Buscar

Módulo I Controladoria Geral da União Estrutura e Instrumentos de Apuração

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Módulo I - CGU: Estrutura e Instrumentos de Apuração 
 
Objetivos 
Ao final do Módulo I, o aluno deverá ser capaz de identificar os instrumentos 
de apuração disciplinar na Controladoria Geral da União (CGU). 
 
 
Unidade 1 - A Controladoria-Geral da União e o Sistema 
Correcional: instrumentos de apuração disciplinar 
 
Há variações, órgão a órgão, de a quem pessoalmente a norma atribui a 
competência para apreciar as notícias de supostas irregularidades e para 
instaurar a sede disciplinar; mas, por outro lado, padroniza-se que, 
institucionalmente, a apuração de irregularidades na administração pública, em 
regra, é efetuada no próprio órgão onde ela ocorreu. 
 
A Controladoria-Geral da União (CGU) foi criada no dia 2 de abril de 2001, pela 
Medida Provisória n° 2.143-31. Inicialmente denominada Corregedoria-Geral da 
União (CGU), o órgão é vinculado diretamente à Presidência da República. A 
CGU teve originalmente como propósito declarado o de combater, no âmbito do 
Poder Executivo Federal, a fraude e a corrupção e promover a defesa do 
patrimônio público. 
 
Quase um ano depois, o Decreto n° 4.177, de 28 de março de 2002, integrou a 
Secretaria Federal de Controle Interno (SFC) e a Comissão de Coordenação de 
Controle Interno (CCCI) à estrutura da então Corregedoria-Geral da União. O 
mesmo Decreto n° 4.177 transferiu para a Corregedoria-Geral da União as 
competências de Ouvidoria-Geral, até então vinculadas ao Ministério da Justiç 
 
A Medida Provisória n° 103, de 1° de janeiro de 2003, convertida na Lei n° 
10.683, de 28 de maio de 2003, alterou a denominação do órgão para 
Controladoria-Geral da União, assim como atribuiu ao seu titular a denominação 
de Ministro de Estado do Controle e da Transparência. 
 
Posteriormente, o Decreto n° 5.683, de 24 de janeiro de 2006, alterou a estrutura 
da CGU, conferindo maior organicidade e eficácia ao trabalho realizado pela 
instituição, trazendo à Corregedoria-Geral da União (unidade integrante da CGU) 
uma estrutura para acompanhamento, fiscalização e orientação dos trabalhos 
correcionais. Além disso, também foi criada a Secretaria de Prevenção da 
Corrupção e Informações Estratégicas (SPCI) - atualmente Secretaria de 
Transparência e Prevenção da Corrupção (STPC) -, responsável por 
desenvolver mecanismos de prevenção à corrupção. Desta forma, o 
agrupamento das principais funções exercidas pela CGU – controle, correição, 
prevenção da corrupção e ouvidoria – foi efetivado, consolidando-as em uma 
única estrutura funcional. 
 
Mais recentemente, a estrutura regimental da CGU foi alterada por meio do 
Decreto nº 8.109/13. Assim, no âmbito da Corregedoria-Geral da União, além 
das Corregedorias Adjuntas das Áreas Econômica, de Infraestrutura e Social, 
que englobam um total de dezoito Corregedorias Setoriais, foram criadas duas 
novas coordenações: Responsabilização de Entes Privados e Monitoramento de 
Processos Disciplinares. 
 
Nesse rumo, o art. 18 da Lei nº 10.683, de 28/05/03, impõe à Controladoria-Geral 
da União encaminhar aos órgãos competentes as representações ou denúncias 
fundamentadas que receber e acompanhar e inspecionar as apurações. Daí, 
sempre que a Controladoria-Geral da União constatar omissão da respectiva 
autoridade instauradora ou, facultativamente, nos casos envolvendo lesão ou 
ameaça de lesão a patrimônio federal, os §§ 1º, 2º e 4º do artigo supra conferem-
lhe os poderes de avocar o apuratório e de instaurar procedimento para apurar 
a inércia da autoridade originariamente competente. A saber, a Lei nº 10.683, de 
28/05/03, dispõe sobre a atual organização da Presidência da República e dos 
Ministérios e prevê a Controladoria-Geral da União como um órgão integrante da 
Presidência da República, com status de Ministério, assistindo diretamente o 
Chefe do Poder Executivo nos assuntos relacionados à defesa do patrimônio 
público, no sentido amplo da expressão. 
 
Base Legal 
Lei nº 10.683, de 28/05/03, Arts. 17 e 18 na pasta Base Legal 
 
Em relação especificamente ao Sistema de Correição do Poder Executivo 
Federal, tal sistema foi criado pelo Decreto nº 5.480, de 30 de junho de 2005, e 
constitui-se de unidades voltadas às atividades de prevenção e apuração de 
irregularidades disciplinares, desenvolvidas de forma coordenada e harmônica. 
Alterado pelo Decreto nº. 7128, de 2010, o Decreto 5.480, de 30/06/2005, e 
elenca as competências de seus órgãos integrantes, a saber, da Controladoria-
Geral da União, como órgão central; das unidades correcionais setoriais, junto 
aos Ministérios (corregedorias vinculadas técnica e hierarquicamente ao órgão 
central); das unidades correcionais seccionais (corregedorias dos órgãos 
componentes da estrutura dos Ministérios, bem como de suas autarquias e 
fundações e empresas estatais); e da Comissão de Coordenação e Correição 
(colegiado de função consultiva, com o fim de uniformizar entendimentos). Em 
reforço ao já abordado linhas acima (que, embora ainda como exceção, alguns 
órgãos públicos federais já contam em seu organograma com uma unidade 
especializada para a matéria correcional), este Decreto impõe a tendência 
crescente de os órgãos instituírem suas corregedorias, como reflexo da atual 
relevância da matéria. 
Base Legal 
Acesse Decreto nº 5.480, de 30/06/05, Arts 2º ao 6º e 8º na pasta Base Legal 
 
 
Unidade 2 - A estrutura regimental da CGU 
 
A estrutura regimental da Controladoria-Geral da União foi aprovada por meio do 
Decreto n° 5.683, de 24/01/06, posteriormente revogado pelo Decreto 8.109, de 
17/09/13, de onde se extrai que, na matéria que aqui mais interessa, ou seja, na 
competência correcional, o órgão central conta com a Corregedoria-Geral da 
União, tendo em sua jurisdição três Corregedorias Adjuntas, subdivididas por 
área de atuação (de Área Econômica, de Área de Infra-Estrutura e de Área 
Social). Abaixo dessas três Corregedorias Adjuntas, situam-se as unidades 
correcionais setoriais, junto aos Ministérios das respectivas áreas. Por fim, 
dentro das unidades correcionais setoriais, encontram-se as unidades 
correcionais seccionais, quais sejam, as corregedorias dos órgãos de cada 
Ministério. 
Base Legal 
Decreto nº 8109 de 17/09/13, Arts 3º, 15 e 16 
 
 
Atendendo aos dispositivos acima, a Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, 
regulamentou o Sistema de Correição do Poder Executivo Federal e, em síntese, 
definiu os instrumentos a serem utilizados no Sistema, nas atividades 
relacionadas à correição, e estabeleceu competências. 
 
Quanto a este último tema, em que pese à conceituação dos procedimentos 
correcionais se refletir em todo o Sistema, desde o órgão central até as unidades 
seccionais, tem-se que, a rigor, a Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, em quase 
toda sua abrangência, tão-somente disciplinou competências da Controladoria-
Geral da União e das unidades setoriais. A citada Portaria-CGU não disciplinou 
as competências das unidades seccionais, preservando, tanto para apuração de 
irregularidades quanto para responsabilização, as respectivas normatizações já 
adotadas em cada órgão. Assim, tem-se que os ordenamentos internos vigentes 
nas unidades correcionais seccionais para a matéria disciplinar permanecem 
integralmente aplicáveis e válidos, não conflitando com o ordenamento do órgão 
central e das unidades setoriais. 
 
Pág. 3 
De forma muito sintética, pode-se estabelecer que o presente texto, ao longo de 
todos os seus tópicos, visa a, precipuamente, descrever em detalhes a condução 
do rito disciplinar no âmbito específico das unidades seccionais. 
 
Todavia, em função da edição daPortaria-CGU nº 335, de 30/05/06, como 
exceção, no presente tópico, a partir deste ponto, serão apresentadas as 
inovações e as peculiaridades mais relevantes deste dispositivo de interesse 
restrito, em comparação com aquelas normas de aplicação geral. A 
concentração, em um tópico à parte, dos dispositivos que vinculam apenas o 
órgão central e as unidades setoriais obriga que aqui tão-somente sejam citados 
conceitos, institutos e princípios, de forma bastante resumida e sem intuito de 
descrevê-los ou explicá-los. 
 
O conteúdo final do presente tópico deve ser visto como uma breve antecipação 
de temas, que serão detidamente descritos e explicados ao longo de todos os 
demais tópicos deste texto, voltados para o regramento geral. 
 
Em que pese à aplicação restrita do presente tópico, as inovações e 
peculiaridades trazidas pela Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, que, em sua 
maior parte, não vincula as unidades seccionais, onde for cabível, podem ser 
tomadas nessas corregedorias como recomendações, visto que não afrontam o 
que será detalhadamente descrito ao longo dos demais tópicos deste texto. 
 
A Portaria-CGU elenca que a atividade correcional utilizará como instrumentos 
a investigação preliminar, a sindicância investigativa, a sindicância patrimonial, 
a sindicância contraditória, o processo administrativo disciplinar e a inspeção. 
Dentre esse universo de instrumentos, empregam-se para apuração de 
irregularidades a investigação preliminar, as três espécies de sindicância e o 
processo administrativo disciplinar (excluindo-se a inspeção); e, para a apuração 
de responsabilidade, apenas sindicância contraditória e o processo 
administrativo disciplinar são válidos (excluindo também a investigação 
preliminar e as sindicâncias investigativa e patrimonial). 
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06 - Art. 3° 
 
Parágrafo único. A atividade de correição utilizará como instrumentos a 
investigação preliminar, a inspeção, a sindicância, o processo administrativo 
geral e o processo administrativo disciplinar. 
 
Art. 5° No âmbito do Órgão Central e das unidades setoriais, a apuração de 
irregularidades será realizada por meio de investigação preliminar, 
sindicância, inclusive patrimonial, e processo administrativo disciplinar. 
 
Parágrafo único. Nas unidades seccionais, a apuração de irregularidades 
observará as normas internas acerca da matéria. 
 
A investigação preliminar é procedimento realizado no âmbito do órgão central e 
das corregedorias setoriais, instaurado de forma sigilosa (sem publicidade), por 
ordem do Ministro de Estado do Controle e da Transparência, do Secretário-
Executivo, do Corregedor-Geral ou dos Corregedores Adjuntos, de ofício ou à 
vista de denúncia (inclusive anônima) ou representação, quando não se 
justifique nem a imediata instauração e nem o arquivamento liminar. Como o 
próprio nome indica, trata-se de procedimento que antecede a fase contraditória, 
de forma que seu rito é inquisitorial, pois não há a quem se garantir prerrogativas 
de defesa, e visa a coletar elementos para subsidiar a decisão de instaurar ou 
não sindicância, inclusive patrimonial, ou processo administrativo disciplinar (no 
caso de arquivamento, a decisão compete ao Corregedor-Geral). Esta 
investigação preliminar a cargo do órgão central ou das unidades setoriais tem 
prazo de sessenta dias, podendo ser prorrogada por igual prazo. 
Base Legal 
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 6º e 8º 
 
 
A sindicância investigativa (ou preparatória), a cargo das mesmas autoridades 
acima, também é um procedimento, no âmbito do órgão central e das 
corregedorias setoriais, que antecede a instauração da sede contraditória e, 
portanto, tem rito inquisitorial, pois não há a quem garantir prerrogativas de 
defesa e pode ser conduzida por um ou mais servidores (não necessariamente 
estáveis). Tem prazo de trinta dias, podendo ser prorrogada por igual prazo. 
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06 - Art. 4° Para os fins desta Portaria, ficam 
estabelecidas as seguintes definições: 
 
II - sindicância investigativa ou preparatória: procedimento preliminar sumário, 
instaurada com o fim de investigação de irregularidades funcionais, que 
precede ao processo administrativo disciplinar, sendo prescindível de 
observância dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa; 
 
Art. 12. § 1° No caso de sindicância meramente investigativa ou preparatória, 
o procedimento poderá ser instaurado com um ou mais servidores. 
 
 
A sindicância patrimonial é um procedimento instaurado de forma sigilosa (sem 
publicidade), por ordem do Ministro de Estado do Controle e da Transparência, 
do Secretário-Executivo, do Corregedor-Geral ou dos Corregedores Adjuntos, de 
ofício ou destinado a apurar denúncia (inclusive anônima) ou representação que 
noticie indícios de enriquecimento ilícito em decorrência de incompatibilidade 
patrimonial com a renda. Tem rito inquisitorial, pois não há a quem garantir 
prerrogativas de defesa e pode ser conduzida por dois ou mais servidores (não 
necessariamente estáveis). Dentre seus atos de instrução, pode-se fazer 
necessário solicitar o afastamento de sigilos fiscal e bancário (primeiramente ao 
próprio sindicado). A sindicância patrimonial tem prazo de trinta dias, podendo 
ser prorrogado por igual período, e pode redundar em arquivamento ou na 
instauração de processo administrativo disciplinar. Não obstante, da mesma 
forma como se aplica ao processo administrativo disciplinar, esses prazos não 
devem ser entendidos como fatais, podendo, desde que haja motivação e 
justificativa, a sindicância ser novamente designada após sessenta dias. 
Base Legal 
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 16 ao 19 
 
Esses dois instrumentos empregados na apuração de responsabilidades no 
âmbito do órgão central e das unidades correcionais setoriais podem ser 
instaurados (ou avocados) pelo Ministro de Estado do Controle e da 
Transparência, Secretário-Executivo, Corregedor-Geral ou Corregedores 
Setoriais. 
Base Legal 
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 10 ao 12 
 
A sindicância acusatória (contraditória) é o procedimento para apurar 
responsabilidade de menor gravidade e pode, se for o caso, após respeitados o 
contraditório e a ampla defesa, redundar em apenação; deve ser conduzida por 
comissão de dois ou três servidores estáveis, no prazo de até trinta dias, 
prorrogado por igual período. O processo administrativo disciplinar é o 
instrumento para apurar responsabilidade de servidor por infração cometida no 
exercício do cargo ou a ele associada, sob rito contraditório, podendo aplicar 
todas as penas estatutárias; deve ser conduzido por comissão formada por três 
servidores estáveis, no prazo de até sessenta dias, prorrogado por igual período. 
 
Atenção 
Certamente você já percebeu que a habilidade de leitura é a sua grande 
aliada. Seja disciplinado nesse sentido, concentre-se na leitura da “Base 
Legal” e valorize o tempo investido no curso. 
 
Pág. 4 
As instaurações desses dos ritos disciplinares a cargo das corregedorias 
setoriais devem ser comunicadas à Corregedoria-Geral, para acompanhamento 
e avaliação. O julgamento cabe ao Ministro de Estado do Controle e da 
Transparência, em caso de penas expulsivas e suspensão superior a trinta dias; 
ao Corregedor-Geral, em caso de suspensão de até trinta dias; e aos 
Corregedores Adjuntos, em caso de advertência ou arquivamento, cabendo 
pedido de reconsideração à autoridade que decidiu e um grau de recurso nas 
decisões dos Corregedores Adjuntos e do Corregedor-Geral. 
 
Base Legal 
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts.4º, 12 a 15 
 
 Por fim, fora do conceito de procedimentos de apuração de 
irregularidades, a inspeção destina-se a obter informações e documentos e a 
aferir o cumprimento de normas, orientações técnicas, recomendações e 
determinações, bem como verificar a regularidade, eficiência, eficácia e prazos 
dos trabalhos no Sistema. Pode ser realizada pelo órgão central nas unidades 
setoriais e, por estas, nos Ministérios e nas unidades seccionais. 
Base Legal 
Portaria-CGU nº 335, de 30/05/06, Arts. 20 a 23 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 3 - Especificidade das Corregedorias 
Alguns órgãos e entidades da administração pública federal dispõem, por norma 
específica (seja lei orgânica, estatuto ou regimento interno), de unidade 
especializada na matéria disciplinar, normalmente chamada de Corregedoria, 
dotada de competência exclusiva para o assunto. Antecipe-se que tal 
especificidade, visando à qualificação, especialização, isenção, imparcialidade e 
eficiência, em nada afronta os dispositivos legais acima reproduzidos. 
 
Nesses órgãos, os deveres de representar e de apurar têm algumas 
peculiaridades em comparação com a regra geral acima descrita. O servidor que 
tem ciência de suposta irregularidade (exclusivamente em função do exercício 
do cargo, de forma direta ou indireta) deve representar, na via hierárquica, por 
intermédio de seu chefe imediato, não ao superior hierárquico do representado, 
mas sim ao titular da sua própria unidade ou do órgão, que por sua vez, deve 
encaminhar a representação ao titular da unidade especializada - Corregoria. 
Perceba-se que não necessariamente o procedimento passa pelo superior 
hierárquico do representado. 
 
Ou seja, diferentemente da regra geral vigente na administração pública (em que 
o dever de apurar guarda proximidade com o representado, em linha 
hierárquica), nesses órgãos que possuem unidade especializada na matéria, 
este dever de apurar é deslocado exclusivamente para a unidade especializada, 
que não mantém qualquer vinculação com a unidade de lotação do representado 
ou de ocorrência do fato. Os titulares das demais unidades do órgão não têm 
competência para instaurar processo administrativo disciplinar, devendo 
encaminhar à unidade correcional aquelas notícias de supostas irregularidades. 
 
Pontos Comuns na Via Hierárquica 
De uma forma ou de outra, seja pela regra geral da via hierárquica, seja pela 
atipicidade da unidade especializada, a autoridade legal, estatutária ou 
regimentalmente competente, ao ter ciência do cometimento de suposta 
irregularidade associada direta ou indiretamente ao exercício de cargo público, 
após avaliar que a representação não é de flagrante improcedência (em ato 
chamado de exame ou juízo de admissibilidade), é obrigada, pelo art. 143 da Lei 
nº 8.112, de 11/12/90, a promover a imediata apuração. 
Lei nº 8.112, de 11/12/90 - Art. 143. A autoridade que tiver ciência de 
irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração 
imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, 
assegurada ao acusado ampla defesa. 
 
Tanto é verdade que ela pode incorrer em crime de condescendência criminosa 
se, por indulgência, deixa de responsabilizar o servidor subordinado que 
cometeu infração (administrativa ou penal) no exercício do cargo ou não leva o 
fato ao conhecimento da autoridade competente. 
Código Penal (CP) - Condescendência criminosa 
 
Art. 320. Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado 
que cometeu infração no exercício de cargo ou, quando lhe falte competência, 
não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena -detenção, 
de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa. 
 
 
A despeito de o parágrafo único do art. 116 da Lei nº 8.112, de 11/12/90, 
determinar que a representação seja oferecida em via hierárquica, caso o 
representante a formule diretamente à autoridade competente para matéria 
correcional, sem fazê-la passar por seu chefe imediato, à vista do atendimento 
de valores mais relevantes (associados à moralidade na sede pública), não se 
deve, tão-somente por esta lacuna formal, deixar de se recepcionar a 
representação e muito menos, se for o caso de ela mostrar-se relevante, omitir-
se na determinação da imediata apuração. Nesses casos, cabe à autoridade 
competente para matéria correcional dar ciência ao chefe imediato do 
representante, a fim de suprir a exigência legal, podendo ainda, em regra, 
sopesados os motivos para o servidor ter atravessado diretamente a 
representação, abstraindo-se de atos eivados de má-fé, dispensar qualquer 
medida correcional contra o representante. 
 
Uma situação que bem exemplifica a hipótese acima (seja na regra geral da 
apuração em via hierárquica, seja existindo Corregedoria) é quando o 
representante tem alguma desconfiança da imparcialidade de seu chefe imediato 
ou quando este é justamente o representado. Nesses casos, justificadamente, 
recomenda-se que a representação seja dirigida à autoridade imediatamente 
superior ao representado. 
 
Convém, por oportuno, salientar que eventuais representações encaminhadas 
unicamente a órgãos externos (como, por exemplo, Ministério Público Federal, 
Departamento de Polícia Federal -DPF, Controladoria-Geral da União -CGU) não 
afastam a obrigação de representar internamente. Ressalte-se que, em tese, a 
ausência da representação interna pode acarretar responsabilização 
administrativa disciplinar, conforme dever estabelecido no art. 116, VI e XII, da 
Lei nº 8.112, de 11/12/90. 
 
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo I do curso de Direitos e Deveres do 
Servidor Público Federal. Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos 
que você faça uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O 
resultado não influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de 
avaliar o seu domínio do conteúdo.

Outros materiais