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Direito Penal

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Direito Penal – marcelo@lebre.adv.br
Aula 1 – 21/mar/2012
1. Noções Gerais
2. Princípios
3. Teoria da Norma
4. Teoria do Delito
5. Teoria da Pena
1. Noções Gerais
1.1. Direito Penal é um ramo do saber jurídico que define crime e contravenções, penas e medidas de segurança
1.2. Finalidade
1.2.1. Proteger bens jurídicos mais importantes vida, honra, patrimônio, liberdade sexual
1.2.2. É uma garantia para limitar o poder punitivo do Estado, através de seus princípios
2. Princípios reitores do Direito Penal
2.1. Legalidade
2.1.1. Os demais princípios decorrem deste Art. 1º CP Art. 5º, XXXIX, CF
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
2.1.2. Reserva Legal Tudo o que é Direito Penal está na lei, está reservado ao legislador dizer o que é crime.
2.1.3. Faces do princípio da legalidade Lex Previa (anterioridade da Lei Penal), Lex Scripta (Costume não cria Lei, tem que estar escrita, documentada, no processo administrativo adequado), Lex Scricta (interpreção restritiva da lei penal – exceção: para benefício do réu – observação: analogia, em regra não é válida, exceto para benefício do réu), Lex Certa (lei penal precisa ser clara, específica)
2.2. Intervenção Mínima e fragmentariedade
2.2.1. Intervenção Mínima O Direito Penal é a ultima ratio a ser utilizada, quando os demais ramos não derem conta de resolver a questão
2.2.2. Fragmentariedade A missão de proteger apenas alguns bens jurídicos relevantes a sociedade
2.3. Ofensividade ou Lesividade
2.3.1. Só interessa ao Direito Penal as condutas que geram ou que podem gerar lesão à bem jurídico de outrem
2.3.2. Autolesão não é crime
2.4. Culpabilidade
2.4.1. É o fundamento e é também o limite da pena
2.4.2. A responsabilidade penal do ordenamento jurídico brasileiro é sempre subjetiva
2.4.3. *** No Brasil, utilizamos o Direito Penal do Fato
2.4.4. Possibilidade de culpa da pessoa jurídica frente ao crime ambiental, lei 9605/98.
2.5. Pessoalidade, individualização, proporcionalidade, proibição do bis in idem
2.5.1. Dizem respeito a Teoria da Pena
2.5.2. Pessoalidade a pena não passará da pessoa do acusado
2.5.3. Individualização cada caso é um caso, são particulares a cada caso concreto
2.5.4. Proporcionalidade quanto mais graves os fatos, maior a pena
2.5.5. Proibição do bis in idem ninguém pode ser duas vezes punido pelo mesmo fato
2.6. Insignificância e adequação social
2.6.1. A incidência destes dois princípios afastam o crime, pois afastam o aspecto material da tipicidade
2.6.2. Quando a conduta do agente causa uma lesão ínfima ou irrisória, o Direito Penal não deve ser aplicado neste caso, em face da insignificância
2.6.3. Adequação social exemplo: circuncisão judaica
2.7. Humanização
2.7.1. Respeito irrestrito a dignidade da pessoa humana
3. Teoria da Norma
3.1. Aplicação da Lei Penal 
3.1.1. Duas perspectivas: tempo e espaço Observação: aplicáveis ao Direito Penal Material, e não ao Direito Processual Penal
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
3.1.1.1. Tempo
3.1.1.1.1. Crime praticado hoje, vigência da Lei X, oferecida a denúncia pelo Promotor, vigência da Lei Y, será utilizada a Lei Penal vigente na época dos fatos, exceto se a Lei Penal nova for mais benéfica ao réu
3.1.1.1.2. O tempo rege o ato Art. 2º, CP 
3.1.1.1.3. Exceção Sendo a lei nova mais benéfica ao réu, esta será aplicada Art. 2º, § Único, CP
3.1.1.1.4. Observações
3.1.1.1.4.1. Súmula 611 STF a lei mais benéfica irá retroagir, mesmo se já ocorrer o trânsito em julgado, sendo assim, cabe a novatio legis ser aplicada pelo Juiz da Vara de Execuções Penais Art. 66, I, LEP
3.1.1.1.4.2. Súmula 711 STF Crimes permanentes e crimes continuados aplica-se a pena mais grave O entendimento do STF é que deve ser aplicada a última das leis vigentes no crime, mesmo que esta seja a mais grave
3.1.1.1.4.3. Leis temporárias e excepcionais lei temporária já tem um prazo pré-determinado de aplicação, de vigência; lei excepcional é feita para períodos de anormalidade Art. 3º CP são dotadas de ultratividade gravosa, ou seja, a única lei que poderá ser aplicada será ela, a temporária ou excepcional, por mais que após ele venha uma lei mais benéfica É uma exceção do Art. 2º, § Único
3.1.1.1.5. Teoria da Atividade Art. 4º CP
STF Súmula nº 611 - 17/10/1984 - Sentença Condenatória Transitada em Julgado - Competência na Aplicação de Lei Mais Benigna
Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.STF Súmula nº 711 - 24/09/2003 - Lei Penal Mais Grave - Aplicabilidade - Crime Continuado ou Crime Permanente - Vigência e Anterioridade
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Art. 66 - Compete ao juiz da execução:
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;
3.1.1.2. Espaço onde se aplica a Lei Penal Brasileira
3.1.1.2.1. Regra Nos crimes praticados no território brasileiro
3.1.1.2.1.1. Território real físico, aéreo e marítimo
3.1.1.2.1.2. Território por extensão*** navios e aeronaves públicas aonde quer que estejam; navios ou aeronaves particulares de bandeira estrangeira em portos e aeroportos brasileiros; navios ou aeronaves particulares de bandeira brasileira em território de ninguém
3.1.1.2.2. Exceção Extraterritorialidade Art. 7º CP
3.1.1.2.2.1. São taxativas
3.1.1.2.2.2. Extraterritorialidade incondicionada ou condicionada
3.1.1.2.2.2.1. Incondicionada P A G Presidente da República, Administração Pública, Genocídio
3.1.1.2.2.2.2. Condicionada Art. 7º, §2º
3.1.1.2.3. Teoria da Ubiquidade Art. 6º CP
	L
	U
	T
	A
	Local
	Ubiquidade
	Tempo
	Atividade
Aula 2 – 26/mar/2012
4. Teoria do Delito
4.1. Conceito Analítico do Crime 
4.1.1. O que é crime? Um fato típico, antijurídico e culpável
4.1.2. Elementos analíticos do crime
4.1.2.1. Fato Típico Reunião de quatro subelementos
4.1.2.1.1. Conduta Humana, Resultado, Nexo Causal e Tipo Legal
4.1.2.1.1.1. Conduta Humana
4.1.2.1.1.1.1. Conceito Ação ou omissão, voluntária e consciente, direcionada a um determinado fim
4.1.2.1.1.1.2. Elementos Vontade, Consciência, Finalidade
4.1.2.1.1.1.3. Exclusão Coação física irresistível (força motora externa que age sobre o sujeito contra sua vontade); Caso fortuito (fato imprevisível no qual o sujeito não tem como agir, ex.: acidente) e Força maior (atos da natureza, ex.: fenômenos climáticos); atos reflexos (movimentos neuromotores provocados por algum estímulo, não podendo ser controlado pelo sujeito, ex.: crise alérgica, choque elétrico); Estados de inconsciência, Ex.: sonambulismo, ataque de epilepsia. Observação: ato reflexo não é movimento instintivo! Ato reflexo exclui a conduta humana, ato instintivo não. Ex.: cônjuge mata cônjuge e amante na cama.
4.1.2.1.1.1.4. Formas de conduta*** crimes comissivos e crimes omissivos 
4.1.2.1.1.1.4.1. Crimes comissivos pressupõe um agir do agente
4.1.2.1.1.1.4.2. Crimes omissivos pressupõe um não fazer do agente quando este era obrigado a fazer próprios e impróprios a origem do dever de agir
4.1.2.1.1.1.4.2.1. Crimes omissivos próprios ou omissivos puros o dever de agir vem da própia norma, do próprio tipo penal, com a simples leitura do dispositivo legal, Art. 135, CP, Art. 244, CP
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada. 
4.1.2.1.1.1.4.2.1. Crimes omissivos impróprios ou omissivos impuros o dever de agir vem do poder de garante em que o sujeito foi colocado. Exemplo: mãe que deixa de amamentar e o bebê morre, salva-vidas que recusa a prestar atendimento, causas que a omissão é penalmente relevante. Art. 13, §2º CP.
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu
causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Relevância da omissão
2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado.
O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
4.1.2.1.1.2. Resultado alteração do fim dos fatos, 
4.1.2.1.1.2.1. Classificação dos crimes quanto ao resultado Materiais (o resultado lesão precisa acontecer, Ex. Art. 121, Homicídio), Formais (descreve conduta, resultado, mas não exige o resultado, Ex.: Art. 159, CP) ou de Mera Conduta (a norma só descreve a conduta, sequer descreve o resultado, Ex.: Art. 150, CP)
Art 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita
de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
4.1.2.1.1.3. Nexo Causal É o vínculo existente entre a conduta e o resultado.
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.
4.1.2.1.1.3.1. Teoria da equivalência dos antecedentes Art. 13, caput
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
4.1.2.1.1.3.2. Concausas ***
4.1.2.1.1.3.2.1. São causa adjacentes que se vinculam a uma conduta principal, contribuindo para o resultado final.
4.1.2.1.1.3.2.1.1 Dependente: desdobramento natural da conduta do agente, Ex.: sujeito morre de hemorragia, não pela facada, o autor responde pelo todo
4.1.2.1.1.3.2.1.2. Independentes absoluta ou relativa não são meros desdobramentos da conduta principal
4.1.2.1.1.3.2.1.2.1. Absoluta Nada haver com a conduta principal, totalmente alheias, Ex.: Tício da veneno a Mévio, mas este morre por um raio que cai na cabeça e não do veneno o agente não responde pelo todo, somente pelo o que ele fez.
4.1.2.1.1.3.2.1.2.2. Relativa*** não é originária da conduta inicial, mas intimamente ligada pré-existentes (facada em hemofílico), responde pelo todo; concomitante, o autor da conduta principal responde pelo todo (a vítima morre por ataque cardíaco em tentativa de assassinato; superveniente***, o sujeito responde apenas por aquilo que ele fez, Ex.: Tício da uma facada em Mévio, e este morre a caminho do hospital com o acidente da ambulância que o levava 
4.1.2.1.1.3.2.2. Superveniência causal Art 13, §1º, CP.
Superveniência de causa independente
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só,
produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
4.1.1.1.1.3.3.2.1. O agente responde somente por aquilo que ele fez, e não pelo todo, existe um rompimento do nexo causal.
4.1.2.1.1.4. Tipo Penal Tipicidade
4.1.2.1.1.4.1. Conceito é o conjunto de elementos que fazemque uma conduta seja contrária a uma norma penal
4.1.2.1.1.4.2. Elementos objetivo, normativo e subjetivo
4.1.2.1.1.4.2.1. Objetivo o núcleo proibitivo da norma, o verbo do crime – Art. 121, caput CP.
Art 121. Matar alguém:
4.1.2.1.1.4.2.2. Normativo determina um juízo de valor
4.1.2.1.1.4.2.3. Subjetivo *** à vontade, o ânimo do agente, dolo e culpa – Art. 18 CP. 
Art. 18 - Diz-se o crime: 
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
4.1.2.1.1.4.2.3.1. Em regra, os crimes existem somente na forma dolosa, os culposos são em exceção.
4.1.2.1.1.4.2.3.2. Crimes preterdolosos dolo e culpa, dolo no antecedente e culpa no subseqüente, exemplo: lesão corporal seguida de morte.
4.1.2.1.1.4.2.3.3. Gradação entre dolo e culpa (decrescente)
	Dolo direto de 1º grau sujeito quer e faz
	Dolo direto de 2º grau conseqüências necessárias, lógica maquiavélica. Exemplo: para matar 	o piloto, o agente coloca a bomba dentro do avião e mata a todos. Dolo de 1º grau para o piloto 	e de 2º grau para demais passageiros.
***	Dolo eventual sujeito assume o risco. Exemplo: “racha” em via pública.
***	Culpa consciente sabe que o resultado é possível, mas não acredita. Exemplo: atirador de 	facas do circo que mata sua assistente de palco durante o número.
	Culpa inconsciente sujeito não quer, mas faz por negligência, imprudência ou imperícia.
4.1.2.1.1.4.2. Excludentes Insignificância, Adequação Social, Erro de Tipo (Art. 20, CP)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Aula 3 – 28/mar/2012
4.1.2.1.1.4.2.1. Erro de Tipo o sujeito tem uma falsa percepção da realidade o sujeito não sabe o que ele está fazendo, e se soubesse, não teria feito Art. 20, CP Ex.: matou amigo durante caçada, confundindo com um animal
4.1.2.1.1.4.2.1.1. Essencial é aquele que recai sobre alguma elementar do crime tudo o que é imprescindível para a existência do crime, ex.: matar alguém
4.1.2.1.1.4.2.1.1.1. Vencível o sujeito errou, mas teria como não errar, faltou diligenciar melhor exclui apenas o dolo, cabível punição na modalidade culposa, desde que o crime exista nesta modalidade
4.1.2.1.1.4.2.1.1.2. Invencível diante das circunstâncias fáticas, não tinha como não errar, qualquer um teria errado exclui o dolo e a culpa torna-se conduta atípica, o crime não existe
4.1.2.1.1.4.2.1.2. Acidental não exclui nem dolo e nem culpa não recai sobre dados elementares, mas sim acessórios não exclui a responsabilidade criminal do agente ex.: furtar objeto diverso do desejado
4.1.2.1.1.4.2.1.2.1. Erro quanto ao objeto
4.1.2.1.1.4.2.1.2.2. Erro quanto à pessoa Art. 20, §3º, CP irá responder o processo conforme a pessoa que desejava matar
4.1.2.1.1.4.2.1.2.3. Erro na execução Art. 73, CP faz remissão ao Art. 20, §3º
4.1.2.1.1.4.2.1.2.4.*** Erro sobre o nexo causal criação doutrinária é quando o agente consegue seu intento criminoso, porém, não com a conduta primária, e sim com sua conduta ulterior ex.: Tício cravou uma faca no peito de Mévio, e depois jogou o corpo paralisado no rio. Após perícia, descobre-se que Mévio atingiu o êxito letal por afogamento, e não pela lesão da facada
4.1.2.1.1.4.2.1.2.5. Resultado diverso do pretendido Art. 74, CP responde não pelo crime pretendido, mas pelo efetivamente feito de forma culposa
4.1.1.1. Conduta típica, antijurídica, culpável
4.1.1.1.2. Antijuridicidade qualidade de um comportamento não autorizado pelo direito Teoria Indiciária Toda conduta que é típica é antijurídica “Ratio Cogniscendi“ salvo quando se tem outra norma justificando a conduta
4.1.1.1.2.1. Antijuridicidade é sinônimo de ilícita
4.1.1.1.2.2. Causas de exclusão da ilicitude *** legais (Art. 23, CP) e supra legais
4.1.1.1.2.2.1. Legais Art. 23, CP
Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa;
 III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
4.1.1.1.2.2.1.1. Estado de Necessidade Art. 24, CP
Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. 
4.1.1.1.2.2.1.2. Legítima defesa Art. 25, CP
Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
4.1.1.1.2.2.1.3. Estrito cumprimento do dever legal Exemplo: oficial de justiça cumprindo seu dever
4.1.1.1.2.2.1.4. Exercício regular de um direito Exemplo: pai que coloca o filho de castigo
4.1.1.1.2.2.1. Supra legais 
4.1.1.1.2.2.1.1. Consentimento do ofendido válido, lícito e não viciado, não recaindo sobre bem jurídico indisponível
4.1.1.1.3. Culpabilidade É o juízo de reprovação que recai sobre a conduta do agente Teoria Normativa Pura
4.1.1.1.3.1. Elementos cumulativos e não alternativos Imputabilidade, potencial consciente da ilicitude, exigibilidade de conduta diversa
4.1.1.1.3.1.1. Imputabilidade sinônimo de capacidade, Art. 26 a 28 CP dupla perspectiva: entender o que faz e se comportar conforte este entendimento cognitiva e volitiva 
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
 Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.
Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
I - a emoção ou a paixão;
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
4.1.1.1.3.1.1.1 Excludentes
4.1.1.1.3.1.1.1.1. Menoridade, Art. 103 e 112 (somente para adolescente) ECA menor de 18 não comete crime, comete ato infracional não recebe pena, mas sim medida socioeducativa (somente para adolescentes 12 anos completos até 18 anos incompletos)
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescenteas seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.
4.1.1.1.3.1.1.1.2. Doente mental, Art. 96 a 99 CP não recebe a pena, recebe medida de segurança, e esta não tem prazo máximo limitado em lei
Espécies de medidas de segurança
Art. 96. As medidas de segurança são: 
I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado;
II - sujeição a tratamento ambulatorial.
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta.
Imposição da medida de segurança para inimputável
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. 
Prazo
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.
Perícia médica
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.
Desinternação ou liberação condicional
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade.
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos.
Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.
Direitos do internado
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e será submetido a tratamento.
4.1.1.1.3.1.1.1.3. Desenvolvimento mental incompleto silvícola, síndrome de Down
4.1.1.1.3.1.1.1.4. Embriaguez alcoolemia ou substancias entorpecentes completa e acidental não deseja, não pré-ordenada “boa noite Cinderela” se a embriaguez foi pré-ordenada, o agente é imputável, e a embriaguez é uma agravante ao crime “acto libera in cause”
4.1.1.1.3.1.1.1.5. Emoção e Paixão crimes passionais não afastam a imputabilidade, no máximo reduzem a pena do réu
4.1.1.1.3.1.2. Potencial consciente da ilicitude Diz respeito à noção do certo e errado 
4.1.1.1.3.1.2.1 Excludente erro de proibição (provável) Art. 21, CP o sujeito sabe o que faz, mas não sabe que está fazendo algo ilícito
4.1.1.1.3.1.2.1.1. Evitável se fosse mais diligente, não erraria não exclui o crime, apenas reduz a pena do réu
4.1.1.1.3.1.2.1.2. Inevitável qualquer um teria errado exclui a culpabilidade
4.1.1.1.3.1.3. Exigibilidade de conduta diversa Art. 22, CP
Coação irresistível e obediência hierárquica
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
4.1.1.1.3.1.3.1. Excludentes
4.1.1.1.3.1.3.1.1. Coação moral irresistível bandido com filho do gerente do banco que o faz abrir o cofre
4.1.1.1.3.1.3.1.2. Obediência hierárquica a ordem imanada não pode ser manifestamente ilegal
4.2. Descriminantes putativas estados imaginários Art. 20, §1º, CP Erro de tipo permissivo recai sobre uma causa justificadora ex.: Tício jura Mévio de morte, quando se encontram, Tício vê Mévio com a mão dentro do paletó, então saca a arma e descarrega na cabeça de Mévio, mas, no entanto, ele estava pegando um lenço branco para selar a paz exclui-se a tipicidade
4.2.1. Vencível apenas o dolo
4.2.2. Invencível afasta dolo e a culpa
Aula 4 – 02/abr/2012
5. Inter Criminis
5.1. Caminho do Crime atos de cogitação (imponível) atos de preparação (imponível) execução (punível, consumado ou tentado) exaurimento 
5.1.1. Consumação (Art. 14, I, CP) e Tentativa (Art. 14, II, CP) fase de execução na tentativa o agente queria, mas porque foi obstado não se obteve a conclusão, a tentativa é uma causa de diminuição da pena
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
5.1.1.1. Crimes que não admitem tentativas crimes culposos, crimes preterdolosos, omissivos próprios (omissão de socorro), crimes habituais (ex.: curandeirismo), unissubsistentes, contravenções penais (Art. 4, Lei de Contravenções Penais)
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.
5.1.1.2. Classificações da Tentativa perfeita e imperfeita; branca e cruenta; 
5.1.1.2.1. Perfeita atos fidedignos para a realização do crime, mas ainda assim não consegue a consumação
5.1.1.2.2. Imperfeita o sujeito não realiza atos fidedignos para a consumação
5.1.1.2.3. Branca não há lesão alguma ao bem jurídico da vítima
5.1.1.2.4. Cruenta existe uma lesão ao bem jurídico da vítima, mesmo que diverso ao desejado
5.1.2. Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15, CP o sujeito poderia ter ido até o final, mas chegou a dado momento da execução, desistiu ou se arrependeu, e não quis consumar o crime 
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
5.1.2.1. Desistência voluntária responde somente pelo o que foi produzido, ex.: deu um tiro na perna da vítima, chegou próximo e não atirou na cabeça, desistiu, responde por lesão corporal
5.1.2.2. Arrependimento eficaz o sujeito se arrepende e corrige o erro, ex.: dá veneno a vítima, mas se arrepende e da o antídoto
5.1.3. Arrependimento posterior Art. 16, CP não pode ser crime violento contra a pessoa, a reparação do dano ou restituição da coisa, requisito temporal: até antes do recebimento da denúncia, ato voluntário do agente
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
5.1.4. Crime Impossível Art. 17, CP absoluta impropriedade do objeto ou do meio empregado, crime irrealizável crime atípico Súmula 145, STF
Crime impossível
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
STF Súmula nº 145 - Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
6. Concurso de Agentes Art. 29 e 30 do Código Penal pluralidade de sujeitos ativos
6.1. Conceito é a ciente e voluntária atuação de dois ou mais sujeitos para a práticade UM MESMO CRIME
Regras comuns às penas privativas de liberdade
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
6.2. Teoria Monista ou Unitária todos respondem pelo mesmo crime *** EXCEÇÃO: Art. 29, §2º, CP: participação dolosamente distinta
6.3. Requisitos Objetivo + Subjetivo Obs.: AUTORIA COLATERAL é quando dois ou mais agentes atuam numa empreitada, mas um sem saber a atuação do outro, não se aplica as regras do Art. 29, CP, por ausência do elemento subjetivo Autoria Incerta: é quando se sabe dos autores do delito, mas não se sabe quem produziu o resultado, ou seja, ambos os agentes responderam o crime em sua forma tentada; não confundido com autoria desconhecida
6.3.1. Objetivo materialidade 
6.3.2. Subjetivo é o liame psicológico que vincula a conduta dos agente
6.4. Formas de atuação autor, coautor, partícipe
6.4.1. Autor é aquele que tem o domínio total sobre o fato, controla o todo
6.4.1.1. Direta realiza o crime pelas próprias mãos
6.4.1.2. Indireta autoria intelectual mandante de um crime
6.4.1.3. Mediata é aquele que se vale de outrem para a prática do crime induzir alguém a praticar um crime, sem que esta saiba que esta o cometendo, ex.: utilização de “laranja”
6.4.2. Coautor é aquele que não tem o domínio total, tem somente o domínio funcional, ou seja, não controla o todo, somente parte da empreitada, ex.: motorista de fuga
6.4.3. Partícipe não tem domínio algum sobre o fato, não controla nada, mas auxilia na empreitada, por instigação ou por cumplicidade, a participação é sempre acessória, ou seja, se não tiver autor, não tem partícipe Teoria da Acessoriedade Limitada
7. Concurso de Crimes Art. 69, 70 e 71 CP o sujeito cometeu mais de um crime, seja da mesma espécie, ou não
Concurso material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código.
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.
Crime continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
7.1. Formas de concurso de crimes Material, Formal, Continuado
7.1.1. Material Art. 69, CP várias condutas gerando vários crimes ex.: Tício estupra a vítima, mata-a e oculta o cadáver
7.1.2. Formal Art. 70, CP com uma só conduta, o sujeito produz vários crimes formal perfeito ou imperfeito
7.1.2.1. Perfeito uma só vontade ex.: atropelamento gerando lesão corporal e morte
7.1.2.2. Imperfeito várias vontades, sentimentos autônomos ex.: bomba em avião
7.1.3. Crime Continuado Art. 71, CP várias condutas gerando vários crimes de mesma espécie, nas mesmas condições de tempo, lugar e modo de execução
7.1.4. Aplicação da pena dois critérios Cúmulo material e Exasperação
7.1.4.1. Cúmulo material aplica a pena de cada crime e soma as penas sempre que for concurso material e concurso formal imperfeito
7.1.4.2. Exasperação aplica-se somente a pena do crime maior, aumentado de uma fração, majorando a pena sempre que for concurso formal perfeito e crime continuado
Aula 5 – 11/abr/2012
8. Teoria da Pena
8.1. Noções Gerais A pena é somente uma das espécies de sanção penal, porém não a única, pois além da pena, o legislador também define medidas de segurança como sanção.
8.1.1. Medida de Segurança é uma espécie de sanção penal, mas é aplicada a um sujeito inimputável face a doença mental Art. 97, CP
Imposição da medida de segurança para inimputável
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial.
8.1.2. Pena é a consequência jurídica da prática de um crime
8.1.2.1. Teorias Absolutas a pena serve como instrumento de repressão, ou seja, castigo o crime é um mal que precisa ser combatido com outro mal
8.1.2.2. Teorias Relativas o Estado não serve para se vingar, não serve como castigo, a pena serve como instrumento de prevenção de delitos a pena serve para evitar que novos crimes sejam cometidos
8.1.2.2.1. Prevenção Geral voltada para a coletividade aplica-se a pena ao criminoso para servir de exemplo para a sociedade, para que os demais não passem a delinquir
8.1.2.2.2. Prevenção Especial aplica-se a pena ao indivíduo para evitar a reincidência, para evitar para ele não voltar a delinquir, lógica da ressocialização 
8.1.2.3. Teorias Mistas Unificadoras dupla finalidade, repressão e ressocialização do indivíduo é o adotado oficialmente no Brasil Art. 59, CP
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
8.2. Espécies de Pena Art. 32, CP privativas de liberdade, restritivas de direito, multa obs.: penas vedadas
Art. 32 - As penas são:
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
8.2.1. Privativas de Liberdade mais de uma espécie reclusão, detenção, prisão simples
8.2.1.1. reclusão para caso de crimes 
8.2.1.2. detenção para caso de crimes
8.2.1.3. prisão simples para casos de contravenção penal 
8.2.2. Restritivas de direito Art. 43 a 48, CP Características, Espécies, Hipóteses de cabimento
Penas restritivas de direitosArt. 43. As penas restritivas de direitos são:
I - prestação pecuniária;
II - perda de bens e valores;
III - (VETADO)
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos;
VI - limitação de fim de semana.
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
II - o réu não for reincidente em crime doloso;
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
§ 1o (VETADO)
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. 
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
Conversão das penas restritivas de direitos
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48.
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime.
§ 4o (VETADO)
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado.
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. 
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada.
Interdição temporária de direitos
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
IV - proibição de freqüentar determinados lugares.
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
Limitação de fim de semana
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.
8.2.2.1. Características espécie autônoma de pena, substitutividade da pena, reversibilidade, possuem natureza jurídica de benefício ao réu, não admite execução provisória
8.2.2.2. Espécies Art. 43, CP prestação pecuniária (Art. 45, §1º e §2º, perda de bens e valores (Art. 45, §3º), serviços a comunidade (Art. 46, CP), interdição temporária de direitos (Art. 47, CP)
8.2.2.3. Hipóteses de cabimento 1ª crimes culposos; 2ª crimes dolosos desde que cometidos sem violência em penas de até quatro anos; circunstâncias favoráveis; delação premiada na lei de lavagem de capitais (Art. 1, §5º, Lei 9613, Lavagem de capitais); para o traficante de drogas não pode pena de restrição de direito (Art. 33 da lei 11343/2006) 
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:
I - de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;
II – de terrorismo e seu financiamento;
III - de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção;
IV - de extorsão mediante seqüestro;
V - contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de atos administrativos;
VI - contra o sistema financeiro nacional;
VII - praticado por organização criminosa.
VIII – praticado por particular contra a administração pública estrangeira (arts. 337-B, 337-C e 337-D do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal). 
§ 5º A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser cumprida em regime aberto, podendo o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de direitos, se o autor, co-autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais e de sua autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
8.2.3. Multa Art. 49 à 52, CP critério de dias/multa mínimo de 10 dias multa, máximo de 360 dias multa, salvo Art. 60, §1º, CP, em até o triplo se a condição econômica do réu for muito abonada e leis penais especiais a pena de multa sempre será remetida ao Fundo Penitenciário não pagamento da pena de multa, converte-se em dívida de valor, deixa de ser um devedor penal e passa a ser devedor cívico
Multa
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
§ 2º- O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária.
Pagamento da multa
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando:
a) aplicada isoladamente;
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;
c) concedida a suspensão condicional da pena.
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
Suspensão da execução da multa
Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental.
Critérios especiais da pena de multa
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu.
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.
8.2.4. Penas Vedadas Art. 5, XLVII, CF morte, salvo em caso de guerra (externa) declarada; penas perpétuas (Art. 75, CP); trabalhos forçados; banimento (expulsão de um nacional do seu país); pena cruel
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Limite das penas
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos.
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo.
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.
8.3. Aplicação da Pena Art. 68, CP Princípio da individualização da pena compete ao juiz individualizar a pena
Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
8.3.1. Critério trifásico pena base, intermediária, definitiva
8.3.1.1. Pena base analisa as circunstâncias judiciais Art. 59, CP ex.: culpabilidade, motivos do crime, consequências do crime, comportamento da vítima
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
8.3.1.2. Pena intermediária analisa as circunstâncias legais agravantes e atenuantes
8.3.1.3. Pena definitiva causas de aumento e de diminuição da pena majorantes e minorantes
8.4. Execução Penal Lei 7210/1989
Aula 6 – 18/abr/2012
9. Teoria da Pena
9.1. Regimes para cumprimento da pena Art. 33, CP Três modalidades: fechado, semi aberto, aberto
Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
9.1.1. Fechado (penitenciárias Art. 34, CP), Semi-Aberto (colônias penais Art. 35, CP), Aberto (casas de albergado Art. 36, CP), Art. 37, CP (regime especial para mulheres)
Regras do regime fechado
Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno. 
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.
Regras do regime semi-aberto
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.
Regras do regime aberto
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado.
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada.
Regime especial
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. 
9.1.2. Regras gerais para a fixação do regime inicial
9.1.2.1. Se a pena inicial é superior a 8 anos, regime fechado
9.1.2.2. Se a pena inicial for superior a 4 anos e inferior a 8 anos, sendo réu primário e Art. 59, CP, regime semi-aberto
9.1.2.3. Se a pena inicial for igual ou inferior a 4 anos, sendo réu primário e Art. 59, CP, regime aberto
9.1.2.4. Súmula 269, STJ se o réu for reincidente em pena inferior a 4 anos, regime semi-aberto
Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime,bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
STJ Súmula nº 269 - É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.
9.2. Regras especiais para a fixação do regime inicial
9.2.1. Crimes punidos com detenção não admitem regime inicial fechado
9.2.2. Contravenções penais não admitem regime inicial fechado
9.2.3. Crimes hediondos e equiparados, regime inicial SEMPRE fechado
9.2.4. Crimes organizados, o regime inicial será fechado
9.2.5. Súmulas 718, 719 STF e 440 STJ
SÚMULA Nº 718
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA.
 
SÚMULA Nº 719
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA.
STJ Súmula nº 440 - Fixada a pena-base no mínimo legal, é vedado o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
9.3. Progressão e regressão de regimes Lei de Execução Penal, 7210/1984, Art. 112 e Art. 118
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. 
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e das condições impostas pelo Juiz.
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117 desta Lei.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias assim o recomendem.
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência particular quando se tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV - condenada gestante.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.
9.3.1. Dois requisitos: objetivo (lapso temporal, um sexto da pena recebida, exceto crime hediondos e comparados, mas o lapso temporal é de dois quintos ou três quintos), exame criminológico (súmula 439 STJ)
STJ Súmula nº 439 - Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada.
9.3.2. Súmula 716 e 717, STF
SÚMULA Nº 716
ADMITE-SE A PROGRESSÃO DE REGIME DE CUMPRIMENTO DA PENA OU A APLICAÇÃO IMEDIATA DE REGIME MENOS SEVERO NELA DETERMINADA, ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA.
 
SÚMULA Nº 717
NÃO IMPEDE A PROGRESSÃO DE REGIME DE EXECUÇÃO DA PENA, FIXADA EM SENTENÇA NÃO TRANSITADA EM JULGADO, O FATO DE O RÉU SE ENCONTRAR EM PRISÃO ESPECIAL.
9.3.3. Regressão Art. 118 LEP antes de instaurar a regressão, tem que haver contraditório, ouvindo o condenado e o ministério público
9.4. Execução Penal
9.4.1. Direitos do Preso Art. 41, LEP
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
9.4.2. Assistência ao Preso Art. 10 a 27 da LEP
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
SEÇÃO II - Da Assistência Material
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.
SEÇÃO III - Da Assistência à Saúde
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.
SEÇÃO IV - Da AssistênciaJurídica
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais.
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais.
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público.
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado.
SEÇÃO V - Da Assistência Educacional
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
SEÇÃO VI - Da Assistência Social
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.
SEÇÃO VII - Da Assistência Religiosa
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.
SEÇÃO VIII - Da Assistência ao Egresso
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova.
Art. 27. O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho.
9.4.3. Trabalho do Preso Art. 28 a 37, LEP dupla finalidade: produtiva e pedagógica tem que ser remunerado tem direito a recolher a fins de previdência não se submete as regras da CLT o trabalho do preso tem que respeitar suas aptidões pessoais
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.
SEÇÃO II - Do Trabalho Interno
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por objetivo a formação profissional do condenado.
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e supervisionar a produção, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada.
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio com a iniciativa privada, para implantação de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios.
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares.
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal.
SEÇÃO III - Do Trabalho Externo
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do preso.
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento, dependeráde aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.
9.4.4. Trabalho externo inclusive o preso de regime fechado, no entanto, em uma hipótese: obras públicas
9.5. Remição Penal*** para cada três dias de trabalho, um dia a menos de pena
9.5.1. Não é só pelo trabalho, mas também pelo estudo
9.5.2. Para cada 12 horas de estudo, um dia a menos de pena
9.5.3. Cumulação de remição: trabalho + estudo
9.5.4. Se o preso sofre acidente que o impossibilita do trabalho: continua a se beneficiar com a remição
9.5.5. Art. 127, LEP PRESO QUE COMETE FALTA GRAVE PODE PERDER NO MÁXIMO UM TERÇO DO TEMPO REMIDO
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.
9.6. Deveres do Preso Disciplina Penal Dever geral de obediência que o preso tem, as regras da execução se o preso não os respeitar, comete falta disciplinar
9.6.1. Art. 49, LEP Três espécies de falta: grave, média ou leve
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções.
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.
9.6.1.1. Graves Art. 50 e 51 da LEP ex.: fuga, rebelião, portar celular disciplinada em âmbito federal
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
9.6.1.1.1. Consequências do cometimento de falta grave 1ª: Art. 118, LEP, regressão de regime 2ª: pode perder um terço dos dias remidos 3ª: interrompe o prazo para progressão 4ª sanção disciplinar, Art. 53, LEP – RDD Art. 52, LEP
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.
SUBSEÇÃO III - Das Sanções e das Recompensas
Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
I - advertência verbal;
II - repreensão;
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características: 
I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada; 
II - recolhimento em cela individual;
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas;
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. 
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. 
9.6.1.2. Média disciplinada em âmbito estadual, em legislação local
9.6.1.3. Leve disciplinada em âmbito estadual, em legislação local
9.6.1.4. Quem aplica as sanções disciplinares? P: não é o Juiz da VEP, mas o Diretor do Presídio, viés disciplinar, exceto RDD, a qual cabe ao Juiz da VEP
9.7. Questões finais
9.7.1. Competência do Juiz da VEP Art. 65 e 66*** LEP
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;
II - declarar extinta a punibilidade;
III - decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV - autorizar saídas temporárias;
V - determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.
i) (VETADO);
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
9.7.2. Agravo em Execução Art. 197, LEP Súmula 700 STF
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
SÚMULA Nº 700
É DE CINCO DIAS O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO CONTRA DECISÃO DO JUIZ DA EXECUÇÃO PENAL.
9.7.3. Órgãos da Execução Art. 61, LEP
Art. 61. São órgãos da execução penal:
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
II - o Juízo da Execução;
III - o Ministério Público;
IV - o Conselho Penitenciário;
V - os Departamentos Penitenciários;
VI - o Patronato;
VII - o Conselho da Comunidade.
VIII - a Defensoria Pública.
9.7.4. Autorização de Saída Art. 120 a 125, LEP
SEÇÃO III -Das Autorizações de Saída
SUBSEÇÃO I - Da Permissão de Saída
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento,

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