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1 Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET Materiais de Construção Mecânica Aplicada - MCMA Aula 07 – Metalografia – Analise visual dos materiais. Outubro de 2017 Professor: Ms. Winston F. de L. Gonçalves Referências: Callister, W. “Engenharia e Ciências dos Materiais: Uma introdução” LTC Editora, 5ª Edição, 2002. Metallography: An Introduction, Metallography and Microstructures, Vol 9, ASM Handbook, ASM International, 2004, p. 3–20. Colpaert, H. Metalografia dos Produtos Siderúrgicos Comuns. Ed. Edgard Blucher, São Paulo, 1974. 1 Metalografia Metalografia é o ramo da ciência que estuda e interpreta a estrutura interna dos materiais, relacionando a mesma com a composição química, propriedades físicas e mecânicas. Henry Clifton Sorby – 1863 observou pela primeira vez uma microestrutura em microscópio. Figura 01: Comparação da escala pela imagem Metalografia 3 Vazios (rechupes, microrechupes e poros) Segregações Estruturas: Tamanho e forma dos grãos Inclusões: Tipo, Tamanho, forma, distribuição Fases e constituintes Defeitos (trincas e fraturas) Extensão de tratamentos superficiais e revestimentos Metalografia Macrografia Macrografia: Examina o aspecto de uma superfície, após lixamento e ataque químico. Possibilita, por exemplo, identificar o processo de fabricação (fundição, conformação mecânica, metalurgia do pó) e homogeneidade macroestrutural (química). Figura 02: Macrografia de um meteorito (siderito) preparado em 1808 por Widmanstätten e Schreibers. 5 Micrografia Micrografia: Permite o estudo da microestrutura com o auxílio de microscópio óptico ou eletrônico, através da observação, quantificação e identificação de seus diversos constituintes (fases) em termos de fração volumétrica, tamanho, distribuição, morfologia, composição química, estrutura cristalina e textura das fases. Estas variáveis controlam as propriedades mecânicas dos materiais. Figura 03: Microestrutura de um ferro fundido branco com Fe3C (clara) e perlita (escura) 6 Etapas de Preparação Escolha das amostras e das seções a serem estudadas (microestrutura é 3D e estaremos amostrando apenas cortes 2D) Corte Embutimento Lixamento Polimento Inspeção sem ataque Inspeção com ataque Documentação em vários aumentos 7 Escolha das amostras e da seção a ser estudada A escolha das amostras e da seção pode levar a conclusões distintas, daí a importância de entender o processo de fabricação ou de estudar várias seções. Figura 04: Macroestrutura de junta soldada 8 Escolha das amostras e da seção a ser estudada A escolha das amostras e da seção pode levar a conclusões completamente distintas de morfologia de precipitação, daí a importância de entender o processo de fabricação ou de estudar várias seções. Figura 05: Vista da seção longitudinal e transversal de uma mesma amostra: barra produzida por deformação plástica 9 Seccionamento 1) Tipo e a quantidade de líquido refrigerante e o método de aplicação. 2) Pressão aplicada pelo disco sobre a amostra. 3) Tamanho e a velocidade do disco abrasivo. 4) Potência do motor do disco abrasivo. 5) Dureza do disco abrasivo. 6) Dureza do material da amostra. 7) Vibração do dispositivo "cut-off" O corte da amostra deve ser efetuado de tal maneira que não altere a microestrutura do material em sua condição “como-recebido” (p.e.: super-aquecimento). São variáveis importantes durante este processo Figura 06: Discos abrasivos para corte de amostras 10 Seccionamento Figura 07: Retífica manual, policorte e cutoff Embutimento A montagem da amostra é realizada para facilitar o manuseio de peças pequenas. O embutimento consiste em circundar a amostra com um material adequado. O embutimento pode ser a frio e a quente, dependendo das circunstâncias e da amostra a ser embutida. Cuidados: Verificar se a face que estar embutindo é realmente a que se deseja observar, escolher o tipo certo de embutimento (quente, frio) dependendo do material, proteger a superfície que se deseja observar para não haver abaulamento e identificar a amostra. Figura 08: Aspecto das amostras embutidas e de uma embutidora. 12 Embutimento Figura 09: Embutidos e moldes metalográficos. Lixamento Essa preparação exige que o uso de diversas lixas, com granulométrica sucessivamente menores (100#, 220#, 320#, 400#, 600#, 1000#, 1200# e 2000#) e uso de lubrificante. A técnica de lixamento manual consiste em se lixar a amostra sucessivamente com lixas de granulométrica cada vez menores, mudando-se de direção (90°) em cada lixa subsequente. Cuidados: Lubrificar a mostra para evitar aquecimento e impregnação, manter a amostra sob preção uniforme para evitar abaulamento. Lavar entre passos para evitar contaminação. #: número de aberturas por polegada da peneira. Figura 10: Aspecto da direção de lixamento e da superfície lixada 14 O polimento é mecânico realizado em seguida ao lixamento. Os agentes polidor é mais utilizados para o polimento mecânico são o diamante e a alumina (16 a 1 mm). Cuidados que devem ser observados no polimento: A superfície deve estar rigorosamente limpa: lavar entre etapas. A escolha adequada do tipo de abrasivo e pano; Escolha de variáveis: velocidade, lubrificação e pressão adequadas ao material. Nunca polir amostras diferentes sobre o mesmo pano de polimento; LIMPEZA. ATENÇÃO COM CONTAMINAÇÃO POR PARTÍCULAS ABRASIVAS DE TAMANHO MAIOR QUE ESPERADO = RISCO! Polimento Figura 11: Representação de um polimento. 15 Polimento Polimento de acabamento Polimento grosseiro Polimento intermédio Figura 12: Aspecto da superfície polida. 16 Polimento cometas (comet tails) riscos (scratches) abaulamento (edge rounding) Figura 13: Aspecto de superfície polida contendo erros de preparação. 17 Polimento eletroquímico Este processo permite obter, por dissolução anódica de um metal em um eletrólito, uma superfície plana e polida, livre de deformação mecânica, para a observação metalográfica. O eletrólito é escolhido em função do tipo de material a ser polido. Figura 14: Aspecto de microestrutura de amostra polida por processo eletrolítico. 18 Limpeza Limpa-se com água com detergente em banho de ultrassom por cinco minutos. Em seguida lava-se com água corrente abundante. Posteriormente, lava-se com água destilada ou água deionizada corrente (por meio de uma pisseta). Figura 15: Banho de ultrassom laboratorial. Secagem de amostras Antes de a amostra sofrer o ataque, a mesma deve estar perfeitamente limpa e seca, por isso utilizam-se líquidos de baixo ponto de ebulição como o álcool, éter, etc. Evitar machas de secagem! Incorreto Correto Figura 16: Posicionamento de amostra para secagem. 20 Inspeção metalografica Figura 17: Microscópios ópticos e estereoscópios 21 Inspeção metalografica Microscopia Figura 18: Aspecto de um microscópio óptico. 22 Inspeção metalografica Figura 19: Detalhes da objetiva. Inspeção metalografica O exame ao microscópio da superfície polida sem ataque de uma amostra revela algumas características como inclusões, trincas e outras imperfeições físicas (incluindo-se defeitos no polimento propriamente dito). Figura 20: Aspecto da microestrutura de um aço após polimento sem ter sido atacada. 24 Inspeção metalografica Inspeção sem ataque “nível de inclusões” SEÇÃO? Figura 21: Tabela ASTM E45 para caracterização do tipo de inclusão de aço. 25 Inspeção metalografica Figura 22: Tabela ASTM E112 para caracterização do tamanho do grão. Inspeção metalografica Figura 23: Detalhe de um corte de seção de trilho de trem. Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV Desde a sua invenção na década de 60, o microscópio eletrônico de varredura (MEV) tem se tornado essencial aos analistas de materiais e pesquisadores no desenvolvimento de novos materiais e análise de falhas. Permite a observação de estruturas tridimensionais que são facilmente interpretadas. Figura 24: Microscópio Eletrônico de Varredura – MEV (JEOL). Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV Figura 25: Elementos essenciais de um MEV. Canhão de Elétrons - O sistema ótico do instrumento é a coluna eletro-óptica. Não há luz no MEV, tendo como fonte geradora da imagem uma emissão de elétrons. O feixe de elétrons emitido é produzido em um canhão de elétrons. Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV Figura 26: Detalhes de canhão de elétrons do MEV. Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV Figura 27: Detalhes da imagem obtida pelo MEV. Ataque químico - Revelação Para destacar e identificar características microestruturais ou fases presentes nas amostras é utilizado o ataque químico em microscopia óptica. O reagente é preparado (ácido sobre solvente) e despejado em uma pequena cuba de vidro (vidro relógio) e a amostra é imersa na solução. Deve-se tomar cuidado para não permitir o contato da amostra com o fundo da cuba. Recomenda-se que esta operação seja realizada usando-se luvas ou por meio de uma tenaz. Figura 28: Procedimento de ataque metalografico. 32 Ataque metalografico Inspeção com ataque “ caracterização microestrutural (aço baixo carbono)” Figura 29: Microestrutura de um aço submetido a diferentes ataques. 33 Ataque metalografico Inspeção com ataque “caracterização microestrutural (aços carbono)” composição química e proporção das fases => propriedades mecânicas Figura 30: Aspecto microestrutural de aços com diferentes teores de carbono. 34 Ataque metalografico Inspeção com ataque “ferro fundido cinzento (lamelar)” aumento Figura 31: Microestrutura de um ferro fundido cinzento. 35 Exemplos de analises Figura 32: Fractografia de um tento de aço galvanizado em estereoscópio. Figura 33: Fractografia do mesmo tento de aço galvanizado em MEV. Exemplos de analises Exemplos de analises Figura 34: Caracterização de grãos do mesmo tento de aço galvanizado microscópio óptico. Exemplos de analises Figura 35: Conector USB com bolhas. Figura 36: Medidas de protuberância em tubetes de fibra óptica.
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