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RoteirodeCURSOBiologiacelularetecidual20172 20170915224721 (2)

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Medicina Veterinária
Biologia Celular e Tecidual
Módulo 1B
Roteiro de Curso 
Prof. Deborah Amaral
Aluno:_____________________________	Data: ____________
Turma: MED 1B__________________	Turno: ___________
Índice – Parte 1
	
	Pg
	
Plano de ensino .....................................................................................................................
Referências bibliográficas ......................................................................................................
Cronograma ...........................................................................................................................
Regras de utilização do laboratório de aulas práticas ...........................................................
Informações úteis ..................................................................................................................
Aula prática inaugural ............................................................................................................
Técnicas histológicas .............................................................................................................
UNIDADE 1 - Morfofisiologia celular e tecidual .....................................................................
UNIDADE 2 - Sangue e sistema hemocitopoiético .................................................................
UNIDADE 3 - Sistema cardiovascular .....................................................................................
UNIDADE 4 - Órgãos linfoides ................................................................................................
UNIDADE 5 - Sistema digestivo ..............................................................................................
UNIDADE 6 - Sistema genital .................................................................................................
UNIDADE 7 - Sistema urinário ...............................................................................................
	
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39
47
55
	
	
PLANO DE ENSINO
	DISCIPLINA: Biologia Celular e Tecidual 
	CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 h/a
	
	
	CURSO: Medicina Veterinária
	CARGA HORÁRIA SEMANAL: 2h/a (Teóricas) + 2h/a (Práticas)
	
	
	TURNO(S): Manhã e Noite
	MÓDULO: 1B
	
	
	PROFESSOR: Deborah Amaral 
	SEMESTRE: 2016/1
	
	
EMENTA
Estudo morfofuncional das células, tecidos, órgãos e sistemas que constituem o organismo dos animais domésticos, com ênfase nos sistemas hemocitopoiético, cardiovascular, digestivo, genital, urinário e órgãos linfoides.
	
OBJETIVO GERAL
Conhecer e compreender a estrutura microscópica dos diversos órgãos que constituem os sistemas hemocitopoiético, cardiovascular, respiratório, digestivo, genital, urinário e órgãos linfoides, bem como ser capaz de fazer associações entre a forma e a função das estruturas estudadas.
	OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Conhecer as características morfológicas básicas das células que constituem os tecidos animais;
Identificar histologicamente os diferentes tecidos biológicos através de microscopia de luz;
Conhecer a estrutura microscópica dos órgãos estudados;
Estabelecer inter-relações entre as características morfológicas e funcionais dos órgãos e tecidos biológicos;
Desenvolver um raciocínio crítico a respeito do conteúdo abordado com base nos conceitos pré-estabelecidos e nas associações feitas, buscando sempre um melhor entendimento da complexa estrutura microscópica dos sistemas fisiológicos.
	
	
METODOLOGIA
Aulas teóricas expositivas dialogadas. 
Aulas práticas.
Atividades em grupo.
Atividades individuais.
	
	
CONTEÚDO 
Morfofisiologia celular
Sistema hemocitopoiético.
Sistema cardiovascular.
Órgãos linfóides.
Sistema digestivo.
Sistema genital.
Sistema urinário
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	
Bibliografia básica: 
SAMUELSON, D.A. Tratado de histologia veterinária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 527p.
AARESTRUP, B.J. Histologia essencial. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 457p.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto & atlas. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 538p. 
ROSS, M.H.; PAWLINA, W. Histologia texto e atlas. 6ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 978p.
Bibliografia complementar: 
EURELL, J.A.; FRAPPIER, B.L.. Histologia veterinária de Dellmann. 6. Ed. São Paulo: Manole, 2012. 400 p.
GARTNER, L.P.; HIATT, J.L.. Atlas de histologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 6ed., 2014. 432p.
GARTNER, L.P.; HIATT, J.L.. Tratado de histologia em cores. 3 ed., São Paulo: Elsevier, 2007. 576p.
GLEREAN, A.; SIMÕES, M.J. Fundamentos de histologia – para estudantes da área da saúde. São Paulo: Livraria Santos Editora Ltda. 2013. 340p.
JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto & atlas. 11.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 524p
ZAHA, A.; FERREIRA, H.B.; PASSAGLIA, L.M.P. Biologia molecular básica. Porto Alegre: artmed, 4ed, 2012. 403p.
KIERSZENBAUM, A.L.; TRES, L. L. Histology and cell biology – an introduction to pathology. Philadelphia: Elsevier, 3ed., 2012. 701p.
ATENÇÃO:
As referências básicas de números 2, 3 e 4 (em negrito) estão disponíveis no “Minha Biblioteca” (SOL).
As referências complementares de números 2, 4, 5 e 6 (em negrito) estão disponíveis no “Minha Biblioteca” (SOL). 
REGRAS DE UTILIZAÇÃO DOS LABORATÓRIOS DE AULAS PRÁTICAS
O laboratório é um local de grande importância no curso de biologia celular e tecidual, pois é onde podemos usar nossa principal ferramenta de trabalho no estudo da anatomia microscópica de órgãos e tecidos. Portanto, o uso do laboratório de aulas práticas é indispensável para o seu aprimoramento técnico profissional. 
As habilidades necessárias para um bom manuseio dos microscópios e uma adequada interpretação das imagens obtidas, você vai adquirir com trabalho sério e dedicação! Traga sempre consigo:
Esse roteiro de curso para acompanhamento das aulas.
Uma caixa de lápis de cor para fazer seus desenhos esquemáticos.
Um atlas histológico.
E, importantíssimo, esteja sempre em conformidade com as regras listadas abaixo, para que você possa frequentar as aulas práticas.
REGULAMENTO
Existe um documento denominado “Normas gerais para uso dos laboratórios” que se encontra disponível na íntegra com os técnicos responsáveis ou com a supervisão geral dos laboratórios. Porém, aqui estão listados os itens de maior relevância que devem ser cumpridos por todos os usuários:
É dever de todo aluno zelar pela limpeza, ordem e conservação das peças, aparelhos, equipamentos e materiais existentes nos laboratórios.
Durante a permanência dentro dos laboratórios, todos devem portar jaleco, sapatos fechados e calça ou saia abaixo dos joelhos, sendo obrigação do auxiliar responsável e do professor impedir o acesso de qualquer pessoa em discordância com esta norma.
Cabelos longos devem ser presos. 
Não é permitido o acesso ao laboratório portando alimentos de qualquer espécie.
A permanência no laboratório e a utilização de materiais durante as aulas práticas estão condicionadas a assinatura do termo de compromisso/responsabilidade.
Em caso de dano ou extravio de material do laboratório, o fato deverá ser comunicado imediatamente ao professor e ao auxiliar responsável, o qual deverá dar início ao procedimento para ressarcimento do dano. O referido procedimento encontra-se em conformidade com os artigos 186, 927 e 944 do código civil.
Caso tenha mais alguma dúvida, entre em contato com seu professor ou com a supervisão geral dos laboratórios!
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Para que você tenha um bom aproveitamento na disciplina de Biologia Celular e Tecidual, é importante que você tenha em mente os seguintes pontos:
1. Esse roteiro de curso é apenas um guia para acompanhamento das aulas. Não deixe de estudar nos livros indicados e lembre-se de que várias referências estãodisponíveis no “Minha Biblioteca” (SOL)!
2. Seja pontual! Estar presente desde o início da aula é fundamental para a construção dos conceitos e ideias trabalhados em sala de aula. Caso aconteça de você se atrasar, procure entrar na sala de aula e assentar silenciosamente, respeitando os colegas que chegaram na hora certa!
3. Nunca saia da aula com dúvidas. Lembre-se: a sala de aula é lugar de quem quer aprender. Não há nada o que temer: pergunte!
4. Você poderá utilizar o laboratório fora do horário de aulas para estudar as lâminas. Basta que você confira se o laboratório estará disponível e procure o técnico para assinar o termo de compromisso/responsabilidade referente ao uso do microscópio e da caixa de lâminas.
5. A disciplina conta com o apoio de monitores. Procure se informar com os técnicos a respeito dos horários em que as monitorias são oferecidas.
Bons estudos!
AULA PRÁTICA INAUGURAL
Existem vários modelos de microscópios luz nos laboratórios de aula prática. Abaixo você verá o desenho de um modelo padrão com a respectiva identificação dos seus componentes. 
 
 1 = oculares
 2 = objetivas e revólver
 3 = platina
 4 = charriot
 5 = parafuso macrométrico
 6 = parafuso micrométrico
 7 = diafragma no condensador
 8 = condensador
 9 = botão do condensador
10 = parafusos centralizadores do condensador
11 = fonte de luz
12 = controle de iluminação
13 = diafragma de campo (alavanca no lado esquerdo do microscópio)
14 = parafusos de ajuste da lâmpada (esquerdo e direito)
Agora encontre os componentes listados acima no microscópio com o qual você está trabalhando.
Marque aqueles que você mais usa no dia-a-dia durante seus estudos.
Conseguiu encontrar esses itens? 
Quais são eles?
Tire suas dúvidas com o professor!
USO DO MICROSCÓPIO ÓPTICO
Observe a lâmina a olho nu. 
Certifique se o controle de iluminação está no mínimo e, só então, ligue a fonte de luz e ajuste a iluminação para nível médio.
Certifique se a objetiva de menor aumento (objetiva de 4X) está encaixada e que a mesa esteja totalmente abaixada (parafuso macrométrico). Coloque a lâmina com a lamínula voltada para cima sobre a platina, encaixando-a nas presilhas do charriot. 
Observando ainda com olho nu, alinhe o tecido na direção do feixe luminoso, movimentando a lâmina com a mão direita, utilizando os parafusos do charriot.
Proceda a focalização, observando o corte através das lentes oculares e vá girando lentamente o parafuso macrométrico que subirá a mesa até alcançar o foco. Ajuste o foco fino com o parafuso micrométrico, de forma que a imagem fique bem nítida.
Explore toda a superfície do corte nesse aumento, leia as instruções do roteiro e selecione a região do corte que será explorada através das objetivas de maior aumento.
Centralize a região escolhida para observação no campo. Certifique-se que o foco está bom, usando o parafuso micrométrico.
Gire o revólver das objetivas na direção da objetiva de aumento médio (objetiva de 10X) até que ela esteja completamente encaixada. O corte deve permanecer no foco, porém embaçado, sendo necessários apenas ajustes no foco fino, utilizando-se o parafuso micrométrico. 
NOTA: não abaixe a platina para mudar as objetivas, pois assim você perderá o foco!!! Use o parafuso macrométrico somente com a objetiva de pequeno aumento!
Observe as estruturas descritas no roteiro, utilizando sempre o parafuso micrométrico para que todos os detalhes na profundidade do corte possam ser observados.
Utilize os parafusos do charriot para mover a lâmina e selecionar no corte a melhor região para observar as estruturas específicas e para se localizar no tecido. Tire suas dúvidas.
Aproveite para rever os tecidos já estudados em cada corte.
Só depois de explorar bem a lâmina no aumento médio, ajuste o foco para que fique bem nítido e passe para o aumento maior (objetiva de 40X). Ajuste o foco com cuidado, pois a lente se encontrará muito próxima da lâmina. 
Se você perder o foco, não tente encontrá-lo nesse aumento. Recomece o trabalho a partir do menor aumento (Item 4). Pode ter certeza: será mais rápido e você não correrá o risco de quebrar a lâmina!!!
Ao encerrar a observação de cada lâmina, recoloque a objetiva de menor aumento (4X) encaixada, retire a lâmina com cuidado e prossiga a observação da próxima lâmina indicada, sempre a partir do item 1.
 Para finalizar o uso do microscópio, retorne à objetiva de menor aumento, diminua a intensidade de iluminação ao mínimo, desligue a fonte de luz, retire e guarde a lâmina, cubra o microscópio com o plástico e retire o fio da tomada.
TÉCNICAS HISTOLÓGICAS
Noções de Coloração – Célula Eucariota
Tudo começou com alguém que desejava observar o que estava muito distante. Ao trabalhar no aperfeiçoamento de conjuntos ópticos para observação planetária, Robert Hooke percebeu, em 1665, que, invertendo as lentes, era possível identificar estruturas extremamente pequenas impossíveis de serem visualizadas a olho nu. Pegou então um pedaço de cortiça – na época muito usada para vedar vidraria em laboratórios – e o examinou sob essa nova perspectiva. O que ele viu – vários compartimentos vazios – mudou a história da humanidade de inúmeras maneiras. Hooke denominou esses espaços cellulas, que, em latim, significa pequenos compartimentos fechados. Nasciam, assim, o microscópio – ainda muito rudimentar – e o termo célula.
Palavras-chave
Artefato de técnica 			Biópsia 				Bloco
Célula					Coloração			Desidratação			
Eosina 					Fixação 			Hematoxilina 			
Histologia 				Inclusão			Lâmina histológica 		
Micrótomo 				Processamento histológico 	Tecido„
Anton Van Leeuwenhoek (1632-1723) trabalhava na Holanda como atendente de uma loja atacadista e utilizava vidro polido para cortar as peças de pano e avaliar a qualidade do produto a partir de suas pontas desfiadas. Adquiriu, assim, a habilidade – e o hobby – de polir o vidro, dando-lhe curvaturas. Em seu tempo livre, começou a observar com esses vidros tudo o que estava à mão, o que fez com que esse observador, sem ter passado por uma educação formal ou ter tradição familiar que o incentivasse a fazer experimentos, fosse a primeira pessoa no mundo a ver e a descrever uma bactéria, em 1674. Leeuwenhoek identificou e descreveu microscopicamente uma grande variedade de amostras vegetais e animais e, em 1700, foi considerado “o pai da histologia”.
No início do século 18, observar o “mundo minúsculo” significava estar à frente do tempo.
Após a aceitação geral de que somos constituídos por unidades microscópicas, Rudolf Virchow (1821-1902) observou que, nas doenças, a estrutura morfológica normal se alterava. Esse conceito, datado de 1858, foi fundamental para a evolução das ciências da saúde e marcou definitivamente a importância da histologia por possibilitar conhecer como são os parâmetros normais microscópicos e, por conseguinte, compreender como as doenças se manifestam desde o nível celular e entender seu mecanismo de evolução a partir deste ponto. Por isso, Rudolf Virchow ficou conhecido como pai da patologia moderna.
A partir dessa era de muitas descobertas, houve enorme progresso no estudo das ciências básicas, hoje consideradas pré-clínicas. O desenvolvimento da anatomia, da histologia, da fisiologia, da patologia e da farmacologia neste contexto e em sincronia não é mera coincidência.
Em 1819, August Mayer atribuiu o termo histologia ao estudo microscópio dos tecidos e órgãos a partir dos vocábulos gregos tissu (tecido) e logos (estudo). Por volta de 1847, Albert von Kölliker observou que o organismo é composto de quatro tipos básicos de tecidos: epitelial, que é didaticamente dividido em epitélios de revestimento, glândulas e neuroepitélios, conjuntivo, que abrange os tecidos conjuntivos propriamente ditos, ósseo, cartilaginoso e adiposo, muscular, cujas células são denominadas fibras musculares (independentementedo tipo muscular - esquelético, cardíaco ou liso - essas fibras são especializadas em realizar contração), e nervoso, que é constituído por neurônios e células da glia, estruturados em sistemas nervosos central e periférico. Sabe-se, hoje, que essa visão não abrange todos os aspectos fisiológicos e ultraestruturais dos inúmeros tipos celulares, porém é universalmente aceita por enquadrar os tecidos nos aspectos morfológicos com finalidade didática.
O objeto de estudo da histologia é a lâmina histológica, que é constituída por pequena placa retangular de vidro (lâmina histológica propriamente dita) sobre a qual o corte é disposto e recoberto por segunda lâmina extremamente delgada (lamínula) que pode ser arquivada permanentemente desde que protegida do contato direto com luz, umidade e substâncias químicas.
Processamento histológico de rotina:
O processamento histológico – conjunto de procedimentos aos quais a amostra de tecido ou o fragmento de órgão é submetido para que possa ser visualizado ao microscópio de luz. Envolve uma série de etapas que devem ser realizadas em sequência a partir da obtenção da amostra de tecido.
1. Fixação
A fixação tem por objetivo primário preservar a morfologia do tecido após sua remoção do organismo – ou seja, evitar que a amostra sofra autólise. Essa preservação é possível em razão de os compostos químicos presentes na substância fixadora realizarem ligações químicas estáveis com proteínas teciduais, impossibilitando que estas sofram desnaturação. A fixação também impede que o tecido sofra colonização por bactérias e, secundariamente, faz com que o endurecimento da amostra se inicie.
As soluções de formol (formalina) são consideradas fixadoras universais.
2. Desidratação
O procedimento de desidratação destina-se a remover a água normalmente contida nos tecidos e, para isso, o a amostra é imersa em solução alcoólica. São realizadas várias imersões (banhos), em concentrações gradualmente crescentes, para que não haja contração brusca do fragmento, com encolhimento do tecido. O composto mais utilizado na desidratação é o etanol. Na sequência, o fragmento é clarificado em xilol e a partir desta fase do processamento, os espaços preenchidos por gordura, derivados de lipídios e água são observados como espaços vazios ao microscópio óptico, uma vez que esses compostos são ‘lavados’ durante a clarificação com o xilol.
OBS: Mesmo em concentrações que aumentam gradualmente, o tecido sofre discreta contração, o que provoca o surgimento de espaços que não existem em nosso organismo, mas podem ser visualizados ao microscópio. São os chamados ‘espaços de retração’.
3. Inclusão
Com o objetivo de tornar a amostra dura o suficiente para ser cortada tão fina a ponto de se deixar atravessar pela luz emitida pelo microscópio, é realizada a inclusão. O fragmento é imerso em parafina aquecida a aproximadamente 50°C, temperatura na qual ela se funde. A parafina penetra na amostra, ocupando os espaços antes preenchidos por água e gordura, depois envolve a peça externamente. Assim que a parafina resfria e endurece, deve-se desenformá-la e assim temos o bloco.
4. Microtomia
Microtomia é a realização do corte do bloco para obtenção de amostra com espessura fina o suficiente para que a luz do microscópio a atravesse. A espessura média ideal do corte para procedimentos de rotina é de 4 a 6 m. Para cortar o bloco em fragmentos extremamente finos, utiliza-se o micrótomo.
5. Coloração
Fora do organismo e após serem submetidos ao processamento, os tecidos perdem sua coloração original. Assim, para que a morfologia tecidual possa ser analisada, é necessário adicionar à amostra pigmentos que lhe conferem coloração. A coloração ideal é aquela que tenha estabilidade de tons – ou seja, não descore facilmente com o tempo – e que permita contraste entre núcleo, citoplasma e material extracelular, possibilitando a distinção do formato da célula, da estrutura da matriz e a organização do tecido ou órgão observado.
Os corantes mais usados são aqueles que realizam ligações químicas por afinidade ácido-base. A coloração considerada universal em histologia e nas demais rotinas laboratoriais microscópicas é a que utiliza em conjunto a hematoxilina (corante básico) e a eosina (corante ácido), denominada comumente HE. Essa combinação bicrômica cora o corte com variações sobre dois tons. Estruturas ácidas, como o núcleo e o nucléolo, são chamadas de basofílicas, enquanto estruturas básicas e neutras, como o citoplasma e a maioria dos componentes extracelulares, são denominadas eosinofílicas ou acidófilas.
A coloração pela Hematoxilina-Eosina (HE) está resumida no quadro abaixo:
	Corante
	Cor:
	Natureza Química do Corante:
	Afinidade por Estruturas:
	Hematoxilina
	Roxa
	Básica
	Ácidas (Basófilas) - geralmente o núcleo
	Eosina
	Rosa
	Ácida
	Básicas (Acidófilas) - geralmente o citoplasma e a matriz extracelular
OBS 1: Apesar de a coloração HE tingir em rosa e roxo, não é correto considerar que o roxo é mais escuro que o rosa. Existem inúmeras tonalidades dessas cores e pode-se encontrar situações nas quais o roxo é pálido, com a estrutura pouco corada, ao passo que o rosa é extremamente forte, bem corado. Assim, memorizações do tipo “o núcleo é mais escuro que o citoplasma” podem levar a erros na identificação do tecido.
OBS 2: Tricrômios: nos tricrômios é feita a combinação de três corantes que evidenciam, por afinidade tintorial, determinado tipo de tecido em cor destacada, separando-o de outros tecidos, ou mesmo aumentando sua evidência em algumas situações. Existem diversos tipos de tricrômios, segundo a combinação de corantes. Alguns exemplos:
Tricrômio de Gomori: destaca o colágeno em verde, células epiteliais e estruturas vasculares em vermelho
Tricrômio de Mallory: destaca o colágeno em azul e tecidos epiteliais em tons quentes fracamente corados
Sais de prata: destaca fibras elásticas e reticulares em preto
6. Montagem
A montagem protege fisicamente o corte corado disposto sobre a lâmina histológica e garante a manutenção da tonalidade dos corantes utilizados. Uma pequena quantidade de meio de montagem é dispensada sobre o corte e uma lamínula de vidro é fixada sobre ele. Para blocos de parafina, o meio de montagem mais utilizado é o bálsamo do Canadá.
As estruturas celulares e teciduais apresentam naturezas químicas diferentes e, portanto, apresentam também diferentes afinidades por corantes; as estruturas ácidas têm afinidade por corantes básicos e as estruturas básicas, por corantes ácidos. Em função disso, as técnicas de coloração costumam empregar, pelo menos, um corante ácido e um corante básico.
 Com base no quadro da página anterior, colora as imagens abaixo diferenciando as estruturas marcadas pelos corantes hematoxilina e eosina (HE):
 
 		 A				 B						C
A maior parte das lâminas que utilizaremos durante o curso é corada pela técnica HE.
AUTOAVALIAÇÃO
Confira as palavras-chave no início da unidade e veja se está familiarizado(a) com todas elas.
Após estudar a matéria, veja se consegue responder as seguintes questões: Tire suas dúvidas em sala de aula!
O que é histologia?
Qual o objeto de estudo da histologia? 
O que é processamento histológico? 
Pensando na atuação prática do médico veterinário na clínica e cirurgia, qual das fazes do processamento histológico é a mais importante e por que?
Quais os objetivos da fixação e qual é o fixador universal, ou seja, aquele mais utilizado? 
Quais são as características ideais dos recipientes para acondicionamento da amostra de tecido?
Em qual etapa obtemos o bloco de parafina? 
Qual é o princípio que rege a técnica de coloração HE, que é a mais comumente utilizada na prática laboratorial?Como podemos diferenciar núcleo, citoplasma e matriz extracelular nas lâminas coradas por HE?
Para que servem os tricrômios?
Qual é o objetivo de se colocar uma lamínula sobre o corte histológico (montagem)?
Qual é a área de especialização da medicina veterinária que também utilizará lâminas de fragmentos de tecidos como objeto de trabalho?
No caso desse especialista, com que objetivo o profissional faz a leitura das lâminas?
MORFOFISIOLOGIA CELULAR
As células são as unidades funcionais e estruturais dos seres vivos. Para conhecê-las devemos estudar os seguintes pontos:
Células procariotas versus células eucariotas.
Membrana plasmática:
Estrutura de membrana e seus componentes (modelo mosaico fluido).
Especializações de membrana (junções adesivas e comunicantes, microvilosidades, cílios e estereocílios)
Transporte através da membrana (transporte de solutos e transporte de macromoléculas – pinocitose e fagocitose)
Estrutura e função das organelas e citoesqueleto:
Ribossomas 
Retículo endoplasmático rugoso
Retículo endoplasmático liso
Complexo de Golgi
Lisossomas
Mitocôndrias
Centríolos
Citoesqueleto
Núcleo:
Envoltório nuclear / carioteca
Cromatina 
Nucléolo
Ciclo celular
Os futuros veterinário devem conhecer a estrutura básica de uma célula bem como suas funções vitais, pois esse conteúdo é a base de todo o conhecimento na área da saúde! Processos fisiológicos (normais) e patológicos (anormais) que você ainda vai estudar acontecem nos órgãos e tecidos, mas sempre tendo como figura central a célula! 
A ferramenta de estudo mais adequada à biologia celular é a microscopia eletrônica, tanto de transmissão quanto de varredura. O conjunto de organelas, especializações de membrana, citoesqueleto e outros componentes somente visíveis ao microscópio eletrônico é denominado genericamente de ultraestrurura celular. Nas referências bibliográficas, você encontrará sugestões para o estudo desses conteúdos!
Sem consultar a página anterior, utilize o espaço abaixo para fazer um desenho esquemático BIDIMENSIONAL de uma célula eucarionte. Procure incluir todas as estruturas que você lembrar!
 Agora volte à página anterior e confira se você se esqueceu de algum componente celular! 
Complete aqueles que faltaram!
AUTOAVALIAÇÃO
Confira as palavras-chave no início da unidade e veja se está familiarizado(a) com todas elas.
Após estudar a matéria, veja se consegue responder as seguintes questões: Tire suas dúvidas em sala de aula!
Faça um desenho esquemático do modelo molecular da membrana plasmática (mosaico fluido).
Associe uma função às especializações de membrana citadas abaixo:
Cílios
Microvilosidades
Complexo juncional
Com relação ao transporte de solutos através da membrana plasmática, diferencie transporte passivo (difusão) de transporte ativo. 
Descreva as etapas da fagocitose. 
Liste as organelas citoplasmáticas, descreva a morfologia e cite pelo menos uma função de cada uma delas.
Quais são as funções do citoesqueleto? Quais são seus componentes?
Descreva os componentes do núcleo interfásico.
Qual é a função do nucléolo?
Diferencie cromatina de cromossoma. 
Quais são as duas etapas do ciclo celular?
Descreva as figuras mitóticas (características do núcleo em cada uma das fases da mitose).
HISTOLOGIA BÁSICA
Os tecidos são constituídos por células e por matriz extracelular (MEC). A MEC é composta por muitos tipos de moléculas, algumas das quais são altamente organizadas, formando estruturas complexas como as fibrilas de colágeno e as membranas basais. De maneira geral, pode-se considerar que células e matriz extracelular são componentes do corpo que têm continuidade física, que funcionam conjuntamente e respondem de modo coordenado às exigências do organismo.
Apesar da sua grande complexidade, o organismo dos animais domésticos é constituído por apenas quatro tipos básicos de tecidos: epitelial, conjuntivo, muscular e nervoso. Essa classificação leva em contra principalmente critérios da estrutura, das funções e da origem embriológica desses tecidos. 
De maneira extremamente resumida, podemos dizer que o tecido epitelial é formado por células que revestem superfícies e que secretam moléculas, tendo pouca MEC. O tecido conjuntivo é caracterizado por uma grande quantidade de matriz extracelular que é produzida por suas próprias células, além da presença de outros tipos celulares com funções distintas; o tecido muscular é formado por células alongadas dotadas da capacidade de encurtar seu comprimento, isto é, de contração; o tecido nervoso é composto de células com longos prolongamentos emitidos pelo corpo celular que têm as funções especializadas de receber, gerar e transmitir impulsos nervosos.
Cada um dos tecidos é formado por vários tipos de células características daquele tecido e por arranjos característicos da matriz extracelular. Os tecidos não existem no organismo como componentes isolados, mas associados uns aos outros, formando os diferentes órgãos do corpo. Os órgãos são formados por uma associação muito precisa de vários tecidos. Essa associação de tecidos resulta no funcionamento adequado de cada órgão, dos sistemas formados por vários órgãos e do organismo como um todo. Também têm grande importância funcional as células livres nos fluidos do corpo, tais como o sangue e a linfa.
A anatomia microscópica dos órgãos pode ser dividida em dois tipos básicos: órgãos ocos ou tubulares, como estômago, intestinos, vasos sanguíneos, coração e outros, e órgão maciços, denominados de "parenquimatosos", como fígado, baço, linfonodos, rins e outros. 
A histologia dos órgãos tubulares estuda como se apresentam as diferentes camadas de tecidos em suas paredes. Já nos órgãos parenquimatosos, a histologia estuda o parênquima, que é composto pelas células responsáveis pelas funções típicas do órgão (parte funcional), e o estroma, que é o tecido de tecido conjuntivo responsável pela arquitetura microscópica típica do órgão (parte de sustentação).
Preencha o quadro:
	TECIDO
	CÉLULAS
	MATRIZ EXTRACELULAR
	FUNÇÕES PRINCIPAIS
	
	Neurônios - células com vários prolongamentos, responsáveis pela geração, condução, transmissão e recepção de impulsos nervosos.
Células da Glia - suporte nutricional, estrutural e de defesa para os neurônios.
	Pouca quantidade. 
Fibras reticulares finas dão sustentação às células nervosas. Conduz vasos sanguíneos dentro do sistema nervoso central. 
Constitui o endoneuro, perineuro e epineuro no sistema nervoso periférico.
	
	TECIDO
	CÉLULAS
	MATRIZ EXTRACELULAR
	FUNÇÕES PRINCIPAIS
	
	
	
	Revestimento de TODAS as cavidades do corpo, incluindo a superfície externa.
Secreções diversas: glândulas exócrinas e endócrinas, além dos epitélios secretores de muco.
	Muscular
	
	Pouca quantidade.
Conduz vasos sanguíneos que irrigam as fibras musculares. 
Constitui o endomísio, perimísio e epimísio na musculatura estriada esquelética.
	
	Tecido conjuntivo
	
	
	Responsável pela sustentação, preenchimento de espaços e condução de vasos sanguíneos.
Constitui o estroma dos órgãos parenquimatosos.
Cada um dos quatro tipos de tecidos descritos acima pode ser ainda classificado em diferentes subtipos, conforme a estrutura e função de cada um. 
Tecido epitelial
Tecido epitelial de revestimento (células epiteliais)
Tecido epitelial glandular (células epiteliais glandulares)
Tecido conjuntivo
Tecido conjuntivo propriamente dito (fibrócitos, fibroblastos, macrófagos, mastócitos, plasmócitos e leucócitos migratórios)
Tecido adiposo (adipócitos uniloculares e adipócitos multiloculares)
Tecido cartilaginoso (condroblastos e condrócitos)
Tecido ósseo (osteoblastos, osteócitos e osteoclastos)
Tecido hemocitopoiético (células sanguíneas e suas progenitoras)
Tecido muscular
Tecidomuscular estriado esquelético (fibras musculares estriadas esqueléticas)
Tecido muscular estriado cardíaco (fibras musculares estriadas cardíacas – cardiomiócitos)
Tecido muscular liso (fibras musculares lisas – leiomiócitos)
Tecido nervoso
Constituído de neurônios e células da glia (micróglia, astrócitos, oligodendrócitos/células de Schwann e células ependimárias)
No SNC o tecido nervoso se organiza em substância cinzenta e substância branca
No SNP o tecido nervoso se organiza em nervos e gânglios nervosos
AUTOAVALIAÇÃO
O médico veterinário deve conhecer todos esses tipos celulares citados acima, específicos de cada tecido, pois o funcionamento adequado dessas células se reflete na saúde geral do indivíduo. Portanto, caso você não conheça um ou mais de um desses tipos celulares, não deixe passar. Agora é a hora de conhecê-los e estudá-los. Procure os livros indicados e tire suas dúvidas com o professor.
Depois de estudar, veja se consegue responder as questões abaixo: 
Quais são os quatro tipos básicos de tecidos biológicos existentes?
Quais foram os critérios levados em conta ao se classificar esses quatro tipos de tecidos?
Quais são as características morfológicas (microscópicas) básicas dos tecidos epiteliais?
Quais são os critérios para a classificação dos epitélios de revestimento? 
O que você entende por “endotélio”? Onde esse tecido é encontrado no corpo?	
Diferencie morfologicamente (microscopicamente) glândulas endócrinas e glândulas exócrinas.
Quais são as características morfológicas (microscópicas) básicas do tecido conjuntivo propriamente dito?
Faça um desenho esquemático de cada tipo celular encontrado no tecido conjuntivo propriamente dito e relacione a principal função de cada um.
Diferencie morfologicamente (microscopicamente) os adipócitos uni e multiloculares.
Diferencie morfológica e funcionalmente (forma e função) condroblastos e condrócitos. 
Compare morfológica e funcionalmente (forma e função) os osteoblastos e os osteoclastos.
Compare morfologicamente (microscopicamente) os três tipos de fibras musculares.
Diferencie substância branca de substância cinzenta.
Diferencie nervos de gânglios nervosos.
	
SANGUE
Objetivos do estudo:
Conhecer a origem do sangue e compreendê-lo como tecido de origem mesenquimal.
Reconhecer a medula óssea ao microscópio óptico, saber quais são seus componentes e compreender como seu microambiente influencia a hematopoese.
Reconhecer as células do sangue – hemácias, plaquetas e leucócitos – ao microscópio óptico, descrevê-las histologicamente e saber suas funções.
Conhecer as diversas etapas da hematopoese das células do sangue, bem como as modificações morfológicas pelas quais as células passam até atingir o final da diferenciação.
Correlacionar os conhecimentos básicos adquiridos com as principais condições clínicas associadas.
Palavras-chave:
	Agranulócitos
Basófilo 
Elementos figurados do sangue 
Eosinófilo 
Eritrócito
Eritropoetina 
Esfregaço sanguíneo 
Fagocitose
Glóbulos brancos
Glóbulos vermelhos
	Granulócitos
Hematopoese 
Hemostasia 
Hemácia 
Leucócito 
Linfócito 
Linhagem linfocítica
Linhagem mielocítica 
Medula óssea
Megacariócito
	Monócito 
Mononucleados
Neutrófilo PMN
Neutrófilo bastonete
Plaqueta
Plasma 
Polimorfonucleados
Sangue 
Soro sanguíneo 
Trombócitos
INTRODUÇÃO:
O sangue é constituído de plasma (meio líquido) e elementos figurados (hemácias, plaquetas e leucócitos). Os elementos figurados são produzidos na medula óssea, a partir do tecido mieloide, ou tecido hemocitopoético.
MEDULA ÓSSEA
A medula óssea compreende o tecido localizado nos espaços medulares entre as trabéculas dos ossos esponjosos e no canal medular dos ossos longos. A medula óssea vermelha é constituída por tecido hemocitopoético que tem por função a produção de células sanguíneas. Por sua localização o tecido hematocitopoético da medula é também denominado tecido mieloide (do grego myelos = medula). Nos adultos, a medula óssea presente no canal medular dos ossos longos é do tipo amarela ou adiposa.
A medula óssea vermelha (hematógena) é assim denominada devido à riqueza de vasos sanguíneos capilares e presença de numerosas hemácias em diversos estados de maturação, enquanto na medula óssea amarela observa-se parênquima rico em células adiposas que não produzem células sanguíneas. No indivíduo adulto a medula óssea vermelha é encontrada principalmente no crânio, escápulas, vértebras, costelas, esterno e pelve.
ELEMENTOS FIGURADOS DO SANGUE:
Elementos respiratórios: hemácias ou eritrócitos ou glóbulos vermelhos ou ainda "red blood cells". 
Elementos de defesa: glóbulos brancos
Granulócitos / polimorfonucleados: neutrófilos, eosinófilos e basófilos
Agranulócitos / mononucleados: linfócitos e monócitos
Elementos coagulantes: plaquetas ou trombócitos
HEMOCITOPOESE
Processo pelo qual as células sanguíneas surgem a partir de precursores e pelo qual os tipos celulares maduros são repostos. A célula precursora comum a todas as demais é o hemocitoblasto, uma célula-fonte pluripotencial. O hemocitoblasto persiste na medula óssea e, na medida em que entra em processo de diferenciação, compromete-se com uma linhagem celular sanguínea por meio de expressões genéticas específicas.
PRÁTICA: 
•	Lâmina nº28 - Medula óssea vermelha de osso longo em formação(HE)
Identificar a medula óssea vermelha entre as trabéculas ósseas. Observar a grande quantidade de células através de seus núcleos. Aí são encontradas células das linhagens eritrocítica, granulocítica, monocítica, linfocítica e megacariocítica. Com exceção da última, a diferenciação das demais só é possível através do esfregaço. A única célula identificável em corte é o megacariócito, facilmente diagnosticável pelo seu grande tamanho, citoplasma acidófilo e núcleo volumoso, denso e lobulado. Os capilares sinusóides também podem ser visualizados, contendo hemácias em sua luz.
Não é necessário reconhecer os tipos celulares da linhagem hemocitopoética com exceção dos megacariócitos, facilmente diagnosticáveis pelo seu grande tamanho. Os megacariócitos localizam-se junto à parede dos capilares sinusóides, permitindo que as plaquetas sejam lançadas no sangue através das aberturas no endotélio destes capilares.
Aumento final: 
Para o estudo dos elementos celulares no sangue circulante, o método mais usado é o do esfregaço de sangue corado. Essa técnica consiste na mistura de dois corantes, um básico, o azul de metileno, e um ácido, a eosina. O primeiro é posteriormente oxidado, originando dois outros corantes básicos: o azur de metileno e o violeta de metileno. A diferença entre os diversos corantes hematológicos está na maneira de oxidação do azul de metileno.
Esfregaço sanguíneo:
Lâmina nº50 - Esfregaço de sangue de cão (coloração de May- Grunwald/ Giemsa)
O estudo dos elementos figurados do sangue será feito utilizando a objetiva de imersão.
O manuseio da objetiva de imersão requer bastante cuidado para que o óleo não esbarre nas outras objetivas de menor aumento. Portanto, o aluno receberá a lâmina já focada. Ao iniciar a prática, proceder da seguinte maneira:
1. Regular a intensidade da luz;
2. Ajustar o foco utilizando APENAS o parafuso MICROMÉTRICO;
3. Proceder uma varredura na lâmina com movimentos organizados, mantendo a mão direita no charriot e a esquerda no parafuso micrométrico, procurando reconhecer os diferentes tipos celulares presentes no esfregaço.
4. Representar com desenho os tipos celulares relacionados abaixo:
Elementos a serem observados:
HEMÁCIAS: (glóbulos vermelhos ou eritrócitos): são os elementos mais numerosos do sangue, apresentam citoplasma acidófilo, corado em rosa, devido à presença de hemoglobina. Possuem forma de disco bicôncavo, são anucleadas e desprovidas de organelas. A sua região central pode apresentaruma coloração menos intensa, devido a uma menor concentração de hemoglobina.
								Aumento final:
LEUCÓCITOS: (glóbulos brancos): estão presentes em uma concentração menor do que as hemácias e classificam-se em 2 grandes grupos:
2.1- Granulócitos ou polimorfonucleares: células com grânulos específicos no citoplasma e núcleo lobulado. De acordo com a afinidade tintorial de seus grânulos específicos, dividem-se em três tipos:
Neutrófilos: são os leucócitos mais frequentes nos carnívoros e equídeos, possuindo de 10 a 12 micrômetros de diâmetro. Possuem núcleo lobulado (2 a 5 lóbulos), polimórfico, denso e fortemente basófilo. O citoplasma é preenchido por grânulos específicos muito pequenos cujas dimensões estão abaixo do limite de resolução do microscópio óptico, não sendo portanto individualizados. O conjunto desses grânulos confere ao citoplasma uma tonalidade rósea, homogênea. Apresentam também grânulos inespecíficos, que são dificilmente visualizados. Os neutrófilos jovens são denominados neutrófilos em bastonete e são menos frequentes no sangue de mamíferos domésticos (2-5%). O núcleos podem apresentar forma de C, V, U ou S (não segmentados) e possuem uma cromatina menos densa. 
Eosinófilos: (acidófilos)- representam de 2-4% do total de leucócitos e possuem de 10 a 15 micrômetros de diâmetro. O seu núcleo, em geral, é bilobulado e o seu citoplasma apresenta granulações específicas salientes, que se coram pela eosina (acidófilas). Chama particular atenção o eosinófilo dos equinos, que apresenta granulações com uma morfologia própria, permitindo o diagnóstico da espécie por essa célula.
Basófilos: Apresentam a menor percentagem entre os leucócitos circulantes nos mamíferos domésticos (menos de 1%), e, por isso, são difíceis de encontrar nos esfregaços. O núcleo é volumoso, com forma retorcida e irregular, sendo às vezes mascarado pelo grande número de granulações citoplasmáticas coradas em azul escuro ou roxo. Nos suínos, as granulações basófilas apresentam-se em forma de bastonetes longos.
Aumento final:
2.2- Agranulócitos ou mononucleares: células sem grânulos específicos no citoplasma e núcleo não lobulado. Frequentemente possuem granulações inespecíficas.
Linfócitos: Apresenta dimensões variáveis, sendo classificados em pequenos, médios e grandes linfócitos. O citoplasma é escasso, levemente basófilo, constituindo-se de um halo claro em torno do núcleo. O núcleo é bastante denso, esfeoidal ou ovalado, muitas vezes com identação na superfície. Essas células predominam no sangue dos ruminantes.
Monócitos: São os maiores leucócitos circulantes, medindo de 15 a 20 micrômetros de diâmetro e com uma percentagem total de 3 a 9% nos mamíferos domésticos. O citoplasma é abundante, levemente basófilo, podendo conter granulações inespecíficas (azurófilas). Possem núcleo volumoso, as vezes em forma de ferradura ou rim, com cromatina pouco densa. São as células precursoras dos macrófagos.
Aumento final:
PLAQUETAS: representam os elementos aglutinantes e coagulantes do sangue. Nos mamíferos domésticos, derivam-se do citoplasma dos megacariócitos. Apresentam diâmetro entre 2 e 4 micrômetros e sua forma é variada. Observa-se 2 regiões visíveis ao MO: a parte central mais corada, com grânulos azurófilos (cromômero ou glanulômero) e a parte periférica, levemente basófila e desprovida de grânulos (hialômero). Nos esfregaços as plaquetas aparecem, em sua maioria, aglutinadas formando pequenos grumos. 
Aumento final:
Alterações na quantidade de elementos celulares do sangue:
Policitemia e anemia são termos que se referem ao aumento e à diminuição, respectivamente, do número de total de hemácias; a policitemia mais comum é a do tipo secundária, ou seja, devido à perda de líquidos que ocorre na desidratação e tem como consequência o aumento da viscosidade do sangue, já as anemias podem ter várias causas e invariavelmente levam à baixa oxigenação dos tecidos.
Leucocitose e leucopenia são termos que se referem ao aumento e à diminuição, respectivamente, do número total de leucócitos. As leucocitoses geralmente estão associadas às reações inflamatórias enquanto a leucopenia se deve mais comumente a doenças que afetam a medula óssea.
Trombocitose e trombocitopenia são termos que se referem ao aumento e à diminuição, respectivamente, do número de total de plaquetas no sangue circulante; várias são as causas que levam a essas alterações, mas inevitavelmente, uma trombocitose predispõe o indivíduo ao desenvolvimento de tromboses (que é a coagulação do sangue dentro dos vasos sanguíneos), enquanto a trombocitopenia (ou plaquetopenia) predispõe o indivíduo a ocorrência de hemorragias.
Porém, deve-se ter em mente que as alterações do hemograma (análise qualitativa e quantitativa dos elementos celulares do sangue) têm diversas causas e a interpretação do exame somente deve ser feita por um profissional qualificado à luz do exame clínico do paciente.
Para finalizar sua autoavaliação, colora os tipos celulares representados abaixo de acordo com a coloração vista no esfregaço sanguíneo e não se esqueça de acrescentar algumas plaquetas!!!
 
AUTOAVALIAÇÃO
Confira as palavras-chave no início da unidade e veja se está familiarizado(a) com todas elas.
Após estudar a matéria, veja se consegue responder as seguintes questões: Tire suas dúvidas em sala de aula!
1. Quais os componentes histológicos da medula óssea? 
2. Diferencie plasma e soro sanguíneo. 
3. Explique o significado dos termos: policitemia, anemia, leucocitose, leucopenia, trombocitose e trombocitopenia.
4. Descreva a trombocitopoese; qual é a principal função das plaquetas?
5. Qual é o principal fator de crescimento estimulador da eritropoese? Descreva microscopicamente a hemácia.
6. Descreva microscopicamente o monócito e fale sobre sua função. 
7. Descreva microscopicamente o linfócito e fale sobre sua função.
8. Descreva microscopicamente o neutrófilo e fale sobre sua função.
9. Descreva microscopicamente o eosinófilo e fale sobre sua função.
10. Descreva microscopicamente o basófilo e fale sobre sua função.
11. Descreva microscopicamente uma hemácia e fale sobre sua função.
12. Diferencie hematopoese e hemocaterese.
13. Explique os componentes da hemoglobina e descreva o destino dessas moléculas durante e após a hemocaterese.
SISTEMA CARDIOVASCULAR
Objetivos do estudo:
Identificar os tipos de vasos sanguíneos existentes no corpo.
Estabelecer as características gerais de cada túnica que constitui a parede dos vasos.
Descrever e reconhecer os vasos sanguíneos ao microscópio óptico, em seus diferentes calibres, destacando as particularidades de cada um deles.
Compreender a estrutura histológica dos capilares.
Conhecer e descrever histologicamente as camadas do coração.
Palavras-chave:
	Anastomose arteriovenosa
Artéria 
Arteríola 
Capilar contínuo
Capilar fenestrado 
Capilar sinusoide
	Endocárdio 
Epicárdio 
Fibras de Purkinje 
Microvascularização 
Miocárdio
Pericárdio
	Túnica adventícia 
Túnica íntima 
Túnica média 
Válvula cardíaca 
Veia
Vênula
	
	
	
INTRODUÇÃO
No organismo adulto, os vasos sanguíneos formam um circuito fechado no qual, a partir do coração, há distribuição de sangue rico em oxigênio (O2), vindo dos pulmões, para os tecidos periféricos sistêmicos, e recolhimento de sangue rico em dióxido de carbono (CO2) desses tecidos de volta para o coração, que retorna para os pulmões.
Os vasos sanguíneos que partem do coração em direção aos tecidos periféricos são arteriais e, em seu trajeto fisiológico, apresentam menor calibre e maior ramificação; no retorno sanguíneo observamos vasos venosos cujo calibre aumenta quanto mais próximos ao coração.
Os vasos linfáticos, de terminação em fundo cego, recolhem líquido intersticial para seu retornoao sistema venoso.
Os componentes do sistema circulatório, sua associação com a circulação sistêmica e pulmonar, bem como o diâmetro aproximado de cada vaso e a base de sua organização histofisiológica, encontram­se representados esquematicamente na figura abaixo:
COMPONENTES:
Coração
Vasos Sanguíneos: 
Artérias elásticas ou de grande calibre
Artérias musculares de médio calibre
Artérias musculares de pequeno calibre ou arteríolas
Capilares comuns contínuos (sem poros)
Capilares comuns fenestrados (com poros)
Capilares sinusóides
Veias de pequeno calibre ou vênulas 
Veias de médio calibre
Veias de grande calibre
ARTÉRIAS
Principais características histológicas:
Parede espessa em relação ao diâmetro do lume;
Lume aberto e de contorno regular;
Três túnicas bem individualizadas (íntima ou interna, muscular ou média e adventícia ou externa);
Membrana limitante elástica interna e externa separando a túnica íntima da muscular, e a túnica muscular da adventícia, respectivamente.
ARTÉRIAS ELÁSTICAS (GRANDE CALIBRE)
Lâmina nº15 - Artéria elástica de cão (Verhoeff)
Com olho nu, identifique a artéria que aparece como um anel escuro. Ao microscópio, observar:
Túnica íntima: difícil observação; formada pelo endotélio e tecido conjuntivo subendotelial. A limitante elástica interna está presente, mas se confunde com as lâminas elásticas da túnica média. 
Túnica média: apresenta grande quantidade de lâminas elásticas. As lâminas elásticas ocorrem fenestradas e dispostas concentricamente, coradas em negro. O fundo róseo corresponde a fibras colágenas, células musculares lisas e substância fundamental amorfa. A limitante elástica externa também não é facilmente identificável.
Túnica adventícia: constituída de tecido conjuntivo, podendo apresentar tecido adiposo mais externamente. Observar os pequenos vasos, Vasa vasorum, que irrigam parte da parede da artéria.
Aumento final:
ARTÉRIAS MUSCULARES (MÉDIO CALIBRE e PEQUENO CALIBRE)
Lâmina nº15 - Artérias musculares de médio calibre (Verhoeff)
Após fazer o desenho da página anterior, ainda na mesma lâmina, proceda à identificação da artéria muscular, que pode estar presente na túnica adventícia das artérias elásticas (vasa vasorum). Em seguida observar:
Túnica íntima: endotélio, tecido conjuntivo subendotelial não identificável e limitante elástica interna bem visível.
Túnica média: maior área ocupada por fibras musculares lisas (coradas em róseo) e algumas fibras elásticas (coradas em negro). Apresenta de 6 a 40 camadas de células musculares lisas. 
Túnica adventícia: Tecido conjuntivo denso rico em fibras elásticas.
					Aumento final:
•	Lâmina nº42 e 43 - Artérias musculares de médio calibre em feixe vásculo-nervoso de cão (H.E.)
Identificar as artérias com as três túnicas bem individualizadas, sendo que a túnica média é predominantemente muscular. A limitante elástica interna é bem evidente, enquanto a externa é de difícil identificação. Além das artérias musculares de médio calibre, cujas características já foram citadas na lâmina anterior, devem-se observar nesta lâmina cortes de arteríolas ou artérias de pequeno calibre. Elas se diferenciam das de médio calibre pela túnica média, que apresenta de 1 a 5 camadas de células musculares lisas.
						Aumento final:
•	Lâmina nº42 e 43 - Arteríolas e vênulas (H.E.)
						Aumento final:
VEIAS
Principais características histológicas:
- Parede fina em relação ao diâmetro do lume;
- Lume de contorno irregular e amplo;
- Três túnicas mal individualizadas, principalmente pelo pouco desenvolvimento da túnica muscular;
- Presença de válvulas, que são pregas da túnica íntima.
VEIAS FIBROSAS
Lâmina nº43 - Veias fibrosas em feixe vásculo-nervoso de cão (H.E.)
Identificar vários cortes de veias de médio e pequeno calibre, sendo que a classificação das mesmas deve se basear na classificação da artéria que a acompanha (ex: se a artéria é de médio calibre, a veia será de médio calibre). A camada mais desenvolvida das veias é a adventícia, que é constituída basicamente por tecido conjuntivo fibroso.
						Aumento final:
CAPILARES
•	Lâmina nº57 - Capilares comuns - esôfago de cão (H.E.)
No conjuntivo localizado abaixo do epitélio do esôfago, identificar cortes transversais e longitudinais de capilares comuns, formados por uma camada de epitélio simples pavimentoso (endotélio) apoiado sobre uma lâmina basal (não identificada). Em cortes transversais, que são mais comuns, estão presentes de 1 a 3 núcleos de células endoteliais limitando o lume capilar.
OBS: A distinção entre capilares contínuos e fenestrados só é possível na microscopia eletrônica.
						Aumento final:
Identifique cada um dos capilares mostrados abaixo, observando a organização dos componentes. 
			
A			 B				 C
A: 
B:
C:
AUTOAVALIAÇÃO
Confira as palavras-chave no início da unidade e veja se está familiarizado(a) com todas elas.
Após estudar a matéria, veja se consegue responder as seguintes questões: Tire suas dúvidas em sala de aula!
Enumere os componente do sistema circulatório e explique a função de cada um.
Quais são as características da camada íntima dos vasos sanguíneos? 
Quais são as características histológicas da camada média dos vasos sanguíneos? 
Quais são as características histológicas da camada adventícia dos vasos sanguíneos? 
Descreva a morfologia de uma artéria elástica ao microscópio.
Descreva a morfologia de uma artéria muscular ao microscópio.
Conceitue capilar sanguíneo. Fale sobre as diferenças ultraestruturais entre os capilares sanguíneos contínuos, fenestrados e sinusoides. Cite uma área anatômica em que cada um está presente.
Como diferenciamos ao microscópio óptico uma artéria muscular de médio calibre de uma arteríola?
Como diferenciamos ao microscópio óptico uma arteríola de uma vênula?
Descreva uma veia de grande calibre ao microscópio óptico. 
Quais são as camadas formam as paredes do coração? Qual a composição histológica básica de cada camada?
Explique o que é perfusão tecidual.
O que são as anastomoses arteriovenosas?
ÓRGÃOS LINFÓIDES
Linhas de defesa do corpo:
Fenômenos protetores de superfície: epiderme, mucosa e pelos.
Respostas celulares inespecíficas: neutrófilos e macrófagos.
Respostas celulares específicas: linfócitos ÓRGÃOS LINFOIDES.
Objetivos do estudo:
Identificar os órgãos linfoides primários e secundários e compreender porque são assim considerados.
Reconhecer e descrever microscopicamente o timo.
Identificar as características morfológicas do timo involuído.
Compreender a estrutura histológica do linfonodo e reconhecer seus componentes.
Descrever microscopicamente a polpa branca e a polpa vermelha do baço. Conhecer suas funções.
Palavras-chave:
	Baço
Célula retículo-endotelial
Cordões esplênicos (Billroth)
Corpúsculos de Hassl (tímicos)
Cortical
Involução tímica
	Linfócito B 
Linfócito T 
Linfonodo
Medular
Nódulo linfoide (folículo)
Paracortical
	Placa de Peyer 
Polpa branca
Polpa vermelha 
Seios lifáticos
Tecido linfoide difuso
Timo 
Timócitos
Introdução:
Os órgãos linfoides fazem parte do sistema imunitário e são normalmente classificados em primários e secundários. Os órgãos linfoides primários ou centrais são os que participam efetivamente do surgimento de novas células e/ou da diferenciação final em células maduras. São eles medula óssea vermelha e timo. Os órgãos linfoides secundários ou periféricos armazenam as células maduras e podem ser do tipo intraparietais e extraparietais.
Sendo assim, temos:
Órgãos linfoides primários ou centrais: 
Medula óssea
Timo
Órgãos linfoides secundários ou periféricos:
Intraparietais:
		- Tonsilas ou amídalas
		- Placas de Peyer
		- Apêndice cecal
Extraparietais:- Linfonodos
		- Baço
ÓRGÃOS LINFOIDES PRIMÁRIOS OU CENTRAIS
MEDULA ÓSSEA
A medula óssea tem a função de produzir LB e LT, além de ser responsável pela maturação dos LB. A histologia da medula óssea já foi estudada no capítulo de “Células sanguíneas”. Não deixe de rever esse ponto da matéria!
TIMO
O timo é um órgão linfoide primário, envolvido com a maturação de LT a partir de células precursoras originadas da medula óssea. A partir da puberdade o timo inicia um processo de involução no qual seu parênquima é gradativamente substituído por tecido adiposo. Ainda assim o órgão continua funcional durante toda a vida adulta do indivíduo.
Lâmina nº47 - Timo pré-puberal de cão (HE)
Observe que o órgão é envolto por uma cápsula conjuntiva fina, da qual partem septos que delimitam lóbulos incompletos. É importante ressaltar que o timo é o único órgão linfoide lobulado. No interior desses lóbulos, o parênquima apresenta duas regiões distintas.
Região cortical: parte mais externa que se apresenta mais corada por ser rica em LT ou timócitos, onde se proliferam e sofrem maturação. 
Região medular: parte central que se apresenta menos corada por possui menor número de linfócitos e grande quantidade de células retículo-endoteliais. Ao contrário da região cortical, onde as células retículo-epiteliais são mascaradas pela abundância de linfócitos, na região medular elas podem ser facilmente identificáveis, por seus núcleos grandes com nucléolos evidentes. A medula apresenta ainda os corpúsculos tímicos ou corpúsculos de Hassal, que células retículo-endoteliais que sofrem um processo de queratinização, em arranjo concêntrico. São estruturas características do timo.
	
	
 					 Aumento final:
ÓRGÃOS LINFOIDES SECUNDÁRIOS OU PERIFÉRICOS
Compreendem os intraparietais, que são os nódulos linfoides isolados, apêndice, placas de Peyer e tonsilas, e os extraparietais, que são os linfonodos e o baço. Através do sangue e da linfa, os linfócitos migram dos órgãos linfoides centrais ou primários para esses órgãos, onde sofrem proliferação. 
LINFONODOS
Lâmina nº48 - Linfonodo de cão (HE)
Em pequeno aumento, observe que o órgão é revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo denso, da qual partem septos de curta extensão, que não chegam a dividir o órgão em lóbulos. O linfonodo apresenta uma região periférica (mais corada) que é constituída de zona cortical e zona paracortical e uma região central (menos corada), que é a zona medular. A zona paracortical pode ser de difícil visualização, de forma que não é necessário identificá-la. 
Região periférica: o tecido linfóide organiza-se como nódulos linfoides (zona cortical) e tecido linfoide difuso (zona paracortical).
Região medular: observe os cordões linfoides, formados por um acúmulo de LB, LT, macrófagos e plasmócitos. Os cordões linfoides estão separados uns dos outros pelos seios linfáticos, que são as áreas mais claras da região medular. Os seios fazem parte das vias linfáticas por onde a linfa circula e é filtrada no interior do órgão.
OBS: O estroma de sustentação do linfonodo, que não é visível nesta lâmina, é formado por células e fibras reticulares.
			 	 		 Aumento final:
AUTOAVALIAÇÃO
Confira as palavras-chave no início da unidade e veja se está familiarizado(a) com todas elas.
Após estudar a matéria, veja se consegue responder as seguintes questões: Tire suas dúvidas em sala de aula!
Liste os órgãos linfoides primários e secundários.
Descreva as características microscópicas da medula óssea vermelha
Descreva as características microscópicas do timo.
Descreva as alterações no aspecto do timo que ocorrem com o avanço da idade do indivíduo.
Explique porque há uma diferença na densidade observada entre o córtex e a medula do timo.
Diferencie nódulos linfoides de tecido linfoide difuso, com relação à forma e à função.
Descreva microscopicamente o linfonodo, diferenciando as regiões periférica e medular.
SISTEMA DIGESTIVO
A função do sistema digestivo é obter, a partir dos alimentos ingeridos, as moléculas necessárias para a manutenção, o crescimento e as demais necessidades energéticas do organismo.
A primeira etapa do processo complexo conhecido como digestão ocorre na boca, onde o alimento é um
e
decido pela saliva e triturado pelos dentes. A digestão continua no estômago e intestinos onde o alimento
 é
 transformado em seus componentes básicos (aminoácidos, monos
sacarídeos, ácidos graxos, 
etc
) que são absorvidos, passando da luz dos intestinos para o sangue
. A absorção de água ocorre no intestino grosso, tornando 
semi-sólido
 o conteúdo luminal que não foi totalmente digerido.
Objetivos do estudo:
Conhecer a divisão anatômica e os componentes do sistema digestivo.
Reconhecer os elementos que compõem a estrutura geral do tubo digestivo.
Identificar histologicamente o esôfago e saber sua função.
Caracterizar histologicamente os pré-estômagos.
Identificar o estômago químico e diferenciar suas regiões: cárdia, corpo/fundo e piloro.
Identificar e descrever histologicamente o intestino e diferenciar: duodeno, jejuno-íleo e intestino grosso.
Reconhecer histologicamente o fígado e compreender a estrutura do lóbulo hepático e seus componentes.
Compreender a estrutura do pâncreas e reconhecer o órgão ao microscópio.
Palavras-chave:
	Ácino pancreático
Apêndice cecal
Canalículo biliar
Cápsula de Glisson
Célula de Kupffer
Células principais
Conteúdo luminal
	Enterócitos
Espaço de Disse
Espaço porta 
Estômago
Hepatócito
Intestino delgado
Intestino grosso
	Lóbulo hepático
Plexo de Auerbach
Plexo de Meissner
Sinusóide hepático
Tríade hepática
Veia porta
Vilosidades intestinais
Introdução:
O sistema digestivo é formado por vários órgãos e estruturas diferentes que são separados anatomicamente em:
Porção vestibular: cavidade oral propriamente dita, mucosa oral, dentes, periodonto, língua e orofaringe.
Porção superior: esôfago, pré-estômagos e estômago químico.
Porção inferior: intestinos (delgado e grosso).
A partir do esôfago, o sistema digestivo mantém uma estrutura geral tubular, bem dividida histologicamente em camadas. A delimitação das camadas e a identificação dos seus componentes gerais, assim como as particularidades que ocasionalmente estão presentes em cada uma delas, permitem a caracterização de cada órgão do trato digestivo superior e inferior.
Trata-se de um tubo oco composto por uma luz, cujo diâmetro é variável, circundado por uma parede formada por quatro camadas distintas:
Características histológicas gerais das camadas que constituem as paredes do tubo digestivo
Camada (túnica) mucosa
A camada mucosa, em contato com a luz, é constituída por epitélio de revestimento sobre uma lâmina própria de tecido conjuntivo propriamente dito frouxo, com seus componentes típicos (vasos sanguíneos, linfáticos e algumas vezes apresentando também glândulas e tecido linfóide) ; a lâmina própria se apoia em uma camada de músculo liso denominada de “muscular da mucosa”; o formato e as características específicas da superfície mucosa devem ser observados na identificação microscópica dos diversos órgãos digestivos das porções superior e inferior.
Camada (túnica) submucosa
A camada submucosa é formada por tecido conjuntivo denso não ordenado, contendo muitos vasos sanguíneos e linfáticos. Na submucosa situa-se um plexo nervoso ganglionar denominado de plexo de Meissner ou plexo nervoso submucoso, responsável pela inervação da mucosa.
Camada (túnica) muscular
A camada muscular contém células musculares lisas em sua grande maioria e é subdividida geralmente em dois conjuntos de feixes com orientação sempre contrária entre si: camada circular interna (mais próxima à luz) e camada longitudinal externa (mais próxima à superfície externa do órgão). Entre essas camadas musculares situa-se um plexo nervoso ganglionar denominado de plexo de Auerbach ou plexomioentérico, responsável pelos movimentos peristálticos e tecido conjuntivo contendo vasos e nervos.
Camada (túnica) serosa ou adventícia
A serosa é formada por uma camada delgada de tecido conjuntivo frouxo, revestida por um epitélio simples pavimentoso denominado de mesotélio. Na cavidade abdominal, a serosa que reveste os órgãos é denominada de peritônio visceral e está em continuidade com o mesentério (membrana delgada revestida por mesotélio nos dois lados), que suporta os intestinos, e com o peritônio parietal, uma membrana serosa que reveste a parede da cavidade abdominal. Em locais onde o órgão digestivo está unido a outros órgãos ou estruturas, no entanto, a serosa é substituída por uma adventícia espessa, que consiste em tecido conjuntivo e tecido adiposo contendo vasos e nervos, sem o mesotélio.
ESTÔMAGO
O estômago é uma parte dilatada do tubo digestivo que digere os alimentos e secreta hormônios, por isso é considerado um órgão digestivo com funções endócrinas (exócrinas e endócrinas). Nos mamíferos, a mucosa estomacal apresenta variações, sendo exclusivamente glandular nos carnívoros (cão e gato), ao passo que no porco e no cavalo há uma região “aglandular”, que apresenta maior desenvolvimento nos ruminantes, constituindo os pré-estômagos; rume, retículo e omaso. Por sua vez, a parte glandular do estômago apresenta três regiões distintas: cárdica, fúndica e pilórica.
Lâmina nº59 - Estômago de cão - Região Fúndica (HE)
Mucosa: Formada por epitélio prismático mucíparo. A invaginação do epitélio na lâmina própria forma fossetas pouco profundas. A lâmina própria é formada por tecido conjuntivo frouxo, e encontra-se ocupada, em sua maior parte, pelas glândulas fúndicas, que são tubulares, retilíneas e se estendem até a muscular da mucosa, que aqui é bem evidente. 
Submucosa – Tecido conjuntivo rico em vasos sanguíneos, acúmulos linfocitários e adipócitos. O plexo submucoso é de difícil identificação.
Muscular – Formada pelas camadas internas (fibras oblíquas), médias (fibras circulares) e externas (fibras longitudinais). Não é necessário distinguir as camadas. Pode-se observar o plexo mioentérico.
Serosa – epitélio simples pavimentoso, mal conservado na maioria das preparações. 
						Aumento final:
Lâmina nº100 – Rume de bovino (HE)
O Rume é o maior dos pré-estômagos e ocupa quase completamente o lado esquerdo da cavidade abdominal.
Mucosa – Apresenta epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, que forma papilas de tamanho e formas variadas. A lâmina própria é de tecido conjuntivo denso, contendo rica rede de capilares. Formações linfóides também podem der observadas. Não existe muscular da mucosa.
Muscular – Camada interna mais delgada e externa longitudinal mais expessa. Plexos nervosos entre as mesmas.
Serosa – Tecido conjuntivo revestido por mesotélio, preservada em algumas lâminas.
					 Aumento final:
INTESTINO DELGADO
Lâmina nº62 – Jejuno íleo de cão (HE)
Mucosa – Epitélio simples prismático com borda estriada e células caliciformes, estas mais numerosas que no duodeno. As vilosidades intestinais são mais altas e mais finas que as do duodeno. As glândulas intestinais são abundantes na lâmina própria, que também pode apresentar nódulos linfóides. A muscular da mucosa situa-se abaixo das glândulas intestinais.
Submucosa – Tecido conjuntivo denso sem glândulas e com numerosos vasos sanguíneos. Os gânglios do plexo submucoso podem ser observados.
Muscular e Serosa – Mesma descrição da região do duodeno.
								Aumento final:
INTESTINO GROSSO
Lâmina nº63 – Intestino grosso (HE)
Mucosa – Revestida por epitélio simples prismático com células caliciformes mais numerosas que no intestino delgado. Desprovida de vilosidades. As glândulas intestinais são longas e retilíneas, ocupando praticamente toda a lâmina própria. Elas podem aparecer em, cortes transversais ou longitudinais.
Submucosa – Tecido conjuntivo frouxo bem vascularizado. Ausência de glândulas. Acúmulos linfocitários podem estar presentes.
Muscular – Camadas interna circular e externa longitudinal, com gânglios mioentéricos entre elas.
Serosa – Preservada em algumas lâminas. 
				 		Aumento final:
GLÂNDULAS ANEXAS DO TUBO DIGESTIVO
PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula anfícrina, ou seja, contém porções endócrinas e exócrinas. A parte exócrina classifica-se como composta acinosa serosa pura, e é responsável pela secreção do suco pancreático. Já a parte endócrina é constituída pelas ilhotas pancreáticas (de Langerhans), responsáveis pela secreção dos hormônios insulina, glucagon e somatostatina.
Lâmina nº68 - Pâncreas de cobaia (Hematoxilina Crômica/Floxina de Gomori)
Em menor aumento, identifique:
Cápsula: de tecido conjuntivo, emite septos de dividem o órgão em lóbulos. Os septos podem conter vasos sanguíneos e ductos.
Parte exócrina: contém ácinos serosos puros e ductos intralobulares.
Parte endócrina: constituída pelas ilhotas pancreáticas que são estruturas esferoidais contendo células coradas em vermelho e azul. Encontram-se entremeadas aos ácinos serosos.
Em aumentos maiores, identifique:
Parte exócrina: ácinos serosos puros cujas células possuem núcleos basais e arredondados. No centro de alguns ácinos podem ser vistas células centro-acinosas, caracterizadas pelos seus núcleos grandes, vesiculosos e arredondados. Os ácinos pancreáticos não possuem células mioepiteliais. Os ductos intralobulares são representados pelos ductos intercalares, que são longos, numerosos e formados por epitélio simples, cúbido e com células de citoplasma claro. 
Ilhotas pancreáticas: suas células se dispõem em cordões circundados por uma rica rede de capilares. Observam-se dois tipos celulares: células alfa, com citoplasma acidófilo corado em vermelho pela floxina (secretam glucagon) e células beta, mais numerosas, coradas em azul e que são responsáveis pela secreção de insulina. 
						Aumento final:
FÍGADO E VIAS BILIARES
Lâmina nº70 - Fígado de suíno (T. Gomori)
Em menor aumento, observar:
Estroma: Formações conjuntivas coradas em verde: cápsula e septos conjuntivos. Nos espaço-porta observa-se os componentes são os ramos da artéria hepática, da veia porta e dos ductos biliares. No fígado do suíno essas "tríades portais" apresentam-se nas junções dos lóbulos hepáticos.
Parênquima hepático: formado pelos lóbulos hepáticos e vias biliares intrahepáticas. No suíno, ao contrário de outras espécies domésticas, os lóbulos hepáticos são bem delimitados por septos conjuntivos, sendo classificados como lóbulos morfológicos. Nas demais espécies, os lóbulos são delimitados por septos bem finos que unem os espaços porta. No centro dos lóbulos hepáticos há uma veia centro lobular. Esses são classificados como lóbulos funcionais (lâmina 69). Observar também a disposição em fileiras (ou colunas) dos hepatócitos. Entre essas fileiras de hepatócitos estão os capilares sinusoides que convergem para a veia centro lobular. 
Em aumentos maiores, observar:
Espaços-porta: estudar detalhadamente os seus constituintes, citados acima (tríade portal).
Hepatócitos: são células grandes, poliédricas, com citoplasma acidófilo e granuloso, contendo um núcleo central, vesiculoso e arredondado, às vezes com um ou dois nucléolos bem evidentes.
Capilares sinusoides: apresentam lume irregular e trajeto tortuoso, sendo revestidos por células endoteliais, de núcleo achatado e células de Kupffer (células fagocitárias não visíveis nessa lâmina).
						Aumento final:
SISTEMA GENITAL 
SISTEMA GENITAL MASCULINO
Objetivos de estudo
Conhecer os componentes do sistema reprodutor masculino.
Identificar os elementos histológicos do testículo e identificar suas características gerais ao microscópio óptico.
Descrever histologicamente o epitélio seminífero.
Conhecer a localização, a morfologia e a ultraestrutura dascélulas de Sertoli, bem como suas funções.
Conhecer a localização, a morfologia e a ultraestrutura das células de Leydig, bem como suas funções.
Reconhecer, sequencialmente, o trajeto dos espermatozoides pelo sistema tubular intra e extratesticula.
Conhecer as glândulas acessórias do sistema reprodutor masculino
Palavras-chave
	Célula de Leydig 
Célula de Sertoli 
Células espermatogênicas 
Ducto deferente 
Ducto eferente 
Epidídimo
Epitélio seminífero
Espermátide 
	Espermatócito 
Espermatogênese 
Espermatogônia 
Espermatozoide
Espermiogênese 
Glândula bulbouretral 
Líquido testicular 
Meiose 
	Pênis 
Próstata 
Rede testicular 
Sêmen
Testículo 
Testosterona 
Vesícula seminal
De modo em geral, o sistema reprodutor masculino tem como funções:
Produção e amadurecimento dos gametas – os espermatozoides, em um processo denomi- nado espermatogênese
Sintetizar e secretar hormônios sexuais masculinos
Produzir meio fluido de condução dos gametas
Fornecer nutrição aos gametas durante sua diferenciação e durante seu percurso pelo sistema de condução ao meio externo
Liberar os gametas masculinos o mais próximo possível do gameta feminino, no ato da cópula.
Localização anatômica dos testículos:
O posicionamento anatômico dos testículos – dentro da bolsa escrotal, fora do abdome – faz com que a temperatura dos testículos seja menor do que no interior do organismo, o que favorece a espermatogênese.
Lâmina nº82 – Testículo de cão – Tricrômico de Gomori
Apresenta dois componentes estruturais: estroma com formações conjuntivas e parênquima epitelial.
Formações conjuntivas:
Albugínea testicular – É a cápsula conjuntiva, resistente, rica em fibras colágenas, possuindo também fibras elásticas. Esta cápsula reveste o órgão. Na sua espessura localizam-se ramos da artéria e veia testicular. Algumas espécies (cavalo, cão, gato) possuem fibras musculares lisas. Na região posterior, a albugínea se espessa e se condensa consideravelmente penetrando no interior do órgão para formar o mediastino testicular. No mediastino localiza-se parte das vias espermáticas intratesticulares: os túbulos retos e a rede testicular (faltam na maioria das lâminas).
Septos conjuntivos – Do mediastino testicular partem numerosos septos conjuntivos que vão atingir a albugínea e dividir o órgão em lóbulos. No interior destes lóbulos encontram-se os túbulos seminíferos.
Estroma intersticial – É encontrado dentro dos lóbulos, entre os túbulos seminíferos, e são formados por conjuntivo delicado contendo fibras reticulares, vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, células do conjuntivo e ainda as células intersticiais (de Leydig).
Células intersticiais ou de Leydig – Apesar de não pertencerem às formações conjuntivas serão aqui descritas devido sua localização topográfica. Estas células formam grupos dispersos ou aglomerados entre os túbulos seminíferos. Têm as formas poliédricas, ovóides ou esferoidais, citoplasma acidófilo e finamente vacuolado (imagem negativa de lípides), com núcleo ovóide ou esferoidal de cromatina frouxa.
Parênquima epitelial:
É representado pelos túbulos seminíferos. Esses túbulos estão compactamente arrumados no interior dos lóbulos testiculares, têm disposição tortuosa ou enovelada, aparecendo nas preparações cortados em diferentes planos (transversais, oblíquos, longitudinais ou tangentes ao epitélio).
Epitélio seminífero – Com cerca de seis camadas é constituído por duas linhagens celulares: células de sustentação (de Sertoli) e células espermatogênicas.
- Células de sustentação ou de Sertoli - São células grandes, piramidais e alongadas, de contorno irregular. O núcleo é grande e vesiculoso, comumente chanfrado, ovóide ou triangular, com nucléolo bem evidente. Estas células se apoiam na lâmina basal, sendo facilmente diagnosticáveis pela morfologia de seus núcleos evidentes, visto que seu citoplasma fica encoberto e comprimido pelas células espermatogênicas que nele se apoiam.
- Células espermatogênicas – células da linhagem espermatogênica em diferentes fases do desenvolvimento e diferenciação.
						Aumento final:
AUTOAVALIAÇÃO
Confira as palavras-chave no início da unidade e veja se está familiarizado(a) com todas elas.
Após estudar a matéria, veja se consegue responder as seguintes questões: Tire suas dúvidas em sala de aula!
1. Fale sobre a organização morfológica do testículo. 
2. Descreva histologicamente o epitélio seminífero. 
3. Onde estão localizadas as células de Sertoli? Fale sobre suas funções. 
4. Onde estão localizadas as células de Leyig? Fale sobre sua principal função.
5. Cite, sequencialmente, o trajeto dos espermatozoides desde sua liberação na luz dos túbulos seminíferos até sua eliminação pela uretra peniana.
6. Quais são as glândulas sexuais acessórias?
7. Descreva microscopicamente o epidídimo.
8. Explique quais são os tipos de pênis observados entre os animais domésticos.
SISTEMA GENITAL FEMININO
Objetivos de estudo
Identificar a estrutura e os componentes histológicos do ovário.
Conhecer as características microscópicas dos folículos ovarianos em suas diversas fases de desenvolvimento.
Compreender as possíveis evoluções fisiológicas do folículo de Graaf, ao término de seu amadurecimento.
Descrever microscopicamente a tuba uterina e compreender sua função.
Descrever microscopicamente o útero.
Reconhecer as diferenças entre a glândula mamária em repouso e em lactação 
Correlacionar o conhecimento morfológico dos componentes do sistema reprodutor feminino com sua histofisiologia.
Palavras-chave
	Corpo lúteo 
Endométrio 
Epitélio germinatico
Estrógeno
Folículos ovarianos 
Folículo de Graaf 
Folículo primordial
	Folículos primários
Folículos secundários
Folículos antrais
Glândulas endometriais
Glândula mamária 
Miométrio 
Ovário 
	Ovócito 
Progesterona
Tuba uterina 
Útero 
Vagina 
Zigoto
„„
Introdução „
O sistema reprodutor tem como funções:
Originar os gametas sexuais femininos (óvulos ou ovócitos)
Fornecer condições físicas e hormonais para o amadurecimento dos ovócitos
Finalizar o amadurecimento do gameta masculino (espermatozoide) por meio da promoção de sua capacitação
Disponibilizar regularmente ovócitos maduros para possível fertilização
Conduzir o óvulo fecundado a seu sítio de desenvolvimento
Fornecer condições físicas e hormonais propícias ao desenvolvimento embrionário e fetal
Promover a nutrição do embrião e do feto durante o período gestacional, bem como remover os catabólitos de seu metabolismo.
Essas funções levam ao objetivo final do sistema reprodutor – a perpetuação da espécie. Para tal, os diversos órgãos contribuem de maneiras diferentes, sendo que a compreensão do desenvolvimento embrionário e dos ciclos hormonais femininos está diretamente relacionada com a compreensão da histomorfologia de seus componentes.
Os órgãos que compõem o sistema reprodutor feminino são os ovários, as tubas uterinas, o útero, a vagina e a genitália externa.
Lâmina n 89 - Ovário de porca T. de Gomori
Estruturas derivadas de folículos que ovularam:
Corpo amarelo ou corpo lúteo: Após a ovulação, as células foliculares e as da teca interna que permanecem no ovário originam o corpo lúteo ou amarelo (glândula exócrina temporária). O corpo lúteo apresenta:
Estroma: Cápsula derivada da teca externa, fina, envolvendo todo o corpo lúteo e emitindo septos para o interior do órgão, onde há um conjuntivo delicado, contendo capilares.
Parênquima composto por: células luteínicas e células paraluteínicas 
Corpo branco ou corpus albicans: São cicatrizes fibrosas que se formam após a regressão do corpo amarelo. 
						Aumento final:
Lâmina n° 88 - Ovário de gata (HE)
O ovário apresenta duas zonas: medular e cortical.

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