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RESUMO PATOLOGIA II – P2 (TEÓRICA) Lucas Magalhães de Oliveira – 2017/2 - FAGOC I. Trato Genital Masculino Seminoma Espermatocítico - Tumor raro, de idade mais tardia (> 65 anos). Tem crecimento lento, não produz metástases. Tem prognostico excelente. - Em contraste com o seminoma típico, não possuem linfócitos, granulomas, sinciciotrofoblastos, locais de origem extratesticular, mistura com os outros tumores de células germinativas e tem associação com ITGCN. - Macroscopia: Tende a apresentar superfície de corte mole, acinzentada e pálida que algumas vezes revela cistos mucoides. - Microscopia: 3 tipos celulares (Células de tamanho médio – principalmente; Células pequenas; e Células gigantes – uni ou multinucleadas). Carcinoma Embrionário - São mais agressivos que os seminomas, se apresentam entre a 2ª e a 3ª década de vida, 75% produzem alfa-feto-proteína, 80% produzem Beta-HCG, e os marcadores mais comuns com seminoma são OCT3/4 e PLAP. - Se diferem por citoqueratina positiva e CD30 positivo, e c-KIT negativo. - Macroscopia: É menor que o seminoma e geralmente não substitui o testículo inteiro; É de coloração pardo- acinzentado e possui focos de hemorragia e necrose. Se estende atrás da túnica albugínea para o epidídimo ou o cordão espermático frequentemente. - Microscopia: Células crescem em padrões alveolares ou tubulares, algumas vezes com convoluções papilares. Possuem elementos epiteliais e embrionários imaturos. Apresentam células pleomórficas, de bordas irregulares, núcleos hipercromáticos com nucléolos evidentes. Mitoses frequentes. Tumor de Saco Vitelino - Carninoma embrionário infantil. Ocorre em crianças de até 3 anos, tendo bom prognóstico. - Macroscopia: O tumor não é encapsulado. Possui aspecto amarelado-esbranquiçado, homogêneo e mucinoso. - Microscopia: Rede reticular de células cuboides ou achatadas, de tamanho médio. Em 50% dos tumores podem apresentar estruturas semelhantes ao seios endodérmicos – Corpos Schiller-Duval (estruturas semelhantes ao saco vitelino circundando vasos). Teratoma - Derivado de 3 tecidos embrionários, apresentam vários componentes celulares ou organoides semelhantes ao derivados normais de mais de uma camada germinativa. - 40% produzem alfa-feto-proteína, 25% produzem Beta- HCG. - Se apresentam na forma de tecidos maduros, bem diferenciados (Teratomas Maduros) – comuns em lactentes e crianças; ou na forma de tecidos imaturos, pouco diferenciados (Teratomas Imaturos) – frequente em adultos, tendo prognóstico reservado. - Macro/Microscopia (aspecto heterogêneo): Pode se apresentar nas formas de epitélio escamoso, cabelo, glândulas sebáceas, tecido neural, músculo, ilhas de cartilagem, estruturas remanescentes de glândula tireoide, epitélio brônquico e parede do intestino. Pênis 1. Tumores Benignos Condiloma Acuminado - Sexualmente transmissível, causado pelo HPV. - Verruga em qualquer superfície monocutânea úmida da genitália externa. - HPV tipos 6 e 11 são os mais comuns. - Morfologia: Excrescências papilares vermelhas únicas ou múltiplas, sésseis ou pedunculadas, variam de 1 a vários milímetros. Tendem a recorrer, raramente progridem para cânceres in situ ou invasivos. 2. Tumores Malignos Lesões pré-neoplásicas: Carcinoma in situ – Doença de Bowen e Papulose Bowenoide. Carcinoma Invasivo - Entre 40 e 70 anos. Antecedido de má higiene; Infecção pelo HPV (50%) – tipos 16 e 18. - Macroscopia: Geralmente começa na glande ou na superfície interna do prepúcio. Pode aparecer na forma papilar, onde as lesões papilares simulam o condiloma acuminado, podendo produzir uma massa vegetante com aspecto de couve-flor; ou na forma plana, onde surgem áreas de espessamento epitelial acompanhadas por áreas acinzentadas e formação de fissuras na superfície mucosa. - Microscopia: Carcinoma de células escamosas com graus variáveis de diferenciação. Testículo - Tipos Histológicos: Germinativos (90-95%); Não- Germinativos (5-10%). - Tipos de Tumores Testiculares: Tumores de células germinativas (seminoma; seminoma espermatocítico; carcinoma embrionário; teratoma; conocorcinoma; tumor do saco vitelino – seio endodérmico); Formas mistas (tumores de células de Leydig; tumores de células de Sertoli). 1. Tumores Germinativos Tumores de Células Germinativas - Fatores de Risco: Criptorquidia; Atrofia testicular; Tumor prévio unilateral; Disgenesia gonadal; Histórico Familiar; Uso materno de estrógenos na gravidez; Traumatismo. Seminoma Clássico - Tipo mais comum de tumor de células germinativas (50%). Ocorrência na 3ª década de vida. Semelhante à disgermonoma (que ocorre no ovário). Crescimento lento, comparado aos não seminomatosos. - Macroscopia: Produzem massas volumosas, algumas vezes correspondendo a dez vezes do tamanho normal, superfície com aspecto lobulado, homogêneo, cinza esbranquiçado, geralmente isento de hemorragia ou necrose. - Microscopia: Célula é grande, redonda-poliédrica, possuindo uma membrana celular distinta, um citoplasma claro ou de aspecto aquoso e um núcleo grande e central com um ou dois núcleos proeminentes, separados por feixes conjuntivos com infiltrado leucocitário. Coriocarcinoma - Forma altamente maligna de tumor testicular. Faz metástases pulmonares precoces, possuindo prognóstico ruim. É raro (< 1% dos tumores germinativos). Produz Beta-HCG. - Macroscopia: Frequentemente não causam aumento testicular e são detectados apenas como um pequenp nódulo palpável. Raramente possuem diâmetro superior à 5cm. É extremamente comum apresentarem necrose e hemorragia. - Microscopia: Se apresentam na forma de dois tipos celulares: (1) Células Sinciciotrofoblásticas – São grandes e possuem núcleos hipercromáticos irregulares ou lobulares, e citoplasma vacuolado eosinofilico abundante; (2) Células Citotrofoblásticas – Células claras mais regulares, com núcleos centrais, únicos. 2. Tumores Mistos Aproximadamente mais de 60% dos tumores testiculares são compostos por mais de um padrão “puro”. As misturas incluem: (1) Teratomas com Carcinomas Embrionários e Tumores do Saco Vitelino; (2) Seminoma com Carcinoma Embrionário; e (3) Carcinoma Embrionário com Teratoma – Teratocarcinoma. Na maioria dos casos o prognostico é agravado pela inclusão de um elemento mais agressivo. Os tumores testiculares possuem disseminação linfática. A disseminação hematogênica ocorre primariamente para os pulmões, porém fígado, cérebro e ossos também podem ser envolvidos. Marcadores Tumorais: Esses tumores frequentemente secretam hormônios polipeptídicos e algumas enzimas que podem ser detectadas no sangue, como por exemplo o HCG, AFP e Lactato desidrogenase. Ø Oncofetais: Alfa-feto-proteína e beta-HCG Ø Enzimas Celulares: Desidrogenase do Ácido Lático (DHL) e Fosfatase Alcalina Placentária. Estadiamento dos Tumores de Testículo Tis Carcinoma in situ (intralobular) T1 Circunscrito ao testículo, sem invasão vásculo-linfática T2 Com invasão vásculo-linfática, invade a túnica vaginal T3 Invade o cordão espermático T4 Invade o escroto Metástases Linfáticas Retroperitoneais Metástases Hematogênicas N0 / N1 / N2 / N3 M0 / M1a / M1b - Prognóstico: Depende do tipo histológico dos tecidos. - Tipo Histológico: Seminomas: Radiossensíveis, melhor prognóstico (95% em estágio I e II, cura). Não-Seminomatosos: Radioresistentes, quimioterapia agressiva (cura em 90%). Coriocarcinoma: Prognóstico desfavorável. - Estágios Clínicos: I – Confinado ao testículo, epidídimo e cordão espermático; II – Disseminação para linfonodos retroperitoniais abaixo do diafragma; III – Metástases fora dos linfonodos retroperitoniais acima do diafragma. Os seminomas tendem a permanecernos testículos por um longo tempo, por isso 70% dos casos se apresentam no estágio clínico I. 60% dos homens com tumores de células germinativas não seminomatosos (NSGCTs) apresentam doença clínica avançada (estágios II e III). NSCGTs sofrem metástases antes, como utilizam a via hematogênica com maior frequência. Resumindo: Em comparação aos seminomas, NSCGTs são biologicamente mais agressivos e em geral apresentam um prognóstico mais limitado. Sinais e Sintomas Aumento de volume testicular 51-61% Dor local 10% Nódulo testicular 23-31% Dor lombar 6% Dor abdominal 6% História de trauma 4-5% Hidrocele 10-20% Massa abdominal 4% Ginecomastia 2% Gânglios inguinais 2% Gânglios supraclaviculares 2-3% 3. Tumores do Estroma Gonadal Cordão Sexual – Não Germinativos Tumores de Célula de Leydig - Corresponde de 1-3% das neoplasias testiculares. A maioria dos casos ocorre na faixa de 20-50 anos. Tem como característica mais comum de apresentação a tumefação testicular, porém em alguns pacientes a ginecomastia pode ser o primeiro sintoma. - Em crianças a precocidade sexual é a característica mais dominante, podendo apresentar produção hormonal com virilização/feminização. - Tratamento: Cirúrgico. Tumores de Células de Sertoli - Menos de 1% das neoplasias testiculares. Aparecimento ocorre em qualquer idade. Pode apresentar ginecomastia. - Tratamento: Cirúrgico. Próstata No adulto normal a próstata pesa aproximadamente 20g, medindo 3cm de comprimento e 4cm de largura. É um órgão retroperitoneal que envolve o colo da bexiga e a uretra, não possuindo cápsula distinta. No adulto, o parênquima prostático pode ser dividido em 4 zonas ou regiões: (1) Zona Periférica – Carcinomas; (2) Zona Central – Hiperplasias; (3) Zona de Transição – Hiperplasias; e (4) Região do Estroma Fibromuscular Anterior. Histologicamente, é composta por glândulas revestidas por duas camadas de células: (1) Camada basal de epitélio cuboide baixo; e (2) Camada de células colunares secretória. Sendo a camada 1 coberta pela 2. Em muitas áreas existem pequenas dobras papilares do epitélio (Invaginações). Estas glândulas são separadas por um estroma fibromuscular abundante. Três processos acometem a glândula prostática: Inflamação, aumento nodular benigno e tumores. 1. Inflamações (Prostatites) A causa mais frequente de prostatite aguda são as bactérias. Os microrganismos chegam à próstata por meio de refluxo intraprostático de urina infectada ou, ocasionalmente por via linfática/hematogênica, a partir de focos de infecção distantes. Manipulação cirúrgica é um fator predisponente importante. Prostatites bacterianas agudas tratadas inadequadamente ou não tratadas, podem evoluir para prostatites crônicas. Prostatite Bacteriana Aguda - Em sua maioria causada por E. coli. Tem difícil diagnóstico e tratamento. Ao exame retal é macia e dolorosa. - Clínica: Febre, calafrios e disúria. - Diagnóstico: Por características clínicas e cultura de urina. - Microscopia: Infiltrado rico em neutrófilos, podendo haver ou não formação de abscessos, áreas focais de necrose, edema difuso, congestão e supuração (resultado de formação de pus). Prostatite Bacteriana Crônica - Causada por E. coli. Tem difícil diagnóstico e tratamento. - Clínica: Pode apresentar dor lombar, disúria e desconforto perineal e suprapúbico. Pode ser assintomática. História de infecções recorrentes do trato urinário (cistite; uretrite). - Diagnóstico: Depende da demonstração de leucocitose em secreções prostáticas, juntamente com culturas bacterianas positivas. - Microscopia: Reação inflamatória, presença de numerosos linfócitos e PMN. Aumento Benigno (Hiperplasia Prostática Benigna) Consiste em crescimento nodular do órgão resultante de proliferação não neoplásica do estroma e das glândulas prostáticas. Extremamente comum em homens acima de 50 anos. 20% dos homens de 40 anos de idade; 70% aos 60 anos de idade; e 90% aos 70 anos de idade. Etiopatogenia (Há duas hipóteses) 1 – Ação de Fatores de Crescimento Locais Interações entre estroma e epitélio glandular parecem cruciais na patogênese da hiperplasia. No início, os nódulos são estromatosos por ação de provável produção local de fatores de crescimento. Com o tempo, as células estromais da região periuretral induzem proliferação intranodular de ductos e ácinos, surgindo, assim, os nódulos estromatoglandulares. Provável ação de fatores de crescimento => nódulos estromatosos => proliferação intranodular de ductos e ácinos => nódulos estromatoglandulares 2 – Ação de Fatores Hormonais Envelhecimento: a frequência de HPB aumenta com a idade. Na senilidade há redução progressiva da testosterona. Apesar dessa redução, os valores de di- hidrotestosterona (DHT) permanecem normais. A DHT, que modula a proliferação e a função do epitélio glandular, resulta da conversão de testosterona (T) pela enzima 5-alfa-redutase, principalmente nas células do estroma prostático. Ligação da DHT ao receptor andrógeno induz a expressão de genes que codificam fatores de crescimento (p. ex. FGF, TGF-beta), que promovem a proliferação de células epiteliais e do estroma prostático. Receptores alfa-adrenérgicos: Estímulo aumentado, leva à maior contração do componente fibromuscular. Envolve Componentes: Estático, dinâmico e vesical (falência do músculo). - Morfologia: Formação de nódulos bem definidos; Lúmen em fenda; e Cor e consistência variados. Em caso de aumento prostático, a próstata atinge 60-100g. Varia conforme os lobos acometidos e a constituição histológica do nódulo. Na maioria das vezes, tanto os lobos laterais como o médio estão comprometidos; Com menor frequência, somente os lobos laterais estão afetados. - Microscopia: Presença de nódulos; Proliferação glandular; Proliferação fibromuscular do estroma; Glândulas dilatadas, com tamanho variado e revestidas por duas camadas (interna – epitélio colunar; e externa – epitélio cuboide). A característica típica da Hiperplasia Prostática Benigna é a nodularidade; Nódulos apresentando: Ø Proliferação principalmente glandular: Tecido rosa-amarelado; consistência macia; e presença de líquido prostático branco leitoso. Ø Proliferação fibromuscular: Tecido cinza pálido; sem exsudação de líquido prostático brando leitoso; e consistência endurecida. - Clínica: Maior tamanho da glândula e a contração mediada pelos músculos lisos da próstata causando obstrução uretral; Aumento da resistência ao fluxo urinário levando à hipertrofia e distensão da bexiga, acompanhada por retenção urinária; e incapacidade de esvaziar a bexiga, criando um reservatório residual propenso a desenvolver infecções. Pacientes vão apresentar aumento da frequência urinária, noctúria e disúria, urgência miccional, jato urinário fraco, hesitação, intermitência, gotejamento urinário, esvaziamento incompleto e micção em dois tempos. - Diagnóstico: Toque retal, observando tamanho, consistência e presença de nódulos. Exame de urina, ureia, creatinina e PSA. Como exame complementar pode se realizar uma ultrassonografia. - Diagnóstico Diferencial: Estenose de uretra; Uretrite; Divertículo da uretra; Prostatite; Adenocarcinoma; Carcinoma urotelial; e Cistite. - Tratamento: (1) Conservador – diminuição da ingesta hídrica, álcool e cafeína; (2) Clínico – alfa-bloqueadores adrenérgicos e inibidores da alfa-redutase; e (3) Cirúrgico – ressecção transuretral ou ressecção transuretral com green laser ou prostatectomia aberta com enucleação. - Avaliar: Retenção urinária; Infecção de Repetição; Calculose vesical; Hematúria recorrente; outros. 2. Tumores – Neoplasia de Próstata Adenocarcinomade Próstata - É a forma mais comum de câncer em homens. Segunda maior causa de morte. O câncer de próstata tipicamente é uma doença de homens acima de 50 anos de idade. 80% são androgênio-dependentes. - Fatores de Risco: Histórico familiar; idade; raça; PSA 4- 10 ng/mL mostra risco de 25%; PSA > 10 ng/mL mostra risco superior à 50%. - Alterações Genéticas: Mutações do gene p53 – pouco comum; Hipermetilação do gene promotor da glutationa- S-transferase (GSTP1), presente em 90% dos casos. - Macroscopia: Em 70% dos casos o carcinoma prostático surge na zona periférica, classicamente na porção posterior da glândula, onde poderá ser palpável no exame retal. O tecido neoplásico é granuloso e firma, massa sólida e branca. Disseminação Local: Vesícula seminal e base da bexiga. Disseminação à Distância: Ossos (Coluna lombar, fêmur proximal, pelve, coluna torácica e costelas). - Microscopia: Glândulas pequenas e amontoadas. Núcleos aumentados e nucléolos proeminentes. Ausência de Invaginações. Citoplasma escuro. Revestimento único, com ausência de células basais. Importante: Invasão perineural (bainha de tecido conjuntivo que envolve casa fascículo nervoso). - Diagnóstico: Biópsia por agulha guiada por ultrassonografia transretal. Exame retal. USG, ressonância e cintilografia (avaliação e estadiamento). Classificação e Estadiamento Sistema de Gleason GRAU 1 Bem diferenciado GRAU 2, 3, 4 Situados entre os graus 1 e 5 GRAU 5 Não apresentam diferenciação glandular, as células tumorais infiltram o estroma. Escore de Gleason Combinado Padrão Dominante Grau Primário Padrão Subdominante Grau Secundário Grau Primário + Grau Secundário - Baixo Grau: 2 a 4 - Grau Intermediário: 5 e 6 - Mod. / Fraca diferenciação: 7 - Alto Grau: Não apresentam diferenciação glandular, as células se infiltram no estroma - Quadro Clínico: (1) Doença Localizada: Ausência de sintomas urinários, nódulo suspeito ao exame retal, PSA elevado e prognóstico variado de acordo com a escala Gleason. (2) Doença Localmente Avançada: Invasão de cápsula, invasão de meato uretral, colo vesical, sintomas irritativos e obstrutivos, hemoespermia e hematúria. (3) Doença Metastática: Dor lombar – metástases vertebrais, compressão medular, fratura, astenia e emagrecimento e prognóstico ruim. - Complicações da Prostatectomia: Incontinência urinária (5-20%); e Disfunção erétil (50-80%). - Tratamento: Depende do estadiamento, idade e estado de saúde geral do paciente. (1) Doença Localizada: Prostatavesilectomia radial. (2) Doença Avançada e Metastática: Radioterapia e Terapia hormonal. (3) Dosagens de PSA e acompanhamento 3. Tumores Diversos Adenocarcinomas Ductais Ductos Prostáticos Periféricos: Clinicamente semelhante ao câncer de próstata comum. Ductos Prostáticos Periuretrais: Clinicamente semelhante ao câncer urotelial (hematúria, sintomas obstrutivos da bexiga). - Prognóstico: Ruim. Quando a detecção é precoce pode ser curado. - Tratamento: Cirúrgico e Radiológico. II. Trato Urinário Inferior e Rins - Fatores de Risco: Obstrução do sistema urinário, congênita ou adquirida, instrumentação do sistema urinário, refluxo vesicoureteral, gravidez, diabetes, etc. Três complicações da pielonefrite aguda são encontradas em circunstâncias especiais: Complicações – Pielonefrite Aguda - Necrose de Papila: Na superfície de corte, as pontas ou os dois terços distais das pirâmides apresentam áreas de necrose branco-acinzentadas a amareladas. Ao exame microscópico, o tecido necrótico demonstra necrose coagulativa característica. - Pionefrose: O exsudato supurativo é incapaz de drenar, e portanto, preenche a pelve renal, cálices e ureter, produzindo pionefrose. - Abscesso Perinéfrico: Extensão da inflamação supurativa para o tecido perinéfrico. Pielonefrite Crônica Deriva de infecções bacterianas constantes (pielonefrites agudas de repetição) que podem ser mais ou menos graves, e que ocorrem, frequentemente, durante um período alargado. Existe uma destruição generalizada de néfrons, que são substituídos por tecido de cicatrização. Isto pode levar à uma insuficiência renal crônica terminal (IRCT). É um transtorno renal tubulointersticial crônico em que a inflamação tubulointersticial e a cicatrização renal estão associados ao envolvimento patológico dos cálices e da pelve. - Quadro Clínico: Pode ter inicio insidioso ou se apresentar com manifestações clínicas de pielonefrite recorrente aguda, com dor lombar, febre, piúria frequente e bacteriúria. - Morfologia: As alterações características da pielonefrite crônica são vistas ao exame macroscópico. Os rins geralmente se encontram irregularmente cicatrizados. A marca característica é a cicatriz corticomedular áspera e discreta sobreposta a um cálice dilatado, plano ou deformado. As alterações microscópicas envolvem predominantemente os túbulos e o interstício. Os túbulos demonstram atrofia em algumas áreas e hipertrofia ou dilatação em outras, que podem ser preenchidas com cilindros coloides. Há graus variáveis de inflamação intersticial crônica e fibrose no córtex e medula. Frequentemente há fibrose ao redor do epitélio dos cálices, bem como um infiltrado inflamatório crônico acentuado, podem estar presentes diversas alterações glomerulares. Classificação - Nefropatia de Refluxo: O envolvimento renal na nefropatia de refluxo ocorre precocemente na infância como resultado de sobreposição de infecção urinária ao refluxo vesicoureteral congênito e refluxo intra- renal, este condicionado pelo numero de papilas potencialmente suscetíveis ao refluxo. - Pielonefrite Obstrutiva Crônica: A obstrução predispõe o rim à infecção. Infecções recorrentes sobrepostas a lesões obstrutivas difusas ou localizadas levam à episódios recorrentes de inflamação e cicatrização renal. Cistite Inflamação aguda ou crônica inespecífica da bexiga. Apresenta hiperemia, as vezes com exsudato e fibrina. - Clínica: Polaciúria; dor suprapúbica; disúria; odor forte da urina; urina turva; hematúria Ø Sintomas com início há 24 horas, com duração de 3 a 5 dias. Diferenças Morfológicas Cistite Aguda - Cistite Hemorrágica: Pacientes recebendo medicamento antitumorais citotóxicos; ou infecção por adenovírus. - Cistite Supurativa. - Cistite Ulcerativa. Cistite Crônica - Cistite Eosinofílica: Infiltração de eosinófilos submucosos e fibrose. - Cistite Folicular: Hiperplasia folicular linfoide. - Cistite Viral: Atipias epiteliais Crônicas Especiais - Cistite Intersticial (Úlcera de Hunner): Fissuras em mucosas, inflamação transmural com mastócitos e fibrose. - Cistite Glandular ou Cística: Transformação cística dos ninhos de urotélio (Ninhos de Von Brunn) e transformação glandular cística com células caliciformes (metaplasia intestinal). - Cistite Polipóide: Projeções polipoides como resultado do edema submucoso, lesão irritativa. - Malacoplaquia: Placas amarelas elevadas (3-4 cm) e macrófagos granulosos, com depósitos de cálcio citoplasmáticos. Etiologia: Infecção bacteriana crônica (E. coli). Ø Mais frequente em imunossuprimidos. Diagnóstico: Exame de urina, acompanhado da cultura da urina (urocultura). Além de citoscopia, RX ou ultrassonografia. Pielonefrite Causada por infecção bacteriana e é a principal lesão renal associada à infecção do sistema urinário. Pielonefrite Aguda É causada por uma infecção bacteriana aguda, nomeadamente por bactérias gram-negativas, que fazem parte da microbiota intestinal (E. coli; Klebsiella; Proteus). - Morfologia: Tem como principais características a inflamação intersticial focal, agregados intretubularesde neutrófilos e necrose tubular. A supuração pode ocorrer como abscessos focais discretos. A distribuição destas lesões é irregular, mas na pielonefrite associada à refluxo, ocorrem mais comumente nos polos superior e inferior. Em pouco tempo o infiltrado de neutrófilos envolve os túbulos e produz um abscesso característico, com a destruição dos túbulos englobados. - Quadro Clínico: Geralmente de início súbito, com dor no ângulo costovertebral e evidências sistêmicas de infecção, como febre e astenia. Normalmente há indicações de irritação vesical e uretral. - Diagnóstico: Para um diagnóstico conclusivo é feito um exame de urina simples e um exame de sangue que irá confirmar a infecção. Através da urocultura, será elucidado o tipo de bactéria que está causando a infecção, deste modo, é feito um antibiograma para identificar quais antibióticos serão efetivos no tratamento da infecção em questão. Caso o paciente tenha alguma obstrução ou anormalidade anatômica no trato urinário, podem ser solicitados exames complementares como uma ultrassonografia, uma tomografia computadorizada, uma urografia excretora ou uma citoscopia. Ø Para a pielonefrite aguda, o diagnóstico de infecção é estabelecido por urinocultura quantitativa. Ø Para a pielonefrite crônica, estudos radiográficos demonstram rins assimetricamente diminuídos, com cicatrizes ásperas características e aplainamento e deformidade do sistema calicial. Pode haver bacteriúria significativa. O surgimento de proteinúria e glomerulosclerose segmentar e focal é um mau sinal prognóstico. Síndrome Nefrítica É decorrente de uma doença glomerular e é denominada por um inicio agudo de uma hematúria geralmente muito visível (células sanguíneas vermelhas na urina), proteinúria branda a moderada e hipertensão; esta é a apresentação clássica da glomerulonefrite pós- estreptocócica aguda. A proteinúria e o edema são comuns, mas não são tão graves quanto aqueles encontrados em síndrome nefrótica. - Clínica: Hematúria; Azotemia; Proteinúria variável; Oligúria; Edema; e Hipertensão. - Patogenia: Mediada por complexos imunológicos; Antígenos circulantes ou plantados. Manifestações Clínicas Síndrome Nefrótica Síndrome Nefrítica Edema insidioso, intenso, mole, frio e depressível. Edema nulo/discreto, de aparecimento recente. PA normal (pode haver elevação ocasional e temporária. PA elevada. Pode se associar à cefaleia, dor abdominal, câimbras, convulsões. Cursa cefaleia, náuseas, vômitos, anorexia. Dor no flanco ou lombalgia. Complicações: Trombose arterial ou venosa periférica, trombose de veia renal e embolia pulmonar. Em quadros graves: congestão cardíaca, encefalopatia hipertensiva, insuficiência aguda. Síndrome Nefrótica É o desarranjo nas paredes capilares glomerulares resultando em aumento da permeabilidade para proteínas plasmáticas (pequenas rachaduras que não sangram). - Clínica: Proteinúria massiva, hipoalbuminemia, edema generalizado, hiperlipidemia e lipiduria. - Causas: Diabetes Mellitus, lúpus, amiloidose. Lesões Glomerulares Primárias I. Nefropatia Membranosa - É a causa mais comum. - Se caracteriza pelo espessamento difuso da parede capilar glomerular devido ao acúmulo de deposito eletrodenso contendo IgG, ao longo do lado subepitelial da membrana basal. - Causas: Drogas (AINES), tumor maligno, lúpus, doenças autoimunes e infecções (hepatite B e C, e sífilis). - Microscopia: Caracterizada pelo espessamento uniforme e difuso da parede capilar glomerular. II. Doença da Lesão Mínima - É mais frequente em crianças. - Se caracteriza pela destruição difusa dos podócitos nos glomérulos que aparecem normais em microscopia. - Responde bem à corticoterapia. - Associada à infecções respiratórias, imunizações e rinite. - Lesão das células epiteliais viscerais, uniforme e difusa. - NÃO há hipertensão e hematúria. III. Glomeruloesclerose Segmentar Focal - Tem origem idiopática e fatores de risco são HIV e anemia falciforme. - Se caracteriza pela esclerose de alguns glomérulos e somente uma porção do tufo está envolvida. - Hematúria, proteinúria massiva, hipertensão, fraca resposta à corticoterapia. - Lesão dos glomérulos justamedulares, hialinose, espessamento das arteríolas aferentes, levando à fibrose intersticial. IV. Glomerulonefrite Membranoploriferativa - Ocorre alterações na membrana basal glomerular, infiltração leucocítica com ativação do complemento. - Glomérulos grandes e hipercelulares - Membrana basal espessa com contorno duplo. - GNMP I: Maioria; depósito eletrodenso subepitelial de C3 e IgG. - GNMP II: Depósito denso. Membrana basal é transformada em uma estrutura irregular fina. Angiomiolipoma e Adenoma Papilar Angiomiolipoma Constitui cerca de 0,7-2% dos tumores renais, estando associado à esclerose tuberosa em cerca de 50% dos casos, os quais são mais comuns em mulheres entre 25 e 35 anos. Em casos esporádicos incidem igualmente em ambos os gêneros, sendo mais encontrados entre 45 e 55 anos. - Morfologia: Se apresenta em nódulos únicos ou múltiplos, quase sempre menores do que 1cm, quando capsulares, e com 3-20cm, quando intrarrenais. Os nódulos são amarelados e lobulados, com hemorragia frequente. O tumor é constituído por tecido adiposo, vasos sanguíneos e células musculares lisas. É devido ao componente de gordura que o diagnóstico pode muitas vezes ser sugerido por uma tumografia computadorizada. - A variante epitelióide do angiomiolipoma, associada em 50% dos casos a esclerose tubulosa e diagnosticada em torno dos 40 anos de idade, pode dar metástase e é considerada potencialmente maligna. Portanto, neste caso o tumor forma uma massa volumosa, infiltrativa e com áreas de necrose. As células são epitelióides e tem citoplasma amplo, eosinofílico ou claro, núcleos aumentados, nucléolos evidentes, sendo ocasionalmente multinucleadas. - Características: Apresentam lesões no córtex cerebral que produzem epilepsia e retardo mental, uma variedade de anormalidades da pele e tumores benignos incomuns em outros locais, como no coração. A sua importância clínica dos angiomiolipomas é amplamente decorrente de sua suscetibilidade à hemorragia espontânea. Adenoma Papilar Trata-se de tumor pequeno, medindo em geral 0,1 a 0,5 cm, assintomático e de achado acidental. É frequente, sendo encontrado em mais de 10% dos indivíduos com menos de 40 anos e em cerca de 40% daqueles com mais de 70 anos. Ocorre particularmente em rins contraídos e, de modo especial, em indivíduos submetidos a diálise por longo período. - Características: Atualmente consideram-se adenoma os tumores com menos de 0,5 cm de diâmetro. No entanto, tumores com mais de 0,5 cm de diâmetro podem ter comportamento benigno. Independentemente do tamanho, o adenoma e o carcinoma têm características histogenéticas, histológicas, ultraestruturais, histoquímicas e imunológicas comuns. Além disso, os adenomas ocorrem mais frequentemente em rins com carcinoma, podendo ambos incidir na mesma faixa etária. Esses e outros fatores complicam o diagnóstico diferencial. Ao mesmo tempo, é sabido que o carcinoma renal pode se originar de um adenoma. Aliás, alguns consideram que o adenoma é um carcinoma renal que ainda não deu metástases. O adenoma, porém, é muito mais frequente do que o carcinoma renal. - Morfologia: O adenoma renal localiza-se na cortical e não possui cápsula, embora seja bem distinto do parênquima adjacente; Possuem coloração cinza ou amarelo-clara, discretos e circunscritos. Em geral, suas células formam papilas ramificadas ou túbulos e são pequenas, cuboides ou poligonais, de citoplasma claro e núcleos centrais, de tamanho uniforme; Mitosessão incomuns. Oncocitoma Tumor epitelial benigno composto de grandes células eosinofílicas, e com núcleos pequenos e redondos com um nucléolo grande. São originados das células intercaladas dos ductos coletores. Incidem principalmente na faixa de 50 a 80 anos, acometendo 3H/1M. - Morfologia: Na macroscopia são castanhos, relativamente homogêneo e encapsulado; Raramente apresenta massa palpável e hematúria. As células eosinofílicas apresentam inúmeras mitocôndrias Tumor de Células Claras - Tumor maligno que mais acomete o rim (70-80%). - Morfologia: Apresenta-se em cor amarelada por acúmulo de lipídeos, dando lhe aspecto claro; São bem delimitados. Possuem citoplasma amplo e incolor, recheado de lipídeos, núcleos uniformes e com certo grau de atipia. São ricamente vascularizados e as células neoplásicas estão em cordões entre os vasos. - Fatores de Risco: O principal é o tabagismo, mas fatores como obesidade, hereditariedade e o mal de Von Hippel-Lindau – VHL – também podem influenciar. - 98% dos casos estão associados a defeitos no gene VHL, que é um gene supressor tumoral (a proteína codificada por esse gene tem papel importante na regulação do ciclo celular e na angiogênese). - Principal foco de metástases são os pulmões e os ossos. Tumor de Wilms Câncer maligno mais comum em crianças (cerca de 90% na infância), tendo a maior incidência na faixa entre 2-3 anos. - Podem estar localizados em qualquer local dos rins; Faz metástases principalmente para pulmões, linfonodos regionais e fígado. - Clínica: Os sintomas são, principalmente, dor abdominal, hematúria indolor e febre, ocorre aparecimento de massa abdominal palpável. - O índice de cura é de cerca de 90% Possui três componentes: Componentes Blastematoso Células pequenas, indiferenciadas, formando ilhotas, podendo apresentar focos de necrose no centro da lesão. Epitelial É a diferenciação das células blastemerosas em túbulos ou glomérulos. Estromal Sofre diferenciação em tecidos cartilaginoso, muscular e adiposo. III. Patologias da Glândula Tireoide Hipertireoidismo Tireotoxicose: Síndrome clínica devido ao excesso de hormônio tireoidiano. Ø Tireotoxicose Factícia (exógena): Uso de hormônios tireoidianos. Hipertireoidismo: Excesso de produção de hormônios tireoidianos pela tireoide (hiperfunção da glândula). Tireoidite: Rompe folículos e aumenta a liberação de hormônios. Tecido Tireoidiano Ectópico: Teratoma; Metastases. Doença de Graves - Tireoidite crônica autoimune mediada por uma resposta humoral (preferencial). - 60-80% dos casos; Mais comum na terceira e quarta década de vida. - TSH-Receptor Antibody (TSHRabs). - Ação estimulatória (mimetiza TSH). Bócio Multinodular Tóxico - Derivam de bócios simples, de longa duração. - São nódulos constituídos por células hiperfuncionantes, que apresentam propriedades de sintetizar e secretar os hormônios tireoidianos. - Hiperprodução hormonal inibe a secreção de TSH, ocorre supressão funcional do parênquima adjacente à área nodular. - Exame cintilográfico revela captação exclusiva aos tecidos hiperfuncionantes, de vários nódulos hipercaptantes, entremeado às regiões não concentrantes do radioisótopo. - Etiologia: Deficiência de Iodo (mais jovem); Mutações no receptor do TSH ou na subunidade alfa estimuladora da proteína ligadora guanina-nucleotídeo (que promove a ativação do receptor ou seu efeito quando estimulado, mesmo sem a presença do TSH). - Tem evolução longa e inicialmente é atóxica (primeiros 30-40 anos). - A conversão de atóxico (eutireideo) para tóxico (tireotóxico) é mais comum em bócios mais volumosos. Hipertireoidismo Familiar Não-Autoimune - Mutação em ativadores de receptor de TSH. - Herança autossômica dominante. - Anticorpos negativos. - Inicio precoce. Características do Hipertireoidismo Ocorre hiperatividade adrenérgica, o que leva à: Perda de peso e de massa magra; Aumento do apetite Vasodilatação -> Redução da RVP -> Queda de PAD Hiperdefecação Queda de cabelo Sudorese excessiva; Mãos úmidas e quentes Agitação psicomotora Taquicardia em repouso Irritabilidade/Insônia Intolerância ao exercicío Taquicinese/Psicose Aumento do inotropismo, o que leva ao aumento de PAS e PP Globo ocular saliente / Onicólise Hipotireoidismo Tireoidite de Hashimoto Doença autoimune na qual o próprio organismo produz anticorpos contra a glândula tireoide, levando a uma inflamação crônica que pode acarretar o aumento do volume da glândula (Bócio) e diminuição do seu funcionamento (Hipotireoidismo). Geralmente esses anticorpos são contra a tireoglobulina. Ocorre a destruição do parênquima glandular, o que leva a uma deficiência hormonal. Predomina entre os 45-65 anos de idade e afeta mais as mulheres do que os homens. - Macroscopia: A glândula se apresenta em tamanho aumentado, com volume difuso e irregular. - Microscopia: Extenso infiltrado de linfócitos, plasmócitos e macrófagos; Presença de células com citoplasma abundante e eosinofílico (Hurthle); Apresenta delicada fibrose; E folículos tireoidianos atróficos. - Patogênese: Há insuficiência tireoidiana gradual devido a destruição das células foliculares, ação mediada pela resposta imune. Deficiência de Iodo – Bócio Endêmico Bócios volumosos que, em quadros severos, pode causar retardo mental. Hipotireoidismo Central Os sintomas de hipotireoidismo central (causado por doenças da hipófise ou do hipotálamo) incluem os do hipotireoidismo periférico (fragilidade, intolerância ao frio, ganho de peso), com ou sem outros sintomas de hipopituitarismo, incluindo hipogonadismo e insuficiência adrenal secundaria. - Os sinais ao exame físico que podem indicar hipotireoidismo incluem alterações cutâneas, queda de cabelos e bradicardia. - Diagnóstico: Avaliação do TSH sérico (pode estar baixo, normal ou minimamente elevado), e do T4 Livre (deve estar baixo). - Causas: Adenomas hipofisários; TCE; Cirurgia ou Irradiação da hipófise e/ou hipotálamo; Tratamento com iodo radioativo; Infecções por tuberculose e sífilis; Hipopituitarismo; e Deficiência isolada e TSH. - Clínica: Redução da atividade metabólica; Abatimento, depressão, fadiga, perda da memória, raciocínio lento, sono, hipotermia, perda de apetite, ganho de peso, edema mixedematoso, macroglossia (lígua ampliada), alopecia (perda de cabelo), síndrome do túnel do carpo, bradicardia, aumento da resistência vascular periférica e mixedema. - Diagnostico: Baseado nos níveis de TSH (04-4,0mUl/L). Pequenas variações de T4 livre geram grandes alterações no TSH: Hipotireoidismo Níveis de TSH e T4 Livre Clínico TSH – Alto T4 – Baixo Subclínico TSH – Pouco Elevado T4 – Normal Central TSH – Normal/Baixo T4 – Baixo - Clínica: Aumento difuso e moderado da glândula, que tem característica firme à palpação. Ocorre aumento difuso da vascularização (frêmito vascular e sopro audível na glândula hiperplásica). Ocorre retração palpebral (aumento da fenda palpebral). Ø Oftalmopatia da Doença de Graves: Inflamação, causando edema e hiperemia; Alteração da musculatura retrorbital (motoras); Exoftalmia (edema do conjuntivo retrorbitário). Ø Palpação: Nódulo único (> 3cm) – Considerar adenoma; Dor à palpação – Considerar tireoidite subaguda; Ausência de bócio – Considerar tireotoxicose factícia ou teratoma. Diagnóstico TSH Baixo < 0,1 mU/L T4 Livre Aumentado Tireotoxicose Factícia TSH Baixo T4 Livre Baixo T3 Livre Aumentado - Tratamento: Medicamento anti-tireoidianos que inibem a TPO; Iodo radioativo; E cirurgia. HipertireoidismoSubclínico - TSH diminuído com T3 e T4 normais - Prevalência estimada em 2% nos adultos, principalmente em mulheres idosas. - Causas: Doença de Graves, Plummer; Uso de levotiroxina para hipotireoidismo (doses excessivas). - Riscos: Disfunção cardíaca; Fibrilação atrial; e perda de massa óssea em mulheres na menopausa. Tireoidite Tireoidite Granulomatosa Sub-Aguda - É menos frequente que a de Hashimoto. - Patogenia: Infecção viral; Ocorre entre 30-50 anos; Principalmente mulheres. - Relacionados à infecção por vírus do sarampo caxumba e outras doenças virais. - Macroscopia: Aumento do volume da glândula. - Microscopia: As lesões iniciais ocorrem com a ruptura dos folículos da tireoide, com presença de infiltrado neutrofílico. As lesões avançadas são caracterizadas pela presença de linfócitos, histiócitos e plasmócitos em volta dos folículos gigantes multinucleadas. - Clínica: Dor cervical que irradia para a mandíbula, garganta e ouvido, febre, fadiga, anorexia e mialgia. As manifestações clinicas diminuem após duas a seis semanas do curso da doença. Tireoidite Linfocítica Sub-Aguda (Indolor) - Causa rara de aumento da glândula. - Patogenia: Causa desconhecida; Período pós-parto. - Macroscopia: Aumento do volume da glândula. - Microscopia: Extenso infiltrado de linfócitos, sem presença de centro germinativo. - Manifestações Clínicas: Principal manifestação é o hipertireoidismo. IV. Neoplasias da Tireoide - Macroscopia: São nódulos isolados, bem circunscritos. - Microscopia: Tem padrão histológico microfolicular, cheio de coliode; Pode apresentar, ao contrário, arquitetura trabecular. - Caráter de Malignidade: Invasão de cápsula e parede de vaso. Ø Carcinoma papilífero pode ter padrão folicular. - Clínica: Nódulos frios e indolores aumentados que crescem lentamente; Linfonodos raramente envolvidos; Disseminação hematogênica; 70-80% dos pacientes desenvolvem metástases, principalmente para ossos, pulmões e fígado; 50% dos pacientes morrem num período de 10 anos. Carcinoma Papilífero - Patogenia: É o mais comum da tireoide, é mais frequente em mulheres, ocorre em qualquer faixa de idade, sendo mais comum entre 20-50 anos. Está associado a exposição prévia à radiação ionizante. - Macroscopia: Solitário ou multifocal. - Microscopia: Lesões papilares; Variante folicular. Ø Obs.: O diagnóstico do carcinoma papilífero é baseado em aspectos nucleares (citológicos). - Aspectos Citológicos e Histológicos: Núcleos vazios e hipocromaticos, desprovidos de nucléolos; Presença de sulcos nucleares; Inclusões intranucleares eosinofílicas. - Clínica: Nódulos assintomáticos na tireoide; Linfonodos cervicais aumentados de tamanho; Rouquidão; Fadiga; Tosse; Dispneia. Prognostico excelente (>90%) e Metástases raras (5-15%) especialmente por via hematogênica, acometendo principalmente os pulmões. Carcinoma Medular - Patogenia: É uma neoplasia neuroendócrina derivada das células parafoliculares (células C), que podem secretar calcitonina (detectada na IHC), não cursam com hipocalcemia. Incidência maior na faixa de 40-60 anos. - Macroscopia: Pode ser solitário ou múltiplo. - Microscopia: É constituído por células poligonais ou fusiformes, distribuídas na forma de ninhos. Em muitos casos há presença de depósito amiloide. - Clínica: Massa que pode ser acompanhada de disfagia, rouquidão, tosse, síndrome de Cushing e diarreia. Carcinoma Anaplásico - Microscopia: Composto por células altamente anaplásicas, contendo células gigantes pleomórficas, células fusiformes, células pequenas; Positivo para citoqueratina e negativo para tireoglobulina. - Clínica: Representa 5% dos carcinomas tireoidianos, é mais comum em pacientes idosos, possui crescimento rápido, sendo tumores altamente agressivos e indiferenciados. Não há tratamento efetivo, e, portanto, o prognóstico é ruim, com metástases frequentes, mortalidade é de 100% em menos de um ano. Há comprometimento das estruturas vitais no pescoço. PAAF - Tem limitações no diagnostico de carcinoma folicular, assim o diagnostico é feito pela parafina. Tratamento - Tireoidectomia; Ablação com iodo radioativo; Outros. Neoplasia da Tireoide Neoplasia Benigna - Adenoma Neoplasias Malignas - Carcinoma Papilífero (> 85%) - Carcinoma Folicular (5-15%) - Carcinoma Medular (5%) - Carcinoma Anaplasico (< 5%) Adenoma Folicular - Macroscopia: Lesão solitária, bem demarcada, separada do parênquima por capsula fibrosa. - Microscopia: As células do adenoma formam folículos de aparência uniforme e com coloide. O adenoma diferencia-se do carcinoma folicular por não conter vascular e de cápsula. - Clínica: Massa indolor solitária; Na cintilografia aparece como nódulos frios, exceto nos adenomas tóxicos. Adenoma Folicular Tóxico - Nódulo único (>3 cm); Mutação de ganho de função (receptor de TSH); Autonomia tireoidiana. - Células foliculares mutantes se proliferam. - Não é considerada precursora de carcinomas. - Cintilografia: Aumento da captação de iodo radioativo pelo nódulo. Quando Suspeitar de Lesão Maligna - Sexo Masculino; - Idade <20 e >70 anos; - História de exposição à radiação ionizante ou radioterapia cervical na infância ou adolescência; - Diagnóstico prévio de câncer de tireoide tratado com tireoidectomia parcial; - História familiar (em parente de primeiro grau) de neoplasia tireoidiana, em especial se houver mais de dois membros afetados, no caso de carcinoma diferenciado; - Síndromes hereditárias, como neoplasia endócrina múltipla tipo II (NEM2), polipose adenomatosa familiar e outras; - Nódulo volumoso ou com rápido crescimento, com sintomas compressivos; - Lesão endurecida, pouco móvel e aderida a planos profundos; - Nódulo associado à paralisia ipsilateral de corda vocal; - Linfodenomegalia cervical. Indicação de PAAF - Basear na história clínica. - Tamanho da lesão e nos achados ultrassonográficos, excluindo-se o nódulo hipercaptante ou puramente cístico. - Resultados do estudo citológico seguem os critérios da classificação de Bethesda, de 2009, que, além de qualificar os achados em seis categorias diferentes, sugere uma conduta para cada uma delas. Carcinoma Folicular - Patogenia: 10-20% dos tumores tireoidianos; Predomina no sexo feminino; Maior incidência ente 40- 60 anos; Relacionada à áreas endêmicas para carência de iodo. V. Neoplasias do SNC Meduloblastoma - Localizado no cerebelo. Comum em crianças. - Morfologia: Bem delimitado, infiltrativo, bem circunscrito, sem hemorragia. - Clínica: Hipertensão intracraniana causada pela lesão expansiva e pela obstrução do IV ventrículo. Ataxia cerebelar, caracterizada por distúrbios na marcha e quedas frequentes. Meningioma - Insidiosos, ligados a dura-máter. Frequente em adultos. - Macroscopia: Sem necrose ou hemorragia, consistência fibrosa. Corpos psmamomatosos. Crescimento lento. Compressão de estruturas subajacentes do encéfalo. Padrões de Crescimento (Geral) - Expansivo: Não invadiu o tecido. Cresce comprimindo o parênquima cerebral. Quanto maior o tamanho, pior a sintomatologia. - Infiltrativo: Destruiu o parênquima. O crescimento tem origem dentro do parênquima cerebral. - Não invade o sistema linfático ou sistema sanguíneo. - A disseminação é dentro do próprio SNC, pelo corpo caloso ou pela circulação do líquor. - Meduloblastoma: Mais agressivo, com pior prognóstico. Carolina Rezende Sotto-Maior Caráter - Existem neoplasias benignas com comportamento maligno. - A localização influencia muito, pois pode ter um tumor benigno em um local importante, como o tronco encefálico, podendo causar uma sintomatologia pior. - Existem tumores benignos que estãoem locais de difícil acesso ou com grande risco cirúrgico. Carolina Rezende Sotto-Maior Neoplasias do SNC - Não existe TNM para SNC. Estadiamento é feito a partir das características histológicas. - Células da Glia = Função de sustentação do sistema nervoso central. -São graduados de grau I ao IV. -Podem ser infiltrativos (como o glioma) ou expansivos (meningioma). - Metastático: Não geram metástase fora do SNC. - Podem disseminar dentro do SNC pelo líquor ou pelo corpo caloso, que une os dois hemisférios. Astrocitoma pilocítico - É benigno, bom prognóstico. - Afeta o cerebelo; Crianças e adultos jovens. - Microscopia: Fibras de Rosenthal e corpúsculos granulares eosinofílicos. Não há necrose, nem mitoses. Astrocitoma infiltrativo - Maior parte dos tumores do encéfalo nos adultos. - Afeta o tronco, o cérebro e a medula. - Gera convulsões, cefaleia e déficit cognitivo. - Histologicamente: Difuso, anaplásico e o glioblastoma. Ø Difuso: Mal delimitado, há degeneração cística. Ø Anaplásico: Elevadas figuras de mitose, pleomorfismo. Glioblastoma - Necrose com degeneração cística e hemorrágica. Pode se propagar pelo corpo caloso (forma o tumor em asa de borboleta). - Não há metástase fora do SNC. - Há anaplasia, áreas de necrose e pseudopaliçada. Oligodendroglioma - Afeta os hemisférios cerebrais, com crises convulsivas 40 a 50 anos de idade. - Grau de malignidade II da OMS, e pode aumentar nas recidivas, passando a grau III, ou oligodendrogliomaanaplásico. - Morfologia: É acinzentado, gelatinoso e bem circunscrito. Ependioma - Afeta medula espinhal e sistema ventricular. - Ocorrência: 2 primeiras décadas de vida. - Macroscopia: Massas sólidas no assoalho do ventrículo; Pseudorosetas perivasculares (pele de leopardo’), cromatina abundante. - Tendência a repetidas recidivas pós-cirúrgicas e o prognóstico final é sombrio. Ependimomas comuns são grau II da OMS Ependimomas anaplásicos, considerados grau III Hidrocefalia secundária por obstrução do quarto ventrículo. - Disseminação Liquórica piora prognóstico. Ganglioglioma - Provem do componente glial. Gera crises convulsivas no lobo temporal. - Macroscopia: Sem mitoses, sem necrose e componente cístico. - Crises convulsivas mais comumente encontrado no lobo temporal. - Componente glial anaplásico piora prognóstico pois aumenta o crescimento. VI. Patologias do TGI - Morfologia: Varia conforme a etiologia. Infiltrados densos de neutrófilos estão presentes na maioria dos casos, mas podem estar ausentes nas injurias induzidas por químicos, o que pode gerar necrose total da parede esofágica. - A esofagite induzida por pílula ocorre no local dos estrangulamentos, que impedem a passagem dos conteúdos luminais. Quando presente, a ulceração é acompanhada pela necrose superficial com tecido de granulação e fibrose eventual. - A infecção por fungos ou bactéria pode tanto causar danos quanto complicar uma úlcera existente. Esofagite Eosinofílica - Clínica: Nos adultos causa impactação dos alimentos e disfagia. Nas crianças causa intolerância à alimentação ou sintomas semelhantes aos da DRGE. - Histologia: Grande número de eosinófilos intraepiteliais, particularmente superficialmente. Sua abundância pode ajudar a diferenciar a esofagia eosinofilica de DRGE, da Doença de Crohn e de outras causas de esofagite. Ø Obs.: RGE de difícil controle, não responde a inibidores de secreção gástrica; pHmetria pouco alterada ou normal; Histopatologia apresenta mais de 20 eosinófilos por campo; Provavelmente correlacionados à alergias alimentares. - Complicações: Úlceras esofagianas – submucosa; Hemorragia; Estenose; Perfuração; Desgaste do esmalte dentário; Faringite/Laringite; Câncer (laringe e cárdia); Broncoaspiração – Asma em adultos sem história prévia, tosse inexplicada, rouquidão e pigarro matinal, sibilos noturnos e infiltrado no pulmão direito. Esôfago de Barret É uma complicação da DRGE crônica, que é caracterizada por metaplasia intestinal dentro da mucosa escamosa esofágica. A incidência está aumentando e é mais comum entre homens de idade entre 40-60 anos. A maior preocupação do Esôfago de Barret é que ele confere risco de adenocarcinoma esofágico. - Macroscopia: Pode ser reconhecido como uma ou várias línguas ou manchas vermelhas de mucosa aveludada, se estendendo para cima a partir da junção gastroesofágica. - Microscopia: Infiltrado inflamatório; Erosões e ulcerações; Epitélio colunar metaplásico geralmente contendo células mucosas. - Subdivisões: Ø Segmento Longo: 3 ou mais centímetros do esôfago estão envolvidos. Ø Segmento Curto: Menos de 3 centímetros do esôfago está envolvido. - Clínica: Só pode ser identificado por meio de endoscopia e biópsia, investigadas pela ocorrência dos sintomas de DRGE. - Tratamento: Ressecção cirúrgica, ou esofagectomia; Terapia fotodinâmica, ablação à laser. Mucosectomia endoscópica. Ø A ressecção cirúrgica está indicada na impossibilidade de realização de tratamento clinico recorrente, ou na sua falha. Além de casos em que tenham ocorrido complicações. Esôfago Acalasia Desordem do peristaltismo que leva a alteração da abertura do EEI (esfíncter esofágico inferior) e o mesmo não relaxa adequadamente, o alimento fica aprisionado na porção distal. A acalasia é caracterizada pela tríade de relaxamento incompleto do EEI, tônus aumentado do EEI e o peristaltismo do esôfago. Ø Primária: Causada pela falha de neurônios inibitórios esofágicos distais e é, por definição, idiopática; Podendo ser causada, também, por alterações degenerativas na inervação neural. Ø Secundária: Pode ser causada por Doença de Chagas, degeneração neural e aperistalse. - Clínica: Disfagia para alimentos sólidos e líquidos, com dor retroesternal – “Mal do Engasgo”; Pirose; Alívio com ingesta líquida e manobras (posição em pé e braços elevados); Regurgitação; Halitose; Vômitos; Tosse; Broncoaspiração noturna; Perda ponderal leve- moderada insidiosa; Odinofagia; e Cólicas Esofageanas. - Tratamento: miotomia laparoscópica e dilatação por balão pneumático. A injeção de neurotoxina botulínica (inibição dos neurônios colinérgicos do EEI) também pode ser efetiva. - Diagnóstico: Esofagograma; Esofagoscopia; Manometria. Doença do Refluxo Gastroesofágico – DRGE Afecção crônica decorrente do refluxo gástrico (ácido e/ou biliar), podendo acometer órgãos adjacentes e gerando sintomatologia variável, com ou sem lesões esofágicas. Prevalência maior a partir dos 45-50 anos. RGE / DRGE Refluxo Fisiológico - Rápido e assintomático que ocorre ao longo do dia. Refluxo Patológico - Episódios de longa duração e/ou recorrentes. - Esofagite - Pirose retroesternal e/ou regurgitação ácida. - Pode ser assintomático. - Clínica: Pirose; Dor epigástrica; Disfagia; Hematêmese; Disfagia progressiva; Emagrecimento; Responsividade brônquica; Faringite/Laringite. - Diagnóstico: Manometria; pHmetria; Endoscopia digestiva alta. Esofagite Esofagite Química e Infecciosa - A mucosa pode ser danificada por intubação gástrica, ingestão de irritantes (álcool, bebidas excessivamente quentes e tabagismo), uremia, infecção bacteriana, viral (herpes), fúngica (candidíase), quimioterapia e radioterapia. Pode ser causada, também, pela dissolução de pílulas medicinais no esôfago, antes de chegar no estomago, sendo chamadas de esofagites induzidas por pílula. Hemorragias, estrangulamento ou perfurações também podem ocorrer em casos graves. Neoplasias Esofagianas Adenocarcinoma Tipicamente surge em segundo plano do Esôfago de Barret e da DRGE de longa duração. O risco de adenocarcinoma é maior naqueles com displasia documentada e é aumentadoainda mais pelo uso do tabaco e pela obesidade. Ao contrário, o risco é reduzido em dietas ricas de frutas e vegetais frescos. Alguns subtipos de H. pylori estão associados a diminuição no risco de adenocarcinoma, talvez por causa de uma atrofia gástrica e por reduzir o fluxo ácido. É 7 vezes mais comum em homens. - Morfologia: Geralmente ocorre no terço distal do esôfago e pode invadir a cárdia gástrica adjacente. Inicialmente aparecendo como manchas chatas e elevadas na mucosa anteriormente intacta, grandes massas de 5cm ou mais de diâmetro podem se desenvolver. - Microscopia: O Esôfago de Barret frequentemente aparece adjacente ao tumor. - Clínica: Se apresenta mais comumente com dor ou dificuldade de deglutição, perda de peso progressiva, hematêmese, dor torácica e vômitos. Quando os sintomas aparecem, geralmente o tumor já se espalhou para os vasos linfáticos submucosos. Carcinoma de Células Escamosas - Ocorre com mais frequência em homens com mais de 45 anos. Sendo mais prevalente em afro-americanos. - Fatores de Risco: Álcool, tabaco, pobreza, injúria esofágica cáustica, acalasia, consumo frequente de bebidas muito quentes, HPV e irradiação prévia. - Morfologia: Ocorrem no terço médio do esôfago. Se inicia na forma de uma lesão in situ chamada de carcinoma de displasia escamosa, formando espessamentos pequenos e acinzentados, semelhantes a placas. Ao longo dos anos, tornam-se massas tumorais polipoides ou exofíticas e se projetam para dentro do lúmen, obstruindo-o. Ø A maioria dos carcinomas de células escamosas vai de moderadamente à bem diferenciados. Ø Variantes histológicos menos comuns incluem o carcinoma de células escamosas verrugoso, fusiforme e basaloide. - Independente da histologia, os tumores sintomáticos são geralmente muito grandes no momento do diagnóstico e já invadiram a parede esofágica. - Clínica: Possui início insidioso e, por fim, produz disfagia, odinofagia, obstrução, perda ponderal extrema, debilitação, hemorragia e sepse também podem acompanhar a ulceração do tumor. Estômago - Gastrites - Etiologias: H. pylori; AINES; tabagismo; aumento da ingestão de ácidos; diminuição do fluxo sanguíneo; estresse isquêmico; síndrome de Zollinger-Ellison; hiperfunção de células G; infecções bacterianas sistêmicas; quimioterapia; leucemias basofílicas. Gastrite Aguda - Morfologia: Edema, hiperemia, hemorragia, neutrófilos invadem o epitélio, esfacelamento do epitélio de superfície. - Clínica: Assintomático; dor epigástrica; hematêmese. Gastrite Crônica - Clínica: usualmente assintomática, náusea, vômito, desconforto abdômen superior, risco de câncer a longo prazo (2-4%). Gastrite Associada ao H. pylori Autoimune Localização Antro Piloro Infiltrado inflamatório e histopatologia Neutrófilos, plasmócitos subepiteliais Metaplasia intestinal Linfócitos, macrófagos Atrofia mucosa e metaplasia intestinal Produção de Ácido Aumentada a ligeiramente reduzida Reduzida Gastrina Normal a reduzida Aumentada Sequelas Úlcera péptica, adenocarcinoma, linfoma de célula B Atrofia, anemia perniciosa, adenocarcinoma, tumor carcinoide Associações Baixo nível socio-econômico, área rural Doença autoimune, tireoidite, doença de Graves Estômago – Úlcera Péptica - Etiologias: H. pylori; hiperacidez gástrica; AINES (pois suprime a síntese de prostaglandina); úlcera de Curling e úlcera de Cushing; tabaco; cirrose alcoólica. - Morfologia: ’’cerca de 98% das úlceras localizam-se na primeira porção duodenal ou do estômago’’. - Macroscopia: Lesão ulcerada arredondada, bem delimitada, tem paredes lisas e com mucosa gástrica adjacente avermelhada e com pregas que se irradiam a partir da lesão. - Microscopia: Nas úlceras ativas, quatro áreas são demonstráveis: 1) A base e as margens têm uma delgada camada superficial de restos fibrinóides necróticos. 2) Abaixo desta camada, existe uma zona de infiltrado inflamatório inespecífico, com predomínio de neutrófilos. 3) Existe um tecido de granulação ativo. 4) Restos de tecidos de granulação, numa cicatriz colágena. As paredes dos vasos dentro da área cicatricial são tipicamente espessadas, e os vasos estão ocasionalmente trombosados. - Clínica: Desconforto epigástrico, Dor aguda, que piora a noite e após as refeições diárias, Náuseas, Vômitos e Perda de peso. - Diagnóstico: Endoscopia digestiva alta (EDA). Úlceras de Chushing e Curling Úlcera de Cushing é geralmente vista no revestimento do estômago e é raramente encontrada no duodeno, enquanto que o inverso é verdadeiro de úlcera de Curling. Cushing, na maioria das vezes é diagnosticada em pacientes que tiveram algum tipo de lesão cerebral traumática. Curling é visto com mais frequência em pessoas que sofreram “queimaduras”, lesões intracranianas ou lesão corporal grave. Contribuem para a formação dessa úlcera a isquemia de mucosa, a presença do ácido e a difusão de ureia no estômago. VII. Neoplasia do Estômago Adenocarcinomas - Histologia: Ø Cânceres Intestinais tendem a ser volumosos e são compostos por estruturas glandulares semelhantes a adenocarcinoma esofágico e do cólon. Os adenocarcinomas do tipo intestinal tipicamente crescem ao longo de frentes coesivas amplas formando uma massa exofítica ou um tumor ulcerado. As células neoplásicas frequentemente contêm vacúolos apicais de mucina, e mucina abundante pode estar presente na luz das glândulas. Ø Cânceres Gástricos Difusos exibem um padrão de crescimento infiltrativo e são compostos por células desconexas com vacúolos grandes de mucina que ampliam o citoplasma e empurram o núcleo para a periferia, criando uma morfologia de célula de anel em sinete. Neoplasia Gástrica Pólipo: É qualquer nódulo ou massa que se projete acima do nível da mucosa circundante; geralmente refere-se a lesões que surgem na mucosa. Ø Os pólipos podem ser neoplásicos (5-10%) ou não. Pólipos Não Neoplásicos Pólipos Hiperplásicos ou Inflamatórios: Constituem 75% dos pólipos gástricos, sésseis ou pedunculados. - Morfologia: Constituídos por túbulos e cistos epiteliais entremeados com um estroma inflamado, são comuns na gastrite crônica (H. pylori), Múltiplos, não tem potencial maligno por si próprio. Pólipos de Glândulas Fúndicas: Apresentam dilatação inócua de glândulas fúndicas; ocorrem esporadicamente ou no contexto da polipose adenomatosa familiar (PAF). Pólipos Fibróides Inflamatórios: Originam-se da submucosa; constituído por proliferação de fibroblastos com infiltrado de células inflamatórias (especialmente eosinófilos). Pólipos Neoplásicos - Adenomas Gástricos: Constituídos por epitélio displásico proliferativo (com potencial maligno); 3H:1M; Incidência aumenta com a idade (50 anos); 40% podem abrigar carcinoma; geralmente único séssil ou pediculado; originam com um fundo de gastrite crônica ou síndrome de polipose genética. - Prognóstico: Embora não sejam vistos com muita frequência (representam apenas 10% dos pólipos gástricos), os adenomas são importantes pois apresentam um potencial de malignização, podendo preceder ou coexistir com uma neoplasia maligna do estômago. Carcinoma Gástrico - Etiologias: Infecção pelo H. pylori com gastrite crônica; Gastrite autoimune; Gastrectomias parciais permitem o refluxo gastroduodenal. - Profundidade e invasão: Carcinoma gástrico (inicial) precoce: limitado à mucosa e à submucosa, independentemente da presença ou ausência da metástase linfonodais. - Carcinoma Gástrico Avançado: Já o avançadoé uma neoplasia que se estendeu abaixo da submucosa até a parede muscular. Adenocarcinomas Intestinal: Epitélio colunar formador de glândulas; produtor de mucina; padrão de crescimento expansivo polipoide; associado à metaplasia intestinal da mucosa; > 55 anos; proporção H:M = 2:1. Difuso: Células isoladas em anel de sinete, pouco diferenciadas; produtor de mucina; padrão de crescimento infiltrativo; > 48 anos; proporção H:M = 1:1; não parece ser relacionado a fatores ambientais. VIII. Dermatopatologia - Clínica: As queratoses actínicas são muito comuns em pessoas de pele clara, e sua incidência aumenta com a idade e exposição ao sol. Como esperado, existe predileção por áreas expostas ao sol (rosto, braços e dorso das mãos). As lesões podem ser tratadas com crioterapia local (congelação superficial) ou com agentes tópicos. - Etiologia: A causa exógena mais comum é a exposição à raios UV, com subsequentes danos ao DNA. A incidência é maior em homens (exceto nos membros inferiores). Exposição à luz solar. - Prognóstico: Bom, quando descobertos pequenos e ressecáveis. Carcinoma de Células Escamosas Invasivo - Macroscopia: Lesão nodular hiperqueratótica , o tumor invade a derme infiltrando o colágeno, como projeções irregulares de células escamosas atípicas. - Microscopia: Os tumores invasivos, definidos pela invasão da membrana basal exibem graus variáveis de diferenciação, variando de tumores com células arranjadas em lóbulos ordenados que exibem queratinização extensa até neoplasias que apresentam células altamente anaplásicas com focos de necrose e disqueratose. - Clínica: Os carcinomas de células escamosas invasivos de pele muitas vezes são descobertos quando pequenos e podem ser excisados. Menos de 5% desses tumores apresentam metástases para os linfonodos regionais ao diagnóstico. A probabilidade de metástases está relacionada com a espessura da lesão e o grau de invasão subcutâneo. Os tumores originados a partir das queratoses actínicas podem ser localmente agressivos, mas geralmente sofrem metástases somente após longos períodos de tempo, enquanto aqueles provenientes de cicatrizes de queimaduras, úlceras e áreas de pele não expostas ao sol se comportam de forma menos previsível. Os carcinomas de células escamosas em mucosas (bucal, pulmonar, esofágica etc.) geralmente são muito mais agressivos. - Etiologia: A causa exógena mais comum é a exposição à raios UV, com subsequentes danos ao DNA. A incidência é maior em homens (exceto nos membros inferiores). Exposição à luz solar. - Prognóstico: Bom, quando descobertos pequenos e ressecáveis. Pior quando encontrados indiferenciados e mais invasivos, nos planos profundos, e acometendo tecido ósseo facial e/ou linfonodos. Carcinoma de Células Basocelular - Macroscopia: Os carcinomas de células basais se manifestam como pápulas peroladas, que muitas vezes contêm vasos sanguíneos subepidérmicos dilatados e proeminentes (telangiectasias). Alguns tumores contêm melanina e, por isso, podem ser semelhantes aos nevos melanocíticos ou melanoma. - Microscopia: As células tumorais se assemelham às células normais da camada basal da epiderme, da qual foram derivadas. - Etiologia: Câncer de pele mais comum nos humanos; Homens em geral têm uma razão de risco maior de CBC do que mulheres; Ocorre mais frequentemente na cabeça e no pescoço em ambos os sexos; As mulheres têm uma frequência maior de CBC em extremidades inferiores; Homens têm mais lesões na orelha. Dermatopatologia Termos Macroscópicos MÁCULA – Lesão de até 5 mm de diâmetro, plana e distinta da pele ao redor por sua coloração. PÁPULA – Lesão elevada, de até 5mm de diâmetro. VESÍCULA – Lesão elevada, preenchida por fluido, de até 5 mm de diâmetro. PÚSTULA – Lesão elevada, discreta, preenchida por pús. BOLHA – Lesão elevada, de conteúdo líquido, com diâmetro maior que 3 mm. Termos Microscópicos HIPERCERATOSE – Espessamento do estrato córneo. PARACERATOSE – Retenção de núcleos celulares no estrato córneo. ACANTOSE – Hiperplasia epidérmica. ACANTÓLISE – Perda das conexões celulares. ESPONGIÓLISE – Edema intercelular na epiderme. DISCERATOSE – Queratinização anormal que ocorre prematuramente dentro de um grupo individual de células ou grupo de células abaixo do estrato granuloso. Ceratose Actínica Antes da malignidade epidérmica ocorre uma série de alterações displásicas. Essas alterações displásicas são resultado da exposição crônica à luz solar e estão associadas ao crescimento excessivo da camada de queratina. - Clínica: São geralmente menores que 1 cm de diâmetro; marrom-acastanhadas, vermelhas ou cor-de-pele; e com consistência áspera por produção de queratina. Áreas do corpo expostas ao sol são mais frequentemente afetadas. Mais comum em pessoas de pele clara. - Histologia: Atipia citológica nas camadas mais basais; Hiperplasia de células basais ou atrofia precoce; Células atípicas são disceratóticas e apresentam citoplasma róseo ou avermelhado; Pontes intercelulares estão preservadas; Elastose (derme com fibras elásticas espessadas, azul-acinzentadas); estrato córneo espesso; Paraceratose. - Etiologia: Exposição à radiação ionizante, hidrocarbonetos e arsenicais podem induzir a lesões similares. - Prognóstico: Bom prognóstico se tratado. No entanto a ceratose actínica não tratada ou tratada tardiamente pode causar evolução para transformação carcinomatose. Carcinoma de Células Escamosas in situ - Macroscopia: Carcinomas in situ ou doença de Bowen aparecem como uma placa bem definida, vermelha, áspera (semelhante a lixa), e descamativa. - Microscopia: O carcinoma de células escamosas in situ é caracterizado por atipia celular intensa em todas as camadas da epiderme, com aglomeração e desorganização nuclear. Apresentando células com núcleo atípico (aumentado e hipercromático). - Padrões de Crescimento: Ø Crescimentos Multifocais (originam-se na epiderme e estendem-se por muitos cm² da superfície da pele) Ø Lesões Nodulares (desenvolvem-se para baixo e profundamente para dentro da derme como cordões de células basofílicas com núcleo hipercromático) e envolvidas por linfócitos e fibroblastos. - Clínica: Tumores comuns; crescimento lento; raramente metastatizam. Ocorrem em pessoas de pele mais clara e em áreas de exposição ao sol. - Prognóstico: O carcinoma de células escamosas de pele apresenta potencial metastático, mas é muito menos agressivo do que o carcinoma de células escamosas localizado nas mucosas. O carcinoma de células basais é a neoplasia maligna mais comum em todo o mundo, esses tumores são localmente agressivos e estão associados a mutações na via de Hedgehog. A ocorrência de metástases é muito rara. Melanoma - Padrões de Crescimento: Podem ser vertical ou radial. O crescimento radial descreve a disseminação horizontal do melanoma na epiderme e na derme superficial. Após um período variável (e imprevisível) de tempo, o melanoma muda da fase radial para a vertical, durante a qual, as células tumorais invadem em direção às camadas dérmicas mais profundas, como uma massa expansível. - Clínica: O melanoma de pele é geralmente assintomático, embora o prurido ou a dor possam ser manifestações precoces. A maioria das lesões apresenta diâmetro superior a 10mm ao diagnóstico. Os sinais clínicos mais consistentes são as alterações de cor, tamanho ou formar da lesão pigmentada. Ø ABCD A – Assimetria B – Borda Irregular C – Coloração D – Diâmetro (Maior que 6mm) Ø Níveis de Clark: Nível I – in situ Nível II – Invasão além da membrana basal, mas somente na derme papilar. Nível III – Invasão ocupando a derme papilar, sem ocupar toda a derme reticular. Nível IV – Invasãode toda a derme reticular. Nível V – Invasão do tecido celular subcutâneo. Obs: NÃO se utiliza a classificação TNM para melanomas, se utiliza os Níveis de Clark (Níveis de Profundidade). Lucas Magalhães de Oliveira FAGOC – Faculdade Governador Ozanam Coelho Ubá – MG (2017)
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