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TEXTO DE AULAS E EXERCÍCIOS: HISTÓRIA MODERNA DA FORMAÇÃO DO SISTEMA INTERNACIONAL

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HISTÓRIA MODERNA: DA FORMAÇÃO DO SISTEMA INTERNACIONAL
AULA 1: A EUROPA MODERNA
OBJETIVOS:
1- Estabelecer as mudanças de paradigma que ocorrem no final do medievo; 
2- Definir os principais sentidos para o conceito de modernidade; 
3- Reconhecer como fruto de um processo histórico as transformações politicas e econômicas
da idade moderna. 
Ao começarmos a estudar história moderna vimos, desde o princípio, que a modernidade
está longe de ser somente uma palavra, não é? Ela é um conceito, mas que assume diferentes
formas, e pode ser entendido a partir de muitas teorias diferentes. No caso do conceito de moderno,
muitas vezes, a senso comum, acaba se apropriando de ideias que, ao serem analisadas
historicamente, ganham outro sentido. É comum que moderno seja comumente utilizado para
descrever algo novo, atual. Mas vejamos a acepção deste conceito, deixando de lado o senso
comum. E o que isso quer dizer? 
O que isso quer dizer?
Imagine que a história é um quebra cabeças. Para montar todo o jogo, é preciso ter todas as
peças. Se faltar uma parte, o quebra-cabeça não se completa. Para entender a história, é preciso,
antes de tudo, compreender que todos os processos estão interligados. 
Dessa maneira, se as transformações da chamada Idade Moderna podem ser mais facilmente
observadas quando falamos sobre grandes movimentos, como a formação das economias nacionais,
a centralização de poder, o fim do feudalismo, isso não quer dizer que estas transformações também
não se operem nas ideias, no comportamento e nos hábitos sociais.
Ao tentarmos isolar um evento histórico, sem considerar o contexto e as forças que atuam
em seu redor, estaremos esvaziando este fato, distanciando-o da realidade no qual ele foi produzido.
Dessa maneira, ele acaba sendo esvaziado, ou seja, perdendo o sentido. Mesmo quando optamos por
fazer um estudo de caso, é importante levarmos em consideração o contexto histórico.
Mas, o que é um estudo de caso?
É comum, ao realizarmos uma pesquisa histórica, que escolhamos um objeto, um recorte, ou
seja, uma parte da história, para que possamos estudá-la com maior propriedade. 
Assim, sobre História Moderna, pode-se escolher uma pequena parte dela para estudo: um
processo, um governo, uma manifestação cultural. A isso chamamos estudo de caso, mas estes
estudos jamais perdem de visto que cada caso faz parte de um todo. Entendido?
Idade Moderna é o termo que usamos comumente para designar o período entre os séculos
XV e XVIII. É um período relativamente curto, se considerarmos que a Idade Média se situa entre
os séculos V e XV. 
Um momento... Três séculos... Um período curto?!
Em História, sim. Devemos reformular também nosso entendimento de tempo. Nos dias de
hoje, as mudanças ocorrem muito rapidamente. Regimes de governo desaparecem e são
substituídos. Ideologias, sistemas políticos, ideias, tecnologias. Algo que hoje é “moderno”, amanhã
já está obsoleto. 
Como um exemplo do nosso cotidiano, podemos citar o uso do celular. Vinte anos atrás, era
uma tecnologia novíssima e super revolucionária. Hoje, grande parte da população possui um
aparelho, que por sua vez, é constantemente substituído por novos com tecnologias cada vez mais
avançadas. 
Logo, não podemos pensar o tempo histórico considerando somente nossas experiências,
certo?
Nos três séculos que durou a Idade Moderna, grandes transformações se operaram sob
diversos pontos de vista. É claro que ainda restaram heranças do período medieval, mas não só o
modelo de estado e as práticas econômicas sofreram rupturas, como também a maneira de pensar e
de encarar o mundo. Se pudéssemos resumir em uma só frase, poderíamos dizer que a Idade
Moderna marca a transição entre o mundo medieval e o contemporâneo, em todos os aspectos da
vida em sociedade. 
Durante a Idade Média, vigorou o modo de produção feudal ou feudalismo. Nesse modo de
produção, não havia um estado centralizado, mas diversos feudos, comandados por um senhor
feudal com plenos poderes. Os senhores feudais tinham uma moeda e exército próprios, e a base da
economia era a agricultura. Os servos aravam a terra para o senhor e recebiam em troca proteção e
parte da colheita. A outra parte ia para o sustento do senhor. Os servos estavam ligados à terra e
eram responsáveis por todo o trabalho, além de pagarem diversos impostos ao seu senhor.
Importante: não podemos confundir servidão com escravidão.
Conclusão
O processo de formação dos estados nacionais não pode ser entendido apenas no âmbito
político. A unificação dos reinos consistia e conciliar diversos interesses e também diversas
culturas. Nesse sentido, o papel da religião é fundamental para compreendermos como esses estados
se formam e se consolidam.
Como dissemos antes, em uma realidade fragmentada como a medieval, não havia
sentimento ou identidade nacional. A identidade que os diversos feudos tinham em comum era dada
pelo catolicismo, já que a mesma religião era professada nas diversas regiões. No caso ibérico, essa
identidade religiosa foi imprescindível para aglutinar a população em torno dos reis. Isabel e
Fernando, reis de Aragão e Castela, terão o titulo de reis católicos, concedido pelo papa, em uma
demonstração de que a Igreja via a união com bons olhos. 
A burguesia tinha grandes interesses em um estado centralizado. Ao rei concedia permissões
para exploração territorial, unificaria a moeda e o sistema de pesos e medidas, além de estimular e
investir no desenvolvimento comercial. A centralização do poder nas mãos do rei seria o ponto de
partida para o modo de governo que caracterizaria a Idade Moderna: o absolutismo.
É preciso compreender que, no momento em que a burguesia se consolida, esta aliança com
o rei é fundamental. Entretanto, após afirmar-se enquanto classe social, durante a Idade Moderna, o
estado absolutista, que antes era importante para os burgueses se torna um obstáculo para o
desenvolvimento mercantil. 
À medida que o estado interfere diretamente na economia, este desenvolvimento encontra-se
limitado, pois acaba tendo que abarcar as necessidades burguesas e as necessidades reais. Soma-se a
isso a manutenção dos privilégios da nobreza. Toda a carga de impostos necessária para manter as
luxuosas cortes era paga pela população. Os nobres e a Igreja eram isentos de impostos. O palácio
de Versalhes, na França, acabou por se tornar um símbolo da ostentação da Corte. Construído no
século XVII para ser a residência da família real francesa, Versalhes possui centenas de cômodos e
é, até hoje, um dos mais luxuosos palácios do mundo.
Cabe lembrar que a nobreza, que vivia na Corte, não perdera seu poder político, dominando os mais
importantes cargos administrativos. Ou seja, a burguesia arcava com os custos do estado, mas
estava fora das decisões politico administrativas. Essa situação precipitaria a queda dos regimes
absolutistas, durante as revoluções burguesas, como veremos nas próximas aulas.
Resumo : vamos fazer um pequeno resumo do que vimos até agora: 
No século XVI, o sistema feudal começa a entrar em crise e, a partir do século XV, vai sendo
substituído progressivamente por uma nova dinâmica política, no qual o poder é centralizado, que
chamamos de formação dos estados nacionais.
Para que isso ocorra, foi fundamental a aliança entre o rei e a burguesia, que estava se
desenvolvendo e acumulando poder financeiro através da expansão do comércio, certo? 
Mas está faltando alguma coisa... O que um novo modelo de Estado pressupõe?
Novo modelo de estado pressupõe um novo modelo econômico
Durante a Idade Média, a economia era agrária e o coração econômico dos feudos era o campo. O
sentido da riqueza era a posse de terras, reservada aos nobres. Com a expansão do comércio, o
sentido de riqueza muda. Isso nãoquer dizer que a nobreza abriu mão das terras que possuía. 
A expansão do comércio implica na necessidade de moeda e para cunhar moedas é preciso metais
preciosos. A busca por esses metais é um dos motores da expansão marítima que está inserida em
um contexto maior: o das práticas mercantilistas. O mercantilismo não é um sistema econômico,
stricto sensu. Na verdade, denominamos mercantilismo como o conjunto de práticas econômicas
característico dos estados modernos. É possível afirmar que o mercantilismo daria origem ao
sistema capitalista, e alguns teóricos entendem esse momento como o início do capitalismo
comercial. Se na Idade Média a medida da riqueza era a terra, agora passa a ser o metal precioso
que o estado acumula. Essa característica é chamada de metalismo. O metal é necessário para a
cunhagem de moedas, que por sua vez, implica na compra de mercadorias, que por sua vez implica
no lucro gerado pela venda destas mercadorias, que por sua vez, implica no acúmulo de moeda. A
ideia geral é que ao acumular e investir na moeda, ela geraria lucro, tornando o estado, a nobreza e
os burgueses, cada vez mais ricos.
Novo modelo de estado pressupõe um novo modelo econômico
Então, para entender o que motivou essa busca, devemos também entender a conjuntura europeia e
porque encontrar metais preciosos era tão importante nesta época. 
Outra pratica mercantilista é a balança comercial favorável. Vender mais do que comprar, ou seja,
exportar mais do que importar para que não haja déficit. Mas nem todos os reinos conseguiram
aplicar esta medida. Espanha e Portugal, por exemplo, mesmo recebendo toneladas de metais
preciosos de suas colônias, viviam em constante déficit financeiro. Isso acontecia porque
compraram muitas mercadorias da França e da Inglaterra, além de contraírem empréstimos com os
holandeses. Por essa razão, ainda que tenham explorado continuamente os territórios ultramarinos,
os países ibéricos não se desenvolveram na mesma proporção. O ouro e a prata da América apenas
passavam por Portugal e Espanha, mas iria enriquecer os cofres dos outros reinos. 
Parece bem lógico, não é? 
Por último, devemos falar do protecionismo e da prática do monopólio. No estado absolutista, era
importante desenvolver o comércio. 
Para isso, o estado taxava os produtos estrangeiros, como forma de estimular uma nascente
manufatura nacional. Também estabelecia monopólios comerciais, como é o caso do pacto colonial.
De acordo com o pacto colonial, as colônias eram obrigadas a estabelecer comércio somente com a
metrópole. Isso garantia à Coroa pagar preços mais baixos pelas mercadorias, podendo revendê-las
com lucro. 
Essas transformações no Estado e na economia são parte de intensas rupturas sociais, que
continuarão se processando até o século XVIII, quando esse modelo entra em decadência. O que é
importante perceber é que a Idade Moderna não rompe completamente com a estrutura medieval,
mas a transforma, agregando novos elementos dando origem a um novo modelo de sociedade. 
SÍNTESE DA AULA
- Distinguiu entre o senso comum e o conceito histórico acerca da definição de moderno;
- Comparou as estruturas políticas e econômicas medievais e modernas;
- Avaliou as permanências medievais no mundo moderno.
EXERCÍCIO COMPLEMENTAR
1- No processo de formação dos estados Nacionais da França e da Inglaterra, podem ser
identificados os seguintes aspectos:
Diminuição do poder real e crise do capitalismo comercial.
Ampliação da dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja.
Enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre o Estado e a Igreja.
Desagregação do feudalismo e centralização política.
Fortalecimento do poder da nobreza e retardamento da formação do estado moderno.
2- O Despotismo Esclarecido, regime de governo adotado em alguns países da Europa no século
XVIII, caracterizava-se por:
impor o poder parlamentar sobre o poder monárquico.
atribuir ao povo a participação no poder político.
equilibrar o poder da burguesia financeira com a nobreza feudal.
tentar conciliar os princípios do absolutismo com as idéias iluministas.
difundir monarquias constitucionais em todos os reinos europeus, segundo os princípios liberais.
3- Sobre o absolutismo monárquico desenvolvido na França no Século XVI é correto dizer que:
impediu o desenvolvimento comercial dos países onde os reis tinham poderes ilimitados.
dependeu basicamente da convergência parcial dos objetivos da realeza com os interesses da
burguesia.
recebeu da lgreja Católica uma veemente oposição.
conseguiu que o povo, através do voto garantisse a concentração de todo o poder nas mãos do rei.
constituiu-se a partir dos senhores feudais, que haviam sempre jurado fidelidade ao rei.
4- É o resultado político da crise que terminou com o sistema feudal e representa a tomada do poder
centralizador do rei em detrimento do poder fragmentado dos senhores feudais e os séculos XV e
XVI temos o seu fortalecimento. Em um primeiro momento, há um incentivo do Estado para a
burguesia através de práticas mercantilistas como o protecionismo, favorecendo o comércio e as
manufaturas. Posteriormente, a burguesia passa para um segundo plano, tornando-se insatisfeita.
Estamos falando do: 
Racionalismo
Absolutismo
Contratualismo
Cientificismo
Humanismo
5- Sabemos que a formação dos Estados Absolutistas, ou o Absolutismo, teve como base inicial a
aliança do Rei com a burguesia, ainda que tal aliança tenha se processado de formas diferentes em
cada região. Essa aliança foi interessante para ambas as partes mas não durou para sempre. Com
relação a essa aliança e aos seus resultados, assinale, a seguir, a única assertiva INCORRETA: 
A nobreza não havia perdido seu poder com o fim do feudalismo. Agora ela dominava os mais
importantes cargos políticos e administrativos dentro do novo regime. 
Com a consolidação do poder real e da burguesia, tal aliança deixa de ser interessante para a
burguesia pois o Estado absolutista passa a interferir diretamente na economia, o que é um
obstáculo para a atividade mercantil dessa burguesia.
A aliança com a burguesia interessava aos reis, pois necessitavam do dinheiro e da experiência da
burguesia para formar exércitos nacionais e criar uma burocracia para administrar os seus Estados.
Esse estado de coisas levou a burguesia a aliar-se com a nobreza durante as revoluções
burguesas, para por fim ao absolutismo.
Inicialmente, a aliança com o Rei interessava à burguesia que se encontrava em fase de
consolidação.
6- Dentre os vários meios desenvolvidos nos Estados Nacionais Modernos para garantir o poder das
monarquias não se pode citar a adoção de
burocracia administrativa.
universalismo religioso da Igreja Católica.
força militar permanente.
sistema tributário.
leis e justiças unificadas.
7- "O Estado sou Eu." Essa frase de Luís XIV indicava uma particular organização do Estado
Moderno. São características suas: 
concentrar poderes à disposição do parlamento;
dirigir a economia, legislar, nomear ministros e criar tributações
manipular a nobreza e a burguesia
estabelecer a balança comercial favorável e o metalismo;
manter o monopólio e criação de tributos.
8- Na Idade Moderna, o mercantilismo foi a política econômica:
adotada pelos Estados Modernos em sua fase de transição para o capitalismo.
que negou o intervencionismo estatal e o dirigismo econômico.
que desenvolveu apenas o comércio como conseqüência de uma política de produção auto-
suficiente.
criada a partir do liberalismo inglês.
que aboliu o metalismo, a balança comercial favorável e o estímulo ao comércio exterior.
AULA 2: AS GRANDES TRANSFORMAÇÕES
OBJETIVOS:
1- Reconhecer a maneira como a Igreja católica e os estados nacionais se relacionavam; 
2- Avaliar as grandes mudanças na mentalidade europeia;3- Identificar o papel dos renascimentos na formação do homem moderno. 
Premissa
Na aula passada, vimos a formação do Estado moderno. Entretanto, a compreensão deste
processo não seria completa sem nos debruçarmos sobre a questão religiosa, que permeia toda a era
Moderna. Quando falamos sobre Idade Média, a influência católica é claramente percebida durante
toda essa época. A Igreja possui não só o poder espiritual, mas um enorme poder político e
econômico. Essa influência se transforma na era moderna, mas não desaparece. Essa será uma
época em que o pensamento científico e o religioso irão conviver e provocar rupturas que se tornam
mais evidentes ao falarmos sobre a reforma e a contrarreforma. 
Vamos ver primeiro, de que forma a Igreja se adapta ao estado moderno.
Influência católica
Em uma Europa fragmentada, o catolicismo acaba se tornando a única identidade que a
sociedade possui. Dessa maneira, a influência católica é tentacular. Ela está em toda a parte,
submetendo tanto o servos quanto os senhores. Em uma realidade onde a maior parte da população
é analfabeta, a Igreja dispunha do monopólio da leitura. 
Importância da igreja
Os livros eram copiados a mão nos mosteiros e então distribuídos pelo continente. Nesse
sistema, a Igreja claramente escolhia o que seria lido ou não pelos seus fiéis. Esse sistema
funcionou durante séculos, como fonte de propagação das ideias e legitimação da Igreja católica.
O que podemos concluir é que as tarefas eclesiásticas estavam muito além daquelas concernentes ao
mundo espiritual. 
Com a unificação dos estados, a Igreja passar a ser parte integrante, indissociável, da nova
estrutura de poder. O melhor exemplo disso é seu papel desempenhado na unificação da Espanha e
na partilha das colônias ultramarinas entre os reinos ibéricos.
Também cabia à Igreja a confecção dos chamados registros paroquiais. Além de documentos
diversos, os registros de nascimento, morte, batismo e casamento eram realizados por esta
instituição, que servia então como uma espécie de cartório. Não é a toa que os documentos
eclesiásticos constituem, ate hoje, um dos mais ricos acervos de fontes históricas disponíveis e aos
quais os historiadores recorrem em inúmeras pesquisas, no tocante ao período medieval e ao
começo da era moderna.
A unificação espanhola ocorre através do casamento dos reis Isabel de Castela e Fernando
de Aragão. O papa Alexandre VI atribuiu ao casal o título de reis católicos, em uma clara
manifestação de apoio a união. 
Não podemos esquecer que a unificação espanhola somente ocorreu de fato após a expulsão
dos muçulmanos de Granada, o que tornou a fé católica, hegemônica no reino. Nesse sentido, a
identidade religiosa manteve o papel aglutinador que teve na Idade Média e a identidade nacional
espanhola acabou por se fundir a ela. 
Em 1494, o papa serve como intermediário na assinatura do Tratado de Tordesilhas que
divide as possessões ultramarinas entre Portugal e Espanha. A utilização do papado como
intermediário garantiria aos reinos ibéricos a legitimidade do acordo, que estaria, portanto,
aprovado por Deus, representado pelo papa. 
Conflitos
Mas essa adequação não se deu sem conflitos. Durante toda a Idade moderna, há diversos
embates entre ciência e religião e entre o poder do estado e o poder da Igreja. Se os ibéricos
aceitaram como “natural” a intervenção da igreja católica nos assuntos do estado, o mesmo não
ocorreu na Inglaterra.
Reformas religiosas 
É certo que as reformas religiosas possuem um fundamento intrinsecamente político, mas é
na reforma anglicana que este aspecto se torna mais evidente. De fato, devemos entender estas
reformas no grande conjunto de transformações das mentalidades vivido entre o final da Idade
Média e o início da Era Moderna. 
Podemos localizar essas transformações, que aconteceram nos mais diversos âmbitos, tendo
como ponto de partida os renascimentos do período. 
Um momento, não era renascimento?
Na verdade, há diversos renascimentos. São chamados de renascimento comercial, urbano,
científico e cultural. O renascimento cultural é sempre o primeiro que nos vem à mente, pois este
movimento nos deixou um enorme legado, a arte renascentista. Quem nunca ouviu falar de
Leonardo da Vinci e Michelangelo, não é mesmo? Uma infinidade de manifestações culturais de
nossos dias utiliza a arte renascentista de algum modo. Na literatura, o exemplo mais recente é o
livro de Dan Brown, o Código da Vinci. Mas as referências estão presentes em toda a parte. Da
Vinci é um dos mais citados porque produziu o mais conhecido quadro do mundo, a Mona Lisa e
também o mais reproduzido, a Última Ceia. 
Os artistas da renascença também retrataram temas religiosos – a igreja não perdera sua
influencia, lembra? Mas sob uma nova perspectiva. Os trabalhos eram feitos sob encomenda e, em
uma era de mudança, a própria arte transformou-se em uma mercadoria. Esse é o caso da Última
Ceia. Da Vinci foi contratado pelo duque de Milão para pintar um afresco, um gênero de pintura que
é feito diretamente na parede. A parede, neste caso, pertencia ao refeitório do convento de Santa
Maria delle Grazie, em Milão. Como grande parte das obras de arte produzidas ao longo da história,
também a arte renascentista só adquiriu o valor incalculável que possui nos dias de hoje bem depois
do fim do renascimento. Um exemplo disso é que os próprios religiosos do convento, ao longo do
tempo, descaracterizaram a obra, abrindo uma porta na parede onde ela estava. Esse valor não se
refere somente à parte puramente artística, mas porque são vestígios de uma era de florescimento e
desenvolvimento do pensamento humano. Assim como a Última Ceia, boa parte das grandes obras
do renascimento foi produzida na Itália, por artistas italianos, sobretudo florentinos. Isso não ocorre
à toa.
Mas o renascimento cultural faz parte de um contexto maior. Ele é fruto da mudança de
mentalidades que ocorre em sua época, especialmente entre os séculos XIII e XVI. Na Idade Média,
a arte, que privilegia temas religiosos, está sob influência direta da Igreja. Falta aos quadros a
perspectiva, a sensação de profundidade, que a pintura irá adquirir no renascimento. As obras
medievais são quase como uma ilustração da Bíblia, retratando passagens famosas ou o martírio e a
vida dos santos católicos. Seu compromisso religioso serve como lembrete de que Deus está em
toda parte. 
Por que a Itália é o berço do renascimento cultural?
Para respondermos essa pergunta, falemos de outro renascimento, o comercial e urbano.
Na Idade Média, os burgos, as cidades medievais, ficavam geralmente em uma confluência,
caminhos de passagem entre vários feudos, cujos servos se dirigiam ate lá para trocar seu excedente
agrícola. Nessas cidades ocorriam as feiras. Com a crise do século XIV, da qual falamos na aula
anterior, essas cidades se desenvolvem e se tornam grandes centros comerciais. Contudo, algumas
cidades italianas (como Veneza e Florença, cujo mercado se deu através do comércio de bens de
luxo, vindo do Oriente), que possuíam uma posição geográfica privilegiada, se desenvolvem antes e
mais rapidamente. 
Esse comércio, extremamente lucrativo, fez surgir uma burguesia sólida, que passou a se
dedicar não só ao comércio, mas também a atividades bancarias, acumulando grande capital. 
Mas a fortuna acumulada pelos burgueses não permitiu somente o patrocínio de artistas – chamado
de mecenato – em sua época. Ela tornou possível outro importante evento na história: as grandes
navegações. Essa burguesia financia os artistas do renascimento, encomendando obras para adornar
seus palácios residenciais ou seus locais de trabalho. Por isso, um dos maiores museus do mundo, a
Galleria Degli Uffizi, que fica em Florença, contém um imenso acervo dearte renascentista e era
onde a família Médici, que governava Florença, exercia suas funções administrativas. Também, a
Mona Lisa foi uma obra feita sob encomenda, e, embora sua identidade ainda seja um mistério,
estima-se que a obra retrate a esposa de um rico comerciante florentino, Francesco del Giocondo –
por isso o quadro é também chamado de A Gioconda. De fato, a expansão marítima, embora tenha
sido uma tarefa a cargo do Estado, ela não teria sido possível sem o investimento dos burgueses. 
O renascimento, a reforma e a expansão marítima evidenciam que não há só um novo
mundo a ser conhecido, mas, sobretudo, um novo homem. Na Idade Moderna, se forma uma nova
concepção de indivíduo, de Estado e de sociedade.
Segundo Jacob Burkhardt:
Na Idade Média [...] o homem reconhecia-se a si próprio apenas como raça, povo, partido,
corporação, família ou sob qualquer outra das demais formas de coletivo. Na Itália, pela primeira
vez, tal véu dispersa-se ao vento; desperta ali uma contemplação e um tratamento objetivo do
Estado e de todas as coisas deste mundo. Paralelamente a isso, no entanto, ergue-se também, na
plenitude de seus poderes, o subjetivo: o homem torna-se um indivíduo espiritual e se reconhece
como tal. Extraído de BURKHARDT, Jacob. A cultura do renascimento na Itália: um ensaio. São
Paulo: Cia das letras, 2009. p. 25
SÍNTESE DA AULA:
- Estabeleceu o papel da religião católica na conjuntura moderna, bem como sua relação com
o poder real;
- Avaliou o conjunto de processos que permitiram a transformação na mentalidade europeia;
- Relacionou argumentos para analisar o papel das reformas na legitimação da burguesia.
EXERCÍCIO COMPLEMENTAR
1- Exerceu um papel fundamental na consolidação dos Estados Nacionais e, através dele, havia uma
identidade entre os diversos feudos pois todos professavam a mesma fé.
Racionalismo
Cientificismo
Anabatismo
Catolicismo
Protestantismo
2- "A longa crise da economia e da sociedade européias durante os séculos XIV e XV marcou as
dificuldades e dos limites do modo de produção feudal no último período da Idade Média. Qual foi
o resultado político final das convulsões continentais da época? No curso do século XVI, o Estado
Absolutista emergiu no Ocidente." 
(ANDRESON, P. Linguagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1985: 15.)
Acerca das características do Estado Absolutista, não se pode afirmar que: 
empreendeu a retomada dos princípios tomistas vigentes no século XII, segundo os quais toda
e qualquer autoridade terrena deveria submeter-se á Santa Sé, razão pela qual os soberanos
absolutistas faziam contar o seu tempo de reinado a partir da sua sagração em Roma;
se empenhava em fortalecer a sua posição diante dos outros estados rivais por intermédio da
exportação de mercadorias, da proibição de exportação de ouro e prata e do controle monárquico
sobre a produção manufatureira e o comércio, princípios que integravam a assim denominada
"Doutrina Mercantilista".
se organizou a partir do incremento da autoridade pública e da crescente centralização
administrativa, acontecimentos corporificados no poder absoluto do monarca cuja fundamentação
jurídica provinha do Direito Romano;
se constituía como um aparelho de dominação feudal recolocado e reforçado que, ao manter
submissas as massas camponesas, perpetuava o controle político exercido pela nobreza sobre a
sociedade;
procurou superar os particularismos regionais e promover a integração do reino, o que significou a
extensão do poder régio sobre territórios controlados de modo autônomo pelos senhores feudais,
passando os monarcas absolutistas a revestir novos e extraordinários poderes diante da nobreza;
3- O processo de unificação espanhola, importante para a formação da Espanha como um Estado
moderno e forte, se consolidou através do :
Controle de rotas comerciais no Atlântico, junto com os ingleses
Apoio português na União Ibérica
Casamento dos reis Fernando de Aragão e Isabel de Castela
Processo de unificação dos reinos de Granada e Navarra
Monopólio do comércio nas terras do Novo Mundo
4- Na Idade Média [...] o homem reconhecia-se a si próprio apenas como raça, povo, partido,
corporação, família ou sob qualquer outra das demais formas de coletivo. Na Itália, pela primeira
vez, tal véu dispersa-se ao vento; desperta ali uma contemplação e um tratamento objetivo do
Estado e de todas as coisas deste mundo. Paralelamente a isso, no entanto, ergue-se também, na
plenitude de seus poderes, o subjetivo: o homem torna-se um indivíduo espiritual e se reconhece
como tal. Extraído de BURKHARDT, Jacob. A cultura do renascimento na Itália: um ensaio. São
Paulo: Cia das letras, 2009. p. 25 Da leitura atenta do texto acima, podemos dizer que Burkhardt
nos explica: 
Que, na Idade Média, ao contrário do que se pensa, a espiritualidade do homem não era tão grande e
profunda quanto a espiritualidade do homem do Renascimento. 
A grande transformação que acontece com a modernidade, quando o homem passa a se
preocupar com as coisas materiais e assume o controle do seu destino, antes entregue às mãos
de Deus. 
Que não há diferenças notáveis entre o homem medieval e o homem renascentista: se no medievo o
homem reconhecia-se a sí próprio em qualquer forma de coletivo, no época renascentista o homem
vai tratar de forma objetiva o Estado e todas as coisas do mundo, o que não deixa de estar também
relacionado ao coletivo. 
Que, por razão das diversas especificidades dos Estados que surgiam na Europa ocidental, o
Renascimento teve lugar apenas na Itália, devido a riqueza de sua nobreza e da sua burguesia. 
As vantagens da vida para o homem medieval, vivendo em coletividade e para a coletividade, sem
um pensamento individualista, entregando seu destino nas mãos do Criador. 
5- O poder da Igreja Católica no início da Era Moderna era muito forte e isso está presente na
questão do Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, no qual o papa serviu como intermediário dos
interesses de duas grandes potências da época. Esse tratado tinha como propósito: 
Encerrar a guerra dos 30 anos, que então estava no seu auge 
Dividir entre Portugal e Espanha as terras recém descobertas no Novo Mundo 
Delimitar claramente a função do papado na Era Moderna como uma liderança acima de qualquer
outro interesse e não como mero intermediário 
Consolidar o papel do catolicismo no mundo moderno. 
Fortalecer a imagem do papa como conciliador, evitando uma guerra que estava anunciada entre
franceses e ingleses 
6- Em uma Europa fragmentada, a formação de uma identidade dentro da sociedade era dada pelo : 
Catolicismo 
7- Segundo Jacob Burckhardt: "Graças à cultura antiga reencontrada, os italianos não tardaram a
tornar-se o povo mais avançado do mundo e a sentir a sua superioridade sobre as outras nações".
BURCKHARDT, Jacob. O Renascimento italiano. Lisboa: Presença, 1973,pp. 140-141. Assinale a
única característica que NÃO pode ser corretamente associada ao Renascimento: 
o pleno desenvolvimento de ideias científicas neste período pode ser justificado pela tolerância
que a Igreja Católica demonstrou desde o início do movimento. 
8- De forma geral, o Estado Moderno foi formado pela acumalação de capitais provenientes da
burguesia, assim, o poder do rei se tornou maior pelo aumento da arrecadação de impostos. Sobre a
formação dos Estados Nacionais da França e Inglaterra podemos afirmar: 
Foi baseada na desagregação do feudalismo e centralização política. 
9- "Renascimento, Expansão Marítima e Comercial Européia. Estado Nacional, Reforma são
assuntos que necessariamente devem ser relacionados, pois o processo histórico que envolve a
Europa Ocidental na época é globalizante e os fatos se interpenetram." 
A afirmativa acima pode ser considerada: 
Verdadeira - pois os fenômenos históricos da época, para a regiãoassinalada, não podem ser
tomados em separado, sob pena de não entendimento do processo histórico do Ocidente. 
AULA 3: A EUROPA NO SÉCULO XVII
OBJETIVOS:
1- Distinguir as principais características do barroco, destacando sua importância como
movimento cultural característico do século XVII; 
2- Reconhecer a importância da Guerra dos Trinta Anos e da Paz de Vestfália para o
estabelecimento de um sistema internacional moderno; 
3- Identificar a herança medieval na mentalidade do homem moderno. 
Premissa
Nas aulas anteriores, vimos as grandes mudanças operadas na transição do medievo para a
modernidade. 
O que podemos concluir, após estudarmos este período de transição, que as alterações na
política e na economia propiciam o surgimento de uma nova mentalidade, um novo homem,
moderno em diversos aspectos, mas que ainda conserva, em seus hábitos e cotidiano, uma forte
herança medieval. Um dos campos privilegiados, onde podemos notar esta herança é, sem dúvida, a
religião, mas as manifestações artísticas do período também demonstram esses conflitos.
Sobre a arte
Quando pensamos em arte, imediatamente nos remetemos à pintura e à escultura, onde esta
ideia nos parece mais evidente. Mas a arte engloba vários campos de produção, como a arquitetura.
Vimos que o renascimento retoma conceitos estéticos da antiguidade clássica, valorizando a cultura
greco-romana. 
Durante boa parte desse período, a Igreja encomendou obras aos artistas renascentistas,
como Rafael e Leonardo da Vinci, para adornar suas igrejas e mosteiros. Todavia, o movimento de
contrarreforma, no século XVI, em especial após o Concílio de Trento, fez com que a igreja revisse
sua posição em relação à arte renascentista, da qual ela tanto se beneficiara no século anterior. Com
o concílio, cujo um dos objetivos era reagir à expansão do protestantismo, o catolicismo reforça seu
aspecto moral especialmente no que concerne as artes plásticas. Podemos citar como exemplo, a
Capela Sistina, uma das obras primas de Michelangelo.
O Papado
Para entendermos essa mudança na postura da Igreja, vamos ver rapidamente como
funcionava a eleição papal. Ou seja, como um eclesiástico se torna papa. Tradicionalmente, entre a
Idade Média e a Moderna, havia na Itália algumas famílias particularmente poderosas. Essas
famílias possuíam terras e, com o renascimento urbano e comercial, passaram também a se dedicar
ao comércio e às atividades bancárias.
Tradicionalmente, a herança familiar cabia ao filho mais velho e, por isso, os demais filhos
deviam seguir carreiras de prestígio, e nada mais prestigioso que a Igreja. Dessa forma, era comum
que membros de famílias poderosas fizessem parte do alto clero. Tornavam-se cardeais e, portanto,
aspirantes à cadeira do papa. O cargo de papa é vitalício. Quando o papa morre, há uma eleição, no
chamado colégio de cardeais, que irá eleger o novo pontífice. 
Ora, o novo pontífice não é somente o chefe da Igreja Católica, mas também um chefe de
estado. Se hoje o papa governa o Vaticano, devemos lembrar que na época da qual falamos, a Igreja
ainda possuía um vasto território, muito maior do que lhe cabe em nossos dias. Assim, a eleição do
papa não era apenas uma questãoespiritual, mas, sobretudo política. As famílias de prestígio, que
possuíam muitos vínculos e interesses entre si, constantemente faziam acordos para que seus
membros ocupassem o lugar de sumo pontífice. Portanto, não foi exatamente surpresa quando
Francesco Della Rovere foi eleito papa, no século XV. 
Os Della Rovere pertenciam a essa elite italiana e Francesco assumiu o cargo sob o nome de
Sisto IV. Uma das principais residências do papa é o Palácio Apostólico, no qual o líder da Igreja
possui uma capela particular. Foi esta a capela onde Michelangelo realizou a famosa pintura no teto,
que acabou ficando conhecida somente como Capela Sistina, uma referência ao Papa SISTO
Com a contrarreforma, as pinturas de Michelangelo foram cobertas. Ou seja, todas as figuras
que o artista havia pintado, originalmente, nuas, ganharam roupas pintadas por outros artistas. Essa
interferência em uma obra de arte é um dos exemplos da mentalidade católica após o Concílio de
Trento. A reforma protestante não tornou a Igreja mais flexível quanto aos seus princípios, mas, ao
contrário, tornou-os mais radicais.
O Barroco
No século XVII, a própria estética que havia sido tão cara aos renascentistas entrava em
declínio. 
Outras formas de arte surgiam particularmente influenciadas pelo pensamento católico.
Dentre elas, destacamos o barroco, um estilo importante não só na Europa, mas também nas
colônias americanas, em especial no Brasil.
Dois estilos passaram a conviver: o classicismo, inspirado nos padrões greco-romanos e o
barroco, com inspiração religiosa. Logo, nos países marcadamente católicos, como Itália, Espanha e
Portugal, o barroco se desenvolveu e chegou às colônias, tendo sido uma das principais
manifestações artísticas do período colonial.
Sobre a arte
Um dos mais importantes pintores do barroco espanhol foi Diego Velásquez, o pintor
preferido do rei da Espanha, Felipe IV. O rei encantou-se com um retrato seu feito pelo pintor e, a
partir de então, sua carreira de retratista foi notória. 
Um de seus mais famosos quadros, As Meninas (ao lado), é considerado um dos principais
expoentes do estilo barroco, no qual o artista retrata a ele próprio como um dos personagens da
cena. Sua obra influenciou diversos movimentos que se seguiram, como o impressionismo, bem
como importantes pintores contemporâneos, como Picasso e Salvador Dalí. 
Ainda que a arte barroca tenha um viés religioso, ela em nada se parece com a arte medieval.
Diversos elementos renascentistas foram incorporados nos estilos que seguiram o renascimento e
com o barroco não foi diferente. As paisagens realistas, os retratos anatomicamente bem feitos, a
noção de profundidade fazem parte do legado renascentista para a arte moderna. 
Seus ornamentos retorcidos e extremamente detalhados se espalharam pela Europa, na
arquitetura o barroco atingiu seu apogeu. Catedrais espanholas como a de Nossa Senhora do Pilar
(1) e de Santiago de Compostela (2) revelam este estilo em seu esplendor. Como pôde perceber na
galeria, o barroco é opulento, rico em formas, cores e texturas. Se o renascimento foi patrocinado
principalmente pelos burgueses, o barroco teve na Igreja e nas cortes católicas seus principais
mecenas. Da Europa, ele chega às colônias americanas e se desenvolve nos séculos XVII e XVIII,
em especial, nas regiões mais prósperas. 
Fé x Ciência
O embate entre classicismo e barroco reflete a luta entre a Igreja e a ciência, entre a fé e a
razão, tão característica da Idade Moderna. 
Enquanto o barroco florescia nas artes, diversos cientistas faziam enormes avanços em suas
áreas de conhecimento, como Kepler, com seus estudos sobre o movimento dos planetas e Isaac
Newton, com a Teoria da Gravidade. 
Com a contrarreforma e as atividades intensas da Inquisição, os diversos cientistas que
contestavam os princípios católicos eram expostos a constantes processos e investigações, que
culminavam, em alguns casos, com a morte na fogueira, como ocorreu com Giordano Bruno. 
Mas a igreja não se ocupava somente da questão cultural e cientifica. 
Dentre os pressupostos da contrarreforma, estava a expansão da fé católica, e as colônias
americanas representavam um vasto território a ser conquistado, em termos espirituais. 
A proximidade entre a Igreja e o Estado Ibérico permitiu a chegada da cultura europeia ao
continente americano. 
Europa em ebulição
O século XVII foi o período de ouro espanhol, mas isso não quer dizer que não tenha sido
um tempo de intensos conflitos, como atesta a perda de Portugal em 1640. Somamosa isso uma
guerra que alteraria definitivamente a constituição geopolítica europeia, a Guerra dos Trinta Anos,
que opôs diversos reinos em disputa pela hegemonia territorial no continente europeu.
Durante a Idade Média, eram comuns os conflitos armados, dentro e fora da Europa. Podiam
se referir a disputas dinásticas, como a Guerra das Duas Rosas, na Inglaterra, ou longos embates
religiosos, como é o caso das Cruzadas. Com a centralização dos Estados nacionais, essa situação
não se alterou muito, mas agora as disputas assumiam um caráter nacional e estavam diretamente
relacionadas a busca por territórios e a conquista de novos mercados, dentro dos parâmetros do
mercantilismo.
A Holanda, embora possuísse uma estrutura política descentralizada, destacava-se pelas
relações mercantis que estabelecia através das companhias de comércio, as chamadas Companhias
das Índias. Conhecida por sua tolerância religiosa, a Holanda recebeu uma enorme imigração
judaica, especialmente após o século XV, quando a Espanha, em seu esforço para unificar seu
território, expulsou os judeus do reino. Esses judeus levaram consigo tanto a riqueza que haviam
acumulado quanto sua experiência mercantil e foram um fator determinante para a consolidação
econômica dos países baixos. 
O equilíbrio de poder entre as nações europeias, centralizadas ou não, era frágil. Havia a
disputa pelas possessões ultramarinas, reivindicadas pela França, por exemplo, que não reconhecia
o Tratado de Tordesilhas. Além disso, as lutas religiosas, provocadas pela reforma, opunham
católicos e protestantes, e eclodiam em constantes guerras civis que, por sua vez, acabavam
transcendendo as fronteiras de seus países e sendo disseminadas por todo o continente. Soma-se a
esse contexto a ameaça de invasão dos turcos em regiões do Sacro Império Romano germânico e da
Península Itálica e temos uma Europa em ponto de ebulição.
Nestas condições, um conflito armado não tardaria a acontecer e em 1618, tem inicio a
Guerra dos Trinta Anos, que começou na cidade de Praga, na atual República Tcheca, que na época
era governada pelos Habsburgos. Os reis Habsburgos desejavam centralizar os territórios
pertencentes ao Império, que juntos, somavam mais de 300 reinos diferentes. Mas, esses reinos
careciam de uma identidade, um princípio que os unificasse. A Dinastia Habsburgo era católica e
buscou na religião o princípio unificador entre os estados. Entretanto, a reforma já se espalhara
pelos reinos e os protestantes se opuseram à iniciativa de consolidação do catolicismo na região,
que opôs duas ligas: a Liga Evangélica, dos príncipes protestantes e a Liga Sagrada, dos príncipes
católicos. 
 O avanço dos Habsburgos preocupou o rei francês Luís XIII e também seu primeiro
ministro, o cardeal Richelieu. Embora a França fosse católica, as convicções religiosas foram
superadas pelos temores políticos de que, sendo vencedores e unificando os estados, o sacro
Império se tornaria uma potência e desestabilizaria o governo absolutista francês. 
Por essa razão, os franceses buscam uma aliança com a Holanda, apesar da maioria
protestante desse país e declaram guerra à Espanha católica. 
Isso não quer dizer que a religião era irrelevante ou apenas um pretexto. Ela foi o
combustível que moveu a população no conflito e também a pólvora que se espalhou por todo o
continente, envolvendo quase todos os reinos. Dessa forma, quando a França definitivamente ganha
a guerra, em 1648, não podemos afirmar que o catolicismo tenha sido derrotado, pois o estado
francês não abandonou essa religião. A derrota foi imposta a uma dinastia e seus aliados católicos, e
não ao catolicismo. 
A Paz na Europa
Para selar o fim do conflito foi assinada a Paz de Vestfália, uma série de tratados que
alteraria a configuração geopolítica europeia.
- A França incorpora a região da Alsácia, dentre outros territórios.
- A Holanda e a Suécia são reconhecidas como soberanas sob o nome de Províncias Unidas e
Confederação Suíça, respectivamente.
- O Sacro Império Romano germânico, derrotado, fragmenta-se ainda mais, dividindo-se em reinos
menores, o que pode ser considerado como um dos fatores para a unificação tardia da Alemanha,
que ocorrerá somente no século XIX.
Do ponto de vista religioso, os tratados garantem liberdade de culto para católicos, luteranos
e calvinistas, o que acaba com as pretensões dos Habsburgos de instituir o catolicismo como
religião hegemônica. 
Vestfália é emblemática porque inaugura o chamado sistema internacional moderno, pois
pela primeira vez são reconhecidos princípios de soberania e a ideia de estado-nação. A Europa do
século XVII marca a consolidação das grandes rupturas que haviam ocorrido na transição do
período Medieval para o Moderno, com o fortalecimento dos estados nacionais. No tocante às
mentalidades, embora a reforma e o renascimento tenham aberto espaço para a proliferação de uma
nova visão de mundo, as sociedades ainda guardam diversas heranças do catolicismo arraigado e
das superstições do período anterior. Ainda se contam histórias sobre os seres fantásticos que
habitam as florestas, mesmo que haja um enorme avanço cientifico. O desenvolvimento tecnológico
que permitiu aos navegadores atravessarem o Atlântico e conhecerem um novo mundo não impediu
que ainda houvesse a crença em monstros marinhos, a Reforma aproximava o homem de Deus sem
a necessidade de intermediários, mas ainda se acreditava no poder das bruxas e na magia negra. 
Podemos dizer, então, que o homem moderno é um homem em conflito. Por um lado, a
razão e as novas descobertas científicas apresentam um mundo novo, no qual o homem e capaz de
desvendar os mecanismos da criação divina. Por outra, a fé, que insiste nos mistérios e dogmas
religiosos. 
SÍNTESE DA AULA:
- Identificou as principais características do barroco; 
- Relacionou a União Ibérica e as invasões holandesas no Brasil; 
- Estabeleceu a importância da Guerra dos Trinta Anos para o fortalecimento dos estados
nacionais.
EXERCÍCIO COMPLEMENTAR
1- No que concerne ao Anglicanismo, analise as proposições a seguir e assinale a alternativa
INCORRETA: 
Os sermões pronunciados nas cerimônias religiosas eram produzidos pelo poder político, sendo a
mais importante forma de comunicação entre o Estado e seus súditos. 
A ética calvinista e os seus ensinamentos estimulavam o trabalho metódico, perseverante e
ordenado, o que resultaria em processo de acumulação de capital. 
No Anglicanismo, o rei era subordinado à Igreja, que exercia a posição de autoridade suprema
dentro do reino, cabendo à ela as decisões políticas mais significativas. 
No Anglicanismo preservam-se os aspectos externos do catolicismo, integrados à teologia
calvinista, assentada na doutrina da predestinação. 
A Igreja Anglicana transformou-se em um instrumento direto de poder do Estado. 
2- Qual estilo artístico presente na Era Moderna apresentava um estilo próprio com jogo de cores e
sombras e que teve muita influência durante o período colonial brasileiro ? 
Barroco 
3- (SUPERPRO) A arte mineira caracterizou-se pelo estilo barroco que esteve em voga na Europa
até princípios do século XVIII. (José Alves de Freitas Neto e Célio Ricardo Tasinafo. História Geral
e do Brasil. HARBRA. p. 325) Sobre o barroco é correto afirmar: 
Era um estilo intimamente ligado à Contrarreforma, pois expressava os fundamentos da
devoção religiosa por meio de construções, esculturas e iconografias que enalteciam os
princípios da fé católica. 
4- O século das luzes representou uma ampla crítica à forma do poder vigente (Absolutismo) e
propôs um novo entendimento da vida social. Dessa forma, a atuação dos iluministas ultrapassou o
campo científico, e o Racionalismo,característico da época, foi aplicado à análise social em
aspectos como o das relações sociais, da relação entre o governante e os governados, da relação do
rei com o Estado e o da religião. A partir destas considerações, as principais formulações do
pensamento político do iluminismo apoiaram-se na crítica ao absolutismo e nos seguintes fatores: 
Na negação do Direito Divino dos Reis e da participação da Igreja na vida pública. 
5- Foi considerada uma das principais manifestações do período colonial, buscando a perspectiva e
a ilusão de ótica, retratando primordialmente temas importantes para o catolicismo : 
Barroco 
6- Quando ocorreu a afirmação definitiva do Estado Moderno como núcleo principal das relações
internacionais? 
Ocorreu com a Paz de Westphalia. 
7- No século XVII, a estética entrava em declínio e surgiam outras formas de arte particularmente
influenciadas pelo pensamento católico. Nesse sentido, podemos apontar como exemplo desse novo
tipo de arte: 
Barroco 
8- (Superpro) Os Tratados de Westfália (Münster e Osnabruch), que puseram fim à Guerra dos
Trinta Anos (1618-1648), tiveram ampla repercussão, tendo em vista que:
acabaram com a política de hegemonia dos Habsburgos e impediram, provisoriamente, a ideia
de uma unidade imperial da Europa. 
AULA 4: O PROJETO COLONIAL EUROPEU
OBJETIVOS:
1- Definir as estruturas do projeto colonial espanhol; 
2- Relacionar de que forma a conjuntura europeia provoca mudanças nas empresas coloniais; 
3- Comparar os processos coloniais ocorridos na América. 
Nas aulas anteriores, estudamos as mudanças operadas nas sociedades europeias na transição
da Idade Média para a Idade Moderna, que permitiu a formação dos estados nacionais daquele
continente. Vimos de que forma a expansão marítima estava ligada aos interesses mercantis
praticados por estes estados. 
Vamos relembrar?
Relembrando
O conjunto de práticas econômicas que denominamos mercantilismo está vinculado à gênese
do capitalismo. Ou seja, na Idade Média, embora existisse moeda, não havia uma economia
monetária de fato, já que não havia um estado para regulá-la. Além disso, a economia feudal era
basicamente agrária, o que manteve o comércio como uma atividade secundária durante quase todo
este período. Com a centralização de poder moderna, este panorama econômico muda
O renascimento urbano e comercial aumentou a atividade mercantil e tornou-a o centro da
economia dos estados nacionais. É claro que a agricultura não desapareceu, já que dela dependia o
abastecimento de gêneros alimentícios, mas perdeu espaço na conjuntura econômica e nos
interesses políticos. O comércio gerava lucros maiores e era largamente estimulado pelos
governantes, apoiados pelas burguesias nacionais. 
Os estados centralizados adotaram então uma série de práticas, como o monopólio comercial
e o metalismo. Na Idade Média, a riqueza era medida pela posse de terras e, na Idade Moderna, pela
posse de metais preciosos. À medida que o comércio cresce, aumenta também a necessidade de
moeda e, portanto, a de metal precioso para cunhá-las.
O metalismo altera o sentido de riqueza. A solução era buscar esses metais fora da Europa,
sendo esta uma das razões para a expansão marítima. Além de buscar um caminho alternativo para
as Índias, ricas em especiarias, a possibilidade de colonizar novas terras surgia como uma
alternativa as necessidades dos novos estados nacionais. 
Busca por novas terras
A existência das novas terras, embora não estivesse provada, não era exatamente um
mistério. Vários navegadores, cartógrafos e astrônomos já haviam indicado que estas terras
deveriam existir. Mas as expedições eram caras e esse era um investimento de alto risco. Somamos
a isso a imensa superstição que havia acerca do mar, desconhecido por parte dos navegadores, dos
marinheiros e da população em geral. Foi necessária uma série de fatores para que esta expansão
pudesse de fato ocorrer, dentre elas, com apoio político e financeiro do estado e a existência de uma
burguesia disposta a investir naquilo que seria, a princípio, uma aventura arriscada. 
Os ibéricos saíram na frente. Em parte por sua localização geográfica privilegiada, em parte
pela centralização precoce de seus estados. Entretanto, as experiências europeias na colonização das
novas terras foram bastante diferentes. 
Vimos anteriormente, na disciplina Moderna I, de que maneira os estados se organizaram e a
forma como cada um deles se lançou ao Atlântico. Pudemos perceber então, as diferenças inerentes
a cada um destes processos, a saber, Espanha, França, Inglaterra e Holanda. Na aula passada,
estudamos mais atentamente, de que forma a expansão holandesa interferiu na história do Brasil,
com as invasões no Nordeste brasileiro. Essas invasões foram parte do processo de expansão
marítima holandesa que, como notamos, é radicalmente diferente do que foi empreendido pela
Espanha, por exemplo. A tendência na historiografia tradicional era estudar esses dois momentos –
expansão marítima e colonização – separadamente. Mas, ao compreendermos a história como
processo, torna-se necessária a análise do contexto de uma forma mais ampla, avaliando não só as
motivações europeias, mas o que significaram para as sociedades das regiões que foram colonizadas
pelos europeus. 
Ao falarmos sobre a colonização, temos que ter também nossos olhos voltados para a
conjuntura europeia do momento certo?
Então, já analisamos as razões e as diferenças entre as iniciativas de expansão e as
relacionamos à política mercantilista da época correto? Não podemos perder nunca isto de vista!
Projetos coloniais
Se o inicio da expansão foi diferente, mais ainda é a empresa colonial, montada por cada
uma dessas nações. 
Durante muito tempo, convencionou-se dividir os projetos coloniais em colônia de
exploração e de povoamento. Em uma análise superficial, apontava-se que a colonização ibérica era
de exploração, pois tinha como objetivo fundamental explorar as terras descobertas sem o intuito de
desenvolvê-la. Já a colonização inglesa seria de povoamento, pois a aplicação da negligência
salutar teria concedido às colônias autonomia suficiente para que tivessem uma organização política
própria, sofrendo uma interferência menor da Coroa do que o que foi aplicado no Brasil e em boa
parte da América. 
Essa convenção tem caído em desuso. Ela foi formulada com os olhos postos nos Estados
Unidos, o caso mais contundente de colonização inglesa. Mas a Inglaterra também colonizou outras
ilhas do Caribe, como a Jamaica, e quando observamos estas diferenças, vemos que esta definição
não se aplica.
Objetivo das colonizações: Ainda que as colonizações tenham sido diferentes, tinham um
objetivo em comum: gerar lucro para a metrópole. Esse lucro poderia ser obtido de diversas formas,
exploração mineral, agrícola, impostos. Mas todas as metrópoles exerceram, com maior ou menor
intensidade, o monopólio comercial sobre suas colônias. As diferentes nos processos também
dependeram das sociedades que se formaram e daquelas que já existiam no continente americano. 
A Jamaica foi descoberta pela Espanha e conquistada pelos ingleses no século XVII que
estabeleceram nela a mesma estrutura açucareira e escravocrata das demais colônias americanas. 
Mesmo considerando apenas a história dos Estados Unidos, não podemos dizer que havia
um padrão econômico aplicado pela metrópole. 
As colônias do Sul mantinham a mesma economia de plantation que os portugueses
aplicaram no Brasil: monocultor, latifundiário, agroexportador e escravocrata. 
Mesmo considerando que a Inglaterra tenha sido mais leniente no caso das treze colônias
que deram origem aos Estados Unidos do que outras metrópoles, isto não foi umaregra nas suas
possessões. Expressões como bom ou mau colonizador, metrópole melhor ou pior, não fazem
sentido quando avaliamos o processo histórico desenvolvido entre colonizadores e colonizados. A
herança dessa relação se evidencia, sobretudo, no século XIX, quando as colônias se independem e
dão origem aos Estados Nacionais Americanos, como veremos adiante.
Antes dos espanhóis chegarem
A Espanha, enquanto metrópole buscou sempre impor um rígido controle sobre suas
colônias, através da criação de diversos mecanismos administrativos. 
Quando falamos sobre a chegada dos espanhóis na América e o contato com as civilizações
pré-colombianas, sempre nos vêm à mente os grandes impérios, como o Inca e o Asteca. 
Embora essas sociedades tenham sido as mais notórias, devido ao seu grau de
desenvolvimento e organização político social, não eram as únicas existentes no continente. De fato,
existiam diversas outras sociedades indígenas, em diferentes graus de desenvolvimento. 
A grandeza dos impérios da América impressionou os espanhóis, mas isso não os impediu de
subjugar essas sociedades, em busca do ouro e da prata que a Europa tanto necessitava. Nesse
aspecto, é importante levarmos em consideração o papel da Igreja, já que a catequização dos
indígenas permitiu aos espanhóis a utilização de recursos cruéis para a conversão e utilização dos
indígenas como mão de obra.
Note que não estamos falando aqui que a catequização era um pretexto para a conquista.
Como reino católico, a Coroa espanhola, amparada pelo papado, acreditava firmemente na
necessidade de conversão e na salvação das almas dos indígenas, considerados pagãos, bárbaros e
selvagens. 
O apogeu
No século XVIII, a Espanha havia formado um extenso império, que ocupava grande parte
das terras americanas. Mas os conflitos sociais eram recorrentes e os problemas administrativos
como a corrupção, constantes.
No tocante às classes sociais, os espanhóis natos, chamados de chapetones, ocupavam os
cargos máximos da administração, como o de vice-rei. Os criollos, filhos de espanhóis nascidos na
América, constituíam a elite local e ocupavam os cargos administrativos do cabildo, a câmara
municipal. Mestiços, índios e negros ocupavam a base da pirâmide social. As disputas de poder
entre criollos e chapetones acabaram sendo um dos principais motores da independência das
colônias espanholas, no século XIX, pois, durante o século XVIII, por questões internas da
Espanha, o poder metropolitano foi se tornando cada vez mais frágil. 
Durante o século XVIII, a Espanha passou por uma grave crise sucessória, que provou a
Guerra de Sucessão, envolvendo diversos reinos europeus. O Rei Carlos II, da dinastia Habsburgo,
casado com uma princesa francesa, não tinha herdeiros. O rei francês, Luís XIV, reivindicava a
posse do trono espanhol para seu neto, Felipe, já que com a morte de Carlos II, o trono ficaria vago. 
Houve uma enorme oposição a esta manobra política no continente espanhol, já que um herdeiro
francês, no trono espanhol, abriria para a França as portas do continente americano. Inicia-se então
um conflito culminando com a vitória francesa e a ascensão de Felipe V ao trono. Mas a vitória teve
um preço e o novo rei precisou fazer concessões aos demais reinos, assinando o Tratado de
Utrecht,* que garantiria sua permanência no trono espanhol. * Permitiu a Inglaterra comercializar
com as colônias espanholas, o que quebrou o monopólio sobre o comércio que a Espanha
mantivera até então.
O declínio
De fato, o século XVIII foi extremamente conturbado no continente europeu. Além da
guerra sucessória na Espanha, toda a Europa sofreu o reflexo da Revolução Francesa de 1789 e da
expansão napoleônica que a seguiu. Os laços que prendiam colônias e metrópoles começaram a se
esfacelar e o primeiro passo para que isso ocorresse foi o rompimento dos monopólios comerciais
que até então, asseguravam o poder metropolitano e sua prosperidade econômica. 
As independências, que ocorreram no século XIX, têm sua origem nos acontecimentos do
século XVIII. A Espanha foi invadida por Napoleão, o que abalou sua estabilidade e tornou-a
incapaz de administrar suas colônias com o rigor usual.
Os desdobramentos da invasão francesa à Espanha não tardaram. Com o aumento das
exigências metropolitanas, o clima de insatisfação entre a elite criolla local cresceu, disseminando
as propostas de rompimento. 
Somamos a isso a influência das ideias iluministas e os princípios de cidadania e liberdade
que circulavam entre essa elite letrada e a independência das treze colônias inglesas, em 1776. 
Os criollos reivindicavam autonomia política e os dois principais líderes do processo de
emancipação foram Jose San Martin e Simon Bolívar. Em meados do século XIX, todas as ex-
colônias já eram independentes e a Espanha perdia seu domínio americano. Mas a formação dos
estados latinos apenas começava. Simon Bolívar defendia que as ex-colônias deveriam formar um
único pais, de dimensões continentais, em uma ideologia que ficou conhecida como Bolivarismo.
Entretanto, embora aparentemente as antigas possessões espanholas tivessem muito em comum,
tinham também muitas diferenças e interesses conflituosos. Devido a estrutura montada pela
Espanha durante os séculos de dominação colonial, diversas regiões tinham a mesma economia,
como Paraguai, Uruguai e Argentina, cuja base econômica era a pecuária. Isso as tornava
concorrentes e cada elite local defendia seus próprios interesses, inviabilizando o projeto de Bolívar.
A estrutura majoritariamente agrária, foi um dos fatores da industrialização e urbanização
tardia do continente, da América latina permaneceu no pós-independência e manteve-se como um
legado do passado colonial. 
Também na estrutura política este legado se fez presente, com o predomínio das oligarquias
rurais no estado e na defesa dos interesses de uma minoria. 
Quando comparamos os processos de formação dos estados nacionais latinos e norte
americano, vemos que, embora diferentes, ambos mantiveram resquícios de seus legados coloniais.
 Enquanto isto, na América do Norte…
Quando a Inglaterra tomou posse de sua parcela no território americano, não encontrou de
imediato, riquezas minerais, como havia ocorrido com os espanhóis. Não havia a principio, nada
que justificasse um intenso esforço dos reis ingleses para explorar os novos territórios. 
Além disso, a Inglaterra passava internamente por duras disputas religiosas entre católicos e
protestantes, que se arrastavam por vários anos, até encontrar uma paz relativa no reinado de
Elizabeth I.
As guerras de religião na Inglaterra acabaram por se tornar um estimulo a imigração para as
colônias. Além disso, a Coroa concedia terras aqueles que se dispusessem a fazê-las produzir. O
acesso a terra é uma das diferenças fundamentais entre a colonização latina e inglesa. 
Entre os ibéricos, a posse da terra era concedida a ricos fidalgos ou a nobres, enquanto na
América inglesa, pequenos lotes eram distribuídos ao cidadão comum. Embora todas as treze
colônias estivessem igualmente submetidos à legislação inglesa e ao pacto colonial, a colonização
não foi hegemônica. 
Enquanto as colônias do Norte e do Centro eram caracterizadas pela pequena propriedade e
pelo trabalho livre, no Sul prevalecia a mesma estrutura de plantation já disseminada pelos ibéricos,
latifúndio, agroexportador e escravocrata, sendo o tabaco e o algodão alguns dos principais
produtos de exportação.
No aspecto político, os colonos ingleses possuíam maior autonomia, embora seguissem as
leis inglesas, estavam organizados em câmaras e legislavam sobre os assuntos locais. 
A Inglaterra era o exemplo de organização política e a prática da negligênciasalutar resultou
em uma liberdade legislativa que as demais coloniais do continente desconheciam. 
Entre 1756 e 1763, a Inglaterra envolveu-se na Guerra dos Sete Anos, contra a França. Esse
conflito evidencia o frágil equilíbrio no qual viviam os reinos europeus e as constantes disputas por
território e domínio econômico no continente. Embora tenha saído vitoriosa, a Inglaterra sofreu
grandes prejuízos e viu na exploração colonial a maneira de diminuir a crise econômica que se
alastrava pelo reino. 
Se até então as colônias gozavam de relativa autonomia, essa situação estava com os dias
contados. A Coroa aumentou impostos e criou novas taxas para poder recuperar seus cofres e
estabeleceram diversas novas leis nas quais submetiam os colonos ao jugo metropolitano. Essas leis
foram chamadas de “Leis Intoleráveis” e provocaram uma enorme reação colonial. 
Em 1774, foi convocado o primeiro congresso continental da Filadélfia, no qual se buscava
negociar um acordo com os ingleses. Mas a Coroa permaneceu irredutível e, em 1776, os Estados
Unidos declaram sua independência e entram em guerra contra a Inglaterra em um conflito que se
arrastou até a derrota inglesa e o reconhecimento da emancipação das treze colônias pela Coroa, em
1783.
Entretanto, se a América Latina pós-independência tinha uma aparente homogeneidade, as
diferenças entre as ex-colônias britânicas eram mais do que evidentes. Não só a economia era
diversificada, tendo o Norte se tornado mais industrial e o Sul, marcadamente agrário, mas a
escravidão era um problema aparentemente inconciliável. 
Enquanto no Norte predominava a mão de obra livre, no Sul os escravos compunham não só
a maior parte dos trabalhadores, mas também da população. A independência não trouxe a abolição,
embora também estivesse influenciada pelos ideais iluministas de liberdade e cidadania. A
contradição da escravidão se manteve até 1863, com a Guerra de Secessão.
Após as independências
O primeiro desafio empreendido pelo novo governo republicano foi a unidade territorial.
Dessa forma, foi adotado o sistema federativo, concedendo autonomia política a cada unidade da
federação. 
Em 1787, foi promulgada a Constituição, a mesma que vigora até os dias de hoje, garantindo
os direitos nacionais. Contudo, cabe a cada estado legislar sobre os aspectos que não estão
contemplados na Constituição, permitindo a manutenção do sistema escravista. 
Embora a abolição tenha ocorrido no século XIX, o sistema federativo permitiu a
manutenção do preconceito e da segregação racial nos EUA até o século XX. Nos estados do Sul, os
negros possuíam suas próprias escolas, eram separados nos transportes coletivos e proibidos de
frequentar os mesmos estabelecidos que os brancos, em uma realidade que perdurou até a década de
1960.
Segundo Márcia Miranda Soares:
“Os interesses centrífugos determinaram o surgimento do experimento federalista nos EUA e a
formação destes interesses deve ser buscada no período colonial na ampla condição de autonomia
de que as treze colônias inglesas gozaram, o que propiciou a formação de uma forte identidade
territorial e o apego à condição de autonomia de que desfrutavam.” 
Como pudemos perceber as ex-colônias, sejam inglesas ou latinas, guardam em suas
estruturas socioeconômicas uma enorme herança de seu passado colonial. 
Também a conjuntura metropolitana foi responsável pela formação dos sistemas sociais que
se desenvolveram, e na relação de dependência econômica que se estabeleceu como um entrave na
economia da América Latina. 
No conjunto da era moderna, o processo colonial foi fundamental para a consolidação dos
estados nacionais europeus e à medida que estes enfraqueciam, ruía igualmente seu poder sobre as
colônias. Foram os conflitos vivenciados pelos reinos europeus que proporcionaram as condições
para os movimentos de independência e para a formação dos estados nacionais americanos que,
mesmo livres do jugo metropolitano, ainda se mantiveram atrelados a um passado colonial. 
SÍNTESE DA AULA:
- Analisou os projetos coloniais a partir dos princípios do mercantilismo adotado pelos estados
nacionais europeus.
- Reconheceu a influência da conjuntura europeia para a montagem das empresas coloniais e
para o processo de emancipação destas colônias.
- Identificou as heranças coloniais que os estados nacionais americanos legaram de seu
passado colonial.
EXERCÍCIO COMPLEMENTAR
1- A distribuição das propriedades em terras pela classe governante era provavelmente única na
Europa Ocidental: desde a Revolução de Avis, em 1383, a renda anual da monarquia era quase igual
à da Igreja, e as duas juntas... maiores que o total dos rendimentos da nobreza... Combinada com a
ausência da servidão adscrita e com a ascensão do comércio costeiro do século XIII em diante, ela
marcou Portugal para um futuro diferente desde cedo. (Perry Anderson) Assinale a opção que se
refere corretamente ao futuro diferente mencionado no trecho. 
A dependência portuguesa em relação ao comércio inglês, acentuada a partir da segunda metade do
século XVII.
A posição proeminente de Portugal nas negociações com a Igreja Católica e com a Espanha, no caso
de Tordesilhas (1494), e com a Inglaterra, no Tratado de Methuen (1703).
A expansão marítima, possibilitada pela centralização da arrecadação da renda nacional e do
poder político.
A grande influência eclesiástica na política e na economia do Reino, levando-o a defender-se
expulsando os jesuítas no século XVIII.
A sobrevida de instituições feudais, maior do que no conjunto da Europa Ocidental, favorecendo
sua submissão à Espanha entre 1580 e 1640.
2- O sistema de colonial empreendido pela política mercantilista tinha como objetivo:
garantir o acesso às fontes de matérias-primas e aos mercados consumidores no ultramar,
principalmente na África.
criar condições para o enfraquecimento do Estado Absolutista;
alcançar o máximo de auto-suficiência econômica e situá-la vantajosamente no comércio
internacional, pela criação de complementos à economia nacional;
evitar conflitos internos, resultantes dos choques entre feudalismo e capitalismo, que entravavam o
desenvolvimento dos países europeus;
restabelecer o modo de produção feudal como forma de exploração colonial;
3- Podemos apontar como resultados da Revolução Inglesa, exceto:
A reconstituição da hierarquia anglicana é uma vitória dos presbiterianos contra o movimento
anárquico das seitas radicais. Mas o clero fica submetido ao Parlamento, como funcionário do
Estado.
No plano religioso, o antigo clero anglicano, importante para a sustentação do absolutismo, teve
seus bens confiscados e foi privado de sua autonomia.
O desenvolvimento econômico levou à antiga nobreza feudal a produzir para o mercado, um
mercado sensivelmente ampliado no plano interno pela incorporação definitiva da Escócia e da
Irlanda.
No plano econômico, não houve nenhuma mudança na estrutura agrária, com a manutenção
das terras que pertenciam a nobreza e seus privilégios, que foram marca significativa após o
término do processo revolucionário.
A Revolução Inglesa eliminou a autonomia financeira do poder real, confiscou-lhe as propriedades,
transformando o conceito de propriedade, surgindo o conceito de propriedade individual e absoluta.
4- Podemos conceituar o Mercantilismo como um conjunto de práticas, adotadas pelo Estado
absolutista na época moderna, com o objetivo de obter e preservar riqueza. Sobre este tema,
considere as afirmativas abaixo classificando-as como VERDADEIRAS ou FALSAS.
I. Liderada pela espanha, a prática mercantilista compreendia estímulo à importação, restrição à
exportação, condicionamento do comércio à agricultura, incentivo à uniformização legislativa e
alfandegária do Estado.
II. O controleexercido pela metrópole não implicava na passagem do produto pela mesma. A
maioria das mercadorias, autorizadas pela metrópole, vinham diretamente dos países de origem.
Muitos produtos provinham de colônias da mesma metrópole.
III. As nações européias adotaram uma política intervencionista, ou seja, as regras da economia
eram ditadas pelo Estado. O Estado passou proibir a saída de ouro e prata, como forma de manter a
riqueza no país.
Sendo assim, podemos afirmar que:
Apenas a I está correta 
Apenas I e III estão corretas. 
Apenas a II está correta 
Apenas II e III estão corretas. 
Apenas I e II estão corretas. 
5- Sobre as características da colonização européia na América, são corretas as opções a seguir, com
exceção de uma. Assinale-a. 
Organização social favorável à miscigenação entre brancos e índios (as Treze Colônias). 
Utilização de mão-de-obra escrava nas plantations (no sul dos Estados Unidos). 
Organização social de base aristocrática, diferenciando chapetones e criollos 
Utilização de mão-de-obra escrava nas plantations (Caribe). 
Organização da mão-de-obra indígena através da encomienda e da mita. 
6- Todas as alternativas apresentam fatores que explicam a primazia dos portugueses no cenário dos
grandes descobrimentos, exceto: 
a localização geográfica de Portugal, distante do Mediterrâneo oriental e sem ligações
comerciais com o restante do continente. 
a atuação empreendedora da burguesia lusa no desenvolvimento da indústria náutica. 
a presença da fé e o espírito da cavalaria e das cruzadas que atribuíam aos portugueses a missão de
cristianizar os povos chamados "infiéis". 
o aparecimento pioneiro da monarquia absolutista em Portugal responsável pela formação do
Estado moderno. 
a centralização política em torno do rei direcionou a atividade econômica para a navegação
marítima o que favoreceu seu pioneirismo. 
7- Assinale a opção que caracteriza a economia colonial estruturada como desdobramento da
expansão mercantil européia da época moderna. 
O caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setores de
subsistência, que disputavam as terras e os escravos disponíveis para a produção. 
A implantação da empresa agrícola representou o aproveitamento, na América, da experiência
anterior dos portugueses nas suas colônias orientais. 
A produção de abastecimento e o comércio interno foram os principais mecanismos de acumulação
da economia colonial. 
A lavoura de produtos tropicais e as atividades extrativas foram organizadas para atender aos
interesses da política mercantilista européia. 
A descoberta de ouro no final do século XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o
rompimento dos monopólios que regulavam a relação com a metrópole. 
8- O primeiro país a se tornar independente na região das Américas e a manter a unidade territorial
como fator primordial foi : 
Argentina 
Brasil 
México 
Cuba 
EUA 
9- Sobre as características da colonização européia na América, são corretas as opções a seguir, com
exceção de uma. Assinale-a. 
Utilização de mão-de-obra escrava nas plantations (Caribe). 
Organização social de base aristocrática, diferenciando chapetones e criollos 
Organização social favorável à miscigenação entre brancos e índios (as Treze Colônias). 
Utilização de mão-de-obra escrava nas plantations (no sul dos Estados Unidos). 
Organização da mão-de-obra indígena através da encomienda e da mita. 
10- A respeito do pacto colonial, sistema empreendido entre as metrópoles e suas colônias, analise
as afirmativas a seguir e assinale a correta. 
Nas relações entre colônia e metrópole, havia uma clara dependência da metrópole para com os
produtos produzidos por suas colônias, o que denotava uma subserviência da primeira para com a
segunda. 
No pacto colonial, as colônias eram obrigadas a manter comércio somente com a metrópole. 
No pacto colonial, a colônia enviava produtos para a metrópole e produzia aqueles necessários ao
seu uso. 
Nas relações oriundas do pacto colonial, havia a liberdade de comércio da colônia com outros
países para além de sua metrópole. 
Nas relações coloniais, a metrópole e a colônia efetuavam um comércio livre de forma a garantir os
melhores lucros para ambas. 
11- São características do Sistema Colonial preponderante na Idade Moderna: 
a economia voltada para o mercado interno e para a acumulação capitalista no setor colonial. 
a manutenção do trabalho servil como base do desenvolvimento econômico das áreas coloniais; 
a implantação por parte das metrópoles de uma política liberal que facilitou a emancipação das
colônias; 
a não-ingerência do Estado na economia que favoreceram às atividades naturais; 
o monopólio comercial da metrópole, que favoreceu o florescimento da burguesia e no
desenvolvimento do capitalismo; 
12- Podemos apontar como resultados da Revolução Inglesa, exceto: 
A Revolução Inglesa eliminou a autonomia financeira do poder real, confiscou-lhe as propriedades,
transformando o conceito de propriedade, surgindo o conceito de propriedade individual e absoluta. 
O desenvolvimento econômico levou à antiga nobreza feudal a produzir para o mercado, um
mercado sensivelmente ampliado no plano interno pela incorporação definitiva da Escócia e da
Irlanda. 
No plano econômico, não houve nenhuma mudança na estrutura agrária, com a manutenção
das terras que pertenciam a nobreza e seus privilégios, que foram marca significativa após o
término do processo revolucionário. 
A reconstituição da hierarquia anglicana é uma vitória dos presbiterianos contra o movimento
anárquico das seitas radicais. Mas o clero fica submetido ao Parlamento, como funcionário do
Estado. 
No plano religioso, o antigo clero anglicano, importante para a sustentação do absolutismo, teve
seus bens confiscados e foi privado de sua autonomia. 
13- Assinale a opção que caracteriza a economia colonial estruturada como desdobramento da
expansão mercantil européia da época moderna. 
O caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setores de
subsistência, que disputavam as terras e os escravos disponíveis para a produção. 
A lavoura de produtos tropicais e as atividades extrativas foram organizadas para atender aos
interesses da política mercantilista européia. 
A produção de abastecimento e o comércio interno foram os principais mecanismos de acumulação
da economia colonial. 
A descoberta de ouro no final do século XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o
rompimento dos monopólios que regulavam a relação com a metrópole. 
A implantação da empresa agrícola representou o aproveitamento, na América, da experiência
anterior dos portugueses nas suas colônias orientais. 
14- Todas as alternativas apresentam fatores que explicam a primazia dos portugueses no cenário
dos grandes descobrimentos, exceto: 
a centralização política em torno do rei direcionou a atividade econômica para a navegação
marítima o que favoreceu seu pioneirismo. 
a localização geográfica de Portugal, distante do Mediterrâneo oriental e sem ligações
comerciais com o restante do continente. 
a presença da fé e o espírito da cavalaria e das cruzadas que atribuíam aos portugueses a missão de
cristianizar os povos chamados "infiéis". 
o aparecimento pioneiro da monarquia absolutista em Portugal responsável pela formação do
Estado moderno. 
a atuação empreendedora da burguesia lusa no desenvolvimento da indústria náutica. 
15- O sistema de colonial empreendido pela política mercantilista tinha como objetivo: 
evitar conflitos internos, resultantes dos choques entre feudalismo e capitalismo, que entravavam o
desenvolvimento dos países europeus; 
alcançar o máximo de auto-suficiência econômica e situá-la vantajosamente no comércio

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