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Determinantes Sociais da Saúde e Iniquidades no Brasil

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FUNDAMENTOS DA EPIDEMIOLOGIA
Aula 3: Determinantes Sociais da Saúde
Epidemiologia social e os Determinantes Sociais da Saúde (DSS)
A saúde de cada indivíduo, bem como o perfil epidemiológico da população, é explicado através do “formato” que cada um dá para própria vida. “Formato”: as condições gerais de existência caracterizam o modo de vida que articula as condições e o estilo de vida.
Condições de vida: condições materiais necessárias à subsistência, relacionadas à nutrição, à habitação, ao saneamento básico e às condições do meio ambiente.
Estilo de vida: formas social e culturalmente determinadas de vida, que se expressam no padrão alimentar, no dispêndio energético cotidiano no trabalho e no esporte, hábitos como fumo, álcool e lazer.
O complexo da Qualidade de Vida envolve: 
• habitação; 
• saneamento e meio ambiente; 
• saúde; 
• educação;
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE (DSS)
São as condições sociais nas quais as pessoas vivem e trabalham ou seja, "as características sociais dentro das quais a vida transcorre”. Os DSS são “as causas das causas”.
A importância de se avaliar a influência dos Determinantes Sociais da Saúde (DSS) no estado nutricional infantil
É fundamental a compreensão do processo saúde-doença como processo social e enfatizar que os determinantes sociais da saúde desempenham um impacto direto na saúde. A Epidemiologia Social representa o renascer da determinação social do processo saúde/doença. Através da avaliação do estado nutricional é possível verificar a influência dos DSS sobre a saúde das crianças, sendo o índice estatura para idade, importante indicador de desnutrição crônica, utilizado como um indicador socioeconômico.
Transição Epidemiológica na população brasileira e “as causas das causas”
A partir da primeira década do século XXI: as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) ou não-infecciosas, como a obesidade e a síndrome metabólica (obesidade + doenças cardiovasculares + diabetes) assumiram proporções alarmantes.
Principais Iniquidades em Saúde no Brasil
O principal problema de saúde no Brasil são as iniquidades, que apesar dos avanços na atenção básica à saúde, ainda enfrenta iniquidades nas condições sociais e de saúde. “A iniquidade faz mal à saúde de todos!”
Desnutrição infantil por Grandes Regiões e situação do domicílio (déficit de peso por idade entre menores de 5 anos):
 Norte: 8,0% (urbana: 6,8%; rural: 11,0%)
 Nordeste: 5,4% (urbana: 5,3%; rural: 5,7%) 
Sudeste: 3,7% (urbana: 3,8%; rural: 2,9%) 
Sul: 3,2% (urbana: 3,3%; rural: 2,6%) 
Centro-Oeste: 3,6% (urbana: 3,6%; rural: 4,0%) 
Fonte: Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF, 2002-2003
Pesquisa do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgada em 2011 revelou que 38% dos adolescentes no Brasil vivem em situação de pobreza. A região com mais adolescentes pobres (67,4%) é o semi-árido nordestino, seguida pela região amazônica, onde 56,7% dos jovens vivem em situação de pobreza. Segundo o Unicef, o índice negativo no Nordeste, se deve, entre outros fatores, às condições climáticas desfavoráveis, à falta de acesso à água potável, saneamento, educação e serviços de saúde de qualidade.
O enfrentamento dos Determinantes Sociais da Saúde no Brasil e os Direitos Humanos
A saúde é um direito e bem social: Compreender e enfrentar os determinantes sociais da saúde “é um requisito para liberdade”, segundo o professor Don Matheson (Centro de Pesquisa em Saúde Pública, Massey University – Nova Zelândia). • Os princípios de justiça social, equidade em saúde e direitos humanos e suas relações são valores fundamentais para a ação sobre os Determinantes Sociais de Saúde (DSS).
A necessidade de um enfoque integral, intersetorial e participativo para a compreensão e ação sobre DSS é extremamente relevante. Através da reflexão sobre os DSS é possível elaborar estratégias para diminuir as iniquidades em saúde e melhorar o exercício da justiça social e dos direitos humanos.
ATUALIDADES:REDUÇÃO DA POBREZA NO BRASIL
Os resultados do Censo Demográfico 2010 mostram que a desigualdade de renda ainda é bastante acentuada no Brasil, apesar da tendência de redução observada nos últimos anos. Embora a média nacional de rendimento domiciliar per capita fosse de R$ 668 em 2010, 25% da população recebiam até R$ 188 e metade dos brasileiros recebia até R$ 375, menos do que o salário mínimo naquele ano (R$ 510). O Bolsa Família considera extremamente pobres as famílias com renda domiciliar per capita de até R$ 70 e pobres, aquelas com até R$ 140.
Fatores relacionados à queda da pobreza:
 • crescimento econômico com distribuição via inclusão no mercado de trabalho; 
• aumentos reais do salário mínimo, que levaram à quase erradicação da pobreza extrema e até da pobreza entre famílias com idosos;
 • expansão da cobertura e do valor das transferências focalizadas de renda, que foram, para várias famílias com alguma renda do trabalho, a via de escape da extrema pobreza ou da pobreza.
A localização geográfica e o perfil etário, racial e educacional das famílias mais pobres demonstram um padrão bem definido, ou seja, a pobreza permanece concentrada nas regiões norte e nordeste e atinge com maior frequência famílias jovens, de raça negra e com baixa escolaridade.
Para continuar enfrentando a pobreza, é preciso dar sequência e ampliar os programas sociais, bem como garantir crescimento econômico com distribuição de renda. Impacto positivo da Promoção da Saúde através da implementação de políticas públicas intersetoriais.

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