimativa do risco de neoplasias dentro de uma determinada família depende de fatores clínicos, patológicos e moleculares do próprio indivíduo com câncer e de seus antecedentes familiares: existência ou não de outros membros acometidos por neoplasia, número e grau de parentesco de indivíduos acometidos. Estratificar estas categorias de risco familiar é fundamental para planejar o manejo específico de cada grupo. O diagnóstico de indivíduos assintomáticos, portadores de mutações que aumentam o risco de neoplasias, pode trazer grandes conseqüências em várias esferas da vida, sejam elas psicológicas, sociais ou econômicas; portanto, a utilização de testes genéticos de predisposição necessita ser precedida de um amplo aconselhamento de risco, ou seja, esclarecimento da confiabilidade e da limitação do teste, do significado do resultado e das condutas que podem ser tomadas a partir dele, sempre com o consentimento informado do paciente em questão. Ainda em relação à investigação de mutações, é necessário lembrar que existem várias metodologias para a pesquisa das mesmas, cada uma com determinado grau de acurácia; pela extensão e diversidade destas técnicas, elas não serão explicitadas neste texto. Classificação das famílias As famílias de indivíduos portadores de CCR podem ser classificadas em três grupos de risco: aquelas que se encaixam nos critérios de síndromes hereditárias definidas e típicas; aquelas suspeitas de hereditariedade, chamadas de agregação familiar de câncer; e aquelas sem qualquer suspeita de hereditariedade. síndromes hereditárias Nesta categoria encontram-se várias síndromes que podem cursar com o fenótipo de CCR, entre elas: • Polipose adenomatosa familiar (FAP – Familial Adenomatous Polyposis) • Câncer colorretal hereditário sem polipose ou síndrome de Lynch (HNPCC – Hereditary Nonpolyposis Colorectal Cancer) • Polipose juvenil (JUP – Juvenile Polyposis) • Síndrome de Peutz-Jeghers (PJS – Peutz-Jeghers Syndrome) Polipose Adenomatosa Familiar – FAP A FAP é uma doença autossômica dominante, com penetrância próxima a 100% entre a segunda e terceira décadas de vida. é causada por uma mutação germinativa no gene APC (adenomatous polyposis coli), um gene supressor de tumor situado tumores Colorretais hereditários 49 no cromossomo 5q21. A FAP representa menos de 1% dos casos de CCR. Os indivíduos acometidos apresentam múltiplos adenomas no cólon, geralmente mais de 100, podendo chegar a milhares (existe uma variante atenuada onde esse número pode ser menor). Pacientes com FAP invariavelmente desenvolvem CCR, geralmente em torno dos 45 anos de idade. Ocorrem também várias manifestações extra-colônicas, entre as quais ressaltamos os tumores desmóides abdominais, as neoplasias de intestino delgado e de trato digestivo alto, os osteomas e a hipertrofia congênita do epitélio pigmentado retiniano (CHRPE). Em virtude da alta penetrância, o diagnóstico é feito pelo achado de múltiplos pólipos adenomatosos colônicos. A mutação causadora da predisposição da FAP pode ser confirmada pela pesquisa de mutações no gene APC. Pessoas pertencentesa famílias com FAP devem ser rastreadas com sigmoidoscopias a partir da puberdade. Em caso de pólipos, deve-se indicar a colonoscopia para investigação de todo o cólon e planejamento de cirurgia, que pode ser a colectomia total com anastomose ileorretal ou a proctocolectomia total com bolsa ileal e anastomose anal. A remoção do reto está indicada quando existem muitos pólipos ou em casos de mutação agressiva no gene APC (existe maior risco de malignização em mutações entre os Codons 1250 e 1464). Além disso, se o reto for preservado, o paciente deve realizar exames endoscópicos de seguimento, pois o risco de malignização do coto retal varia de 12% a 20%, em 20 anos. Indivíduos que não apresentam adenomas colônicos não são portadores de FAP, pois a penetrância é praticamente total, podendo ser dispensados do seguimento intensivo. A idade em que é indicada a ressecção colônica baseia-se em dados objetivos, tais como: idade de surgimento dos pólipos, idade de transformação dos pólipos em outros membros da família, sinais e sintomas apresentados pelo paciente, risco de neoplasia com base em colonoscopias e biópsias periódicas, tipo de mutação específica identificada naquele paciente/família. Considerando-se as apresentações fenotípicas mais comuns da FAP, a colectomia pode ser indicada inicialmente entre os 15 e 25 anos, pois o risco de câncer aos 25 anos está entre 3,3% e 6%. Segundo dados do Leeds Castle Polyposis Group a ocorrência de CCR antes dos 20 anos é rara, sendo que apenas um caso está descrito antes dos 15 anos. Com a realização de colectomias nos pacientes portadores de FAP, houve uma mudança na evolução da doença, sendo, atualmente, as principais causas de morte as neoplasias de coto retal, os tumores desmóides e as neoplasias gastroduodenais. Isto ressalta a importância de também se investigar estes outros órgãos, através de endoscopias digestivas altas (EDA) e exames de imagem abdômino-pélvicos. A periodicidade e o início destes exames depende do perfil específico da síndrome na família e de achados de exames prévios. Em relação ao trato digestivo superior, alguns autores recomendam o início do seguimento aos 20 anos e repetir as EDAs em intervalos variando de 1 a 3 anos, dependendo do acometimento gastroduodenal encontrado. 50 esquema de seguimento de indivíduos de famílias com FAP Correlação genótipo-fenótipo Em virtude de seu custo e disponibilidade, a pesquisa da mutação no gene APC é relativamente restrita em nosso meio. Além de obviamente explicitar o diagnóstico da mutação, este exame também fornece informações sobre a correlação genótipo- fenótipo, que pode dirigir os exames de seguimento e determinar condutas de tratamento. Local da mutação do APC (códon) Fenótipo mais comumente associado <436, >1597 479-1700, >1051 463-1444 1445-1578 >1250, 1309 >1256 FAP atenuada Adenomas de duodeno Hipertrofia congênita do epitélio pigmentar retiniano Tumores desmóides Curso agressivo, CCR precoce Cistos, desmóides, osteomas, anormalidades dentárias 51 Pesquisa de predisposição genética na FAP O teste genético de predisposição deve ser realizado inicialmente em um indivíduo sabidamente portador FAP, e, após a mutação ter sido identificada, pode ser aplicado aos outros membros da família. Error! Objects cannot be created from editing field codes. Câncer colorretal hereditário sem polipose – HnPCC O HNPCC é uma síndrome hereditária autossômica dominante, associada a mutações em genes de reparo do DNA, representando entre 5% e 7% de todas os casos de CCR. Os indivíduos portadores da predisposição genética apresentam risco em torno de 70% a 80% de desenvolvimento de CCR durante a vida. A idade média de aparecimento é de 44 anos, com preferência para o lado direito do cólon em 60% a 80% dos casos, cursando com lesões sincrônicas ou metacrônicas em 45% das vezes. O risco de mulheres desenvolverem carcinoma de endométrio está entre 39% e 43%. Outras neoplasias estão associadas ao HNPCC: ureter e pelve renal, intestino delgado, estômago, sistema biliar, pâncreas, entre outras. Os critérios de diagnóstico do HNPCC são definidos por consensos internacionais conhecidos como Critérios de Amsterdam I e II . Critérios de Amsterdam I • Pelo menos 3 membros da mesma família com CCR • Um dos membros deve ser parente em 1º grau dos outros dois • Acometimento de pelo menos duas gerações sucessivas • Um dos membros deve ter menos de 50 anos na data do diagnóstico • Deve ser excluído o diagnóstico de FAP • Confirmação anatomopatológica de CCR Critérios de Amsterdam II • Critério se Amsterdam I, podendo os 3 membros da mesma família serem portadores de tumores de endométrio, intestino delgado, ureter ou pelve renal, além do CCR Diferente da FAP, com centenas de adenomas colônicos, no HNPCC não existe manifestação fenotípica que identifique indivíduos portadores da predisposição genética. Por isso, no HNPCC, é de extrema importância a identificação molecular dos portadores de predisposição genética antes do desenvolvimento de câncer. Para tanto, deve-se testar inicialmente um familiar com CCR, de preferência o mais jovem da família. Se a mutação for identificada no probando (resultado positivo), 52 o teste pode ser aplicado aos outros membros da família. Os principais genes de reparo estudados são o hMSH2, o hMLH1 e o hMSH6, responsáveis por cerca de dois terços das causas de HNPCC. Os indivíduos portadores da mutação devem ser seguidos com colonoscopia anual ou bianual a partir dos 20 ou 25 anos; outros exames que devem ser realizados são: ginecológico com ultrassom transvaginal, EDA, exames de imagem do abdome e pelve (ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética), CA125 e citologia urinária. A idade de início e a periodicidade (anual ou bianual) dependem do perfil que a síndrome apresenta em cada família. Exceto com relação à investigação do endométrio, na mulher, existem controvérsias sobre o real benefício desses exames no diagnóstico precoce de tumores extra-colônicos no HNPCC. Indivíduos sem mutação não são submetidos a um seguimento intensivo, com risco semelhante à população. Caso não seja possível identificar a mutação no probando (resultado inconclusivo), não há como testar os demais familiares, e, assim sendo, todos os membros dessa família estão sob risco e devem ser acompanhados como se fossem portadores da mutação. Quando o teste de predisposição não é realizado, da mesma forma, todos os membros dessa família estão sob risco e devem ser acompanhados como se fossem portadores da mutação. Pesquisa de predisposição genética e seguimento em famílias com HnPCC com mutações já identificadas no probando 53 sugestão para investigação de predisposição genética em pacientes com CCR e suspeita de HnPCC Critérios de bethesda • Indivíduos com dois tumores relacionados ao HNPCC (CCR, endométrio, ovário, estômago, trato hepato-biliar, intestino delgado, ureter/pelve renal) • Indivíduos portadores de CCR com parente de 1º grau com CCR e/ou tumores relacionados ao HNPCC (<45 anos) e/ou adenomas colorretais (<40 anos) • Indivíduos com CCR ou câncer de endométrio (<45 anos) • Indivíduos com CCR de cólon D (<45 anos) padrão histológico indiferenciado (padrão cribiforme) • Indivíduos com CCR (<45 anos) padrão histológico em anel de sinete (> 50%) • Indivíduos com adenomas colorretais (<40 anos) 54 Agregação familiar de câncer Pertencem a este grupo as famílias que não podem ser caracterizadas em nenhuma das síndromes acima descritas, porém, possuem alguma singularidade suspeita de hereditariedade. Sabe-se que existe um aumento do risco de desenvolvimento de câncer nos familiares de indivíduos portadores de CCR, podendo variar de 1,72 a 5,37 vezes em relação à população geral, dependendo da idade em que o indivíduoafetado desenvolveu CCR. Existe uma ampla variedade de características, abrangendo desde associações de neoplasias aparentemente sem origem genética, até Critérios de Amsterdam quase completos. Provavelmente a agregação familiar de CCR seja resultado da combinação de genes de baixa penetrância e exposições ambientais. Esse grupo de pacientes representa cerca de 20% dos casos de CCR. Os Critérios de Bethesda caracterizam uma boa parte desses indivíduos, indicando a pesquisa de instabilidade de microssatélites mas não fechando, por si só, o diagnóstico clínico de HNPCC, como os critérios de Amsterdam. (MSI-mutações em pequenas seqüências repetidas de DNA causadas por defeito nos genes de reparo do DNA, ou seja, um indício indireto de HNPCC), Indivíduos e suas famílias classificados neste grupo devem ser investigados de maneira mais intensiva que a população geral, porém, não existe padronização do seguimento. Em virtude da maior chance de desenvolver neoplasias, indivíduos desse grupo devem iniciar o rastreamento com colonoscopias a partir dos 40 anos, ou 10 anos antes da idade de acometimento do CCR do indivíduo mais jovem da família, e repetir o exame a cada 5 anos, a depender dos achados; atenção maior deve ser dada quando o caso de CCR ocorrer abaixo dos 50 anos de idade. A investigação de tumores extra-colônicos deve ser feita a partir dos 40 anos, na dependência das características da família, ou seja, dos tipos de tumor mais freqüentes, e das associações mais comuns do HNPCC. Polipose Juvenil – JUP A polipose juvenil é uma síndrome caracterizada pelo aparecimento de pólipos hamartomatosos, no mínimo de 3 a 10, mas geralmente entre 50 e 100, em todo trato gastrintestinal, principalmente no intestino grosso, associada à história familiar em 20% a 50% das vezes. O padrão de transmissão é autossômico dominante e representa cerca de 0,01% dos casos de CCR. Manifesta-se clinicamente entre 10 e 20 anos de idade, geralmente com sangramento retal, e podendo apresentar manifestações extra-intestinais em 11% a 20% dos casos, 55 tais como telangiectasias, cardiopatias congênitas e malformações esqueléticas ou urinárias. Foi identificada associação com o gene DPC4/SMAD4, no cromossomo 18q21, que pode estar presente em 50% dos casos (ainda não há associação entre genótipo e fenótipo). O risco cumulativo de desenvolvimento de CCR durante a vida é de aproximadamente 50% a 68%, mais freqüentemente diagnosticado entre a 3ª e 4ª décadas de vida. O risco de desenvolvimento de câncer do trato gastrintestinal superior é de cerca de 21%. Nos casos de polipose juvenil é fundamental o seguimento com colonoscopias periódicas, entre 3 a 5 anos, à partir dos 25 anos, tendo em vista o risco de transformação maligna dos pólipos colorretais A cirurgia profilática pode estar indicada quando houver mais de 20 pólipos no intestino grosso, displasia severa em algum deles, sangramento intratável ou perda importante de proteínas por enteropatia. Geralmente a operação é indicada a partir da segunda década de vida. síndrome de Peutz-Jeghers A Síndrome de Peutz-Jeghers é caracterizada pela presença de pólipos hamartomatosos gastrintestinais, mais freqüentemente no intestino delgado, e manchas melanóticas de lábios, boca e dedos. é extremamente rara, com incidência de cerca de 1:200.000 nascidos vivos. O risco de desenvolvimento de câncer é 10 a 18 vezes maior que o da população geral, sendo que os sítios mais freqüentes são: intestinal, mamário, pulmonar, estômago, pancreático, ovário e testicular Está relacionada com o gene supressor de tumor LBK1/STK11 (serine threonine kinase) no cromossomo 19p13-3 e possui caráter autossômico dominante de transmissão. A maioria dos casos apresenta sintomas de dor abdominal, obstrução por intussucepção, anemia ou sangramento intestinal. Indivíduos portadores da Síndrome de Peutz-Jeghers também devem ser acompanhados com colonoscopias periódicas, entre 2 a 5 anos, inciando-se aos 15 ou 20 anos, e ressecção de eventuais pólipos do intestino grosso. Hyer adota o seguinte protocolo de tratamento para os pólipos de intestino delgado: se maiores que 1,5cm, sintomáticos ou múltiplos, indica a polipectomia intra-operatória profilática com o objetivo de evitar a obstrução ou a transformação maligna; se menores que 1,0cm e assintomáticos, indica apenas o acompanhamento. Como a palpação do intestino delgado durante a cirurgia apresenta alta taxa de achados falsos negativos, em torno de 38%, tem-se utilizado a enteroscopia intra-operatória para localização dos pólipos. Esta conduta aparentemente tem reduzido a necessidade de laparotomias para tratamento de complicações, bem como o número de ressecções de segmentos de intestino delgado, evitando que o paciente venha a apresentar a síndrome do intestino curto. Recentemente, o uso da cápsula endoscópica parece, em alguns centros especializados, abrir nova 56 perspectiva para investigação do intestino delgado. Outros exames de seguimento são a EDA, a mamografia e o exame ginecológico, que podem ser repetidos entre 1 a 3 anos, iniciando-se entre os 25 e 35 anos. Câncer esporádico Aqui estão classificados os casos isolados de CCR, em indivíduos sem antecedentes familiares, sem nenhuma mutação conhecida germinativa identificada. Representam aproximadamente 75% dos casos registrados de CCR. O rastreamento de CCR recomendado para a população em geral, sem antecedentes familiares, inicia-se aos 50 anos e consiste de exame proctológico anual, associado a colonocopias a cada 10 anos, ou na dependência dos achados. Podem ser realizados enemas opacos ou sigmoidoscopias, porém, com menor acurácia, principalmente para lesões menores que 1cm ou proximais no cólon. Leituras sugeridas 1. Rossi BM, Nakagawa WT, Oliveira FO, Aguiar Junior S, Lopes A. Câncer de Cólon, Reto e ânus. Tecmedd Ed. São Paulo. 2005. 2. 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