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Resumo 3 - Fisiopatologia Glomerulopatias FUNÇÃO DOS RINS 1- Síntese e secreção de eritropoetina (EPO) - Quando a concentração de oxigênio está baixa ↓ [O2] - Pois aumentando a eritropoetina = aumenta a massa circulante de eritrócitos - Usado para tratamento de anemias e doença renal em estágio terminal 2- Síntese e secreção de renina - Usada no controle de pressão arterial e volume sanguíneo 3- Hidroxilação da Vitamina D à composto ativo Ele também, atua no equilíbrio sistêmico do corpo, como no(a): 1- Eliminação de dejetos - Conservando água, eletrólitos e metabólitos 2- Manutenção de volume e composição de líquido extracelular 3- Equilíbrio acidobásico ESTRUTURA DOS RINS - Cápsula de tecido conjuntivo denso - Parênquima = zona cortical + zona medular - Medula → tem de 5-18 pirâmides (vértice + base) - Raios medulares → são túbulos que adentram ao córtex - Cálices menores - Cálices maiores - Pelve renal - Ureter NÉFRON - Unidade estrutural e funcional do rim - Todo o sangue do corpo passa pelos rins a cada 5 minutos Alça de Henle → dentro do néfron 1- Ramo descendente espesso 2- Ramo descendente delgado 3- Ramo ascendente delgado 4- Ramo ascendente espesso CORPÚSCULO RENAL - Unidade filtrante do néfron - Corpúsculo renal = cápsula de Bowman + Glomérulo (tufo de capilares) Cápsula de Bowman: 1- Folheto interno ou visceral → junto aos capilares glomerulares = podócitos 2- Espaço capsular → recebe o filtrado 3- Folheto externo ou parietal → associada ao estroma de tecido conjuntivo - Polo vascular → local onde entram as arteríolas aferente e eferente - Polo urinário → local de saída do filtrado glomerular - Endotélio de capilares glomerulares = Fenestrados (sem diafragma) - Membrana basal glomerular (MBG) - Lâmina basal espessa - Colágeno tipo IV + proteoglicanos + glicoproteínas multiadesivas - Camada visceral da cápsula de Bowman = Podocitos (células epiteliais modificadas, com pedicelos) - Camada parietal da cápsula de Bowman = Epitélio simples pavimentoso (apoiado em lâmina basal) - Espaço de Bowman / urinário = Recebe o ultrafiltrado OBS! Sem esse espaço o filtrado não consegue sair e existem patologias que bloqueiam esse espaço Processo: - Arteríola aferente trazendo o sangue - Passa pela barreira de filtração: Capilar glomerular fenestrado + Membrana basal + Podócitos OBS! Existem patologias que alteram essa barreira de filtração - Fenda de filtração → espaço entre os pedicelos - A membrana basal é negativa e seleciona o que vai passar - Os dejetos passam por essa barreira e são eliminados - O sangue então sai pela artéria eferente Patologias renais: - É feito exame de biópsia renal - Somente a clínica não consegue fechar diagnóstico CÉLULAS MESANGIAIS INTRAGLOMERULARES - Localizadas entre os capilares, envolvidas por lâmina basal endotelial - Funções: - Atividade contrátil - Receptores para angiotensina II → regular a pressão - Suporte estrutural ao glomérulo → sustentação - Sintetiza MEC → se sintetizar muito pode dar problema - Endocitose da membrana basal glomerular - Produção de prostaglandinas e endotelinas MÁCULA DENSA - Região do segmento ascendente espesso da alça de Henle - Em contato com o polo vascular do corpúsculo renal do mesmo néfron - Células cilíndricas altas, com núcleos próximos e alongados - Sensível ao conteúdo iônico e volume de água no fluido tubular - Secretam moléculas (ATP, NO, prostaglandinas) que estimulam a liberação de renina APARELHO JUSTAGLOMERULAR Mácula densa + células justaglomerulares + células mesangiais extraglomerulares - Célula justaglomerulares = células musculares da arteríola aferente se modificam → elas têm grânulos de secreção renina LESÃO RENAL AGUDA - Gera Insuficiência Renal Aguda Ocorre devido a: - Diminuição abrupta da função renal - Retenção de escórias nitrogenadas (uremia) → Ureia e Creatinina - Redução do volume urinário → oligúria: menor que 400mL/24h ou menor que 30 mL/h ou anúria DOENÇA RENAL CRÔNICA - Custosa para a saúde pública → necessita de hemodiálise - Os fatores de risco são: hipertensão, diabetes mellitus ou doenças renais congênitas - Diminuição lenta e progressiva da função renal - Redução do número de néfrons funcionantes → qualquer que seja o componente renal primariamente acometido (Glomerular, Tubular, Intersticial, Vascular , Vias excretoras) GLOMERULOPATIAS - Glomerulopatias podem ser primárias ou secundárias 1- Glomerulopatias primárias → as alterações glomerulares representam o sítio principal ou único de lesão - Ou seja, lesão no próprio órgão 2- Glomerulopatias secundárias → referem-se a modificações glomerulares que ocorrem em doenças sistêmicas, de etiologia diversa, seja imunitária, metabólica, vascular, hematológica ou hereditárias - Lesão vem de fora, mas acomete o rim. Ex: Lúpus, diabetes Etiopatogênese da glomerulopatia Imunocomplexos travam a barreira de filtração → ativa o sistema complemento → este ativa o processo inflamatório = não filtra direito - Envolvimento imunitário na gênese das glomerulopatias ocorre por duas vias: 1- Deposição glomerular de imunocomplexos (IC) circulantes 2- Formação in situ de imunocomplexos → forma mais comum - Agentes agressores variados, de natureza muito diversa, estão envolvidos na etiologia das glomerulonefrites - Os mecanismos patogenéticos também são numerosos, tendo fatores imunitários papel de destaque na maioria delas - Produtos dos imunocomplexos ou da ativação do complemento podem agredir células epiteliais, endoteliais ou do mesângio - Essa agressão pode ser direta ou induzir resposta inflamatória Anticorpos reagindo “in situ” no glomérulo: - Ele pode reagir contra: - Antígenos intrínsecos (AC-anti MBG) - Antígenos “plantados” - Com isso, temos a formação de imunocomplexos e a deposição glomerular desses imunocomplexos circulantes - Essa deposição ativa o sistema complemento - Essa ativação faz agressão direta células – endoteliais, epiteliais, mesângio - Indução resposta inflamatória Deposição de imunocomplexos: - Os imunocomplexos podem ser do tipo: 1- Depósitos subendoteliais - entre o capilar e a membrana basal 2- Depósitos intramembranosos - na membrana basal 3- Depósitos subepiteliais - entre os pedicelos dos podócitos 4- Depósitos mesangiais - entre célula mesangial Resposta Patológicas do Glomérulo a Lesão: - Membrana basal glomerular → alvo de anticorpos em alguns tipos de glomerulonefrite - Anomalias genéticas → nefrite hereditária - Células epiteliais viscerais (podócitos) → proteinúria Processo: - Há deposição de imunocomplexos, com isso, seguem 2 processos: 1- Alteração do filtro glomerular (barreira de filtração) e passagem de macromoléculas (albumina) 2- Ativação do sistema complemento com liberação de mediadores químicos - Esse mediadores aumentam a respostas vascular, o que favorece a deposição de mais imunocomplexos - Ou, esse mediadores induzem a resposta inflamatória, com liberação de proteases e fatores de crescimento, tendo assim uma lesão glomerular - A partir dessa lesão tem a liberação de radicais livres e metabólitos, como o ácido araquidônico que induzem a reação inflamatória Tipos de células e suas funções: - Neutrófilo e monócito → liberação de proteases, EROS, eicosanóides - Macrófagos e linfócitos → liberação de citocinas, produtos citotóxicos e fatores de crescimento - Plaquetas → liberação de eicosanóides e fatores de crescimento - Células residentes (mesangiais) → liberação de citocinas, fatores de crescimento, quimiocinas, EROS, eicosanóides e endotelina OBS! Eicosanóides = mediadores inflamatórios (ex: tromboxano, prostaglandina e leucotrieno) - Endotelina = para crescimento de células endoteliais e de vasos Mediadores: - CAM (C5b-C9) → lise celular e ativação de célula mesangial - Eicosanóides, NO (óxido nítrico) e endotelina → modificação do fluxo vascular glomerular - Citocinas (IL-1, TNF e CCL5) → recrutamento e adesão de células inflamatórias - PAF, TGF-beta, FGF e VEGF → produção de matriz mesangial, proliferação mesangial, manutenção de perfusão glomerular - Fibrina→ estímulo proliferativo de células parietais da cápsula de Bowmann (crescentes) - Saber que dependendo do mediador inflamatório, fica mais a grave a inflamação Padrão de resposta glomerular à agressão: 1- Hipercelularidade → proliferação células endoteliais, mesangiais, epiteliais, inflamatórias (leucócitos) 2- Espessamento da membrana basal glomerular → deposito material 3- Hialinose e esclerose/fibrose → expansão matriz; neoformação conjuntiva 1- SÍNDROME NEFRÍTICA - Definida morfologicamente pela presença de reação inflamatória nos glomérulos - Com intensa hipercelularidade decorrente da infiltração de células circulantes, como leucócitos e macrófagos, e proliferação de células mesangiais Processo inflamatório/Obstrução glomerular → diminuição do lúmen dos capilares glomerulares → menor área filtrante → menor taxa de filtração → menor capacidade de excreção de H2O e solutos → retenção de sódio e H2O → aumenta volemia → Hipertensão arterial sistêmica e Edema + Reação inflamatória → alteração na permeabilidade da membrana → Proteinúria e Hematúria - Hematúria → macro ou microscópica - Hemácias dismórficas → pois ainda tem barreira e ela causa resistência - Cilindrúria → presença de cilindros - Cilindros hemáticos = hemácias + proteínas Tamm-Horsfall (ficam grudados hemácias mais proteínas) - Proteínas subnefróticas → 150mg a 3,5g em 24 horas (é pouco que sai) 1- Oligúria = menos de 400 mL/dia (adulto) ou 0,5 mL/kg (criança) 2- Congestão volêmica = hipertensão arterial 3- Edema = edema periorbitário matinal (incha os olhos de manhã), membros inferiores no decorrer do dia e raro edema de face OBS! O 1, 2 e 3 ocorrem sempre Insuficiência Renal: - Diminuição da função renal - Gera oligúria e excesso de água na circulação - Isso gera pressão alta e congestão violêmica - Também temos presença de proteínas perdidas na urina e essas proteínas ajudam a água permanecer nos vasos - Sem proteínas essa água extravasa e temos edema Causadas por hipersensibilidade do tipo III: 1- Glomerulonefrite difusa aguda (primária) 2- Nefropatia por IgA (primária) 3- Lúpus eritematoso sistêmico (LES) (secundária) 4- Glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP) (primária) 5- Síndrome de Goodpasture (secundária) OBS! Primária → no rim - Secundária → em outros lugares, mas afeta o rim 1- Glomerulonefrite proliferativa/difusa aguda (Pós-estreptocócica) - Os estreptococos estão presente na garganta e na pele e eles podem infectar outros lugares do nosso corpo - Esses estreptococos pertencem ao grupo A e são beta hemolíticos Processo: - Essa bactéria tem uma proteína M na cabeça, essas são detectadas pelo sistema imune e criam-se anticorpos contra elas - Mesmo depois que ele morre, o anticorpo continua no nosso corpo - Nosso corpo tem proteína semelhante a esse grupo M e assim, vamos criando mais anticorpos - Estes imunocomplexos se depositam na barreira de filtração depois de 1-6 semanas - Com isso, o sistema complemento é ativado e este induz a inflamação OBS! Fator de virulência da proteína M → reação de hipersensibilidade tipo III Patologia: - Crianças entre 5-12 anos → é aguda, depois volta ao normal - Sequela tardia de infecção por estreptococo beta-hemolítico do grupo A → Streptococcus pyogenes - Deposição de imunocomplexo - Faringoamigdalite ou piodermite recente → ficar de olho - Faringoamigdalite → 1-2 semanas de incubação (ASLO = Anticorpo antiestreptolisina O) - Piodermite → 3-6 semanas de incubação (anti-DNAse B) - Queda transitória do complemento C3 (obrigatório) → normaliza até 8 semanas Manifestações: 1- hematúria 2- Oligúria 3- Edema 4- Hipertensão arterial → encefalopatia hipertensiava 5- Congestão volêmica → edema agudo de pulmão 6- Proteinúria subnefrótica (moderada) Tratamento: 1- Suporte sintomático → sobrecarga hidrossalina 2- Restrição hídrica 3- Dieta hipossódica 4- Diurético de alça → furosemida 5- Anti-hipertensivo se necessário 6- Diálise 7- Antibioticoterapia Mecanismo de lesão renal por infecção: Imunológico - Formação de imunocomplexos que se depositam no mesângio (onde estão as células mesangiais) e MBG (membrana basal glomerular) - Hipercelularidade global → mesangiais, endoteliais, leucócitos, epiteliais - O espaço de Bowman é comprimido pelo maior volume dos tufos capilares → pela hipercelularidade fica pouco espaço urinário - Aumento da celularidade: proliferação das células glomerulares e infiltração por neutrófilos - Biópsia → Quase não se faz, apenas em casos isolados - Diagnóstico clínico é mais pelo histórico de Streptococcus - 15% dos que são infectados pela bactéria tem - Microscopia óptica = padrão proliferativo difuso - Microscopia eletrônica = depósitos subepiteliais - Imunofluorescência = padrão granular 2- Nefropatia por IgA - Doença de Berger - Não é considerada autoimune pois é desencadeada por um fator extrínseco (estreptococo) Processo: - São criados anticorpos A (IgA) malformados - Esses então, servem como antígeno - Outro anticorpo se liga ao anticorpo mal formado e forma um imunocomplexo - Estes, se depositam no rim e podem gerar: Hematúria e Proteinúria - Etiopatogênese: Infecção da mucosa, pois anticorpos IgA são secretados principalmente pelos tecidos da mucosa - Ocorre proliferação da matriz e das células mesangiais - É possível fazer marcação de IgA por imunofluorescência 3- Lúpus eritematoso sistêmico (LES) - O lúpus é uma doença autoimune que afeta vários órgãos, incluindo os rins - Complexos imunes são formados e depositados em várias partes do corpo. Ex: rosto, articulações, etc. - Deposição é no espaço subendotelial → entre a parede endotelial e a membrana basal glomerular - Como são hipersensibilidade do tipo III, ela ativa o complemento - Microscopia: alça de arame - Imunofluorescência: granular - Microscopia eletrônica: complexo subendotelial 4- Glomerulonefrite rapidamente progressiva (GNRP, ou GN crecêntica) - Síndrome de etiologia variada que se manifesta clinicamente por síndrome nefrítica de instalação rápida com perda progressiva de função renal e insuficiência renal grave - São pequenas rupturas, mas não é tão grave quanto na síndrome nefrótica Lesão e ruptura das alças capilares → Passagem de fibrina → Deposição de crescentes (células epiteliais que proliferam) OBS! Crescentes: proliferação das células do folheto parietal da cápsula de Bowman – disposição de fibrina na forma de semi-lua/meia lua (por isso o nome crescente) Processo: 1- Crescentes celulares: - Deposição inicial (primeiro 10 dias) - Células epiteliais parietais proliferadas - Monocitos – macrófagos 2- Crescentes fibrocelulares: - 10-15 dias - Fibroblasto e deposição de colágeno → nada passa 3- Crescente fibróticas: - Após 30 dias - Redução células e aumento colágeno 4- Fibrose - As crescentes ocupam o espaço urinário → ocluem saída túbulo proximal - Ocorre ↓ da filtração glomerular → IR (insuficiência renal) - Causam compressão dos capilares = isquemia - Crescentes podem ser encontradas em outras glomerulonefrites, como na glomerulonefrite membranoproliferativa, Nefropatia por IgA, Nefropatia Lúpica Classificações: - Em 1988, foi proposta uma classificação da GNRP baseada nos diferentes padrões de resposta imunitária que podem ser identificados à IMF; existem os seguintes grupos: - GNRP tipo I – mediada por anticorpos anti-MBG (membrana basal glomerular) - GNRP tipo II – mediada por IC (imunocomplexo) - GNRP tipo III – pauciimune (ou pobre em imunodepósitos) 5- Síndrome de Goodpasture (Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva) - Os anticorpos anti-MBG (membrana basal glomerular) reagem de forma cruzada com as membranas basais alveolares pulmonares - Isso, produz um quadro clínico de hemorragia pulmonar associada à insuficiência renal - Eles reagem contra a cadeia de colágeno α3 da membrana basal do rim e do pulmão → paciente tem oligúria e vomita sangue - Pessoas que fumam têm mais chances de ter, pois o cigarro expõe a cadeia α3 e assim o anticorpo consegue se ligar mais facilmente Características: - Homem, 20-30 anos - Anticorpoanti-membrana basal → glomérulo e alvéolo pulmonar - Síndrome pulmão-rim Achados: - Infiltrado pulmonar hemorrágico - Hemoptise → eliminação de sangue do trato respiratório pela tosse - Febre - Dispneia - Hematúria Diagnóstico: - Biópsia renal → crescente glomerular e anticorpo anti-membrana glomerular (90%) Tratamento: - Plasmaférese, ciclofosfamida e corticoterapia Microscopia: - As crescentes são formadas pela proliferação de células parietais e pela migração de monócitos e macrófagos no espaço urinário - Ou seja, tem proliferação no glomérulo que recruta células inflamatórias - A deposição de anticorpos é na membrana basal de pulmão e rim 6- Glomerulonefrite membranoproliferativa (GNMP) - Existem três tipos de GNMP, mas todos eles causam a proliferação de células mesangiais e endoteliais no glomérulo GNMP tipo I → forma mais comum e pode ser idiopática ou secundária à infecção por hepatite B ou C (imunocomplexo) - Espessamento da membrana basal → a deposição e a inflamação ajudam esse espessamento da membrana - Os complexos imunes e/ou depósitos de complemento acabam no subendotélio Padrão morfológico: - Espessamento das alças capilares (membrana) - Aumento da celularidade do tufo (proliferativa) → de célula mesangiais, endoteliais e leucócitos infiltrantes - Interposição de mesângio e/ou depósitos de imunocomplexo entre endotélio e membrana basal glomerular: - Crescentes epiteliais são frequentes + espessamento da membrana basal glomerular Microscopia: 1- Acentuação da lobulação – “folhas de trevo” (proliferação de células mesangiais) - De dentro para fora → as células mesangiais começam a tomar o capilar 2- Aderência ao folheto parietal 3- Espessamento da membrana basal dos capilares glomerulares - As células mesangiais proliferam e alcancem a membrana basal espessa com seus braços citoplasmáticos 4- Crescente epiteliais são frequentes - Hipercelularidade e depósito de fibrina (glomérulo hialinizado) 5- Aparência de trilho de trem → interposição mesangial, que às vezes faz com que a membrana basal se divida ao redor da célula mesangial SÍNDROME NEFRÓTICA - Aumento da permeabilidade dos capilares glomerulares a proteínas: - Proteinúria = maior de 3,5 g/dia (urina com espuma) - Hipoalbuminemia = menor de 3 mg/mL (sai albumina) - Hiperlipidemia → lipidúria (sai lipídio na urina) - Sem albumina ela não carrega ácido graxo = acumula - Aumento na produção de lipoproteína no fígado - Edema → generalizado Etiologia da síndrome nefrótica: - É o aumento da permeabilidade dos capilares glomerulares a proteínas, podendo ser por causas: - Genéticas → mutações em proteínas da barreira glomerular - Imunológicas - Metabólicas → alterações estruturais (ex. Diabetes Mellitus) - Depósitos de proteínas anômalas → ex. Amiloidose - Efeito de drogas e toxinas Processo: - Aumento da permeabilidade da membrana glomérulo-capilar - Excede a capacidade de reabsorção do túbulo contorcido proximal - Aumento da passagem de proteínas para o filtrado glomerular = Proteinúria e Hipoalbuminemia - A diminuição também aumenta a síntese de lipoproteínas e tem deficiência de lipoproteína-lipase = Hiperlipidemia e Lipidúria - Diminuição da pressão oncótica plasmática - Transudação para o interstício = Edema - Pode ter hipovolemia → menos sangue = diminuição da PA - Com a PA baixa tem o estímulo do SN Simpático → ↑ ADH, ↑ Aldosterona, ↑ Peptídeo Natriurética atrial - Resultando em absorção de Na e H2O, hipocalemia e alcalose metabólica - Ou seja, a síndrome nefrótica pode gerar: 1- Edema 2- Infecção 3- Dislipidemia 4- Trombose Característica: - Aumento patológico da permeabilidade do glomérulo às proteínas - Proteinúria → maior que 3,5 g/dia ou maior que 40-50mg/kg/dia (criança) - Perda da barreira elétrica → proteinúria seletiva - Perda da barreira física → proteinúria não seletiva Achados: - Hipoalbuminemia → maior que 2,5 mg/dL - Proteínas anticoagulantes - Imunoglobulinas e Transfereinas - Edema - Lipoproteínas → estimula o fígado a secretar - Hiperlipidemia e Lipidúria Principais glomerulopatias que cursam com Síndrome Nefrótica: 1- Doença por lesão mínima - DLM 2- Glomeruloesclerose segmentar e focal - GESF 3- Glomerulonefrite Membranoproliferativa 4- Glomerulonefrite Membranosa 1- Doença por lesão mínima - DLM - 80% das causas de síndrome nefrótica em crianças - Faixa etária mais frequente de 1 a 8 anos - Pode cursar com períodos de remissão e atividade Processo: - Disfunção do linfócito T → jogam muitas citocinas (causa idiopática) - Lesão do podócito (fusão podocitária → por destruição do pedicelo) - Inibição da síntese de poliânions → acaba com a barreira elétrica negativa, tanto da membrana quanto do pedicelo - Alteração da barreira = Proteinúria ML: aspecto normal dos glomérulos ME: apagamento dos pedicelos podocitários - Encontrada após uso de AINEs - Corticosteróides → excelente resposta terapêutica 2- Glomeruloesclerose segmentar e focal - GESF - Podocitopatia que se caracteriza por comprometimento parcial (segmentar) do tufo glomerular e de apenas alguns glomérulos (distribuição focal) - Pega apenas uma região do glomérulo - Esclerose por deposição extracelular de matriz → secundária - Doença do adulto - Síndrome nefrótica- Hematúria e hipertensão - Diagnóstico = biópsia - Tratamento = corticóide, estaina - Secundária ao: lúpus, vasculites, hiperfluxo, sobrecarga, HIV, heroína e linfomas - 50% evolui para insuficiência renal crônica em 10 anos - A esclerose faz a barreira ser perdida OBS! Esclerose = caracterizada pela deposição extracelular de matriz colágena - Expansão segmentar da matriz mesangial → acúmulo de proteína plasmática na forma de depósitos hialinos - Colapso dos capilares glomerulares - Áreas de hialinose/esclerose representam áreas de acúmulo de proteínas plasmáticas em pontos mais permeáveis do glomérulo, com deposição reativa de matriz 4- Glomerulonefrite Membranosa - Causa mais frequente de Síndrome Nefrótica nos adultos - Homens 40-60 anos - Idiopática ou associada doenças sistêmicas (lúpus eritematoso sistêmico, drogas como AINEs, ouro ou penicilamina, infecções - particularmente hepatite B, hepatite C ou sífilis e tumores sólidos) - O dano é causado por complexos imunológicos - Antígeno que foi identificado é o receptor de fosfolipase A2 ou PLA2R Padrão morfológico: - Espessamento de alças capilares e hialinizadas - NÃO tem aumento da celularidade do tufo - Resposta inflamatória mínima ou ausente - Distribuição global e difusa → lesão afeta difusamente os glomérulos - Há apagamento dos pedicelos dos podócitos - Existem finas expansões da membrana basal glomerular que separam ou circundam os complexos imunes Doenças dos Rins Insuficiência renal aguda: - Necrose tubular aguda - Necrose cortical - Nefrite intersticial aguda Insuficiência renal crônica: - Glomerulonefrite - Pielonefrite crônicas - Diabetes mellitus - Doenças auto-imunes - Exposição a nefrotoxinas REABSORÇÃO TUBULAR - Alguns solutos e água se movem para dentro e depois para fora das células → transporte transcelular ou transepitelial - Outros se movem por junções entre as células → via paracelular Reabsorção de sódio no túbulo proximal → transporte ativo - O Na+ entra na célula pelo canal ENaC - Ele então é bombeado para fora pela bomba de Na+ e K+ - Ele também pode entrar pelo canal SGLT, onde é colocado para dentro da célula uma glicose e Na+ → cotransporte dependente de Na+ OBS! Outras moléculas também tomam esse caminho - Para sair da célula, ele sai pela bomba de Na+ e K+ e a glicose sai pela GLUT OBS! Vitamina C em excesso é eliminada pelo rim DISFUNÇÃO RENAL - A disfunção renal pode ocorrer por causas secundárias ou primárias - Secundárias que afeta a função renal: 1- Diabetes 2- Hipertensão 3- Lúpus - Nos EUA tem muitos problemas renais devido ao alimentação → péssimos hábitos alimentares com muito sódio - Na Europa, é por conta da contaminação de metais - Houve um aumento de pessoas que precisam de diálise devido a: comida industrializada, estilo de vida e alimentação ruim- Outro fato que também aumentou os problemas renais foi a COVID-19, pois ela faz ter uma chuva de citocinas que é tóxica para o rim, faz aumentar a PA e o vírus tem várias toxinas que atacam o rim - A alteração na coagulação na covid também favorece a tríade de Virchow (hipercoagulabilidade, estase venosa e lesão endotelial) NEFRITE TUBULOINTERSTICIAL - Doença que afeta os túbulos e o interstício → através da inflamação - A nefrite tubulointersticial pode evoluir para: 1- Pielonefrite → infecção bacteriana no rim, envolvendo a pelve renal (parte dilatada do canal) 2- Nefrite intersticial → inflamação no interstício sem bactéria - São lesão tubular resultante de drogas, desordens metabólicas como hipocalemia, lesões físicas como irradiação, infecções virais e reações imunes 2- Nefrite intersticial aguda - Início rápido - Perda aguda de função renal secundária à inflamação e edema do interstício renal - Causa imunológica e/ou tóxica - Ex: Chuva de citocinas ou remédios Etiologia: - Reação imunomediada - Doenças infecciosas, mas sem participação direta do microrganismo - Exemplo: escarlatina, difteria, salmonelose, viroses, brucelose, leptospirose e toxoplasmose - Tem infecção em outros locais, mas a toxina ou a inflamação afeta o rim - Ou hipersensibilidade a número crescente de fármacos, especialmente sulfa e antibióticos - Exemplos: ampicilina, meticilina, cefalotina, canamicina, gentamicina, rifocina, anfotericina B e tetraciclina), anticoagulantes (fenindiona), hidantoína, diuréticos (tiazídicos, furosemida), antiblásticos (azatioprina) e anti-inflamatórios não esteroides (AINE) - Esses medicamentos agridem o epitélio dos néfrons → agrava a doença renal 1- Pielonefrite Aguda - Pielonefrite aguda é uma inflamação supurativa comum do rim e da pelve renal causada por infecção bacteriana (pus) - Importante manifestação de infecção do trato urinário (ITU) - Trato urinário superior → pielonefrite - Trato urinário inferior → cistite, prostatite, uretrite – extremamente comum Patógenos: - Bastonetes entéricos gram-negativos - Escherichia coli é de longe o mais comum - Proteus, Klebsiella, Enterobacter e Pseudomonas → geralmente estão associados com infecções recorrentes, especialmente em pessoas que passam por manipulações no trato urinário Características e infecção: - Na pielonefrite o rim começa a perde função - Vai armazenando pus e impedindo a filtragem → pus devido a infecção - O rim fica gigante → rim em pata de urso - As bactérias podem atingir os rins por 2 vias: 1- Trato urinário inferior → infecção ascendente 2- Corrente sanguínea → infecção hematogênica (septicemia) - A adesão das bactérias às superfícies mucosas é seguida pela colonização da uretra distal (ou introito nas mulheres) - Em seguida, atingem a bexiga, por crescimento expansivo das colônias, movendo-se contra o fluxo urinário - A partir da bexiga urinária contaminada, a bactéria sobe ao longo dos ureteres para infeccionar a pelve renal e o parênquima - ITU frequente em pacientes com: 1- Obstrução do trato urinário → hiperplasia prostática benigna e no prolapso uterino 2- Diabetes → disfunção neurogênica da bexiga 3- Mulheres tem mais chance → uretra menor 4- Homem com mais de 60 anos → hiperplasia prostática Exames: - Sangue - Urocultura → demora - Urina → ver as características mais rapidamente Sintomas: 1- Febre → infecção 2- Calafrios → infecção 3- Dor nas costas ou na barriga → posição anatômica do rim 4- Náuseas e vômitos → pela infecção - Outros sintomas podem ser perda de apetite, urinar frequentemente (para assepsia), sangue na urina (lesão) e um cheiro diferente na urina (pela infecção) Morfologia: - Um ou ambos os rins podem ser envolvidos → tamanho normal ou aumentado - Abscesso amarelados distintos na superfície renal - Obstrução grave de pus, que pode não ser drenado e em seguida preencher pelve renal, cálice e ureter, produzindo Microscopia: - Hialinose arteriolar → redução do fluxo sanguíneo aos glomérulos - Espessamento fibroso da cápsula de Bowman - Atrofia tubular → perda de células dos tufos glomerulares e disfunção e uma deterioração gradual da função renal - Infiltrado inflamatório → podendo formal folículos linfóides Refluxo vesicoureteral (RvU) - Problema na válvula = refluxo - Resultado da incompetência do orifício uretrovesical → válvula uretrovesical falha - Causa importante de infecção ascendente - Consequência de defeito congênito (criança) e/ou adquiridos (adulto) que resulta em incompetência da válvula ureterovesical - O RvU resulta em urina residual no trato urinário após micção, que favorece o crescimento bacteriano OBS! O defeito congênito, pode ser resolver com o tempo - No adulto geralmente é por causa secundárias já tem dano no rim e bexiga Congênito: - Grau I – Refluxo só para o ureter - Grau II – Refluxo até o rim, sem causar dilatação renal ou ureteral. - Grau III – Refluxo até o rim, causando pouca dilatação renal - Grau IV – Refluxo até o rim, causando moderada dilatação renal - Grau V – Refluxo até o rim, causando intensa dilatação renal e tortuosidade dos ureteres OBS! Até o grau III é reversível, depois é irreversível → perde a função renal 1- Pielonefrite Crônica - Pielonefrite crônica obstrutiva - obstrução favorece a infecção renal - Infecções recorrentes em lesões obstrutivas tem muita inflamação e fibrose renal → pode causar pielonefrite crônica OBS! Sempre tem lesão e insuficiência renal (perda tecidual e fibrose) - Refluxo crônico associado a pielonefrite - Muitas infecções do trato urinário ao refluxo vesicoureteral, podendo ser unilateral ou bilateral - O dano renal pode causar cicatrizes e atrofia de um ou os dois rins → pode levar a insuficiência renal crônica Características: - Marca da pielonefrite crônica → presença de cicatrizes envolvendo a pelve e/ou o cálice, levando a deformações nos cálices e papilas - Histologia igual da aguda Nefrite tubulointersticial - Pode ser aguda ou crônica Aguda: - Incapacidade de concentrar a urina com poliúria e noctúria - Incapacidade de excretar ácidos = acidose metabólica - Histologia: Edema intersticial, necrose tubular focal e infiltrado com neutrófilos e eosinófilos Crônica: - Pode ter insuficiência renal crônica - Histologia: Fibrose intersticial, atrofia tubular extensa e infiltrado mononuclear Fatores de risco: - Obstrução urinária, tanto congênita como adquirida - Instrumentação do trato urinário, mais comumente cateterização - Refluxo vesicoureteral - Gravidez → 4-6% das gestantes desenvolvem bacteriúria em algum momento da gestação e 20-40% delas eventualmente desenvolvem infecção urinária sintomática se não tratada (pela compressão da bexiga e não liberar tudo - favorece a cultura) - Sexo feminino e idade do paciente - Sexo masculino secundário a hiperplasia prostática, que acarreta obstrução urinária - Imunossupressão e imunodeficiência → corpo não combate Nefrite tubulointersticial induzida por Drogas - Reação imune às drogas mediada por IgE e células T - Caracteriza-se por inflamação intersticial, geralmente com a presença de grande quantidade de eosinófilos e edema Patogenia: - As drogas agem como haptenos que se ligam covalentemente a componentes citoplasmáticos ou extracelulares das células tubulares e as tornam imunogênicas - Isso ocorre durante a excreção pelos túbulos OBS! Haptenos = moléculas que sozinhas não fazem nada, mas associadas causam danos - A lesão tubulointersticial resultante é causada por IgE ou reações imunes celulares contra células tubulares ou suas membranas basais - Causa mais comum - AINEs (Anti-inflamatórios Não Esteroidais) Histologia: - Necrose das papilas renais → papila = final do cálice - Parte cortical intacta Sinais e sintomas: 1- Febre → infecção 2- Calafrios → infecção 3- Mal-estar 4- Disúria → dor, queimação ou desconforto ao urinar 5- Aumento da frequência (poliúria) → sem aumento da quantidade 6- Aumento da urgência 7- Piúria → célula brancas na urina - neutrófilo = pus Hidronefrose - É a dilatação do rim pelo acúmulo de urina - Entre 20 e 60anos de idade, as mulheres são acometidas com maior frequência - A partir dos 60 anos é mais comum em homens - A próstata comprime a uretra, impedindo o esvaziamento adequado da bexiga → pode provocar ureterohidronefrose bilateral, afetando ambos os rins Acomete: 1- Cálice menor 2- Cálice maior 3- Pelve renal Tipos de hidronefrose: 1- Hidronefrose unilateral - Cálculos renais, Tumores, Coágulos por sangramento renal e Necrose de papila 2- Ureterohidronefrose unilateral - Tumor, Pólipo, Coágulos, Cálculos de bexiga e Alterações do funcionamento normal da bexiga como a bexiga neurogênica (perde contração da bexiga) 3- Ureterohidronefrose bilateral - Cálculos ureterais, Pólipos, Tumores, Coágulos, Fibrose (cicatriz) do ureter, Defeitos congênitos como a estenose da junção ureteropélvica ou da junção ureterovesical, Gravidez ou Origem externa Sintomas: 1- Dificuldade de urinar 2- Dor nas laterais, abdômen e/ou região genital - O local da dor varia conforme o ponto da obstrução, podendo surgir nas costas, no abdômen, irradiar para a virilha, testículos ou grandes lábios, ou concentrar-se no baixo ventre, onde fica a bexiga - Ocorre o aumento dos valores de ureia e creatinina no sangue - Hidronefrose pode ser complicada por uma infecção urinária LESÃO TUBULAR AGUDA (LTA) - Lesão tubular e distúrbios persistentes e graves do fluxo sanguíneo - A lesão tubular aguda pode evoluir para: 1- Isquêmica → Trauma grave, choque hipovolêmico (perda de sangue) e septicemia (lesão por microrganismos ou tóxicos) 2- Nefrotóxica → Metais pesados, solventes orgânicos, drogas (medicamentos), contraste (para exames) e antibióticos Lesão tubular aguda isquêmica - Trauma severo, septicemia e pancreatite aguda - Tem em comum um período de inadequado fluxo de sangue para todos os órgãos periféricos, como o rim - Ele pode conduzir algumas vezes a hipotensão acentuada e choque → Isquemia - Pode ser secundária a pancreatite aguda - Devido a: Mediadores inflamatórios e Autodigestão pancreática liberando enzima digestiva na corrente sanguínea que vai para o rim - As lesões isquêmicas renais causam várias alterações hemodinâmicas: 1- Reduzem a taxa de filtração glomerular 2- Causam vasoconstrição intrarrenal 3- Diminuição do fluxo do filtrado glomerular 4- Diminuição de O2 para os túbulos Partenogênese: - Vasoconstrição → mediada por lesões endoteliais subletais - Aumento da liberação do vasoconstritor endotelina - constrição dos vasos sanguíneos - Diminuição na produção de vasodilatadores → diminui óxido nítrico e prostaglandinas - Isso causa redução eficaz na superfície de filtração glomerular - Pode evoluir para apoptose e necrose das células tubulares - Debris tubulares acumulam e podem bloquear o escoamento da urina - Além de inflamação intersticial Lesão tubular aguda nefrotóxica - Ocasionado por uma variedade de tóxicos, incluindo metais pesados (mercúrio), solventes orgânicos (tetracloreto de carbono) e uma gama de medicamentos, como gentamicina e outros antibióticos, e substâncias de contraste radiográfico Patogênese: - Vários podem ser os motivos das lesões nefrotóxicas - Esses levam a: 1- Diminuição da taxa de filtração glomerular 2- Vasoconstrição → pode ser por falta de sangue (óxido nítrico), PGi2, prostaglandina I2 (prostaciclina) Patogênese de ambas (pós-lesão): - Tanto a lesão tóxica como a isquemia levam a lesão tubular - Essa lesão ocasiona: 1- Refluxo do conteúdo tubular → redução do débito urinário 2- Células descamadas que desencadeia obstrução → redução do débito urinário e diminuição da taxa de filtração 3- Inflamação intersticial → diminuição da taxa de filtração glomerular Microscopia (ambas): - Célula sem núcleo pela necrose - Microvasos hemorragia - Células descamadas necróticas preenchem a luz → pode ser sem núcleo ou núcleo picnótico - Túbulos em regeneração CISTITE - Cistite é uma infecção e/ou inflamação da bexiga - Causa mais comum → bactéria Escherichia coli, presente no intestino - No trato urinário, porém, essa bactéria pode infectar a uretra (uretrite), a bexiga (cistite) ou os rins (pielonefrite) - A cistite pode ser aguda ou crônica - Mulheres de 20-60 anos e crianças tem mais → higiene inadequada - Comum em menino quando tem variação anatômica Patogenia: - Acometimento por bactéria → má higiene, cateteres ou sondas - Bactérias provenientes do reto sobem as vias urinárias (uretra e bexiga) - As bactérias aderem à superfície da parede celular da bexiga - Causam inflamação e infecção da bexiga - A urina da bexiga é estéril → difícil a colonização, pois ela é protegida por: 1- Esvaziamento periódico 2- Características físico-químicas da urina (pH, hiperosmolaridade, etc.) 3- Atividade antibacteriana do revestimento das vias urinárias 4- Níveis elevados de IgA, IgG e IgM na urina Sinais clínicos: 1- Polaciúria – Micções frequentes 2- Disúria – Dor ao urinar 3- Piúria – Pus na urina (neutrófilos) 4- Bacteriúria – Bactérias na urina (urocultura) Cistite por irradiação: - Causada por irradiação (radioterapia) de tumores da pelve, sobretudo do colo uterino → pela descamação das células - Após a aplicação do radioisótopo, surgem hiperemia e edema - As lesões mais importantes só aparecem meses depois, quando ocorrem necrose da parede vascular, trombose, hemorragias e úlceras - O epitélio sofre metaplasia escamosa, às vezes extensa Cistite pós-coito: - Geralmente após a lua-de-mel LITÍASE URINÁRIA - Cálculos urinários são condições frequentes - Predominam em homens - Em 80 a 90% dos pacientes, os cálculos são unilaterais, podem ser únicos ou múltiplos - A formação de cálculos urinários decorre do desequilíbrio entre as substâncias formadoras e inibidoras, levando à supersaturação e cristalúria - Hereditariedade é notória para certos distúrbios da função tubular → relacionados com erros inatos do metabolismo, que resultam em tipos específicos de cálculos (cistinúria, hiperoxalúria, hiperuricemia etc.) Processo: - Os cálculos originam em todos os segmentos do trato urinário, principalmente na pelve renal, depois nos cálices - Tipos principais de cálculos: 1- Sais de cálcio (por oxalato, fosfato ou carbonato de cálcio) → 60 a 75% 2- Fosfato de amônia e magnésio → 15% 3- Ácido úrico → 5 – 8% 4- Cistina → 1 – 2% - Em todos os cálculos, existe uma matriz orgânica de mucoproteínas, que corresponde a 1 a 5% do peso do cálculo LITÍASE RENAL - Famosa pedra no rim Patogênese: 1- Supersaturação → aumento da concentração dos elementos constituintes dos cálculos, ultrapassando sua solubilidade na urina (supersaturação) 2- Estase urinária 3- Inflamação e infecção das vias urinárias, inclusive as que acompanham as neoplasias 4- Alterações do pH urinário 5- Volume urinário baixo 6- É possível que os cálculos resultem de alterações no teor de mucoproteínas que formam a matriz orgânica, ou de deficiência de inibidores da precipitação de cristais na urina (nefrocalcina, glicosaminoglicanos, citratos e pirofosfatos) Tipos de pedras: - Todas envolvem uma disfunção mitocondrial: Mecanismo 1 → Aumento de ROS e citocromo C - O aumento do ROS faz a principal problema = Peroxidação de lipídica ★ - Isso muda a conformação e não faz mais a função direto = favorece acúmulo de oxalato - Oxalato se deposita na membrana da célula e vai agregando - CaOx cristais = cristais de oxalato de cálcio - Acúmulo mais comum na medula renal Mecanismo 2 → Aumento de citocromo C - ativa caspase = apoptose - Formação de corpos apoptóticos ★ - Corpo apoptótico + citocromo C → favorece agregação de oxalato de cálcio - Mais comum deposição na medula renal Mecanismo 3 → Estresse oxidativo → desestruturação da mitocôndria = aumenta processo inflamatório - A mitocôndria libera um monte de coisas e tem a junção de tudo que foi liberado - Tem: Fibras de colágeno, íons de cálcio, fosfato de cálcio, fragmento da mitocôndria, oxalato de cálcio, células dendríticas, macrófago, fibroblasto, etc. - A pedra é maior e fica na papila renal Consequências: - Dependem em parte da forma, do volume e da localização do cálculo- Na sua migração da pelve para o trato urinário inferior, os cálculos, especialmente os menores, causam cólicas acentuadas e, em geral, características pela sua irradiação - Cálculos volumosos na pelve renal podem ser assintomáticos - Os cálculos podem também permanecer ao longo do trajeto ureteral → obstrução, ou alcançar a bexiga, onde favorecem infecções - Hematúria é achado comum → por traumatismo e ulceração - Inflamação por irritação mecânica da mucosa em contato com o cálculo é a regra, em geral associada a infecção bacteriana, inclusive pielonefrite - Obstrução prolongada das vias urinárias causa hidronefrose Tamanho e eliminação dos cálculos: - Menos de 5mm → elevada chance de eliminação espontânea - 5-7mm → 50% eliminação espontânea - Maior de 7mm → a maioria requer intervenção urológica OBS! Coca-cola → remove cálcio do osso e deixa mais cálcio circulante (maior chance de pedra) - Suco de soja → favorece a formação de oxalato Tumores dos rins e vias urinárias - Todos os tumore derivam das células epiteliais tubulares dos néfrons e células uroteliais - Menos os Tumor de Wilms → tem células com características embrionário e não tem a ver com fator genético TUMORES BENIGNOS 1- Adenoma papilar (adenoma da cortical) - Tumor pequeno - Medindo em geral 0,1 a 0,5 cm → se passar disso desconfia de maligno (como esses tumores não são limitados vamos pelo tamanho) - Assintomático → diagnóstico acidental - Encontrado em mais de 10% dos indivíduos com menos de 40 anos - 40% em indivíduos com mais de 70 anos - Indivíduos submetidos a diálise por longo período - Pode virar um carcinoma, mas a maioria não vira - Tumor com arquitetura papilar, de baixo grau - O adenoma renal localiza-se na cortical → extremidade - Não possui cápsula - apesar de benigno - Coloração cinza ou amarelo-clara - Empurra a cápsula, mas é pequeno, por isso não sente dor - Está crescendo de maneira circular, mas não tem cápsula - Até 1 cm = adenoma - Mais de 1 cm = carcinoma Microscopia: - Papilas ramificadas ou túbulos e são pequenas - Cubóides ou poligonais - Citoplasma escasso e eosinofílico e núcleos centrais - Tamanho uniforme - Mitoses são incomuns → ocorre mais em maligno 2- Angiolipoma - Consiste em vasos, músculo liso e tecido adiposo originários de células epitelioides perivasculares - Comum em mulheres (4:1), entre 25 e 35 anos - Estão presentes em 25% a 50% dos pacientes com esclerose tuberosa → doença causada por mutações de perda de função nos genes supressores tumorais TSC1 e TSC2 → induz proliferação - Não é hereditário, é esporádico - Lesões do córtex cerebral que produzem epilepsia, alterações neurológicas e tumores benignos em outros locais - Importância clínica é decorrente de| sua suscetibilidade à hemorragia espontânea, pois os vasos que crescem no tumor é delicado Características: - Capsulares = menor que 1 cm - Intrarrenais = 3 a 20 cm (crescem para fora) - Nódulos são amarelados → de gordura Microscopia: - Tem tecido adiposo - Vasos - Músculo liso 3- Oncocitoma - 3% a 5% de todos os tumores renais - Assintomáticos - Células intercaladas dos túbulos coletores (do córtex para baixo) - Descobertos incidentalmente em estudos de imagem - Gênero masculino (3:1) - 2 a 12 cm de diâmetro → cresce mais que os outros benignos Características: - Cicatriz estrelada central - Cor mais marrom-avermelhado Microscopia: - Grânulos no citoplasma → pois tem muita mitocôndria para fazer proteínas - Células acidófilas - Envolta do núcleo é mais claro - Ninhos de células = aglomerado de células TUMORES MALIGNOS Carcinoma de células renais (CCR) - Carcinomas decorrentes do epitélio tubular renal - Surge por agressão frequente das células - Nitrosaminas → industrializados - 3% de todas as doenças malignas - Mais freqüente em homens (3:2) - Geralmente entre 50 e 70 anos - raro antes dos 20 anos - Leste europeu e Europa em geral - pessoas negras → pelo padrão de alimentação Sinais: - Dor lombar ou flanco → massa grande - Hematúria - Massa palpável - Evidências de trombo tumoral vascular → obstrução de artéria que eleva a PA Características: - Detecção incidental em indivíduos assintomáticos (50%) - Ótimas possibilidades de cura - Metástase no momento do diagnóstico (20%) → cura não é certa Forte asociação com: 1- Tabagismo 2- Obesidade 3- HAS → hipertensão arterial sistêmica 4- Fatores hereditários 1- CCR - Carcinoma Papilar - Responsável por 10% a 15% dos cânceres renais - Genético ou esporádicas - Anomalias citogenéticas: 1- Trissomias do 7 e 17 e perda do Y nos pacientes do sexo masculino na forma esporádica 2- Translocações no cromossomo X 3- Trissomia do 7 na forma familiar → MET (proto-oncogene → codifica fator de crescimento hepático - RHGF) - evidente na forma familiar e em pequena proporção na forma esporádicos Características: - Tipo mais associado a multicentricidade e bilateralidade - Ou seja, é cheio de papilas aveludados e tem dois dois lados OBS! Se tiver nos 2 rins é carcinoma papilar ou metástase - Amarelo-acastanhado Microscopia: - Caracterizado por papilas - Tem eixo fibrovascular delgado → compactadas em células anastomosadas (juntas) - Células pleomórficas - Macrófago contendo lipídios e/ou hemossiderina Carcinoma papilar tipo I: 1- Eixo fibrovascular delgado 2- Célula pequena 3- Roxa → basófila 4- Prognóstico melhor Carcinoma papilar tipo II: 1- Eixo fibrovascular grande 2- Célula grandes → desorganizado, quase nem parece papila 3- Rosa → acidófilas 4- Prognóstico pior 2- CCR - Carcinoma de células claras - 70% a 80% dos cânceres de células renais - Adultos - homens (2:1) - 95% dos casos são esporádicos - Associado a alterações do gene VHL (doença de von Hippel-Lindau) - Gene supressor tumoral (localização: 3p - braça curto do cromossomo 3) → esse gene regula o ciclo celular e a angiogênese (degrada proteínas que induzem proliferação) Gene: - A proteína pVHL faz a marcação de proteínas HIF-1alfa que serão destruídas - Essa HIF-1alfa é um fator de transcrição para genes que induzem a proliferação - Se não tem VHL, a outra fica sempre ativa → prolifera Características: - Bem circunscrito - Aparência amarelo-dourada - Tem focos de hemorragia e de necrose - Invade a veia renal Microscopia: - Células dispostas em ninhos - Citoplasma claro → pelo lipídio e glicogênio - Na foto é grau II Grau I → núcleo com menos de 10 micrômetros, arredondados e com cromatina densa e nucléolo inconspido (não muito evidente) Grau II → núcleo arredondado com até 15 micrômetros, cromatina finamente granular e nucléolo pequeno Grau III → núcleo arredondado a oval, com até 20 micrômetros, cromatina grosseira e nucléolo evidente Grau IV → Nucléolo pleomórfico ou multinucleados, com mais de 20 micrômetros, cromatina aberta, hipocrômica e macronúcleo Fatores que influenciam no prognóstico do paciente: - Estágio da doença - Tipo histopatológico 1- Tamanho do tumor 2- Invasão microvascular 3- Grau nuclear → de alterações nucleares Grupo de risco: - Baixo → sem invasão microvascular, baixo grau nuclear e tamanho menor que 7 cm - Intermediário → um dos três fatores desfavoráveis está presente - Alto → invasão tumoral microvascular, grau nuclear 3 ou 4 e tamanho do tumor maior que 7 cm Metástase: 1- Linfonodos da região 2- Pulmão 3- Fígado 4- Osso 5- SNC 6- Outro rim 3- Tumor de Wilms ou Nefroblastoma - Neoplasia renal mais comum na infância - 2 a 5 anos de idade - História familiar (10% dos casos) - Anomalias geniturinárias congênitas → malformações - Síndromes congênitas → síndromes de supercrescimento Fisiopatologia: - Perda de maneira esporádica do gene WT1 - Esse gene regula a p21 → perde a p21 e pode também a p53 Características: - Forma ovóide ou irregular - É lobulado → septos de tecido conjuntivo - Nítida demarcação do parênquima remanescente → pseudocápsula - Vermelho pálido ou branco-acinzentado - Áreas de necrose e áreas hemorrágicas Microscopia: - Células pleomórficas - Células com núcleo grande - Células com hipercromasia → muita cromatina - Parecida com um ducto rudimentar - Aspectofusiforme - Blastômero → célula de origem embrionária Estágios: Estádio I → tumor restrito ao rim, cápsula renal intacta ou pseudocápsula fibrosa Estádio II → tumor se infiltra em torno do rim (infiltração de vasos no seio renal, dos órgãos adjacentes ou da veia cava), mas é completamente ressecável – cresce para a cápsula Estádio III → tumor residual após cirurgia, macro ou microscopicamente, confinado ao abdome, invade a capsula e metástases em linfonodos Estádio IV → metástases hematogênicas ou em linfonodos fora da região pélvica e abdominal Estádio V → envolvimento renal bilateral. O estadiamento de cada rim deve ser dado separadamente CARCINOMAS UROTELIAIS 1- Carcinomas uroteliais da pelve renal - 5% a 10% dos tumores renais primários se originam do urotélio da pelve renal - Raro em indivíduos com menos de 40 anos de idade - Clinicamente se tornam aparentes dentro de um período curto → por fragmentação, produzem hematúria visível - Podem bloquear o fluxo de saída urinário → hidronefrose palpável e dor no flanco - Podem ser múltiplos, envolvendo a pelve, os ureteres e a bexiga - A infiltração da parede da pelve e dos cálices é comum - prognóstico ruim (quanto mais infiltrado) Características: - Tumor invadindo o parênquima renal - Causando obstrução e dilatação da pelve e cálices renais Microscopia: - Mucosa com papilas exofíticas → cresce para fora - Essas papilas desprendem → dá para ver no exame de urina - Feixe fibrovascular com célula endotelial em volta 2- Neoplasia urotelial da bexiga - Representam 90% de todos os tumores primários da bexiga, do ureter e da pelve renal - 80% dos casos ocorrem depois de 50 anos - As neoplasias uroteliais são divididas em: A- Papiloma B- Neoplasias uroteliais de baixo potencial de malignidade C- Carcinoma urotelial - Tendem a ter origem multicêntrica - Recidiva alta após ressecção - Bexiga faz o acúmulo de urina → reservatório de excretas = mais chance de tumor Fatores de risco: 1- Tabagismo → principal fator, pela naftilamina e nitrosaminas 2- Aminas aromáticas → nitrosaminas (alimentos industrializados 3- Trabalhadores da indústria petroquímica, da borracha e de corantes → agentes citostáticos 4- Schistosoma haematobium → inativação dos genes supressores de tumor TP53 e RB e mutações no oncogene RAS Etiologia: - Neoplasia se concentra no trígono da bexiga - Câncer pode obstruir a uretra → altera a micção A- Papiloma de bexiga - O papiloma verdadeiro tem todos os elementos histológicos de benignidade é raro - Células normal, mas com forma de papiloma B- Neoplasias uroteliais de baixo potencial de malignidade - Pode ser solitário e multifocal - É do tipo papilífero ou plano - Tumores de baixa malignidade → atipias discretas, baixo índice mitótico e invasão da parede da bexiga superficial ou ausente e recorrências após ressecção são comuns - Tem baixo pleomorfismo → não é benigno pois tem pleomorfismo - Tumores de alta malignidade → exibem atipias, pleomorfismo e índice mitótico elevados e frequentemente apresentam invasão da parede em profundidade variada - Mais de 50% dos pacientes não sobrevivem após 10 anos do diagnóstico - Muito pleomorfismo → tem mitose atípica - sem estrutura organizada de papila Sinais, sintomas e características: - Hematúria sem dor → 85% dos casos - Urgência miccional - Disúria (dor) e polaciúria (frequência) aparecem nos tumores - Extensão do tumor aos meatos ureterais pode causar hidronefrose e pielonefrite - Metástases nos linfonodos regionais e invasão dos tecidos e órgãos adjacentes - Metástases a distância só ocorrem na fase tardia do tumor e localizam-se preferencialmente nos pulmões, fígado, encéfalo e ossos Alterações benignas da mama MAMA - Glândula sudorípara modificada - Espessamento da “linha mamária” – 5ª semana gestacional - Invaginação de brotos epiteliais – canais - dúctulos - Único órgão humano não essencial a sobrevivência do indivíduo - Mas, essencial à sobrevivência da espécie - Mudanças marcantes ao longo da vida OBS! Aleitar onde quiser é lei Anatomia - Unidade funcional é o Lóbulo: 1- Células luminais → produz leite 2- Células mioepiteliais → sustentação e ejeção 3- Estroma intralobular 4- Estroma interlobular → no jovem não é gordura, mas em pessoas mais velhas é - Estroma interlobular = tecido fibroso denso - Ele é responsável por dar volume a mama, sustenta os lobos - Tamanho da mama não significa quantidade de leite - Estroma intralobular = tecido conjuntivo é mais frouxo e contém uma população fisiológica de células inflamatórias crônicas, principalmente linfócitos OBS! Todos os locais que tem abertura com o meio externo, tem linfócitos para proteger Lóbulos mamários: - São a unidade secretora da mama - São estruturas de contorno mais ou menos circular, circundados por estroma interlobular - Cada lóbulo é constituído por ácinos situados no estroma intralobular - Fora da gravidez, como neste caso, os ácinos estão quiescentes Ácino mamar: - Epitélio escamoso segmentado que muda abruptamente para duplo - Dupla população celular dos ácinos mamários - Cada ácino é composto por dois tipos de células: 1- Células epiteliais → camada interna 2- Células mioepiteliais → camada externa que se destacam pelo citoplasma ser mais claro - Células mioepiteliais alongadas ou ovais com características contráteis → função é contrair, promovendo a extrusão do leite secretado - ejeção - Em lesões proliferativas da mama, a perda da dupla população é um importante elemento a favor de neoplasia - Célula luminal → responsável pela produção de leite Ductos mamários: - Servem para drenar os lóbulos → canais ejetores - Têm contorno irregular ou estrelado - São constituídos por dupla população, de células epiteliais de revestimento (internas) e mioepiteliais (externas) - Composto por ducto terminais, grandes ductos e ductos lactíferos OBS! Ocitocina → ejeta mais leite, por isso quando o bebe mama liberamos citocina Fisiologia - Nascimento → mama infantil termina nos ductos terminais - Adolescência → Progesterona e estrógeno fazem crescimento lobular além do estromal - Gestação → remodelação e multiplicação lobular - Menopausa → substituição de tecido estromal por tecido adiposo OBS! Nulíparas tem mais tipos de cânceres que as multíparas - Glândulas mamárias em repouso → ausência de alvéolos - Glândulas mamárias lactantes → porções terminais de ductos se ramificam - presença de alvéolos (células cuboides envolvidas por células mioepiteliais) OBS! Silicone não interfere na amamentação, já cirurgia para redução mamária pode interferir APRESENTAÇÃO CLÍNICA DAS DOENÇAS MAMÁRIAS - Nenhum dos sintomas costuma ser grave o suficiente para investigação - 90% benignos (quanto mais jovem, maior a probabilidade) 1- Dor - Muitas vezes relacionadas com ciclo reprodutivo - comum - Ocorre por alteração do tamanho - Dor localizada geralmente é ruptura cística ou trauma de tecido adiposo - Quase totalidade das massa dolorosas são benignas - Procurar crescimento, ruptura e relacionar com o ciclo reprodutivo 2- Inflamação - Mama fica edematosa ou eritematosa - Ocorrem normalmente durante lactação e amamentação por fissura e penetração de S. aureus - Diagnóstico diferencial em outro momentos se faz com carcinoma inflamatório 3- Secreção do mamilo - Normal quando em pequeno volume e bilateral → ação sistêmica para que ocorra - Lesão benigna mais comum = papiloma que surge nos grandes ductos - Espontâneas de grande quantidade unilaterais ou sanguinolentas tem mais chance de serem malignas → precisa ser observada - Secreção do mamilo sanguinolenta e esverdeada 4- Granulosidade ou massa palpável - Tecido mamário normal é granuloso (quando não tem prótese) → estroma interlobular é mais denso e os ductos são mais duros - Quando pronunciadas, exames de imagem ajudam a determinar massa presente 5- Massas/Tumorações Palpáveis - Células estromais e epiteliais sendo palpáveis a partir de 2 cm - 95% benignas, mas toda tumoração palpável exige uma avaliação - Redonda ou oval com limite preciso 6- Ginecomastia -Aumento da mama masculina → uni ou bilateral - Não há formação de lóbulos → não amamenta - Única sintomas comum no homem - Aumento do estroma → devido ao aumento de estrogênio em relação aos hormônios androgênicos - Prolactina alta e hormônio androgênico normal = ginecomastia - Aumento do colágeno e hiperplasia do epitélio ductal - 3 fases da ginecomastia fisiológicas: 1- Recém nascidos → ocorre em 65-90% pela atuação dos hormônios maternos e placentários (estrogênio, progesterona e peptídeos monotrópicos) 2- Fase puberal → desequilíbrio androgênio/ estrogênio (regressão em torno dos 14 a 17 anos) 3- Período senil → provem do hipogonadismo - diminuição de testosterona, alteração de LH e valores de estradiol mantidos - Nenhum desses costuma ser grave o suficiente para investigação → 90% benignos - Quanto mais jovem maior a probabilidade de ser benigno - A maioria descobre pela mamografia anormal → mamografia serve para detecção precoce - Os que vão procurar ajuda, o que mais se descobre é por granularidade PROBABILIDADE DE MALIGNIDADE - Aumenta conforme idade - 7% em mulheres menores de 60 anos - 30% em mulheres maiores de 60 anos - Probabilidade de massa palpável ser maligna: - 10% menores de 40 anos - 60% maiores de 50 anos - Tamanho médio de detecção: 1cm - Aproximadamente 75% dos cânceres de mama nos EUA em mulheres maiores de 50 anos são detectados na mamografia - Apenas 15% sofrerão metástases ACHADOS MAMOGRÁFICOS Densidades: - São lesões que substitui estroma adiposo por tecido radiodenso - Normalmente as arredondadas são benigna, fibroadenomas ou cistos - Carcinomas mais invasivos formam massas irregulares Calcificações: - São formadas em secreção, restos necróticos ou estroma hialinizado - Normalmente são benignas: grupamento de cistos apócrinos, fibroadenomas hielinados e adenose esclerosante - Calcificações associadas a malignidade são geralmente pequenas, irregulares, numerosas e agrupadas PROCESSOS INFLAMATÓRIOS - Pouco usuais 1- Mastite aguda - Infecções aguda da mama - Porta de entrada são as fissuras mamilares - Pode formar abscesso mamários → trata através da drenagem a bactéria pelo leite, compressa fria e antibiótico antibiótico e drenagem do leite - Etiologia = Staphylococcus aureus, Streptococcus sp. - Manifestações clínicas → dor, quente e local túrgido 2- Mastite aguda da lactação: - Tipo de mastite mais frequente - Primeiras semanas de amamentação - Penetração de bactérias pela papila mamária (mamilo) – fissuras e rachaduras - Staphylococcus aureus e estreptococos - Dor, hiperemia, edema, calor e febre - Exsudato neutrofílico - Uso de antibióticos 3- Mastite aguda por piercing - Lesão pela presença de piercing 4- Mastite Granulomatosa - Forma granuloma - Idiopática → provavelmente autoimune - Micobactérias e fungos → em pacientes imunossuprimidos - mais raras - Histologia → granuloma, necrose e destruição do parênquima 5- Metaplasia escamosa dos ductos Galactiferos - Abscesso subareolar ou doença de Zuska - Células epiteliais cubóides dão sustentação e faz ejetar o leite → uma substância diferente faz formar um tampão perimamilar queratinizado - Esse tampão faz formar um abcesso - Associação com tabagismo - Recorrência muito comum - Drenagem e antibiótico resolvem - Tratamento definitivo → Extração do tecido lobular da região - mas o ideal é não tirar, devido a vida reprodutiva 6- Ectasia Ductal (mastite por plasmócitos) - Alteração da 5a a 6a década - Multíparas → devido a usar muito a mama para amamentar, dilata os grandes ductos → favorece inflamação - Secreção espessa e macrófagos xantomatosos → englobam lipídios - Processo inflamatório peri ductal por rompimento do ducto e não por presença de bactéria → inflamatório, não infeccioso - Massa palpável - Sem dor e secreção branca espessa - Estroma periductal: infiltrado linfocitário circundando os ductos dilatados - Ou seja, dilatado, cm material espesso, branco e com macrófagos xantomatosos 7- Lesões Ca símile (parecida com câncer) Necrose gordurosa - Depois de uma pancada por pressão, pós cirurgia - Massa endurecida → simula câncer - Macroscopicamente: aspecto hemorrágico pós necrose gordurosa liquefativa, nódulos firmes de coloração branco acinzentada - Microscópicamente → neutrófilos, macrófagos crónicamente – fibrose com calcificação distrófica Mastopatia linfocítica - Conhecida como mastopatia diabética → diabetes mellitus 1, doença tireoidiana e autoimune - Um ou múltiplos nódulos endurecidos - Ductos atróficos envolvidos por infiltrado linfocitário - Regressão espontânea ou após controle glicêmico - Infiltrado linfocitário perilobular, periductal ou perivascular e estroma denso Reação a prótese mamária - Inflamação aguda ou imediata, fibrose ou rejeição (para expulsar a prótese) - Ruptura da prótese pode desencadear - Como qualquer corpo estranho faz reação granulomatosa não imunogênica NEOPLASIAS ESTROMAIS - Neoplasia do estroma mamário Estroma intralobular - Bifásico → Fibroblastos + células epiteliais 1- Fibroadenoma → mais comum 2- Tumor filóide 1- Fibroadenomas - Tumor mais comum, mulheres jovens - Baixa celularidade (poucas células) e mitoses raras - Bem delimitado e com poucas células - Crescimento expansivo pressionando bordas e muita matriz extracelular - Complicações quando infarto ou inflamação - Pode ser: - Infiltrativo → problema, câncer - Expansivo → dói, nódulo 2- Tumor Filodes - Acomete mulheres acima de 60 anos - Alta celularidade → muitas células - Células estromais superam as células epiteliais e altera a arquitetura da glândula → rompendo e criando fendas ou protuberâncias - Crescimento excessivo do estroma → muita mitose - 2% metastatizam - Microscopia: maior celularidade, índice mitótico, pleomorfismo nuclear, crescimento excessivo do estroma e limites infiltrativos – Características que diferenciam do fibroadenoma - Baixa chance de carcinoma, porém mais perigoso que o primeiro Estroma Interlobular - Monofásicos → células mesenquimais - Fibroblasto, gordura e vaso sanguíneo - Lesão: hemangioma, lipoma, etc NEOPLASIA EPITELIAIS BENIGNAS - São divididas em 3 grupos 1- Doença não Proliferativa (alterações fibrocísticas) 2- Doença Proliferativa sem atipias (normal) 3- Doença proliferativa com atipias (fora do padrão) → hiperplasia atípica OBS! A primeira tem menos riscos de carcinomas, a última tem mais 1- Doença não proliferativa epitelial - São os cistos, fibroses e adenoses A- Cistos - São dilatações dos lóbulos - Pode formar grandes cistos - Epitélio plano, abundante citoplasma eosinófilos e granular - Ele fica secretando substâncias dentro B- Fibroses - Vem de cisto roto e derramamento de seu conteúdo para o estroma adjacente - Inflamação crônica e fibrose adjacente C- Adenose - Aumento do número de ácinos por lóbulo - Normal em gestação - Não getação → ácinos cobertos por células colunares típicas ou com atipias (não representa risco para câncer de mama) 2- Doença Proliferativa sem atipias - Pequenos risco para malignização - Comumente detectadas em mamografias ou biópsia A- Hiperplasia Epitelial - Preenchimento e distensão pro células epiteliais → muitas células - Luzes irregulares na periferia das células em proliferação - Achado incidental - Hiperestrogenismo → muito estrogênio faz bloqueio hormonal (anticoncepcional) - Pouco relacionado com câncer B- Adenose Esclerosante - Aumento no número de ácinos distorcidos e comprimidos - Padrão que simula carcinoma invasor - Desperta atenção clínica quando se apresenta como um nódulo palpável - Super bem delimitado, não invade outro tecido e nem expande C- Lesão esclerosante complexa - Misto de hiperplasia epitelial, adenoso esclerose e papiloma - Glândulas emaranhadas em estroma hialino, com bordas mal definidas - Simula um carcinoma invasivo - Não tem atipia → de todas as lesões sem atipia, esse é o pior D- Papiloma - Células crescem dentro de um ducto dilatado - Múltiplas ramificações com eixos fibrovasculares - Hiperplasia epitelial e metaplasia apócrina presente 3- Doença proliferativa com atipias- Proliferações clonais que possuem algumas mas não todas características de carcinoma in situ - Aumento moderado do Risco de Carcinoma - Tem atipias e podem se tornar um câncer a qualquer momento - Relacionado à estados de hiperestrogenismo, com alterações genéticas (-16q/+17p e perda da E-caderina) A- Hiperplasia ductal atípicas: - Semelhança histológica com carcinoma in situ - Preenche parcialmente ductos envolvido - Ducto preenchido por população mista de células colunares na periferia e células mais arredondadas na porção central B- Hiperplasia Lobular Atípica - No lóbulo, com células idênticas a células do carcinoma lobular, mas preenchem ou distendem 50% de um lóbulo - Por causa de sua extensão não é considerada maligna - Células pequenas redondas e preenche a luz lobular - Devido a atipia, alto risco de neoplasia Mama - Tumores fibroepiteliais, carcinoma in situ e invasivos SINAIS E SINTOMAS PARA IDENTIFICAÇÃO 1- Dor (mastalgia ou mastodinia ) - Cíclica com as menstruações, ou não cíclico - Cíclica difusa pode ocorrer devido a um edema pré-menstrual - Não cíclica → está localizada em uma área da mama - Cistos rompidos - Lesão física - Infecções 2- Massas palpáveis - Tumores quando cerca de 2 a 3 cm tem grande capacidade de metastatizar - O diagnóstico precoce por mamografia gera bom prognóstico, descobrindo a massa palpável em um menor tamanho em que ainda não metastatizou - O câncer de mama aumenta conforme aumenta a idade, por questões hormonais e senescência das células (células velhas) - As lesões palpáveis mais comuns são: cistos, fibroadenoma e carcinoma invasivo 3- Descarga Papilar - Secreção dos mamilos sem nenhum motivo aparente que já é sinal de provável carcinoma envolvendo os ductos - É menos comum, porém mais indicativa de carcinoma quando unilateral - Descargas lácteas (galactorreia) estão associadas a níveis elevados de prolactina (adenoma hipofisário), hipotireoidismo ou síndromes endócrinas anovulatórias - Podem ocorrer em pacientes que estejam usando contraceptivos orais, antidepressivos tricíclicos, metildopa ou fenotiazínicos OBS! Câncer de mama migram para os linfonodos - Descarga hemorrágica ou serosa é mais associada a cisto e papiloma ductal FATOR DE RISCO - Fator Ambientais - Metabolismo do estrogênio e obesidade tem relação direta - Estrógeno → secretado no ovário e menor quantidade nas adrenais (17βestradiol (E2) → principal em humanos, mas existem outros 2) Obesidade: - Após a menopausa, quando os ovários param de produzir hormônios (estrógeno e progesterona), a gordura se torna a fonte mais importante de estrógeno - O tecido gorduroso expressa as enzimas aromatase 17β-hidroxiesteroide desidrogenase (17βHSD) - Obesidade e sobrepeso que aumenta a concentração de testosterona que é convertida em estradiol pela aromatase que gera dano por duas vias: 1- Testosterona e estradiol favorece que as células com instabilidade genômica continuem no ciclo celular → diminuição da apoptose dessas células, aumento da proliferação e desdiferenciação (células com erro que geram outras células com erros) 2- Testosterona e estradiol favorece resistência à insulina → aumento da liberação de insulina → o que gera uma diminuição da síntese de SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais - essas fazem transporte) → os hormônios sexuais (testosterona e estradiol) ficam mais biodisponíveis por não estarem sendo carreados → diminuição da apoptose dessas células, aumento da proliferação e desdiferenciação (células com erro que geram outras células com erros) - Aumento do estrogênio e inflamação sistêmica → via de liberação de hormônio → favorecendo o câncer de mama FISIOLOGIA DO ESTROGÊNIO Ação genômica: - Crescimento e diferenciação do epitélio dos ductos → papel importante no funcionamento do ducto - Aumento da atividade mitótica das células cilíndricas dos ductos - Estímulo ao crescimento do tecido estromal Ação não genômica: - Receptores de estrogênio na membrana → ativam receptores acoplados à proteína G - PKA, PKC e MAPK → participam do processo de divisão celular - Efeitos direto sobre vascularização → neovascularização - Ativação de vias de sinalização de fatores de crescimento → favorece a metástase 1- CARCINOMA DE MAMA - Neoplasia mais comum em mulheres - 2ª principal causa de óbito por câncer Fatores de risco - Maioria esporádicos (88%) - Mutação hereditária (12%) - Sempre tem mutação no gene supressor de tumor - Parente de 1 grau é um fator de risco para ter câncer de mama, e aumenta risco para homem também - Pico entre 70-80 anos - Tratamento para linfoma Hodgkin - Doença mamária benigna - Hiperplasia Atípica → muita inflamação - Exposição estrogênica (TRH) e a radiação - Obesidade e tóxicos ambientais (pesticidas) - Menarca precoce → não existia o preparo das células da mama, para tantos receptores dos hormônios, eles ficam mais sensibilizados e vira fator de risco - Menopausa tardia - Risco aumenta conforme a idade Efeito protetor - Idade do primeiro filho → mulheres que tiveram filho antes dos 20 anos de idade tem menos chance de desenvolver câncer de mama - Amamentação → fica mais adaptável - Exercício físico → aumenta secreção de fatores antiinflamatórios Fatores genéticos - Avaliação imunoistoquímica → verificar se o tumor tem receptores hormonais - no carcinoma a sua maior parte precisa de alteração hormonal - 3 receptores hormonais para câncer de mama, importantes para classificar qual tipo de carcinoma: 1- Receptor de estrógeno (RE) 2- Receptor de progesterona (RP) 3- HER-2 (receptor de fator de crescimento epidérmico 2) - Existem 3 tipos de carcinoma de mama de acordo com os receptores: OBS! Saber os receptores é importante para tratamento RE+ e HER - - Só receptor de estrogênio - 50-60% dos tumores - Risco aumentado com a idade, a cada 10 anos de vida vai aumentando exponencialmente RE +/- e HER2 + - Positivo para receptor de estrogênio e para receptor de crescimento epidermal humano - 10-20% dos tumores RE- e HER2 - - Os dois receptores estão ausentes - É hormônio dependente mas não tem marcadores de hormônios alterados → necessário olhar marcadores genéticos para identificar a alteração genética nesse carcinoma de mama - 10-20% dos tumores - Supressão do HER-2 → 30% invasivos - Amplificação do gene RAS e MYC - Mutação nos genes supressores RB (retinoblastoma) e TP53 - Genes: BRACA1, BRCA2, TP53 e CHEK2 - 2 Eventos importantes, alterações dos genes: BRCA1 - Aumenta em 80% de desenvolver câncer de mama e ovário - Não dá pra identificar o tipo de células porque a diferenciação de células epiteliais é para outras células pequenas de difícil identificação - ER- negativo, HER2- negativo → características basais - Mutação na P53 BRCA2 - Aumenta em 90% de desenvolver câncer de mama - Mais associado a câncer de mama masculino - Algumas causam atipia epitelial → alteração anormal → favorecimento de mutações como PIK3 (que favorece a hiperplasia) do ducto → CDIS (preferência de células epiteliais diferenciadas) - ER- positivo, HER- negativo → têm estruturas histológicas que parecem biscoitos o que é característico de carcinoma luminal - Não há mais reparo de DNA → diferenciação de células com instabilidade genômica → atipia de células epiteliais → CDIS → HER2 enriquecido 2- CARCINOMA DUCTAL IN SITU (CDINS) - Proliferação clonal → células iguais - Delimitadas pela membrana basal - São não palpáveis → detectadas na mamografia - Tem um diagnóstico difícil, mas agora com mamografia precoce, consegue fazer e ver na mamografia - Prognóstico excelente → 97% de sobrevida após mastectomia - CIDS é um tipo de comedocarcinoma (lesão pré-maligna) → pleomorfismo de alto grau e rapidinho vira maligna - Aumento das ceuas epiléticas, que ainda não teve mudança da morfologia Processo: Hiperplasia toma o lúmen do ducto normal → favorece o aparecimento de células atípicas (cancerígenas) → consegue fazer o extravasamento do ducto (quando invasivo) Microscopia: - Bem diferenciados - Associados a padrões mucinoso, papilar, lobular e cribriforme A-Imagem radiológica revela calcificações lineares e ramificadas dentro do sistema ductal B- Proliferação de alto grau associada a grandes áreas centrais de necrose e calcificação preenchendo vários ductos C- CDIS cribriforme. Note os espaços arredondados regulares (“cortador de biscoito”) contendo secreções e calcificações D- CDIS micropapilífero. As projeções papilíferas não exibem eixos fibrovasculares Tratamento: - Mastectomia e irradiação - Prognóstico bom → grande sucesso de cura 3- CARCINOMA LOBULAR IN SITU (CLIS) - Proliferação clonal, células malignas, dentro dos ductos e lóbulos - Perda de adesão células se deve a disfunção da e-caderina - Aumenta o risco de metástase → pelo desprendimento - Não faz calcificação e nem reação estromal → não mda na mamografia - Monomórficas → células pequenas, redondas e pouco coesivas preenche e expande os ácinos de um lóbulo 4- CARCINOMA DUCTAL INVASIVO - Massa dura e irregular - Estrutura esbranquiçada A- Luminal: Luminal A - Tipo RE positivo e HER2 negativo - baixa proliferação celular - Baixa proliferação celular e frequente em mulheres e em homens idosos - Regulado diretamente pelo receptor de estrogênio - Cirurgia e terapia alvo hormonal para cura Luminal B - Tipo RE positivo e HER2 negativo - alta proliferação celular - Mais comum associado a mutações do BRCA2 - Ambos são bem diferenciados - Associados a padrões mucinosos, papilar, lobular e cribriforme B- HER-2 Positivo - Mais comum em mulheres jovens - Relacionado com a p53 → síndrome de Li-Fraumeni - Favorecer a metástase precoce do câncer de mama - Pouco diferenciado - O gene HER2 fica no cromossomo 17q, tem uma super expressão → com isso aumento da proteína HER2 - Tratamento terapia Alvo → trastuzumab - Se tiver muita ativado o HER2 tem como deixar desativado com anticorpo monoclonal Doença de Paget - Acomete aréola e mamilo - Células de paget na epiderme se comprometem e isso deixa o tecido de mamilo e aréola com proliferação exacerbada e isso gera uma descamação - Disseminação de células neoplásicas (CDIS - Carcinoma Ductal In Situ) pelos ductos até o mamilo - É HER2 positiva e pouco diferenciada - Sintomas: crosta, prurido (coceira) e eritema - Crosta com célula descamação - Processo inflamatório → favorece subida da célula de Paget - Microscopia → célula de Paget alterada - Diagnóstico citológico → para saber se tem ou não a presença de HER 2 positivo - Tratamento de remoção do mamilo ou radioterapia → prognóstico bom C- Triplo Negativo - Estrógeno (RE); Progesterona (RP) e HER-2 negativos: triplonegativo (tipo basal) - Mulheres jovens, afro-americanas e hispânicas - Gene BRCA 1 modificado - Metastizam precocemente - 30% responde bem à quimioterapia - Recorre nos 5 primeiros anos de tratamento - Sobrevida após a metástase é baixa - Microscopia → pouco diferenciado, pode ter necrose central e um centro fibrótico - Difícil de saber se é ou não um carcinoma → é pouco diferenciado por isso precisa de marcador - Histopatologia do Carcinoma Ductal invasivo: Macroscopia: - Depende da reação estroma e geral de massa irregular e firme - Raramente metastiza - Proliferação fibroblástica e produção de colágeno, que dá uma consistência bem rígida Microscopia: - Dividido em 3 graus: - Graus 1: forma estrutura tubular e baixo índice de proliferação - Grau 2: formam estruturas tubulares e sólidas - Grau 3: formam ninhos desorganizados de células, alto índice de proliferação e áreas de necrose 1- Células bem diferenciadas → glândulas tubulares ou cribriforme 2- Moderadamente diferenciado → ninhos sólidas de células com núcleo pleomórficos 3- Carcinoma pouco diferenciado → infiltrado de lâminas irregulares, figuras de mitose e áreas de necrose - Muitos carcinomas ductais produzem uma resposta desmoplásica que substitui a gordura da mama normal (resultando em densidade mamográfica) e forma uma massa dura e palpável Tipos especiais: - Carcinoma Lobular: massa irregular, células de formato de anel de sinete e não coesas - Mucinosos: macio e elástico. Células como ninhos e lagos de mucina - Tubulares: túbulos bem formados, podem ser confundidas com lesões esclerosante benignas - Carcinoma papilífero: papilas reais, com eixos fibrovasculares cobertos por células neoplásicas - Carcninoa apócrino: células que lembram as de glândulas sudoríparas – associação com HER-2 - Carcinoma Micropapilar: células mimetizando papilas reais – associação com HER-2 Tratamento: - Tratamento cirúrgico → cirurgia conservadora de mama (mastectomia) e avaliação de linfonodos axilares - Radioterapia → pós mastectomia - Terapia neoadjuvante → quimioterapia, terapia hormonal (tamoxifeno e Inibidores de aromatase - Anastrozol e Letrozol) e terapia biológica - Anti HER2 (Trastuzumabe) 4- CÂNCER DE MAMA MASCULINO - 1% de incidência Fatores de risco - Envelhecimento (60-70 anos) - Parentes de primeiro grau com câncer de mama - Exposição ao estrogênio ou radiação - Obesidade - Doença mamária anterior Fisiopatogenia - Mutações germinativas no BRCA2 e menos frequente em mutações na BRCA1 - RE positivo é mais comum - Ductos mais próximo dos mamilos → nódulos subareolares palpáveis (2-3 cm) - Tem descarga papilar → secreção - - A disseminação segue o mesmo padrão das mulheres → envolvimento de linfonodos axilares está presente em cerca de metade dos casos na época do diagnóstico - São comum metástase à distância para pulmões, cérebro, ossos e fígado - Precisa fazer mastectomia e linfadenectomia Fatores prognósticos e preditivos - Invasivos e in situ - Invasivo → alteração da e-caderina - Muito mais propenso a metástase do que o in situ por isso, a e-caderina favorece a metástase porque favorece o desprendimento - Sem envolvimento linfonodal → sobrevida livre de doença em 10 anos (70 a 80%) - Com 1 a 3 linfonodos comprometidos → sobrevida até 10 anos (35 a 40%) e mais de 10 anos (10 a 15%) - Tumores menores de 1 cm → sobrevida global em 10 anos de 90% - Tumores menores de 2 cm → sg em 10 anos de 77% - Triplos negativos → o tamanho não tem grande importância