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ESTUDO FATURAMENTODASEMPRESAS20082016

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RECEITA LÍQUIDA DAS EMPRESAS BRASILEIRAS EM 2016 RECUOU AOS 
NÍVEIS DA CRISE MUNDIAL DE 2008 
 
Nos anos de 2014 a 2016, o Brasil mergulhou em uma das mais profundas crises 
econômicas de sua história, comparáveis apenas aos períodos de guerra; tendo 
registrado o fechamento de milhares de empresas, elevando o desemprego para 
13% da população economicamente ativa, atingindo 14 milhões de pessoas, segundo dados do 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como causa e efeito do desemprego as 
empresas foram diretamente afetadas, com sensível queda nas suas receitas. 
 
1) FATURAMENTO BRUTO 
O faturamento bruto das empresas considera o montante de receita declarada aos fiscos mais a 
estimativa de receita sonegada. 
 
1.a) Faturamento Bruto em Valores Nominais 
Em 2008 o faturamento bruto, em valores nominais, foi de R$ 7,94 trilhões, crescendo até atingir 
R$ 13,08 trilhões em 2016. No período analisado, houve crescimento de 64,73%, enquanto que 
o PIB teve crescimento de 101,72% 
Tabela 1 – Faturamento Bruto das Empresas Brasileiras – Valores Nominais 
ANO 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 
FATURAMENTO BRUTO 
R$ TRILHÕES 7,94 7,19 8,43 9,72 10,02 11,21 13,26 13,26 13,08 
Fonte: Empresômetro - IBPT (2017) 
 
 
Gráfico A – Faturamento Bruto das Empresas Brasileiras – 2008 a 2016 – R$ trilhões – 
Valor nominal 
 
 
 
 
 
Fonte: IBPT - Empresômetro (2017) 
 
1.b) Faturamento Bruto em Valores Atualizados pelo IPCA 
Analisando o faturamento bruto com atualização do IPCA, verifica-se que o mesmo em 2016 
retornou ao patamar de 2008. O melhor ano da série foi 2014 e o pior 2009. 
Tabela 2 – Faturamento Bruto das Empresas Brasileiras – Valores Atualizados pelo 
IPCA/IBGE 
ANO 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 
FATURAMENTO BRUTO 
R$ TRILHÕES 13,10 11,37 12,59 13,63 13,29 14,03 15,60 14,09 13,08 
Fonte: Empresômetro - IBPT (2017) 
 
Gráfico B – Faturamento Bruto das Empresas Brasileiras – 2008 a 2016 – R$ trilhões
 
Fonte: Empresômetro - IBPT (2017) 
7,94
7,19
8,43
9,72 10,02
11,21
13,26 13,26 13,08
0,00
5,00
10,00
15,00
FATURAMENTO BRUTO 2008 A 2016 
R$ TRILHÕES
13,10
11,37
12,59
13,63 13,29
14,03
15,60
14,09
13,08
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
R
$
 T
R
IL
H
Õ
ES
FATURAMENTO BRUTO ATUALIZADO PELO IPCA
 
 
 
 
2) RECEITA LÍQUIDA 
A receita líquida é obtida pelo faturamento bruto menos os tributos incidentes sobre vendas, 
descontos incondicionais e abatimentos. 
Ao longo dos primeiros cinco anos (2008-2012) da série analisada, a receita líquida das 
empresas brasileiras, corrigida pelo Índice de Preços ao Consumidor-Amplo (IPCA/IBGE) 
permaneceu completamente estagnada com apenas uma leve margem de crescimento de 
insignificantes 4,4% (((R$ 11,8 tri / R$ 11,3 tri) - 1) x 100) em 2013, enquanto o PIB, no mesmo 
período saltou de R$ 5,1 trilhões para R$ 6,8 trilhões ou 33,3% de crescimento. 
Tabela 3 – Receita Líquida das Empresas Brasileiras – Valores Atualizados IPCA 
ANO 
 
RECEITA LÍQUIDA 
R$ trilhões 
2008 11,26 
2009 9,74 
2010 10,81 
2011 11,61 
2012 11,25 
2013 11,82 
2014 13,10 
2015 11,79 
2016 10,91 
Fonte: Empresômetro - IBPT (2017) 
 
O ano de 2008 ficou marcado como o auge da recente crise financeira mundial o qual, foi 
asseverada em grande parte pela oferta de crédito fácil e baixa produtividade. Todavia, no 
Brasil, os reflexos da crise financeira mundial somente foram sentidos a partir de 2014, dada a 
artificialidade promovida por enganosos incentivos fiscais, contenção do avanço dos preços de 
serviços públicos e interferência no preço de combustíveis, postergando os evidentes sinais da 
retração econômica. 
Por outro lado, desde 2009 o governo implementou importantes medidas a partir do ajuste 
SINIEF 7/051, com vistas ao combate à sonegação por meio do controle e acompanhamento das 
 
1 A partir de 01/01/12, a obrigatoriedade de emissão de NF-e foi estendida à todas as operações, para os 
estabelecimentos atingidos pela obrigatoriedade de emissão parcial de NF-e, conforme publicado na 
Norma de Procedimento Fiscal n. 058/2011, em 27/07/11. As empresas que não se enquadraram em 
outra hipótese de obrigatoriedade de emissão da NF-e, mas que possuem operações com destinatários 
 
 
 
 
atividades empresariais, dentre as quais podemos citar: NF-e – nota fiscal eletrônica, CF-e – 
cupom fiscal eletrônico; CT-e – conhecimento de transporte eletrônico; NFS-e – nota fiscal de 
serviços eletrônica, EFD – escrituração fiscal digital e, ECD – escrituração contábil digital. Dessa 
forma, a receita sonegada apresentou uma drástica redução, apresentado um decréscimo 
estimado em R$ 1,1 trilhão (R$ 2,1 tri – R$ 1,0 tri), ou ainda, -47,61% sobre o resultado de 
2008. 
Em 2016, conforme dados do gráfico C, a receita líquida estimada das empresas brasileiras, 
em valores da série histórica e, atualizados com base no IPCA/IBGE, alcançou o valor de R$ 
10,9 trilhões o que implica em um crescimento negativo de -7,62% quando comparada ao valor 
registrado no ano anterior, -16,79 quando comparada a 2014 e -3,54% quando comparada a 
2008. 
Gráfico C: Receita Estimada das Empresas Brasileiras: 2008 a 2016 (em Reais Tri) – 
Atualizada pelo IPCA/IBGE
 
Fonte: Empresômetro - IBPT (2017) 
 
A única variável que apresentou sensível melhora no período foi a taxa de sonegação de receita 
que, em 2008 era de 16,1% (R$ 2,1 tri), reduzida a 7,8% (R$ 1,0 tri) em 2016, sendo injetados 
novos R$ 1,1 trilhão de faturamento declarado em 2016, quando comparado a 2008. 
 
É possível concluir que, se o faturamento de uma empresa cresce 0,9198% ao ano, consumirá 
76 anos de sua existência apenas para dobrar o tamanho da receita. A título de comparação, 
em economias estáveis, essa taxa de crescimento anual fica entre 3,52% e 4,72% ao ano. Dessa 
 
enquadrados em uma das três hipóteses previstas no item 6 da NPF n. 095/2009, a partir de 01/01/12, se 
sujeitam à emissão de NF-e em todas as operações, em substituição às notas fiscais modelos 1 e 1A 
5,1 5,3
5,8 6,1
6,4 6,7 6,8 6,4 6,3
2,1 1,8 1,9 1,9 1,6 1,5 1,3 1,1 1,0
11,3
9,7
10,8
11,6 11,3
11,8
13,1
11,8
10,9
16,1% 15,5% 15,4%
13,7% 11,8%
10,9%
8,5%
8,0%
7,8%
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
10,0%
12,0%
14,0%
16,0%
18,0%
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
PIB Perda Receita Sonegada Receita Liquida (%) Receita Sonegada
 
 
 
 
forma, uma empresa em condições normais de mercado, conseguirá crescer o faturamento em 
100%, no prazo entre 10 e 15 anos, a depender da sua atividade e condições regionais. 
 
Por último, a pior constatação é de que 78% das empresas brasileiras tiveram queda acentuada 
das suas receitas nos últimos 2 anos. Portanto, a economia brasileira tem um longo e árduo 
caminho a ser trilhado para a recuperação dos últimos 8 anos que permaneceram estagnados 
e, ainda com a tarefa de planejar o futuro. 
 
Estudo e Pesquisa de Responsabilidade: 
IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação: - Entidade criada em 12/12/92, cujo 
objetivo é a realização de estudos e pesquisas em matéria tributária e de mercado; 
desenvolvimento de ferramentas tecnológicas de transparência fiscal; estudo de informações 
técnicas para a apuração e comparação da carga tributária individual e dos diversos setores da 
economia;análise dos dados oficiais sobre os tributos cobrados no Brasil. 
Saiba mais sobre o IBPT em www.ibpt.org.br 
Saiba mais sobre o Empresômetro em https://www.empresometro.com.br 
Coordenação: 
Dr. GILBERTO LUIZ DO AMARAL, advogado tributarista, contador, auditor, consultor de 
empresas, professor de pós-graduação em direito, governança e planejamento tributário. 
 e-mail: gilberto.amaral@ibpt.org.br 
 
Prof. COSMO ROGÉRIO DE OLIVEIRA, contador, auditor e perito Contábil, mestre em 
Contabilidade e Controladoria pela Universidade de São Paulo (FEA/USP), professor, tributarista 
e pesquisador do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. 
e-mail: cosmo.oliveira@ibpt.org.br 
 
Dr. CRISTIANO LISBOA YAZBEK, Advogado especialista em Legislação e Planejamento 
Tributário, mestre em Direito Econômico e Socioambiental pela PUC-PR, professor de 
governança tributária. 
e-mail: cristiano.yazbek@empresometro.com.br 
 
Dr. OTÁVIO AUGUSTO FERNANDES DO AMARAL, Advogado, especialista em Direito 
Tributário e Processo Tributário pela Universidade Positivo. Bacharel em Direito pelo Centro 
Universitário Curitiba (UNICURITIBA). Cursando MBA em Gestão Estratégica de Empresas pela 
ISAE/FGV. Diretor Jurídico do IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. Sócio 
Diretor das empresas Empresômetro - Inteligência de Mercado. 
e-mail: otavio.amaral@empresometro.com.br

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