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DIREITO CONSTITUCIONAL[1]

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DIREITO CONSTITUCIONAL – I AV2
LIBERDADE DE CRENÇA RELIGIOSA – (art. 5º, VI, VII e VIII; art. 19, I; art. 150, VI, b; art. 210, § 1º) – a liberdade de religião carrega em seu interior alguns elementos conceituais, que definem o seu regime jurídico, com base nos seguintes pontos:
liberdade de fé e confissão religiosa;
direito ao exercício de qualquer religião (liberdade de culto);
liberdade de associação religiosa;
dever de neutralidade do Estado, que não só deve possuir caráter laico como também não pode favorecer, financiar ou embaraçar o exercício de qualquer religião;
ensino religioso de caráter facultativo.
Obs.: embora o Brasil seja um estado laico, ele ainda sofre grande influência religiosa.
INTIMIDADE E PRIVACIDADE – (art. 5º, X) – a vida social do indivíduo divide-se em duas esferas: a pública e a privada. 
Intimidade – tem o sentido de interior, íntimo, oculto, traz uma idéia de segredo, confiança; tem um sentido subjetivo, pois traz consigo a idéia de confidencial. Ex.: os segredos pessoais, as dúvidas existenciais;
Privacidade – é mais amplo; engloba tudo que não queremos que seja do conhecimento geral; a privacidade resguarda o indivíduo da publicidade; níveis de relacionamento social que o indivíduo habitualmente mantém oculto ao público em geral (vida familiar, lazer).
Obs.: Como destaca o Prof. Alexandre de Moraes, “nenhuma liberdade individual é absoluta”; daí decorrem assuntos como sigilo bancário e fiscal.
Sigilo Bancário e Fiscal – não foram objeto de proteção autônoma por nenhum dispositivo constitucional, cuidando-se, na verdade, de um desdobramento necessário do direito de privacidade; cede aos interesses públicos;
O sigilo bancário é objeto de regulação pela Lei Complementar n. 105, de 15 de janeiro de 2001; pode ser quebrado (art. 3º da lei citada):
* por determinação judicial;
* por determinação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI);
* por agentes fiscais tributários;
* pelo Poder Judiciário, CPI ou MP (desde que dentro de suas atribuições constitucionais).
DIREITO À HONRA (protege a dignidade): pode ser colocado dentro de duas situações: a proteção da honra objetiva e a da honra subjetiva.
honra objetiva – parte do parâmetro do conceito social que o indivíduo possui;
honra subjetiva – sentimento de auto-estima do indivíduo; sentimento que possui a respeito de si próprio, de seus atributos físicos, morais e intelectuais.
Obs.: As pessoas jurídicas não têm honra, pois não possuem existência física (a maior parte da doutrina entende assim – Cleiton Reis); uma minoria defende que as pessoas jurídicas t~em honra objetiva (como ela é vista perante à sociedade).
DIREITO À IMAGEM – possui duas variações:
imagem retrato – refere-se ao retrato físico da pessoa; garante também às partes do corpo desde que identificáveis (vozes famosas, por exemplo) – imagem dentro de seu contexto correto – (art. 5º, X);
imagem atributo – “retrato social” do indivíduo; a imagem construída perante à sociedade; como a sociedade vê o indivíduo – (art. 5º, V).
INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO – (art. 5º, XI) – constitucionalmente, entende-se domicílio como sendo qualquer local reservado para a privacidade do indivíduo; qualquer espaço privativo do indivíduo; local não acessível ao público em geral;
Inviolabilidade de domicílio, art. 5º, XI – “a casa é asilo inviolável do indivíduo”, salvo algumas exceções:
desastre (dia/noite);
prestar socorro (dia/noite);
flagrante delito (dia/noite);
ordem judicial (dia)
Obs.: A dúvida que remanesce diz respeito ao conceito do que seja dia e noite – o critério da iluminação solar é o melhor desfecho para a questão.
INVIOLABILIDADE DAS COMUNICAÇÕES – (art. 5º, XII). A norma é bifronte:
não violação – estabelece que essas comunicações não podem ter o seu sigilo violado. Proíbe, por exemplo, a escuta clandestina de uma ligação telefônica ou a violação de uma carta;
sigilo profissional – dever de sigilo profissional àqueles que, por ofício ou profissão, tenham contato com a comunicação.
*O sigilo das comunicações só envolve o diálogo, a troca de informações.
*Exceção: interceptação das comunicações telefônicas.
A Constituição previu a possibilidade de quebra do sigilo das comunicações mediante a concorrência de quatro requisitos:
* cuidar-se de comunicação telefônica;
* ser o propósito da violação produção de provas para inquérito policial ou processo penal;
* existência de prévia ordem judicial;
* existência de uma lei que estabeleça as hipóteses em que a violação possa ocorrer.
A lei referida no último dos requisitos já foi editada: Lei n. 9296/96 (finalidade – estabelecer caráter excepcional da quebra de sigilo das comunicações telefônicas) – indicou o cabimento da quebra em casos de crimes apenados com reclusão, ainda assim ante a presença de razoáveis indícios de autoria, em situações em que se evidencie a essencialidade desse meio de prova.
*Deve-se optar pela medida menos onerosa à esfera individual (dentro da perspectiva de máxima efetividade dos direitos fundamentais);
*Não pode ser confundida com a gravação clandestina (esta não seria inconstitucional quando, no caso concreto, se revelasse como o único meio adequado à demonstração da existência material de um crime que tivesse como vítima o agente da gravação – ex.; ameaça ou extorsão por telefone).
*Na vigência do estado de defesa ou do estado de sítio, o direito à inviolabilidade das comunicações pode ser restringido (arts. 136, § 1º, b e c, e art. 139, III).
*Violação de correspondência do menor pelos pais é lícita desde que aquela vem servindo de meio para colocar a criança em risco.
*Interceptação da correspondência pela administração penitenciária é constitucional.
LIBERDADE DE PROFISSÃO – (art. 5º, XIII) – A Constituição Federal assegura a liberdade de exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer. Trata-se, portanto, de norma constitucional de eficácia contida, podendo a lei infraconstitucional limitar o seu alcance, fixando condições ou requisitos para o pleno exercício da profissão. Ex.: Exame da Ordem.
DIREITO DE LOCOMOÇÃO – (art. 5º, XV) – É um direito de resistência em face do Estado; é o direito que o indivíduo tem de ir, vir, ficar ou permanecer, sem que por essas condutas seja molestado pelo Poder Público; tutela a liberdade em sentido estrito, ou seja, a prerrogativa que o indivíduo tem de não ser preso ou detido arbitrariamente.
A locomoção no território nacional em tempos de paz é livre, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.
*Exceções: estado de defesa ou estado de sítio.
O dispositivo constitucional fixa cláusula de liberdade ampla – exceções: prisão em flagrante e a determinada por ordem judicial; * “detenção para averiguação” é inconstitucional.
A administração pode exercer atividade ordenadora do trânsito, quer criando proibições de estacionamento, quer limitando o fluxo de automóveis em determinadas vias; as restrições, porém, devem revestir-se de caráter genérico.
*Os pedágios??? – é legal, possui lei regulamentadora – questão: valores e serviços prestados.
DIREITO DE REUNIÃO – (art. 5º, XVI) – pode ser definido como o direito de exercício coletivo, que, envolvendo a coligação momentânea e consciente de duas ou mais pessoas, de forma estática ou itinerante, tem por finalidade a realização de propósito comum e inerente à sua razão de ser.
*Não basta que algumas pessoas se encontrem juntas; a reunião exige consciência e vontade de reunião;
A verificação dos requisitos de reunião implica o respeito ao regime jurídico do direito de reunião, que pode ser decomposto da seguinte forma:
a) direito de se reunir, independentemente de autorização anterior;
b) direito de proteção do Estado contra qualquer perturbação ilegal da reunião;
c) direitode utilização de espaços públicos, caso em que pode haver duas exigências: prévio aviso à autoridade competente e que a reunião não venha a frustrar outra anteriormente marcada para o mesmo horário e local.
Em suma, os requisitos da reunião são:
*duas ou mais pessoas;
*caráter temporário;
*consciência/vontade;
*objetivo próprio;
*finalidade lícita;
*ausência de armas;
*comunicação autoridade competente.
DIREITO DE ASSOCIAÇÃO – (art. 5º, XVII ao XXI) – é o direito de exercício coletivo que, dotado de caráter permanente, envolve a coligação voluntária de duas ou mais pessoas, com vistas à realização de objetivo comum, sob direção unificante.
A liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar, é plena.
A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; elas têm autonomia para formular seus estatutos.
A única forma de se dissolver compulsoriamente uma associação já constituída será mediante decisão judicial transitada em julgado.
Requisitos:
*plurissubjetividade;
*base estatutária;
*permanência;
*fins comuns e lícitos;
*direção unificante
DIREITO DE PROPRIEDADE – (art. 5º, XXII ao XXVI; art. 170, III e VI; art. 176, 182 a 186 e 191).
Poderá ser desapropriada por necessidade ou utilidade pública; por não cumprir sua função social.
Podemos definir propriedade como o direito subjetivo que assegura ao indivíduo o monopólio da exploração de um bem e de fazer valer esta faculdade contra todos que eventualmente queiram a ele se opor.
Propriedade pública – é aquela titularizada por uma entidade de direito público, submetida a um regime de direito público e instituída em favor do interesse público
*sua disponibilidade só pode ser exercitada mediante autorização legislativa;
*é impenhorável;
*não é passível de usucapião.
Propriedade privada – segundo Orlando Gomes, a propriedade é “a soma de todos os direitos possíveis que pertencem ao proprietário sobre sua coisa, quais os da posse, uso, gozo e livre disposição”.
*Função social – segundo o art. 182, § 2º, cumpre sua função social a propriedade urbana que satisfazer as exigências fundamentais de ordenação da cidade expressar no plano diretor; no mesmo sentido, atende à sua função social a propriedade rural que simultaneamente tiver aproveitamento e utilização adequada dos recursos naturais, preservar o meio ambiente, observar as disposições de regulamentação do trabalho e tiver exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
*Propriedade urbana – é aquela que se compreende dentro do perímetro urbano, que é definido por lei municipal. Essa lei, contudo, por força do art. 32, § 1º, do Código Tributário Nacional, deve observar, como requisito mínimo, pelo menos dois dos seguintes itens:
“I – meio fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistemas de esgotos sanitários;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado”.
*Propriedade rural – a que não se inclui entre as áreas urbanas ou urbanizáveis deve ser considerada rural.
Art. 184 CF – o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social pode ser desapropriado para fins de reforma agrária.
*Bem de Família – art. 5º, XXVI CF – propriedade rural trabalhada pela família será impenhorável;
art. 1711, CC – permite que os cônjuges ou a entidade familiar, mediante escritura pública, institua bem de família que não ultrapasse 1/3 do patrimônio;
Lei n. 8009/90 – estabelece que, sem qualquer requisito formal, o imóvel do casal ou da entidade familiar é impenhorável.
*Usucapião constitucional – imóvel urbano (art. 183 CF); imóvel rural (art. 191 CF).
*Usucapião especial coletiva – viabiliza o reconhecimento dos efeitos jurídicos da posse em áreas ocupadas pela população de baixa renda, em que não é possível a especificação do terreno ocupado por cada possuidor (favelas, por exemplo) – Lei n. 10.257/2001 – chamada Estatuto das Cidades; o escopo da legislação foi o de priorizar o direito de moradia, em atenção, aliás, a um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, a saber, “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”.
*Propriedade intelectual – art. 5º, XXVII ao XXIX; os incisos em referência garantem o direito de propriedade intelectual, quais sejam, a propriedade industrial (direitos relativos à invenções, marcas de fábrica ou de comércio, dentre outras) e os direitos do autor (obras literárias científicas, musicais, artísticas, filmes, etc).
DEFESA DO CONSUMIDOR – (art. 5º, XXXII; Lei n. 8078/90; art. 48 ADCT) – A CF erigiu a defesa do consumidor, simultaneamente, à condição de direito fundamental e princípio da ordem econômica.
O Estado, por meio de todos os seus órgãos e funções, deve partir do pressuposto de que o consumidor é a parte vulnerável das relações de consumo, reclamando, portanto, uma intervenção protetiva, quer no sentido de garantir um sistema legal de proteção, quer no de criar organismos que impeçam ou reprimam lesões aos consumidores.
É um direito fundamental porque através do consumo consegue-se suprir as necessidades básicas (água, energia, vestuário, alimentação) para se adquirir vida com dignidade.
DIREITO DE PETIÇÃO E OBTENÇÃO DE CERTIDÕES – (art. 5º, XXXIV) – Assegura-se a todos, independentemente do pagamento de taxas:
*direito de petição – aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
*direito a obtenção de certidões – em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO – (art. 5º, XXXV) – ou princípio do acesso ao Judiciário ou da ubiqüidade da Justiça – “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”; Segundo Watanabe, “não se trata apenas de possibilitar o acesso à Justiça enquanto instituição estatal, e sim de viabilizar o acesso à ordem jurídica justa”.
LIMITES À RETROATIVIDADE DA LEI – LICC art. 6º; art. 5º, XXXVI CF – busca assegurar a estabilidade das relações jurídicas, proibindo a retroeficácia da lei em face do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada.
O art. 6º da LICC assim define os institutos:
*Direito adquirido – direito que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem;
*Ato jurídico perfeito – ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetou;
*Coisa julgada – decisão judicial de que não caiba mais recurso.
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL OU LEGAL – (art. 5º, XXXVII e LIII) – a Constituição estabelece que não haverá juízo ou tribunal de exceção, não podendo ninguém ser processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. O conteúdo jurídico do princípio pode ser resumido na inarredável necessidade de predeterminação do juízo competente, quer para o processo, quer para o julgamento, proibindo-se qualquer forma de designação de tribunais ou juízos para casos determinados. 
INCISOS - XXXVIII a LIII (atrelados ao direito penal).
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL – (art. 5º, LIV) – garantias processuais da ampla defesa e do contraditório – direito a um processo e uma sentença justa.
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA – (ou da não culpabilidade) – art. 5º, LVII – ninguém será considerado culpado antes de sentença condenatória transitada em julgado.
INCISOS LVIII a LXVI
INCISOS LXVIII a LXXII – REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS – gratuidade de ações habeas corpus e habeas data (LXXVII).
habeas corpus – locomoção, direito de ir e vir – remédio jurídico constitucionaldestinado a prevenir e reprimir ameaça, violência ou coação àquela forma de liberdade pública, por ilegalidade ou abuso de poder.
habeas data – desejo de se conhecer as informações relativas à sua pessoa, conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante – tem duas finalidades: *criar um canal de acesso a informações constantes sobre a própria pessoa em registros ou bancos de dados de caráter público;*a correção de informações inexatas ou ilegais, a complementação do registro e a anotação de pendência judicial ou administrativa sobre dados verdadeiros constantes no banco de dados.
mandado de injunção – guarda a finalidade de suprir a omissão do legislador infraconstitucional na edição dessas normas pela via de exceção (ou de defesa) – o mandado de injunção cabe toda vez que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
mandado de segurança – é ação, de índole constitucional, colocada à disposição do indivíduo para a salvaguarda de direito líquido e certo coibido por ilegalidade ou abuso de poder, levados a efeito por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
ASSISTÊNCIA JURÍDICA – art. 5º, LXXIV – integral e gratuita – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos (por meio da Defensoria Pública).
ERRO JUDICIÁRIO – art. 5º, LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
GRATUIDADE DAS CERTIDÕES DE NASCIMENTO E DE ÓBITO – art. 5º, LXXVI – estabelece serem gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de nascimento e a certidão de óbito.
CELERIDADE PROCESSUAL – (duração do processo) – art. 5º, LXXVIII – busca de uma efetividade do processo em prol de sua missão social de eliminar conflitos e fazer justiça; assegura-se a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Art. 5º, §§ 1º ao 4º - as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata; os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados serão equivalentes às emendas constitucionais; o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão (princípio da complementaridade – preservando-se o sistema jurídico interno, na medida em que o “TPI” só exercerá jurisdição em caso de incapacidade ou omissão dos Estados).
DOS DIREITOS SOCIAIS – art. 6º ao 11
Nos termos do artigo 6º, na redação dada pela EC n. 26/2000, são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma da Constituição.
Direitos Sociais – (segunda dimensão) – prestações positivas a serem implementadas pelo Estado (Social de Direito) e tendem a concretizar a perspectiva de uma isonomia substancial e social na busca de melhores e adequadas condições de vida, estando, ainda, consagrados como fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º, IV, da CF/88).
Direito à educação – é direito de todos e dever do Estado e da família; será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Direito à saúde – é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem á redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Direito ao trabalho – importante instrumento para se implementar e assegurar a todos uma existência digna; busca do pleno emprego, valorização do trabalho humano e livre iniciativa.
Direito à moradia – promover programas de construção de moradias e melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.
Direito ao lazer – é entrega à ociosidade repousante – dever do Poder Público incentivar o lazer como forma de promoção social.
Direito à segurança – segurança pública, dever do Estado – direito e responsabilidade de todos, sendo exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Direito à previdência social – direitos relativos á seguridade social.
Proteção à maternidade e á infância – direito previdenciário, assistencial, licença à gestante.
Assistência aos desamparados – a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social.
DIREITOS RELATIVOS AOS TRABALHADORES
*Relações Individuais de trabalho – art. 7º
*Direitos coletivos dos trabalhadores – arts. 8º a 11:
- Direito de associação profissional ou sindical;
- Direito de greve (compete aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender; a lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade);
- Direito de substituição processual (ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas – decisão do STF: os sindicatos têm legitimidade processual para atuar na defesa de todos e quaisquer direitos subjetivos individuais e coletivos dos integrantes da categoria por ele representada);
- Direito de participação (é assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação);
- Direito de representação classista (nas empresas com mais de 200 empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores).
DIREITOS DE NACIONALIDADE – art. 12
*Nacionalidade – vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a determinado Estado – participação/integração ao povo.
Espécies e critérios para sua aquisição:
primária ou originária (involuntária) – é imposta, de maneira unilateral, independentemente da vontade do indivíduo, pelo Estado, no momento do nascimento;
secundária ou adquirida (voluntária) – é aquela que se adquire por vontade própria, depois do nascimento, normalmente pela naturalização, que poderá ser requerida tanto pelos estrangeiros como pelos apátridas, ou seja, aqueles indivíduos que não têm pátria alguma.
Critérios: * ius solis – critério da territorialidade – local de nascimento (países de imigração);
 * ius sanguinis – critério da descendência, filiação – (países de emigração).
Brasileiro Nato:
ius solis – 12, I, “a”;
ius sanguinis + serviço do Brasil – 12, I, “b”;
ius sanguinis + registro – 12, I, “c”, 1ª parte;
ius saniguinis + opção confirmativa – 12, I, “c”, 2ª parte – nacionalidade potestativa.
Brasileiro Naturalizado:
*O processo de naturalização dependerá tanto da manifestação de vontade do interessado como da aquiescência estatal, que, através do ato de soberania, de forma discricionária, poderá ou nçao atender à solicitação do estrangeiro ou apátrida.
* naturalização ordinária – estrangeiros não originários de países de língua portuguesa e apátridas (art. 12, II, “a”, primeira parte); originários de países de língua portuguesa (art. 12, II, “a”, segunda parte) – residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
* naturalização extraordinária ou quinzenária – (art. 12, II, “b”) – estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal que requisitarem a nacionalidade brasileira.
§ 1º - portugueses – reciprocidade – havendo reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos aos portuguesescom residência permanente no Brasil os mesmos direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos em que houver expressa vedação constitucional.
§ 2º - vedação de distinção entre brasileiros natos e naturalizados – Exceção:
art. 5º, LI; art. 12, § 3º, § 4º, I; art. 89, VII; art. 222.
EXTRADIÇÃO (art. 5º, LI) – relacionada à prática de crime fora do território nacional – o brasileiro nato nunca poderá ser extraditado; já o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado em duas situações:
* crime comum – o naturalizado poderá ser extraditado somente se praticou o crime comum antes da naturalização;
* tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins – no caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes ou drogas afins, na forma da lei, o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado, não importando o momento da prática do fato típico, seja antes, seja depois da naturalização.
Obs.: O estrangeiro só não pode ser extraditado por crime político ou de opinião (art. 5º, LII).
EXPULSÃO (art.65 da Lei 6.815/80) – ato atentatório à segurança nacional, ordem política ou social – a hipótese de expulsão dar-se-á quando o delito ou infração (aro que atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo á conveniência e aos interesses nacionais, além das hipóteses do parágrafo único do art. 65 da Lei 6.815/80) for cometido dentro do território nacional, caracterizando-se como verdadeiro instrumento coativo de retirada do estrangeiro do território pátrio, nas hipóteses descritas na lei (art. 22, XV, da CF). A expulsão, portanto, dispensa de provocação da autoridade estrangeira, ao contrário do que ocorre com a extradição.
DEPORTAÇÃO – “devolução” do estrangeiro ao exterior – está ligada aos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro; se este não se retirar voluntariamente do território nacional no prazo fixado, consubstancia verdadeira saída compulsória do estrangeiro para o país de sua nacionalidade ou procedência.
BANIMENTO – não existe no Brasil na atualidade; a pena de banimento é inadmitida pelo ordenamento jurídico pátrio (art. 5º, XLVII, “d”, da CF).
ASILO POLÍTICO – acolhimento pelo Estado de estrangeiro perseguido, geralmente por seu próprio país, por causa de dissidência política, de delitos de opinião ou comuns conexos com os delitos políticos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos estabelece que “toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países”.
Cargos privativos de brasileiros natos – art. 12, § 3º da CF/88.
PERDA DA NACIONALIDADE – art. 12, § 4º da CF/88 – Os pressupostos para declaração da perda da nacionalidade são:
* cancelamento da naturalização por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, § 4º, I) – só atingirá o brasileiro naturalizado e não o nato;
* aquisição de outra nacionalidade (art. 12, § 4º, II) – perderá a nacionalidade o brasileiro nato ou naturalizado que, voluntariamente, adquirir outra nacionalidade. A ECR n. 3/94, alterando a redação do art. 12, § 4º, II, estabeleceu duas hipóteses em que a aquisição de outra nacionalidade (dupla nacionalidade) não implicará a perda da brasileira:
* reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira – critério ius sanguinis;
* imposição de naturalização pela norma estrangeira – condição para a permanência de um brasileiro num determinado país ou para exercício de direitos civis.
REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA PERDIDA – Pedro Lenza traz que:
* cancelamento da naturalização – mediante ação rescisória, nunca através de um novo processo de naturalização, sob pena de contrariedade ao texto constitucional;
* aquisição de outra nacionalidade – o art. 36 da Lei n. 818/49 prevê a possibilidade de reaquisição por decreto presidencial, se o ex-brasileiro estiver domiciliado no Brasil. Contudo, tal dispositivo só terá validade se a reaquisição não contrariar os dispositivos constitucionais e, ainda, se existirem elementos que atribuam nacionalidade ao interessado.
José Afonso da Silva entende que por via decreto readquire – “se era brasileiro nato, voltará a ser brasileiro nato; se naturalizado, retomará essa qualidade”;
Alexandre de Moraes entende que a reaquisição só se dará através do processo de naturalização, tornando-se, inclusive o ex-brasileiro nato, agora, naturalizado.
DIREITOS POLÍTICOS – instrumentos por meio dos quais a CF garante o exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos.
REGIMES DEMOCRÁTICOS:
Democracia direta – o povo exerce por si o poder, sem intermediários, sem representantes;
Democracia representativa – o povo elege representantes, outorgando-lhes poderes, para que, em nome deles e para o povo, governem o país;
Democracia semi-direta ou participativa – uma democracia representativa com atributos de uma democracia direta (participação popular no poder por intermédio de um processo).
MEIOS DE PARTICIPAÇÃO:
Plebiscito (primeiro consulta-se o povo, para depois só então, tomar-se a decisão política, ficando o governador condicionado ao que for deliberado pelo povo); 
Referendo (primeiro se toma o ato legislativo ou administrativo, para, só então, submetê-lo à apreciação do povo, que o ratifica ou o rejeita);
Iniciativa Popular (apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados);
Ajuizamento da ação popular (tem por escopo a proteção dos interesses difusos).
* Soberania popular – vontade máxima da população;
* Nacionalidade – vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a determinado Estado;
* Cidadania – titularidade de direitos políticos de votar e ser votado;
* Sufrágio – é o direito de votar e ser votado (processo eleitoral);
* Voto – ato por meio do qual se exercita o sufrágio, ou seja, o direito de votar e ser votado;
* Escrutínio – é o modo, a maneira, a forma pela qual se exercita o voto (público ou secreto).
DIREITO POLÍTICO POSITIVO – (direito do sufrágio) – caracterizado pela capacidade eleitoral ativa (direito de votar, capacidade de ser eleitor, alistabilidade) e pela capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado, elegibilidade). (art. 14, §§ 1º, 2º e 3º)
DIREITO POLÍTICO NEGATIVO – os direitos políticos negativos individualizam-se ao definirem formulações constitucionais restritivas e impeditivas das atividades político-partidárias, privando o cidadão do exercício de seus direitos políticos, bem como impedindo-os de eleger um candidato ou de ser eleito. (art. 14, §§ 4º e 8º).
*Inelegibilidades – são as circunstâncias (constitucionais ou previstas em lei complementar) que impedem o cidadão do exercício total ou parcial da capacidade eleitoral passiva, ou seja, da capacidade de eleger-se. Restringem-se, portanto, a elegibilidade do cidadão (há inelegibilidades absolutas e relativas).
Obs.: candidatos com “ficha suja” – a simples “ficha suja”, o mero apontamento e desenvolvimento de uma ação judicial, sem o trânsito em julgado, não é suficiente pra caracterizar a inelegibilidade.
* Privação dos direitos políticos (art.15) – perda e suspensão – em nenhuma hipótese será permitida a cassação de direitos políticos.
 - Perda dos direitos políticos:
*cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado – o indivíduo voltará à condição de estrangeiro, não podendo mais se alistar como eleitor nem eleger-se;
*recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa – o art. 5º, VIII, estabelece que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política. No entanto, se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa fixada em lei, terá como sanção a declaração da perda de seus direitos políticos (alguns autores preferem denominar suspensão).
*perda da nacionalidade brasileiraem virtude de aquisição de outra – isso porque a nacionalidade brasileira é pressuposto para aquisição de direitos políticos (estrangeiros são inalistáveis e não adquirem direitos políticos).
 - Suspensão dos direitos políticos (art. 15, II, III e V):
*incapacidade civil absoluta;
*condenação criminal transitada em julgado;
*improbidade administrativa nos termos do art. 37, § 4º;
*exercício assegurado pela cláusula de reciprocidade (art.12, § 1º) – o gozo dos direitos políticos em Portugal (por brasileiro) importará na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Brasil;
*procedimento do Deputado ou Senador declarado incompatível com o decoro parlamentar.
 - Reaquisição dos direitos políticos:
*cancelamento de naturalização por sentença transitada em julgado – a reaquisição só se dará através de ação rescisória;
*recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa – a reaquisição dar-se-á quando o indivíduo, a qualquer tempo, cumprir a obrigação devida.
No tocante às hipóteses de suspensão, a reaquisição dos direitos políticos dar-se-á quando cessarem os motivos que determinaram a suspensão.
PARTIDOS POLÍTICOS – (art. 17) – liberdade de organização partidária, autonomia, aquisição de personalidade jurídica.
* Cláusula de barreira – inconstitucionalidade – restringia o direito ao funcionamento parlamentar, o acesso ao horário gratuito de rádio e televisão e a distribuição dos recursos do Fundo Partidário.
* Princípio da verticalização dos coligações partidárias e a EC 52/06 – essa Emenda Constitucional permitiu que as coligações eleitorais fossem feitas de forma livre, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.

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