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* Propriedades mecânicas de materiais cerâmicos. * Propriedades Características dos Materiais Cerâmicos Baixa densidade Elevadas temperaturas de fusão/amolecimento Dureza e rigidez elevadas Frágeis em tracção Resistentes em compressão •Resistência ao desgaste elevada •Ductilidade e tenacidade reduzidas Condução térmica e elétrica baixas Elevada resistência química 500ºC < Tmáx uso < 2000ºC Resistência à corrosão Fator limitativo: fratura frágil * σf = Resistência à tração Na maioria dos cerâmicos ocorre apenas a deformação plástica. * Micrografias de MEV das superfícies das amostras sinterizadas a 1350 °C (a), e1500 °C (b), 1600 °C (c) e 1700 °C (d). Observa-se aumento do tamanho de grão e redução da porosidade a medida que a temperatura de sinterização aumenta (caso d densidade teórica de 99,2) * Influência da porosidade sobre o módulo de elasticidade do óxido de alumínio a temperatura ambiente * Influência da porosidade sobre a resistência a flexão de um material cerâmico (Al2O3) * Resistência mecânica Teórica Tensão necessária para separar um corpo em duas partes Requer uma energia de superfície γ * Para tentar explicar a diferença entre os valores de resistência mecânica teórica e os obtidos na pratica, diversos autores propuseram teorias. As mais conhecidas e difundidas foram: Teoria de Inglis (1910) Teoria de Griffith (1920) e Teoria de Irwin (1956). * Teoria de INGLIS Segundo Inglis, a fratura frágil não ocorre pela separação simultânea de todas as ligações, mas sim pela iniciação e propagação de uma falha. Ele quantificou os efeitos da concentração de tensão ao analisar entalhes elípticos em placas planas. * Concentração de tensão * Aumento da tensão externa por defeitos internos Fator concentrador de tensões: Kt =σm/ σo = 2(c/ρ)1/2 onde σm – é a tensão máxima na falha, σo – é a tensão externa aplicada, c- comprimento da maior dimensão da falha, ρ – raio de curvatura da ponta do defeito Desta forma se ρ=2Å (para materiais frágeis - espaçamento interatômico) E para um defeito de tamanho de 170 μm ... Kt será de 1840 vezes. Ou seja a tensão externa será multiplicada por 1840 vezes na ponta desse defeito * Conceito de GRIFFITH Para Griffith, as falhas no material atuam como concentradores de tensão. A trinca propaga-se quando a diminuição da energia elástica armazenada associada com a sua extensão excedo o aumento da energia superficial criada. U > 2γ * Tomando o exemplo de uma trinca elíptica de eixo maior 2c em uma placa fina de espessura l, sobre uma tensão biaxial σ, a energia U é a soma da energia deformacional (elástica) e da energia superficial: * U = UE + US UE diminui com ‘C²’ US aumenta com ‘C’ * Acima de certo tamanho de trinca (ponto de equilíbrio), é energeticamente favorável para a trinca se propagar: E a falha catastrófica ocorre. * A equação que determina a tensão critica para a ruptura de um material, segundo Griffith, é dada por: * Introdução à Estatística de Weibull Tenacidade à fractura: Kc é uma propriedade do material e representa a maior ou menor facilidade com que uma fenda se pode propagar nesse material Y ~ 1, depende da geometria * Teste de flexão * Na prática a resistência à fratura medida nos materiais cerâmicos é muito inferior à prevista. Quanto maior o tamanho do defeito e menor o raio da ponta do defeito,maior o valor da tensão instalada. * Estatística de WEIBULL A resistência à fratura depende da tenacidade à fratura do material e dos defeitos presentes na amostra. Estes defeitos, com tamanhos e raios de ponta diferentes, são governados por leis de probabilidade. A resistência à fratura dos cerâmicos também deve ser probabilística. * Distribuição de Weibull Distribuição matemática que mostra a probabilidade de falha de um material em função da tensão aplicada. * * Distribuição de Weibull - Distribuição de Weibull: Uma distribuição matemática mostrando a probabilidade de falha F ou de sobrevivência P de um material em função de tensão. - Consideramos um material de volume V0 com uma distribuição de falhas, sujeito a uma tensão. A probabilidade de sobrevivência P é: P(V0)=exp[-(σ-σu/σ0)m]=1-F(V0) com σ0 resistência característica, e σu nível de tensão para que a probabilidade de sobrevivência é igual a 1. Para materiais frágeis σu=0. * A probabiliadade de falha de um material frágil é dada por: F(V0) = 1-exp[-(σ-σu/σ0)m] σ0 resistência característica, e σu nível de tensão para que a probabilidade de sobrevivência é igual a 1. Para materiais frágeis σu=0. 1-F = exp[-(σ/σ0)m] ln (1-F) = [-(σ/σ0)m] ln ln (1-F) = -m (lnσ - ln σ0) ln ln (1/1-F) = m (lnσ - ln σ0) - Essa é a forma usada para o fit dos dados experimentais - m é o modulo de Weibull - σ0 resistência característica (constante) * Modulo de Weibull de aço e cerâmica de alumina A figura a seguir mostra probabilidade de falha em relação a tensão aplicada de um aço com 0,2% de C e duas cerâmicas a base de alumina, preparada por prensagem uniaxial e sinterização, uma preparada com um pó convencional e outra preparada com um pó especial resultando em uma microestrutura mais fina e com menores falhas no material (CPS) Comente os gráficos. * * Comentários: - A curva para o aço é quase vertical, indicando que m atinge valores muito elevados. Isso significa que há uma variação muito pequena nos valores de resistência entre amostras desse aço. - Para alumina preparada com o pó convencional a variação é alta, e o modulo de Weibull baixo ≈ 4,7. - Para a cerâmica preparada com um pó especial , m é mais alto ≈ 9,7, indicando uma distribuição mais uniforme de falhas. A resistência média ≈ 578MPa também é maior, sugerindo um número menor de falhas. * 1-F = exp[-(σ/σ0)m] ln ln (1/1-F) = m (lnσ - ln σ0) * Exemplo: Uma cerâmica avançada com Módulo de Weibull de m=9 tem uma probabilidade de falha F=0.4, quando submetido a uma tensão de 250MPa. Qual é a nível de tensão para uma probabilidade de falha de 0,1? * Solução: 1. Determine σ0 : 1-F = exp[-(σ/σ0)m] ln ln (1/1-F) = m (lnσ - ln σ0) = m lnσ - m ln σ0 - m ln σ0= [ln ln (1/1-F)-m lnσ] ln σ0= [ln ln (1/1-F)-m lnσ]/-m ln σ0=5,596097 σ0=exp 5,596097 σ0= 269,4 MPa * 2. Resolve para m=9, F=0,1 e σ0= 269,4 MPa: ln ln (1/1-F) = m (lnσ - ln σ0) = m lnσ - m ln σ0 m lnσ = ln ln (1/1-F) + m ln σ0 lnσ = (ln ln (1/1-F) + m ln σ0 )/m lnσ = [ln ln (1/1-0,1) + 9 ln 269,4]/9 = 5,34616 σ=exp 5,34616 σ= 209,8 MPa Como esperado, diminuindo a propabilidade de falha implica também em uma redução do nível de tensão suportado. * Exemplo: Sete amostras de SiC foram ensaiadas e suas resistências a flexão determinadas foram de 23, 49, 43, 30, 55, 40 e 43 MPa, respectivamente. Determine o módulo de Weibull m deste material. * * * Em consequência, quanto maior for o volume do componente, mais baixo e a tensaõ de fratura *
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