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Biblioteca 1165481 (2)

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A ética na intervenção psicossocial
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Não podemos entender o papel do interventor ou pesquisador social como um ser neutro no ambiente a ser estudado, é de sumo interesse estudar e, sobretudo, refletir sobre a responsabilidade dos que fazem pesquisa em ambientes sociais humanos.
O sujeito humano responsável é também um sujeito ético individual e social, uma vez que ninguém é ético por si: somos éticos em relação aos outros.
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Por meio da ética raciocina-se sobre as questões fundamentais da moralidade. Dessa forma, a ética envolve uma reflexão sobre as várias morais, que são os referenciais para as atitudes, ideias e valores inerentes a todos os povos e participa efetivamente dos questionamentos do Direito, da Psicologia, da Sociologia e de outras áreas.
Posto que a intervenção social é conceituada como uma série de influências que poderão ser planejadas ou não na vida de um pequeno grupo ou de uma comunidade, com o objetivo de promover o bem estar da mesma, reduzindo então sua desorganização social e pessoal, é importante discutir a ética na intervenção social.
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A intervenção social pressupõe uma ação que ocorre sempre em relação a outros e, portanto, deve estar permanentemente revestida de ética.
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A premissa básica em qualquer pesquisa é de que o bem estar e a integridade do grupo em estudo devem prevalecer inclusive em relação ao almejado avanço do conhecimento. 
Em função disso, os direitos de seus membros individualmente e do grupo coletivamente, sempre devem ser respeitados e priorizados. 
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As considerações éticas são fundamentais no planejamento, condução e avaliação de pesquisas. Idealmente, toda pesquisa deve informar plenamente os participantes, destacando-se os propósitos, os riscos associados e o direito de recusar ou interromper a participação em qualquer tempo. 
Os psicólogos estão inegavelmente comprometidos com os seguintes princípios: competência, integridade, responsabilidade profissional e científica, respeito aos direitos humanos e a dignidade das pessoas, preocupação com o bem estar do próximo e responsabilidade social. 
Deve-se ter cautela para honrar todos os compromissos assumidos com os sujeitos.
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Pesquisadores desenvolvendo estudos com populações vulneráveis, tais como crianças, idosos, pacientes hospitalizados, presidiários e outros, tem uma particular responsabilidade no que diz respeito a proteção desses sujeitos.
Existem 03 âmbitos de responsabilidade:
- A responsabilidade pessoal; 
-A responsabilidade jurídica; 
-A responsabilidade profissional.
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Cabe ao profissional ter condutas que auxilie a potencializar a previsibilidade de toda e qualquer ação social. Essas condutas dizem respeito a algumas situações fundamentais que são básicas no exercício e formação profissionais.
Primeiro: é preciso aumentar o conhecimento do papel do interventor, o que proporcionará ao profissional melhoria nas técnicas de intervenção e de avaliação de programas;
Segundo: é necessário considerar a perspectiva dos sujeitos para que o profissional se coloque na sua condição, de forma a contar com a subjetividade individual e coletivas dos mesmos.
Terceiro: identificar os efeitos da motivação, interação e sinergias sociais e dos meios de comunicação de massa sobre os seres humanos, que podem interferir na expressão social dos indivíduos.
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Outra questão está relacionada à responsabilidade por resultados inesperados. Algumas formas de prevenção de efeitos secundários indesejáveis podem ser sugeridas ao interventor:
1) Atuar sempre de acordo com os melhores princípios técnicos e científicos existentes: isto favorece que a responsabilidade recais no coletivo profissional e científico em seu conjunto e não no interventor em particular;
2) Familiarizar-se com uma gama de conhecimentos e técnicas, e não somente as mais atraentes ou aquelas aparentemente mais fáceis;
3) Buscar cada vez mais o desenvolvimento no campo da intervenção social;
4) Buscar uma adequada avaliação dos programas de intervenção social;
5) Sempre que possível, realizar provas piloto;
6) Buscar a criação de mecanismos profissionais e/ou sociais que possam dar conta das responsabilidades econômicas com a intervenção;
7) Por ultimo, ter muito cuidado no planejamento técnico, político e ético das relações.
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Segundo Bertmant e Warwick, o interventor social tem 04 áreas de responsabilidade:
1) Competência: ele deve estar capacitado para a realização da intervenção;
2) Veracidade na publicidade da atividade profissional: Não despertar falsas expectativas, para as quais não está profissionalmente habilitado e, logo não poderá cumprir;
3) Garantir a confidencialidade: Devendo estar disposto, inclusive, a enfrentar responsabilidades jurídicas pelos seus atos, caso estes não forem honestos ou provocarem danos resultantes da quebra de respeito e confianças.
4) Efeitos indesejados: prevenir ao máximo os efeitos indesejáveis da intervenção através dos cuidados já relatados anteriormente.
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Conclusões:
Não podemos, como interventores sociais, como sujeitos morais, deixar de pensar nas consequências de nossas atitudes, devendo orientá-las para o benefício do outro, a quem nos dirigimos, cuidando para que as nossas razões pessoais, status e/ou necessidades de poder não superem o respeito daquele que nos permitiu participar de sua vida.
Nosso compromisso é fundamentalmente com as pessoas que em nosso trabalho atingimos. Este deve atingir três âmbitos primordiais de responsabilidade: a pessoal, a jurídica e a profissional.
Sendo fieis a essa concepção, com certeza atingiremos nossas metas adequadamente, salvaguardando nossa consciência e nossa imagem profissional.
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Bibliografia
SARRIERA, Jorge Catellá e SFORCADA, Enrique Teófilo (org.) Introdução a Psicologia Comunitária. Bases teóricas e metodológicas. Porto Alegre: Sulina, 2010.

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