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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO COLEÇÃO MP-CE ATUALIZADO EM 18/12/2019 APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 2 Agora que você já possui o material de estudo mais prático e efetivo para sua aprovação neste concurso, você está pronto(a) para se aprofundar ainda mais e descobrir todos os detalhes que farão total diferença na preparação! Descubra como aprimorar e personalizar seus estudos com o Aprovação Ágil - Guia Prático para Aprovação em Concursos. Com ele você terá acesso ao livro e ao novo Curso em Vídeo do Aprovação Ágil, com cerca de 8 horas de conteúdo exclusivo, mostrando na prática o passo a passo para sua aprovação no concurso dos seus sonhos. Adquirindo agora você terá ainda, além de vários bônus, acesso às planilhas automatizadas para: - Montagem de seu cronograma personalizado - Controle de estudos e simulados - Análise do exato perfil de sua próxima prova Você vai ter acesso também ao grupo secreto do Facebook. 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APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 3 NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 1 Breves considerações sobre a prova..................................................... 4 2 Noções de organização administrativa - Administração direta e indireta, centralizada e descentralizada............................................................. 5 3 Ato administrativo: Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies 7 4 Processo administrativo...................................................................... 12 5 Agentes públicos: Espécies e classificação; Cargo, emprego e função públicos............................................................................................. 25 6 Poderes administrativos: Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia; Uso e abuso do poder............................................................................... 29 7 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações.................................................... 31 8 Lei nº 10.520/2002 e suas alterações e Decreto nº 5.450/2005 e suas alterações......................................................................................... 91 9 Controle e responsabilização da administração: Controles administrativo, judicial e legislativo; e Responsabilidade civil do Estado....................... 107 10 Lei n° 8.429/1992 e suas alterações (Improbidade administrativa)........ 110 APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 4 Breves considerações sobre a prova A disciplina de Direito Administrativo é reconhecida como uma matéria de maior aprofundamento quanto a pontos doutrinários. E, no caso do último concurso do MP-CE, a realidade não foi diferente. Houve a cobrança de um raciocínio doutrinário em boa parte das questões, como você pode verificar na planilha sobre o perfil da prova, enviada conjuntamente com esse material de estudo. O material de estudos exposto neste PDF está totalmente voltado para o perfil da prova. Porém, para evitar surpresas com questões mais profundas e complexas, recomendo muito que o estudante também aprofunde seus estudos com uma boa doutrina nesta disciplina, principalmente em momento anterior à publicação do edital. Recomendo a leitura, ao menos uma vez, do Curso de Direito Administrativo, de Maria Sylvia Zanella di Pietro, talvez a maior referência atual nesta disciplina, apenas em relação aos tópicos exigidos no edital. E é extremamente recomendável fazer muitas questões da mesma banca nesta disciplina, para entender plenamente o que eles mais cobram dos candidatos e complementar seus estudos. Assim, com certeza você terá um maior embasamento para a prova em Direito Administrativo e terá ainda mais facilidade em compreender e memorizar plenamente o conteúdo deste resumo. APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 5 Noções de organização administrativa - Administração direta e indireta, centralizada e descentralizada Poderes e organização A tripartição dos poderes estatais (também pode ser denominada como tripartição das funções estatais) foi concebida por Montesquieu em sua obra "Do Espírito das Leis" (1748) e está prevista expressamente no artigo 2º da Constituição Federal: Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Tratam-se, portanto, de poderes independentes e harmônicos entre si, com funções típicas e atípicas, nas quais não há exclusividade, mas sim preponderância nos exatos temos definidos pela Constituição Federal. Os poderes dividem-se em: - Poder Legislativo: Tem o papel primordial de fiscalização do Poder Executivo e elaboração de leis (funções típicas), bem como a administração de seus serviços internos e julgamento o Presidente da República nos crimes de responsabilidade (funções atípicas). - Poder Executivo: É responsável pela administração da coisa pública, e pela aplicação fática da legislação elaborada pelo Poder Legislativo (função típica). Elabora ainda normas de caráter geral, como decretos, e julga os seus servidores de forma administrativa (funções atípicas). - Poder Judiciário: Julga as demandas propostas pelos jurisdicionados e aplica coativamente a legislação (função típica), bem como elabora atos administrativos de sua competência e organiza os seus serviços públicos prestados (funções atípicas). Atenção! Fique atento(a) às diferenças conceituais entre desconcentração e descentralização administrativa, pois o tema é recorrente em provas de concursos: A descentralização consiste no deslocamento pela Administração Direta, com a distribuição, deslocamento ou transferência da prestação de serviços para entes da Administração a Indireta (Autarquia, Fundações, Sociedades de Economia mista e etc.) ou para particulares. Nesta situação não há subordinação destas à Administração Direta, pois não existe hierarquia, porém há fiscalização e controle destes serviços descentralizados. A desconcentração trata-se da distribuição dos serviços públicos dentro da mesma pessoa jurídica componente da Administração Pública, por meio de uma transferência com hierarquia, dividida entre seus órgãos. A Administração Direta é aquela que compreende os órgãos das pessoas federativas: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 6 A Administração Indireta é representada por entidades de personalidade jurídica própria, criadas pelo Estado para a realização de serviços de interesse público ou para agirem em atividade econômica, quando necessário. São os principais integrantes da Administração Indireta: I - Autarquia – Trata-se de pessoa jurídica de direito público, criada para realizar determinado serviço de interesse público. Criada por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios. Tem como fim a execução de atividades típicas da Administração Pública que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. II - Fundação Pública - Entidade dotada de personalidade jurídica própria de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades dedireito público. Possui autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos do Estado e de outras fontes. III - Sociedade de Economia Mista - Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com a devida autorização para sua criação por lei específica, conforme inciso XIX do art. 37 da Constituição Federal, para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima. As ações com direito a voto necessitam pertencer em sua maioria ao Estado ou a outra entidade da Administração Indireta. IV - Empresa Pública - Trata-se de pessoa jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo, com a devida autorização para sua criação por lei específica, conforme inciso XIX do art. 37 da Constituição Federal, para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Sujeita-se ao regime das empresas privadas. Fundação Pública VS Autarquia - A principal diferença entre Fundação e Autarquia é que na primeira a lei autoriza sua criação. No caso da Autarquia, a própria lei a cria. APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 7 Ato administrativo: Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies Conceito do ato administrativo O ato administrativo pode ser conceituado como toda manifestação de vontade da Administração Pública, sob o regime de direito público, ordenada para a produção de efeitos jurídicos de interesse público. Na clássica definição de. Hely Lopes Meirelles, ato administrativo é: toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. Muito embora não haja previsão em lei ou consenso entre os doutrinadores sobre o conceito de ato administrativo, é importante saber que qualquer definição abrangerá sempre 3 pressupostos: 1- Manifestação do Estado ou quem lhe esteja representando; 2- Incidência das regras de direito público. 3- Produção de efeitos jurídicos visando ao interesse público. Requisitos ou elementos de validade e eficácia ato administrativo Todo ato administrativo para ser válido e eficaz deve obedecer a cinco requisitos: competência, finalidade, forma, objeto e motivo. Para decorar os requisitos lembre-se da frase: Como Ficar Feliz? Ouvindo Música ou da outra frase: Como Ficar Fortão? Óbvio: Musculação! As iniciais de referidas frases são as mesmas dos requisitos do ato administrativo: C ompetência, F inalidade, F orma, O bjeto e M otivo Atenção! Fique atento que as bancas costumam confundir Objeto, um dos requisitos do ato administrativo, com Objetivo, pela proximidade entre a grafia e sonoridade das palavras. Não caia nesta pegadinha! 1- Competência: Para que o ato seja válido é necessário que seja proferido por alguém autorizado por lei a praticar tal conduta. A competência administrativa tem como características: a) Natureza de ordem pública, pois sua atribuição é feita somente por lei. APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 8 b) Intransferível pela vontade dos interessados. No entanto, em caso de avocação ou delegação prevista em lei, a competência para determinado ato pode ser transferida temporariamente. c) Irrenunciável, porque a competência deriva do cargo e não da pessoa. e) Incaducável ou imprescritível, posto que a competência não se extingue pela falta de uso ou pelo decurso do tempo, somente por determinação legal. 2- Finalidade: Todo ato administrativo sempre deve visar ao interesse público. Se o agente praticar algum ato visando a interesse próprio ou alheio ao interesse público, o ato será nulo por desvio de finalidade, o que, inclusive, caracteriza o abuso de poder. 3- Forma: É o modo e procedimentos previstos em lei que são necessários para a exteriorização dos atos administrativos. Em regra todo ato administrativo deverá ser por escrito. Somente se admitirá atos não escritos em casos de urgência e transitoriedade da manifestação. Ex: O assobio do guarda de trânsito para desviar os carros de um acidente na rodovia. 4- Objeto: É o conteúdo do ato a fim de criar, modificar ou comprovar situações jurídicas, as quais sempre deverão ser lícitas e moralmente aceitas. 5- Motivo: É a situação fática ou o fundamento jurídico que autoriza a realização do ato administrativo. Ex: Ultrapassar o sinal vermelho é o motivo de uma multa de trânsito. Atributos ou características do ato administrativo: 1- Presunção de Legitimidade: Todo ato administrativo presume-se legal e verdadeiro até que alguém prove o contrário. Há a inversão do ônus da prova. 2- Autoexecutoriedade: Ao ato administrativo assim que emanado pode ser executado imediatamente pela Administração, independentemente de ordem judicial. Exceto as desapropriações e multas. 3- Imperatividade: O ato administrativo proferido em conformidade com a lei obriga todos aqueles que se encontrarem em seu círculo de incidência. Não pode o administrado se opor ao cumprimento. Para decorar os atributos ou características lembre-se da palavra: P A I P resunção de legitimidade, A utoexecutoriedade e I mperatividade. Atenção! Maria Silvia Di Pietro, renomada autora desta disciplina do Direito, afirma existir um quarto atributo: tipicidade. E algumas bancas costumam exigir esse conhecimento A tipicidade trata-se de uma consequência direta do princípio da legalidade. Maria Silvia Di Pietro define a tipicidade da seguinte forma: “Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 9 resultados”. E podemos destacar que tal característica trata-se de uma garantia para que a Administração não aja de forma arbitrária. Para decorar os atributos ou características, com a inclusão da tipicidade, lembre-se da palavra: P A T I P resunção de legitimidade, A utoexecutoriedade, T ipicidade e I mperatividade. Classificação: A doutrina, em regra, classifica os atos administrativos em 05 grandes grupos: 1- Quanto aos seus destinatários: a) Atos gerais ou regulamentares ou normativos: São comandos abstratos expedidos sem um destinatário determinado, alcançando a todos que se encontrem em uma determinada situação. Não podem ser impugnados enquanto seus efeitos não atingirem um caso em concreto. Exemplo: editais de concursos e instruções normativas. b) Atos individuais: São aqueles com um destinatário previamente determinado. Exemplo: Demissão e nomeação. 2- Quanto ao alcance de seus efeitos: a) Atos internos: São aqueles que produzem efeitos somente dentro da Administração Pública, vinculando órgãos e agentes públicos. Não precisam ser publicados na imprensa oficial porque não atingirão terceiros. Exemplo: Portaria. b) Atos externos: Atingem a todos: órgãos, agentes públicos e particulares. Precisam ser publicados na imprensa oficial para que todos saibam o teor do ato. Exemplo: Decreto. 3- Quanto ao seu objeto: a) Atos de império: A Administração utiliza-se de sua supremacia para impor o seu cumprimento obrigatório ao administrado. Exemplo: Multa e interdição de estabelecimento. b) Atos de gestão: A Administração põe-se em posição de igualdade com o administrado. Não há o poder de coerção. Exemplo: Contrato de locação de imóveis. c) Atos de expediente: São atos proferidos na rotina administrativa, sem poder decisório, para andamento de processos administrativos. Exemplo: Juntada de documentos. 4- Quanto à liberdade de atuação ou regramento: a) Atos vinculados: A sua elaboração fica vinculadaao que a lei estabelece. Caso cumpridos os requisitos legais, o ato deve ser expedido. Não há margem alguma de liberdade para o APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 10 administrador. Exemplo: Licença para prática de determinada atividade, quando cumpridos os requisitos legais. b) Atos discricionários: São aqueles praticados conforme a conveniência e oportunidade do administrador quanto ao objeto e o motivo do ato. Os outros requisitos: competência, finalidade e forma não comportam liberdade na escolha, serão sempre vinculados ao que a lei determinar. Exemplo: Autorização. É importante ressaltar que atos discricionários não se confundem com atos arbitrários. Os atos discricionários são praticados dentro dos limites que a lei estabelece, já os arbitrários são praticados sem qualquer respaldo em lei. Atenção! A diferença entre atos vinculados e discricionários, bem como os seus exemplos costumam cair com frequência nos concursos. 5- Quanto à formação do ato: a) Atos simples: São aqueles derivados de um único órgão, seja singular ou colegiado. Não importa o número de pessoas envolvidas, mas sim que a vontade seja manifestada de forma única. Exemplo: Multa lavrada pelo Policial de Trânsito ou decisão de um conselho disciplinar. b) Atos compostos: De acordo com a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro: Ato composto é o que resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação a de outro, que edita o ato principal. Enquanto no ato complexo fundem-se vontades para praticar um ato só, no ato composto, praticam-se dois atos, um principal e outro acessório; este último pode ser pressuposto ou complementar daquele. Exemplo: a nomeação do Procurador-Geral da República depende da prévia aprovação pelo Senado (art. 128, § 1o, da Constituição); a nomeação é o ato principal, sendo a aprovação prévia o ato acessório, pressuposto do principal... (Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo (p. 282). Atlas. Edição do Kindle.) c) Atos complexos: Surgem da conjugação da vontade de órgãos administrativos diferentes. São vontades autônomas que juntas formam um ato único. Exemplo: Decreto que é assinado pelo Chefe do Executivo e referendado por Ministro de Estado; Espécies de atos administrativos: Segundo Hely Lopes Meirelles, podemos agrupar os atos administrativos em 5 cinco tipos: Atos normativos: possuem comando geral do Executivo com vistas ao cumprimento regular de uma lei. Podem ser exteriorizados de forma geral e abstrata (decreto que regulamenta uma determinada lei, por exemplo), ou individual e concreta (decreto de nomeação de um servidor em APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 11 decorrência de aprovação em concurso público). São exemplos o regulamento, decreto, regimento, resolução e etc. Atos ordinatórios: tem a finalidade de disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta de seus agentes no exercício de suas funções. Tem origem no poder hierárquico, ou seja, podem ser expedidos por chefes de serviços aos servidores subordinados, em hierarquia inferior. Logo, não obrigam aos particulares. São exemplos: instruções, avisos, portarias, ordens de serviço e memorandos. Atos negociais: possuem uma manifestação de vontade da Administração, com a finalidade de concretizar negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas pelo Poder Público. São exemplos as licenças, autorizações e permissões. Atos enunciativos: Nestas atos a Administração Pública certifica ou a atesta a ocorrência um fato (são exemplos certidões e atestados), ou emite uma opinião sobre determinado assunto (é exemplo o parecer), e tais atos fazem parte de registros, processos e arquivos públicos, e por essa razão ficam vinculados quanto ao motivo e ao conteúdo. Atos punitivos: são sanções impostas pela legislação e aplicadas pela Administração Pública, para punição de infrações administrativas e condutas irregulares de servidores ou de particulares em face da Administração. São exemplos a multa administrativa, interdição administrativa, destruição de coisas e todas penalidades previstas em lei para punição administrativa de servidores. APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 12 Processo administrativo O processo administrativo pode ser conceituado uma sequência de atos ou atividades da Administração, que estão conectados entre si, com a finalidade de realizar um efeito previsto na lei. É a forma adotada pela Administração Pública para a realização dos atos administrativos. Segundo José dos Santos Carvalho Filho “o processo administrativo se consubstancia numa sucessão encadeada de fatos, juridicamente ordenados, destinados à obtenção de um resultado final, no caso, a prática de um ato administrativo final” (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo, p. 806) A Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 regula o processo administrativo no âmbito da Administração pública Federal: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa. § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta; II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica; III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão. Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I - atuação conforme a lei e o Direito; II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; CAROL Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 13 V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. CAPÍTULO II DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhesejam assegurados: I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; III - formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente; IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obrigatória a representação, por força de lei. CAPÍTULO III DOS DEVERES DO ADMINISTRADO Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: ATENÇÃO ATENÇÃO CAROL Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 14 I - expor os fatos conforme a verdade; II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé; III - não agir de modo temerário; IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. CAPÍTULO IV DO INÍCIO DO PROCESSO Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado. Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes dados: I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; II - identificação do interessado ou de quem o represente; III - domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações; IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas. Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equivalentes. Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. CAPÍTULO V DOS INTERESSADOS Art. 9o São legitimados como interessados no processo administrativo: I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação; II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos. CAROL Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 15 Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio. CAPÍTULO VI DA COMPETÊNCIA Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. § 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. § 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. CAROL Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 16 CAPÍTULO VII DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou autoridade que: I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; II - tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro. Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar. Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares. Art. 20. Pode ser argüida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau. Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. CAPÍTULO VIII DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável. § 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade. § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo. § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüencialmente e rubricadas. Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo. Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração. ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 17 Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior. Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante comprovada justificação. Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando- se o interessado se outrofor o local de realização. CAPÍTULO IX DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências. § 1o A intimação deverá conter: I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa; II - finalidade da intimação; III - data, hora e local em que deve comparecer; IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar; V - informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento; VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. § 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento. § 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado. § 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial. § 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade. Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado. Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 18 CAPÍTULO X DA INSTRUÇÃO Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes. Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas por meios ilícitos. Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada. § 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas. § 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações substancialmente iguais. Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates sobre a matéria do processo. Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas. Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios de participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação do procedimento adotado. Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 19 Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. § 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. § 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização. Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo. § 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso. § 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento. Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes. Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado. Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente. ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 20 CAPÍTULO XI DO DEVER DE DECIDIR Art. 48.A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada. CAPÍTULO XII DA MOTIVAÇÃO Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. § 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados. § 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 21 CAPÍTULO XIII DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis. § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado. § 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige. Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente. CAPÍTULO XIV DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. CAPÍTULO XV DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito. § 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução. ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 22 § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo: I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo; II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. § 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente. § 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso. Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações. Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: I - fora do prazo; II - perante órgão incompetente; III - por quem não seja legitimado; IV - após exaurida a esfera administrativa. § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso. § 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa. ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 23 Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que formule suas alegações antes da decisão. Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006). Vigência Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. Parágrafo único. Da revisão do processo não poderáresultar agravamento da sanção. CAPÍTULO XVI DOS PRAZOS Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. § 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. § 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo. § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês. Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem. CAPÍTULO XVII DAS SANÇÕES Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa. ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 24 CAPÍTULO XVIII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando- se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; III – (VETADO) IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo. § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que determinará as providências a serem cumpridas. § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. § 3o (VETADO) § 4o (VETADO) Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 25 Agentes públicos: Espécies e classificação; Cargo, emprego e função públicos Agentes públicos: espécies e classificação Agente público pode ser definido como qualquer pessoa física incumbida, de forma definitiva ou transitória, pelo exercício de alguma função estatal. Sua classificação não é ponto pacífico na doutrina de Direito Administrativo, assim iremos apontar as principais espécies cobradas em concursos públicos: a) Agentes políticos: São aqueles investidos em cargos, funções ou mandatos para o exercício de funções expressamente previstas na Constituição Federal. Exemplos: Magistrados, Senadores, Vereadores. b) Agentes Particulares Colaboradores: São particulares que executam determinadas funções tidas como públicas sem remuneração do Estado: Exemplos: Jurados, Mesários e Titulares de Notas e Registros. c) Servidores Públicos: São pessoas que possuem um vínculo permanente com o Estado, e dele recebem habitualmente remuneração correspondente ao seu trabalho. Agentes públicos: Poderes, deveres e prerrogativas Os poderes administrativos são atribuições especiais conferidas aos agentes públicos, com a finalidade de imposição de cumprimento das obrigações necessárias à defesa e manutenção do interesse público. Poder-dever de agir (uso do poder): O agente público tem o dever de praticar os atos que são de sua competência, sob pena de responsabilização nas esferas administrativa, civil e penal, conforme o caso. Sobre o tema Hely Lopes Meirelles ensina que: “Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade”. Por isso mesmo não se fala apenas em poder de agir, mas sim poder-dever de agir em defesa do interesse público. A ação do agente público deve sempre estar fundamentado em lei, pois se agir fora de sua competência ficará configurado o excesso ou abuso de poder. O abuso de poder é um desvio na conduta do agente público, uma inobservância de seu poder- dever de agir de acordo com a lei, com vistas ao alcance do interesse público. Existem 3 formas de manifestação do abuso de poder: 1) Excesso de poder: ocorre caso o agente público competente age além do permitido na legislação, ou seja, atua ultra legem. 2) Desvio de finalidade ou desvio de poder: neste caso o ato é praticado por motivos ou finalidade diversa daquela prevista na lei (atuação contra legem). O poder é atributo do cargo ou função, e não um privilégio concedido pessoalmente ao agente. (agentes administrativos) ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 26 3) Omissão: é a hipótese de inércia da Administração em praticar ato que seja de competência, sem justificativa, em inequívoca violação ao seu dever de ação. São deveres do agente público: 1- Dever de probidade: A atuação do agente sempre deve estar fundamentada na honestidade e moralidade no trato com os administrados e com a própria Administração. 2- Dever de prestar contas: É uma obrigação natural de quem tem a incumbência de gerenciar os bens e interesses alheios. Se a coisa administrada é pública, deve-se prestar contas ao público. Este dever está intimamente conectado com o princípio da publicidade. 3- Dever de eficiência: É o “dever da boa administração”, que é aquela na qual se produz mais e sempre com qualidade. As prerrogativas são os privilégios que são atribuídos aos agentes públicos pelo cargo em que ocupa. Exemplo: Férias, licenças, remuneração, gratificações, que estão expressamente previstas na Lei Federal nº 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União. Em caso de servidores de outras esferas, há legislação própria aplicável. Para evitar a repetição da referida lei, colocamos as prerrogativas (direitos e vantagens) dos agentes públicos junto com o tópico referente ao estudo do Regime Jurídico único dos Servidores. Também para evitar a repetição, para estudo dos tópicos: "regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa", remetemos o leitor ao estudo da Lei nº 8.112, que está disponível neste material de estudo. Agentes públicos: Cargo, emprego e função pública Na definição legal dada pela Lei nº 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor: Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Hely Lopes Meirelles define cargo público como: “o lugar instituído na organização do serviço público, com denominação própria, atribuições e responsabilidades específicas e estipendia correspondente para ser provido e exercido por um titular, na forma estabelecida em lei.”. Os cargos podem ser organizados por: a) Classe: É o conjunto de cargos da mesma natureza com idênticas atribuições, responsabilidades e remuneração. b) Carreira: É a organização dos cargos conformeas hierarquias fixadas em lei. ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 27 Os cargos classificam-se em: a) Cargos Vitalícios: São previstos na Constituição Federal para que os seus ocupantes possam atuar com independência. Seus titulares não podem perder o cargo através de processo administrativo. É necessário, neste caso, que a extinção do vínculo ocorra por meio de processo judicial. Exemplos: Magistrados e membros do Ministério Público. Art. 95 da Constituição Federal: Os juízes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; §5º do art. 128 da Constituição Federal: § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: I - as seguintes garantias: a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julgado; b) Cargos Efetivos: São aqueles ocupados por servidores que foram aprovados, exclusivamente por meio de concurso público de provas e títulos. Se o cargo não for vitalício ou em comissão será necessariamente efetivo. Após 3 anos de permanência no cargo efetivo, o servidor adquire estabilidade no cargo se for considerado apto na avaliação especial de desempenho. Com a estabilidade, o servidor somente perderá o cargo nos casos previstos no artigo 41, §1º da Constituição Federal, ou seja, através de: I- sentença em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa ou III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. c) Cargos em Comissão: São cargos de ocupação transitória e somente podem ser destinados as funções de chefia, direção e assessoramento. Seus titulares não adquirem estabilidade e sua nomeação dispensa a aprovação prévia em concurso público, bem como para que ocorra a sua exoneração não é necessária qualquer formalidade, ficando a critério exclusivo da autoridade que o nomeou. Por essa razão, são considerados como cargos de livre nomeação e exoneração (Art. 37, II, CF). Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ... II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a Diferentemente da função de confiança que só podem ser nomeados servidores efetivos, no cargo em comissão pode ser nomeada qualquer pessoa. ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 28 complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; Emprego público: É o exercício das funções públicas firmadas através de um contrato de trabalho derivado do regime celetista (regido pela CLT). Veja a redação da súmula nº 390 sobre o tema: 390 - Estabilidade. Art. 41 da CF/1988. Celetista. Administração direta, autárquica ou fundacional. Aplicabilidade. Empregado de empresa pública e sociedade de economia mista. Inaplicável. I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJ nº 265 da SDI-1 - Inserida em 27.09.2002 e ex-OJ nº 22 da SDI-2 - Inserida em 20.09.00) II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-Oj nº 229 - Inserida em 20.06.2001) Função pública: é a atribuição ou conjunto de atribuições que são desempenhadas no exercício da atividade administrativa. Atenção! Os servidores podem estabilizar-se nos cargos, mas não nas funções. Atenção! Todo o cargo tem função, mas pode haver função sem cargo. APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 29 Poderes administrativos: Hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia; Uso e abuso do poder Entre os poderes que são inerentes à Administração Pública na condução de suas atividades em busca do interesse público, Hely Lopes Meirelles destaca: Atenção! Este tema é extremamente cobrado em concursos. É preciso saber o que cada poder administrativo representa e diferenciá-los uns dos outros 1- Poder hierárquico: É o poder que a Administração dispõe para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os seus servidores. 2- Poder Disciplinar: É a faculdade de punir internamente as infrações funcionais cometidas por servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração Pública. 3- Poder Regulamentar (também conhecido como Poder Normativo): É a faculdade que os Chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) dispõem para complementar ou explicar a lei com o fim de garantir a sua fiel execução. 4- Poder de Polícia: É a faculdade que a Administração possui para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Veja a definição legal contida no Código Tributário Nacional (texto original, sem modificações): Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. Uso e abuso de poder: Os poderes administrativos são atribuições especiais conferidas aos agentes públicos, com a finalidade de imposição de cumprimento das obrigações necessárias à defesa e manutenção do interesse público. APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 30 Poder-dever de agir: O agente público tem o dever de praticar os atos que são de sua competência, sob pena de responsabilização nas esferas administrativa, civil e penal, conforme o caso. Sobre o tema Hely Lopes Meirelles ensina que: “Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade” . Por isso mesmo não se fala apenas em poder de agir, mas sim poder-dever de agir em defesa do interesse público. A ação do agente público deve sempre estar fundamentado em lei, pois se agir fora de sua competência ficará configurado o excesso ou abuso de poder. O abuso de poder é um desvio na conduta do agente público, uma inobservância de seu poder- dever de agir de acordo com a lei, com vistas ao alcance do interesse público. Existem 3 formas de manifestação do abuso de poder: 1) Excesso de poder: ocorre caso o agente público competente age além do permitido nalegislação, ou seja, atua ultra legem. 2) Desvio de finalidade ou desvio de poder: neste caso o ato é praticado por motivos ou finalidade diversa daquela prevista na lei (atuação contra legem). O poder é atributo do cargo ou função, e não um privilégio concedido pessoalmente ao agente. 3) Omissão: é a hipótese de inércia da Administração em praticar ato que seja de competência, sem justificativa, em inequívoca violação ao seu dever de ação. APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 31 Lei nº 8.666/1993 e suas alterações Lei 8.666/93 - Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Seção I - Dos Princípios Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada. Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) § 1o É vedado aos agentes públicos: I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. pcp competitividade ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 32 § 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010) II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. § 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) § 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) (Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide Decreto nº 7.713, de 2012) (Vide Decreto nº 7.756, de 2012) I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País;(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) Exceções ao pcp da Isonomia ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 33 § 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) § 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)(Vide Decreto nº 7.546, de 2011) § 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior:(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) § 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de compensaçãocomercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) § 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) § 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de licitação e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 34 Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública. Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada. § 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor. § 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) Seção II Das Definições Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se: I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente; IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros; pcp implícito ADM Realce ADM Realce ADM Realce Principio do procedimento formal: - Legalidade / VIC - Direito público subjetivo - Não confundir c o Exceço de formalismo ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce ADM Realce APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 35 V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei; VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos; VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios; VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total; b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada; IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos: a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza; b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem; c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; APROVAÇÃO ÁGIL - NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO 36 e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados; X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT; XI
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