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RESPOSTAS DETALHADAS DOS CASOS CONCRETOS DIREITO PENAL IV

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RESPOSTAS CASOS CONCRETOS – PENAL IV
AULA 3:
O caso concreto versa sobre a distinção dos delitos de favorecimento pessoal e real, bem como do confronto entre sua caracterização e a participação ou coautoria no delito antecedente. 
Com relação à segunda indagação, insta salientar que a menoridade penal ou a extinção da punibilidade apenas impedem a aplicação de sanção penal ao autor do crime antecedente, mas o fato não deixa de ser crime, logo não possui relevância jurídico-penal para a tipificação da conduta de LAURO. Neste sentido, vide o art. 108, 1ª parte, do Código Penal. 
Questão objetiva. Letra C. (Concurso Público. Ano: 2015. Banca: FCC. Órgão: TRE-SE. Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária)
AULA 4:
O caso concreto versa sobre o delito de latrocínio e teve por elemento disparador notícia veiculada pelo Globo de caso ocorrido em SP, em novembro de 2016. Caso o docente julgue interessante, poderá analisar o momento consumativo do delito de latrocínio, bem como a possibilidade de tentativa deste. Vide SÚMULA 610 do STF. 
Questão objetiva. Letra A.
AULA 5:
A situação narrada versa sobre a distinção entre os delitos de tortura, equiparado a delito hediondo e o delito de maus tratos, previsto no art.136, do Código Penal. Desta forma, pode-se observar a finalidade do réu em fazer a vítima experimentar sofrimento físico e emocional, o que se exige para a caracterização do delito de tortura previsto no art.1º, II, da lei n.9455/1997. 
Para Guilherme de Souza Nucci, o dolo específico do agente neste delito "é o de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo?, acrescentando que "não se trata de submeter alguém a uma situação de mero maltrato, mas, sim, ir além disso, atingindo uma forma de ferir com prazer ou outro sentimento igualmente.? (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. Parte Geral. Parte Especial. 6.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.) 
Questão objetiva. Letra A.
AULA 6:
O caso concreto versa sobre o delito de uso de drogas e a controvérsia acerca da incidência do princípio da insignificância. Foi desenvolvido a partir de Apelação Criminal proferida por Turma Recursal -Jecrim em dezembro de 2016 (TJDFT) 
Ementa: JUIZADOS ESPECIAIS. PENAL. CRIME DE USO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE. ARTIGO 28 DA LEI 11.343/06. TIPICIDADE MATERIAL CARACTERIZADA. PERICULOSIDADE SOCIAL DA CONDUTA DO USUÁRIO. ABORDAGEM EM VIA PÚBLICA. LEGALIDADE. SENTENÇA REFORMADA. (TJDFT, 0017769-21.2015.8.07.0003 - Res. 65 CNJ, 2ª TURMA RECURSAL, Relator: ARNALDO CORRÊA SILVA, Data de Julgamento:07/12/2016). 
Segue, abaixo, trecho da decisão: 
[...] O delito de porte de substância entorpecente para uso pessoal é formal e de perigo abstrato. A pequena quantidade de droga encontrada com o acusado da prática do delito previsto no art. 28 da Lei Antidrogas não descaracteriza o crime, haja vista a presunção de perigo que decorre da sua conduta que, ao adquirir a droga para seu consumo, realimenta esse comércio, pondo em risco a saúde pública. 
2. O objeto jurídico da norma em questão ultrapassa a esfera pessoal do acusado e atinge toda a coletividade, em face da própria potencialidade ofensiva do delito de porte de drogas. 
3. Inaplicabilidade do princípio da insignificância ao caso, por ausência dos seus requisitos, quais sejam: (i) mínima ofensividade da conduta do agente; (ii) ausência de periculosidade social da ação; (iii) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e (iv) relativa inexpressividade da lesão jurídica.[...] 
[...] Ademais, o crime de porte ilegal de drogas é de perigo abstrato ou presumido, de modo que, para a sua caracterização, não se faz necessária efetiva lesão ao bem jurídico protegido, bastando a realização da conduta proibida para que se presuma o perigo ao bem tutelado [...] O normal é que um usuário de cocaína, que vai "cheirar" a droga, usa 1 grama por vez. Então, a quantidade encontrada com o réu não, nem de longe, pode ser tida como insignificante. Ao que tudo leva a crer, o recorrido deveria estar traficando a droga, porque no carro em que ele estava foi encontrado a droga em um saco plástico, uma balança de precisão e dinheiro, que são elementos indicadores da traficância (fls. 06). Contudo, no momento da abordagem, seus atos não poderiam qualificar sua conduta como sendo a de vendedor de entorpecente. Por esta razão, corretamente tipificado como portador de entorpecente para uso. Assim, não há que se falar em atipicidade material da conduta do apelado, uma vez que ele trazia consigo a substância entorpecente, que tem dimensão suficiente para afetar a saúde pública. Isto porque, o objeto jurídico da norma em questão é a saúde pública e não apenas o usuário, uma vez que sua conduta ultrapassa a esfera pessoal, atingindo toda a coletividade, diante da potencialidade ofensiva do delito de porte de drogas. Acrescente-se, ainda, que a alegada pequena quantidade de droga encontrada com o recorrido é própria do tipo penal, uma vez que, se fossem grandes as porções apreendidas, em tese, restaria caracterizado o crime de tráfico de entorpecentes [...] 
Questão Objetiva. Letra D. (Concurso Público. Ano: 2016Banca: CESPE. Órgão: PC-PE. Prova: Delegado de Polícia)
AULA 7:
Caso concreto elaborado a partir da prova prático-profissional aplicada em 18/09/2016 pelo XX Exame OAB Unificado, com as devidas modificações. 
O referido caso concreto versa sobre a caracterização da figura do art.33§4º e da respectiva possibilidade de substituição de penas 
Gabarito Comentado 
Alegações Finais por memoriais, com fundamento no Art. 403, § 3º, do Código de Processo Penal, sendo a peça endereçada a uma das Varas Criminais da Comarca de Goiânia/GO. 
[...] Considerando que o acusado é primário, de bons antecedentes, e que não consta em seu desfavor qualquer indício de envolvimento com organização criminosa ou dedicação às atividades criminosas, cabível a aplicação do redutor de pena previsto no Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343. As circunstâncias da infração tornam até mesmo possível a aplicação da causa de diminuição em seu patamar máximo. Em sendo reconhecida a existência do tráfico privilegiado do Art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06, cabível o requerimento de substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, pois não mais subsiste a vedação trazida pelo dispositivo. O Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade dessa vedação em abstrato, além da Resolução nº 05 do Senado, publicada em 15/02/2012, suspendendo a execução da expressão “vedada a conversão em penas restritivas de direito” do parágrafo acima citado. Da mesma forma, o STF também reconheceu a inconstitucionalidade da exigência da aplicação do regime inicial fechado para os crimes hediondos ou equiparados trazida pelo Art. 2º, § 1º, da Lei nº 8072 por violação do princípio da individualização da pena, de modo que nada impede a fixação do regime inicial aberto de cumprimento da reprimenda penal. 
Diante do exposto, deveriam ser formulados os seguintes pedidos: 
a) absolvição do crime de tráfico, na forma do Art. 386, inciso VI, do Código de Processo Penal; 
b) subsidiariamente, aplicação da pena base no mínimo legal; 
c) reconhecimento das atenuantes do Art. 65, incisos I e III, alíneas “c” e “d”, do Código Penal; 
d) aplicação da causa de diminuição do Art. 33, § 4º da Lei nº 11.343; 
e) aplicação do regime inicial aberto de cumprimento da pena; 
f) substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
Questão objetiva. Letra C.
AULA 8:
O caso concreto versa sobre os delitos de organização criminosa e tráfico de drogas. Teve por elemento disparador notícia veiculada pelo Globo de caso ocorrido no Ceará, em dezembro de 2016. Não obstante a notícia veiculada aponte de forma genérica a condenação, caberá ao discente identificar corretamente as condutas perpetradas. 
Questão Objetiva. Letra E.
AULA 9:
O caso concreto versa sobre a controvérsia acerca do delito de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido como delito deperigo abstrato (art. 12 da Lei 10.826/2003), elementos de sua caracterização, bem como a discussão acerca da incidência do erro de proibição. Foi desenvolvido a partir de decisões proferidas pelo STJ, constantes nos Informativos n. 570 e 572 (transcritas abaixo). 
CORTE ESPECIAL. DIREITO PENAL. GUARDA DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO COM REGISTRO VENCIDO. 
Manter sob guarda, no interior de sua residência, arma de fogo de uso permitido com registro vencido não configura o crime do art. 12 da Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). O art. 12 do Estatuto do Desarmamento afirma que é objetivamente típico possuir ou manter sob guarda arma de fogo de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de residência. Entretanto, relativamente ao elemento subjetivo, não há dolo do agente que procede ao registro e, depois de expirado prazo, é apanhado com a arma nessa circunstância. Trata-se de uma irregularidade administrativa; do contrário, todos aqueles que porventura tiverem deixado expirar prazo semelhante terão necessariamente de responder pelo crime, o que é absolutamente desproporcional. Avulta aqui o caráter subsidiário e de ultima ratio do direito penal. Na hipótese, além de se afastar da teleologia do objeto jurídico protegido, a saber, a administração e, reflexamente, a segurança e a paz pública (crime de perigo abstrato), banaliza-se a criminalização de uma conduta em que o agente já fez o mais importante, que é apor seu nome em um registro de armamento, possibilitando o controle de sua circulação. Precedente citado: HC 294.078-SP, Quinta Turma, DJe 4/9/2014. APn 686-AP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 21/10/2015, DJe 29/10/2015. DIREITO PENAL. TIPICIDADE DA CONDUTA DE POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO COM REGISTRO VENCIDO. A conduta do agente de possuir, no interior de sua residência, armas de fogo e munições de uso permitido com os respectivos registros vencidos pode configurar o crime previsto no art. 12 do Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). De fato, o cidadão, para ser autorizado a adquirir arma de fogo de uso permitido, deverá preencher os requisitos previstos nos incisos I, II e III do art. 4° da Lei 10.826/2003, quais sejam: a) comprovação de idoneidade, com apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal; b) apresentação de documentos comprobatórios de ocupação lícita e de residência certa; e c) capacidade técnica e aptidão psicológica para o manuseio do artefato. Ademais, mesmo que previamente autorizado a adquirir, somente poderá manter a posse de arma de fogo de uso permitido mediante certificado de registro federal, documento temporário, que deve ser renovado por meio da comprovação periódica dos mesmos requisitos mencionados. Nesse contexto, estabelece o art. 12 do Estatuto do Desarmamento ser proibido possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa. Contudo, a temática referente à tipicidade na hipótese de registro expirado é controvertida nesta Corte. No julgamento do HC 294.078-SP, DJe 4/9/2014, a Quinta Turma decidiu que possuir arma de fogo com registro vencido não é crime, mas apenas infração administrativa. No entanto, a compreensão deve ser dada de modo diverso. Isso porque, ao editar a Lei 10.826/2003, o legislador se interessou, expressamente, pela incolumidade pública - complexo de condições necessárias para a segurança e integridade pessoal dos indivíduos - e valorou tal interesse em uma norma (na hipótese, não possuir, de forma irregular, arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido), tutelada pelo tipo penal previsto no art. 12 do Estatuto do Desarmamento. Não há controvérsia, assim, sobre a tipicidade formal da conduta em análise. Porém não se pode concluir, no incipiente momento do oferecimento da denúncia, que possuir arma de fogo com certificado federal vencido não é materialmente típico, a ponto de afastar o alcance do art. 12 do Estatuto do Desarmamento. A conduta delineada, além de formalmente típica, é antinormativa. Nesse passo, há doutrina afirmando que o juízo de tipicidade não é um mero juízo de tipicidade legal, mas que exige um outro passo, que é a comprovação da tipicidade conglobante, consistente na averiguação da proibição através da indagação do alcance proibitivo da norma, não considerada isoladamente, e sim conglobada na ordem normativa. Posto isso, quando o proprietário de arma de fogo deixa de demonstrar que ainda detém, entre outros requisitos, aptidão psicológica e idoneidade moral para continuar a possuir o armamento, representa, em tese, um risco para a incolumidade pública, de modo que a lei penal não pode ser indiferente a essa situação. Assim, sem investigar as peculiaridades de cada caso, é temerário afirmar, de forma automática e categórica, que não é crime possuir arma de fogo com registro expirado, máxime ante a finalidade do Estatuto do Desarmamento e porque não existe previsão de penalidade administrativa para tal conduta, não podendo a questão ser resolvida na seara administrativa. A Administração, ao contrário dos particulares, nada pode fazer senão o que a lei determina. Assim, a subsistir o entendimento de que tal conduta é materialmente atípica, os agentes públicos nem sequer poderiam adentrar na residência do particular para reaver as armas de fogo com registro vencido ou compeli-lo, por exemplo, a pagar multa. Sob diversa angulação, não é possível a aplicação, à hipótese, do princípio da adequação social, vetor geral de hermenêutica, segundo o qual, dada a natureza subsidiária e fragmentária do direito penal, não se pode reputar como criminosa uma ação ou omissão aceita e tolerada pela sociedade, ainda que formalmente subsumida a um tipo legal incriminador. Sem embargo de opiniões contrárias, possuir diversas armas de fogo e munições, de uso permitido, com certificados vencidos não é uma conduta socialmente tolerável e adequada no plano ético. Já sob a ótica do princípio da lesividade, tem-se, aqui, que o perigo à incolumidade pública é idêntico àquele ocasionado pelo agente que possui arma de fogo ou somente munições sem certificado. Em função dos próprios objetivos da Lei do Desarmamento, o postulado da insignificância deve ser aferido caso a caso, de forma excepcional, para verificar a presença dos vetores já assinalados pelo STF, tais como a mínima ofensividade da conduta, nenhuma periculosidade social da ação, reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica provocada. O STJ, antes do referido precedente da Quinta Turma, já havia decidido, por meio de sua Corte Especial, que "Considera-se incurso no art. 12 da Lei n. 10.826/2003 aquele que possui arma de fogo de uso permitido com registro expirado, ou seja, em desacordo com determinação legal e regulamentar" (APn 686-AP, DJe 5/3/2014). Por todo o exposto, o precedente da Corte Especial deve orientar o entendimento do Superior Tribunal sobre a matéria, sem prejuízo de que o aplicador do direito, caso a caso, utilize vetores gerais de hermenêutica para restringir o teor literal do tipo penal que, em situações peculiares, pode alcançar condutas socialmente admissíveis ou penalmente insignificantes. RHC 60.611-DF, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 15/9/2015, DJe 5/10/2015. 
QUESTÃO OBJETIVA. LETRA C.
Caso Concreto 10:
caso concreto versa sobre as controvérsias acerca do delito de embriaguez ao volante. Foi desenvolvido a partir de decisão proferida em sede de Apelação criminal proferida em dezembro de 2016 (TJRJ). Trata-se de impugnação à condenação pelos delitos previstos nos artigos 303, caput e 306, ambos do CTB e 331 do Código Penal, em concurso material de crimes. Na questão em exame, o discentepoderá analisar não somente a tipificação, mas a ocorrência de conflito aparente de normas. 
Segue, abaixo, ementa da decisão. 
TJRJ 0004472-83.2014.8.19.0055 – APELAÇÃO. Des(a). MARCUS HENRIQUE PINTO BASÍLIO - Julgamento: 06/12/2016 - PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL 
EMENTA - PENAL - PROCESSO PENAL - CRIMES DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE E DESACATO - CONDENAÇÃO - RECURSO DEFENSIVO - PROVA - PLEITO DE ABSOLVIÇÃO - PENA - REDUÇÃO O crime de desacato previsto no artigo 331 do Código Penal, conforme esclarece a doutrina, se tipifica quando o agente emprega qualquer palavra ou ato que redunde em vexame, humilhação, desprestígio ou irreverência ao funcionário público, podendo consistir em palavras injuriosas, ameaças, tudo a indicar a intenção de ofender ou atacar o prestígio e o decoro da função. Lições de Hungria, Noronha, Rogério Greco. De outro giro, ainda que se trate de matéria ainda controvertida, tem prevalecido o entendimento da irrelevância da embriaguez no momento da aferição do elemento subjetivo, até porque, em regra, tal infração vem a ocorrer quando o agente se encontra exaltado no momento da conduta. Condenação que deve ser mantida no caso concreto, eis que o comportamento do acusado de xingar os policiais com palavrões, sem dúvida, objetivava desprestigiar a função por aqueles exercida legalmente. Não podendo ser admitido no direito penal moderno o chamado crime de perigo abstrato por força do implícito princípio constitucional da ofensividade, apesar da redação econômica do artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro, atento ao princípio da proporcionalidade que desautoriza que a infração administrativa que é menos grave exija requisito não previsto na infração penal que é mais grave ("estar sob a influência de álcool ou qualquer outra substância"), penso que para o reconhecimento do crime da lei de trânsito referido não basta que o motorista esteja com o limite referido pela norma de concentração de álcool no sangue, impondo-se a comprovação de que ele estava dirigindo sob a influência daquela substância, o que se manifesta numa direção anormal que coloca em risco concreto a segurança viária que é o bem jurídico protegido pela norma. Entendimento contrário, consagra a idéia da adoção pelo Estado de instrumento simbólico para a conformação de comportamentos desejáveis, ainda que sem ofensa ao bem jurídico protegido, com utilização do aparato punitivo como prima ratio e não como ultima ratio. No caso concreto, além de ter ficado demonstrado pela perícia técnica o estado de embriaguez do motorista, o acusado causou um acidente ao bater na traseira de um carro que havia reduzido a velocidade para transpor um "quebra-molas", o que indica que o acusado na condição em que se encontrava colocava concretamente em risco o bem jurídico protegido pela norma em exame, ou seja, a segurança do trânsito. O juiz possui manifesta discricionariedade no calibre da pena base, devendo eventual exacerbação da resposta penal naquele primeiro momento estar fundamentada nas circunstâncias judiciais elencadas no artigo 59 do Código Penal, o que efetivamente ocorreu no caso presente, operada a substituição da PPL por PRD. 
QUESTÃO OBJETIVA. LETRA B.
Caso Concreto 11:
O caso concreto versa sobre as controvérsias acerca dos delitos contra a ordem tributária e a esfera administrativa sancionadora. Desta forma, caberá ao discente identificar as condutas previstas no art.1º, I a IV, da Lei n.80137/1990 e, na segunda indagação, compreender o enunciado de Súmula Vinculante n.24, segundo o qual, há necessidade do lançamento definitivo do crédito tributário nos crimes dos incisos do art. 1º, I a IV, da Lei n. 8.137/91. 
Cabe salientar que o caso concreto foi desenvolvido a partir de decisão proferida em sede de HC proferido pelo STJ (HABEAS CORPUS HC 68480 RJ 2006/0228252-0 ; Data de publicação: 04/08/2014). Segue, abaixo, ementa da decisão. 
Ementa: HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. PROCEDIMENTO INVESTIGATIVO QUE APURA AUTOS DE INFRAÇÕES PENDENTES DE RECURSO ADMINISTRATIVO. TRANCAMENTO. PRECEDENTES. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO 
1. Segundo orientação do Plenário do Supremo Tribunal Federal (HC 81.611/DF), a decisão definitiva do processo administrativo-fiscal constitui condição objetiva de punibilidade, consistindo elemento fundamental à exigibilidade da obrigação tributária, tendo em vista que os crimes previstos no art. 1º da Lei 8.137 /90 são materiais ou de resultado. 2. Consoante posicionamento da Terceira Seção (Rcl 1.985/RJ), deve ser reconhecida a ausência de justa causa para a instauração de inquérito policial na pendência de recurso na esfera administrativa, por inexistir lançamento definitivo do débito fiscal. Precedentes do Supremo Tribunal Federal (HC 83.353-5 e 86.120-2). 3. Ordem de ofício concedida para reconhecer a ilegalidade da prova invasiva (quebra dos sigilos bancário e fiscal) e determinar o trancamento do inquérito policial. 
QUESTÃO OBJETIVA. LETRA A.
Caso Concreto 12:
O caso concreto versa sobre o crime de oferta não publicitária enganosa, previsto no art.66, da lei n.8078/1990 e narra a situação na qual o agente, proprietário de uma Instituição de Educação Infantil e Ensino Fundamental promoveu publicidade e celebrou contratos, omitindo de seus contratantes que a referida instituição não estava credenciada e autorizada perante a Secretaria de Estado de Educação no Distrito Federal para funcionar. Ainda, importante ressaltar que o crime previsto no artigo 66 do Código de Defesa do Consumidor também é punível na modalidade culposa, conforme previsão do § 2º do referido artigo. 
Foi elaborado a partir de decisão proferida em sede de HC proferido pelo TJDFT. 
Segue, abaixo, ementa da decisão. 
EMENTA. PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRANCAMENTO DE AÇÃO. CRIME TIPIFICADO NO ARTIGO 66 DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA NÃO COMPROVADA. NECESSIDADE DE ANÁLISE ACURADA DAS PROVAS. ORDEM DENEGADA. UNÂNIME. 1. O manejo do Habeas Corpus com o intuito de trancamento de ação penal é medida excepcional e somente deve ser admitido quando devidamente comprovada a total ausência de justa causa. 2. Inexistindo provas quanto à ausência de justa causa para o prosseguimento da ação penal, mostra-se devida a não-concessão da ordem, devendo a persecução penal seguir seu procedimento regular. 3. Ordem conhecida, porém denegada. Unânime.( Tribunal de Justiça do Distrito Federal, HABEAS CORPUS n. 401247. 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais do Distrito Federal. Relator:JOSÉ GUILHERME. Publicado no DJE: 13/01/2010. Pág.: 392, disponível em: http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj) 
QUESTÃO OBJETIVA. Letra A
Caso Concreto 13:
O caso concreto versa sobre o delito de lavagem de capitais e teve por elemento disparador notícia veiculada pelo Globo de caso ocorrido em SP, em novembro de 2016. 
A notícia veiculada visa desenvolver o raciocínio jurídico acerca dos elementos caracterizadores do delito de lavagem de capitais, previsto no art.1º, da Lei n. 9613/1998. 
Questão objetiva. Letra E
Caso Concreto 14:
O caso concreto versa sobre as controvérsias acerca dos delitos praticados em violência doméstica discriminatória de gênero. Foi desenvolvido a partir de decisão proferida sede de Apelação criminal 
proferida em maio de 2016 (TJDFT), tendo sido a conduta do agente desclassificada para a do artigo 129, §9º, do CP c/c artigo 5º da Lei 11.340/06. 
Segue, abaixo, ementa da decisão. 
Ementa: PENAL - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - TORTURA - INSUFICIÊNCIA DE PROVAS - DESCLASSIFICAÇÃO - LESÃO CORPORAL - CABIMENTO. (TJDFT 20150310037229APR . 1ª TURMA CRIMINAL. Relator: SANDRA DE SANTIS. Revisor: ROMÃO C. OLIVEIRA. Data de Julgamento:12/05/2016) 
I.À míngua de elementos que comprovem o elemento subjetivo da conduta e demonstrada incongruência entre o depoimento da vítima e o exame de corpo de delito, impossível a condenação pelo tipo do artigo 1º, inciso II, da Lei 9455/97. 
II. Verificadas algumas das agressões pelo laudo técnico, mistera desclassificação para o crime de lesões corporais em contexto de violência doméstica. 
III. Recurso provido. 
Questão Objetiva. Letra A.
Caso Concreto 15:
O caso concreto versa sobre as controvérsias acerca dos delitos ambientais e teve elemento disparador notícia veiculada pela Folha Uol de caso ocorrido no Pará, em janeiro de 2016. 
Neste caso, o discente deverá identificar a objetividade jurídica dos delitos ambientais, bem como identificar a conduta prevista no art.54,§2º, da Lei n.9605/1998. 
Ainda, será objeto de análise pelo discente e debate em sala de aula acerca da possibilidade de responsabilização penal por pessoa jurídica. 
Questão objetiva. Letra B, consoante o disposto no §2º, do art.29, da lei n. 9605/1998.

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