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Geologia de Engenharia Daniel Silva Jaques daniels.jaques@gmail.com Geologia Geral Parte 2 – Minerais e Rochas Minerais Mineral É um elemento ou composto químico, resultante de processos inorgânicos, de composição química geralmente definida e encontrado naturalmente na crosta terrestre. São, em geral, encontrados no estado sólido, resultantes da cristalização do magma e de fluidos hidrotermais, com exceção da água e do mercúrio, que se apresentam no estado líquido nas CNTP. 2 - Minerais Classes de minerais Elementos nativos Sulfetos Sulfosais Óxidos Halóides Carbonatos Nitratos Boratos Sulfatos Tungstatos Fosfatos Silicatos 2 - Minerais Elementos Nativos Ouro Au Diamante - CGrafita - C 2 - Minerais Sulfetos Pirita - FeS2 2 - Minerais Óxidos Hematita – Fe2O3 Magnetita – Fe3O4 2 - Minerais Halóides Halita - NaCl Minerais Carbonatos Calcita – CaCO3 Minerais Silicatos Constituem a classe mais importante de minerais, uma vez que: • 25% dos minerais conhecidos são silicatos; • 40% dos minerais mais comuns são silicatos; • constituem aprox. 90% da litosfera. Minerais Classificação dos minerais Os minerais são classificados de acordo com suas propriedades químicas e, principalmente, físicas: • Dureza – resistência do mineral ao risco ou abrasão. É medida pela resistência que um mineral oferece ao risco por outro mineral ou por outra substância qualquer; Minerais Escala de Mohs para a Dureza dos minerais Minerais Coroa (perfuração) e serra diamantadas Minerais Classificação dos minerais • Traço – é a cor do pó mineral que se observa quando este risca uma superfície áspera de porcelana branca e dura; • Clivagem – superfície de fratura plana, paralela, paralela a uma face real ou possível do cristal; • Fratura – superfície de quebra do mineral, independente do plano de clivagem, podendo ser do tipo irregular ou conchóide; Minerais Traço Minerais Clivagem Minerais Classificação dos minerais • Peso Específico – corresponde à massa do mineral em relação ao seu volume, pode ser calculado em relação à água; • Brilho – aspecto apresentado pela superfície de fratura recente do mineral, ao refletir a luz incidente. Pode ser metálico, vítreo, resinoso, sedoso, perláceo, adamantino, fosco, etc., • Cor – está relacionada com defeitos estruturais, composição química ou impurezas contidas no mineral. Minerais Brilho Tablea 1 - Composição química e propriedades físicas de alguns minerais mais comuns (ABGE, 1998) Minerais Cristais de quartzo Minerais A cristalização de minerais durante a solidificação do magma (resfriamento) se dá através de uma seqüência, conhecida como Série de Bowen, subdividida em duas séries: Rochas Rocha é um agregado natural de minerais (geralmente dois ou mais), em proporções definidas e que ocorre em uma extensão considerável. (CPRM – Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, 2009) São os principais constituintes da crosta terrestre. Classificam-se em Ígneas, Metamórficas e Sedimentares. Rochas ígneas Rochas Ígneas - formadas à partir da cristalização de uma mistura silicatada complexa (magma). Podem ser: • Intrusivas: o magma resfria-se lentamente no interior da Terra, através de fenômenos internos conhecidos como plutonismo, o que permite a perfeita cristalização dos minerais. Ex. Granito, Sienito, Pegmatito, Diorito, etc.; • Extrusivas: são os derrames de lava (magma), que resfriam- se rapidamente, impedindo a cristalização dos minerais. Estão ligados aos fenômenos externos, conhecidos como vulcanismo. Ex.: Basalto, Riolito, Anfibolito, etc. Rochas ígneas Rochas ígneas Rochas ígneas Rochas sedimentares Rochas Sedimentares São rochas formadas a partir da acumulação e consolidação de sedimentos (diagênese), microorganismos e precipitação química, em condições de temperatura e pressão inferiores às do metamorfismo. Rochas sedimentares São chamados de sedimentos as partículas sólidas que são carreadas e depositadas pelos agentes geológicos. Agentes geológicos: • A água em movimento • Os ventos • As geleiras • Os fluxos gravitacionais Rochas sedimentares Os sedimentos incluem: • fragmentos de minerais e rochas; • fragmentos de vegetais e animais; • precipitados químicos de soluções aquosas (ricas em íons), com ou sem a intervenção de seres vivos. Rochas sedimentares Os sedimentos são produzidos por uma grande variedade de processos atuantes na superfície da Terra, coletivamente chamados de intemperismo. O intemperismo é um conjunto de processos que tendem a fragmentar e alterar as rochas por meio agentes físicos e químicos. Rochas Sedimentares Rochas Sedimentares Rochas Sedimentares Rochas Sedimentares Rochas sedimentares O intemperismo físico é caracterizado pela ação de forças externas atuantes sobre as rochas, que são originadas por: • congelamento da água em fendas; • cristalização de sais em fraturas; • aquecimento e resfriamento dos minerais pelo calor solar; • crescimento de raízes; • ação de outros organismos. Rochas sedimentares O intemperismo físico é dominante nos climas áridos e nos climas frios, ou seja, nos desertos e regiões próximas, nas altas cadeias de montanhas e nas áreas circumpolares. Rochas sedimentares O intemperismo químico é caracterizado por um complexo de reações químicas entre as rochas e soluções aquosas. No ataque químico, tem-se que: • os minerais solúveis são dissolvidos; • sulfetos e óxidos são oxidados e hidratados, formando um resíduo insolúvel; • silicatos sofrem hidrólise, liberando cátions solúveis e formando um resíduo de alumínio- silicatos, as argilas. Rochas sedimentares O intemperismo químico é dominante em regiões quentes e umidas, ou seja, nas regiões tropicais e subtropicais. Rochas sedimentares Ilustração da açao do intemperismo químico sobre um granito (rocha geralmente mais resistente que uma sedimentar) Rochas sedimentares Classe dos sedimentos detríticos – Classificação de Wentworth Rochas sedimentares Esquema dos processos envolvidos na formação das rochas sedimentares Rochas sedimentares Etapas da formação das rochas sedimentares Rochas sedimentares Diagênese ou Litificação: os processos diagenéticos atuam após a deposição, compactando e cimentando os sedimentos inconsolidados, transformando-os num agregado consolidado . Estes processos modificam a textura e a composição dos sedimentos. As etapas do processo são: • Compactação: as partículas sólidas são comprimidas, umas às outras, pelo peso das camadas suprajacentes. • Autigênese: é o processo, onde os minerais estáveis ao ambiente diagenético se cristalizam novamente, sendo adicionados ao depósito original. • Substituição: ocorre quando os minerais originais são substituídos por minerais autígenos. • Cimentação: ocorre pela precipitação de material novo nos espaços entre os grânulos originais, muitas vezes originados por recristalização dos precipitados químicos originais. Rochas sedimentares Classificação das rochas sedimentares em classes: - Rochas terrígenas ou siliciclásticas; - Rochas carbonáticas - Rochas ferríferas - Rochas evaporíticas - Rochas da família do carvão Rochas sedimentares Rochas terrígenas ou siliciclásticas Rochas sedimentares Conglomerados: o arcabouço constitui-se de seixos rolados, cascalhos ou matacões. Rochas sedimentares Brechas: o arcabouço constitui-se de grãos angulosos. Rochas sedimentares Siltitos: são partículas de silte ligadas porum cimento argiloso. Rochas sedimentares Argilitos: partículas finíssimas de minerais de argila, que se depositam por decantação em ambientes calmos. Rochas sedimentares Folhelhos: constituem-se de partículas de argila que se depositam por decantação e dispõe-se em planos paralelos, formando placas. Rochas sedimentares Rochas Carbonáticas (nomeadamente o calcário) > dissolução química > ambientes cársticos > formação de estruturas cársticas como as cavernas com suas estalactites e estalagmites. Rochas metamórficas As rochas metamórficas são geradas pelo metamorfismo. Chama-se metamorfismo ao conjunto de transformações físicas e químicas*, no estado sólido, às quais são submetidas as rochas, a temperaturas e pressões elevadas. Em média, na Terra, a temperatura aumenta com a profundidade na razão de 1 °C para cada 30 m. A esta razão dá-se o nome de gradiente geotérmico. *mas a composição química da rocha protólito para a metamórfica não alteras, preservando-se os teores totais dos elementos na rocha Rochas metamórficas Esquema da formação das rochas metamórficas Rochas metamórficas Metamorfismo de contato: quando o protólito é uma rocha nas imediações de câmaras magmáticas (imensos bolsões) e intrusões magmaticas (na crosta); Metamorfismo regional: decorrente de elevação de temperatura e pressão (aumento da profundidade em zonas de subducção) e em zonas de cisalhamento (zonas de grande esforço –falhas) Rochas metamórficas A estrutura mais comum em uma rocha metamórfica é a sua foliação: orientação preferencial dos minerais componentes e que, normalmente, constitui um plano de fraqueza. Ciclo das Rochas Curiosidades sobre rochas e minerais As rocha ígneas e metamórficas de origem ígnea compõem 95 % do volume total da crosta e 25% da superfície terrestre. Já as rochas sedimentares e metamórficas de origem sedimentar compõem 5% do volume total da crosta e 75% da superfície terrestre. Esta distribuição está ligada à origem de cada grupo genético, pois enquanto as rochas sedimentares são formadas na superfície, devido à dinâmica externa, as rochas ígneas formam- se em profundidade, devido à processos relacionados à dinâmica interna. As rochas metamórficas formam-se devido à processos de dinâmica interna, mas próximos à superfície da Terra. Diferenciando minerais de rochas Morfologia – as belas formas geométricas dos cristais caracterizam os minerais, não as rochas. Estas costumam mostrar-se maciças ou em camadas. Brilho - as rochas não costumam ser brilhantes, os minerais sim. Brilho metálico ou semelhante ao de vidro são típicos de minerais. As exceções existem, mas é válida a generalização. Cor – se o material é uma massa com grãos de duas ou mais cores, deve ser uma rocha (ex. granito). Em algumas delas, a cor distribui-se não em grãos, mas em faixas e/ou áreas irregulares (gnaisses e alguns mármores, por exemplo). Excluindo as rochas ornamentais (sobretudo os mármores e granitos), as demais não costumam ter cores atraentes. Transparência – as rocha são opacas; transparência se vê é em minerais (mas não em todos !). Diferenciando minerais e rochas Densidade – os minerais metálicos costumam ser bem mais densos que as rochas. Volume - se o material forma massas grandes, de vários metros cúbicos, provavelmente é uma rocha. O material que forma um morro é rocha, não mineral. Os grãos de areia são fragmentos de minerais, não de rocha. Uso - material que se usa para calçar ruas ou passeios; para revestir paredes e pisos; para fazer concreto, muros, alicerces, etc. é rocha, não mineral. Material que se usa para fazer jóias é mineral, não rocha. Lmbrando que as afirmações anteriores são relativas e admitem várias (ou muitas) exceções. Nomes – Para terminar, lembre que os nomes de rochas costumam ter a terminação -ito (granito, arenito, siltito, argilito, andesito, riolito, quartzito, etc.), mas há muitas exceções (mármore, basalto, xisto, folhelho, conglomerado, etc.). Observe que os nomes citados são todos masculinos, mas há algumas poucas exceções, como ardósia.
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