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Questionario de D. Civil 2º Semestre


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Questionário de Direito Civil IV – 2º Semestre 
 
1. No que consiste a enfiteuse? 
É um direito real sobre coisa alheia. O proprietário do imóvel, chamado de senhoril, não tem 
direito de usar ou usufruir do imóvel e esse direito será do enfiteuta. O proprietário do bem só 
tem o direito de receber determinada quantia em dinheiro anualmente. É conhecido como 
locação perpetua, mas se comparado a locação vemos que os direito de um enfiteuta é bem 
maior do que a de um locatário. O código civil de 2002 proíbe a criação de enfiteuse, mas 
subordina as já existentes até a sua extinção. 
 
2. Disserte sobre a constituição do direito de superfície apontando as principais 
características de sua concessão e aplicabilidade. 
A superfície é o instituto real pelo qual o proprietário concede a outrem, por tempo determinado 
ou indeterminado, gratuita ou onerosamente, o direito de construir ou plantar em seu terreno. 
Tal direito recai sempre sobre bens imóveis. 
A sua constituição somente se dará por escritura pública, devidamente registrada no Cartório 
de Registro de imóveis. Estabelecido o direito de superfície e devidamente registrado no 
Cartório de Registro de Imóveis, será o superficiário responsável pelo pagamento dos 
encargos e tributos incidentes sobre o imóvel (solo e superfície), salvo se o contrato (escritura) 
dispuser de outra forma. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por morte do 
superficiário, aos seus herdeiros. 
Diante da concepção constante no art. 1.369 do Código Civil, logo se pode destacar as 
seguintes características: 
a) o direito real de superfície concede ao seu titular o direito de construir ou plantar em terreno 
alheio, sem descaracterizar ou prejudicar a substância da coisa principal; 
b) é sempre pactuado em caráter temporário, diferentemente da enfiteuse, que era perpétua; 
c) a sua constituição somente se dará por escritura pública, devidamente registrada no 
Cartório de Registro de imóveis; 
d) não se admite a realização de obra no subsolo, ressalvada a hipótese de haver previsão 
contratual expressa neste sentido. 
 
3. Servidão de passagem ou de trânsito é a mesma coisa que passagem forçada? Justifique 
a sua resposta. 
Passagem forçada é um instituto do direito de vizinhança e não se confunde com a servidão 
de passagem, que é modalidade de direito real previsto no Art. 1225 CC. 
Para alguns doutrinadores os pontos máximos de distinção entre as servidões e direito de 
vizinhança estão na origem e na finalidade. 
Enquanto as primeiras originam-se do ato voluntário de seus titulares, o segundo deriva da lei 
expressa. Observa-se também que, a finalidade do direito de vizinhança é preventiva, visa 
evitar o dano como também, que o prédio fique sem destinação ou utilização econômica. 
Quanto à servidão não visa a atender necessidades, mas a garantir uma comodidade ou uma 
maior facilidade ao proprietário do prédio dominante. 
Outras dessemelhanças podem ser elencadas. A passagem forçada é direito de vizinhança, 
enquanto que a servidão é um direito real sobre coisa alheia. A primeira decorre da lei e é uma 
limitação ao direito de propriedade, sempre se configurando quando um prédio se encontrar 
encravado, mesmo que o proprietário não a deseje; já a servidão limita o domínio e decorre 
da vontade das partes, geralmente por meio de um contrato. A servidão tem sua constituição 
com o registro no Cartório de Registro de Imóveis, já a passagem forçada não exige qualquer 
tipo de registro, e caso haja um registro será tida como servidão. Sua fonte mediata está na lei 
e no interesse social. 
Às servidões aparentes caberá ação de usucapião. À servidão de trânsito não titulada, mas 
tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considerar-se- á aparente, 
conferindo a esta o direito à proteção possessória, em sendo assim poderá ser usucapida. 
Quanto ao direito de vizinhança, não se adquire pela prescrição aquisitiva. 
Por fim, embora não haja impedimento quanto à gratuidade, dependendo de simples acordos 
entre as partes, tanto a passagem forçada quanto a servidão de passagem são direitos a título 
oneroso, com o propósito de ressarcir os prejuízos, incômodos e limitações aos direitos do 
proprietário. Contudo, há que se observar que enquanto na servidão atua como mera 
compensação; noutro instituto o direito de passagem fica na dependência do pagamento de 
indenização. Embora a lei não diga expressamente, o pagamento prévio é condição imposta 
ao exercício da passagem. 
 
4. É possível a usucapião na servidão? Se positiva a sua resposta, quais devem ser as suas 
características? 
Sim, a usucapião é uma das formas de constituição da servidão, conforme dispõe o Art.1379 
C.C, a pessoa que se utiliza da passagem de modo reiterado pode pleitear a concessão de 
usucapião. O C.C deixa explicito que a usucapião abrange a servidão aparente. 
Se a usucapião for ordinária se exige justo título e posse incontestada por 10 anos, no entanto, 
se a usucapião for extraordinária, necessitará SOMENTE do prazo de 20 anos. 
 
5. Aponte de quem é a responsabilidade pelo pagamento dos custos de mudança de 
localidade da servidão. 
Artigo 1384 do Código Civil 
A servidão pode ser removida de um local para outro, pelo dono do prédio serviente e à sua 
custa, se em nada diminuir as vantagens do prédio dominante, ou pelo dono deste e à sua 
custa, se houver considerável incremento da utilidade e não prejudicar o prédio serviente. 
 
Ou seja, 
 
O prédio serviente (o que cede a servidão), pode alterar o local da servidão se não diminuir a 
vantagem do prédio dominante (o que necessita da servidão), mas deverá arcar com os custos 
da mudança. 
O prédio dominante (o que necessita da servidão), buscando considerável incremento de 
utilidade, sem prejuízo do prédio serviente (o que cede a servidão), deverá arcar com os custos 
da mudança. Enfim, quem der causa a mudança deverá arcar com os custos da alteração da 
localidade da servidão. 
 
6. Como se dá a constituição do usufruto. 
CONSTITUI-SE O USUFRUTO MEDIANTE: 
CONTRATO (GRATUITO OU ONEROSO), TESTAMENTO, USUCAPIÃO E DISPOSIÇÃO DE LEI. 
 
CONTRATO OU TESTAMENTO DE COISA 
Móvel: se se aprimora pela tradição 
Se imóvel: pelo registro do título em Cartório de Registro de Imóveis 
 
Sobre a usucapião, o dispositivo não desobriga que quando seja declarado usucapião por 
sentença este não seja registrado no cartório de registro de imóveis = é necessário para que 
seja o ato válido e público. 
 
7. É correto afirmar que o nu proprietário não pode vender o imóvel sobre o qual pende o 
usufruto. 
Não, pois o nu proprietário pode dispor da parte que lhe cabe, já que a ele é conferido o jus 
disponiendi que é o direito de dispor sobre a coisa, portanto, pode ele vender a nua-
propriedade, porém só terá a consolidação da propriedade quando ocorrer os casos de 
extinção do usufruto previsto no artigo 1.410, CC. 
 
8. O direito de usufruto é passível de alienação? E de penhora? 
O direito de usufruto é inalienável, de acordo com o código civil em seu art. 1.393 - "Não se 
pode transferir o usufruto por alienação; mas o seu exercício pode ceder-se por título gratuito 
ou oneroso.”. 
e sendo inalienável resta por consequência impenhorável, entretanto, os frutos gerados pelo 
usufruto, podem ser penhorados desde que tenham expressão econômica imediata. 
 
9. O usufruto pode ser objeto de usucapião? 
É possível, caso o Nu-proprietário conceda o usufruto e não leve a escritura a registro. 
 
10. No caso de usufruto concedido a duas ou mais pessoas, o que acontece quando ocorre o 
falecimento de um dos usufrutuários? 
O artigo 1.411 do código civil estabelece: Constituído o usufruto em favor de duas ou mais 
pessoas, extinguir-se-á a parte em relação a cada uma das que falecerem, salvo se, por 
estipulação expressa, o quinhão desses couber ao sobrevivente. 
 
11.Forneça o conceito e as diferenças entre uso e habitação no âmbito dos direitos reais 
sobre coisas alheias. 
O direito de uso é uma autorização concedida a uma pessoa para utilizar e retirar da coisa 
todas as utilidades para atender às suas próprias necessidades e de sua família. Pode ser 
intervivos ou causa mortis. Podendo ser gratuito ou oneroso, é um direito temporário, podendo 
ser no máximo vitalício, recai sobre bens móveis ou imóveis, sendo imóvel terá de ter registro 
no cartório. No direito de uso o usuário pode perceber os frutos no limite das suas 
necessidades e de sua família e somente de maneira DIRETA, conforme previsão de “poder 
utilizar todas as utilidades da coisa para atender às suas necessidades pessoas e às de sua 
família”. O uso é indivisível, apenas podendo ser instituído para mais de uma pessoa ao mesmo 
tempo se for determinado horário certo para cada um. Se entende aos companheiros. O 
direito de habitação é mais restrito que o direito de uso, o direito real mais restrito. O direito de 
habitação é o direito de utilização de imóvel alheio para fins de residir ou de sua família residir. 
É também, como o direito de uso, um direito temporário, mas só assume a modalidade gratuita 
o que difere do direito de uso porque o direito de uso pode ser oneroso também. É um direito 
e uma concessão dada exclusivamente para o beneficiado para que ele ou a sua família possa 
MORAR na propriedade concedida, alheia. Não percebe os frutos, diferente do direito de uso, 
e não pode ser dividido nem com horário marcado, o que também difere do direito de uso. 
 
12. Disserte sobre o direito real de habitação da companheira/ou companheiro e do cônjuge 
sobrevivente. 
O cônjuge sobrevivente, sem prejuízo do que tiver direito na herança, terá o direito real de 
habitação relativo ao imóvel destinado à residência da família, DESDE QUE seja o único 
daquela natureza a ser inventariado. 
 
Trata-se de um direito real à habitação e não propriedade plena. Outra característica marcante 
é que independe do regime de bens adotados (separação, comunhão parcial, etc..) 
 
A única restrição trazida na lei é que o imóvel seja residencial e o único dessa categoria a ser 
inventariado. Veja que podem existir outros bens de natureza diversa a serem inventariados. 
 
 Quanto ao companheiro: O Código Civil não atribuiu tal direito ao companheiro 
expressamente. Entretanto grande parte dos doutrinadores - inclusive uma doutrina mais 
moderna - entende que tal direito também é conferido ao companheiro por força 
constitucional. Importante destacar que a cada dia cresce a jurisprudência atribuindo tal direito 
ao companheiro. 
 
13. Quais são os direitos do promitente comprador caso tenha ele levado a promessa de 
venda e compra a registro junto a matricula do imóvel? 
Conforme prescreve o art. 1225 do cc, os direitos do promitente comprador, é direito real e 
pode ser definido como uma espécie de contrato preliminar, onde as partes (promitente 
comprador e promitente vendedor) comprometem se a realização de um contrato definitivo, 
ou seja o promitente vendedor fica obrigado a fazer a escritura definitiva do imóvel após 
receber todo valor pactuado. 
 
Os arts 1417 e 1418 do CC aduz que: celebrado compromisso sem direito de arrependimento 
e registado no Cartório de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real a aquisição do 
imóvel. Havendo recusa do promitente vendedor, pode o comprador requerer ao juiz a 
adjudicação do imóvel. 
 
A Súmula 239 do STJ ainda, protege o promitente comprador que não levou a registro o 
compromisso, permitindo a ação de adjudicação compulsória (transferência forçada) pelo juiz. 
 
14. Aponte as diferenças entre a adjudicação compulsória e a ação de obrigação de fazer 
consubstancias na promessa de venda e compra com eficácia real.*** 
A obrigação de fazer consubstanciada com promessa de venda e compra é, a ação manejável 
pelo o compromissário comprador que não teve seu contrato de promessa de venda e compra 
registrado e objetiva o contrato definitivo; enquanto, a adjudicação compulsória, quando 
manejada pelo compromissário comprador que teve seu contrato de venda e compra 
registrado - e consequentemente é titular de direito real- objetiva a entrega da coisa. 
Importante esclarecer que, a adjudicação compulsória pode ser manejada com o contrato de 
promessa de venda e compra registrado ou não, porém, o contrato registrado terá efeito erga 
omnes, ao passo que o contrato sem registro tem efeito apenas inter partes. 
 
15. Disserte sobre a aquisição da propriedade móvel. 
São formas de aquisições da propriedade móvel: 
 
USUCAPIÃO - Usucapião ordinária: A usucapião ordinária está esculpida no artigo 1.260 do 
Código Civil, onde diz que “aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e 
incontestadamente durante 3 (três) anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a 
propriedade”. (Necessário posse ininterrupta, justo título é boa fé) 
Usucapião extraordinária: A usucapião extraordinária está esculpida no artigo 1.261, pois diz 
que “se a posse da coisa móvel se prolongar por 5 (cinco) anos, produzirá usucapião 
independentemente de título ou boa-fé”. 
 
OCUPAÇÃO - Refere-se a coisa sem dono, onde a pessoa que a encontra tem intenção de 
tornar-se o dono. Exemplo: caça, pesca. 
São as coisas de ninguém (res nullius ) ou as abandonadas (res derelicta). Não se enquadram 
aqui coisas ACHADAS. 
 
ACHADO DE TESOURO - Refere-se a coisa antiga, abandonada, na qual não se sabe quem é 
o dono. 
Caso o “tesouro” seja encontrado em prédio alheio, será dividido entre o proprietário deste e o 
que achar casualmente. Caso o dono da propriedade tenha ordenado a busca pelo tesouro, 
ficará ele com a totalidade do tesouro. 
 
TRADIÇÃO - A tradição consiste na entrega da coisa do alienante ao adquirente, com a 
intenção de lhe transferir o domínio/propriedade. 
A tradição poderá ser: A) real - se dá com a entrega da coisa; B) simbólica - através de um ato 
que simbolize a entrega (ex: para representar que determinada pessoa ganhou um carro, 
entrega as chaves a ela); C) ficta - aquela que a pessoa que já tinha a posse direta da coisa 
torna-se proprietário. 
 
ESPECIFICAÇÃO - Refere-se a quando o indivíduo trabalha com determinada matéria prima, e 
está obtém uma nova forma não sendo possível retornar ao estado anterior. A nova matéria, 
irá pertencer ao especificador, porém é necessário verificar a boa fé e má fé do especificador. 
Quando a matéria não for do especificador, mas existir boa fé, a nova espécie será do 
especificador; existindo má fé por parte do especificador, a nova espécie será do dono da 
matéria prima. 
 
ADJUNÇÃO/ COMISTÃO E CONFUSÃO - Confusão: mistura de coisas líquidas; comistão: 
mistura de coisas sólidas ou secas; e adjunção: justaposição de uma coisa a outra, não sendo 
possível destacar o acessório. 
 
A espécie nova pertencerá aos donos da matéria-prima, cada qual com sua parte proporcional 
ao valor do seu material. 
Se a confusão, a comistão ou a adjunção se derem devido a má-fé de uma das partes, pode 
a outra escolher entre guardar o todo, pagando a porção que não for sua, ou então renunciar 
a parte que lhe pertence, mediante indenização completa. 
 
16. No que consistem os direitos de vizinhança? Faça um apanhado geral sobre as situações 
previstas no Código Civil envolvendo o direito de vizinhança. 
 
O direito de vizinhança são direitos de convivência decorrentes da interferência entre prédios, 
limítrofes ou não. Limitam a propriedade em prol do bom convívio social entre vizinhos. Há 
uma limitação do direito individual em prol do bem geral. 
 
APANHADO GERAL: 
A. Uso anormal da propriedade: Ofensa a segurança, saúde ou ao sossego. Diante disso 
o vizinho prejudicado pode reclamar do outro a cessação de certa conduta. 
 
*Ação de Dano Infecto: tem por objetivo proteger o proprietário/possuidorameaçado 
(iminente, o prejuízo ainda não aconteceu) de sofrer prejuízo. O vizinho ameaçado pode 
exigir a demolição, reparação ou caução. 
 
*O uso anormal pode ser mantido para atender interesse público, desde que sejam 
indenizados os vizinhos. 
 
B. Das árvores limítrofes: A árvore que está no meio de dois terrenos pertence aos dois 
vizinhos (condomínio forçado). Os dois precisam cuidar e conservar, um não pode 
derrubar sem autorização do outro. 
 
*As árvores que está em um terreno ao proprietário deste pertence, se os galhos 
passam para o outro terreno, o vizinho poderá pegar os frutos que caírem naturalmente, 
e este vizinho ainda pode cortar os galhos, mas deve comunicar o dono da árvore. 
 
*Se os frutos caem em via pública, os frutos são do dono da árvore. 
 
C. Da passagem forçada: Direito do dono do prédio encrustado de exigir a busca pela via 
pública, pagando a devida indenização ao vizinho prejudicado. 
 
*caminho mais curto, prédio mais próximo, forma mais barata. 
 
D. Cabos e Tubulação: Obrigação de tolerar a passagem de cabos e tubulações 
subterrâneos para beneficiar outro vizinho. 
 
E. Águas: O prédio inferior tem obrigação de receber as águas que vem do prédio superior. 
O vizinho do prédio inferior não pode realizar obras de barragens. 
 
F. Limites entre prédios 
 
*Direito de Tapagem: Direito que o proprietário tem de construir cercas, muros, 
tapumes, para indicar os limites de seu prédio. 
 
• Ação demarcatória: O proprietário pode usar para obter a demarcação de sua terra. 
• Ação de divisão: usada por condôminos, em condomínios pro-diviso, permitindo 
que os condôminos tenham a separação da propriedade. 
 
*Direito de Construir: A regra geral é LIBERDADE DE CONSTRUIR, mas não pode: 
→despejar goteiras sobre o terreno do vizinho; 
→ abrir janelas a menos de 3 metros do terreno vizinho; 
→ não se pode executar obras arriscadas. 
• Por outro lado o vizinho pode TRAVEJAR, que é o direito de construir apoiando na 
parede divisória do vizinho, pagando a devida indenização. 
• Colocar armário até o meio da parede divisória, se já não tiver armário do outro 
lado, indenizando o valor da metade da parede. 
 
17. Diferencie o condomínio voluntário, do condomínio necessário e do condomínio edilício. 
Condomínio voluntário decorre do acordo de vontade dos condôminos, por ex.: Quando 3 
amigos adquirem uma casa no litoral. O condômino é obrigado, na proporção da sua parte, a 
concorrer para as despesas de conservação ou divisão da coisa. 
Condomínio necessário decorre de determinação de lei, como consequência inevitável do 
estado de indivisão da coisa. Nasce dos direitos de vizinhança, como na hipótese de paredes, 
muros, cercas e valas. 
No condomínio edilício, há partes que podem ser propriedade exclusiva do condômino e 
partes que podem ser comuns a todos eles. As partes comuns não podem ser alienadas ou 
alugadas a pessoas estranhas ao condomínio, já a parte exclusiva pode ser alienada e 
gravada livremente por seus proprietários, não havendo direito de preferência a favor de outros 
condôminos. 
 
18. Quais os principais direitos e deveres dos condôminos? 
O artigo 1.335 mostra os direitos do condômino: 
I – usar, fruir e livremente dispor das suas unidades; 
II – usar das partes comuns, conforme a sua destinação, e contanto que não exclua a utilização 
dos demais compossuidores; 
III – votar nas deliberações da assembleia e delas participar, estando quite. 
Apesar desses direitos estarem previstos em lei, eles não são absolutos. No caso do inciso I, 
por exemplo, se o condômino violar as regras de convivência social ou utilizar sua unidade de 
forma contrária à destinação do imóvel, esse direito poderá ser suspenso. A grande novidade 
desses artigos do Código Civil foi o inciso III, que não reconhece o direito do condômino 
deliberar em assembleia caso esteja em débito com o condomínio. 
 
Já o artigo 1.336 expõe os deveres do condômino: 
I – contribuir para as despesas do condomínio, na proporção de suas frações ideais, salvo 
disposição em contrário na convenção; 
II – não realizar obras que comprometam a segurança da edificação; 
III – não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas; 
IV – dar às suas partes a mesma destinação que tem a edificação, e não as utilizar de maneira 
prejudicial ao sossego, salubridade e segurança dos possuidores, ou aos bons costumes. 
O inciso I desse artigo deixa muitos síndicos em dúvida. Nesse caso, o Código Civil sugere que 
os condôminos paguem suas despesas de acordo com a fração ideal, mas, se a Convenção 
disser algo diferente, prevalece a decisão da Convenção.