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COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA 01

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COMUNICAÇÃO 
E 
SEMIÓTICA
Profª Fátima Medina
Aula 01 - 05
Aparição de rosto e fruteira numa praia
A obra de Salvador Dali é descrita por Gombrach da seguinte forma: “a baía com suas onda, a montanha com seu túnel – representa ao mesmo tempo a cabeça de um cão, cuja coleira é também um viaduto ferroviário sobre o mar. O cão paira em pleno ar – parte media do seu corpo é uma fruteira com pera, a qual, por sua vez, se converte no rosto de uma mulher cujos olhos são formados por estranhas conchas marinha, numa praia repleta de intrigantes aparições. Como sonho, algumas coisas – por exemplo, a corda e o pano – destacam-se com inesperada clareza, enquanto outras formas permanecem vagas e evanescentes.” (Gombrach:1995 p.593)
O artista procura denunciar as condições existenciais extremas em que vive a humanidade, Gombrach faz uma comparação entre o quadro de Dali e Tlaloc, deus da chuva, senhor do raio, do trovão e do relâmpago, temido pelos astecas que sacrificavam pessoas em rituais dedicados ao deus. Os astecas acreditavam que era o responsável pelas inundações e secas. Tlaloc era senhor do destino da coletividade e “o cão e a fruteira de Dali refletem o sonho impalpável de uma pessoa, para a qual não temos a chave que o decifre.” (Gombrach: 1995 p.594)
UNIDADE I: Semiótica, linguagem e representação
1.1- Introdução à comunicação e semiótica
1.2- O signo: conceitos, classificações e desdobramentos. 
1.3-  Semiótica e Cultura
1.4- Semiótica  e Teoria da Comunicação
1.5- Semiótica e Imagem
UNIDADE II: A semiótica e as matrizes da linguagem.
2.1-  A semiótica e a análise de diferentes linguagens
2.2-  A semiótica e a "matriz sonora"
2.3-  A semiótica e a "matriz visual"
2.4  - A semiótica e a "matriz verbal"
2.5 - A semiótica e as "linguagens híbridas"
UNIDADE III: A semiótica aplicada ao campo da comunicação social.
3.1- A semiótica e a análise da linguagem jornalística  
3.2- A semiótica e a análise da linguagem publicitária
3.3-  A semiótica e a análise da linguagem audiovisual.
3.4-  A semiótica aplicada à multimídia
3.5 -  A semiótica aplicada ao design
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
1) SANTAELLA, Lúcia. Semiótica Aplicada. São Paulo: Editora Thompson Pioneira, 2002. 
2) BARTHES, Roland. Elementos de Semiologia. São Paulo: Editora Cultrix, 2006. 
3) NETTO, J. Teixeira Coelho. Semiótica, informação e comunicação. São Paulo: Editora Perspectiva, 2003.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: 
1) BARTHES, Roland. O Óbvio e o Obtuso. Rio de Janeiro, Nova Fronteira: 1989. 
2) BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos. São Paulo: Perspectiva, 2002. 
3) DONDIS, Donis A. Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo, Martins Fontes: 2007.
4) ECO, Umberto. Tratado geral de semiótica. São Paulo: Perspectiva, 1980.
5) NÖTH, Winfred. A semiótica no século XX. São paulo: Anablume,  1999.
UNIDADE I: Semiótica, linguagem e representação
Semiótica é o estudo dos signos, ou seja, as representações das coisas do mundo que estão em nossa mente.
Linguagem  pode se referir tanto à capacidade especificamente humana para aquisição e utilização de sistemas complexos de comunicação, quanto à uma instância específica de um sistema de comunicação complexo. (HOUAISSi, 1991) O estudo científico da linguagem, é a em qualquer um de seus sentidos, é chamado linguística.
Semiótica e Semiologia
Segundo Vogt, o termo Semiótica tem longa tradição de uso e sua antiguidade remonta ao médico grego Cláudio Galeno, que viveu entre 131 e 210 da era cristã. Suas teorias influenciaram a medicina até pelo menos o século XVIII. Semiótica como designação da ciência dos signos, correspondente à lógica tradicional, foi noção proposta pelo filósofo inglês John Locke, no século XVII e retomada por Lambert, no século XVIII.
Semiótica -  designação de origem anglo-saxã, proposta pelo filósofo norte-americano Charles Sanders Peirce (1839 - 1914).
Semiologia -  vertente neolatina da cultura europeia, proposta pelo linguista suíço Ferdinand de Saussure (1857 -  1913).
Segundo Saussure, a língua é um objeto teórico, um construto, um sistema cujos elementos integrantes e integradores são os signos.  É uma instituição social que se distingue de outras instituições, políticas, jurídicas etc., pela natureza especial do sistema de signos que constitui.
Peirce preocupa-se em formular um método capaz de conferir significado às ideias filosóficas.  As opiniões e o estabelecimento de sua verdade constitui o objetivo fundamental do método científico.
Para Peirce, um signo é algo que, de algum modo, representa alguma coisa para alguém, dirige-se a alguém, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente ou um signo melhor desenvolvido.
Assim, língua, literatura, moda, culinária, comportamento animal, música, pintura, jogos, rituais, regaras sociais, tudo que, por alguma razão, passou a ser percebido como sendo em si significante e sendo o que não é, sendo, simultaneamente outra coisa que si mesmo, tendo um significado, passou também à categoria de objeto semiológico ou semiótico
1.1- Introdução à comunicação e semiótica
A semiótica, por suas várias perspectivas, pretende levar o indivíduo a inserir-se no mundo da leitura como prazer, pelos efeitos extraordinários que os conhecimentos advindos dela podem proporcionar.
Os estudos semióticos vêm trazendo cada vez mais contribuições teóricas e práticas para a exploração dos significados presentes nos mais diversos códigos à disposição num universo cada vez mais em rotação.
A leitura de mundo, pelo caminho da Semiótica, conduzirá à decifração de textos verbais e não verbais, atingindo a Comunicação e diversas áreas afins, pois a abrangência da diversidade de domínios nos possibilitará fazer uma viagem pelos sentidos em diferentes graus na metodologia de análise de discursos e textos, além de trabalhar o lúdico, envolvendo os leitores com seus possíveis olhares
A disciplina se define não somente pelo objeto, mas também pelo ponto de vista que se é capaz de projetar sobre esse objeto. Utilizar estratégias de leituras que levam à aquisição de linguagens vão possibilitar a arquitetura de informações novas ou releitura de textos. Isto é parte da viagem pelo mundo da Semiótica.
A leitura com olhares diversos como o do fotógrafo que vê além da imagem ou retrata para esquadrinhar ou investigar os sentidos ali presentes em busca e uma nova estética, todas as possibilidades dos signos é leitura semiótica.
1.2- O signo: conceitos, classificações e desdobramentos
Signo são as coisas que estão no mundo e o homem é estimulado por elas. Essas coisas ou estímulos passam do físico ao mental, são as linguagens, produtos da consciência. O homem dentro da sua sensibilidade transforma as coisas que se apresentam a ele e que geram inquietações, o que o faz busca significações. Esses sinais, coisas e estímulos ganham forma e conteúdo através do signo. 
Como o mundo está sempre em rotação (aqui no sentido conotativo), portanto, em eterna transformação, o homem passa a se comunicação de infinitas formas para que o outro, o seu interlocutor, possa entende-lo e responder, dando assim o Feedback.
Feedback
existe 'feedback' entre duas partes em que cada um afeta o outro.
Anna Lee
Significante (imagem acústica) Caneca
Significado (conceito) Objeto que serve para tomar líquidos.
Para o linguística, Ferdinand de Saussure, o signo linguístico une não uma coisa a uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica, que é a representação material da própria palavra, registrada em nossa mente.
Signo do ponto de vista de Peirce 
O signo é uma coisa que representa outra: seu objeto. Só há signo quando houver essa representação, o signo não é o objeto, ele está no lugar do objeto. 
Caneca: o objeto, o corpo, a cor, a forma, são signos do objeto caneca. Estes signos não são a própria caneca, mas dependem da natureza do signo.
Significante (imagem acústica): manifesta-se para nós por meio de suas propriedades.
 Significado :conceito. 
Conceito que vem à mente. Saussure partiu
do pressuposto de que não usamos apenas a língua para nos comunicar, anunciando a linguística como um primeiro tópico a ser estudado dentro de uma ciência maior: a semiologia. A natureza do signo linguístico foi concebida como uma entidade psíquica de duas faces indissociáveis que criam um significante (imagem acústica) e significado (conceito). A arbitrariedade dessa relação possibilita a produção de diferentes sistemas de significação.
Os signos, portanto, estão presentes em todos os sistemas de produção de sentido e, hoje, mais do que antes estão se produzindo e reproduzindo de forma bastante rápida visto que vivemos a era das multimídias e as informações e mensagens povoam nosso cotidiano, no minuto em que os fatos estão acontecendo. A leitura é simultânea ao acontecimento. (Hilda Flores)
Um signo ou representação é tudo aquilo que, sob um certo aspecto ou medida, está para alguém em lugar de algo. Dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo esse signo que ele cria o interpretante do primeiro signo. O signo está no lugar de algo, seu objeto. Está no lugar desse objeto, porém, não em todos os seus aspectos, mas apenas com referência a uma espécie de ideia”. (Peirce, 2. 228 apud Nöth, 1998, p. 65)
O representamen do signo seria o significante na nomenclatura de Saussure. No caso, o representamen seria a percepção do signo, isto é, como uma pessoa o percebe. Nas palavras de Peirce é “o veículo que traz para a mente algo de fora”. O objeto corresponde ao referente, à coisa em si. O interpretante é o significado do signo, a interpretação do signo. É o que se cria na mente como efeito do signo. “ Um signo dirige-se a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido. Chamo o signo assim criado o interpretante.
Uma pessoa ao ver uma placa de “É proibido fumar” (representamen) visualiza o “cigarro” (objeto) e “rejeita o hábito de fumar” ou “sente vontade de fumar” (interpretante). Percebe-se que cada signo pode criar um interpretante, logo a semiose pode resultar em interpretantes sucessivos, pois “pensar” leva a situações diversas de acordo com experiências diferentes. É o que chamamos “vários olhares” ou “várias interpretações” para um mesmo representamen.
A classificação peirceana dos signos, do ponto de vista do representamen, teremos três categorias, segundo Peirce: Ao visualizarmos as imagens, elas nos provocam sensações, pois mexem com nossos sentidos. Por exemplo, ao olharmos a última imagem, além da visão, poderemos salivar, pois é como se sentíssemos o cheiro e o paladar. Temos o signo em relação a si mesmo. Primeiridade ou qualissigno qualidade do signo. É a leitura emocional, isto é, aquela que é percebida por um dos sentidos.
Segundo Santaella, tudo aquilo que dá sabor, tom, cor à nossa vida, isto é, afeta a “nossa consciência imediata” está no sentimento que chamamos de qualidade. É a consciência de um momento que não precisa estar no presente, mas representa a primeiridade, pois é o que imediatamente vem à nossa cabeça ao visualizarmos algo, é o possível.
Vai chover
Está chovendo
Secundidade ou sinsigno é a coisa ou evento que existe hoje. Por exemplo: Mas, se chover. E, se logo a seguir chover. Concretizou-se a possibilidade, tornou-se real. Realizou-se. A corporificação é o sinsigno. Ao visualizar essa nuvem negra no céu, podemos sentir medo, caso tenhamos a previsão de uma tragédia; alívio, se estivermos num longo período de estiagem. São possibilidades. É o qualissigno.
Terceiridade ou legissigno é uma lei. Todo signo convencional é um legissigno. É o resultado de uma convenção ou lei estabelecida pelo homem. Cada palavra de uma língua é um legissigno. 
1ª imagem: a imagem seria o qualissigno: sentimento de beleza, tranquilidade, qualidade de vida.
2ª imagem: a reação à imagem Sinsigno: atuação do homem na natureza. Perda da qualidade de vida. 
3ª imagem: É preciso impedir essa ação. Cria-se a lei. Abstraída a imagem original, tem-se o legissigno.
Signos
Signos: representação de algo a que atribuímos valor, significado ou sentido;
Sentido: é a compreensão de algo, formada através de um estímulo físico que gera entendimento, acontece unicamente através da relação construída entre o “eu” e o “outro/algo”;
Sempre que há atribuição de sentido, há a formação de um signo.
Todo signo constitui-se de duas faces: o aspecto sensorial, chamado de significante; e o aspecto compreensível, conhecido como significado.
A harmonia entre a percepção e o entendimento, significante e significado, resultam na significação.
Signos não verbais
Diante da diversidade de signos, os estudiosos buscam uma forma de agrupá-los em tipos característicos. Geralmente são classificados de acordo com a maneira pela qual "funcionam“.
A classificação mais simples e largamente utilizada foi concebida por Peirce que distingue três espécies de signos aos quais correspondem três diferentes modos de semiose.
Semiose: processo de significação, a produção de significados.
Visto isso, são signos: os ícones, os símbolos e os índices.
Ícones 
Os ícones são signos que guardam uma relação de semelhança com o que representam. São o tipo de signo mais fácil de ser reconhecido. 
Exemplos de ícones: fotografias, desenhos, representações figuradas, estátuas, filmes, imagens...
Símbolos 
São signos muito mais complexos, não guardam qualquer relação de semelhança ou de contiguidade com a coisa representada. A relação é puramente convencional. Para compreender um símbolo, é necessário aprender o que ele significa. 
Exemplos de símbolos: os logótipos de marcas, os símbolos próprios da matemática entre outros.
1.3-  Semiótica e Cultura
À semiótica das culturas, atribui-se o estudo da cultura. O termo cultura é utilizado de forma diferente pelos estudiosos, compreendendo desde o sentido genérico de toda a herança social da humanidade até o específico de uma variante dentro da herança social. 
A semiótica das culturas adota a concepção antropológica do termo, ou seja, a descrição do conjunto de ideologias, de sistemas de valores próprios do indivíduo ou da sociedade. Mantém relação multidisciplinar com a Sociologia, a Etnologia, a Antropologia e a História. Sonesson (1997) considera que o termo foi inventado pela escola de Tartu para descrever os sistemas semióticos presentes numa cultura, ou mecanismo organizador desses sistemas da forma como eles são atualizados em uma cultura. 
Considera, portanto, a relação entre vida e sociedade, ou as relações entre os sujeitos na construção conjunta de um organizo social. Todas as sociedades apresentam seu sistema próprio de dominação (imposto ou escolhido livremente) que se sustenta numa tensão dialética entre dominante e dominado. 
O contraditório de dominante é não-dominante e o de dominado é não-dominado. Dominante implica na ausência de dominado e vice-versa. O dominante sem ser dominado define a elite. O dominado sem ser dominante explica os trabalhadores. A marginalidade se encontra no eixo negativo, caracterizando-se por não apresentar dominado nem dominante. 
Os metatermos elite e trabalhadores podem ser substituídos por outros, tendo em vista a sociedade examinada, como: aristocracia, burguesia, classe superior, ou então, plebe, massa, casta, grupo dos trabalhadores. 
Examinando a questão da cidadania relacionada com as classes apresentadas, Sonesson (1997) observou que a cidadania plena se sustenta na tensão dialética entre direitos e deveres. A elite possui direitos, mas não-deveres, a massa, deveres, mas não-direitos e a marginalidade não apresenta direitos nem deveres. Nas sociedades ditas heterogêneas podem ocorrer os quatro grupos sociais.
1.4- Semiótica  e Teoria da Comunicação
Segundo Mônica Marques, Quando abordada na disciplina de Teoria da Comunicação, a semiótica peirceana parece entrar num descompasso com as diversas escolas e teorias estudadas, como a teoria hipodérmica, a escola
de Frankfurt, a teoria funcionalista das comunicações de massa, entre outras, que enfocam os efeitos dos meios de comunicação de massa sobre a população. Como atar nomes como Walter Lippmann, Harold Lasswell, Paul Lazarsfeld, Walter Benjamin, Theodor Adorno, Edgar Morin a Charles Sanders Peirce? 
O início da disciplina, que muitas vezes fundamentasse num exame detido do conceito de sociedade de massa, articulado à industrialização progressiva, ao desenvolvimento do comércio e dos meios massivos de comunicação, parece extremamente distante de uma ciência como a semiótica peirceana, de característica marcadamente abstrata. Evidentemente, a semiótica peirceana pode ser abordada dentro da disciplina de Teoria da Comunicação, como um subsídio teórico que permite uma análise fundamentada dos diversos produtos comunicacionais.
Mas as relações entre essa linha semiótica e as teorias da comunicação parecem ir além. Embora Peirce tenha construído uma teoria de caráter geral, aplicável às mais variadas situações da natureza e da cultura e não uma teoria que tivesse como objeto de estudo o século XIX e suas transformações, o contexto em que o autor se inseria não pode ser negligenciado da análise de sua produção.
A expressão hegeliana, Zeitgeist, espírito do tempo, parece adequada aqui, no sentido de frisar que o indivíduo é apanhado pelo espírito de seu tempo, arrebatado por ele. O momento histórico em que produções filosóficas, científicas ou artísticas se desenvolvem acaba por se revelar nessas produções. Ainda que Peirce não tenha se dedicado a entender os efeitos dos meios de comunicação de massa, nem discutido os enlaces entre cultura e comunicação ou a especificidade de cada meio, conjeturamos que, ao desenvolver sua teoria semiótica, era uma espécie de antena apta a captar o espírito de um tempo em que os signos proliferavam no ritmo das cidades oitocentistas.
Poderia um autor que estuda o signo viver num período de acentuada propagação sígnica e permanecer incólume a ele? O nascimento da fotografia e do cinema, a urbanização crescente atrelada à industrialização, o comércio cada vez mais diversificado, a especialização do trabalho e a consequente formação de tipos urbanos bem distintos não podem estar totalmente distantes da obra de um autor que se propunha a estudar todos os tipos possíveis de signo.
Evidentemente, estabelecer relação entre a semiótica peirceana e o contexto não significa desconectá-la de uma tradição que remonta à Grécia antiga. Como demonstram vários trabalhos relacionados à história da semiótica (DEELY, 1995; NOTH, 2003; BLEUCHOT, 2004), estudos sobre os signos emergem ao longo da história da filosofia, nas obras de Platão, Aristóteles, entre os estóicos, no pensamento de Santo Agostinho, na filosofia escolástica, entre outros.
Na realidade, como bem observa Rodriguez (2000, p. 31), a origem da prática semiótica é tão antiga quanto o próprio homem, que desde sempre percebeu, transmitiu e interpretou signos, muito embora tenha demorado milênios para dar atenção a esse elemento inseparável de sua realidade. É apenas com o desenvolvimento do alfabeto, momento de mergulho da civilização no processo de abstração que se verifica maior consciência acerca da relevância de um saber semiótico, levando, então, à sua sistematização. (Mônica Marques)
Se o início do desenvolvimento de um saber semiótico fundamenta-se numa profunda modificação dos processos de representação, as mudanças no campo das representações que se verificaram no século XIX que teriam sido suficientemente impactantes para se fazerem ecoar na obra de um filósofo dedicado justamente ao estudo das relações sígnicas. Por isso, embora não se possa negligenciar ressonâncias de estudos semióticos anteriores na obra peircena, acreditamos não ser possível também separá-la da realidade de seu tempo.
Nesse sentido, ainda que a semiótica desenvolvida por Peirce não objetive o estudo das comunicações massivas, das multidões oitocentistas, ou da industrialização, esse contexto deve tê-lo influenciado em alguma medida na construção de seus extensos estudos sobre os signos, que, posteriormente, seriam aplicados à análise das mais variadas situações comunicacionais. Parece existir, assim, um mesmo background histórico atando a semiótica peirceana às outras teorias da comunicação.
1.5- Semiótica e Imagem
A imagem é um signo e, por isso, representa algo e precisa ser lida e decodificada, uma vez que ajuda construir sentidos para aquilo que se observa. Porém, é importante ressaltar que reconhecer um elemento de uma imagem não significa que e a estamos compreendendo e decodificando, pois o ser humano trabalha com formas simbólicas.
 Análise da Cadeira
A visão e a utilização de uma cadeira no cotidiano promove sensações, sentimentos e ideias no observador ou usuário. Assim, estabelece uma série de significações decorrentes da percepção deste tipo de objeto no mundo. Assim, além de se expressar como objeto utilitário, uma cadeira pode, representar conceitos como “descanso”, “conforto” e “poder”, entre outros. A imagem configura o objeto cadeira como um conjunto de linhas e plano, porque as hastes de madeira maciça do objeto material podem ser interpretadas visualmente como linhas e o assento da cadeira pode ser percebido como plano.
Analise semiótica da imagem de uma cadeira
Teixeira, Julio Monteiro; Matos, Luana Marinho; Perassi,Richard. Analise semiótica da imagem de umacadeira. Estudos Semióticos. [on-line] Disponível em: h http://www.fflch.usp.br/dl/semiotica/es i. Editores Responsáveis:
Francisco E. S. Merçon e Mariana Luz P. de Barros. Volume 7, Número 2, São Paulo, novembro de 2011, p. 102–109. Acesso em “dia/mês/ano”.
Data de recebimento do artigo: 14/11/2010
Data de sua aprovação: 06/05/2011
52
Ideia que se tem do objeto, no caso,
para sentar.
Representação Acústica
“cadeira”
Cadeira Thonet: 150 anos de história
Com século e meio de vida e mais atual do que nunca! A primeira cadeira produzida em massa nasceu em 1859, na cidade de Viena, na Áustria, pelas mãos de Michael Thonet. Seu design simples, funcional e econômico resistiu ao tempo. Hoje, aos 155 anos, completados neste ano, o modelo 214 (como é conhecida a primeira Thonet) continua na moda. A madeira envergada e o assento de palha sempre foram os trunfos da marca. A peça passou a ser sinônimo de elegância e conquistou, além de casas, muitos bares e restaurantes ao redor do mundo. A empresa, sob comando da quinta geração da família, ainda produz móveis assinados por Michael Thonet, mas nada faz tanto sucesso quanto o design do modelo 214.
"A cadeira virou objeto de desejo desde o momento em que foi lançada no mercado e continua assim até hoje", conta o empresário Wilson Gruman, sócio da Isto é Brasil, loja que representa a marca em São Paulo. "Ela é sucesso por vários motivos: pela praticidade, beleza, leveza da madeira e pelos traços suaves", completa.
Segundo Gruman, atualmente existem variações do modelo, mas a essência Thonet continua a mesma. "O original é com o assento de palha. Hoje temos assento de madeira ou de tecido. Outra adaptação são as cores. É possível encontrar o modelo na cor dourada, amarela, vermelha, azul, entre outros tons." 
“dieta dos pontos”, “dieta do arroz” e “dieta da lua”, dieta da sopa”, “dieta do alfabeto”, “dieta das cores”, intercalados com expressões como “Beverly Hills” e “South Beach”.
A farsa das dietas
“Comer de 3 em 3 horas? Passar fome depois das 6 da tarde? A maioria das ideias sobre regime não faz sentido algum. Você realmente quer emagrecer? Então pergunte-nos como.”
Interpretação da imagem selecionada e mensagem que ela pretende transmitir
É nesse contexto que se insere as expressões inscritas nos quadradinhos de chocolate: “Beverly Hills” e “South Beach” referem-se à lugares populares por sua fama de ser frequentado por homens e mulheres bonitos que ilustram, exatamente, o modelo firmado pela sociedade; já as “dietas populares” atuam, simultaneamente,
como uma expressão alarmante e irônica acerca dos danos que podem trazer. “Vale a pena esquecer a modelo perfeita de outdoor” e “não dá para virar a Fernanda Lima quando o espelho mostrou sempre a silhueta de Preta Gil”, são frases do texto que confirmam tal alegação.
A imagem da capa traz o chocolate mordido. Considero esse elemento como o desejo de incentivar o leitor a negar padrões de beleza estabelecidos e as dietas populares, as quais, muitas vezes, constituem em mitos, e procurarem apoio profissional e apropriado para emagrecer e conquistar a figura almejada. A parte do texto que diz “Você realmente quer emagrecer? Então pergunte-nos como” traz implícita a ideia de que não condena os padrões estabelecidos pela sociedade, já que promove a credibilidade da revista como forma de ajuda confiável para o leitor ou leitora que almeja conquistar o peso desejado. 
Porém o que a revista pretende não é substituir o papel de um “médico”, mas sim alertar os leitores dos perigos das dietas malucas e combatê-las, “detonando” os mitos que elas carregam consigo. As frases “Só vale fazer sacrifício se a questão for de saúde” e “dietas malucas são uma armadilha”, comprovam tais afirmações.
Fontes de pesquisa
Teixeira, Julio Monteiro; Matos, Luana Marinho; Perassi,Richard. Analise semiótica da imagem de umacadeira. Estudos Semióticos. [on-line] Disponível em: h http://www.fflch.usp.br/dl/semiotica/es 
Editores Responsáveis: Francisco E. S. Merçon e Mariana Luz P. de Barros. Volume 7, Número 2, São Paulo, novembro de 2011, p. 102–109. Acesso em “dia/mês/ano”.Data de recebimento do artigo: 14/11/2010 -Data de sua aprovação: 06/05/2011
Como analisar e entender uma imagem: uma leitura semiótica http://lizterra.wordpress.com/2009/10/08/como-analisar-e-entender-uma-imagem-uma-leitura-semiotica/
BIBLIOGRAFIA
Antônio Houaiss. O que é língua. São Paulo: Brasiliense: 1991;
Fonte: http://pt.slideshare.net/jepireslima/comunicao-e-semitica
Marques, Mônica Bernardo Scheitini. Semiótica e contexto
Fonte: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conexao/article/viewFile/109/100
Analise semiótica capa da revista superinteressante: 
http://lizterra.wordpress.com/2009/10/08/como-analisar-e-entender-uma-imagem-uma-leitura-semiotica/
 cadeira; http://revistacasaejardim.globo.com/Revista/Common/0,,EMI99613-16940,00-CADEIRA+THONET+ANOS+DE+HISTORIA.html

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